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6 UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA CAMPUS: ASA SUL, BRASÍLIA MATEUS PORTELA ARAÚJO PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR VIII VALPARAÍSO DE GOIÁS 2021 7 UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA CAMPUS: ASA SUL, BRASÍLIA MATEUS PORTELA ARAÚJO PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR VII Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Gastronomia da Universidade Paulista, a ser utilizado como meio de avaliação para o semestre vigente. VALPARAÍSO DE GOIÁS 2021 8 RESUMO O presente trabalho visa apresentar o conhecimento adquirido no semestre vigente do curso de Gastronomia, demonstrando em prática, através de imagens, as técnicas ensinadas ao decorrer das aulas de culinária. A história do vinho e sua evolução será abordada, além das harmonizações possíveis da bebida com pratos e sobremesas. Visando apresentar um futuro próximo, alguns tópicos abrangentes das tendências da gastronomia mundial serão discorridos brevemente. Palavras-chave: Harmonização, vinho e tendências. 9 ABSTRACT This work aims to present the knowledge acquired in the current semester of the Gastronomy course, demonstrating in practice, through images, the techniques taught during cooking classes. The history of wine and its evolution will be discussed, in addition to the possible combinations of the drink with dishes and desserts. Aiming to present the near future, some broad topics of global gastronomy trends will be discussed shortly. Keywords: Harmonization, wine and trends. 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 6 2. ESTUDO DE BEBIDA: VINHO, O SABOR MILENAR ..................................... 7 2.1. Uma Origem Indefinida ........................................................................... 7 2.2. Egito e o Processo de Fermentação ....................................................... 8 2.3. Caminho Pela Grécia e Roma ................................................................ 8 2.4. Idade Média, Europa e Expansão Afora ................................................. 9 2.5. Chegada ao Brasil ................................................................................. 10 3. UVAS, UMA VARIEDADE GRANDIOSA ....................................................... 10 3.1. Tipos de Vinho ...................................................................................... 12 3.1.1. Tintos ........................................................................................ 12 3.1.2. Rosés ........................................................................................ 12 3.1.3. Brancos ..................................................................................... 13 3.1.4. Espumantes .............................................................................. 13 3.1.5. Fortificados ................................................................................ 14 4. HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS – VINHO ................. 14 4.1. Entrada ................................................................................................. 14 4.2. Prato Principal ....................................................................................... 15 4.3. Sobremesa ........................................................................................... 15 5. TENDÊNCIAS EM GASTRONOMIA .............................................................. 15 5.1. Vegetarianismo ..................................................................................... 16 5.2. Gastronomia Sustentável ...................................................................... 17 6. ATIVIDADE PRÁTICA .................................................................................... 18 6.1. Spaghetti ao Pomodoro – Ingredientes ................................................. 18 6.2. Capturas da Atividade ........................................................................... 19 6.3. Spaghetti ao Pomodoro – Modo de Preparo ......................................... 21 6.4. Finalização ............................................................................................ 21 6.5. Avaliação da Banca .............................................................................. 22 7. CONCLUSÃO ................................................................................................. 