Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Pessoa = sujeito (titular) das relações jurídicas. A pessoa natural é todo ser humano (art. 1º CC). Toda pessoa é dotada de personalidade, mas nem toda pessoa possui capacidade plena. Os sujeitos de direito não personalizados podem ser humanos e não humanos. Os despersonalizados humanos são os nascituros pois apesar de não serem pessoas (pois a personalidade da pessoa natural só se inicia com o nascimento com vida), eles já possuem direitos e até mesmo obrigações (de exigibilidade suspensa) na órbita civil. Já os não humanos abrangem a massa falida, o espólio, as sociedades em comum, o condomínio, dentre outros. Existem 3 teorias que explicam a situação do nascituro: → Teoria Natalista Segundo essa doutrina, o nascituro não poderia ser considerado pessoa, pois CC exige para personalidade civil o nascimento com vida. Assim, o nascituro não teria direitos, mas mera expectativa de direito. Tal teoria fundamenta-se numa interpretação simplificada da lei, dispondo que a personalidade jurídica começa com o nascimento com vida, o que traz a conclusão que o nascituro não é pessoa. Sendo considerado apenas uma coisa, uma vez que teria somente expectativa de direitos. É uma teoria está totalmente atrasada quanto as novas técnicas de reprodução assistida e da proteção dos direitos do embrião, pois, ela nega ao nascituro até mesmo os direitos fundamentais relacionados a sua personalidade, como o direito à vida, a investigação de paternidade, aos alimentos, ao nome e até à imagem. → Teoria da Personalidade Condicional Filia-se a teoria natalista. Para essa doutrina, a personalidade civil começa com o nascimento com vida, mas os direitos do nascituro estão sujeitos a uma condição suspensiva (elemento acidental, e sua eficácia verifica-se em evento futuro e incerto), que é o nascimento. Aqui, o nascituro não tem direitos efeitos, mas apenas direitos eventuais sob a condição de nascer com vida, mera expectativa de direitos. → Teoria Concepcionista Sustenta que o nascituro é pessoa humana, tendo direitos resguardados por lei e a personalidade civil é adquirida desde a concepção. Também abrange o natimorto: “A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”. pessoa natural ou jurídica Personalidade: capacidade de direitos e deveres (aptidão) da ordem social. É sempre absoluta e sem gradação. Capacidade plena: capacidade de direito ou gozo + capacidade do exercício de fato. Pessoa x Sujeito Pessoa: todo ser dotado de personalidade jurídica, podendo ser física ou jurídica. Sujeito de Direito: é qualquer ente que pode ser titular de obrigações na órbita civil, podendo ou não ser pessoa. Art. 2º, CC: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.” É a doutrina que prevalece entre os autores contemporâneos do Direito Civil Brasileiro, nos julgados e no ordenamento jurídico brasileiro como todo. É importante ressalvar que ambas as teorias (natalista e concepcionista não são unânimes, apesar de uma delas prevalecer mais que a outra. Há pessoas que apesar de possuírem em sua totalidade a capacidade de direito, não têm, de forma temporária ou definitiva, meios físico-mentais para gerir sua existência sem que corram graves riscos, o Direito deve se preocupar em proteger tais pessoas. Para tais pessoas, o Direito formulou a Teoria das Incapacidades, que regulamenta como reconhecer, classificar e os meios de realização de direitos para as pessoas que possuem essas impossibilidades. A EPD (Estatuto das Pessoas com deficiência foi um marco nessa teoria, trazendo nova visão acerca dos incapazes. As duas fontes diretas da incapacidade são a sentença ou a lei. → Todo índio é considerado incapaz, sendo tutelado pelo órgão competente federal (FUNAI). Assim, os atos praticados por eles sem a assistência são considerados nulos. Para deixar de ser incapaz ele necessita de uma decisão do judiciário a qual reconheça sua possibilidade de liberação de regime tutelar. → Até os 16 anos, os menores são considerados absolutamente incapazes e dos 16 aos 18 são relativamente incapazes. → Demais formas de incapacidade relativa: Obs.: A curatela e a tomada de decisão apoiada são os mecanismos de proteção dos relativamente incapazes. → Emancipação É o instituto jurídico de concessão da plena capacidade civil antes da maioridade. As causas estão elencadas no art. 5º do CC, sendo elas: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; Fique por dentro!!!!!!! Lei 11.105/2005 – Lei da Biossegurança Tutela a integridade física do embrião, reforçando a teoria concepcionista. Proíbe a engenharia genética no embrião humano. O art. 5° apenas autoriza a