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2 7 ATITUDES PRÁTICAS PARA SE COMUNICAR BEM 2013 www.jansenfavero.com 3 Dedico este trabalho à Jesus Cristo pelo dom da vida e pela oportunidade e dádiva do saber. À minha querida esposa Léa Késia André da Silva Fávero pelo carinho, compreensão, apoio e paciência durante meus momentos de reflexão e composição deste trabalho. À minha querida mãe Antonia Ribeiro Pinto, pelos princípios, valores e ensinamentos e exemplo de determinação que inspiraram minha vida e educação. A você que irá ler este e-book e que busca no conhecimento, a transformação e a evolução do seu intelecto. 4 “Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração." Nelson Mandela. 5 Direitos Autorais Todos os direitos são reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, copiada ou transmitida livremente de alguma forma, sem o consentimento prévio dos seus autores. Este E-book foi elaborado por Jansen Fávero Empreendimentos em Comunicação Ltda para destinação e uso pessoal de seus leitores, sendo vedada a comercialização total ou parcial desta obra por terceiros. Legislação Este produto virtual respeita a legislação pátria em vigor, estando em consonância com a seguinte norma: Lei N° 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998 - Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá providências. Produção 6 ÍNDICE INTRODUÇÃO .................................................................................................... 07 1. OUVIR MAIS, PARA FALAR MELHOR ....................................................... 11 2. CONTROLE O MEDO, A TIMIDEZ E A ANSIEDADE .................................. 15 3. DOMINE A LINGUAGEM DO CORPO ......................................................... 18 4. TRABALHE SUA VOZ E FALA .................................................................... 25 5. CONHEÇA OS FATORES QUE INFLUENCIAM A COMUNICAÇÃO ......... 32 6. APRENDA A CONVENCER E PERSUADIR ............................................... 38 7. UTILIZE O PROCESSO DE COACHING PARA SE COMUNICAR BEM .... 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 68 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 70 7 INTRODUÇÃO A comunicação como meio de relacionamento e desenvolvimento pessoal é um fator essencial à vida humana, desde tempos mais remotos até os dias atuais, a comunicação interpessoal se confirma a cada dia como a forma mais frequente com que as pessoas estabelecem suas relações, sejam em seus ambientes familiares, em seus convívios sociais ou até mesmo em seus ambientes de trabalho, e ainda mais nestes tempos de inovações tecnológicas, como as ferramentas de comunicação digital disponíveis na internet, como gigantesco sucesso das redes sociais, diga-se de passagem que o sucesso de empresas como Facebook, não está em suas ferramentas de interatividade, mas sim na necessidade primária que todo ser humano tem de se comunicar e estabelecer relacionamentos, por ser por natureza um ser social. Contudo, diversas pesquisas no campo da comunicação apontam que a maioria das pessoas, que configuram os agentes da comunicação interpessoal, possuem algum tipo de dificuldade para se comunicar bem, afetando diretamente seus relacionamentos, seu aprendizado ou os projetos ligados a vida pessoal ou profissional. A principal razão porque isso acontece, está relacionado com deficiências comunicativas que muitas pessoas possuem nesta área que é extremamente importante em nossas vidas, a maioria das pessoas apesar de todos os dias se comunicarem de alguma forma, muitas delas não compreendem como funciona o processo da comunicação interpessoal e desconhecem as atitudes comportamentais que influenciam nesta comunicação. Por não haver essa compreensão e um entendimento adequado sobre a melhor maneira de transmitir a mensagem, muitas pessoas acabam se retraindo em suas próprias limitações, criando enormes barreiras 8 que as separam de viverem experiências valiosas em suas vidas. Quantas pessoas conhecemos que já perderam grandes oportunidades na vida, porque se bloquearam num determinado momento onde expor as suas habilidades comunicativas eram determinantes para o seu sucesso. Sabemos que deficiências ou limitações na comunicação interpessoal podem ter suas origens em diversas causas, que vão desde disfunções genéticas até experiências psicológicas e emocionais traumáticas ou crenças bloqueadoras, que ocorrem no campo do desenvolvimento mental, onde a própria pessoa anula a si própria dizendo frases do tipo: ah! eu não posso! eu não consigo! Eu não sei! eu não nasci pra isso! Ora, se você pensa assim a seu respeito, você precisa tomar uma atitude urgente, agir de modo mais confiante e positivamente em relação a si mesmo, principalmente no que diz respeito a sua capacidade de se comunicar bem. Ter habilidade ou facilidade de se comunicar bem, é o possuir um grande poder, o poder de influenciar, de transmitir o saber, de constituir relacionamentos que poderão não só transformar sua vida como também transformar a vida daqueles que de alguma forma estão ligados a você. Pessoalmente acredito que o maior poder da comunicação é o poder de conectar pessoas. Portanto, desenvolver habilidades para se comunicar eficazmente é algo que está diretamente relacionado com a qualidade de vida que as pessoas irão construir ao longo de suas vidas. Desenvolver uma comunicação eficaz e eficiente é uma necessidade cada vez mais evidente para o progresso e estabilidade das relações humanas, principalmente na vida afetiva, vida familiar e na vida profissional. 