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 24 11 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo demonstrar os resultados, tantos técnicos quanto teóricos, em pesquisas e uma apresentação em cima da harmonização com vinhos, mostrando o lado histórico dessa bebida icônica e sua evolução ao decorrer do tempo. As tendências do futuro da gastronomia mundial também serão abordadas utilizando, principalmente, de pesquisas realizadas por agentes de renome no mercado nacional. 12 2. ESTUDO DE BEBIDAS: VINHO, O SABOR MILENAR Capaz de atravessar gerações distantes, o vinho evoluiu juntamente da humanidade ao longo das eras, acompanhando lado a lado os processos econômicos, sociais e políticos que tornaram do mundo a imagem preservada atualmente. É imprescindível não lembrar de uma bebida tão icônica para a história, ato igualmente difícil mesmo para os que não apreciam do álcool ou do vinho propriamente dito, pois o consumo de uma taça pode vir a recordar algum filme famoso ou personagens marcantes do entretenimento. Estrelando Al Pacino e Marlon Brando, O Poderoso Chefão mudou para sempre os rumos do cinema. Dá para imaginar esse drama, mais italiano do que americano, sem vinho? Definitivamente não! Don Vito Corleone, chefão da máfia em Nova Iorque, chega a dizer, inclusive, que “mais vermelho que vinho somente o sangue” (AS 10 MELHORES... 2020). 2.1. UMA ORIGEM INDEFINIDA A origem do vinho pode ser descrita de muitas formas, dependendo somente de qual cultura o faça. Cristãos e gregos, por exemplo, tomam como base histórias de cunho religioso ou até divino, desde o Antigo Testamento à crença de dádivas fornecidas por deuses, destacando-se o deus grego Dionísio, divindade do vinho, festas e teatro. Todavia entre fábulas e teorias, há um consenso de que a prática proposital do vinho só veio a ocorrer quando os nômades procuraram se estabelecer em moradias permanentes, deixando de caçar como habitualmente para dedicar-se ao cultivo e a domesticação de animais. Do ponto de vista histórico, é difícil afirmar a origem exata. O vinho surgiu antes da escrita e deve ter sido por acaso. Reza a lenda que alguém esqueceu um punhado de uvas amassadas em um recipiente e elas sofreram uma fermentação espontânea. Tcharam! Habemus vinho! No entanto, o cultivo da videira para a produção do vinho, assim como de outros alimentos, só foi possível quando alguns nômades se estabeleceram, fixaram-se na terra e tornaram-se sedentários (BARBOSA, 2017). É importante destacar também, visando um ângulo mais amplo e multicultural para com a origem da bebida, uma versão persa acerca do surgimento do vinho ao qual cita Luisa Valduga (2016), embaixadora do blog Famiglia Valduga: Trata-se da história de uma princesa (isso mesmo, para os persas, quem descobriu o vinho foi uma mulher!) que, depois de perder o apreço do rei, sentiu-se tão mal que decidiu cometer suicídio envenenando-se com uma taça de suco de uva “estragado”. Só que, em vez de morrer, ela notou que, depois de ingerir as tais uvas, seu humor melhorou tanto — passou da água para o vinho, poderíamos dizer — 13 que a princesa reconquistou o favor do rei. E assim se deu,para os persas, a descoberta de que uvas fermentadas não produzem veneno, mas sim um elixir poderoso (VALDUGA, 2016). 2.2. EGITO E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO O processo de fermentação é natural e simples, do ponto em que a paciência se torna um artifício para sua obtenção. A fermentação alcoólica transforma o açúcar presente na fruta (uva, para vinhos) em álcool, energia e gás carbônico. As responsáveis pelo processo de transformação são as leveduras, microrganismos que também aparecem na fermentação do pão, outro feito atribuído aos egípcios. O processo de fermentação foi uma técnica desenvolvida pelos egípcios por volta de 4000 a.C., dando ao pão o aspecto pelo qual o conhecemos hoje em dia. Antes de o homem aprender a produzir fermento, eles guardavam um pouco da massa crua de cada batelada para misturar com a seguinte. Entre as bateladas, a massa azedava, ou fermentava, por ação de leveduras do ar (EGITO ANTIGO... 