utilização de células-tronco embrionárias para fins científicos e terapêuticos desde que os embriões sejam inviáveis à reprodução. Essa é a exceção e não a regra. assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Art. 228, § 2º, CC: A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva. assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Art. 4 º, CC: São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Obs1.: Somente a emancipação voluntária não é capaz de afastar a responsabilidade civil dos pais (que respondem subsidiariamente), pois as formas legais e judicial afastam completamente tal responsabilidade. Obs2.: Os tutores apenas solicitam a emancipação, que será determinada pelo juiz. Obs3.: A emancipação é irrevogável, mas é anulável. São direitos que visam à proteção total do sujeito, aplicando-se de forma limitada às pessoas jurídicas (art. 52 CC). Sendo eles: → Absolutas → Irrenunciáveis → Intransmissíveis → Imprescritíveis Principais direitos da personalidade: → Direito à vida e à integridade física: envolve toda a relação da pessoa com o seu corpo, tendo por moderador a dignidade humana. → Direito á integridade moral: esse direito tutela toda a esfera de intimidade e privacidade da pessoa. → Direito à identidade: esse direito possui dois reflexos básicos – a faculdade de conhecer sua ascendência genética e o nome civil. Vínculo jurídico especial estabelecido em relação ao local em que se estabelece a residência habitual. Não existe no Brasil a possibilidade de uma pessoa não ter domicílio, pois mesmo não possuindo pouso certo será considerado domiciliado onde for localizado. → Espécies de domicílio: De origem: primeiro domicílio de uma pessoa, coincide com o de seus pais. Legal ou necessário:formas especiais de domicílio apontadas por art. 7°, §7° da LICC e 76, CC. Voluntário: trata-se do domicílio escolhido pela pessoa, não havendo impedimento mesmo que se trate de caso de domicílio legal. De eleição: trata-se do local designado pelas partes para que se discutam questões advindas de uma relação contratual. A existência da pessoa física termina com a morte, é o que determina o art. 6° do CC. A morte possui um sentido jurídico próprio: ocorre na morte encefálica, morte real (com cadáver). É necessário então o laudo de dois médicos que não participem das equipes de remoção e transplantes. Com base na declaração de óbito, é lavrada certidão de óbito em Cartório de Registro de Pessoas Naturais. A comoriência impede que pessoas que morreram na mesma ocasião (ex.: um acidente de carro), herdem uma da outra. Porém quando é possível determinar quem faleceu antes tem-se um premoriente. Nem sempre se tem um cadáver para confirmar a morte, que são os casos de morte presumida: → Morte presumida sem decretação de ausência (art 7º CC): se for extremamente provável a morte (ex.: acidente de avião), ou se estiver desaparecido após dois anos (ex. prisioneiro de guerra). → Morte presumida com decretação de ausência (art 6º, segunda parte e art. 37, CC): se a pessoa saiu ou nunca mais foi vista ou em decorrência do tempo (sucessão definitiva). O simples desaparecimento do domicílio não caracteriza ausência, sendo necessário que não haja qualquer notícia acerca da pessoa. Ausente é uma figura jurídica, somente existindo após a declaração de sentença. A ausência produz um efeito pessoal básico, pois o ausente será, desde que aberta a sua sucessão definitiva, morto por presunção, e deste modo, cessará o laço conjugal que acaso ele possua. Obs.: se a pessoa aparecer, a medida é reversível. Atenção! Domicílio: local jurídica e social da pessoa. Habitação: localização temporária e esporádica da pessoa. Residência: local em que a pessoa se encontra diuturnamente, tratando-se de suporte para domicílio. No quadro a seguir será mostrado as três fases da sucessão de bens. Fase: Curadoria dos bens Tempo de duração 1 ou 3 anos. O período maior (3 anos) ocorrerá se o desaparecido houver deixado procurador e este não puder ou não quiser mais exercer sua função. Vínculo com os bens Mero curador (administrador). Detenção Obs. Desapareceu deixando representante sem interesse de administrar o patrimônio: 3 anos. Não deixou ninguém: 1 ano. Legitimados para requerer a declaração de ausência: qualquer interessado ou o MP. Curadoria ≠ Curatela Cônjuge tem preferência em ser curador, não havendo, será transmitido aos pais ou descendentes, e seguindo a ordem até um terceiro se não houver ninguém. Fase: Sucessão provisória Tempo de duração 10 anos (podendo ser abreviada). Vínculo com os bens Possuidor provisório: fica com os herdeiros e se ele aparecer tem que ser devolvido. Obs. O