9 Apesar de estarmos vivendo numa era de grandes avanços e desenvolvimentos científicos e tecnológicos, ainda hoje saber se comunicar bem é um dos maiores desafios do nosso século, esta questão é uma realidade em diversas esferas sociais, a falta de uma comunicação assertiva tem se consolidado como principal causa dos conflitos nas relações pessoais, dos conflitos domésticos, dos conflitos nos ambientes corporativos e até mesmo dos conflitos internacionais. Perceba a dimensão dos problemas que uma comunicação deficiente ou a ausência dela podem causar. Agora que você está mais ciente da importância de uma comunicação eficaz nos mais diversos aspectos da sua vida, a partir deste momento eu desejo propor a você a tomar 7 atitudes transformadoras que lhe possibilitem desenvolver ou aperfeiçoar suas habilidades de comunicação. Sabe, nem sempre falar mais ou falar muito significa se comunicar bem, comunicar bem não é simplesmente falar bem ou falar muito ou falar difícil, a comunicação só é eficaz quando aquele que está do outro lado, recebendo a mensagem, compreende corretamente a intenção, a ideia ou sentimento que se deseja transmitir. Portanto, este e-book é um manual prático para todos aqueles que pretendem melhorar sua comunicação interpessoal, seja para melhorar suas relações pessoais, desenvolver habilidades para conhecer novas pessoas, fazer novas amizades, melhorar o diálogo com a família e amigos, ou estar mais seguro diante de apresentações em público, em eventos cerimoniais ou profissionais, numa reunião de negócios, para se relacionar melhor no ambiente de trabalho ou ainda numa simples conversa informal. A abordagem deste e-book é feita numa linguagem bastante clara e objetiva, de forma que 10 qualquer pessoa possa compreender e absorver os ensinamentosdas sete principais atitudes de uma comunicação interpessoal excelente, que se aplicadas corretamente, poderão transformar a qualidade de sua vida e de suas relações. Ao observar e praticar os ensinamentos que serão abordados neste e-book, você se tornará uma pessoa mais confiante e capaz de se sair muito bem nas diversas ocasiões em que a sua comunicação poderá ser colocada à prova. Bem, imagino que agora você deve estar ansioso ou ansiosa, para desvendar estes sete segredos que são sete atitudes fundamentais para se comunicar bem. Então, a partir deste momento eu convido você a embarcar comigo pelo mar do conhecimento, para que os ventos da sabedoria nos conduzam ao lugar onde desejamos chegar. Vem comigo! 11 1. Ouvir mais para falar melhor. Ser bom ouvinte é tão importante quanto ser um bom comunicador, em alguns momentos, acho até que seja mais valioso saber ouvir bem do que saber falar bem. Quem está mais dedicado a ouvir, está em maior vantagem do que aquele que se dedica a falar muito, tudo na vida precisa ter um equilíbrio para ter harmonia, e na arte de se comunicar bem não é diferente, a própria natureza já nos indica que ouvir é mais importante que falar, talvez por essa razão é que temos duas orelhas e uma boca, não é mesmo? O fato é que nem todos que são bons ouvintes são bons comunicadores, porém, certamente não há como ser um bom comunicador sem antes ser um bom ouvinte. E quando destaco aqui a importância de “ouvir bem”, não me refiro somente a nossa capacidade auditiva, mas ressalto neste capítulo como a primeira atitude para se comunicar bem, a importância de “ouvir” além dos ouvidos, ouvir com mente, ouvir com os olhos, ouvir com o corpo e com a alma. Ouvir no sentido de prestar atenção, de perceber, de compreender, de refletir, de analisar detalhadamente toda informação que é processada em nossa mente. A maioria das pessoas simplesmente “engolem” as informações, sem mastigar bem, sem perceber os sabores. E por esse motivo, muitos não conseguem reter pontos importantes das informações que poderão fazer toda a diferença na sua comunicação quando for necessário usá-la. Muitas pessoas cometem esta falha por uma razão bem simples: pensar, refletir, analisar é algo que nos dá trabalho e requer tempo e dedicação, e nós seres humanos somos mais habituados ao comodismo do que ao esforço, somos mais inclinados a 12 evitar tudo o que dá trabalho ao nosso cérebro. Porém nossa mente só se desenvolve por meio do exercício contínuo do processamento de informações, ter uma mente habituada ao raciocínio é fundamental para desenvolver uma comunicação eficaz. Assim como nosso corpo é o resultado de nossa alimentação, nossa comunicação também é resultado da qualidade das informações que retemos em nossa mente. A mente humana é o mecanismo de processamento de informações mais poderoso do universo. Todas as experiências de nossas vidas estão armazenadas lá, palavras, lembranças, conhecimentos, habilidades, sensações, experiências, enfim, tudo está lá. Para se comunicar bem não basta apenas ter uma voz agradável ou pronunciar bem as palavras, sua mente precisa ter bons conteúdos. Por exemplo, de que adianta você ter um computador ultramoderno, com um espaço de memória gigantesca, se não houver bons programas que o ajude a executar as atividades do seu dia à dia com precisão e eficiência. Assim também precisamos de bons programas mentais, ou seja, bons conteúdos que abasteçam nosso acervo mental. Outro aspecto importante para se comunicar bem é se dedicar a boas literaturas, quando mantemos o hábito de ler constantemente, passamos a internalizar uma linguagem mais aprimorada de maneira quase que imperceptível, com essa prática contínua ampliamos e aperfeiçoamos nosso vocabulário e até passamos a escrever mais corretamente, pois a nossa mente passa a memorizar naturalmente a escrita correta das palavras, o que acabará sendo reproduzido na nossa fala também de modo natural. Como já diz um antigo provérbio, quem lê bem, escreve bem e fala bem. 13 Portanto, enriqueça