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Palestra HAM IV módulo Pediatria (12/02/21) – Semiologia do Adolescente Ana Bárbara 1 | P á g i n a -Recém-nascido/neonatal: período que vai desde o nascimento até os 28 dias de vida; -Neonatal precoce: 0 a 7 dias (primeira semana de vida); -Neonatal tardio: 8 a 28 dias -Pré-Termo (prematuro): nascido antes do tempo certo: até 36 semanas e 6 dias -Pré-Termo tardio: nascido entre 34 a 36 semanas e 6 dias -Termo (tempo CERTO, NORMAL de nascimento): 37 a 41 semanas e 6 dias -Pós-Termo: a partir de 42 semanas Quanto mais pré-maturo, pior o prognóstico 1.2. Quanto ao peso: Macrossômico (bebê acima do peso): > 4000g (>4kg) Risco de hipoglicemia, mãe desenvolveu diabetes gestacional BP (Baixo peso): < 2500g (2,5kg) Muito Baixo Peso (MBP): < 1500g (1,5kg) Extremo Baixo Peso (EBP): < 1000g (1kg) 1.3. Quanto a idade gestacional -Leva em consideração se o bebê é pequeno, grande ou adequado (em relação ao peso) à idade gestacional dele (DEPENDE da idade gestacional). -Para medir a idade gestacional utiliza-se gráfico ou tabela. E classifica-se em: PIG (Pequeno para a Idade Gestacional) – abaixo do percentil 10 (P10) AIG (Adequado para a Idade Gestacional) – entre os percentis 10 (P10) e 90 (P90) GIG (Grande para a Idade Gestacional) – acima do percentil 90 (P90) Palestra HAM IV módulo Pediatria (12/02/21) – Semiologia do Adolescente Ana Bárbara 2 | P á g i n a Exemplos: Caso 1) Bebê com 33 semanas e pesando 1800g. Qual a informação que tenho com relação a isso? → Ele é prematuro (menos de 37 semanas); → É de baixo peso (menos de 2500g); → É adequado para a idade gestacional (AIG) – por que no gráfico, ele está situado entre P10 e P90. Caso 2) Bebê nasceu de 40 semanas; pesando 2600g → É um bebê termo (nasceu no tempo certo); → Seu peso é normal (mais de 2500g); → Ele é pequeno para sua idade gestacional (PIG) (abaixo do P10). Caso 3) Bebê nasceu com 38 semanas e com 3700g. → O bebê é termo (de 37 a 41 semanas e 6 dias); → Peso: normal (acima de 2500g); → É Grande para idade gestacional (GIG), porque tá acima do P90. Observações: 1- Essas análises são importantes porque em bebês GIG, por exemplo, é importante saber se a mãe teve diabetes gestacional, porque corre o risco do bebê nascer com hipoglicemia. 2- Entre 23 e 24 semanas denominamos “limite de viabilidade fetal” – como se fosse a menor idade gestacional viável pra um bebê conseguir sobreviver (óbvio que tem exceções). 3- Pré-maturo tardio (risco menor de ter problemas): 34 semanas Palestra HAM IV módulo Pediatria (12/02/21) – Semiologia do Adolescente Ana Bárbara 3 | P á g i n a -A anamnese começa na mãe, porque tudo que aconteceu com ela, reflete no bebê. -É importante perguntar: História pregressa familiar (a família tem alguma doença predominante?) História pregressa materna (doença materna ANTES da gestação? Como foi a gestação?) História psicossocial (foi uma gravidez desejada? O bebê corre algum risco? A família aceitou bem?) Antecedentes gestacionais (já teve outra gravidez? Já teve algum aborto?); História da gestação atual (teve algum problema nessa gestação? Teve alguma infecção? Alguma doença? Tomou alguma medicação? Teve algum trauma? Perda de líquido?); Exames maternos (alteração nos exames?) Pré-natal (faz com regularidade? Teve algum problema em um deles? Olhar se desenvolveu hipertensão arterial, diabetes) -O maior problema do descontrole da PA é o descolamento da placenta (que pode levar até uma desnutrição do bebê). -Tudo vai depender do grau da hipertensão que a mãe tiver (pode ser uma hipertensão crônica, uma DHEG, uma pré-eclampsia ou uma eclampsia). Hipertensão crônica (que a mãe já tinha antes da gestação) Doença Hipertensiva Especifica da Gestante (DHEG) Pré-eclâmpsia: descontrole da PA Eclampsia: convulsão materna -Se não