Buscar

Classificação de Bebidas Alcoólicas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

22
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
Unidade II
3 CLASSIFICAÇÃO DAS BEBIDAS ALCOÓLICAS
Bebida alcoólica é toda bebida que contém álcool etílico ou etanol. As bebidas alcoólicas dividem‑se 
em três grupos: as fermentadas, as destiladas simples e compostas e as de composição.
Fermentação
É o processo usado na transformação dos açúcares ou sacarificação dos amidos em álcool etílico ou 
etanol. O agente desse processo é um microrganismo. Para a fermentação de bebidas, empregam‑se os 
vegetais unicelulares, como as bactérias e leveduras; estas, na maioria das vezes, estão incorporadas à 
matéria‑prima, cujo suco é fermentado em tanques ou tinas apropriadas. Por exemplo: cerveja, saquê, 
champanhe e vinho.
Destilação
As bebidas destiladas são de maior teor alcoólico que as cervejas e vinhos, obtidas através da 
destilação de sucos de fruta ou misturas de grãos fermentados.
É o processo usado para separar líquidos por aquecimento a partir dos diferentes pontos de ebulição. 
Para efetuar a destilação, provoca‑se o aquecimento do líquido até atingir a ebulição, condensando‑se 
em seguida o vapor obtido. Os elementos principais dessas bebidas são o álcool e a água, aos quais se 
acrescentam substâncias mais complexas que lhes dão cor, sabor e cheiro característico. As bebidas 
destiladas se dividem em:
• Destiladas simples:
— aguardentes: frutos (firsh);
— cereais (vodca, gim, uísque);
— vegetais (pinga, rum, tequila).
• Destiladas compostas:
— licores: ervas e frutos (diversos);
— bitters: aromáticos (Angostura);
23
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
— aperitivos (Campari, Underberg);
— aperitivos anisados (Ricard, Pernod).
Aperitivos anisados, conhecidos também como pastis, são obtidos a partir da destilação das sementes 
de anis e outras plantas, como hissopo, alcaçuz e coentro. Os pastis mais conhecidos são:
• Ricard: anisado françês com 45 ºGL, feito a partir da destilação de sementes de anis, coentros, 
alcaçuz e outras plantas que crescem no Mediterrâneo.
• Pernod: anisado françês com 45 ºGL, feito a partir da destilação de sementes de anis, hissopo, 
funcho e outras plantas. É corado com açafrão e caramelo.
• Berger: anisado francês com 45 ºGL, feito a partir da destilação de sementes de anis, coentros, 
alcaçuz e outras plantas.
• Absinto: anisado bastante alcoólico, obtido a partir da destilação de sementes de anis, funcho, 
hissopo e coentros. Produz‑se em Portugal e Suíça, entre outros países.
Uma das formas de servir esses aperitivos é em copos médios na proporção de uma parte de anisado 
para cinco partes de água gelada.
Infusão – bebidas compostas
Esse processo consiste na imersão temporária de substâncias vegetais para que lhes sejam extraídas 
as essências. São produzidas a partir de produtos acabados obtidos pelos processos de fermentação ou 
destilação, aos quais se adicionam os ingredientes que lhes dão as características. Exemplos:
• Drambuie: feito a partir da mistura de uísque com mel.
• Grand Marnier: à base de conhaque e laranjas do Curaçau.
• Angostura: é o mais famoso dos bitters patenteados. É feito à base de genciana e usado no bar 
como ingrediente de coquetéis.
 Saiba mais
Para conhecer um pouco mais sobre a Angostura, esse importante bitter, 
acesse a página a seguir:
ANGOSTURA Bitters. Angostura, [s.d.]. Disponível em: <http://www.
angostura.com/brands/angostura‑bitters/>. Acesso em: 29 jan. 2018.
24
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
3.1 Bebidas fermentadas
3.1.1 Cerveja
A cerveja é uma bebida fermentada que, acredita‑se, tenha sido a primeira bebida alcoólica 
desenvolvida pelo homem. Uma cerveja é qualquer uma das variedades de bebidas alcoólicas produzidas 
pela fermentação de matéria com amido, derivada de grãos ou de outras fontes vegetais.
A fabricação da cerveja e de algumas outras bebidas alcoólicas é geralmente chamada cervejaria 
(brewer). Historicamente, a cerveja era conhecida pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios desde pelo 
menos 4000 a.C. Devido aos ingredientes usados para fazer cerveja diferirem de lugar para lugar, as 
características (tipo, sabor e cor) variam amplamente. Importantes fontes de informação, das quais se 
tem aprendido muito sobre as maneiras e costumes de nossos ancestrais, são pinturas feitas por artistas 
há muitos e muitos anos. Para dar um exemplo, foram descobertas criptas reais antigas no Egito com 
paredes pintadas que mostram aspectos do dia a dia de uma comunidade que viveu há 3000 anos. Em 
uma das outras criptas, a parede pintada mostra, etapa por etapa, como a cerveja era produzida naquele 
tempo, através de pinturas de aproximadamente 5000 anos feitas por artistas.
Através dessa história, apreende‑se que os sumérios já tinham uma notável indústria cervejeira. Esses 
cervejeiros preparavam a cerveja a partir de um cereal que foi finalmente relatado como cevada. Eles foram 
um dos primeiros povos, do quais se tem conhecimento, que controlou plantios em larga escala.
A bebida alcoólica que eles preparavam, ressalvadas as devidas proporções, é basicamente a mesma 
cerveja que produzimos hoje. Pelos contatos que os sumérios tinham com seus vizinhos, eles acabaram 
difundindo seus conhecimentos, primeiro com os assírios e os babilônios e, através destes, com os 
egípcios, israelenses e outros. Mais recentemente, a cerveja tornou‑se popular no oeste europeu, onde 
os ingleses, os alemães, os holandeses e os belgas vivem hoje.
Em muitas outras partes do mundo, em especial nas regiões em que a cevada era desconhecida, o 
consumo da cerveja demorou em estabelecer‑se, porque ela tinha de ser importada. Desde o final do 
século XIX, cientistas têm imprimido um crescimento relevante no desenvolvimento da qualidade de 
cerveja. Essa evolução tem sido contínua.
Um resultado muito claro desses esforços combinados é que agora é possível fabricar cerveja com 
alta qualidade praticamente em qualquer lugar do mundo.
Idade Média
A partir da Idade Média, os conventos assumiram a fabricação da cerveja que, até então, era feita 
de forma doméstica. No século X, conforme documentos encontrados num convento de St. Gallen, na 
Suíça, os frades que produziam a cerveja recebiam 5 litros diários para o seu consumo pessoal. Foram 
os monges que tornaram popular o uso de lúpulo como fator de amargor da cerveja. Nesse mesmo 
século, o Rei Ludwig da Baviera decretou uma lei favorecendo os conventos na fabricação de cerveja e 
estabeleceu cotas para aristocratas de acordo com suas categorias hierárquicas.
25
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
Os conventos mais antigos que iniciaram a produção de cerveja foram St. Gallen e os alemães 
Weihenstephan e St. Emmeran. Os beneditinos de Weihenstephan foram os primeiros a receber, 
oficialmente, a autorização profissional para fabricação e venda da cerveja, em 1040.
Com isso, essa é a cervejaria mais antiga do mundo em funcionamento e é hoje conhecida como o 
Centro de Ensino da Tecnologia de Cervejaria da Universidade Técnica de Munique. Os povos do norte 
da Europa descobriram a técnica da cervejaria não muito antes da Era Cristã. As primeiras bebidas celtas 
e teutônicas feitas de uma mistura de milho e mel originaram o hidromel, de sabor ligeiramente ácido, 
o que levou ao desenvolvimento de fermentações lácticas. A cerveja sempre foi consumida em países 
onde o clima e o solo eram inadequados para a produção de vinho e de uva.
Origens
A origem das primeiras bebidas alcoólicas é incerta,mas provavelmente elas eram feitas de cevada, 
tâmaras, uvas ou mel; sendo a cerveja uma das bebidas alcoólicas mais antigas do mundo. Foram os 
gauleses os primeiros a fabricá‑las com malte, isto é, cevada germinada.
Há evidências de que a prática de cervejaria se originou na região da Mesopotâmia onde, como no 
Egito, a cevada cresce em estado selvagem. No Egito, a cerveja ganhou status de bebida nacional, até 
apresentando propriedades curativas, especialmente contra picadas de escorpião. Consta que os egípcios 
gostavam tanto da bebida que seus mortos eram enterrados com algumas jarras cheias de cerveja.
Tem‑se que a cerveja feita de cevada maltada já era fabricada na Mesopotâmia em 6000 a.C. No 4º 
ou 5º milênio a.C., já existiam diversos tipos de cerveja, sendo que, no Egito, aparentemente, a cerveja 
era a bebida nacional e de grande consumo, inclusive nos ritos religiosos, quando era ofertada ao povo.
Documentos históricos mostram que em 2100 a.C., também os sumérios, um dos povos civilizados 
mais antigos, alegravam‑se com uma bebida fermentada, obtida de cereais. Na Suméria, cerca de 40% da 
produção dos cereais destinavam‑se às cervejarias chamadas casas de cerveja, mantidas por mulheres.
A cerveja é tão antiga quanto o pão, pois era obtida a partir da fermentação de cereais como cevada 
e trigo. A cevada era feita por padeiros devido à natureza da matéria‑prima utilizada: grãos de cereais 
e leveduras. A cevada era deixada de molho até germinar e, então, moída e grosseiramente moldada 
em bolos aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram 
colocados em jarras com água e deixados fermentar. Essa cerveja rústica ainda é fabricada no Egito com 
o nome de bouza. O lúpulo, assim como outras ervas aromáticas, tais como zimbro, hortelã e a losna, 
podia ser adicionado à cerveja para corrigir as diferenças observadas no sabor.