sua mente com o máximo de informações e conteúdos relevantes que você puder absorver, não de uma só vez, claro, até mesmo porque isso é impossível, mas dia após dia, desenvolva este hábito, assim como exercitamos os músculos e eles se desenvolvem, ao exercitar a mente através do processo de retenção e análise das informações, o cérebro também se desenvolve, não em tamanho, como um músculo, obviamente, mas em potência, em capacidade de inteligência, em capacidade de memória e organização de informações e habilidade de construir ideias a partir das informações contidas em nossa mente. Bem, aqui vai minha dica de um exercício prático para exercitar sua mente, faça o seguinte: a primeira atitude que você deve tomar é selecionar assuntos que chamem a sua atenção, assuntos que façam parte do seu cotidiano e que também possam interessar as pessoas com quem você se relaciona, assim sua mente providenciará que você sempre tenha assuntos para iniciar uma conversa pessoal ou utilizar como exemplos em apresentações públicas, mas não se esqueça de também buscar informações diferentes e novos conhecimentos, procure está atualizado com as temáticas que possam despertar o interesse do público em geral, pois quanto mais conteúdo diversificado houver armazenado em seu cérebro, mais facilidade e segurança você terá no momento em que você tiver que se expressar, numa apresentação pública ou em uma reunião de negócios ou ainda numa conversa informal, assim você poderá demonstrar um pouco da sua capacidade de comunicação e fazer com que as pessoas percebam como você é, sobre o que pensa, e o que gosta, demonstrando isso através do conteúdo 14 da sua fala, seja emitindo uma opinião, argumentando ou simplesmente comentando com clareza e segurança a respeito de qualquer assunto. Agora pense um pouco comigo, você já se viu numa situação onde numa roda de pessoas conversando, alguém lhe fez uma pergunta sobre um determinado assunto e você simplesmente ficou com aquela cara de “paisagem” sem ter a menor ideia do que tal pessoa está lhe perguntando, isso é muito constrangedor, não é mesmo? Como não ser pego numa situação desagradável assim, é simples, o segredo é estar preparado, estando o mais bem informado e atualizado possível. E se ainda com bastante preparo, você for pego de surpresa com um assunto que ainda não sabe, aqui vai uma dica: quando não souber o que dizer sobre o assunto, seja simples e humilde, diga que ainda não sabe sobre o assunto, mas demonstre interesse, pedindo a pessoa que lhe fale melhor a respeito do assunto em questão. Dessa forma, você não fica fora da conversa e ainda aprende um conteúdo a mais. Faça uma avaliação de como anda seu acervo cultural e de informações atuais, pergunte a si mesmo, em que fontes de informação você tem bebido, que livros você leu recentemente, você tem o hábito de ler revistas, jornais ou assistir bons programas televisivos que enriqueçam o acervo cultural da sua mente, quem são as pessoas em que você se espelha profissionalmente, quem são as pessoas com que você tem se comunicado ultimamente, elas se comunicam bem? Reflita sobre isto, se avalie, e decida tomar uma atitude a respeito disso. Se você já tem desenvolvido a prática de ouvir bem, parabéns! Continue assim, você está no caminho certo para dominar a arte de falar bem. 15 Mas se você reconhece que sua fonte mental está meio vazia, comece hoje mesmo a construir sua biblioteca mental. Lembre-se disto, quem sabe mais, sai na frente e quem ouve mais, fala melhor. 2. Controle o medo, a timidez e a ansiedade. Medo, timidez e ansiedade são sensações psicológicas que estão relacionadas entre si, sim essas três palavras juntas tem feito o pesadelo de muita genteboa, pessoas com bastante talento até, mas que têm sido impedidas de progredir e de se desenvolver na vida por causa de sensações como estas que tem afetado negativamente a vida de milhões de pessoas no mundo inteiro, essas sensações costumam ficar mais evidentes quando somos colocados em circunstâncias em que precisamos nos pronunciar publicamente, como numa apresentação acadêmica, numa reunião profissional ou até mesmo em situações mais reservadas como uma entrevista de emprego ou um encontro romântico, a verdade é que situações em que a qualidade da comunicação tem o poder de decidir o nosso futuro, precisamos estar preparados para estar no controle da situação. Independentemente de alguém dominar ou não a arte de se comunicar bem, se existe um fato que precisamos reconhecer é que, sensações como medo, timidez e ansiedade fazem parte da nossa natureza humana, fazem parte dos nossos instintos de proteção, cedo ou tarde todos nós em algum momento da vida iremos manifestar essas sensações, o problema é quando o medo, a timidez ou ansiedade interferem no progresso de nossa vida, 16 arruinando nossos sonhos e planos. Já que todos os seres humanos são afetados com essas sensações, como é possível controlar tais sentimentos? Agora, veja bem, a segunda atitude para se comunicar bem, é reconhecer que elas sempre vão fazer parte de nossas vidas, mas não podemos nos tornar reféns dessas sensações, é importante estar ciente que tais sensações podem ser completamente controladas, numa situação em você tenha que exercer sua comunicação não adianta fazer de conta que não está ansioso, que não está com medo, ignorar a existência de um inimigo é o mesmo que dar a vitória a ele, um bom estrategista de guerra, não só sabe que o inimigo existe, mas conhece suas forças e fraquezas. E a grande questão é essa, ou você domina e controla seu inimigo ou ele fará isso com você. Bem, é notório que algumas pessoas são mais afetadas do que outras, essa variação de intensidade