2017). No Egito, por volta de 3.000 a.C., relata-se o surgimento dos primeiros vilarejos rodeados das plantações de oliveiras e videiras. Do Egito a viticultura propagou-se para o norte da África, Grécia, Itália, França e Espanha. Entre 1.000 a.C. e 900 a.C., Atenas, na Grécia, passou a ser centro cultural e artístico da civilização. Foram os gregos que provavelmente introduziram em Massallia (hoje a cidade de Marseille) e na ilha da Corsega, ambos pertencentes hoje à França, as primeiras plantações de uvas. 2.3. CAMINHO PELA GRÉCIA E ROMA Acredita-se que o apreço e a expansão do vinho pela Grécia e Europa ocidental tenham ganhado força com as conquistas de Alexandre, o Grande, da Macedônia, o mesmo sendo um apreciador ferrenho da bebida. Imaginamos que Alexandre teria gostado de destilados, mas a destilação ainda não havia sido inventada. Assim, bebia vinho dos melhores vinhedos e regiões da Grécia, os melhores vinhos do mundo à época. E ele bebia muito. Em uma época em que a maioria dos homens bebia seu vinho misturado com água (às vezes água do mar!), Alexandre tomava o seu puro, sem diluição (SUTCLIFFE, 2021). Antigos autores escreveram sobre as áreas de produção, as celebrações e as festividades do vinho. Existem descrições detalhadas de processos de produção de vinho em inscrições que datam de 2500 a.C. A mais antiga prensa de vinho do mundo foi conservada na área de Arhanes, na ilha de Creta. Foram encontradas grainhas de uvas em túmulos antigos. Na Ilíada, Homero também descreve muitas cidades e 14 regiões da Grécia como produtoras de vinho e elogia as suas tradições na produção desta bebida. Roma foi fundada em 753 a.C., mas já por volta de 500 a.C. iniciou seu processo expansionista e não levou muito tempo para anexar toda a Península itálica, o Mediterrâneo e a Grécia. Os romanos levavam o vinho para todos os lugares que invadiam. Era como se fosse uma forma de impor seus costumes e sua cultura nas áreas que conquistavam. Dessa forma, o vinho terminou virando a bebida dos soldados romanos e das tabernas. Diferente dos gregos, que armazenavam a bebida em ânforas, o processo romano de envelhecimento era mais moderno. O vinho era guardado em barris de madeira, o que aprimorava o seu sabor. 2.4. IDADE MÉDIA, EUROPA E EXPANSÃO AFORA Em 476 d.C., após a queda do último imperador, o Império Romano Ocidental entrou em colapso. Mas o vinho já não fazia parte de Roma. Era maior e assumira vida própria. Com a queda de Roma, teve início a Era Medieval. Nesse período, o consumo do vinho já era muito difundido em todo o Velho Continente, e como a potabilidade da água era sempre um mistério nesses tempos remotos, o vinho era muitas vezes preferível para acompanhar os banquetes. Nessa época, a França começou a se desenvolver no mundo dos vinhos, impulsionada por alguns fatores favoráveis: • No século XII, foi fundada na região da Borgonha a ordem dos monges cistercienses, adeptos ferrenhos da vinicultura e conhecidos por terem trazido as primeiras mudas de Chardonnay para Chablis, hoje principal região produtora do vinho branco feito com aquela uva; • Na mesma época, a região de Bordeaux conhece um desenvolvimento significativo na produção de vinho, tornando-se, após o casamento do rei inglês Henrique II com a viúva do Rei da França, Leonor de Aquitânia, principal fornecedora da bebida para a Inglaterra; • No século XIV, com a transferência da sede da Igreja Católica para a cidade de Avignon, no sul da França, o cultivo das uvas cresceu ainda mais no país; • No final do século XVI, o espumante foi descoberto acidentalmente em um mosteiro na França por Dom Pérignon. O vinho chegou no continente americano pela primeira vez no México, no século XVI, trazido pelos missionários para a eucaristia. O problema — só para os colonizadores, claro — foi que a produção mexicana teve tanto sucesso, por causa do clima do país, que se transformou em concorrência pesada no mercado europeu. Tanto é que o Rei da Espanha 15 teve que mandar parar a exportação de vinho pela colônia para não prejudicar o balanço econômico lá no velho continente! Mesmo assim, a vinicultura continuou crescendo por aqui, e os europeus foram recompensados por não ter destruído totalmente o cultivo das uvas nas Américas. Isso porque lá no final do século XIX, uma onda violenta de Filoxera — praga que ataca as folhas das parreiras — chegou à França, causando uma crise sem precedentes na produção mundial de vinho. A sorte foi que as plantas americanas eram muito mais resistentes à praga, por isso foi possível combater o desastre plantando parreiras nativas da América junto às plantas francesas para protegê-las. Essa prática, inclusive, deu origem a várias espécies híbridas, e é usada até hoje, sempre que a Filoxera volta para aterrorizar os vinicultores europeus (VALDUGA, 2016). 