Quinze séculos antes, um fragmento de cerâmica mesopotâmica, escrito em sumério‑acadiano, 
5000 a.C., dizia que fabricar cerveja era uma atividade profissional bem‑estabelecida e muito 
respeitada. Os gregos aprenderam a técnica da cervejaria com os egípcios e também usavam lúpulo. 
Os romanos aprenderam com os gregos e a introduziram na Gália e Espanha sem, contudo, usarem 
lúpulo até o século VIII.
26
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
Os chineses foram os primeiros a preparar cerveja obtida de grãos de cereais. A samshu, fabricada a 
partir dos grãos de arroz, e a kin já eram produzidas cerca de 2300 a.C.
Em 500 a.C. e no período subsequente, gregos e romanos davam preferência ao vinho. A cerveja 
passou então a ser a bebida das classes menos favorecidas, muito apreciada em regiões sob domínio 
romano, principalmente pelos germanos e gauleses. Foi nessa época que as palavras cevisia ou cerevisia 
passaram a ser utilizadas pelos romanos em homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade.
Século XVI
Uma curiosidade é que a cerveja já era conhecida na América antes de Colombo, que teria ganhado 
dos índios a cerveja de milho. Entretanto foram os ingleses, em 1548, que introduziram a verdadeira 
cerveja. Na Antiguidade, usava‑se para a elaboração da cerveja uma variedade imensa de ingredientes 
para aromatizar o produto, como folhas de pinheiro, cerejas silvestres e variadas ervas. Para regularizar 
o processo de fabricação da cerveja, o Duque Guilherme IV da Baviera decretou em 1516 a Lei da Pureza. 
Essa lei, a mais antiga conhecida do mundo, determina que os ingredientes que podem ser usados 
na fabricação de cerveja são cevada, lúpulo e água. A levedura de cerveja ainda não era conhecida e 
somente mais tarde foi incluída na lei.
Século XIX
Na Antiguidade, o que caracterizava o processo de fabricação das bebidas era a experiência e a 
tradição, o que se desenvolveu com maior ênfase a partir do século XIX. Até o evento realizado por Louis 
Pasteur, a fermentação do mosto era natural, o que, normalmente, trazia prejuízos aos fabricantes. O 
notável cientista francês convenceu os produtores a utilizarem culturas selecionadas de leveduras para 
fermentação do mosto, para manter uma padronização na qualidade da cerveja e impedir a formação de 
fermentação acética. Pasteur descobriu que eram os microrganismos os responsáveis pela deterioração 
do mosto e que poderiam estar no ar, na água e nos aparelhos, sendo estranhos ao processo. Graças a 
esse princípio fundamental, limpeza e higiene tornaram‑se os mais altos mandamentos da cervejaria. O 
nome de Louis Pasteur é lembrado através do termo “pasteurização”, método pelo qual os microrganismos 
são inativados através do calor.
Outros dois grandes nomes estão ligados ao desenvolvimento da fabricação da cerveja. Emil Christian 
Hansen e Carl Von Linde. O primeiro, em função do desenvolvimento do microscópio, descobriu também 
células de levedura de baixa fermentação, pois antes eram somente conhecidas leveduras de alta 
fermentação. Ele isolou a célula, que foi multiplicada sob cultura pura. Como a levedura influencia 
fundamentalmente o sabor, essa descoberta permitiu a constância do sabor e da qualidade.
Carl Von Linde desenvolveu, através da compressão, a teoria da geração de frio artificial com sua 
máquina frigorífica à base de amônia. Com isso, a produção de cerveja pôde, desde então, ser feita em 
qualquer época do ano, sendo possível controlar os processos de fermentação de forma científica exata, 
pelo entendimento da atividade dos microrganismos e reconhecimento de que diversas leveduras, por 
exemplo, atuam diferentemente e de que as condições do meio afetam de maneira básica a ação de 
uma mesma cepa.
27
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
Com a evolução da técnica industrial, as cervejarias passaram da fase empírica para a científica. O 
mestre cervejeiro conta com todos os recursos técnicos e sanitários para a elaboração de um produto 
tecnicamente perfeito. Um cervejeiro moderno deve ser um engenheiro, químico ou bacteriologista.
No Brasil, a cerveja demorou a chegar, pois os portugueses temiam perder o filão da venda de seus 
vinhos. O hábito de beber cerveja começou nos tempos de Dom João VI, época em que a colônia inglesa 
importava a bebida da Europa e, até o final do século passado, o Brasil ainda importava a bebida.
As primeiras indústrias brasileiras surgiram na época da Proclamação da República em 1889. Essas 
cervejas nacionais tinham um grau de fermentação tão alto que, mesmo depois de engarrafadas, 
produziam uma enorme quantidade de gás carbônico, criando grande pressão. As primeiras marcas 
nacionais foram a Logos, Guarda Velha e Gabel. Um pouco mais tarde, surgiram as marcas Vesosso, 
Stampa, Olinda, Leal e Rosa, todas de curta duração.
Destino bem diferente teria a manufatura de cerveja do suíço Joseph Villiger, fundada em 1888, no 
Rio de Janeiro, portanto, muito antes das demais. Inconformado com a má qualidade das cervejas até 
então fabricadas no Brasil, ele decidiu abrir uma cervejaria em sua própria casa. Sua fórmula fez muito 
sucesso e, a cada dia, sua casa estava mais cheia de amigos que queriam beber o novo produto.
 Lembrete
Foi somente na Idade Média que os conventos assumiram a fabricação 
da cerveja, até então, esta era feita de forma doméstica.
Tipos de cerveja
Estima‑se que existam cerca de 20.000 diferentes tipos de cerveja no mundo. Vejamos alguns:
• Ales belgas trappists: é uma ale belga que começou a ser produzida por monges trapistas em 
abadias belgas e holandesas. É forte e frutada, se comparada aos vinhos, seria como um bom 
Porto. Bebe‑se na temperatura ambiente.
• Ale bitter: de cor acobreada, é encorpada, tem sabor de malte e de lúpulo bem balanceado.
• Altbier:é uma ale tradicional da região de Düsseldorf, tem corpo bem balanceado, sabor limpo e 
delicado. Servida abaixo de 10 °C.
• Brown ale: de cor pronunciada, encorpada e com sabor de malte. Muito semelhante à bitter inglesa.
• Bock: escura e forte, de baixa fermentação.
• Doppelbock: muito adocicada e suave, de alto teor alcoólico.
28
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
• Dortmunder: uma variação da Pilsen produzida na Alemanha. Tem uma sensação de amargor 
acentuado e mais picante na língua do que as pilsens em geral.
• Gueuze, lambic, framboise: seu processo de fermentação é diferenciado, o mosto é exposto à 
contaminação atmosférica, contrário à tecnologia conhecida para se fabricar cerveja. Na Bélgica, 
serve‑se como aperitivo de boas‑vindas.
• Kölsh: cerveja tradicional da cidade de Colônia. Difere da altbier pelo seu paladar suave e 
refrescante. É servida a 5 °C.
• Lager americana: a cerveja americana era uma versão pilsner, muito leve, quase sem lúpulo e 
praticamente sem sabor. Denominou‑se standard lager americana.
• Lager brasileira: muito semelhante à lager americana. Com mais lúpulo e fazendo bastante uso 
de adjuntos como milho e arroz, muito próxima das cervejas escandinavas.
• Lager Pilsen ou pilsner: originária da cidade de Pilsen na Boêmia, na República Tcheca. Muitas 
cervejas aproximam‑se da pilsner, porém muito menos encorpadas e atenuadas em sabor 
se comparadas às originais, devido à utilização de milho e arroz. Na Boêmia e na Alemanha, 
continua‑se a produção de Pilsen com puro malte sem o uso dos adjuntos.
• Münchener: na Bavária, produzia‑se uma cerveja de baixa fermentação, porém de coloração 
escura e com um leve paladar picante de malte e café. Esse tipo foi chamado de dark lager. Hoje 
se produz em Munique várias lagers claras, porém mantendo o sabor acentuado de malte das suas 
origens.
• Helle: derivada da münchener de cor clara. É parecida com a pilsner, porém com um sabor mais 
acentuado de malte.
• Pale ale: é uma bitter engarrafada, com um nível mais elevado de carbonação.
• Porter: originária da Londres dos séculos XVIII e XIX. Feita com cevada torrada não maltada 
e grandes quantidades de lúpulo. É uma cerveja preta extremamente amarga e com bastante 
espuma. Servida a 13 °C, normalmente consumida com frutos do mar.
• Stout: similares às porters. As stouts inglesas são geralmente adocicadas, já as irlandesas são secas, 
amargas, intensas e com um sabor de café queimado. São melhores na temperatura ambiente.
• Vienna, märzen, oktoberfest: de cor avermelhada proveniente de Viena, que inspirou os alemães 
a produzir a märzen. Na Alemanha é produzida para consumo nos tradicionais Biergarten, que, no 
mês de outubro, ganha o nome de Oktoberfest.
• Weizenbier: cerveja branca ou feita com trigo, ácida, muitas vezes, opaca e não filtrada. É uma 
cerveja típica de verão.
29
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
• Wheat berliner weisse: produz uma espuma densa e efêmera, desaparecendo tão logo é servida. 
Possui baixo teor alcoólico, é altamente refrescante e de paladar ácido.
Figura 4 – Marcas de cerveja
 Saiba mais
As cervejarias artesanais são o assunto do momento. Que tal aprender 
a fazer a sua própria cerveja. Veja neste link o passo a passo e se torne 
também um mestre cervejeiro:
COMO fazer cerveja. Como fazer cerveja, [s.d.]. Disponível em: <http://
www.comofazercerveja.com.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=11>. 
Acesso em: 29 jan. 2018.
3.1.2 Saquê
O que há de tão especial na bebida alcoólica obtida com a fermentação do arroz, que comparativamente 
ganha de longe até mesmo do vinho no quesito tradição? Essa e outras perguntas já devem ter ocorrido 
a muita gente quando se ouve falar na milenar bebida japonesa: o saquê.