se dá de acordo com o histórico das experiências de vida de cada um, como as influências durante a formação da personalidade, relações familiares conflituosas, além da percepção depreciativa que o indivíduo cria de si mesmo em relação aos outros, em relação à vida e ao mundo. Quantas pessoas já perderam inúmeras oportunidades importantes em suas vidas, porque simplesmente perderam literalmente a fala no momento em que as oportunidades estavam diante delas, demonstrando fraqueza, baixa autoestima e insegurança através de uma comunicação prejudicada pelo medo de ser ridicularizado, ou pelo possível pré-julgamento errado que outras pessoas poderiam fazer a respeito delas. Sem dúvida este é um grande inimigo 17 interior que precisa ser dominado o mais breve possível, antes que provoque mais estragos em sua vida. Muitos especialistas na área comportamental, corretamente, recomendam fazer exercícios, passar por sessões de massagens relaxantes, trabalhar a respiração para reduzir os níveis de stress provocados por sensações como medo, timidez e ansiedade, porém meu objetivo com este e- book é lhe oferecer uma atitude prática para você se comunicar com excelência. Vamos lá, pra começar o mais importante é estar consciente que as sensações negativas só podem interferir na sua capacidade de comunicação se a sua mente não controlar essas sensações, o que é perfeitamente possível, porque todas as sensações existentes, sejam elas positivas ou negativas, antes de serem manifestadas pelo corpo, passam pelo nosso processamento mental, o que eu chamo de avaliação racional, o problema não é sentir medo, isso é natural, o problema está em ser dominado pelo medo, ou pela timidez ou ansiedade, se você condicionar sua mente a reagir sempre aos seus instintos, então seus instintos controlaram sua vida. Por exemplo, imagine duas pessoas que resolveram fazer uma dieta para emagrecer, isso é uma atitude vencedora, não é mesmo, porém o ponto fraco dessas duas pessoas é o chocolate, agora imagine a seguinte cena, estando eles numa festa de aniversário, o garçom passa com uma bandeja cheia de deliciosos brigadeiros e então oferece aos dois ao mesmo tempo, um não resiste, atendendo aos seus instintos, pega o docinho imediatamente e delicia- se com a guloseima, o outro, embora desejando muito, respira fundo e resiste, espera uns instantes e o desejo logo passa. O que comeu o brigadeiro ficou feliz por um instante, porém logo veio o peso na consciência de haver 18 quebrado sua dieta e de ter retardado o seu objetivo, o outro não sentiu a sensação do gosto do brigadeiro, mas ao controlar o seu impulso sentiu plenamente satisfeito com sigo mesmo por ter sido mais forte que seu instinto e por estar mais perto do seu objetivo. Você percebe a diferença entre dominar e ceder a um instinto, tudo é uma questão de escolha, de treinar a mente a exercer controle sobre os impulsos naturais. Desenvolver esta habilidade faz toda a diferença entre vencedores e vencidos. Não existe uma fórmula mágica para vencer o medo, a timidez ou ansiedade, o que você precisa mudar, é a sua disposição mental em relação a essas sensações, sabendo que elas não desaparecerão de sua vida, mas que é totalmente possível controlá-las. Pratique isso quando houver uma oportunidade, seja forte e você vai comprovar que é possível não se tornar uma vítima de si mesmo. 3. Domine a linguagem do Corpo Para ser um comunicador completo, não basta dominar a comunicação oral ou escrita, precisamos estar conscientes que nosso corpo fala, e como fala, a todo instante nossa postural corporal está emitindo sinais que denunciam sobre nossa personalidade e estado de espírito, além da postura corporal, o nosso rosto possui inúmeras expressões, onde cada uma delas também transmitem nossas intenções, percepções e reações. Devido a importância deste assunto, iremos dedicar uns minutos a mais que os demais tópicos deste e-book. 19 Como sabemos a linguagem falada e escrita, possuem características de expressividade bem diferentes uma da outra, contudo, tanto a linguagem falada como a linguagem escrita para serem manifestas, passam pelo nosso controle mental, o que nos permite dissimular realidade, ou seja, neste dois campos da comunicação podemos até expressar algo que não estamos sentido de verdade. Com a linguagem corporal isso não acontece, tanto o corpo como o rosto simplesmente reagem instintivamente, sem nenhuma avaliação racional. É como o ato de espirrar, ninguém pensa antes para espirrar, simplesmente seu corpo percebe que existe muita sujeira em seus pulmões interrompendo a passagem de ar, então seu corpo instintivamente providencia logo uma maneira de eliminar essa sujeira, aí você espirra. Assim também o corpo manifesta a todo instante sobre nossa personalidade e como estamos nos sentindo quando estamos expostos as mais variadas situações. Talvez você se pergunte, se a linguagem do corpo não passa pelo meu controle mental, como então poderei controlar e utilizar positivamente a linguagem corporal na comunicação do meu dia a dia? Então, preste bem atenção a essa dica, sobre a terceira atitude para que você possa se comunicar bem. Apesar da linguagem corporal ocorrer por meio de um processo instintivo, é plenamente possível exercer o controle mental sobre a linguagem do corpo, desde de que haja uma prévia conscientização da importância da linguagem do corpo para o desenvolvimento de uma comunicação eficaz, e além disso, é fundamental conhecer e reconhecer o significado de alguns gestos, expressões e posturas do corpo. 