2.5. CHEGADA AO BRASIL As primeiras videiras do Brasil foram trazidas pela expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza, em 1532. Brás Cubas, fundador da cidade de Santos, é, reconhecidamente, o primeiro a cultivar a vinha em terras brasileiras. No Rio Grande do Sul a videira chegou em 1626, trazida pelo jesuíta Roque Gonzáles que plantou videiras europeias em São Nicolau, nos Sete Povos das Missões. Embora houvesse necessidade da produção de vinho para utilização na missa, a dificuldade de adaptação de variedades viníferas em nossas terras impediu a disseminação da vitivinicultura no Brasil. Em 1742, assinala-se o renascimento da vitivinicultura rio-grandense com a chegada de sessenta casais açorianos e madeirenses radicados em rio grande e porto alegre. No ano de 1813, D. João VI reconhece oficialmente a primazia de Manoel de Macedo Brum da Silveira no plantio de videiras e produção de vinho no Rio Grande. Por volta de 1840, a introdução da variedade americana Isabel, por Thomas Master, na ilha dos Marinheiros, foi sucedida de grande sucesso. Sua resistência e rusticidade fizeram que ela se implantasse preferencialmente na região em detrimento das cepas viníferas, mais frágeis. A uva Isabel foi-se disseminando nas áreas de colonização alemã, como São Leopoldo (A HISTÓRIA... 2017). 3. UVAS, UMA VARIEDADE GRANDIOSA Em 2017, a OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) divulgou um relatório com dados sobre a diversidade global de videiras e uma visão geral de distribuição, abrangendo cerca de 75% da área de vinhas do mundo. Esse relatório traz informações de diversos tipos de uvas, seja para a produção de vinho ou consumo in natura (uvas de mesa). Existem cerca de 12.250 castas identificadas como Vitis vinifera, porém, esse número inclui os nomes tidos como sinônimos e homônimos, ou seja, diferentes 16 nomes para uma mesma uva. Sem abranger esses detalhes, a quantidade de variedades Vitis vinifera é estimada em 6.000.No topo do ranking elaborado pela OIV para classificar as uvas mais utilizadas para a produção de vinho, a Cabernet Sauvignon lidera com cerca de 5% do total da área mundial de vinha. Seguindo a classificação, estão Merlot com 3% e Tempranillo com aproximados 1%. Fonte – Adaptação realizada pelo site especializado em vinhos Winepedia1. 1 Fonte: https://www.wine.com.br/winepedia/curiosidades/as-uvas-mais-cultivadas-do-mundo/ Figura 1 – Classificação mundial de cultivo por hectares das castas tintas e brancas. 17 3.1. TIPOS DE VINHO Muitas variáveis são levadas em consideração para a classificação de um vinho: os tipos de uvas utilizadas, a fermentação, os meios e técnicas praticadas, etc. Popularmente, são classificados em cinco tipos: tintos, rosés, brancos, espumantes e fortificados. 3.1.1. TINTOS Este vinho é resultante da extração de uvas tintas. Sua coloração provém do trabalho feito com as cascas das uvas, que descansam com o mosto da mesma. Este processo chama-se maceração e dará ao vinho suas características principais. A intensidade de cor e sabor que o vinho terá quando estiver pronto, está devidamente ligada a dois fatores básicos: o tipo da uva que será usada para fazer a bebida e o tempo de maceração das cascas no mosto. Por haver uma enorme variedade de uvas tintas, os vinhos derivados destas uvas podem ter estilos muito diferentes, com temperatura de serviço bastante ampla: entre 14ºC e 16ºC para Tintos leves e 16ºC a 18ºC para médios a encorpados. 3.1.2. ROSÉS O vinho rosé ou rosado segue a mesma técnica de produção dos outros vinhos, com a grande diferença que este pode ser feito por três métodos: o tradicional, o corte de vinho e a sangria. • Método Tradicional: As uvas são prensadas e mantidas por um período (mosto, cascas e sementes). Para ser mais específico, este período varia entre 02 e 24 horas, até que se obtenha o tom rosado – é necessário também que a temperatura seja controlada para a maturação. Este período de maturação será determinante para se obter ao final de todo o processo, um excelente sabor específico do vinho rosé e também de sua cor. • Método Corte de Vinho: Apesar de ser muito utilizado em alguns países, é abominado pelos franceses, que consiste em uma mistura do vinho tinto já vinificado com o vinho branco. O resultado, portanto, não é muito satisfatório para um bom apreciador. Vale destacar inclusive que, em algumas regiões, este método é proibido por lei. • Método Sangria: Consiste em, antes da fermentação, retirar uma parte do mosto (em geral até 10%) das uvas prensadas. Deste líquido dá-se o nome de sangria, que é utilizado na produção do vinho rosado. 