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CADERNO DE PEDIATRIA I pdf

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1 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
 
CADERNO DE 
PEDIATRIA I 
MEDICINA – 6° SEMESTRE – T1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
AVALIAÇÃO PEDIÁTRICA 
Como colher anamnese e realizar exame físico na 
criança/antropometria 
AULA 1 DE PEDIATRIA 
 
CONSULTA DE PUERICULTURA: 
A consulta de puericultura deve ser periódica e sistemática, conforme o calendário abaixo: 
 
No 1° ano de vida é recomendado um mínimo de 7 consultas de rotina e, além disso, no 2° ano 
de vida, deve se ter um número mínimo de 2 consultas de rotina. Tendo como foco a prevenção 
e educação em saúde, visando que a criança seja e cresça saudável. 
Além da oportunidade de avaliar o desenvolvimento da criança, tal organização da frequência 
de consultas adotada pelo Ministério da Saúde toma como base o calendário de vacinação, 
permitindo a verificação do cartão vacina em meses oportunos (ao nascimento, com 
1,2,3,4,5,6,12 e 15 meses). 
OUTRAS CONSULTAS PODEM SER FEITAS CONFORME NECESSIDADES, DEVIDO A PROBLEMAS DE 
SAÚDE QUE A CRIANÇA POSSA VIR A APRESENTAR. 
Sendo crucial criar um vínculo entre o médico e a família, para que assim tudo flua bem, tanto 
no relacionamento com a criança, como com os pais. E, ouvir não somente os responsáveis, mas 
também a própria criança, estimulando sua participação, ainda que a mesma não tenha o 
domínio da linguagem. 
O QUE DEVE SER ABORDADO/AVALIADO: 
Independente da etapa da infância, é preciso realizar uma anamnese completa de modo a 
compreender melhor os aspectos de vida e da saúde da criança e de sua família, devendo ser 
realizadas perguntas que auxiliem na compreensão de quais pessoas estão envolvidas no 
cuidado à criança, o que construirá a base para o atendimento integral da mesma. 
A anamnese deve ser completa, contendo os seguintes dados sobre a criança: 
✓ Estado nutricional da criança (peso) – perguntar sobre a história alimentar; 
✓ Curva de crescimento (de estatura e do PC); 
A ANAMNESE DEVE SER COMPLETA 
COM OS ITENS DE UMA ANAMNESE 
COMUM, MAS DEVE ABORDAR 
ESTES ITENS TAMBÉM. 
 
3 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
✓ Estado vacinal (registrar todas as vacinas tomadas e os períodos em que foram realizadas, 
registrando eventos adversos locais ou sistêmicos, caso tenham ocorrido); 
✓ Antecedentes pessoais da criança com ênfase nos antecedentes patológicos e 
alimentares, questionando acerca da gestação, nascimento e período neonatal; 
✓ DNPM (desenvolvimento neuropsicomotor – é preciso colher um relato da família sobre 
o aparecimento de habilidades motoras, aquisição de linguagem gestual e falada, controle 
esfincteriano e desenvolvimento socio afetivo da criança com membros da família e 
amigos); 
✓ Capacidade visual e função auditiva; 
✓ Desenvolvimento da sexualidade; 
✓ Saúde bucal; 
✓ Desempenho escolar e cuidados dispensados pela escola; 
✓ Padrão de atividades físicas diárias; 
✓ Condições do meio ambiente ou habitação (compreender se existem fatores de risco para 
doenças respiratórias, infecto-parasitárias e dermatológicas); 
✓ Exposição à mídia ou hábitos atuais da criança (hábitos alimentares, intestinais, urinários, 
sono, higiene corporal e bucal, lazer e atividade física – perguntar sobre a exposição a 
telas de telefone, tablets, televisão, etc); 
✓ Cuidados domiciliares dispensados à criança; 
✓ Sono, quantitativa e qualitativamente; 
✓ História de formação da família (relacionamento dos pais e aceitação da criança neste 
processo). 
 
 
4 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
A ANAMNESE EM PEDIATRIA: 
A anamnese em pediatria é igual nas outras áreas (ID, QP, HDA, ISDA, AP, AF, etc). Mas, existem 
algumas formas diferentes de chegar ao ponto, de acordo com a realização de algumas 
perguntas, tais como: 
✓ Desde nossa última consulta, quais as novidades que a criança apresentou? 
✓ Qual seria, em sua opinião, a alimentação ideal para seu filho? E, o que ele come 
diariamente? 
✓ Qual seria uma solução, ao seu ver, para esse problema dele? 
✓ Vocês acham que é normal uma criança ir dormir após às 22 horas? 
✓ Você tem medo que ele sofra algum acidente doméstico? 
✓ Quais cuidados você já tomou para prevenção de acidentes? 
A anamnese deve ser bem abrangente e organizada, pois muitos itens devem ser avaliados, 
tanto no contexto clínico, psíquico, social e cultural da criança. 
Em relação aos antecedentes familiares, devemos estar atentos a casos de câncer, dislipidemias, 
HAS, DM, osteoporose e doenças da tireoide. E, nos antecedentes pessoais devemos colher 
informações sobre: 
✓ Gestação (se teve suplementação com ômega 2, vitamina D, ferro e ácido fólico) – OS 
1000 DIAS, PERÍODO DE PROGRAMAÇÃO METABÓLICA DA CRIANÇA (GESTAÇÃO + 2 
PRIMEIROS ANOS DE IDADE); 
✓ Nascimento (perguntar sobre o tipo de parto, peso ao nascer, IG, apgar, icterícia, se teve 
icterícia e sobre a internação) – CHECAR TRIAGENS NEONATAIS; 
✓ Tempo de aleitamento materno exclusivo e a idade em que começou a introdução de 
fórmulas; 
✓ Marco da entrada em creches e escolinhas; 
✓ Doenças, medicamentos, suplementação vitamínico-mineral, internações. 
RECÉM-NASCIDO (0-28 dias de vida): 
Na consulta do recém-nascido, os tópicos mais importantes de serem abordados são: 
✓ Antecedentes obstétricos; 
✓ Antecedentes familiares; 
✓ História do parto; 
✓ Alimentação, sono, eliminações fisiológicas, crescimento e desenvolvimento, vacinas; 
✓ Ambiente; 
✓ Condições da mãe (pais); 
✓ Outros familiares- rede de apoio (e atrito). 
LACTENTE (29 dias a 2 anos de idade): 
Na consulta do lactente, os tópicos mais importantes de serem abordados são: 
✓ Antecedentes obstétricos; 
✓ Antecedentes familiares; 
✓ História do parto; 
✓ Alimentação, sono, eliminações fisiológicas, crescimento e desenvolvimento, vacinas; 
✓ Ambiente – HÁBITOS ALIMENTARES; 
✓ Condições da mãe (pais); 
Menos relevantes 
 
5 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
✓ Outros familiares- rede de apoio (e atrito); 
✓ VIDA ESCOLAR. 
PRÉ-ESCOLAR (2-7 anos) E ESCOLAR (7-10 anos): 
Na consulta do pré-escolar e escolar, os tópicos mais importantes de serem abordados são: 
✓ Antecedentes obstétricos; 
✓ Antecedentes familiares; 
✓ História do parto; 
✓ Alimentação, sono, eliminações fisiológicas, crescimento e desenvolvimento, vacinas; 
✓ Ambiente – hábitos alimentares; 
✓ Vida familiar e rede de apoio – NOVOS IRMÃOS; 
✓ VIDA ESCOLAR, AQUISIÇÕES, SOCIALIZAÇÃO, VISÃO E AUDIÇÃO; 
✓ ROTINA DIÁRIA E SEMANAL (AGENDA); 
✓ PUBERDADE; 
✓ CONVERSAR COM A CRIANÇA. 
ADOLESCÊNCIA (10-20 anos incompletos): 
A adolescência corresponde a uma fase de transformação, AMBIVALÊNCIA, CONTESTAÇÃO e 
ateísmo. (´O mundo é verdadeiro´) 
As diretrizes nacionais para atenção integral à saúde do adolescente são: 
✓ Crescimento e desenvolvimento; 
✓ Saúde sexual e reprodutiva; 
✓ Uso e abuso de álcool e drogas ilícitas. 
ANAMNESE DO ADOLESCENTE: 
A abordagem ocorre em 3 momentos e exige confidencialidade, ao menos que a vida do 
paciente esteja em risco. E, deve ter um formato bem flexível, fazendo uma abordagem integral. 
Existe uma parte compartilhada na consulta, na qual é preciso ter a visão de ambos os lados (do 
paciente e dos responsáveis), respeitando os aspectos éticos e legais. 
✓ Quem marcou a consulta? O adolescente ou algum responsável por ele? 
✓ De quem é a queixa principal? Do adolescente ou do responsável sobre o adolescente? 
✓ Ate onde vai a confidencialidade? ATÉ O MOMENTO QUE A VIDA DO PACIENTE SEJA 
POSTA EM RISCO. 
Na consulta do adolescente, os tópicos mais importantes de serem abordados são: 
✓ Ambiente familiar; 
✓ Escola/trabalho; 
✓ Hábitos alimentares; 
✓ Atividade física e lazer; 
✓ Uso de substâncias psicoativas; 
✓ Saúde mental (depressão e suicídio); 
✓ Segurança; 
✓ Sexualidade. 
 
Menos relevantes 
A IMPORTÂNCIA DO 
GRUPO 
A SUBESPECIALIDADE 
MÉDICA QUE CUIDA DOS 
ADOLESCENTES É CHAMADA 
DE HERBIATRIA. 
 
6 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO: 
O exame físico deveser completo e: 
✓ No lactente deve ser feito sem roupa; 
✓ Nas crianças pré-escolares e escolares com roupas íntimas apenas; 
✓ No adolescente deve ser sempre feito na presença dos pais ou algum responsável. 
No momento do EF, é preciso estabelecer uma relação de confiança com a criança, explicando 
para a criança e para os pais tudo que será feito durante o exame. E, uma coisa muito 
importante, uma dica, é apresentar à criança os instrumentos que serão utilizados em cada 
etapa do exame, para que esta compreenda e não tenha medo, facilitando o EF. 
UMA DICA IMPORTANTE É DEIXAR O EXAME DA OROFARINGE E A OTOSCOPIA PARA SEREM 
REALIZADAS NO FINAL DO EF, POIS ESTES COSTUMAM CAUSAR MAIOR DESCONFORTO NA 
CRIANÇA (ELA CHORA /RELUTA MAIS). 
A medida rotineira da PA está indicada a partir dos 3 anos de idade apenas, mas caso a criança 
venha apresentar alguma queixa ou risco associado a hipertensão ou hipotensão, a medida deve 
ser feita rotineiramente antes dessa idade. 
As etapas do EF são definidas de acordo com a situação do paciente em questão, devendo ser a 
ausculta cardíaca realizada primeiro, visto que a criança nesse momento ainda está tranquila no 
colo dos pais/responsável. 
CRIANÇAS NA FAIXA DE 1-3 ANOS SÃO MAIS DIFÍCEIS NA HORA DO EXAME FÍSICO, TENDO EM 
VISTA QUE, ASSOCIAM O AMBIENTE E AS PESSOAS COM A IDEIA DE TOMAR VACINA. UMA VEZ 
QUE NESSA FAIXA ETÁRIA A QUANTIDADE DE VACINAS É BEM GRANDE. 
Alguns procedimentos específicos não podem deixar de serem realizados, tais como: 
✓ Dados antropométricos; 
✓ Rastreamento para displasia evolutiva do quadril; 
✓ Ausculta cardíaca; 
✓ Avaliação da visão e audição; 
✓ Aferição da pressão arterial; 
✓ Rastreamento para criptorquidia. 
 