20 Estar atento à linguagem do corpo, não fará apenas com que você esteja em harmonia com sua fala durante o processo de comunicação, mas também dará uma maior ênfase e credibilidade a sua fala, o que é fundamental para tornar a sua comunicação mais confiável.Muitas pessoas durante uma apresentação, ou durante uma entrevista ou ainda simplesmente numa conversa informal, falam uma coisa com a voz, mas o corpo demonstra outra, totalmente contrária ao que a sua fala verbal está dizendo. E isso gera automaticamente uma insegurança ao ouvinte. Quem domina bem a linguagem corporal na arte de se comunicar, tem um grande poder de influenciar pessoas, vejamos um exemplo, quem não se lembra da grande capacidade de comunicação do ex- presidente da República Fernando Collor de Melo, naquela ocasião, em 1989, Fernando Collor aparentemente era apenas mais presidenciável sem muita expressão política, pertencente a um partido sem tradição nenhuma, era governador do Estado de Alagoas, e tinha como principal concorrente o sindicalista Luís Inácio Lula da Silva que já era conhecido nacionalmente. Porém nenhum dos presidenciáveis daquela campanha eleitoral de 1989, tinha tanto poder de influência em sua comunicação quanto Fernando Collor, seus discursos eram sempre muito bem elaborados e bem pronunciados, integrado a sua capacidade de fala e linguagem corporal, com uma postura física que demonstrava muita firmeza e segurança, transmitindo grande confiabilidade a toda nação. Afirmo aqui sem sombra de dúvidas, que a grande habilidade de comunicação de Fernando Collor, foi o fator decisivo e de maior contribuição para que tenha se tornado o presidente mais jovem do Brasil. 21 Então, a partir de agora quero tratar sobre as principais posturas corporais e expressões faciais, as quais você deve estar bastante atento, principalmente quando a qualidade de sua comunicação for um fator determinante para seu sucesso pessoal ou profissional. Para começar, antes mesmo de falar propriamente das ações esboçadas pelo corpo e pela face, quero chamar sua atenção no que diz respeito à aparência, e quando falo aqui de aparência, não me refiro a questões de beleza física, mas me refiro a alguns detalhes na aparência que fazem toda diferença quando estamos comunicando. Como por exemplo, higiene pessoal. Se você é alguém que trabalha com o público, é indispensável estar sempre com a pele com bom aspecto, principalmente a pele do rosto, isso transmite um aspecto saudável, zelo e capricho, evite oleosidade na pele ou suor demasiado, tal característica transmite desleixo, sujeira e desorganização. Tenha cuidado também com seus dentes, você não precisa ser um modelo de comercial de creme dental, contudo, é importante saber que dentes mais brancos e bem alinhados transmitem sensações de confiança, alegria e responsabilidade, verifique também seu hálito antes de uma comunicação importante, principalmente se o ouvinte estiver próximo a você, ninguém prestará muito atenção ao conteúdo de sua fala se estiver incomodado com qualquer tipo de mau cheiro. Aqui vai uma dica para os homens, procure estar sempre com barba bem feita ou se você usa barba ou cavanhaque que esteja sempre bem aparada, unhas limpas e bem cortadas, agora uma outra dica, e essa vai para homens e mulheres, mantenha seus cabelos com corte e penteado de acordo com a função que você exerce, neste caso vale sempre o bom senso, se suas 22 atividades profissionais e seu público alvo for mais formal, é coerente ter uma aparência mais formal, mas se por caso sua atividade profissional e público alvo for mais descontraído, também é de bom tom estar de acordo o perfil e ambiente em que você atua, inclusive as roupas devem também estar de acordo com o tipo de comunicação que você irá exercer, essa é um dica vai especialmente para mulheres, pois as mulheres já possuem o dom natural de chamar atenção, não é mesmo, então observe as seguintes dicas: evite decotes exagerados, roupas que marcam a silhueta de seu corpo ou maquiagem extravagante, afinal, a verdadeira elegância está na coerência e na discrição. Tudo isso está relacionado com o princípio da identificação, criar uma identificação com seu público é indispensável para comunicar bem, quanto mais sua imagem tiver coerente com seu público, melhor será a empatia deles em relação a você . Nunca se esqueça disso, uma boa comunicação não começa com as palavras e sim com a imagem. Segundo pesquisas na área da comunicação, indicam que a imagem representa 70% de qualquer comunicação, se sua imagem estiver em harmonia com sua atividade e com seu público, já é um excelente começo para que seus ouvintes prestem atenção e absorvam suas palavras. Agora quero listar alguns dos principais gestos, expressões corporais e mímicas faciais e os seus significados, para que você esteja ciente sobre o que eles representam e para que você saiba utilizá-los ou evitá-los, de acordo com cada circunstância, portanto a linguagem corporal tem a finalidade de enriquecer sua comunicação e revelar aspectos e traços da nossa personabilidade. 23 Agora ouça com atenção algumas expressões corporais que irei enumerar aqui juntamente com seus significados, por exemplo: 1. Ficar com braços ou pernas cruzadas – Indica atitude defensiva, insegurança, cansaço, estar fechado ao que se está se falando, arrogância, resistência e inflexibilidade. 2. Andar com as mãos no bolso olhando para baixo – indica timidez, medo, vergonha, falta de entusiasmo, desmotivado. 3. Parar em pé com as mãos na cintura – Indica agressividade e incompreensão, prepotência. 4. Sentar com pernas cruzadas e pequenos chutes no ar – indicam cansaço e aborrecimento. 5. Coçar ou tocar o nariz ao falar – Indica dúvida ou mentira. 6. Erguer a cabeça e as sobrancelhas aos falar – Indica indagação, questionamento, confrontamento. 