18 Para ser mais específico, isto se caracteriza como um subproduto do vinho tinto, o que o torna de uma qualidade inferior e também configura um teor alcoólico mais acentuado. Os mais prestigiados rosés são produzidos na França, na famosa região de Provence. Lá utiliza-se (sempre e somente) o método tradicional. Vale ressaltar que este é também o método utilizado na Itália e Portugal, além da América do Sul (Argentina e Chile). O vinho Rosé deve ser servido a uma temperatura em torno dos 8ºC, sendo uma excelente opção para ser apreciado na primavera e verão. 3.1.3. BRANCOS Enganam-se os que acham que vinho branco tem que ser feito com uva branca. Existem alguns vinhos que são extraídos de uvas tintas. O método de produção é similar ao do vinho tinto. A grande diferença é que as cascas são separadas do mosto assim que são prensadas, para que este não adquira as características provenientes das cascas. As uvas são prensadas de forma suave para que o suco seja retirado sem esmagar a semente e as cascas, que são mantidos em temperaturas mais baixas para obter o vinho leve e frutado. Com base em sua composição, o ideal é que seja servido numa temperatura mais baixa que os vinhos tinto e rosé (entre 6ºC e 12ºC), para uma melhor apreciação do seu sabor. Podem ser utilizados vários tipos de uvas brancas, entre elas, destaque para Chardonnay e Sauvignon Blanc, que apesar da origem francesa, são produzidas em larga escala em muitos outros países. Os vinhos brancos, feitos de uvas brancas, são chamados de Blanc des Blancs. 3.1.4. ESPUMANTES Espumante é o vinho com “perlage”, ou borbulhas. Seu maior representante é o Champagne, que leva este nome por ser produzido nesta região da França. Existem dois métodos de produção para espumantes: Charmat e Chapenoise (ou tradicional). Além disso, os espumantes podem ser tintos, rosés ou os mais tradicionais, brancos. Os Champagnes nasceram de um erro na produção de vinhos tranquilos. Após engarrafados, alguns vinhos iniciavam uma nova fermentação, quando expostos a temperaturas mais alta e suas garrafas explodiam. Com o passar dos anos, os vinicultores da região aprenderam a conduzir esta fermentação a ponto de criarem um produto novo e que caracterizou a produção da região. Bem mais recente, em 1907, o Charmat surge da necessidade de chegar a um produto que se assemelhasse ao Champagne, porém barateando o custo e aumentando a produção. O método permite que a segunda fermentação, onde se desenvolve o álcool e o gás carbônico, seja feita 19 em tanques e o líquido, quando engarrafado, já sem as leveduras, não fermente na garrafa. O espumante é uma bebida única, cheia de sabor, elaborada a partir de diversos tipos de uvas, características de cada região produtora. Em Champagne, onde a legislação sobre a produção é bastante rígida, são utilizadas apenas as castas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Manier, em diversas proporções. 3.1.5. FORTIFICADOS De modo geral, esses tipos de vinho são aqueles que possuem aguardente vínica ou outro tipo de destilados adicionados à sua mistura no processo de produção, resultando em vinhos com teor alcoólico mais elevado. Antigamente, os vinhos eram transportados de navio por longas viagens e, por isso, era preciso deter a fermentação da uva e garantir a estabilização da bebida. Assim, o principal objetivo nas primeiras produções de vinhos fortificados era com o objetivo de conservar por mais tempo. O álcool da bebida destilada mata as leveduras responsáveis pela fermentação, fazendo com que sobre uma maior quantidade de açúcar não fermentada. Como o açúcar não é transformado em álcool, o resultado é uma bebida mais doce, forte e com maior teor alcoólico. Nesta categoria se destacam o Vinho do Porto, Madeira, Jerez e Marsala. 4. HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS – VINHO Um vinho pode ter suas características intensificadas, reduzidas ou até anuladas em relação aos alimentos que este acompanha. A harmonização visa trazer uma combinação perfeita entre o prato e a bebida, tendo diversas variáveis que afetam diretamente o paladar e a sensação de prazer sentido no momento do consumo. O conhecimento abrangente das técnicas de harmonização permite que as três etapas da refeição sejam apreciadas em seu auge de sabores, tornando a experiência do comer e beber um ato especial. 