Famosa por estrelar diversos filmes ao lado celebridades de Hollywood, como em O Último Samurai, 
a bebida um dia já foi considerada alimento.
Em meados do século V a.C., no Período Nara, os produtores não conheciam técnicas apuradas de 
fermentação, e o saquê era feito com pouco álcool e água, em uma combinação que mais lembrava uma 
porção de mingau do que outra coisa.
30
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
Nessa época, “comia‑se” o saquê de hachi, direto de uma tigela. Na verdade, tudo era o resultado de 
uma receita com pormenores um tanto repulsivos: mascava‑se o arroz para fermentá‑lo com a saliva 
e depois se cuspia em tachos para só então iniciar o preparo da bebida. Esse método era chamado de 
kuchikami no sake, ou saquê mastigado na boca. Já na província de Hokkaido e em áreas rurais de 
Okinawa, os fãs da bebida encontraram outras maneiras para “purificar” esse processo, determinando 
que apenas as jovens mulheres virgens poderiam mastigar o arroz, pois elas eram consideradas 
representantes dos deuses aqui na Terra.
Não demorou e a bebida produzida por elas foi batizada de bijinshu, saquê de mulher bonita. E, 
por incrível que pareça, essa prática sobreviveu até poucos séculos, mesmo após a adoção de técnicas 
mais modernas de fermentação.
Diz a lenda que a fermentação da bebida foi descoberta por acaso: certo dia, um cidadão desleixado 
esqueceu de tampar um tacho de arroz que iria cozinhar e o arroz acabou mofando. E como ele era 
realmente desleixado, também esqueceu‑se de jogar o arroz fora e só depois de alguns dias notou que 
havia ocorrido uma fermentação e o arroz, então, transformara‑se em uma deliciosa bebida, na verdade, 
mais pastosa do que líquida. A total falta de cuidado acabou se transformando em um método, e os 
produtores descobriram que o fungo que mofara o arroz era o responsável pela transformação do amido 
em glicose e fermento. Logo, o fungo ganhou o nome de kamutachi e não demorou muito para que os 
produtores divulgassem que a bebida era “produzida pelos deuses”.
Até o século passado, o saquê ainda era produzido artesanalmente, o arroz era primeiro lavado 
e depois colocado em tinas (vasos gigantes) para cozinhar. Após essa etapa de fermentação, a pasta 
resultante era ralada e só então misturada manualmente até chegar ao produto final. No entanto, 
atualmente, os grandes fabricantes japoneses ainda utilizam métodos que lembram esse antigo processo. 
E, hoje, o saquê é feito em grande escala industrial e não há mais vestígios do romantismo do passado. 
Pelas leis do país, a produção caseira da bebida é proibida.
Como os tempos mudam, o kamutachi também mudou de nome e hoje é conhecido como koji. E é 
ele quem determina o aroma e o gosto do saquê, uma difícil tarefa para os tojis, pois eles escolhem o 
fungo que garantirá um sabor ainda mais especial à bebida. O que permanece inabalável, no entanto, é 
a popularidade do ritual.
Beber saquê é um ritual no país, existem várias razões pelas quais a bebida é apreciada que vão 
muito além do paladar, sede ou disposição para embriagar‑se. Segundo a tradição, bebe‑se saquê para 
eliminar as preocupações e prolongar a vida, e isso, por si só, vale qualquer dose a mais.
Pega até mal chamar de bêbado quem toma saquê de forma exagerada e sai cambaleando de 
madrugada pelas ruas das cidades japonesas. Inebriado talvez fosse a designação correta, uma vez que 
os efeitos da bebida transformam seus apreciadores em cantores, galanteadores e seresteiros ao luar 
nas noites nipônicas.
No Japão, costuma‑se dizer que o saquê é o melhor companheiro na solidão. Só não se pode tomá‑lo 
em qualquer copo ou em qualquer ocasião. É bebido em grandes comemorações, como no Ano Novo 
31
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
e nas cerimônias xintoístas de casamento, em encontros românticos, também na falta de um pretexto 
feliz ou, ainda, devido à dor de cotovelo.
Na maioria das ocasiões, o saquê é servido quente em uma temperatura que varia entre 40 e 55 ºC, 
mas ele também pode ser tomado gelado ou misturado a outras bebidas e sucos, originando coquetéis 
muito interessantes. A maneira mais tradicional de servi‑lo é em xícaras quadradas de madeira, 
chamadas masu, que conferem à bebida um suave sabor amadeirado. Nesse caso, sempre é servido frio 
com temperatura variando entre 20 e 40 ºC, uma vez que o saquê quente absorveria o gosto da madeira. 
Em muitos lugares, sugere‑se ainda que se coloque uma pitada de sal no canto do masu, certo estilo 
adotado pelos jovens.
Rituais à parte, os efeitos “inebriantes” do saquê vão muito além das histórias fantásticas da 
antiguidade. O saquê é a bebida com mais alta porcentagem de álcool entre os fermentados do mundo. 
Sem ser diluído, chega à marca de 20% de teor alcoólico, enquanto uma cerveja não passa de 5% e o 
vinho, de 12%. Mesmo assim, com menos álcool, ambos estão ganhando a queda de braço com o saquê 
no mercado japonês.
Em 1872, quando a bebida era um dos principais produtos da economia do país, havia 30 mil 
fabricantes, hoje o número não chega a 10% do total. São cerca de 2.300 produtores que o fabricam 
anualmente, pouco menos que um bilhão de litros de saquê. O que não quer dizer que a bebida está em 
declínio, pelo contrário, alguns tipos de saquê atingem cifras absurdas, ganhando o status de bebida, 
como o saquê produzido na província de Hyogo, considerado o melhor do país.
Uma simples garrafa pode custar até 300 mil ienes. E mesmo que a cerveja e o vinho continuem 
roubando o espaço do saquê no Japão, uma coisa é certa: ele está na lista dos principais personagens 
da história do país, e os japoneses não o deixaram de beber, pelo menos em comemoração a isso. E, 
como beber saquê no Japão é um ritual milenar e os excessos são justificados por milhares de anos 
de história, o modo mais simples de se desculpar por qualquer estrago provocado em uma noite de 
bebedeira no Japão é dizendo: “Eu estava bebendo saquê”; e o perdão será praticamente certo, seja 
qual for o dano causado.
Figura 5 – Marcas de saquê
32
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
3.1.3 Champanhe
Pode‑se dizer que todo champanhe é um espumante, porém nem todo espumante é champanhe.
O espumante natural é o produto no qual o anidrido carbônico (borbulhas) é resultante de uma 
segunda fermentação alcoólica do vinho, em grandes recipientes (método charmat) ou na própria 
garrafa (método champenoise), com uma pressão mínima de 4 atmosferas a 20 ºC e com um conteúdo 
alcoólico de 10 a 13% em volume.
O nome champanhe só pode ser dado ao espumante elaborado sob condições especiais na região de 
Champagne, na França. Conforme normas internacionais, esse nome corresponde a uma Denominação 
de Origem (como ocorre com o conhaque). Além de sofrer o controle quanto à produção média por 
hectare, a graduação alcoólica, a comercialização exclusiva em garrafas e a fermentação do produto 
devem ser feitas conforme o método champenoise e com uvas chardonnay, pinot noir ou pinot meunier.
História
Dom Pérignon descobriu o método clássico do champanhe. Os vinhos com “presença de gás” já eram 
conhecidos no início do século XVIII. Originados da França e destinados ao mercado inglês, eram vinhos 
que resultavam de resíduos de açúcar involuntários que fermentavam nas garrafas durante a viagem.
Certa vez, em Abadia de Hautvillers, cidade próxima de Épernay, no coração de Champagne, Dom 
Pérignon, monge da adega, esqueceu algumas garrafas de vinho com resíduos de açúcar. Quando 
verificou que estavam estourando, provou o vinho e disse: “Estou vendo estrelas”. Se essa manifestação 
se originou pela sensação de beber o magnífico produto novo ou se pela embriaguês, não se sabe ao 
certo. Certo é que Dom Pérignon deu uma contribuição importantíssima para a origem do champanhe.
Ele criou um dos maiores segredos da qualidade dos espumantes naturais: a técnica de misturar 
pequenas parcelas de vinho, de diferentes parreiras, chamada assemblage. Ele também substituiu as 
tampas de pano por rolhas de cortiça e idealizou uma garrafa mais resistente.
O uso de pupitres, utilizados até hoje para remover os depósitos de leveduras até a boca da garrafa, 
foi criado pela viúva Clicquot, herdeira da famosa casa da cidade de Reims que, junto com Epernay, 
formam as cidades mais importantes da região de Champagne.
Como todas as histórias que reivindicam para si a autoria da criação das bebidas, o champanhe ou 
espumante não seria diferente. Limoux, região no sul da França, autora de grandes espumantes, como 
os finíssimos Crémant de Limoux e Blanquette de Limoux, resolveu entrar nessa briga. Eles alegam que 
o Blanquette é reconhecido como o espumante mais antigo do mundo, produzido desde 1531. E que 
a autoria do método de fermentação na garrafa, chamada de champenoise, é atribuída ao conjunto 
de frades do Monastério de Limoux. Relatam a existência de documentos que registram a passagem 
de Dom Pérignon por Limoux. O monge teria ido lá aprender a técnica 112 anos após a descoberta do 
método “tradicional”.
33
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
Elaboração
Os espumantes podem ser naturais ou artificiais (gaseificados). Os naturais obtiveram o gás carbônico 
(anidrido carbônico) por fermentação natural. Nos artificiais, como o filtrado doce e a sidra, o gás 
carbônico artificial foi injetado (assim como nos refrigerantes).