7. Abrir os braços com as palmas das mãos para cima – indica sinceridade, inocência, abertura ao diálogo. 8. Puxar ou coçar a orelha – Indica indecisão. 9. Esfregar ou apertar as mãos – ansiedade, estar expectativa de algo. 10. Estalar os dedos – Expressão de autoridade. 11. Fechar brevemente os olhos e coçar a ponta do nariz – indica uma avaliação negativa. 12. Soprar com força – Indica alívio ou insatisfação. 13. Mãos fechadas atrás das costas – indica frustração, raiva, ódio. 24 14. Mãos no rosto ou no queixo – indica avaliação, pensamento, reflexão. 15. Apoiar a cabeça com as mãos e olhar para baixo longamente – indica aborrecimento, tristeza e baixa- estima. 16. Desviar o olhar numa conversa – Indica insinceridade, mentira, desonestidade, desconfiança, ocultação da verdade. 17. Apertar a mão com muita força – indica arrogância, superioridade, intimidação. 18. Apertar a mão sem firmeza – baixa autoestima, sem afetividade, desprezo. 19. Franzir a testa e as sobrancelhas – Indignação, raiva, aborrecimento. 20. Sentar com postura relaxada – indica desinteresse, desatenção, preguiça, desleixo, irresponsabilidade, desorganização. 21. Andar de um lado para o outro olhando para cima – Indica impaciência, aflição, desespero. Bem, estas foram algumas das mais importantes expressões corporais, as quais você deve estar bastante atento a elas, tanto para utilizá-las quando forem convenientes e contribuem para enriquecer a sua fala ou evitá-las quando lhe prejudicam transmitindo a ideia errada ou confusa da sua comunicação. É isso aí, agora que você já tem o conhecimento, é hora de você colocar em prática no seu dia a dia. 25 4. Trabalhe sua voz e fala A quarta atitude prática para se comunicar bem é dar uma atenção especial a sua voz. A voz é o principal instrumento da fala e como aprendemos nos capítulos anteriores, comunicar não se restringe somente a fala, contudo o uso da voz quando estamos exercendo nossa oralidade é um dos aspectos mais importantes da comunicação, saber como funciona a nossa voz e saber aplicar os seus diferentes aspectos quando estamos falando, pode fazer uma enorme diferença nos resultados da comunicação que está sendo aplicada. A voz tem um papelmuito mais abrangente na transmissão das informações do a maioria da pessoas imaginam, quando utilizamos a voz, devemos observar que tão importante quanto o conteúdo da fala, é o modo com se fala, o modo como se fala tem igual ou até maior importância na oralidade. Porque, enquanto o conteúdo da fala atinge a percepção racional de quem está ouvindo, o modo como falamos atinge a percepção emocional. Por essa razão, uma mesma palavra ou discurso pode resultar em diferentes percepções e reações, uma é a reação do público quando um mesmo discurso é pronunciado por uma pessoa que desconhece os aspectos e a aplicabilidade da sua voz, e outra é a reação do mesmo público quando é pronunciado por alguém que conhece bem e domina os recursos da sua voz, dependendo de como se fala, é possível controlar e até prever a percepção dos ouvintes, porque a comunicação se torna mais eficaz quando atingimos primeiramente percepção emotiva e depois a percepção racional, porque existem aspectos emocionais na voz que determinam a forma como será percebido o seu conteúdo. 26 Um exemplo bem simples, pra você entender melhor é quando às vezes, dizemos a palavra NÃO, de um forma tão sem firmeza na voz, que fica subentendido que na verdade queríamos dizer SIM, e as vezes ocorre o contrário, muita das vezes dizemos SIM, quando a nossa tonalidade na voz indica que na realidade queríamos dizer NÃO. Não é assim que acontece? Portanto, quando você estiver diante de uma situação em que você saiba que a comunicação irá determinar o sucesso ou fracasso do seu projeto, dê uma atenção especial na forma de sua fala, por uma simples razão, gerar empatia com a pessoa ou com o público com quem se pretende falar é primordial para se estabelecer uma comunicação e um relacionamento de sucesso. Agora, eu desejo apresentar a você, os seis principais aspectos da sua voz efala que devem ser levados em conta na hora de exercer a sua fala. Que são: 1. Respiração 2. Volume 3. Ritmo 4. Entonação 5. Pausa 6. Dicção O primeiro aspecto é a respiração, uma respiração adequada é o alicerce para o uma fala eficaz, além disso, o exercício de inspirar e expirar profundamente reduz o nível de stress, nervosismo e ansiedade antes da 27 prática de uma comunicação pessoal ou em público. Quando falamos, a produção do som ocorre com a saída do ar dos pulmões através da laringe, ali ficam as pregas vocais que vibram sobre as áreas de ressonância da nossa cabeça, que são partes ocas por onde as vibrações dos sons se ampliam, produzindo o som da fala. O diafragma, que é um músculo localizado na região abdominal, cumpre uma função importante no processo da fala, ele é o responsável pela pressão ou intensidade com que o ar passa pelos pulmões, o uso do diafragma ocorre quando aplicamos a entonação na fala. Portanto, a respiração é o combustível da fala, quando a respiração é interrompida ou ocorre de maneira descompassada, isso afeta diretamente a qualidade da fala, podendo ocasionar, engasgos, falta de saliva, tosses e até gagueira, além de prejudicar outros aspectos importantes da fala que dependem essencialmente da respiração e que abordaremos a seguir. O segundo aspecto importante da voz é o volume, muitas pessoas se travam na sua comunicação por que percebem que sua voz não atinge um volume adequado ou suficiente para que seus os ouvintes entendam o que está falando e por isso preferem não interagir quando ocorre uma situação em que falar seja necessário. De fato este é um aspecto relevante para uma comunicação eficaz, falar