4.1. ENTRADA Há uma regra básica para a harmonização: vinhos leves acompanham pratos leves, refeições mais ácidas pedem vinhos mais frescos e pratos com muita gordura devem ser acompanhados de vinhos com taninos fortes e marcantes. Petiscos geralmente são os escolhidos para servir uma entrada leve, sejam tiras de filé acebolado ou um pão gourmet fresquinho. Neste caso, vinhos tintos jovens são recomendados para o acompanhamento, pois alimentos gordurosos auxiliam na suavização dos taninos presentes no vinho tinto. Outro caso, é a utilização de iscas de peixe ou frutos do mar, que combinam perfeitamente com vinhos brancos devido a leveza e aromatizaçãodestes, fora o nível de acidez nivelado. 20 4.2. PRATO PRINCIPAL Ao levar como elemento principal a carne, a harmonização deve seguir as características ditadas pela peça. Carnes leves, com baixo teor de gordura, pedem vinhos tintos também leves e, além disso, mais delicados, como Pinot Noir ou Merlot. Já peças gordurosas, como uma picanha, necessitam de tintos mais encorpados, como Cabernet Sauvignon, Tannat ou Syrah. Pratos a base de peixes levam vinhos brancos por sua leveza e aromatização, embora não sejam uma unanimidade. Determinados tipos de peixe se encaixam bem com tintos jovens, assim como a forma do preparo que pode definir qual harmonização será mais adequada. Grelhados pedem vinhos brancos secos ou um bom espumante. Já as massas, um fator decisivo é o molho utilizado no preparo. Molho à base de queijo pedem vinhos brancos e rosés, enquanto molhos vermelhos levam os tintos como prioridade. Para uma macarronada ao molho de tomate, por exemplo, é recomendado vinhos tintos secos. 4.3. SOBREMESA A dificuldade da harmonização com sobremesas está nos pratos à base de açúcar. Sobremesas têm o poder de mascarar o sabor frutado dos vinhos, elevarem sua sensação de acidez, colocar o álcool em evidência, além de deixá-los mais amargos. Contudo, utilizar um vinho doce com baixo nível de acidez irá equilibrar o paladar. Espumantes doces também são excelentes opções. 5. TENDÊNCIAS EM GASTRONOMIA O futuro do mercado gastronômico detém clareza quanto aos caminhos que possivelmente serão tomados para a evolução da alimentação. Atualmente, alguns pontos fortes já são providenciados e ganham cada vez intensidade nas indústrias e negócios locais. Mercados como o de alimentos saudáveis estão sendo evidenciados no que diz respeito ao cuidado do corpo humano e no desenvolvimento de novas oportunidades de negócio. De acordo com um estudo da agência de pesquisa Euromonitor, o consumo de alimentos saudáveis no Brasil vem crescendo nos últimos anos. • O mercado de alimentação ligado à saúde e ao bem-estar cresceu 98% no país de 2009 a 2014. • O setor movimenta US$ 35 bilhões por ano no Brasil, que é o quarto maior mercado do mundo. • Para 28% dos brasileiros, consumir alimentos nutricionalmente ricos é muito importante. • E 22% da população opta por comprar alimentos naturais e sem conservantes (ALIMENTAÇÃO... 2019). 21 Destacar os diferentes públicos desse mercado é importante para entender e distinguir as motivações que fornecem o crescimento exponencial do ramo. A adoção de dietas especiais, por exemplo, adiciona um grupo que necessita tornar-se saudável visto doenças e problemas de saúde. É possível apontar o combate ao sedentarismo como outro responsável pelo aumento crescente, pois a mudança dos hábitos alimentares estão cada vez mais ligados nos produtos alternativos ou orgânicos. 5.1. VEGETARIANISMO O número de vegetarianos no Brasil vem crescendo ao longo dos anos, mostrando que esse mercado tem um potencial enorme para empreendedores dedicarem seus esforços com mais empenho e foco. Fonte – Adaptação realizada pelo Sebrae2. 2 https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosMercado/segmento-de-alimentacao- saudavel-apresenta-oportunidades-de-negocio,f48da82a39bbe410VgnVCM1000003b74010aRCRD Figura 2 – Pesquisa realizada pelo Ibope sobre o vegetarianismo no Brasil. 