A diferenciação dos espumantes em relação aos vinhos começa na colheita. As uvas são retiradas 
precocemente da parreira em baixas temperaturas para preservar a alta acidez. Fator importante para 
conseguir o frescor desejado dessa bebida. O mosto‑flor, o suco que flui livremente das uvas sem pressão 
externa, que não o peso da colheita, é o que vai fermentar para se transformar em vinho‑base. Essa 
fermentação é feita em barris de carvalho ou tanques de aço.
Após essa primeira fermentação, o vinho‑base vai para uma segunda fermentação pelo método 
charmat ou champenoise. Essa segunda fermentação provocada (uso de leveduras) é feita em 
reservatórios especiais para aguentar a pressão (autoclaves) ou na própria garrafa de comercialização, 
formando o anidrido carbônico responsável pela formação das borbulhas, pela espuma e pelo movimento 
de “estouro” do champanhe.
Charmat
Método criado por um engenheiro de mesmo nome, é aquele no qual a segunda fermentação é 
feita em autoclaves, recipientes que podem ter de 5 a 10 mil litros. Esse método torna o processo mais 
curto, e o produto resultante, apesar de excelente qualidade, geralmente é de sabores e aromas menos 
complexos que o obtido pelo método tradicional.
Champenoise
Método tradicional e obrigatório na região de Champagne e Cava (Espanha). A segunda fermentação 
se dá na própria garrafa de comercialização. O líquido que é colocado para fermentar é composto dos 
seguintes elementos (cavèe):
• vinho‑base: geralmente do ano anterior e com acidez expressiva;
• leveduras: 2/3 milhões de células por cm³;
• clarificante: auxilia na tarefa de decantar e remover as leveduras no final de sua atividade;
• açúcar: xarope, chamado liqueur de tirage, que facilita a diluição. Esse licor é uma mistura de 
açúcar com 50% de vinho do ano anterior. Porém o verdadeiro segredo da qualidade de um 
espumante está no componente que é a base da solução: o vinho.
34
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8Unidade II
Figura 6 – Marcas famosas de champanhe
O próximo passo é o processo chamado remuage des bouteilles, que consiste em dar sucessivos giros 
curtos nas garrafas que provocam a precipitação dos resíduos resultantes da segunda fermentação. A 
operação das leveduras leva o removido até a boca da garrafa, para depois ser eliminado. Uma meticulosa 
operação em que, no momento exato, as mãos sensíveis de profissionais especializados vão girando 
alguns milímetros cada garrafa.
O sedimento é removido do gargalo por dégorgement, que consiste em passar o gargalo por 
uma solução de congelamento. Quando a tampa for retirada, o sedimento é lançado para fora pela 
pressão interna. A garrafa pode ser completada com uma dosagem de vinho e açúcar. A etapa final é o 
envelhecimento, que geralmente leva mais de um ano.
Classificação
Conforme as concentrações de açúcar, a classificação dos champanhes recebe as seguintes designações:
• Extra‑brut: totalmente seco, tem até 15 gramas de açúcar por litro.
• Brut: de seco a muito seco, tem até 15 gramas de açúcar por litro.
• Extra‑sec: classificação pouco esclarecedora, já que designa a bebida ligeiramente doce (com 15 
a 20 g/l de açúcar).
• Sec ou dry: apresenta acentuado grau de doçura, com 17 a 35 g de açúcar por litro, apesar do nome.
• Demi‑sec ou rich: os mais doces, contendo de 35 a 50 g/l de açúcar.
• Doux: excepcionalmente doces, com mais de 50g/l. Não são mais encontrados atualmente.
35
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
O que são as leveduras?
Somente no início do século XIX, foi definido que os microrganismos responsáveis pela fermentação 
eram de origem vegetal. Através de estudos posteriores, foram classificados no gênero Saccharomyces, 
ou fungo do açúcar, que mais tarde se chamaria levedura. Em 1858, o químico e biólogo Louis Pasteur 
concluiu que não existia fermentação sem microrganismos, ou seja, nenhum líquido adocicado 
fermentaria sem a presença das leveduras. A fermentação é a consequência da vida sem ar, ou seja, a 
levedura fermenta os açúcares de um líquido na ausência absoluta de oxigênio. O mosto‑flor é usado 
para fazer o nobre espumante. E o mosto que sobra? Depois de o mosto‑flor ter fluído livremente, as 
uvas são delicadamente prensadas e fermentadas para fazer vinhos de corte, conforme o grau em que 
foram prensadas: première, deuxième ou troisième tailler. Esses mostos vão gerar espumantes mais 
doces. O sumo da prensagem final, com maior vigor, resulta em vin de presse, usado na produção.
 Saiba mais
Quer saber um pouco mais sobre o assunto? Acesse o link e obtenha 
mais conhecimentos:
MÉTODO champenoise. Casa Valduga, [s.d.]. Disponível em: <http://
www.espumantesvalduga.com.br/metodo‑champenoise.php>. Acesso 
em: 29 jan. 2018.
3.1.4 Vinho
O termo vinho é definido por lei em muitos países. No Brasil, é considerado vinho a bebida resultante 
da fermentação alcoólica do mosto da uva sã, fresca e madura, e que resulta em uma bebida com 
graduação alcoólica de 8,6 a 14% em volume. É proibida a aplicação do termo vinho a produtos obtidos 
a partir de outras matérias‑primas.
O esmagamento da uva produz uma mistura de suco, cascas e bagas chamada de mosto. O mosto 
passa por fermentação, que é um processo biológico natural que ocorre quando a levedura presente na 
uva transforma o açúcar (também presente na uva) em álcool (vinho) e anidrido carbônico (as bolhas). 
Normalmente, 1 kg de uva produz cerca de 650 a 700 ml de líquido.
 Saiba mais
Visite a página do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin):
<http://www.ibravin.org.br/>.
36
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
Embora envolto em muitas dúvidas e mitos, pensa‑se que a vinha tenha sido cultivada pela primeira 
vez em terras da Península Ibérica (Vale do Tejo e Sado), há cerca de 2000 anos a.C. pelos tartessos, um 
dos mais antigos habitantes dessa Península, cuja civilização parece ter sido bastante avançada. Esses 
habitantes estabeleciam negociações comerciais com outros povos, permutando diversos produtos, 
entre os quais, o vinho, que serviu, provavelmente, como moeda de troca no comércio de metais.
Os fenícios, no século X a.C., acabaram por se apoderar do comércio dos tartessos, incluindo os vinhos. 
Pensa‑se que tenham trazido algumas castas de videiras que introduziram na Lusitânia. No século VII a.C., 
os gregos instalaram‑se na Península Ibérica e desenvolveram a viticultura, dando particular atenção à arte 
de fazer vinho. Na necrópole de Alcácer do Sal, foi encontrada uma cratera grega de sino, vaso onde os 
gregos diluíam o vinho com água antes de o consumirem. Alguns autores apontam que Ulisses, ao fundar 
a cidade de Lisboa (à qual deu o nome de Ulisseia ou Olisipo), seguiu o costume usado nas suas viagens, 
oferecendo vinho para festejarem com ele as boas‑vindas. Crê‑se que no século VI a.C., os celtas, a quem a 
videira já era familiar, teriam trazido para a Península as variedades de videira que cultivavam. É também 
provável que tenham trazido técnicas de tanoaria. Os celtas e os iberos fundiram‑se num só povo – os 
celtiberos –, ascendentes dos lusitanos, povo que se afirmou no século IV a.C.
Século II a.C. a século VII d.C.: romanos e povos bárbaros
A expansão guerreira de Roma na Península Ibérica conduziu aos primeiros contatos com os 
lusitanos, há cerca de 194 a.C. Seguiram longos anos de lutas de guerrilha, só vencidas pelos romanos 
dois séculos depois, com a conquista de toda a Península em 15 a.C., conseguindo subjugar os lusitanos. 
A romanização na Península contribuiu para a modernização da cultura da vinha com a introdução de 
novas variedades e com o aperfeiçoamento de certas técnicas de cultivo, designadamente, a poda.
Nessa época, a cultura da vinha teve um desenvolvimento considerável dada a necessidade de enviar 
frequentemente vinho para Roma, onde o consumo aumentava e a produção própria não satisfazia a 
procura. Seguiram‑se as invasões bárbaras e a decadência do Império Romano. A Lusitânia foi disputada 
por suevos e visigodos, que acabaram por vencer os romanos em 585, tendo‑se dado, com o decorrer do 
tempo, a fusão de raças e de culturas, passando‑se do paganismo à adoção do Cristianismo.
É nessa época (séculos VI e VII d.C.) que ocorreu a grande expansão do Cristianismo (apesar de 
já ser conhecido na Península Ibérica desde o século II). O vinho torna‑se então indispensável para 
o ato sagrado da comunhão. Os documentos canônicos da época evidenciam a obrigatoriedade da 
utilização do vinho genuíno da videira na celebração da missa (deveria ser o vinho puro, sem adição 
qualquer de água, o que era chamado de vinho não corrompido). Ao assimilar a civilização e religião 
dos romanos, os bárbaros adotaram igualmente o vinho, considerando‑o como a bebida digna de povos 
ditos civilizados. No entanto não introduziram quaisquer inovações no cultivo da videira.
Século VIII a XII: Alta Idade Média – invasão dos árabes
No início do século VIII, outras levas de invasores se seguiram, dessa vez, vindas do sul. Com a 
influência árabe, começava um novo período para a vitivinicultura ibérica. O Corão proibia o consumo 
de bebidas fermentadas, nas quais o vinho está incluído. No entanto, o emir de Córdoba, que governava 
37
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
a Lusitânia, mostrou‑se tolerante para com os cristãos, não proibindo a cultura da vinha nem a produção 
de vinho. Havia uma razão: para os árabes, a agricultura era importantíssima, aplicando aos agricultores 
uma política baseada na benevolência e proteção, desde que estes se entregassem aos trabalhosrurais 
para deles tirarem o melhor proveito. Mesmo no Algarve, onde o período do domínio árabe foi mais 
longo, ultrapassando cinco séculos, produziu‑se sempre vinho, embora se seguissem os preceitos 
islâmicos. Lisboa manteve, desse modo, o seu comércio tradicional de exportação de vinho. Nos séculos 
XI e XII, com o domínio dos almorávidas e almoádas, os preceitos do Corão foram levados com o maior 
rigor, o que resultou em uma regressão na cultura da vinha.
