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Caso 5 - Pratica Civil IV

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
IMPETRANTE, nacionalidade, estado civil, advogado, inscrito na OAB n. ______, portador da cédula de identidade n. xxx e CPF/MF n. xxx, residente e domiciliado na xxx, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, LXVI-II, da CF/88 e no art. 647 do CPP, impetrar ordem de
 
HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR
Em favor de MARIA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade n. xxx, expedida por xxx, em xxx, inscrita no CPF/MF n.xxx, residente e domiciliada na xxx. Em face de ato praticado pelo Juiz de Direito da Vara Civil da Comarca de xxx, pelos motivos que a seguir expõe:
I- DOS FATOS
 
MARIA adquiriu um veículo popular por meio de contrato de arrendamento mercantil (leasing), em 60 prestações de R$ 800,00. A partir da 24ª prestação, MARIA começou a ter dificuldades financeiras e resolveu vender o veículo a Pedro, o qual se comprometeu a pagar as prestações vincendas e vencidas.
Tal fato não foi comunicado ao agente financeiro, já que havia o risco de o valor da prestação ser majorado. Pedro deixou de pagar mais de cinco prestações, o que suscitaria rescisão contratual. O agente financeiro houve por bem proporção de busca e apreensão do veículo, tentativa essa que restou frustrada em face de MARIA não possuir o veículo em seu poder, já que o alienara a Pedro.
O agente financeiro pediu a transformação, nos mesmos autos, da ação de busca e apreensão em ação de depósito e requereu a prisão de MARIA, por ser depositaria infiel do referido veículo ou pagasse as prestações em atraso. MARIA até que ela devolvesse o referido veículo ou pagasse as prestações em atraso. MARIA não tem mais o veículo em seu poder e perdeu o seu emprego em virtude da prisão civil.
 Dois dias depois da efetivação da prisão, o advogado contratado interpôs, inicialmente, recurso de agravo de instrumento contra aquela decisão judicial, o qual não foi conhecido pelo tribunal, diante da ausência de documento imprescindível ao seu processamento. Ingressou com ação de rito ordinário contra Pedro, com pedido de tutela antecipada, visando receber as prestações em atraso, ação essa que foi extinta sem julgamento de mérito. Ingressou, ainda, com ação de rito ordinário contra o arrendador, discutindo algumas clausulas do contrato de arrendamento, ação essa que continua em curso, sem sentença.
II- DO DIREITO
O art. 5º, § 2º, CF, estabelece que os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais sobre direitos civis e políticos, aprovado pelo Decreto n. 592, de 6 de julho de 1992, estabelece em seu art. 11 , que ninguém poderá ser preso apenas por não cumprir com uma obrigação contratual.
Além disso, o art. 7º, 7 do Pacto de São José da Costa Rica, disciplina que ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
Não se pode olvidar a Súmula Vinculante n. 25, editada pelo Supremo Tribunal Federal, em 16 de dezembro de 2009, que traduz: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”.
O Tribunal concedeu Habeas corpus em que se questionava a legitimidade da ordem de prisão, 60 dias, decretada em desfavor do paciente que, intimado a entregar o bem do qual depositário, não adimplira a obrigação contratual.
Concluiu-se, assim, que, com a instrução do aludido Pacto no ordenamento jurídico nacional, restaram derrogadas as normas estritamente legais definidoras da custódia do depositário infiel, conforme informativo 531 do Supremo Tribunal Federal.
No mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justiça assim se manifesta: não cabe prisão civil do devedor que descumpre contrato garantido por alienação fiduciária ( Corte Especial , EREsp. 149.518). Como se pode observar no caso em tela, há ausência de justa causa para a manutenção da prisão da paciente, amoldando-se à previsão legal do art. 648,I, do CPP.
III- DA MEDIDA LIMINAR 
A demonstração do fumus boni iuris se faz necessária à concessão de qualquer liminar, sendo, no caso em tela, confirmado pela fática prisão ilícita, visto que em consonância com o art. 7º, 7, do Pacto de São José da Costa Rica, ninguém deve ser detido por dívida, salvo em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
O periculum in mora, também requisito fundamental da
Concessão de liminares, fica evidente , ao passo que a liberdade de locomoção da paciente foi cerceada de forma arbitraria, demonstrando-se verdadeira ilegalidade, justificando-se plenamente o pedido de liminar.
IV- DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer:
 
a) concessão da liminar para determinar a expedição do alvará de soltura em favor da paciente; 
b) notificação da autoridade coatora par a prestar informações 
no prazo legal; 
c) seja julgado o mérito e confirmado o pedido liminar, concedendo à paciente seu direito fundamental à liberdade de locomoção.
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ 1.000,00 ( UM MIL REAIS) 
Nesses termos, pede deferimento.
Local e data
Pedro Acacio Prado Murari
OAB

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