controlar a PA: Descolamento pré-maturo da placenta (DRP) Sofrimento fetal crônico (SFC) (falta de O2 através da placenta, por ex.) Sofrimento Fetal Agudo (SFA) (desconforto respiratotio grave, Asfixia perinatal (faltou O2 na hora do parto, principalmente em casos de pré-eclâmpsia e eclampsia); Aumento do risco de prematuridade Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR) Palestra HAM IV módulo Pediatria (12/02/21) – Semiologia do Adolescente Ana Bárbara 4 | P á g i n a -Pode levar ao feto: Macrossomia Grande para a Idade Gestacional (GIG) Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR) Prematuridade Pré-eclâmpsia Polihidramnio (aumento do líquido amniótico) Infecções do trato urinário da mãe (ITU) Desconfortos Respiratórios Precoce (DRP) -Congenitamente, a DM pode levar a: Malformações congênitas (principalmente cardiopatia) Cardiopatia Tocotraumatismo (traumatismo na hora do nascimento, principalmente se o bebe for Macrossômico, GIG) Hipoglicemia neonatal (O RN não faz sintomas de hipoglicemia) Policitemia (maior concentração de hematócrito no sangue, e por isso tem mais icterícia também) Icterícia tardia -As principais infecções que devem ser pesquisadas na mãe são essas resumidas pelo acrônimo “TORCHH “ Toxoplasmose Rubéola Citomegalovírus HIV Herpes Hepatite B e C Sífilis Varicela 5.1. Toxoplasmose -É obrigatório fazer a sorologia durante a gravidez, pra saber se a mãe já teve ou não contato com o protozoário. -No bebê, pode levar a: Hidrocefalia Calcificações intracranianas difusas (em todo o cérebro) Coriorretinite Palestra HAM IV módulo Pediatria (12/02/21) – Semiologia do Adolescente Ana Bárbara 5 | P á g i n a -A forma mais comum de contrair toxoplasmose é por carne malcozida e vegetais mal lavados. Diante disso, recomenda-se que a gestante deve evitar tais formas de alimento e não comer salada fora de casa (que você não sabe a procedência). -Forma de contágio: 5.2. Rubéola -A mãe pode ser imunizada contra rubéola (tem vacina prévia!) -Pode levar a: Padrão de Hache Retinopatia pigmentar Persistência do canal arterial Estenose pulmonar 5.3. Citomegalovírus -Não tem vacina e não tem tratamento; -Em mulheres não gestantes, muitas vezes não causa problema nenhum. O problema ocorre quando a mulher pega enquanto está engravida, principalmente nos primeiros meses Palestra HAM IV módulo Pediatria (12/02/21) – Semiologia do Adolescente Ana Bárbara 6 | P á g i n a -Pode causar: Microcefalia Calcificação periventricular Surdez -IgG e IgM positivos -Teste de avidez (para estimar quanto tempo +- vc pegou esse vírus) 5.4. HIV -Cuidados específicos periparto (por ex. O bebê, assim que nasce, se é filho de mãe HIV+, toma um banho para tirar qualquer secreção pertencente à mãe); -Contraindicação ABSOLUTA para amamentação -Protocolo de tratamento RN: Antiretroviral nas primeiras 12 horas de vida 5.5. Herpes -Vesículas -Riscos para o RN se a mãe tiver herpes com vesículas ativas: Vesículas Ceratoconjuntive Meningoencefalite (em casos mais graves) -A contra-indicação de amamentação de mãe para filho é relativa. -Acontece apenas se a herpes ativa estiver justamente no seio, no local onde o bebê vai “colocar” a boca. 5.6. Sífilis -A mãe deve fazer o tratamento junto com o parceiro. -Tem um protocolo a ser seguido: o médico deve colher o sangue do bebê pra saber se ele foi contaminado ou não, e se precisa ser tratado. -Quando o bebê não é tratado adequadamente, pode levar a: Pênfigo palmo plantar (descamações do pé) Coriza piossanguinolenta (sangues e pus pelo nariz) Periostite (lesão óssea) Palestra HAM IV módulo Pediatria (12/02/21) – Semiologia do Adolescente Ana Bárbara 7 |P á g i n a -Acontece quando a mãe é RH Negativo (RN -), e o bebê é RH Positivo (RH +) -Na hora do parto, não se sabe ainda qual é o tipo sanguíneo do RN, por