Século XII a XIV: Baixa Idade Média
Entre os séculos XII e XIII, o vinho constituiu o principal produto exportado. Documentos existentes, 
designadamente, doações, legados, livros ou róis de aniversários, livros de tombos de bens, confirmam 
a importância da vinha e do vinho no território português, mesmo antes do início da nacionalidade. 
Conhecem‑se doações que incluíam vinhas ao Mosteiro de Lorvão, entre 950 e 954.
Entretanto, a Reconquista Cristã já tinha sido iniciada. As lutas aconteceram por todo o território, e as 
constantes ações de guerra iam destruindo as culturas, incluindo a vinha. A fundação de Portugal, em 1143 
por Dom Afonso Henriques, e a conquista da totalidade do território português pelos mouros, em 1249, 
permitiu que se instalassem ordens religiosas, militares e monásticas, com destaque para os templários, 
hospitalários, Sant’Iago da Espada e Cister, que povoaram e arrotearam extensas regiões, tornando‑se 
ativos centros de colonização agrícola, alargando‑se, desse modo, as áreas de cultivo da vinha.
O vinho passou, então, a fazer parte da dieta do homem medieval, começando a ter algum significado 
nos rendimentos dos senhores feudais. No entanto, muito da sua importância provinha também do 
seu papel nas cerimônias religiosas. Daí o interesse dos clérigos, igrejas e mosteiros, então em posição 
dominante, pela cultura da vinha.
Os vinhos de Portugal começaram a ser conhecidos até no norte da Europa. Consta que o duque 
de Lencastre, após o seu desembarque na Galiza, quando veio a Portugal em auxílio a de Dom João I 
na luta contra Castela, conhecendo já a fama dos vinhos da região, mostrou desejo de provar o vinho 
de Ribadavia, tendo‑o achado muito forte e fogoso. Foi na segunda metade do século XIV que a 
produção de vinho começou a ter um grande desenvolvimento, renovando‑se e incrementando‑se a 
sua exportação.
Século XV a XVII: Idade Moderna – Renascimento
Nos séculos XV e XVI, no período da expansão portuguesa, nas naus e nos galeões que partiram em 
direção à Índia, um dos produtos que transportavam era o vinho. No período áureo que se seguiu aos 
descobrimentos, os vinhos portugueses constituíam lastro nas naus e caravelas que comercializavam 
os produtos trazidos do Brasil e do Oriente. Será talvez oportuno mencionar os vinhos de roda ou de 
torna viagem, se pensarmos quanto tempo demoravam as viagens. Eram, em geral, cerca de seis longos 
meses em que os vinhos se mantinham nas barricas, espalhadas pelos porões das galés, sacudidas pelo 
balancear das ondas, ou expostas ao sol, ou, por vezes, até submersas na água do fundo dos navios.
38
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
Tal envelhecimento suave era proporcionado pelo calor dos porões ao passarem, pelo menos duas 
vezes, pelo Equador. A permanência do vinho nos tonéis tornava‑os ímpares, preciosos e, como tal, 
vendidos a preços verdadeiramente fabulosos. O vinho de roda ou de torna viagem veio, assim, facultar 
o conhecimento empírico de certo tipo de envelhecimento, cujas técnicas científicas se desenvolveriam 
posteriormente.
Em meados do século XVI, Lisboa era o maior centro de consumo e distribuição de vinho do Império – 
a expansão marítima portuguesa levava esse produto aos quatro cantos do mundo. Chegados ao século 
XVII, o conjunto de publicações de várias obras de cariz geográfico e relatos de viagens, quer de autores 
portugueses, quer de autores estrangeiros, permite‑nos entender o percurso histórico das zonas vitivinícolas 
portuguesas, o prestígio dos seus vinhos e a importância do consumo e do volume de exportações.
Século XVIII a XX – Idade Contemporânea
Em 1703, Portugal e Inglaterra assinaram o Tratado de Methuen, em que as trocas comerciais entre 
os dois países foram regulamentadas. Ficou estabelecido um regime especial para a entrada de vinhos 
portugueses na Inglaterra. A exportação de vinho conheceu então um novo incremento. No século XVIII, 
a vitivinicultura, tal como outros aspectos da vida nacional, sofreu a influência da forte personalidade 
do Marquês de Pombal.
Assim, uma grande região beneficiou‑se de uma série de medidas protecionistas: a região do Alto 
Douro e seu afamado vinho do Porto. Em consequência da fama que esse vinho tinha adquirido, 
verificou‑se um aumento da sua procura por parte de outros países da Europa, para além da Inglaterra, 
importador tradicional.
As altas cotações que o vinho do Porto atingiu fizeram com que os produtores se preocupassem 
mais com a quantidade do que com a qualidade dos vinhos exportados, o que esteve na origem de uma 
grave crise.
Para pôr fim a essa crise, o Marquês de Pombal criou, por alvará régio de 10 de setembro de 1756, 
a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, com o fim de disciplinar a produção e o 
comércio dos vinhos da região, prevendo ainda a necessidade de fazer, urgentemente, a demarcação da 
região, o que se concretizou. Assim, segundo alguns investigadores, foi essa a primeira região demarcada 
oficialmente no mundo vitivinícola.
O século XIX foi um período negro para a vitivinicultura. A praga da filoxera, que apareceu 
inicialmente na região do Douro em 1865, rapidamente se espalhou por todo o país, devastando a 
maior parte das regiões vinícolas. Colares foi a única exceção, porque a filoxera não se desenvolve nos 
terrenos de areia, onde as suas vinhas se cultivam, ainda hoje. Assim, para fazer face a esse flagelo, logo 
em 1866, António Augusto de Aguiar juntamente com João Inácio Ferreira Lapa e o Visconde de Vila 
Maior foram encarregados de avaliar a situação dos centros vinícolas do país e estudar os processos 
que neles se adotavam. Esse conhecimento da situação concreta da vitivinicultura portuguesa levou 
António Augusto de Aguiar à nomeação de Comissário Régio na Exposição de Vinhos, realizada em 
Londres, em 1874.
39
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
Foi justamente no âmbito da sua participação nessa exposição e da digressão científica que fez pelos 
países europeus produtores de vinhos que se desencadeou a análise crítica e audaz ao setor vitivinícola 
nacional, expressa nas famosas Conferências sobre Vinhos, proferidas por António Augusto de Aguiar, 
em 1875, no Teatro de D. Maria e, posteriormente, no da Trindade.
O início do século XX foi marcado pela Exposição Universal de Paris, emblematicamente inaugurada 
em 1900. Portugal participou ativamente desse evento, dedicando especial atenção à seção de 
agricultura, considerada o setor mais importante da nossa representação.
Desse evento, ficou‑nos a obra fundamental de Cincinnato da Costa, Le Portugal Vinicole, 
editada especificamente para ser apresentada na exposição. Em 1907‑1908, iniciou‑se o processo de 
regulamentação oficial de várias outras denominações de origem portuguesa. Para além da região 
produtora de vinho do Porto e dos vinhos de mesa Douro, demarcavam‑se as regiões de produção 
de alguns vinhos, já então famosos, como são o caso dos vinhos da Madeira, moscatel de Setúbal, 
Carcavelos, Dão, Colares e Vinho Verde. Com o Estado Novo português (1926‑1974), foi iniciada a 
Organização Corporativa e de Coordenação Econômica, com poderes de orientação e fiscalização do 
conjunto de atividades e organismos envolvidos.Foi neste contexto que se criou a Federação dos Vinicultores do Centro e Sul de Portugal (1933), 
organismo corporativo dotado de grandes meios e cuja intervenção se marcava, fundamentalmente, 
na área da regularização do mercado. À Federação, seguiu‑se a Junta Nacional do Vinho (JNV) (1937), 
organismo de âmbito mais alargado, que intervinha tendo em conta o equilíbrio entre a oferta e o 
escoamento, a evolução das produções e o armazenamento dos excedentes, em anos de grande 
produção, de forma a compensar os anos de escassez.
A JNV foi substituída em 1986 (Decreto‑Lei nº 304/86, de 22 de setembro) pelo Instituto da Vinha e 
do Vinho (IVV), organismo adaptado às estruturas impostas pela nova política de mercado decorrente da 
adesão de Portugal à Comunidade Europeia. Surge, então, uma nova perspectiva na economia portuguesa 
e, consequentemente, na viticultura. O conceito de Denominação de Origem foi harmonizado com 
a legislação comunitária e foi criada a classificação de vinho regional para os vinhos de mesa com 
indicação geográfica, reforçando‑se a política de qualidade dos vinhos portugueses. Com objetivos de 
gestão das Denominações de Origem e dos vinhos regionais, de aplicação, vigilância e cumprimento 
da respectiva regulamentação, foram constituídas Comissões Vitivinícolas Regionais (associações 
interprofissionais regidas por estatutos próprios), que têm um papel fundamental na preservação da 
qualidade e do prestígio dos vinhos portugueses. Atualmente, estão reconhecidas e protegidas, na 
totalidade do território português, 32 Denominações de Origem e oito Indicações Geográficas.
40
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
Figura 7 – Taças de vinho tinto
Algumas curiosidades históricas
O moscatel de Setúbal é o vinho emblemático da região vitivinícola da Península de Setúbal e um 
dos tesouros dos vinhos portugueses. É nessa região que, desde tempos imemoriais, se produzem os 
mais prestigiados vinhos generosos portugueses, apreciados por reis e pelo povo. Em 1381, Portugal já 
exportava grande quantidade desse vinho para a Inglaterra.
