Buscar

Habeas Corpus

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
EDUARDA ALVES, solteira, advogada, inscrita na OAB/MG nº xxxxxxx, portadora da cédula de identidade nº xxxxxxxx e CPF xxxxxxxxxx, residente e domiciliada na Rua xxxxxx, nº xx, Bairro xxxxxxxxx – Belo Horizonte/MG, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, LXVIII e art. 647 do Código do Processo Penal, impetrar ordem de
HABEAS CORPUS C/C TUTELA DE URGÊNCIA
Em favor de Maria de Tal, brasileira, solteira, comerciante, portadora da cédula de identidade nº xxxxxxxxx, inscrita no CPF xxxxxxxx, residente e domiciliada na Rua xxxxxxxx, nº xxx, Bairro xxxxxx – Belo Horizonte/MG contra ato do Meritíssimo Juiz de Direito da XX Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, pelos motivos e fatos a seguir aduzidos:
I- DOS FATOS
Maria de Tal adquiriu um veículo por meio de contrato de arrendamento mercantil em 60 prestações de R$900 (anexo 1). A partir da 24ª prestação, Maria não conseguiu mais pagar as prestações, motivo pelo qual, vendeu o carro a Pedro Ciclano (contrato no anexo 2), que se comprometeu a pagar as prestações vencidas e vincendas. Não obstante, Pedro deixou de pagar 6 prestações, o que suscitaria rescisão contratual.
O agente financeiro propôs, então, ação de busca e apreensão do veículo, tentativa essa frustrada, uma vez que Maria não possuía o veículo em seu poder.
O agente financeiro requereu, então, a prisão de Maria por ser depositaria infiel do veículo (cópia do pedido no anexo 3). O juiz, então, determinou a prisão de Maria até que ela devolvesse o veículo ou pagasse as prestações em atraso (cópia da decisão no anexo 3).
II- DO DIREITO
A Constituição Federal vigente, em seu art. 5º, § 2º, assim estabelece:
“Art. 5º.§ 2º. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.”
Esse dispositivo atesta que a Constituição, ao enumerar os direitos e garantias, não teve a preocupação de ser taxativa, admitindo a existência de outros provenientes de atos normativos infraconstitucionais ou de tratados internacionais. Ademais, conforme jurisprudência do Superior Tribunal Federal, após a inserção do § 3º[footnoteRef:1] no mesmo artigo supracitado pela Emenda Constitucional 45 de 2004, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados antes desta alteração possuem status supralegal. É o que ocorreu com o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, aprovado pelo Decreto nº 592 de 1992. Este, eu seu art. 11, dispõe que ninguém poderá ser preso por não poder cumprir com uma obrigação contratual. No mesmo sentido estabelece o Pacto de São José da costa Rica, também de caráter supra legal, no seu artigo 7º, 7: [1: “Art. 5º. § 3º. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.”] 
“Artigo 7º. 7.  Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.”
Nesse mesmo sentido determina a Súmula Vinculante 25 do STF, ao declarar a ilicitude da prisão civil do depositário infiel, em qualquer que seja a modalidade do depósito. Sendo assim, apesar da CF/88 permitir a sua prisão, essa Súmula inviabiliza prisões com essa motivação. Observa-se, portanto, ausência de justa causa para a manutenção da prisão da paciente no caso em questão, amoldando-se ao art. 648, I, do Código de Processo Penal[footnoteRef:2]. [2: “Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;”] 
III- DA TUTELA DE URGÊNCIA
Diante da evidente plausibilidade do direito, uma vez que confirmada a ilicitude da prisão mediante a existência de Súmula Vinculante neste sentido, e do periculum in mora, ao passo que a liberdade de locomoção da paciente foi arbitrariamente cerceada, faz-se necessária a conceção da tutela de urgência, estando presente requisito fundamental:
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”
IV- DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
a) Concessão da tutela de urgência para determinar a expedição do alvará de soltura em favor da paciente;
b) Notificação da autoridade coautora para prestar informações no prazo legal
c) Seja julgado o mérito e confirmado o pedido liminar, concedendo à paciente seu direito fundamental à liberdade de locomoção.
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Nesses termos,
Pede-se deferimento.
Belo Horizonte, onze de março de 2021.
Eduarda Alves
OAB/MG xxxxxxxxx

Continue navegando