ETAPAS DO EXAME FÍSICO 
▪ PESO: 
O peso da criança deve ser analisado em relação ao peso ideal ao nascer: 
✓ Baixo peso ao nascer < 2.500g; 
✓ Macrossomia > 4.000g. 
Sendo considerado normal uma perda de até 10% ao nascer e recuperação até o 15º dia de vida. 
 
▪ FACE: 
Pesquisar assimetria, malformação, deformidade ou aparência sindrômica. 
 
 
 
7 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
▪ PELE: 
Observar a presença de: 
✓ Edema (se for generalizado: pense em doença hemolítica perinatal, iatrogenia por uso de 
coloides ou cristaloides em excesso, insuficiência cardíaca, sepse; se for localizado: sugere 
trauma de parto); 
✓ Palidez (sangramento, anemia, vasoconstrição periférica ou sinal de arlequim – palidez 
em um hemicorpo e eritema do lado oposto, por alteração vasomotora e sem repercussão 
clínica); 
✓ Cianose (se for generalizada: pense em doenças cardiorrespiratórias graves; se for 
localizada nas extremidades ou na região perioral, pense em hipotermia); 
✓ Icterícia atentar-se caso a icterícia tenha se iniciado nas primeiras 24 horas ou depois do 
7º dia de vida, caso tenha > 1 semana no RN a termo, > 2 semanas no prematuro e se a 
tonalidade for amarela com matiz intenso ou se espalha pelo corpo, atingindo pernas e 
braços. 
 
Pesquise a possível presença de assaduras, pústulas (impetigo) e bolhas palmo-plantares (sífilis). 
Esclareça a família quanto à benignidade do eritema tóxico. 
 
▪ CRÂNIO: 
Realizar exame das fontanelas: 
✓ A fontanela anterior mede de 1-4cm, tem forma losangular, fecha-se do 9º ao 18º mês e 
não deve estar fechada no momento do nascimento. 
✓ A fontanela posterior é triangular, mede cerca de 0,5cm e fecha-se até o segundo mês. 
 
Não devem estar túrgidas, abauladas ou deprimidas. E, em caso de presença de bossa 
serossanguínea, a mesma desaparece espontaneamente. 
 
▪ OLHO: 
Em caso de secreção purulenta é importante fazer coleta do material com swab e enviar para 
análise bacteriológica (importante descartar infecção por gonococo, clamídia e herpes vírus). E, 
após a coleta deve-se iniciar imediatamente tratamento com colírio de tobramicina ou ofloxa-
cina e, após o resultado da análise deve-se tratar de acordo com o agente etiológico. 
 
Estrabismo e nistagmo lateral são normais nos RN, pois a visão binocular só fica bem de-
senvolvida entre 3-7 meses. 
 
▪ TÓRAX: 
Importante observar presença de assimetrias que possam sugerir malformações cardíacas, 
pulmonares ou óssea. E, observar se há sinais de sofrimento respiratório (tiragem intercostal, 
estridor, retração xifoidiana, batimento de asa de nariz) e verificar os pulsos, frequência cardíaca 
(FC) e se há presença de sopros cardíacos. 
 
▪ ABDOME: 
Como nesta fase a respiração é basicamente abdominal, deve-se realizar a contagem dos 
movimentos respiratórios abdominais que variam de 40-60 mrm. 
 
8 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
E, observar se há presença de hérnia inguinal, a qual indica cirurgia imediatamente devido ao 
risco de estrangulamento/ encarceramento e, em caso de hérnia umbilical deve-se aguardar sua 
regressão espontânea até os 12 meses. 
 
▪ AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA: 
Observar os reflexos de: 
✓ Sucção, preensão palmo-plantar e Moro que são atividades próprias do recém-nascido a 
termo, sadio. 
✓ A postura de flexão generalizada e a lateralização da cabeça costumam permanecer até o 
final do primeiro mês. 
✓ Vale ressaltar que, o tônus normal é de semiflexão generalizada. 
 
AVALIAÇÃO DO LACTENTE AO ESCOLAR: 
O exame físico nessa faixa etária depende de muita paciência, tom de voz adequado e do modo 
de manipular ou conter a criança. Sendo crucial fazer uma observação inicial do geral, já no início 
da consulta, o que chamamos de instinto clínico. 
Nesta avaliação preenchemos a ficha de acompanhamento do desenvolvimento da criança e, os 
lactentes são examinados em decúbitos (deitados) e as crianças maiores o exame físico 
assemelha-se ao adulto (sentado na maca). 
 
➢ AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO PONDEROESTATURAL: 
É feita a partir das curvas de crescimento. 
 
 
 
9 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
➢ ANTROPOMETRIA – PESO E COMPRIMENTO/ALTURA: 
A aferição do peso e comprimento/altura é realizada por métodos diferentes a depender das 
características da criança examinada. 
O peso pode ser aferido por meio da balança pediátrica, a qual deve ser utilizada para crianças 
de até 25Kg ou 2 anos, ou até a criança poder ficar em pé, quando então poderá ser pesada na 
balança e pé. 
A medida do comprimento é realizada com a régua antropométrica com haste fixa que deve 
ficar na cabeça e a haste móvel que é colocada logo abaixo do pé da criança. Sendo fundamental 
a ajuda dos pais/responsável nesse momento. 
E, em crianças a partir dos 2 anos, é possível medir a altura com o estadiômetro, onda a mesma 
fica em pé e com a cabeça retificada. 
 
➢ ANTROPOMETRIA – PERÍMETRO CEFÁLICO, TORÁCICO E ABDOMINAL: 
 
➢ ESTATURA: 
 
 
10 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
➢ PESO: 
 
 
11 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
➢ IMC: 
 
 
12 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
➢ PERÍMETRO CEFÁLICO: 
 
➢ PRESSÃO ARTERIAL: 
A avaliação é baseada no sexo, idade e percentil de estatura da criança. Sendo importante 
consultarmos tabelas específicas. E, explicar para a criança o procedimento, tomando cuidado 
ao insuflar o manguito (que deve ser do tamanho do braço da criança). 
 
13 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
EXAME FÍSICO DO ADOLESCENTE: 
Deve ser realizado em um local com privacidade e acompanhado de outro profissional, sendo 
importante avaliarmos: 
✓ Maturação sexual; 
✓ Estirão da adolescência; 
✓ Características psicológicas. 
Temos que registrar o peso e a altura na curva de crescimento, analisando o crescimento e a 
nutrição do adolescente. 
OBS: A adolescência é um período de transição entre a infância e a idade adulta. Logo, a técnica 
é a mesma do adulto, só que com algumas peculiaridades. 
O exame da pele deve ser cuidadoso, especialmente, o da face. Sendo crucial realizamos um EF 
especial por segmentos. 
✓ Cabeça: rotina. 
✓ Pescoço: atentar a tireoide. 
✓ Tórax: avaliar as mamas e seu estado de maturação. 
✓ Abdome: rotina. 
✓ Genitais: avaliar maturação sexual, presença de fimose, testículos, vulva e presençade 
secreção. 
✓ Avaliar indicações de exame ginecológico completo. 
✓ Membros e coluna. 
✓ Postura e marcha. 
✓ Sistema nervoso – avaliar reflexos, comportamento, atenção, humor e capacidade de 
concentração e verbalização. 
E, especialmente, quando falamos sobre a avaliação da maturação sexual, temos que nos 
atentar as tabela abaixo: 
 
14 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
 
 
15 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS 
SOBRE PUERICULTURA 
AULA 2 DE PEDIATRIA 
 
CASO CLÍNICO 1: 
RN de 7 dias, sexo masculino, comparece a consulta pediátrica de rotina na USF. 
✓ Parto normal a termo, chorou ao nascer. 
✓ Sugou o seio materno na primeira hora de vida. TP=24h, período expulsivo prolongado. 
✓ G2P1A1 – mãe tem 32 anos e pai 34 anos. 
✓ PN 3350g; Comprimento 51cm; PC 35cm; Apgar 7/9; Capurro 40 semanas e 3 dias. 
✓ Teste do olhinho normal, satO2 97% MSD e 96% MID, EOAPD (teste da orelhinha) e 
linguinha normais. Teste do pezinho básico colhido. 
✓ Peso atual 3320g; Comprimento 50,5cm; PC 36cm. 
 
Perguntas: 
Classifique a criança quanto ao status nutricional e de crescimento: 
R: Segundo os dados de Puericultura do RN: 
✓ Status nutricional adequado para a sua idade: o ideal é ganhar entre 18-30g/dia no 
primeiro trimestre, mas nos primeiros 10 dias após o nascimento é normal que o RN perca 
5-10% do seu peso inicial, recuperando esse peso entre o 10º-14º dia de vida. E, o RN do 
caso perdeu 30g (1,11%) do seu peso inicial. 
✓ Status de crescimento adequado para a sua idade: o comprimento médio dos RN do sexo 
masculino geralmente é de 50cm e o RN nasceu com 51cm. E, agora na consulta está com 
50,5cm (diminuiu de tamanho? Não), o que indica que provavelmente houve algum erro 
na medição no hospital. 
✓ Em relação ao PC do RN, este está adequado para idade, tendo aumentando 1cm em 7 
dias por conta de um parto com um período expulsivo muito prolongado, ou seja, o bebê 
ficou muito tempo no canal de parto. 
 
OBS: ao nascimento o bebê dorme até 20h/dia, e depois vai diminuindo essas horas ao longo do 
primeiro mês. 
 
16 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
Continuando o caso clínico... 
O RN desse caso é um bebê que dorme muito, mal ficando acordado, mãe relata dificuldade de 
oferecer o seio materno, mãe diz que parece que nem tem criança em casa, de tão tranquilo 
que ele é. 
✓ Urina estava muito laranja no primeiro dia e depois voltou ao normal, hoje está bem 
clarinha (5 fraldas por dia bem cheias); 
✓ Pele descascando na região do calcanhar; 
✓ Fezes normais – estavam verdes, agora estão mais amarelinhas, porém muito líquidas; 
✓ Não teve febre e/ou refluxo; 
✓ Ainda não fez nenhuma vacina fora as da maternidade (BCG e hepatite B); 
✓ Gravidez foi planejada; 
✓ Avó teve CA de mama aos 66 anos; 
✓ Pré-natal de 9 consultar e tomou ferro e ácido fólico 
✓ Moram em um apartamento com 3 quartos; 
✓ Teve alta com 48 horas de vida; 
✓ Está em AME – mãe relata dificuldade para dar o peito durante o dia (mamadas duram cera 
de 5-10min) pois o bebê dorme muito durante o dia e de noite mama de hora em hora; 
✓ Teste do pezinho ainda não saiu o resultado. 
CD → Pedir para o RN voltar em 1 semana por conta das mamadas e não recuperação do peso 
do nascimento + refazer as medidas de puericultura. 
CASO CLÍNICO 2: 
Menina de 3 anos, vem para o atendimento com queixa de falta de apetite. 
✓ DN 10/02/2018; PN 2980g; Comprimento 48cm; PC 33cm. 
✓ LM exclusivo até os 4 meses, pois a mãe voltou a trabalhar. 
✓ Vai à escola desde os 4 meses, tendo uma alimentação variada. 
✓ Desde que iniciou a pandemia, a mãe informa que a filha tem reduzido o apetite nas 
refeições, com aceitação regular de alimentos antes ingeridos habitualmente. Passa o dia 
na TV ou jogando no celular, e a avó deixa comer salgadinhos e beber suco de caixinha. 
✓ Peso 19Kg; comprimento 95cm; PC 50cm. 
✓ Vacinação em dia. 
✓ Criança super comunicativa, sem problemas na escola ou de socialização. 
✓ Toma suco del valle todos os dias, suco natural apenas de laranja. 
✓ Intestino um pouco preso. 
✓ DNPM normal. 
✓ Parto com 39 semanas de gestação. 
Perguntas: 
Coloque os dados da paciente nos gráficos e avalie seu status nutricional e de crescimento. 
R: Conforme os dados mostrados nos gráficos, abaixo, podemos concluir que a criança 
apresenta: 
✓ Status nutricional inadequado – criança está com IMC de 21Kg/m², indicando um quadro 
de obesidade. 
✓ Status de crescimento adequado para a idade. 
 