isso, caso a mãe seja Rh -, é necessário clampear o cordão umbilical de imediato (assim que o bebê nascer) -A incompatibilidade também pode acontecer em outros casos, como por exemplo: Mãe grupo O e o RN grupo A, B ou AB (chance para bebe evoluir com ictericia Mãe grupo A e o RN grupo B ou AB Mãe grupo B e o RN grupo A ou AB -Essa incompatibilidade por levar a Doença Hemolítica do Recém-nascido, que pode levar a: Anemia Ictericia Alteração neurológica -Quando a mãe é portadora de: Lúpus Eritematoso Sistêmico; Hipotireoidismo não controlado; Hipertireoidismo não controlado; Anticonvulsivante; Álcool (etilismo); Tabagismo; Uso de cocaína. DPP = Data da última menstruação (levo em consideração o 1º dia da menstruação) + 7 dias – 3 meses (sempre calcula para 40 semanas) -Sempre calcula em semanas! IG = Soma de todos os dias até a data da última menstruação dividido por 7 (ex.: última menstruação foi dia 15 de junho [pra acabar o mês faltam 15 dias, então você soma + 15] e depois vai somando de mês em mês [tipo, 30 + 31 + 30] até a data atual, depois divide por 7). Bebê com Síndrome Alcólica Fetal: Palestra HAM IV módulo Pediatria (12/02/21) – Semiologia do Adolescente Ana Bárbara 8 | P á g i n a -Entre a data da última menstruação (DUM) e um ultrassom (US), para saber a idade gestacional, o que mais vale é: 1) Se a data da última menstruação for confiável, o que mais vale é ela; 2) Se não for confiável, o ultrassom é melhor (ultrassom precoce! Ou seja, menos de 10 semanas). -Exames de Capurro ou New Ballard são usados pra saber a idade gestacional do bebê em casos de a mãe não saber da gravidez (ficou a gestação inteira sem saber que estava grávida). Esses exames levam em consideração alguns sinais, como as pregas das orelhas e linhas nos pés do RN. Método Capurro: para bebes maiores de 34 semanas Método New Ballard: para bebes prematuros -Deve observar: Sinais de vitalidade (bebe chorando, membros fletidos); Boletim de Apgar Exame físico geral Adequação do peso à idade gestacional Sexo (na dúvida, não deve falar com a mãe qual o sexo) Malformações grosseiras; Coto umbilical (principalmente se tem 2 artérias e 1 veia) Placenta (normal, pequena, tem cistos?) 10.1. Boletim de APGAR -Avalia cinco itens: 1- FC 2- Respiração 3- Tônus 4- Irritabilidade reflexa 5- Cor -Ao nascer, o médico deve aplica-lo pelo menos 2x ao bebê (no primeiro minuto de vida e no quinto minuto de vida). Portanto, na caderneta, o bebê deve ter pelo menos 2 notas relacionadas ao Boletim. No caso da FC = não precisa contar 1 minuto. Colocou o esteto, deu mais do que 100bpm, tá ok. Se for menor do que 100, ele tá bradicárdico. No caso da cianose = se for central, nota 0; se for periférica, nota 1. Palestra HAM IV módulo Pediatria (12/02/21) – Semiologia do Adolescente Ana Bárbara 9 | P á g i n a -Vale lembrar que, o médico não depende dele pra tomar as atitudes, caso o bebê precise de ajuda! -Ele funciona mais para fim de registro no prontuário. Pontuação vai de 0 a 10 -Um bebe que, no primeiro minuto recebeu a nota 6, deve ser reavaliado. Se posteriormente ele recebeu a nota 8, é um bom sinal (ele está melhorando). -Notas 6 são notas ruins, significa que o bebê precisa de intervenção Boa iluminação Temperatura adequada (23º - 24º) Termo X Pré-termo (pré-termo são mais sensíveis) Antropometria Perda ponderal (bebês perdem de 7 a 10% do peso nos primeiros dias de vida); Ganho médio 15 a 30g/dia Perímetro cefálico (PC) Pele macia e úmida Coberta por lanugem (pelinho fino) e Vérnix Caseoso (gordurinha fininha, protetora do bebe) Descamação com 2 dias de vida -O bebe prematuro possui: Pele fina transparente e gelatinosa -O bebe pós-termo: Pele seca, inelástica, sem lanugem e vérnix, muito sulcos plantares. O pé é bem enrugado também
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