22 5.2. GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL É destacado na mídia diária e por organizações dedicadas ao assunto, a importância da mudança no hábito alimentar do ser humano. As mudanças climáticas estão ameaçando o suprimento de alimentos mundialmente, e as formas de produção desses alimentos é que são responsáveis pelas mudanças climáticas. Alguns anos atrás, as Nações Unidas declararam o dia 18 de junho como o Dia Gastronomia Sustentável, em um esforço para promover e incentivar refeições conscientes em todo o mundo. A alimentação une as três dimensões do desenvolvimento sustentável, as pessoas, o planeta e o lucro. Os alimentos não afetam apenas a saúde das pessoas, mas também a terra, a água e os ecossistemas por meio do desenvolvimento da agricultura, da infraestrutura de transporte e de outros serviços, como turismo e agroalimentação. Buscando combater a falta de senso das pessoas diante os problemas surgidos, a Gastronomia Sustentável é o processo de cozinhar que foca na origem dos ingredientes, como os alimentos são cultivados, os meios pelos quais chegam ao mercado e aos pratos dos consumidores. Aqui, o foco é escolher alimentos saudáveis não só ao corpo, mas ao meio ambiente em toda a cadeia produtiva. Os restaurantes podem e devem focar nas novas oportunidades de sustentabilidade: adoção dos princípios da economia circular com produtores e distribuidores locais, implementação de cardápios que minimizem produtos prejudiciais ao meio ambiente, estabelecimento de parceria com outras empresas para melhor gerenciar as relações de concorrência na cadeia de abastecimento alimentar, proibição de plásticos descartáveis e promoção de energia limpa para restaurantes locais. 23 6. ATIVIDADE PRÁTICA Para harmonizar com o vinho escolhido (tinto leve), o prato principal utilizado foi o Spaghetti ao Pomodoro, ou Espaguete ao Molho de Tomate. Assim como dito em tópicos anteriores, para molhos vermelhos é recomendável o uso de vinhos tintos leves. Graças aos taninos presentes nesse tipo de vinho, a acidez do tomate é anulada e harmoniza no paladar. 6.1. SPAGHETTI AO POMODORO: INGREDIENTES INGREDIENTES QUANTIDADE UNIDADE Espaguete n°8 500g Gramas (g) Tomate 600g Gramas (g) Açúcar A gosto - Sal A gosto - Azeite de oliva Fio de azeite - Cebola 1 - Manjericão seco A gosto - Queijo parmesão 100g Gramas (g) Dente de alho 5 - Figura 3 – Mise en Place dos ingredientes e panelas. Fonte – Acervo pessoal. Quadro 1 – Ingredientes 24 • A falta de materiais impede de a produção do macarrão ser caseira, o que agregaria no conjunto da obra; • É importante ressaltar o uso do espaguete n°8 por sua espessura e a facilidade de deixá-lo al dente. 6.2. CAPTURAS DA ATIVIDADE • Uma técnica utilizada para descascar facilmente o tomate, consiste em deixá- lo de 2 a 3 minutos em água fervente e logo depois banhá-lo em água fria. Para uma maior praticidade, fazer um corte cruzado na base do tomate antes do processo irá facilitar a retirada da casca. Figura 4 – Corte cruzado na base dos tomates. Figura 5 – Tomates em água ferventes. Figura 6 – Tomates descascados. Fonte – Acervo pessoal. Fonte – Acervo pessoal. Fonte – Acervo pessoal. 25 • Cabe destacar a utilização correta da faca ao cortar verduras, legumes ou outros alimentos, sempre com as pontas dos dedos de apoio flexionados para trás auxiliando para que a parte cortante do utensílio deslize com segurança e eficácia. • Na figura 8 observa-se o acréscimo do tomate aos outros temperos já previamente refogados. Caso o molho comece a ficar seco, basta adicionar água. A correção da acidez do tomate pode ser feita a base de açúcar, embora não recomendada por alguns chefs. • Na figura 9 é importante destacar a adição do espaguete inteiro na água fervente. Muitos casos de massas que não dão certo ocorrem pela utilização Figura 7 – Forma correta de usar a faca. Fonte – Acervo pessoal. Figura 8 – Processo de tempero do molho. Figura 9 – Macarrão em água fervente. Fonte – Acervo pessoal. Fonte – Acervo pessoal. 26 de uma panela muito pequena para a quantidade de massa, sendo que a mesma precisa de espaço. Quebrar o espaguete é um ato mal visto por italianose apreciados da massa. 6.3. SPAGHETTI AO POMODORO: MODO DE PREPARO 6.4. FINALIZAÇÃO MODO DE PREPARO 1. Pique os dentes de alho em lâminas, reserve as três colheres (sopa) de manjerona fresca e retire dos tomates a pele e pique-os; 2. A pele dos tomates poderá ser tirada a partir de uma panela de água fervente. Coloque-os em água fervente e deixei-os por uns 2 a três minutos até notar que a pele está rachada. Jogue-os em água fria e descasque-os. Depois pique-os, retirando as sementes. 3. Em uma panela forre o fundo com azeite extra virgem (100 ml) e em fogo baixo coloque os alhos em lâmina e as colheres de manjericão. Deixe por uns cinco minutos e você perceberá o aroma do alho e manjericão. Na mesma panela acrescente os tomates e refogue por mais uns quinze minutos. Acrescente um pouco de água se o molho estiver secando. 4. Depois dos quinze minutos coloque sal a gosto e uma pitada de açúcar para retirar a acidez do molho. 