O Tratado de Methuen (1703), assinado entre Portugal e Grã‑Bretanha, contribuiu para a popularidade 
do vinho do Porto, que se beneficiava de taxas aduaneiras preferenciais. Durante o século XVIII, para os 
ingleses, vinho era praticamente sinônimo de vinho do Porto. Os vinhos da região de Bairrada tiveram 
a partir do reinado de Maria I (1734‑1816) grande projeção, tendo‑se iniciado a exportação de vinhos, 
com destaque para a exportação para a América do Norte, França, Inglaterra e, em especial, para o Brasil, 
onde eram muito apreciados.
Com as Invasões Francesas (1808‑1810), o vinho de Bucelas começou a ser conhecido 
internacionalmente. O duque de Wellington apreciava‑o de tal maneira que o levou de presente ao 
então príncipe regente, mais tarde Jorge III do Reino Unido. Depois da Guerra Peninsular, esse vinho 
tornou‑se um hábito na corte inglesa. No tempo de Shakespeare (1564‑1613), o vinho de Bucelas era 
conhecido por Lisbon hock (vinho branco de Lisboa).
O vinho de Carcavelos (1808‑1810) foi bem conhecido das tropas de Wellington, que o levaram para 
Inglaterra, tendo sido, durante muitos anos, exportado em grandes quantidades.
O vinho da Madeira (1808‑1810) foi considerado um dos vinhos de maior requinte nas cortes 
europeias, tendo chegado mesmo a ser usado como perfume para os lenços das damas da corte. Na 
corte inglesa, esse vinho rivalizava com o vinho do Porto. Shakespeare (1564‑1613) referiu‑se ao vinho 
da Madeira como “essência preciosa”, na sua peça Henrique IV. O duque de Clarence, irmão de Eduardo 
IV (século XV), deixou o seu nome ligado a esse vinho quando, ao ter sido sentenciado à morte na 
41
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
sequência de um atentado contra o seu irmão, escolheu morrer por afogamento num tonel de malvasia 
da Madeira. Mas, para além da Inglaterra, também a França, a Flandres e os Estados Unidos o importavam. 
Francisco I (1708‑1765) orgulhava‑se de possuí‑lo e considerava‑o “o mais rico e delicioso de todos os 
vinhos da Europa”. As famílias importantes de Boston, Charleston, Nova Iorque e Filadélfia disputavam 
os melhores vinhos da Madeira.
O vinho do Pico de Açores (século XVIII) foi amplamente exportado para o norte da Europa e até 
mesmo para a Rússia. Depois da Revolução (1917), foram encontradas garrafas de vinho Verdelho do 
Pico armazenadas nas caves dos antigos czares.
3.2 Bebidas destiladas
As bebidas destiladas vieram com os gregos, que registram o processo de obtenção da ácqua ardens. 
A água que pega fogo, água ardente, aparece nos registros do Tratado da Ciência escrito por Plínio, o 
velho, que viveu entre os anos 23 e 79. Ele conta que apanha o vapor da resina de cedro, do bico de uma 
chaleira, com um pedaço de lã. Torcendo o tecido, obtém‑se o al‑kohul. Foi no século 10 que Avicena, 
médico, astrônomo e filósofo árabe, descobriu o processo de destilação do material fermentado.
A destilação produz um líquido composto em sua maior parte por álcool etílico. A palavra álcool 
tem origem no termo árabe al‑kohul, que curiosamente significa fina poeira, referindo‑se ao sulfeto 
de antimônio, cosmético muito usado pelos egípcios. Posteriormente, esse termo passou a designar 
qualquer essência, como o álcool.
Entre o século X e XII, os alquimistas europeus classificaram o produto da destilação como ácqua 
ardens, literalmente água que pegava fogo, e atribuíram‑lhe propriedades místico‑medicinais. A água 
que ardia posteriormente foi obtida com um maior teor alcoólico e foi chamada de aqua vitae; eau de 
vie, em francês, e uisce beatha, em irlandês. Essa água da vida ou quintessência era usada pelos médicos 
como remédio e receitada como elixir da longevidade.
São os árabes que descobrem os equipamentos para a destilação, semelhantes aos que conhecemos 
hoje. Eles não usam a palavra al‑kohul e sim al‑raga, originando o nome da mais popular aguardente 
da Península Sul da Ásia, arak, uma aguardente misturada com licores de anis e degustada com água.
Pela força da expansão do Império Romano, a tecnologia de produção espalha‑se pelo velho e novo 
mundo. Na Itália, o destilado de uva fica conhecido como grappa. Em terras germânicas, se destila a 
partir da cereja, o kirsch; na Escócia, o uísque popular é destilado da cevada (ou do milho). No extremo 
Oriente, a aguardente serve para esquentar o frio das populações que não fabricam o vinho de uva. Na 
Rússia, a vodca vem do centeio. Na China e no Japão, o saquê, do arroz. Portugal também absorve a 
tecnologia dos árabes e destila a partir do bagaço de uva, a bagaceira.
Com o avanço da ciência, os químicos classificaram os álcoois e sua grande família; o álcool etílico é 
o composto que nos embriaga. A famosa reação de fermentação em que a glicose vira álcool é chamada 
de reação de Gay‑Lussac, famoso químico francês. Ele deixou sua marca em cada garrafa, pois, ao lermos 
o teor alcoólico, usamos a escala que tem seu nome.
42
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
Avancemos um pouco no tempo, estamos no século XVI, período da introdução da cana‑de‑açúcar 
no Brasil. Nos engenhos de cana, o que restava da produção de açúcar era dado aos escravos e aos 
animais. Esse resíduo era a borra do melaço fermentada, conhecido como vinho de cana. Essa borra é 
chamada até hoje pelos espanhóis de cachaza ou cagassa, em português. Alguém teve então a ideia de 
usar a técnica de Avicena, nessa época, já espalhada pela Europa, e destilar esse resíduo obtendo um 
destilado com alto teor alcoólico. Surgia assim a cachaça, aaguardente genuinamente brasileira.
No mundo inteiro, o homem vem produzindo bebidas destiladas há séculos, cada país com uma 
matéria‑prima diferente. A variedade ofertada no mercado é muito grande, para todos os gostos e bolsos.
3.2.1 Uísque
O termo whisky é utilizado pelos produtores da Escócia, Japão, Canadá e whiskey, nos Estados 
Unidos da América e na Irlanda, ambos se referindo ao mesmo produto: o uísque, sendo a cevada o 
ingrediente essencial para sua produção. O uísque da Escócia, desde o século XIX, é resultado de um 
blending (mistura) de diversos uísques de destilarias variadas. Os primeiros termos utilizados para definir 
a bebidas foram do gaélico uisge beatha (água da vida) e depois usque baugh e scotch uisge.
Os monges irlandeses foram os precursores da produção da bebida e contribuíram para que a Irlanda 
alcançasse a Escócia. No ano de 432, Patrick (canonizado como St. Patrick séculos mais tarde) teria 
levado para a Irlanda as técnicas de destilação de cereais. Posteriormente, o elixir teria sido levado 
para a Escócia. Henrique II, da Inglaterra, invadiu a Irlanda em 1172 e encontrou destilados de cereais 
fabricados na região há muito tempo. Segundo Adames; Dinham e Santos (2006), o primeiro registro 
escocês da bebida é de 1494, em um documento de impostos, fazendo referência a “oito barris de malte 
para o padre John Corr”.
No início, as destilarias escocesas eram clandestinas, pois a produção do uísque era desenvolvida 
individualmente nas residências das pessoas que se recusavam a pagar os impostos abusivos que os 
ingleses queriam cobrar sobre a bebida. A bebida era até mesmo contrabandeada para a Inglaterra. Só 
no ano de 1823 é que a destilação do uísque foi liberada mediante pagamento para o governo inglês.
Figura 8 – Uísque on the rocks
43
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
Regiões produtoras de uísque
A Escócia possui várias regiões produtoras de uísque. As mais conhecidas são:
• Lowlands: nas terras baixas ao sul da Escócia, se produzem os singles malts, mais leves e suaves. 
De sabor adocicado, agrada inclusive ao paladar feminino. As lowlands possuem três destilarias, 
tendo como características a delicadeza, leveza e o sabor adocicado.
• Campbeltown: por estarem próximas do mar, as turfas dessa região recebem muita influência 
de fenol e iodo provenientes das brisas marinhas. O uísque de Campbeltown é forte e encorpado, 
mas de sabor generoso e atraente. Atualmente, tem duas destilarias, mas antes da guerra, chegou 
a possuir cerca de 30.
• Islay: é uma bonita ilha da costa oeste da Escócia, produz um uísque com estilo e personalidade 
diferenciados. Todo legítimo uísque blended escocês possui em sua composição o single malt 
proveniente da ilha de Islay. A ilha possui cinco mil habitantes e oito destilarias, sendo em média 
uma destilaria para 625 pessoas. O uísque malt em Islay possui características excepcionais e é 
facilmente identificável. O aroma defumado torna‑o seco e tão forte que muitos apreciadores 
afirmam que sentem o sabor de iodo das algas marinhas. É a única ilha da Escócia que se orgulha 
de produzir um tipo de uísque que leva seu nome. Seus uísques são conhecidos simplesmente por 
Islay single malt, são salgados, defumados e medicinais
• Highlands: o uísque das Terras Altas, ao norte da Escócia, é o mais reverenciado e conhecido 
em todo o mundo. É a maior região produtora de uísque escocês e onde ele é misturado e 
engarrafado. Romântico, suave, frutado, admirável e glorioso. Essas são algumas das expressões 
dos especialistas em relação ao uísque produzido nas Highlands. Muitas destilarias exibem em 
seus rótulos a classificação “Highland Malt Whisky”. Isso serve para reforçar a excelência de um 
produto fabricado nessas terras abençoadas pela natureza. São frutados, temperados e aromáticos.