baixo demais ou falar alto demais podem trazer prejuízos à comunicação, quando é necessário se expressar oralmente e uma determinada pessoa fala baixo demais, além do risco de sua mensagem não ser compreendida, a pessoa acaba transmitindo insegurança, medo, timidez, e falta de firmeza em suas palavras. Por outro lado, se uma pessoa fala com um volume de voz exageradamente alto, acaba gerando um desconforto em quem está ouvindo, como a sensação de agressividade, arrogância, confronto, 28 intolerância, e tais desajustes no volume de voz, seja baixo demais ou alto demais, irá tirar o foco principal da comunicação que é a mensagem. Como falamos no início deste capítulo, na maioria das vezes, como se fala é mais importante do que o conteúdo da fala. Portanto minha indicação para resolver este problema é bem simples, para corrigir problemas de baixo volume na voz basta respirar fundo antes de falar e forçar a saída de ar junto com a fala, se lembre de quando estiver falando procure aplicar e exercitar bastante esse conceito, se avalie constantemente e ajuste seu volume de voz ao espaço físico em que você se encontra no momento da fala e ao número de pessoas que estão lhe ouvindo, se estiver falando num auditório com microfone, não há mal nenhum perguntar as pessoas se elas estão lhe ouvindo bem, não se esqueça de verificar se o volume do microfone também está ajustado. Para aqueles que falam com um volume acima do normal, a dica é a mesma, apenas procure se avaliar usando sua própria audição no momento da fala, e se adequar e diminuir a passagem de ar no momento da fala e acima de tudo, entender que o volume da fala quando bem ajustado transmite respeito ao ouvinte. O terceiro aspecto importante da fala é o ritmo, o ritmo é o que determina a velocidade de sua fala, muitas pessoas tem o habito de falar muito rápido, de maneira que as vezes se torna incompreensível o que está elas estão dizendo, por outro lado algumas pessoas mantém um ritmo lento demais na sua fala o que pode provocar no ouvinte, desinteresse, impaciência, apatia e monotonia. 29 O segredo está no equilíbrio, nem rápido demais, nem lento demais, uma comunicação eficaz deve ser atrativa a quem ouve, e para isso devo também adequar o ritmo da minha fala de modo que seja compreendida claramente e que não se torne enfadonha e cansativa. Portanto, se você fala muito rápido ou lento demais, ajuste sua velocidade de fala de modo que aqueles lhe ouvem entenda o que você está dizendo, mas sem deixar grandes espaços vazios na sua fala, você pode melhorar o ritmo da sua fala, tendo como referência bons palestrantes e oradores, essa a melhor forma de aprender algo é através da observação, do exemplo daqueles que possam ser uma referencia para o nosso aprendizado. O quarto aspecto que desejo abordar é a entonação, podemos dizer que o tom de voz se refere a musicalidade da fala, assim com o tom de uma canção pode nos remeter a diversos sentimentos como, alegria, amor, raiva, saudade, tristeza ou entusiasmo, assim também a palavra falada deve conter tons que indiquem a intenção da minha fala, mas calma, não quero confundir você, usar entonação na voz não significa falar cantado, mas significa transmitir por meio da voz uma sensação que seja coerente com o tema do meu discurso. Os tons da fala se dividem em graves e agudos, esses tons também podem ser identificados como tons altos e tons baixos e devem ser aplicados de acordo com a intenção com qual se que deseja provocar em quem está ouvindo o discurso, por exemplo, se estou falando de algo triste e desejo que as pessoas sintam essa tristeza nas minhas palavras, devo aplicar um tom mais baixo e grave, se estou querendo transmitir entusiasmo em quem me 30 ouve, devo elevar o meu tom agudo, dando ênfase as palavras de acordo com o seu sentido, ou seja, não posso falar de tristeza com um tom alegre, nem falar de alegria com um tom triste. Quando não faço essa adequação coerente entre o conteúdo e o tom do discurso, é como colocar uma letra própria de um pagode numa música erudita ou pegar uma letra própria da música clássica e colocar em um samba, na música essa mistura pode até dar certo, mas numa comunicação falada que tem objetivos claros, essa mistura pode vir a serum verdadeiro desastre de comunicação, portanto aplique o tom certo para que o seu discurso atinja o objetivo esperado. O quinto aspecto importante da fala é a pausa, a pausa quando é aplicada corretamente na comunicação pode enriquecer a comunicação e dá um tom de inteligência e sofisticação a sua fala. O uso da pausa não deve ser aplicado de maneira aleatória, ela deve ter um propósito específico, geralmente se usa uma breve pausa na fala, entre 2 e 3 segundos, quando se faz uma pergunta, cujo objetivo seja levar a platéia a refletir sobre sua pergunta, essa técnica é muito eficiente, pois essa pausa na aplicada na última frase falada resulta numa ênfase maior no que foi falado e força o público a pensar sobre o que você falou e ao mesmo tempo gera uma expectativa para a próxima fala, este recurso é tão importante que quando ocorre o temido “branco”, a mente tem tempo suficiente para buscar novas palavras para iniciar a próxima fala, já que nosso cérebro é capaz de processar de 500 a 800 palavras por segundo. Mas cuidado, não exagere no uso das pausas, pausas demais podem tornar seu discurso extenso, cansativo e monótono, lembre-se que a pausa é 31 um recurso que tem a finalidade específica de prender a atenção do público e não de dispersá-los.. O sexto e último aspecto que deve ser levado em conta é dicção. Ter uma boa dicção significa pronunciar o som das palavras de maneira correta e entendível. Pergunte-se a você