17 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
 
18 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
CD: Orientar os responsáveis pela criança sobre a importância na mudança da alimentação da 
filha deles, retirar suco de caixinha, salgadinhos e tudo que for com alto valor calórico. Tentando 
introduzir mais frutas, legumes, verduras e suco natural. + criar uma rotina alimentar para essa 
criança + diminuir o tempo na frente das telas (tv, tablet, celular). 
 
 
 
19 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
O RN: SALA DE PARTO, PRIMEIRO 
EXAME FÍSICO, VACINAS E 
TRIAGEM NEONATAL 
AULA 3 DE PEDIATRIA 
 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO: 
 
 
Existem diversas condições que estão relacionadas à necessidade de reanimação ao nascer, tais 
como: 
 
20 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
1º PASSO – A EQUIPE E O PREPARO: 
 
 
 
21 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL: 
 
RECEPÇÃO DO RN A TERMO COM BOA VITALIDADE: 
 
 
 
22 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
RN PMT, PÓS TERMO OU SEM BOA VITALIDADE: 
 
 
 
23 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
AVALIAÇÃO DA IG E CLASSIFICAÇÃO DOS RN QUANTO AO PESO: 
 
 
24 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
ESTIMATIVA DA IG – MÉTODO DE CAPURRO: 
 
 
 
MÉTODO NEW BALLARD SCORE (NBS): 
Pode ser realizado até 96 horas após o parto, tem uma correlação de 0,97 com a IG. Sendo muito 
usado em RN em UTI neonatal. 
 
25 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
EXAME FÍSICO: 
A avaliação geral é feita ao nascimento e deve ser feita de novo antes da liberação do RN para 
o AC. 
 
 
26 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
O EF específico e minucioso deve ser feito com no máximo 12h de vida. Devendo ser atribuída 
atenção especial à busca de defeitos congênitos ou outros sinais de atenção. 
 
 
ECTOSCOPIA: 
Temos que avaliar a cor da pele, turgor, descamação, manchas, equimose, hematoma, lesões 
corto contusas. 
 
 
27 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
Temos que avaliar a presença de milium, lanugo e vérnix também, durante a Ectoscopia. 
 
Procurar por dismorfias ou malformações menores (síndrome genéticos), avaliando se a criança 
apresenta: 
✓ Fonte proeminente; 
✓ Micro ou macronania; 
✓ Alterações dorso nasal; 
✓ Pregas epicânticas; 
✓ Hipertelorismo; 
✓ Orelha de baixa implantação; 
✓ Micrognatia; 
✓ Protrusão de língua; 
✓ Pescoço alado. 
 
 
 
 
28 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
 
 
Na boca, temos que avaliar os lábios, conformação do palato, dentes neonatais, anatomia da 
língua e as gengivas. 
 
 
29 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
Já no abdome, temos que avaliar a posição de inserção e o aspecto do coto umbilical (lembrando 
que este contém 2 artérias e 1 veia). 
 
Quando formos avaliar a região sacral, temos que nos atentar as fóveas, fossetas, tufos 
capilares, proeminências (mielo meningocele) e presença de manchas (mongólicas). 
E, devemos avaliar as narinas e região anal também, verificando a posição e se estão pérvias. 
Em relação aos membros, temos que avaliar a posição e tamanho, pesquisando: polidactilia ou 
sindactilia, dedos muito curtos ou muito longos, linha palmar transversa contínua, formato da 
planta do pé e posição dos pés em relação aos tornozelos. 
 
No aparelho cardiovascular, temos que avaliar o ictus cordis (posição varia com a faixa etária), 
FC, avaliar ritmo, palpar pulsos femorais e nos atentar a cianose, edema e tamanho do fígado 
da criança. 
 
 
30 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
No aparelho respiratório, temos queavaliar a expansibilidade torácica, FR e procurar por sinais 
de esforço respiratório, tais como, tiragens, batimento de asa de nariz e gemência. 
 
No abdome, temos também que avaliar a forma, tensão, timpanismo, procurar por hérnia 
umbilical e palpar as vísceras e loja renal. 
 
 
Na genitália, temos que verificar se é típica feminina ou masculina, procurando testículos, 
expondo a glande, epispadia ou hipospadia, sinequia, hipertrofia de lábios vulvares e presença 
ou não de clitóris. 
 
 
31 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
**CASO SEJA GENITÁLIA AMBÍGUA, NÃO DEVEMOS DIZER O SEXO DO RN, ATÉ QUE SEJA FEITA 
UMA MELHOR AVALIAÇÃO E SE TENHA CERTEZA. EM ALGUNS CASOS, SÓ TEMOS CERTEZA APÓS 
O CARIÓTIPO** 
 
Na avaliação dos membros, temos que pesquisar os sinais de Barlow e Ortolani, observando o 
formato dos membros, presença de edema, hipoplasia, alteração dos dedos dos pés e/ou das 
mãos e palpar a clavícula do bebê. 
 
 
32 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
 
REFLEXOS E SINAIS NEUROLÓGICOS: 
Temos que saber avaliar e identificar hipertonias, hipotonias, movimentos anormais e reflexos 
tendinosos e cutaneoplantar. 
Devem ser interpretados no contexto geral do exame neurológico pois, isolados, nessa faixa 
etária, não fundamentam diagnóstico e não ditam conduta. 
Os reflexos primitivos que devemos avaliar são: Moro, tônico-cervical e os de preensão palmar 
e plantar. 
 
VACINAS: 
Ao nascimento: BCG e hepatite B. 
 
33 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
➢ BCG: 
Protege a criança contra as formas graves de tuberculose, podendo ser administrada no RN 
>2000g até os 5 anos de idade (imunodeprimidos ou filhos de mãe que usaram 
imunossupressores). 
A cicatriz da BCG pustuliza e depois drena, durante um período de 3-6 meses, de forma indolor 
para o bebê. Gerando úlceras com mais de 1cm que demoram muito a cicatrizar. E, em alguns 
casos, podem surgir gânglios ou abscessos na pele e nas axilas (10% dos casos), sendo a conduta 
nesses casos, isoniazida 10mg/Kg/dia por 1 mês. 
 
➢ HEPATITE B: 
Todos os RN com 12h de vida podem receber (com exceção das crianças que apresentam alergia 
ao timerosal), podendo cursar com edema, eritema e/ou nódulo indolor no local da injeção + 
mal-estar, cefaleia, astenia, mialgia e artralgia + febre de 37,5°C. 
TRIAGEM NEONATAL: 
➢ TESTE DO PEZINHO: 
Faz parte da triagem bioquímica que é feita entre o 3º e 5º dia de vida do RN, pesquisando: 
✓ Hemoglobinopatias; 
✓ Fenilcetonúria; 
✓ Fibrose cística; 
✓ Hipotireoidismo congênito; 
✓ Hiperplasia adrenal congênita; 
✓ Deficiência de biotinidase. 
 
➢ TESTE DO OLHINHO: 
Teste que é feito até o 5º dia de vida do RN e outra vez no primeiro ano de vida, pesquisando: 
✓ Catarata congênita; 
✓ Retinoblastoma; 
✓ Estrabismo; 
✓ Outras patologias com meios opacos. 
 
➢ TESTE DA ORELHINHA: 
Feito no 1º mês de vida, avaliando as emissões otoacústicas. Fazer BERA se exame alterado. 
A surdez congênita está presente em 1-6/1000 RN normais. 
 
➢ TESTE DO CORAÇÃOZINHO: 
Feita nas primeiras 24-48h de vida, por meio de uma oximetria de pulso no MSD e MID ou MIE. 
Sendo maior que 95% em ambos os locais e a diferença não pode ser >3%. 
Pesquisa cardiopatias complexas: TGVB, coarctação da aorta cardiopatias cianóticas. 
 
 
34 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
➢ TESTE DA LINGUINHA: 
Avalia a indicação de frenulectomia para garantir o aleitamento materno. Pesquisa 
anquiloglossia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
ATENDIMENTO AO RN A TERMO 
SEM COMPLICAÇÕES NA SALA DE 
PARTO 
AULA 4 DE PEDIATRIA I 
 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 
✓ Preparar uma sala de parto para atendimento ao RN de acordo com o checklist previsto 
pelo programa de reanimação neonatal; 
✓ Realizar a recepção do RN em sala de parto e conduzir os passos inicias do atendimento 
até a sua estabilização; 
✓ Realizar a avaliação da IG do RN com base no método de Capurro e classificar o RN quanto 
ao peso (adequado, grande ou pequeno para a IG); 
✓ Registrar no prontuário do RN as informações relevantes obtidas da história materna com 
base no cartão de pré-natal e o atendimento e avaliações realizadas ao nascimento. 
MATERIAL NECESÁRIO PARA ATENDIMENTO AO RN NA SALA DE PARTO: 
O momento da transição da vida intrauterina para o meio externo pode ser bastante complexo, 
e a presença de uma equipe adequadamente treinada para ajudar os 10% dos RN que precisam 
de assistência para iniciar a respiração efetiva, bem como de todo o material necessário para o 
atendimento, pode ser a diferença entre o nascimento de um indivíduo saudável, com asfixia 
perinatal ou lesões relacionadas ou, mesmo, a evolução para óbito neonatal precoce. 
Os materiais necessários para o atendimento do RN na sala de parto são: 
 
 
 
 
 
36 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
 
 
 
37 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
RECEPÇÃO DO RN E PRIMEIROS CUIDADOS: 
Após o nascimento, o RN a termo que apresenta boa vitalidade deve ser posicionado no abdome 
materno até o clampeamento do cordão umbilical e, posteriormente, deve permanecer com a 
mãe em contato pele a pele. 
É neste momento que o pediatra deve manter a monitorização do bebê, cuidando para que ele 
permaneça aquecido, com as vias aéreas pérvias e boa vitalidade. 
 
**EM CASOS DE COMPLICAÇÃO NA PLACENTA DURANTE A GESTAÇÃO, COMO POR EXEMPLO 
DPP, NÃO PRECISAMOS ESPERAR DE 1-3min PARA CAMPLEAR O CORDÃO** 
OS 3 CRITÉRIOS PARA SABERMOS SE O RN VAI PARA A MÃE OU PARA O UCI SÃO: 
1. RN Á TERMO; 
2. TÕNUS MUSCULAR DE FLEXÃO; 
3. RESPIRAÇÃO FC>100 bpm. 
ESTABILIZAÇÃO INICIAL DO RN + APGAR: 
Em algumas situações, o RN deve ser conduzido à UCI neonatal para estabilização logo após o 
nascimento – este é o caso dos RN prematuros maiores de 34 semanas, dos RN pós-termos ou 
dos RN que não apresentam boa vitalidade ao nascimento. 
 