• Speyside: também localizada nas Terras Altas e nordeste da Escócia, essa região é abastecida 
pelo Rio Spey e seus oito afluentes. Abriga enorme quantidade de destilarias ao redor de quatro 
principais cidades: Rothes, Dufftown, Elgin e Keith. Região famosa por produzir os melhores 
maltes da Escócia. Concentram‑se nessa região 50% das destilarias da Escócia. São perfumados, 
frutados e florais.
Existem três uíques scotchs: de malte, de grão e blended. Suas características principais são:
• Uísques de malte: engarrafados como single malts; destilação em alambiques de cobre; 
existem cerca de 90 destilarias de uísques de malte na Escócia, sendo 42 delas em Speyside 
(nordeste da Escócia).
• Uísques de grão: mais leves e delicados; capacidade de produção 20 vezes maior que a produção 
de uísques de malte; destilação contínua; existem oito destilarias de uísques de grão na Escócia, 
só uma ao norte.
44
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
• Blended uísques: combinação de uísques de grão e uísques de malte, de diversos tipos e idades, 
de diversas regiões do país. O blending acontece depois da maturação de cada um dos uísques 
de grão e de malte. A pessoa responsável por essa mistura é o master blender, cargo máximo das 
destilarias de uísques. O propósito da mistura de uísques é criar um sabor mais rico, macio e suave.
Existe também o processo de triple blending, que garante a suavidade que nenhum método consegue igualar:
• Uísques de malte são misturados com uísques de malte.
• Uísques de grão são misturados com uísques de grão.
• Uísques de malte e grão são misturados e armazenados por mais um tempo (cerca de seis meses) 
em barris de carvalho. Esse método permite que haja um casamento perfeito entre os uísques. 
Esse processo gera um uísque super premium de qualidade insuperável e características próprias 
e específicas.
Categoria do uísque
• Scotch: a maioria absoluta dos scotches bebidos no mundo é de blends, ou seja, mistura de 
uísques destilados em alambiques.
• Bourbon: destilado de milho; ele deve conter pelo menos 51% de milho, mais geralmente tem 60 
a 80% desse cereal, e o restante é feito de pequenas proporções de cevada e centeio.
• Tenessee: produzido no estado americano de mesmo nome, tem pelo menos 51% de cereal em 
sua composição.
• Irish: uísque irlandês; o carvão é usado para aquecer o malte em seus alambiques, material que 
não exerce influência sobre o sabor da bebida.
Como identificar um bom uísque
• Selo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): toda bebida importada destilada, como 
uísque, vodca, conhaques, brandies, licores, steinhäger, tequilas, gim, aguardentes e champanhes, 
deve sempre conter o selo de IPI na cor vermelha. O referido selo, em papel‑moeda, é numerado 
e impresso pela Casa da Moeda.
• Selo do importador: toda bebida, seja ela nacional ou importada, tem sempre na parte de trás 
da garrafa uma etiqueta ou rótulo com o nome do importador ou fabricante, contendo inclusive 
algumas informações como composição do produto e data de validade.
Não existe um teste para bebedores normais – do tipo balançar a garrafa e ver as bolhas, tentar 
sentir o aroma do malte, ou outros existentes por aí – que autentique a origem do uísque. O ideal é 
adquirir suas garrafas em locais de procedência conhecida.
45
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
Uísques nacionais
• C. Chanceler;
• Davy’s;
• Old Master Blended;
• Old Red;
• Bells;
• Blended O Monge;
• Blenders Pride;
• Blue Macaw;
• Cockland Pocket;
• Drurys;
• Gold Cup;
• Gran Par Blend;
• Long John;
• Malte Barrilete Blended;
• Mark One;
• Natu Nobilis Celebrety 12 anos;
• Old Eight;
• Teachers;
• Teachers Petaca;
• Tillers;• Black Jack;
46
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
• Horses Neck;
• Natu Nobilis;
• Passport;
• Teachers Licorera.
Uísques importados
• Ballantines 30 anos;
• Ballantines 12 anos;
• Ballantines Finest 8 anos;
• Ballantines Very Old 17 anos;
• Blantons Original Bourbon;
• Buchanans 12 anos;
• Buchanans 18 anos;
• Chivas Regal 12 anos;
• Chivas Regal 18 anos;
• Cragganmore Single Speyside Malt 12 anos;
• Dalwhinnie 15 anos;
• Dewars White Label;
• Dimple Luxo 15 anos;
• Glen Grant Single Malt;
• Glenfiddich Ancient 18 anos;
• Glenfiddich Solera 15 anos;
• Glenfiddich Special Reserve 12 anos;
47
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
• Glenkinchie The Edinburgh Malt 10 anos;
• Glenlivet 12 anos;
• Glenmorangie;
• Glenvilet 18 anos;
• Grand Macnish 8 anos;
• Grand Old Parr 12 anos;
• Grants Family Reserva;
• J & B Reserve 15 anos;
• J & B Rare 8 anos;
• Jack Daniels;
• Jack Daniels Gentleman Jack;
• Jack Daniels Single Barrel;
• Jameson STD Irlandes 8 anos;
• Glenmorangie;
• Glenvilet 18 anos;
• Grand Macnish 8 anos;
• Grand Old Parr 12 anos;
• Grants Family Reserva;
• J & B Reserve 15 anos;
• J & B Rare 8 anos;
• Jack Daniels 750 ml;
• Jim Beam Black;
48
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
• Jim Beam White;
• Johnnie Walker Black Label 12 anos;
• Johnnie Walker Blue Label;
• Johnnie Walker Gold Label 18 anos;
• Johnnie Walker Green Label Pure Malt;
• Johnnie Walker Red Label;
• Johnnie Walker Swing 15 anos;
• Logan 12 anos;
• Royal Salute 21 anos;
• Sir Edwards Finest;
• Something Special DC;
• Talisker The Only Single Malt Scotch 10 anos;
• The Famous Grouse Finest;
• The Famous Grouse Gold Reserve 12 anos;
• The Macallan;
• White Horse 8 anos;
• William Lawson’s;
• Ballantines Finest 8 anos;
• Cutty Sark 12 anos;
• Cutty Sark 8 Anos;
• Glenvilet 15 Anos;
• Grants Premium 12 anos;
49
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
• Jameson 12 anos;
• Laphroaig Single Malt;
• Puro Malt Lagavulin 16 anos;
• Puro Malt Oban 14 anos;
• The Famous Grouse Vintage Malt 12 anos.
 Lembrete
Cada uísque tem sua particularidade. Essa bebida secular merece 
atenção especial na compra. Além das marcas, lembre‑se de sempre verificar 
no rótulo o tipo de scoth: grão, malte ou blend.
Curiosidades
O uísque mais caro do mundo é o Macallan Collection, 1926, que custa 3.000 por dose. Envelhecido 
sessenta anos nos melhores barris, é o mais antigo e procurado uísque, pertence à mais rara coleção 
da Macallan, já totalmente vendida. É possível provar essa raridade em Atlantic City, num hotel‑casino 
chamado Borgata Hotel Casino & Spa.
História do Jack Daniels
Ao longo dos anos, muito já foi dito sobre o Jack Daniel e o uísque que ele criou. Para ajudar a 
entender as origens de todos esses fatos e personagens, incluímos um pequeno histórico: Jack Daniel, 
um de 13 filhos, nasceu em 1850. Foi criado por um amigo da família até ser contratado para trabalhar 
com a família de Dan Call, quando tinha sete anos. Call, um pastor luterano, também era dono de um 
alambique de uísque no Rio Louse.
Durante os vários anos que se seguiram, Jack aprendeu tudo que pôde sobre a fabricação de uísque 
com Call. Então, em setembro de 1863, cada vez mais pressionado a dedicar a vida a elevar os espíritos, 
em vez de vendê‑los, Call vendeu a destilaria a Jack, que só tinha 13 anos na ocasião.
Jack Daniel, como Dan Call, amadurecia o uísque novo através de carvão de bordo. Embora o processo 
fosse amplamente empregado, o tempo e as despesas envolvidos o tornavam menos popular entre os 
sovinas produtores de uísque. Mas Jack achava que isso era essencial, assim, ele aperfeiçoou o processo 
de amadurecimento por carvão nos idos de 1866. Até hoje é isso que dá ao Jack Daniel’s seu caráter 
suave e gosto único. Prevendo a taxação do governo, Jack registrou sua destilaria em 1866. Ele foi o 
primeiro a fazer isso. Criando a mais antiga destilaria registrada do país. Embora medisse apenas 1,57 m, 
a estatura de Jack como destilador continuou crescendo.
50
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
Para marcar seu 21º aniversário, Jack foi às compras na cidade. Ele voltou usando uma casaca na 
altura do joelho e um chapéu de aba larga, que se tornariam seu uniforme diário para o resto da vida. Os 
que o conheciam afirmavam que “uma vez que ele conseguia algo do jeito que queria, ele não o trocava 
nunca”. Essa era a personalidade que caracterizaria o seu uísque.
Em 1904, Jack inscreveu seu uísque de degustação do Tennessee Old nº 7 na Feira Mundial de St. Louis, 
Missouri. Entre os 20 uísques de todo o mundo, o dele recebeu a Medalha de Ouro da Feira Mundial e foi 
celebrado como o melhor uísque do mundo. Por volta de 1905, um dia, Jack chegou cedo ao trabalho e 
tentou abrir o cofre de seu escritório. Ele não conseguia lembrar a combinação e então chutou o cofre com 
raiva. No golpe, quebrou um dedo e uma infecção se instalou. Ele acabou morrendo em 1911.
Como Jack Daniel nunca se casou nem teve filhos, ele deixou sua destilaria para um sobrinho muito 
trabalhador, Lem Motlow, que a dirigiu durante a Lei Seca. Quantos anos tem Jack? Um incêndio na 
cidade destruiu os registros do cartório e datas conflitantes nas lápides de Jack e de sua mãe deixam em 
dúvida a data exata de seu nascimento. A única certeza é de que ele nasceu no mês de setembro. Mas, 
de qualquer modo, para um ícone americano como ele, um dia só não bastaria para celebrar sua vida.