5. Em uma panela grande, ferva água com um pouco de sal e uma colher (sopa) de óleo e quando estiver fervendo acrescente o espaguete e deixe cozinhando por uns 9 minutos, deixando-o “al dente”. Escorra e coloque em uma travessa. 6. Adicione o molho pomodoro no espaguete que está na travessa. Adicione o queijo parmesão. O espaguete ao pomodoro está pronto para ser servido quente. Quadro 2 – Modo de Preparo Figura 11 – Apresentação II. Figura 10 – Apresentação I. Fonte – Acervo pessoal. Fonte – Acervo pessoal. 27 6.5. AVALIAÇÃO DA BANCA As avaliações a seguir foram redigidas pelos próprios avaliadores em questão: Avaliador 1: Phelipe de Araújo Parentesco: Irmão Avaliação: “Não tenho costume com álcool e essa é a primeira vez que experimento harmonizar. O macarrão estava ótimo e combinou muito bem com o vinho. Aliás, achei o vinho um pouco pesado, como se sobressaísse sobre o prato.” Avaliador 2: Maria José Parentesco: Mãe Avaliação: “O macarrão estava al dente, do jeito que mais gosto. Apesar de não beber nenhum tipo de álcool, a experiência foi interessante. Senti o vinho se encaixar principalmente com molho, mas também ficou o gosto forte na boca.” Fonte – Acervo pessoal. Figura 12 – Avaliação. 28 7. CONCLUSÃO A importância do vinho para o mundo e a história é imensa, um coadjuvante que esteve presente em muitos momentos marcantes e eventos de destaque. Saber realizar sua harmonização, apesar de não ser uma experiência simples, é cativante pelo fato de a experimentação ser o principal meio para chegar no ponto esperado. Treinar o paladar para essa tarefa exige tempo e busca de informações, o que proporciona o agregamento conhecimentos curiosos e necessários para um futuro gastrônomo ou apreciador da arte que é o prazer de saborear uma refeição. Visto os avanços e debates diante as tendências da gastronomia, os mercados estão cada vez mais preparados e já transitam fortemente para uma mudança no hábito do ser humano. A situação climática reverbera mundialmente e é discutida por líderes de diversas nações. Adaptar a fórmula de fabricação do mercado de alimentos já é considerado uma obrigação para com a permanência da vida saudável. 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS As 10 melhores cenas de vinho do cinema. Sonoma, 2020. Disponível em: <https://blog.sonoma.com.br/curiosidades/as-10-melhores-cenas-de-vinho-do- cinema/>. Acesso em: 23 de novembro de 2021. BARBOSA, Edson. A história do vinho: A bebida que foi além das civilizações. Vinitude, 2017. Disponível em: <https://www.clubedosvinhos.com.br/historia-do- vinho/>. Acesso em: 23 de novembro de 2021. VALDUGA, Luisa. A história do vinho no mundo: entenda como esta bebida colonizou os continentes. Famiglia Valduga, 2016. Disponível em: <https://blog.famigliavalduga.com.br/a-historia-do-vinho-no-mundo-entenda-como- esta-bebida-colonizou-os-continentes/>. Acesso em: 23 de novembro de 2021. A Origem do Vinho – Conheça… Parte I. Vinhosite, 2016. Disponível em: <http://blog.vinhosite.com.br/conheca-um-pouco-mais-sobre-a-historia-do-vinho/>. Acesso em: 23 de novembro de 2021. A História do Vinho no Brasil. Enologia, 2017. Disponível em: <https://www.enologia.org.br/curiosidade/a-historia-do-vinho-no-brasil>. Acesso em: 24 de novembro de 2021. As uvas mais cultivadas do mundo. Winepedia, 2018. Disponível em: <https://www.wine.com.br/winepedia/curiosidades/as-uvas-mais-cultivadas-do- mundo/>. Acesso em: 26 de novembro de 2021. Quais são os tipos de vinhos? Conheça os 5 principais. Viavini, 2020. Disponível em: < https://www.viavini.com.br/blog-de-vinhos/quais-sao-os-tipos-de-vinhos-conheca- os-5-principais/>. Acesso em: 26 de novembro de 2021. SIMÕES, Lucas. Da entrada à sobremesa: escolha o melhor vinho para jantar com seu pai. Famiglia Valduga, 2018. Disponível em: <https://blog.famigliavalduga.com.br/da-entrada-a-sobremesa-escolha-o-melhor- vinho-para-jantar-com-seu-pai/>. Acesso em: 27 de novembro de 2021. Alimentação saudável cria ótimas oportunidades de negócio. Sebrae, 2021. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosMercado/segmento-de- alimentacao-saudavel-apresenta-oportunidades-de- negocio,f48da82a39bbe410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 27 de novembro de 2021. 30 Gastronomia Sustentável: de olho em toda a cadeia produtiva. Pensamento Verde, 2021. Disponível em: < https://www.pensamentoverde.com.br/sustentabilidade/gastronomia-sustentavel-de- olho-em-toda-a-cadeia-produtiva/>. Acesso em: 27 de novembro de 2021.
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