38 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
Quando algum destes quesitos está presente, o cordão é clampeado imediatamente e o RN é 
conduzido pelo pediatra para a sala de atendimento ao RN. 
 
 
 
 
39 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
EXAME FÍSICO DO RN + CÁLCULO DA IG (CAPURRO) + CLASSIFICAÇÃO DO RN COM BASE NO 
SEU PESO X IG: 
Após o nascimento, quando o RN está estável e já recebeu os primeiros cuidados, ele deve ser 
medido, pesado e classificado em relação ao peso e à idade gestacional. 
 
 
 
 
40 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
PRONTUÁRIO DO RN: 
Antes do nascimento, é importante, quando possível, conversar com a gestante e com o médico 
obstetra a fim de colher a história da gestação, do trabalho de parto até o momento e, mesmo, 
das patologias pregressas da mãe ou dos demais familiares. 
Findos os cuidados com o RN, é o momento de registrar estas informações no prontuário da 
criança, bem como relatar o nascimento e os cuidados dispensados ao mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS 
SOBRE ATENDIMENTO AO RN 
AULA 5 DE PEDIATRIA I 
 
CASO CLÍNICO 1: 
Mãe 18 anos, primigesta, gestação não planejada, mas aceita. Pai 40 anos, relacionamento 
eventual. 
Iniciou pré-natal com 20 semanas. Total de 6 consultas. Ganhou 30 kg. GS A positivo. 
Sorologias: Toxoplasmose, CMV, Rubéola, Hepatite B – imune; HIV, Sífilis, Hepatite C – negativas 
Nega hipertensão, nega diabetes, nega tratamentos. Usou vitaminas. 
Parto normal a termo, 12h trabalho de parto, TBR 3 horas. LA claro com grumos. 
RN do sexo masculino, PN 4300g, Comp 52cm, PC 36cm. 
Chorou na extração, movimentos ativos com os 4 membros, cianose central com um minuto de 
vida, FC 144 bpm, careta ao manuseio das vias aéreas. 
Com 5 minutos, ritmo respiratório regular, FC 126 bpm, tônus em flexão, cianose de 
extremidades, reflexos normais. 
Orelha parcialmente encurvada em toda a borda superior, pregas plantares nos 2/3 do pé, pele 
com descamação grosseira nas mãos e nos pés, mamilos com 1cm diâmetro e glândula mamária 
de 0,5 cm.QUESTÕES: 
Quais os pontos de atenção neste caso com base na história? 
Os pontos de atenção neste caso com base na história do RN são: 
✓ Gravidez não planejada dentro de um relacionamento instável e não tomou vitamina B9. 
✓ Pré-natal tardio (início com 20 semanas de gestação – 2° trimestre da gestação). 
✓ Mãe ganhou muito peso durante a gestação (investigar se a mãe teve diabetes gestacional, 
Maior chance de o bebê nascer acima do peso), sendo que o normal é ganhar até 9Kg. 
✓ Sorologias deveriam ter sido feitas nos outros trimestres também. 
✓ Não fez USG fetal. 
✓ Falta da história do pai da criança. 
✓ RN apresentando cianose central e periférica. 
✓ RN apresentando pele com descamação grosseira nas mãos e nos pés. 
 
Indique o Apgar e a IG pelo método de Capurro. Classifique o RN quanto ao peso e à IG 
Capurro de 40 semanas (76 + 204/7), Apgar 8/9, Peso normal, GIG – grande para idade 
gestacional (limítrofe). 
 
42 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
 
 
43 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
Quais as medicações e procedimentos indicados no cuidado do RN no berçário? 
As medicações e procedimentos indicados no cuidado do RN no berçário são: 
✓ Vitamina K 1mg VO ou IM; 
✓ Colírio de nitrato de prata; 
✓ Vacina BCG e hepatite B; 
✓ Triagem neonatal; 
✓ Controle de glicemia nas primeiras 24 horas de vida; 
✓ Observar icterícia; 
✓ Checar tipagem sanguínea (por conta do pai do bebe ser desconhecido). 
 
Este RN deve ter sido colocado no colo da mãe ou levado para estabilização na UCI? Justifique. 
Esse recém-nascido não necessita ser levado para estabilização na UCI, porque ele está a termo, 
com movimentos respiratórios espontâneos, tônus muscular em flexão e não foi mencionado 
visualização de mecônio no intraparto. Além disso, a FC estava > 100 bpm. 
 
CASO CLÍNICO 2: 
Mãe 30 anos, G3 P2 A0, casada, gestação planejada. Pai 32 anos, saudável. 
Iniciou pré-natal com 6 semanas. Total de 12 consultas. Ganhou 9 kg. GS O negativo. 
Sorologias: CMV, Rubéola, Hepatite B – imune; Toxoplasmose – IgG neg. HIV, Sífilis, Hepatite C 
– neg 
Nega hipertensão, nega diabetes, usou vitaminas. Fez uso regular de imunossupressor e 
corticoide em baixa dose para LES. 
Parto cesáreo a termo, entrou em TP. Bolsa rota no ato. LA claro com grumos. 
RN do sexo feminino, PN 2980g, Comp 48cm, PC 34cm. 
Chorou na extração, movimentos ativos com os 4 membros, corada com um minuto de vida, FC 
120 bpm, pouca reação à aspiração das vias aéreas. 
Com 5 minutos, choro forte, FC 132 bpm, mobiliza os 4 membros, extremidades coradas e 
aquecidas, reflexos normais. 
Orelha totalmente encurvada, pregas plantares no 1/3 anterior do pé, pele com descamação 
fina, mamilos com 0,8 cm diâmetro e glândula mamária de 0,5 cm. 
 
QUESTÕES: 
Quais os pontos de atenção neste caso com base na história? 
✓ Uso regular de imunossupressor e corticoide durante a gestação – por conta disso o bebe 
não pode tomar a BCG quando nascer e o exame do pezinho pode vir alterado (17 hidroxi 
progesterona). 
 
 
44 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
Indique o Apgar e a IG pelo método de Capurro. Classifique o RN quanto ao peso e à IG 
Apgar 9/10, IG de 38 semanas e 2 dias ou 39 semanas, peso adequado para IG. 
 
Quais as medicações e procedimentos indicados no cuidado do RN no berçário? 
✓ Vitamina K 1mg VO ou IM; 
✓ Colírio de nitrato de prata; 
✓ Triagem neonatal; 
✓ Controle de glicemia nas primeiras 24 horas de vida; 
✓ Observar icterícia; 
Apenas a vacina da BCG que não poderá ser feita agora, só depois de 6 meses. 
 
Este RN deve ter sido colocado no colo da mãe ou levado para estabilização na UCI? Justifique. 
O RN deve ter sido colocado no colo da mãe para os primeiros cuidados, visto que era um RN a 
termo com boa vitalidade pela avaliação dos parâmetros iniciais. 
 
CASO CLÍNICO 3: 
Mãe 42 anos, G3 P0 A2, casada, gestação planejada e desejada (FIV). Pai 35 anos, saudável. 
Iniciou pré-natal com 8 semanas. Total de 14 consultas. Ganhou 14 kG. GS AB positivo. 
Sorologias: Rubéola, Hepatite B – imune; Toxoplasmose e CMV – IgG neg. HIV, Sífilis, Hepatite C 
– neg 
HAS desde o 5º mês, controlou com metil-dopa. Nega diabetes, usou vitaminas. 
Parto cesáreo com 34 semanas por sofrimento fetal e RCIU. Bolsa rota no ato. LA claro sem 
grumos. 
RN do sexo feminino, PN 1740g, Comp 42cm, PC 32,5cm. 
Não chorou na extração, precisou de VPP – 1 ciclo. Tônus regular, choro fraco e cianose de 
extremidades com um minuto de vida; FC 130 bpm, pouca reação à aspiração das vias aéreas. 
Com 5 minutos, respiração regular, choro forte, FC 132 bpm, mobiliza os 4 membros, 
extremidades coradas e aquecidas, reflexos normais. 
Orelha parcialmente encurvada na parte superior, pregas plantares no 1/3 anterior do pé, pele 
lisa, mamilos com 0,5 cm diâmetro e glândula mamária de 0,2 cm. 
 
QUESTÕES: 
Quais os pontos de atenção neste caso com base na história? 
✓ Mãe idosa e histórico de hipertensão. 
 
 
45 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
Indique o Apgar e a IG pelo método de Capurro. Classifique o RN quanto ao peso e à IG 
Apgar 7/10 e IG de 35 semanas e 7 dias, abaixo do peso em relação a IG ou PIG (pequeno para 
a idade gestacional. 
 
Quais as medicações e procedimentos indicados no cuidado do RN no berçário? 
Monitorização da glicemia, internar até completar 2kg, vacinar BCG depois dos 6 meses de 
idade. 
 
Este RN deve ter sido colocado no colo da mãe ou levado para estabilização na UCI? Justifique. 
Levado para estabilização na UCI, pois se tratava de um bebê prematuro, primordialmente. 
Logo, mais sujeito a complicações. 
Para termos tranquilidade de deixar o bebê com a mãe, temos que ter SIM para as perguntas 
abaixo: 
1. Bebe a termo? 
2. Chorou? 
3. Tônus de flexão? 
4. FR e FC adequados? 
5. Corado? 
TÓPICOS IMPORTANTES DA AULA: 
 Saber correlacionar os dados obtidos da história materna com os achados clínicos no RN e 
no parto; 
 Estabelecer a conduta clínica para o RN com base no diagnóstico do peso em relação à 
idade gestacional; 
 Aplicar o protocolo de atendimento ao RN maior que 34 semanas sem necessidade de 
suporte em sala de parto. 
 
 
46 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 Avaliação da idade gestacional e classificação dos RN quanto ao peso: 
✓ Termo: de 37 a 42 semanas incompletas. 
✓ Pré-termo: antes de 37 semanas. 
✓ Pós-termo: 42 semanas ou mais. 
✓ Baixo peso: < 2.500g. 
✓ Muito baixo peso: < 1500g. 
✓ Extremo baixo peso: <1.000g. 
✓ Peso adequado para a IG (AIG): P10 – P90. 
✓ Pequeno para IG (PIG): <P10. 
-O bebê pode sofrer hipoglicemia por ter uma menor reserva, podendo ficar desnutrido 
e ter um retardo de crescimento – sofrimento fetal por destruição, prejuízo de oxigênio 
e/ou mãe diabética. 
-O estresse do bebê aumenta o cortisol, que atua liberando o surfactante, responsável 
por prevenir a síndrome do desconforto respiratório do RN. 
-Bebês prematuros que tiveram sofrimento fetal têm maior chance de evoluírem sem a 
síndrome do desconforto respiratório, ainda que desnutridos. 
✓ Grande para a idade gestacional (GIG) - >P90. 
 
 Vacinas e medicamentos: 
✓ BCG; 
✓ Hepatite B; 
✓ Nitrato de parta 1% - colírio – oftalmia gonocócica; 
✓ Vitamina K – 0,5 ou 1mg – doença hemorrágica do RN. 
 