Premiações
É bom ser reconhecido por seu trabalho. E, ao longo dos anos, a Jack Daniel´s Distillery foi agraciada 
muitas vezes por seu excelente uísque do Tennessee. Basta olhar qualquer garrafa de Old nº 7 e você 
verá a lista de medalhas de ouro recebidas.
História dos Grants
Na William Grants & Sons, a paixão pela produção do melhor uísque scotch mantém‑se a mesma 
desde o dia do Natal de 1887, quando a primeira gota de uísque correu na destilaria de William Grant. 
A história do Clan Grant pode ser traçada desde o século XIV, época em que migraram para Speyside 
– agora o centro da produção de uísque – onde lhes foram oferecidas terras como recompensa pelos 
serviços prestados ao rei James VIII na rebelião de 1745.
Sobreviveram à batalha de Colloden, a última batalha militar a ser travada em solo britânico, 
mas derrotados e forçados a fugir, encontraram esconderijo em Banffshire, onde foram abrigados 
por um membro do clã Grant. Um dos que lá encontrou abrigo foi Alexander Grant, cujo bisneto, 
William Grant, viria a ser o fundador da Wiliam Grant & Sons. Nascido em 1839, graças a um 
professor seu – John Macpherson – William Grant largou o trabalho do campo e se dedicou aos 
estudos, os quais seriam uma excelente pedra‑base para maiores feitos. Começou a trabalhar numa 
destilaria em 1866, primeiro como escriturário e, mais tarde, graças à perícia e aos conhecimentos 
demonstrados, como administrador.
Os inúmeros prêmios e o reconhecimento internacional que detém são prova do seu compromisso 
com a excelência, assim como a dedicação e o empenho de todos os que lá trabalham. A William Grant 
& Sons foi recentemente premiada como a melhor destilaria do mundo pela terceira vez, fato inédito 
na história do uísque.
51
Re
vi
sã
o:
 A
line 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
A família Johnnie Walker
A Johnnie Walker tem uma história de determinação que se estende por três gerações de uma 
família. Cada geração compartilhou da mesma paixão pela fabricação e destilação do uísque. Johnnie 
era filho do fazendeiro Alexander Walker, que morreu em 1819, e o rapaz, então com 15 anos, era muito 
novo para continuar tocando a fazenda da família.
Com a venda da fazenda, John abriu uma pequena loja em 1820 na cidade de Kilmarnock, localizada 
no oeste da Escócia, investindo £417 no novo negócio. O pequeno estabelecimento vendia chás, vinhos, 
bebidas e comidas secas, começando a desenvolver uma clientela de alta reputação. Enquanto isso, o 
mercado de uísque estava mudando no mundo inteiro. As destilarias, muitas delas ilícitas, começaram 
a se profissionalizar, e Johnnie viu uma grande oportunidade de ingressar nesse ramo de atividade, 
começando a destilar seu próprio uísque. Utilizando toda sua habilidade, iniciou a produção, vendendo 
o produto para seus clientes, que logo começaram a exigir um nome para o uísque. Foi nesse momento 
que o uísque ganhou o nome de Johnnie Walker. Em 1857, com a morte do pai, o filho de John Alexander 
assumiu os negócios da família.
Em 1865, surgiu o percussor do Black Label, chamado Walker Old Highland Whisky, mediante a 
combinação de cerca de 40 dos melhores maltes e uísques de grãos escoceses, envelhecidos por, no 
mínimo, 12 anos. Em 1867, criou a etiqueta para o uísque, muito parecida com a etiqueta atual do Black 
Label. Foi criado em virtude da demanda, no mercado internacional, por uísques com características mais 
suaves; foi o primeiro a carregar a afirmação de ser 12 anos no seu rótulo e possuir mais de 40 maltes na 
sua composição. Em 1876, conseguiu registrar como marca o modelo da tradicional garrafa quadrada 
introduzida em 1870, e as cores preta e ouro das escritas de seu rótulo. Em 1880, abriu escritório na 
cidade de Londres, por onde exportava seu produto para o resto do mundo. Quando Alexander morreu, 
em 1889, deixou o negócio para seus dois filhos, George e Alexander. Alexander ficava responsável pela 
produção dos uísques, e George viajava o mundo estabelecendo uma rede de distribuição. Em 1920, 
podia‑se encontrar os uísques Johnnie Walker em 120 países. Nas décadas de 1930 e 1940, os irmãos 
investiram no setor de distribuição para popularizar ainda mais a marca pelo mundo.
A linha do tempo
1909
Quando George e Alexander Walker perceberam a oportunidade de desenvolver uma marca global 
no início do século XX, foi criado o Johnnie Walker Red Label, um uísque destilado 8 anos e antes 
conhecido com Very Special Old Highland Whisky, que possuía uma seleção inigualável de maltes em 
sua composição, garantindo assim sua superioridade. Eram mais de 35 tipos, tendo como principal o 
Cardhu, reconhecido malte das Terras Altas da Escócia (Highlands).
1932
Com a intenção de a garrafa acompanhar o movimento do mar, Alexander Walker II criou o Blend 
Swing (envelhecido 15 anos), inspirado na receita do Johnnie Walker Black Label.
52
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
Unidade II
1992
Lançamento no mercado dos uísques do Blue Label (feito a partir de uísques raros e envelhecidos 21 
anos) e do Gold Label (18 anos).
1997
Lançamento do Green Label no mercado do uísque (puro malte e envelhecido 15 anos).
Johnnie Walker Blue Label Baccarat é o resultado de uma parceria histórica entre a mais tradicional 
cristallerie do mundo e a mais renomada família produtora de uísque. Nessa edição especial e limitada, 
o Blue Label se apresenta num decanter Baccarat, com design que remete ao frasco de um perfume. 
Assim como um frasco de perfume reúne as notas mais marcantes de uma fragrância, o Blue Label 
Baccarat é uma versão especial da bebida, mais intensa e concentrada. O design exclusivo Baccarat 
possui características que ressaltam o sabor do uísque. Essa preciosa garrafa vem numa caixa de couro 
azul, com um livro que conta as origens do Blue Label. Na sua composição, o master blend mistura os 
maltes mais raros e de características mais marcantes da Escócia. Não existe um número exato de maltes 
e nem idade mínima de envelhecimento. Com edição mundial limitada a 4 mil unidades, o produto é 
vendido hoje pelo valor de 10 mil reais e distribuído para 20 países. A preciosidade foi lançada no Brasil 
em novembro de 2005.
Striding Man
O famoso logotipo da marca, chamado de Striding Man, ou andarilho, foi lançado em 1909, ao 
mesmo tempo que os renomados uísques Red Label e Black Label. A tradicional figura, com chapéu 
de pele de castor, túnica vermelha, calça branca, botas de montaria e monóculo inquisitor, foi criada 
primeiramente pelo popular cartunista Tom Browne, como uma homenagem de George e Alexander 
Walker a seu avô e ao progresso, pioneirismo e à saga da família Walker. O símbolo foi redesenhado 
através dos anos por uma sucessão de grandes artistas plásticos, como Basil Partridge, Leo Cheney, Clive 
Upton e Michael Peters. Sua roupa foi alterada ocasionalmente e diferentes posições foram adotadas, 
mas nunca perdeu o conceito de “continuar andando”, tornando‑se um dos logotipos mais reconhecidos 
no mundo e um verdadeiro ícone da indústria de bebidas alcoólicas. O ícone da marca ganhou sua 
última reformulação visual no ano de 2003, quando a marca apresentou suas novas garrafas e rótulos. 
Além desse elemento gráfico dominante, a garrafa quadrada e o rótulo inclinado sempre deram caráter 
próprio às embalagens de Johnnie Walker.
3.2.2 Vodca
Existe uma grande discussão a respeito de a produção de vodca ter se iniciado ou não na Rússia. 
No final da década de 1970, as empresas russas produtoras de vodca foram ameaçadas de não mais 
poderem utilizar o nome vodca em suas bebidas sob o pretexto de que ele seria de uso exclusivo 
de companhias estrangeiras, uma vez que já produziam essa bebida há mais tempo. Essa alegação se 
baseava em um decreto do governo russo de 26 de agosto de 1923 autorizando a produção de vodca 
naquele país, enquanto os outros países já a produziriam desde 1918.
53
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 3
1/
01
/1
8
ESTUDO DE BEBIDAS
Entretanto, aquele decreto assinalava tão somente a permissão para a retomada da produção de 
vodca na Rússia, proibida desde 1917, ano da Revolução Russa, quando foi mantida a decisão dos 
governos czaristas de proibição de produção de bebidas alcoólicas desde 1914, durante a Primeira 
Guerra Mundial.
Essa questão foi resolvida, e as indústrias estrangeiras renunciaram ao título de inventoras da vodca. 
Após a publicação dos estudos realizados pelo historiador russo William V. Pokhlióbkin em seu livro 
História da Vodca, em 1991, parece ter sido reconhecida a condição da Rússia como inventora da bebida. 
No entanto, sempre permanecerá uma dúvida sobre a origem de um lado ou de outro em uma região 
como o Leste Europeu. Essa região foi motivo de muitas lutas, conquistas e reconquistas por diferentes 
grupos políticos e sociais. Isso praticamente impede a identificação de um grupo étnico em particular 
como inventor da primeira versão da vodca.
Entretanto, vodca é indubitavelmente uma palavra nativa russa, cujo surgimento data do século 
XIV. Como bebida, o nome vodca foi reconhecido internacionalmente como um tipo de destilado. 
Quando se analisam a terminologia e a cronologia, se vê que o termo vodca foi aplicado a produtos 
completamente diferentes.
O sentido atual da palavra vodca é uma bebida alcoólica forte e conhecida amplamente. No entanto, 
seu real significado em russo é simplesmente água (vodá, em russo), na forma diminutiva, vodca 
(aguinha).

Continue navegando