período pode ser aberto para a próxima etapa caso o ausente tiver +80 e sua última notícia tiver sido de 5 anos atrás. Pode ocorrer a certeza de morte, sendo findado o processo para a abertura do inventário. Legitimados: cônjuge não separado judicialmente, os presumidos herdeiros, os que tiverem qualquer direito legalmente vinculado à morte do ausente, os credores de obrigações vencidas e não pagas e o MP (subsidiariamente). Os herdeiros legítimos que não forem necessários deverão caucionar para ingressar na posse. Os imóveis são inalienáveis durante esse prazo, ressalvada desapropriação ou autorização judicial para que se evite a ruína. Fase: Sucessão definitiva Tempo de duração 10 anos. Vínculo com os bens Proprietário resolúvel. Obs. Art. 39, CC. Passando o referido prazo sem qualquer manifestação de um eventual interessado os bens serão entregues à Fazenda Pública. São grupamentos de bens ou pessoas que servem ao Direito para que se possam alcançar fins de difícil ou impossível concretização pelos homens de forma singular. → Classificação: Material (ou de composição) Universitas personarum: associações ou sociedades. Universitas bonorum: fundações. Segundo sua formação Direito Público Direito Privado Segundo seu objeto ou estrutura Sociedade simples (nas quais não há uma estrutura empresarial) – As cooperativas, por determinação legal, serão sempre sociedades simples. Empresariais – as sociedades por ações são, por força de lei, sociedades empresariais. O nascimento das P.J se dá pelo registro (ou no caso de algumas de D. Público, pela lei), sendo a morte o cancelamento deste registro. Art. 53, CC (ver). Formas de extinção: Sociedades Terão o residual de seu patrimônio (já pagos os débitos) para os sócios. Associações O remanescente seguirá para outra associação apontada em seu estatuto ou, na omissão deste, para a instituição municipal, estadual ou federal de fins idênticos, mediante deliberação dos associados. Obs.: podem as cotas dos associados ser a eles devolvidas, reajustadas. Fundações Podem ela sequer ser formadas (por insuficiência de patrimônio para alcançar a causa). Quando seu fim se tornar ilícito ou inútil, o residual de seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo ou no estatuto, será incorporado em outra fundação designada pelo juiz, que tenha fim igual ou semelhante. Obs.: Nas fundações, a alteração em seus Estatutos deve ser aprovada pelo órgão do MP no prazo máximo de 45 dias, findo o qual ou no caso de o MP denegar, o juiz pode suprir, a requerimento do interessado. → Desconsideração da personalidade jurídica É ato jurídico decorrente de decisão judicial que visa a atacar os bens dos sócios por obrigações de responsabilidade da sociedade. A desconsideração da personalidade jurídica ocorre quando uma sociedade possui limitação de patrimônio dos seus sócios, no entanto, ainda assim, a personalidade jurídica da sociedade é desconsiderada para que o patrimônio dos sócios sirva para quitar as obrigações da sociedade. Atentar-se para: desconsideração ≠ desconstituição. O direito brasileiro adota a teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica para alguns micro ordenamentos, o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), por exemplo (art. 28 CDC). Nessa teoria, é preciso apenas efetuar prova de existência de determinados fatos e não de culpa do sócio na ocorrência dos mesmos. A teoria maior da desconsideração da personalidade jurídica é a regra geral para os micro ordenamentos que não possuem disposição específica, e seus regramentos constam no artigo 50 do CC. Disregard Doctrine é a teoria da Penetração ou do levantamento do véu, que busca viabilizar que se rompa a personalidade jurídica na busca pelo patrimônio daqueles que se valeram da pessoa jurídica como meio de concretização de atos ilícitos. Ainda falando sobre teorias, é importante destacar a teoria da desconsideração inversa, na qual é utilizada pela doutrina e jurisprudência como sendo a busca pela responsabilização da sociedade no tocante às dívidas ou aos atos praticados pelos sócios, utilizando-se par a isto, a quebra da autonomia patrimonial. Na desconsideração inversa, a responsabilidade ocorre no sentido oposto, isto é, não é mais o patrimônio dos sócios que está em jogo, mas os bens da sociedade que respondem por atos praticados pelos sócios. Conclui-se que essa desconsideração é de suma importância, pois apesar das pessoas jurídicas serem extremamente importantes para que as pessoas empreendedoras possam circular riquezas, essas pessoas não podem utilizar a máscara jurídica das sociedades para fraudar e gerar prejuízos a terceiros.
Compartilhar