 Triagem neonatal: 
✓ Teste do pezinho; 
✓ Teste do coraçãozinho; 
 
47 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
✓ Teste da orelhinha; 
✓ Teste do olhinho; 
✓ Teste da linguinha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Teste do Pezinho é um exame rápido em que gotinhas de sangue do calcanhar do bebê 
são coletadas e tem a finalidade de diagnosticar e impedir o desenvolvimento de doenças 
genéticas ou metabólicas que podem levar à deficiência intelectual ou causar prejuízos à 
qualidade de vida. 
Com este exame, é possível diagnosticar até 50 doenças. Muitas delas não apresentam 
sintomas ao nascimento e podem aparecer mesmo sem casos na família. 
Para que a prevenção seja possível,a coleta deve ser efetuada entre o 3º e 5º dia de 
vida do bebê. 
 
O Teste do Coraçãozinho é uma excelente ferramenta de triagem neonatal para rastrear 
Cardiopatias Congênitas Críticas. Considerando-se que a incidência desse tipo de 
cardiopatia é de 1 a 2/1000 bebês nascidos vivos, e que se tratam de cardiopatias que 
necessitam, na maioria das vezes, de intervenção e tratamento imediatos, podemos 
perceber o quanto esse teste pode contribuir para salvar vidas. 
A "oximetria de pulso" deve ser realizada após as primeiras 24 horas de vida, e antes da 
alta hospitalar, utilizando um sensor externo (oxímetro), conforme parecer científico da 
Sociedade Brasileira de Pediatria. 
 
O Teste da Orelhinha, ou “exame de emissões otoacústicas evocadas”, é o método mais 
moderno para constatar problemas auditivos nos recém-nascidos. Ele consiste na 
produção de um estímulo sonoro e na captação do seu retorno por meio de uma delicada 
sonda introduzida na orelhinha do nenê. É rápido, seguro e indolor. 
Este exame é feito ainda no hospital, com o nenê dormindo, a partir de 48 horas de vida. 
Ele leva de 5 a 10 minutos para ser concluído. No caso de suspeita de alguma 
anormalidade, o nenê será encaminhado para uma avaliação otológica e audiológica 
completa. 
O teste do olhinho, também conhecido como teste do reflexo vermelho, é um teste 
realizado durante a primeira semana de vida do recém-nascido e que tem como objetivo 
identificar precocemente alterações na visão, como catarata congênita, glaucoma ou 
estrabismo, por exemplo, sendo também considerada uma importante ferramenta na 
prevenção da cegueira infantil. 
O teste da linguinha é um exame obrigatório que serve para diagnosticar e indicar o 
tratamento precoce de problemas no freio da língua de recém-nascidos, que podem 
prejudicar a amamentação ou comprometer o ato de engolir, mastigar e falar, que é o caso 
da anquiloglossia, também conhecida como língua presa. 
O teste da linguinha é realizado nos primeiros dias de vida do bebê, geralmente ainda na 
maternidade. Esse teste é simples e não causa dor. 
Além disso, o teste da linguinha é feito para avaliar a espessura e de que forma o freio da 
língua está fixado, além de analisar como o bebê movimenta a língua e se apresenta 
dificuldades para sugar o leite materno. 
 
48 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
LACTENTE JOVEM (ATÉ 3 MESES) 
AULA 6 DE PEDIATRIA I 
 
ALEITAMENTO MATERNO: 
O aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses de idade e mantido com a alimentação 
complementar até os 2 anos. 
É importante conhecermos as abreviações usadas no contexto do aleitamento materno, tanto 
para preenchermos um prontuário, quanto pra lê-los: 
✓ AM exclusivo: apenas leite materno, em livre demanda. 
✓ AM misto: leite materno + outro leite ou fórmula. 
✓ Aleitamento artificial: oferta de outro leite ou fórmula infantil sem leite materno. 
✓ AM predominante: leite materno + água/chá/suco. 
✓ AM complementado: leite materno + outros alimentos. 
A introdução alimentar precoce reduz o aleitamento materno total, sendo prejudicial, portanto, 
uma vez que o leite materno reduz as infecções independentemente da idade da criança. 
Mães que precisam trabalhar mais cedo ou mães empregadas com apenas 4 meses de licença 
maternidade, por exemplo, apresentam um período menor de aleitamento materno, tendo uma 
introdução alimentar precoce. 
BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO: 
O aleitamento materno apresenta diversos benefícios, tais como: 
✓ Reduz a mortalidade infantil. 
✓ Reduz a incidência e gravidade da diarreia. 
✓ Reduz a incidência e morbidade de IVAS e OMA (otite média aguda). 
✓ Reduz alergias (asma e APLV -alergia a proteína do leite de vaca). 
✓ Redução de DCNT (DM2, obesidade, HAS e colesterol total). 
✓ Melhor nutrição e digestibilidade. 
✓ Melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência. 
✓ Melhor desenvolvimento da cavidade oral/boca. 
✓ Redução de CA de mama e ovário, DM2 e anticoncepção (mães que mantem o AM 
exclusivo tem uma maior chance de manter anticoncepção por mais tempo). 
✓ Economia. 
✓ Maior vínculo afetivo. 
COMPOSIÇÃO DO LEITE HUMANO: 
Com exceção do leite materno de mulheres desnutridas em que tanto quantidade e qualidade 
são inferiores, o leite possui uma composição semelhante para todas as mulheres que 
amamentam. 
Além disso, o leite de mães de RN pré-termo tem mais calorias, lipídios, proteínas e lactose. E, 
nos primeiros 10 dias após o nascimento, a secreção láctea é chamada de colostro, o qual 
contém mais proteína, menor gordura e mais IgA secretória do leite ´maduro´. 
3 PRINCIPAIS 
BENEFÍCIOS NO 
LACTENTE JOVEM 
 
49 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
Outra característica importante é existe o leite que sai no início da mamada, chamado de 
anterior, e o leite que sai ao final da mamada ou leite posterior. Este último possui mais gordura, 
mais energia, portanto, sacia mais a criança – por isso a importância da mãe se ordenhar antes 
da mamada e sempre esvaziar toda a mama durante a mamada. 
**EXPLICAR PARA AS MÃES QUE NÃO EXISTELEITE FRACO, MAS SIM, UMA DIFERENÇA DE 
CONCENTRAÇÃO DE GORDURA ENTRE O LEITE QUE SAI INICIALMENTE E O QUE SAI NO FIM** 
Devido essa diferença de concentração de gordura entre o leite anterior e o posterior, no início 
da mamada devido ao alto teor de água e componentes hidrossolúveis o leite possui coloração 
de água de coco. Já no meio da mamada, uma coloração branca opaca devido a caseína, 
enquanto que no final em virtude da concentração de pigmentos lipossolúveis, o leite fica mais 
amarelado. 
 
O leite materno também é composto por fatores imunológicos específicos e não específicos, os 
quais conferem muito dos benefícios do aleitamento materno, garantindo proteção ativa e 
passiva para as crianças amamentadas. 
A principal imunoglobulina é a IgA secretória, a qual atua contra microrganismos que colonizam 
superfícies mucosas (E. coli, Salmonella, rotavírus, polivírus, etc), tal IgA tem sua concentração 
reduzida no 1º mês e se mantêm constante em seguida. 
Alguns importantes fatores imunológicos e suas principais funções são: 
 
 
50 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO: 
A sucção do leite pelo bebê é um ato reflexo, mas ainda assim, faz-se necessário que o bebê 
aprenda a retirar o leite do peito de forma eficiente, formando um lacre perfeito entre a boca 
do mesmo e a mama, garantindo a formação do vácuo indispensável para que o mamilo e aréola 
se mantenham dentro da boca do bebê. 
A técnica de amamentação é fundamental para que a retirada dos leites anterior e posterior 
seja eficiente. 
A OMS destaca 8 pontos chaves para uma técnica adequada de amamentação, sendo 4 deles 
referente ao posicionamento e 4 referentes a pega, são eles: 
 
 
CONTRAINDICAÇÕES DO ALEITAMENTO MATERNO: 
Algumas das situações que em o aleitamento materno é contraindicado são: 
✓ Mães que tem HIV ou HTLV1 e 2 (vírus que podem ser transmitidos via leite materno). 
✓ Mãe com CA de mama atual ou tratado. 
✓ Mãe apresentando distúrbios de consciência ou comportamento grave. 
Existem contraindicações maternas, neonatais e temporárias, em relação ao aleitamento 
materno, sendo muito importante atentarmos para todas elas. 
CRESCIMENTO DO LACTENTE – PESO: 
O peso médio ao nascimento é de 3.300g, diminuindo até 10% na 1ª semana. Sedo recuperado 
em até 14 dias após o nascimento. 
O feto apresenta um pico de ganho ponderal de peso no 3º trimestre da gestação. E outro pico 
no 1º trimestre, já no período pós-natal, ganhando cerca de 18-30g/dia. 
A taxa calórica recomendada nos 3 primeiros meses é de 115Kcal/Kg/dia (185ml LM/Kg/dia). 
É comum os bebês RN dormirem mais, não acordando de noite para mamar, geralmente. Sendo 
importante esclarecer isso para os pais/responsáveis pela criança, pois muitas vezes, acham que 
o bebê possa estar doente ou que o leite está fraco ou algo do tipo. 
 
51 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
CRESCIMENTO DO LACTENTE –COMPRIMENTO E PC: 
O comprimento médio ao nascimento é de 50cm (masculino) e 49cm (feminino). Sendo que o 
primeiro pico de crescimento ocorre inda via IU no 2º trimestre da gestação 
(comprometimentos crônicos nessa fase da gestação podem levar a baixa estatura). 
O comprimento ao nascer reflete condições IU, apresentando uma canalização até os 2 anos 
idade, tendo uma recuperação nas primeiras semanas e depois uma redução após os 6 meses. 
 
52 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
O crescimento que chamamos de adequado em relação ao crescimento do lactente, é de cerca 
de 3,5cm/mês (até os 3 meses de idade). Já o PC, 2cm/mês. 
**OS 3 MESES APÓS O NASCIMENTO CORREPONDEM AO PERÍODO DE MAIOR CRESCIMENTO 
NA VIDA PÓS-NATAL** 
 
 
 
53 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
DESENVOLVIMENTO GERAL: 
Presença de uma plasticidade neural, moldada pelas experiências positivas e negativas já 
vividas. 
O volume cerebral total duplica no 1º ano de vida (36% com 1mês e 72% com 1 ano), ocorrendo 
a mielinização posterior e depois anterior. Sendo crucial a ingesta alimentar de ferro, colesterol 
e outros nutrientes, somada a interação com o cuidado/ambiente. 
 
54 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
**A MIELINIZAÇÃO SIGNIFICA A AQUISIÇÃO DE MOVIMENTOS MAIS COORDENADOS E 
COMPLEXOS NAS ESTRUTURAS E DOMÍNIOS INFLUENCIADOS PELAS REGIÕES ENCEFÁLICAS 
MIELINIZADAS** 
OS PRIMEIROS 3 MESES: 
Em relação às aquisições motoras, inicialmente, o movimento dos membros consiste em 
basicamente contrações descontroladas. 
O RN começa com um padrão motor imaturo, com reflexo tônico cervical assimétrico, 
conferindo-lhe uma postura assimétrica. E, predomínio do tônus flexor e hipotonia intensa da 
musculatura paravertebral. 
Seus movimentos são, geralmente, reflexos, que tendem a desaparecer com o passar dos meses. 
E, é por isso que os bebês RN tendem a ficar encolhidinhos. 
 
Progressivamente, o tônus flexor visto no RN vai sendo substituído pelo padrão extensor, de 
forma gradual. Amadurecimento na direção craniocaudal, alcançando o quadril e os membros 
inferiores por último. 
Os reflexos primitivos desaparecem com a mielinização, mas lançam as bases para os padrões 
de comportamento posteriores, tais como: 
✓ Preensão. 
✓ Tônico cervical (alcançar objetos e focalizar as mãos). 
✓ Marcha (andar voluntário). 
COMPORTAMENTO: 
Aos 3 meses o bebe dorme cerca de 10h/noite tendo 3 ciclos de sono/dia (15 horas no total), 
alterando entre períodos de sono e vigília (estado de consciência). 
O choro tem um pico com cerca de 6 semanas (3h/dia) e depois 1h/dia com 3 meses, sinalizando 
uma necessidade do bebe, como por exemplo, fome, dor, necessidade de carinho/atenção. 
 
55 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
Os bebês que são atendidos quando choram, apresentam uma tendência a chorar menos ao 
longo do tempo. 
**É MUITO IMPORTANTE QUE A MÃE/RESPONSÁVEL SAIBA IDENTIFICAR AS PISTAIS(SINAIS) 
PRÉ-CHORO, COMO POR EXEMPLO, IRRITAÇÃO** 
CAPACIDADES MOTORAS E SENSORIAIS: 
As principais capacidades motoras e sensoriais nessa faixa etária são: 
✓ 2-3 meses: sorriso social. 
✓ 3 meses: adquire noção de profundidade. 
✓ 2-4 meses: fica de bruços, levanta a cabeça e ombros na posição prona. 
✓ Em torno dos 2 meses: ampliação do campo visual do bebê, o qual passa a visualizar e 
seguir objetos com o olhar, ultrapassando a linha média. Observa rosto, vocaliza (sons 
diferentes do choro) e reage a estímulos sonoros. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO – HABILIDADES PERCEPTUAIS E SENSORIAIS: 
Algumas das habilidades perceptuais e sensoriais são: 
✓ Focalizam 25cm e reconhecem o rosto da mãe. 
✓ Ouvem sons, localizam o som, reconhecem a voz. 
✓ Sentes os 4 sabores básicos e o umami. 
✓ Identificam odores corporais. 
✓ Reconhecem expressões faciais como semelhante. 
✓ Combinam as propriedades dos estímulos. 
DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – PERSONALIDADE: 
A mudança de estágio acompanha o amadurecimento do sistema nervoso, conforme os estágios 
psicossexuais de Freud (fase oral, anal, fálica, de latência e genital). 
A mudança de estágio acompanha o surgimento gradual do senso de identidade, conforme os 
estágios psicossociais de Erikson (confiança básica, autonomia, iniciativa, diligência, identidade, 
intimidade, generatividade, integridade do ego). Continua a se formar durante outros estágios 
da vida adulta. 
FASE ORAL OU DE CONFIANÇA BÁSICA (0-1 ANO): 
Fase de maior vínculo com a mãe. 
SEGUNDO FREUD: No primeiro estágio do desenvolvimento da personalidade, a libido é 
centrada na boca do bebê, pois ele fica muito satisfeito ao colocar todo tipo de coisa em sua 
boca para satisfazer a libido. Isso significa que nesta fase da vida, seus prazeres são orais ou 
orientados para a boca, como sucção, mordida e amamentação. 
SEGUNDO ERIKSON: Na primeira etapa dos estágios de desenvolvimento psicossocial, as 
crianças aprendem a confiar ou não confiar nos outros. A confiança tem muito a ver com o 
apego, o gerenciamento dos relacionamentos e a medida em que a criança espera que os outros 
atendam às suas necessidades. 
Como o bebê é totalmente dependente, o desenvolvimento da confiança se baseia, portanto, 
na confiabilidade dos cuidadores da criança, especialmente a mãe. 
 
56 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
VACINAS DOS 3 PRIMEIROS MESES: 
As vacinas que estão presentes nos 3 primeiros meses de vida do lactente são: 
Ao nascer: 
✓ Vacina BCG: é administrada em dose única e evita as formas graves de tuberculose, sendo 
aplicada na maternidade de costuma deixar uma cicatriz no braço em que a vacina foi 
aplicada, devendo-se formar até aos 6 meses; 
✓ Vacina da Hepatite B: a 1ª dose da vacina evita a hepatite B, que é uma doença causada por 
um vírus, o HBV, que pode afetar o fígado e levar ao desenvolvimento de complicações ao 
longo da vida, sendo recomendada a sua administração nas primeiras 12 horas após o 
nascimento. 
 
2 meses: 
✓ Vacina da Hepatite B: é recomendada a administração da segunda dose; 
✓ Vacina tríplice bacteriana (DTPa): primeira dose da vacina que protege contra difteria, 
tétano e coqueluche, que são doenças causadas por bactérias; 
✓ Vacina Hib: primeira dose da vacina que protege contra a infecção pela 
bactéria Haemophilus influenzae; 
✓ Vacina VIP: 1ª dose da vacina que protege contra a poliomielite, também conhecida por 
paralisia infantil, que é uma doença causada por um vírus. Veja mais sobre a vacina contra 
a poliomielite; 
✓ Vacina contra o rotavírus: essa vacina protege contra a infecção pelo rotavírus, que é uma 
das principais causas de gastroenterite nas crianças. A segunda dose pode ser administrada 
até os 7 meses; 
✓ Vacina Pneumocócica 10V: 1ª dose contra doença invasiva pneumocócica, que protege 
contra diversos sorotipos de pneumococos responsáveis por doenças como meningite, 
pneumonia e otite. A segunda dose pode ser administrada até os 6 meses. 
 
3 meses: 
✓ Vacina Meningocócica C: 1ª dose, contra Meningite meningocócica do sorogrupo C; 
✓ Vacina Meningocócica B: 1ª dose, contra Meningite meningocócica do sorogrupo B. 
 
SEGURANÇA DO LACTENTE JOVEM: 
Em relação a segurança do lactente jovem devemos nos atentar: 
✓ Quedas de berço, cama, trocador, etc. 
✓ Transporte – cadeiras automotivas (uso do cinto de segurança e cadeirinha). 
✓ Queimaduras por líquidos quentes, escaldamento e sol. 
✓ Asfixia por leite, cobertores, travesseiros, protetores de berço. 
✓ Móbiles ou outros brinquedos perto do berço. 
DOENÇAS MAIS FREQUENTES: 
As doenças mais frequentes no lactente jovem são: 
✓ Diarreias – rotavírus gera desidratação. 
✓ IVAS – principalmente, se vai em alguma escolinha/creche. 
✓ Infecções de ouvido. 
 
https://www.tuasaude.com/vacina-contra-poliomielite/
https://www.tuasaude.com/vacina-contra-poliomielite/
 
57 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS - 
LACTENTE DE ATÉ 3 MESES 
ALEITAMENTO MATERNO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR, A FASE 
ORAL DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL, VACINAS DO PERÍODO E SEGURANÇA.AULA 7 DE PEDIATRIA 
 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 
 
ALEITAMENTO MATERNO: 
 
 
CRESCIMENTO DO LACTENTE: 
O período de maior crescimento na vida pós-natal ocorre durante os primeiros 3 meses de vida. 
 
58 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
DESENVOLVIMENTO GERAL: 
 
VACINAS, DOENÇAS E SEGURANÇA: 
 
CASO CLÍNICO 1: 
 
 
**Essa é uma queixa bem comum de algumas mães, sendo de extrema importância orientarmos 
estas que NÃO EXISTE LEITE FRACO!!!** 
 
59 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
-Pedir para observar a amamentação + orientar à mãe sobre algumas técnicas para melhorar a 
dor + explicar que não existe leite fraco. 
 
-Mãe teve sorologia positiva para hepatite C no último trimestre de gestação (isso proíbe a mãe 
de amamentar seu bebê) + fissuras em ambas mamas desde o pós-parto, doendo muito para 
amamentar. 
 
 
-Vacinação em dia e DNPM adequado para a idade. 
-Orientar a mãe sobre a amamentação, em relação a alternância entre as mamas. 
 
60 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
-Diurese e evacuação adequadas para a idade. 
 
 
• Classificação da criança: 
✓ Quanto ao peso: baixo para idade, pois está ganhando cerca de 13g/dia, sendo que o 
ideal é entre 18-30g/dia. 
✓ Quanto a estatura: adequada para idade, pois ganhou 4cm em um mês, sendo que a 
média é de 3,5cm idealmente. 
✓ Quanto ao estado nutricional: baixo para idade, visto que de 13kg/m² ela foi para 
11,8kg/m². 
✓ Quanto ao PC: deve ser monitorado, visto que ela aumentou 3cm/mês e o ideal é 
2cm/mês. 
 
• Qual a sua principal hipótese em relação ao aleitamento materno? 
R: A principal hipótese é que esse bebê esteja uma taxa calórica inadequada por estar 
mamando mais o leite anterior do que o posterior. Sendo que, o leite anterior tem mais água, 
proteínas e anticorpos, ou seja, é menos calórico. E, o leite posterior tem mais gordura, ou 
seja, é mais calórico. 
Isso explica, por exemplo, o fato de a bebê estar acordando de 2-3x/noite para mamar. Sendo 
que nessa faixa etária, a bebê deveria apresentar um sono mais prolongado se estivesse 
mamando o leite posterior. 
• Que conduta deve ser tomada em relação aos seguintes aspectos? 
✓ As queixas de Marina (leite fraco/fissuras mamárias, dor): em relação ao leite fraco, 
devemos explicar para a mãe que isso não existe, mas sim, a diferença entre o leite 
anterior e posterior, explicando a importância de esvaziar e alternar as mamas e de fazer 
a ordenha antes das mamadas (se a mamãe está muito cheia o bebê não consegue fazer 
a pega direito). 
 
61 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
-Em relação as fissuras mamárias e a dor, devemos observar a amamentação e orientar 
a mãe quanto a pega e posição correta do bebê (alteras as posições para amamentar 
visando uma melhor cicatrização e alívio da dor) + orientar que a mãe lave as mamas 
depois das mamadas, já que a saliva do bebê é acida, colaborando para as fissuras. 
✓ Sorologia positiva para hepatite C: temos que checar a carga viral da mãe antes de 
suspender o aleitamento materno, por conta das fissuras mamárias. E, caso o vírus 
estiver circulante, o AM deve ser suspendido. 
-Temos que acompanhar e testar essa criança em relação a hepatite C até os 18 meses 
de idade. 
CASO CLÍNICO 2: 
 
 
-Observar a amamentação devido a queixa de dor, para orientarmos a mãe. 
 
 
-DNPM adequado para idade + alimentação e sono sem alterações dignas de nota. 
 
62 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
• Coloque os dados do paciente nas curvas apropriadas: 
 
-Peso adequado para idade: ganho de cerca de 31,16g/dia, sendo o ideal no primeiro trimestre 
entre 18-30g/dia. 
 
63 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
-Estatura adequada para idade: cresceu 12cm em 3 meses = 4cm/mês, sendo o ideal 3,5cm/mês. 
 
-Estado nutricional adequado para a idade. 
 
64 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
-PC adequado para idade – crescendo cerca de 2,3cm/mês, sendo o ideal 2cm/mês. 
• O crescimento está adequado? 
R: Sim, o crescimento do bebê está adequado para a idade, visto que ele está ganhando 
31g/dia, sendo o ideal 18-30g/dia no primeiro trimestre. 
 
• Quais vacinas esse bebê já deve ter recebido para considerarmos o cartão completo? 
✓ Ao nascimento: BCG e hepatite B. 
✓ Aos 2 meses: pentavalente, rotavírus humano, VIP e pneumocócica 13 valente. 
✓ Aos 3 meses: meningocócica. 
 
• O desenvolvimento deste lactente está dentro do esperado? 
R: Sim, ele está crescendo cerca de 4cm/mês, sendo o ideal 3,5cm/mês. 
CASO CLÍNICO 3: 
 
-Linfadenopatia por provável reação vacinal. 
 
2 meses 
 
65 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
• Qual o provável diagnóstico? 
R: O provável diagnóstico é de uma linfonomegalia reacional à BCG. 
 
• Qual a provável causa? 
R: A provável causa é uma reação vacinal por conta da vacina BCG que é administrada ao 
nascimento e pode apresentar sintomas à longo prazo. 
 
• Cite 1 diagnóstico diferencial. 
R: ausência de sinais flogísticos afastam inflamações + sem queixas alimentares + sem 
alterações no EF. Linfoma e leucemia são diagnóstico diferenciais importantes, mas não 
temos nenhum outro dado de manifestação clínica que colabore pra algum deles. 
 
• Qual tratamento deve ser iniciado? 
R: Drenagem do linfonodo, caso necessário. 
 
• Caso o quadro persista mesmo com tratamento adequado o que deve ser investigado? 
R: Se o paciente é imunodeprimido ou não. – Investigar HIV. 
 
 
66 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
67 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
 
 
68 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
O LACTENTE DE 3 A 12 MESES 
ALIMENTAÇÃO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR, PRINCIPAIS 
DOENÇAS DO PERÍODO, VACINAS E SEGURANÇA. 
AULA 8 DE PEDIATRIA 
 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 
✓ Avaliar o crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor do lactente no primeiro ano de 
vida. 
✓ Orientar o desmame parcial e a amamentação complementar do lactente a partir dos 6 
meses. 
✓ Conhecer as indicações e contraindicações das vacinas do primeiro ano de vida, identificar 
os efeitos adversos das vacinas. 
✓ Promover a segurança do lactente até os 12 meses. 
✓ Diagnosticar e tratar as principais doenças do lactente no primeiro ano de vida. 
PUERICULTURA: 
Os objetivos da consulta de puericultura são: 
✓ Avaliar o crescimento e desenvolvimento da criança; 
✓ Avaliar o DNPM da criança; 
✓ Avaliar a alimentação da criança; 
✓ Avaliar o histórico vacinal; 
✓ Avaliar a higiene da criança; 
✓ Orientar os pais/responsáveis sobre a prevenção de acidentes; 
✓ Fazer a detecção precoce de doenças, notando os sinais de alarme. 
ANAMNESE: 
A anamnese pediátrica precisa conter: 
1. Identificação; 
2. Queixa principal e duração; 
3. História da doença atual; 
4. ISDA; 
5. História da gestação, parto e nascimento; 
6. História patológica pregressa; 
7. História alimentar; 
8. História do desenvolvimento; 
9. História das vacinações; 
10. História familiar; 
11. História social. 
 
 
 
 
69 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
VIGILÂNCIA DO CRESCIMENTO: 
 
 
A erupção tardia dos dentes é considerada quando aos 13 meses, o lactente ainda não apresenta 
nenhum dente na boca. 
DESENVOLVIMENTO DOS 3-6 MESES: 
MOTOR/FÍSICO: 
✓ Reflexos primitivos desaparecem – o bebê já consegue fazer preensão voluntária de 
objetos, troca de mãos, se posiciona em linha média e levas as coisas à boca. 
✓ Controle do tronco – os bebês já rolam, se arrastam e alcançam objetos. E, na posição 
sentada consegue olhar através dos objetos, conquistando o ambiente. Apresentando uma 
noção de profundidade. 
✓ Sono – dormem cerca de 14-16h/dia (10h à noite + 2 sonos diurnos). Apresentando um 
sono REM mais curto. 
 
COGNITIVO: 
✓ Se tornam seres sociais, se interessando no mundo ao redor. 
✓ Exploração do corpo – observam as mãos, sensação tátil, causa e efeito. 
 
70 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
✓ Sorriem no espelho. 
✓ Ações próprias e ações que dependem do outro (choram para chamar os pais, por 
exemplo). 
 
 
EMOCIONAL: 
✓ Interagemcom os pais ou interlocutor. 
✓ Expressam raiva, alegria, medo, nojo, interesse e surpresa. 
✓ Participam de jogos de mão ou cantar – meio de comunicação para eles. 
✓ Ri em voz alta e busca contato social. 
✓ Fica alegre quando lhe oferecem algum alimento. 
 
 
 
71 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
DESENVOLVIMENTO DOS 6-12 MESES: 
FÍSICO/MOTOR: 
✓ Aos 7 meses, o bebê já consegue sentar sem apoio e tenta se arrastar. 
✓ Aos 8 meses, ele já transfere objetos de uma mão para outra, engatinha, aponta e atira 
objetos no chão. 
✓ Aos 9 meses, o bebê já fica de pé segurando, usa movimentos de pinça para pegar objetos 
pequenos e bate objetos uns contra os outros. 
✓ Aos 10 meses, já anda segurando nos objetos e mostra o que quer com gestos. 
✓ Aos 11 meses, fica de pé sozinho por alguns segundos. 
✓ Aos 12 meses, fica de pé por mais tempo e anda sem apoio. 
 
 
COGNITIVO/EMOCIONAL: 
✓ Aos 7 meses, busca e manipula objetos, troca de mão, bate, joga, leva à boca. E, começa 
a ter medo de estranhos, preferindo a mãe e imita os sons da fala. 
✓ Aos 9 meses, persistência do objeto, brinca de esconder. Idade em que ocorre a angústia 
da separação, a criança estranha muito quando longe dos pais (choro noturno). E, passa 
a reconhecer a própria imagem. 
✓ Aos 10 meses, dá tchau, faz pinça com o polegar e aponta. Responde ao seu nome e fala 
papa e mama com sentido. E, entende o não. 
✓ Aos 11 meses, participa de brincadeiras, imita e entende instruções simples. 
✓ Aos 12 meses, movimento de pinça dedo-polegar, entrega objetos, fala algumas palavras, 
brinca com uma bola, entende e cumpre instruções. E, começa a testar os pais. 
 
72 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
 
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR: 
 
ALEITAMENTO MATERNO: 
O aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses de idade e mantido com a alimentação 
complementar até os 2 anos. 
A alimentação complementar, por sua vez, se trata de um conjunto de outros alimentos, além 
do leite materno, que podem ser oferecidos ao lactente, a partir dos 6 meses de idade. 
 
73 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
Visto que, aos 6 meses, o lactente passa a apresentar reflexos para a deglutição, excitação à 
visão do alimento, sustenta a cabeça, dá início à erupção dos primeiros dentes e melhora o 
paladar. 
Sendo os principais desafios: 
✓ Manutenção do aleitamento materno; 
✓ Alimentos complementares ou de transição; 
✓ Fase de grande vulnerabilidade. 
INTRODUÇÃO ALIMENTAR: 
 
RECOMENDAÇÃO – COMPOSIÇÃO DAS PAPAS: 
 
✓ Utilizar temperos naturais (salsinha, alho, cebolinha e cebola); 
✓ Não é necessário refogar os temperos; 
✓ Óleo vegetal (1 colher de chá) deve ser adicionado no final da preparação. 
RECOMENDAÇÃO - TEXTURA E QUALIDADE DAS PAPAS: 
 
 
74 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
ALIMENTAÇÃO ATÉ OS 24 MESES DE VIDA: 
Na ausência ou impossibilidade do leite materno, devemos usar as fórmulas infantis, as quais 
são garantidas para filhos de mães HIV +. E, na impossibilidade de fórmulas infantis adequadas: 
 
PREVENÇÃO DE DÉFICITS NUTRICIONAIS ATÉ OS 24 MESES DE VIDA: 
 
RECOMENDAÇÃO DE FERRO PROFILÁTICO: 
 
 
75 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
10 PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: 
 
Temos que lembrar que a criança só vai se alimentar bem se estiver com fome e sem sono. 
VACINAS: 
✓ Aos 4 meses: pentavalente, rotavírus, VIP e pneumocócica (2ª dose). 
✓ Aos 5 meses: meningocócica (C ou ACWY e B). 
✓ Aos 6 meses: pentavalente + VIP (3ª dose). 
✓ Aos 9 meses: febre amarela (dose inicial). 
✓ Aos 12 meses: pneumocócica e meningocócica (reforço) e tríplice viral (1ª dose). 
VACINAS – FEBRE AMARELA: 
É reconhecidamente uma das vacinas mais eficazes e seguras, entretanto, eventos adversos 
graves e até fatais têm sido notificados e estão relacionados à disseminação do vírus vacinal. 
As contraindicações são: 
✓ Menores de 6 meses; 
✓ Lactentes (idealmente esperar o bebê ter 6 meses, ou analisar o risco); 
✓ Imunossuprimidos; 
✓ Neoplasias; 
✓ Alergia a algum dos componentes; 
✓ Gestantes (analisar cada caso). 
✓ Pacientes que tenham desencadeado doença desmielinizante até 6 meses após a primeira 
dose. 
As reações adversas são: 
✓ Dor local (1º e 1º dias), cefaleia, mialgia, febre (mais frequentemente na 1ª dose), 
aumento das enzimas hepática (reversível) – não contraindica próxima dose e trata-se 
com sintomáticos. 
 
76 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
✓ Reações adversas graves: anafilaxia, doença neurológica aguda (1-4 semanas após a 
aplicação e, em gera, tem bom prognóstico, ADEM, Guillan-Barré, cefaleia intensa e 
persistente. Podem ser causadas diretamente pela invasão do vírus vacinal no SNC ou 
pelas reações inflamatórias e desmielinizantes) e doença viscerotrópica aguda (sua 
gravidade varia desde sintomas leves até um quadro grave de falência de múltiplos órgãos 
e óbito. E, a doença é resultante da replicação e da disseminação do vírus). 
VACINAS - TRIPLÍCE VIRAL: 
Contém vírus vivos atenuados em cultivo celular, que protege contra sarampo, rubéola e 
caxumba. Sendo pouco reatogênica e bem tolerada. 
As suas contraindicações são: 
✓ Anafilaxia; 
✓ Grávidas; 
✓ Pessoas com imunodeficiências congênitas ou adquiridas; 
✓ Infecção pelo HIV em indivíduos em vigência de imunossupressão grave; 
✓ Pessoas em uso de quimioterapia antineoplásica só devem ser vacinadas 3 meses após a 
suspensão do tratamento; 
✓ Transplantados de medula óssea recomenda-se vacinar com intervalo de 12-24 meses 
após o transplante para a primeira dose. 
E, as suas reações adversas são: 
✓ Locais: pouco frequentes – ardência de curta duração, eritema, hiperestesia enduração. 
Nódulo ou pápula com rubor (reação imune do tipo tardio) podem ocorrer em indivíduos 
com hipersensibilidade aos componentes da vacina. Casos de abscesso geralmente 
encontram-se relacionados com infecção secundária e erros de imunização (técnica). 
✓ Sistêmicas: febre (início 5-12 dias após), cefaleia, quadro catarral, exantema, 
linfadenopatia, meningite (11-32 dias após a vacinação – geralmente, de evolução 
benigna, relacionada a caxumba), encefalopatia (15-30 dias após, relaciona ao 
componente do sarampo e ao da caxumba, sendo que o risco não é maior que o 
observado na população não vacinada). 
✓ PEESA: panencefalite esclerosante subaguda pós-vacinal, não há dados epidemiológicos 
documentados que realmente comprovem o risco vacinal. Entretanto, há casos de PEESA 
em criança sem história de doença natural e que receberam a vacina. 
✓ Autismo descartado! 
PREVENÇÃO DE ACIDENTES: 
✓ Risco de quedas – tomar cuidado com escadas, sofás e cama; 
✓ Andadores – não são recomendados; 
✓ Produtos de limpeza e remédios não devem ficar ao alcance; 
✓ Janelas – devem ter telas protetoras; 
✓ Cozinha – idealmente fechadas, cuidado com cabos de panelas; 
✓ Piscinas, ofurôs – nunca deixá-los sozinhos; 
✓ Baldes com água; 
✓ Tomadas e cabos de carregadores. 
 
77 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
 
PATOLOGIAS FREQUENTES – DIARREIAS: 
Ocorrência de 3 ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas. Sendo a 
diminuição da consistência habitual das fezes um dos parâmetros mais considerados. 
Na diarreia aguda ocorre desequilíbrio entre a absorção e a secreção de líquidos e eletrólitos, 
sendo um quadro autolimitado. 
✓ Aquosa aguda, desinteria ou persistente. 
✓ Agentes: vírus (rotavírus, adenovírus), bactérias (E. coli, Salmonella, Shigella, 
Campylobacter jejuno, Vibrio cholerae, Yersinia), parasitas (Entamoeba histolytica, 
Giardia lamblia, Cryptosporidium, Isospora) e fungos (Candida albicans). 
O tratamento é de suporte, sendo feito por meio de: 
✓ Hidratação (planos A, B ou C); 
✓ Leite sem lactose (hospitalizados ou nas persistentes); 
✓ Dieta habitual; 
✓ Zinco; 
✓ Vitamina A; 
✓ Antieméticos; 
✓ Probióticos. 
PATOLOGIAS FREQUENTES – BRONQUIOLITE: 
Infecção que causa obstruções do fluxo de ar por estreitamento das vias éreas pela presença de 
muco e/ou edema. 
Causa viral– o vírus sincicial respiratório (VSR) é o responsável por mais 50% dos casos, mas 
também pode ser parainfluenza, adenovírus, Mycoplasma ou H1N1. 
 
78 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
O aleitamento materno é um fator protetor e mães tabagistas são fatores de risco para seus 
bebês terem bronquiolite. 
As principais manifestações clínicas da bronquiolite são: 
✓ Apresenta sazonalidade marcada; 
✓ Clinicamente pode variar desde formas leves, assintomáticas, até formas graves com 
comprometimento do estado geral e insuficiência respiratória → sibilância. 
O tratamento é de suporte, ou seja, temos que avaliar o quadro clínico e nos sintomáticos 
realizar lavagem nasal, manter hidratado, prescrever antitérmicos, broncodilatadores, oxigênio, 
corticoides, fisioterapia e tudo o que for necessário para estabilizar a criança. 
✓ Palivizumabe: é um anticorpo monoclonal, IgG1 humanizado, direcionado para um 
epítopo no sítio antigênico A da proteína de fusão do VSR. 
-É indicado para a prevenção de doença grave do trato respiratório inferior, causada pelo 
VSR, em pacientes pediátricos de alto risco menores de 2 anos de idade, que inclui 
crianças prematuras (IG<35 semanas), crianças portadoras de doença pulmonar crônica 
da prematuridade e portadores de cardiopatia congênita hemodinamicamente 
significativa. 
-Região Sudeste: março a julho. 
PATOLOGIAS FREQUENTES – LACTENTE CHIADOR: 
Conhecido como bebê chiador, pode ser definida como a criança de até 2-3 anos de idade que 
apresenta sibilância persistente, por pelo menos 1 mês ou no mínimo 3 episódios recorrentes 
de sibilância por pelo menos 2 meses consecutivos. 
Trata-se de uma síndrome obstrutiva caracterizada por sibilos, devido à diminuição do calibre 
das vias aéreas inferiores. E, tal manifestação pode ser persistente e/ou recorrente com 
frequência e intensidade variáveis. 
Sua prevalência é elevada, com significativa morbidade devido às procuras aos serviços de 
urgência, internação, realização frequente e às vezes desnecessária de radiografias simples de 
tórax, assim como uso recorrente de antibióticos e corticoides sistêmicos. 
Em relação aos fatores de risco relacionados ao lactente sibilante, destacam-se: 
✓ Sexo masculino; 
✓ História familiar de asma; 
✓ Atopia; 
✓ Prematuridade; 
✓ Exposição à fumaça do cigarro; 
✓ Animais domésticos; 
✓ Infecções por vírus respiratórios tais como VSR e rinovírus; 
✓ Frequentar creche. 
Os lactentes sibilantes apresentam quadro clínico que sugere obstrução das vias aéreas 
inferiores, tais como: 
✓ Tosse seca ou secretora; 
✓ Sibilância e esforço respiratório; 
✓ Tempo expiratório prolongado; 
 
79 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
✓ Tiragens intercostais ou subdiafragmática; 
✓ Ausculta pulmonar pode ser normal ou exibir sibilos expiratórios ou crepitações. 
 
 
 
80 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
O tratamento tem como objetivo controlar o processo inflamatório e dessa forma reduzir os 
sintomas, as exacerbações, a procura aos serviços de urgência, melhorar a qualidade de vida, 
manter a função pulmonar normal ou próxima do normal. 
✓ É feito com o menor número de fármacos, utilizando a dose mínima eficaz, com poucos 
efeitos colaterais. 
✓ Temos que garantir uma boa parceria com a família, esclarecendo suas dúvidas, 
orientando e facilitando a adesão ao tratamento. 
✓ Os corticoides inalados são as drogas utilizadas quando o tratamento de manutenção está 
indicado, devido à sua eficácia e segurança, especialmente quando utilizados em baixas 
doses. Devendo ser considerados quando os episódios de sibilância forem muito 
frequentes ou graves. 
E, o tratamento das crises é de suporte, sendo feito, por meio da lavagem nasal, uso de 
broncodilatadores, corticoides sistêmicos e oxigênio, quando necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS 
SOBRE CALENDÁRIO VACINAL 
AULA 9 DE PEDIATRIA 
ROUND CLÍNICO SOBRE DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS 
 
CASO CLÍNICO 1: 
ID: Enzo Gabriel Nogueira, 1 ano e 1 mês, masculino, pardo, natural e procedente de Piracicaba-
SP. 
QP: febre, tosse e está todo pipocado. 
HDA: Enzo Gabriel tem história de coriza hialina e tosse há 3 dias, á 2 evoluiu com febre, mas a 
mãe resolveu aguardar. Porém, hoje ficou muito preocupada porque o filho acordou todo 
pipocado e a febre está mais alta. Queixa-se também que o filho está mais choroso. 
ISDA: mãe relata que Enzo está com diurese presente, em boa quantidade. Evacuações 1x/dia, 
pastosas, no seu padrão usual. 
HPP: nunca foi internado, nunca apresentou febre e nega alergias. 
ANTECENTES OBSTÉTRICOS: G2P2A0, nasceu de parto vaginal à termo, sem intercorrência. PN 
3200g, E 49cm e PC 35cm. Pré natal sem intercorrências. Mãe A+ e bebe O+. 
HÁBITOS DE VIDA: reside em casa de alvenaria, 3 cômodos, esgoto e água encanada. 1 gato e 1 
cachorro (vacinados). Cuidador principal é a mãe. Sono tranquilo. 
AF: mãe tem 24 anos e é saudável e pai saudável. Avó tem HAS e DM, tia tem HAS e irmão de 3 
anos é saudável. 
HALIM: AME por 4 meses e depois aleitamento misto. Introdução de outros alimentos aos 4 
meses, progressivamente. Hoje faz uso de leite Ninho. Atualmente, come bem, aceita legumes, 
frutas e verduras. Come diariamente carne, peixe, frango ou ovo. Come eventualmente biscoitos 
do irmão. 
HVAc: BCG e hepatite B ao nascimento. Recebeu 2 doses de rotavírus, pentavalentes, VIP e 
pneumococos. Recebeu 2 doses de meningo C. → faltou a primeira dose da vacina tríplice viral 
(SCR) que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. 
EF: BEG, porém febril (tax 38,9°C), anictérico, acianótico, hidratado e corado. Eupneico em ar 
ambiente. FA normotensa. FC 130bpm e FR 26 irpm. 
ACV: sem alterações. 
AR: MV universalmente audível, com roncos de transmissão. 
ABD: peristáltico, depressível, indolor a palpação, não palpo massas ou visceromegalias. 
MMII: sem edema, pulsos pediosos palpáveis e simétricos. 
 
82 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
Otoscopia sem alterações. 
Orofaringe discretamente hiperemiada, apresenta 2 lesões na face interna da bochecha 
esquerda, hiperemiadas com centro brancacento. → manchas de Koplik, patognomônicas de 
sarampo. 
 
Há hiperemia conjuntival. 
Genitália masculina sem alterações. 
Apresenta rash maculopapular em face e tronco. 
 
SNAPPS: 
S – SUMARIZAR O CASO: 
✓ Enzo, 1 ano e 1 mês; 
✓ Quadro de coriza hialina e tosse há 3 dias e há 2 dias evoluiu com febre. Acordou hoje 
todo pipocado e com febre mais alta; 
✓ AME até os 4 meses; 
✓ Calendário vacinal faltando a primeira dose da tríplice viral (SCR); 
✓ BEG, febril (tax 38,9°C), presença de roncos de transmissão, manchas de Koplik, hiperemia 
conjuntival e rash maculopapular em face e tronco. 
N – NUMERAR AS HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS: 
1. Sarampo – principal hipótese diagnóstica. 
2. Caxumba. 
3. Rubéola. 
4. Catapora. 
5. Roséola. 
A – AVALIAR AS HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS: 
1. Sarampo: presença de febre acompanhada de tosse persistente, hiperemia conjuntival 
(irritação ocular) e coriza hialina. Evoluindo com aparecimento de manchas 
avermelhadas no corpo todo. E, devido a presença das manchas de Koplik. 
MANCHAS DE KOPLIK: 
São classicamente descritas como pontos 
vermelhos brilhantes com centro branco ou 
branco-azulado, que podem se assemelhar 
a grãos de areia. 
Podem se localizar em qualquer parte da 
boca, muitas vezes precedem o exantema 
generalizado e são patognomônicas do 
sarampo 
 
83 LETÍCIA MARABESI FERREIRA 
2. Caxumba: dá para excluir, visto que, esta apresenta um período de incubação que dura 
cerca de 2-3 semanas. E, seus primeiros sintomas são: febre, calafrios, dores de cabeça, 
musculares e ao mastigar ou engolir, além de fraqueza + aumento das glândulas 
salivares. 
3. Rubéola: dá para excluir, visto que, apresenta um período de incubação também, com 
duração de cerca de 2-3 semanas. E, seus primeiros sintomas são: febre baixa, 
surgimento

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