mesmo, você pronuncia de modo correto as palavras quando está comunicando? A má dicção é um distúrbio que se manifesta na fala, mas que ocorre primeiro na região neurológica. As falhas de dicção mais comuns ocorre exatamente no uso de palavras que contem a letra “s” e “r”, seja no meio ou no final das palavras, no meio das palavras, como por exemplo, a palavra “emprestá” ao invés de “emprestar”, note que na primeira vez que falei, o “r” não aparece na pronúncia, mas quando falo “emprestar” o som aparece claramente, quanto ao uso correto do “s” as vezes pode ser um problema de dicção ou de concordância verbal ou nominal, onde o uso do “S“ não ocorre como deveria, por exemplo, quando alguém pergunta: Voces vão? E outra pessoa responde: nós vamu, ao invés de responder, nós vamos. Outro caso comum é troca do R pelo L e vice-versa, por exemplo, alguns pessoas com problemas de dicção ao pronunciarem a palavra planta, falam pranta, e as vezes é o contrário, em vez de usarem a letra R substituem pó L, por exemplo, ao invés de falar a palavra prato, falam platô, é o que eu chamo de maneira carinhosa, da “síndrome do cebolinha”. Outra situação é quando se troca o C pelo T, por exemplo, já imaginou alguém chegando numa lanchonete, diz assim pro garçom, garçom, por favor me traga uma Tota-Tola, essa eu chamo da síndrome do Patolino 32 5. Conheça os fatores que influenciam a comunicação. Se você pretende dominar a arte de se comunicar bem, um dos princípios mais importantes é conhecer os fatores que influenciam a comunicação de fala e de quem ouve. O que eu quero dizer é que você precisa ter uma sensibilidade aguçada para perceber, ter a percepção do perfil intelectual, social, cultural e se possível até o estado emocional do seu ouvinte no momento de executar sua fala, ter essa sensibilidade, esta percepção é um fator decisivo para o sucesso ou fracasso no processo da comunicação interpessoal, pois este conhecimento permite alinhar a comunicação com a intenção e o retorno da mensagem, esta percepção ocorre geralmente por meio de perguntas intencionais que vão extrair respostas que lhe norteiam, que lhe abalizem a descobrir o perfil de interlocutor ou de seu público, além das perguntas intencionais também se pode conhecer com quem está falando através da aparência, dos gestos, da postura corporal, dos trajes. Como já falamos, toda comunicação só será bem sucedida quando aquele que está do outro lado, recebendo a mensagem, compreende perfeitamente as intenções, as ideias os sentimentos que se desejou transmitir, e para que o receptor da mensagem, a receba fielmente como foi transmitida, o emissor, ou seja , aquela que está falando, deve saber adequar os elementos da comunicação ao perfil mental, emocional e comportamental de seus ouvintes. Portanto quando transmitimos ou recebemos uma mensagem, nosso nível de conhecimento intelectual, social, cultural e emocional influenciam diretamente na qualidade desta comunicação. E tudo isso começa com o conhecimento dos aspectos que influenciam tanto o comunicador no momento de sua fala quanto o ouvinte no momento em que está recebendo buscando compreender a mensagem, 33 mensagem esta que pode ser, falada, escrita ou por meio de símbolos, cheiros, imagens ou sons. 5.1 Habilidades Comunicativas Se tratando especificamente de comunicação verbal, existem cinco principais habilidades verbais da comunicação. Duas destas habilidades pertencem a quem fala ou aquele que transmite uma mensagem, que são: a escrita e a palavra. A terceira e quarta habilidade pertencem a quem recebe a mensagem, que são: a leitura e a audição. A quinta habilidade é essencial tanto para quem transmite quanto para quem recebe a mensagem, que é o pensamento e o raciocínio. Quando uma pessoa possui essas habilidades de comunicação, se torna possível determinar duas formas de fidelização da mensagem, uma porque influencia a nossa capacidade de avaliar nossos objetivos e intenções e outra forma seria fazer com que a mensagem produza a resposta que desejamos obter. Ao exercemos a comunicação interpessoal, o uso dessas habilidades se torna ainda mais necessário, pois quando falamos precisamos explorar todos os aspectos que envolvem esta ação, como por exemplo, a pronuncia das palavras, a postura corporal, a gesticulação, a percepção de como o nosso ouvinte ou público está recebendo a mensagem e a capacidade de alterar ou readequar o conteúdo e a forma da fala para que se atinja o objetivo da mensagem produzindo a resposta esperada. Quando as habilidades comunicadoras não são praticadas, dificilmente elas se desenvolverão, portanto, para que haja uma comunicação clara e eficaz é necessário buscar o desenvolvimento por meio da prática. As limitações das 34 habilidades comunicadoras não somente interferem na fidelidade da mensagem como também impedem a pessoa de exercer sua capacidade plena de se expressar, de dizer as pessoas quem ele é, quais são seus ideais, seus pensamentos e sentimentos. 5.2 As Atitudes Até hoje para os cientistas sociais ainda é difícil definir perfeitamente a palavra “atitude”. Contudo para nosso objetivo em descrever o que seria “atitude” dentro do contexto da comunicação social, podemos dizer que atitude seria um posicionamento, um modo como o indivíduo vê a si próprio, o modo como se relaciona com o assunto que será abordado e como se relaciona com os receptores da mensagem. As atitudes em relação a si mesmo, podem ser classificadas como atitudes positivas ou negativas. Muitos indivíduos ao longo de suas vidas desenvolvem uma postura depreciativa a respeito de si próprio, são percepções deturpadas de sua autoimagem, que afetam sua autoestima, sua motivação e autoconfiança para estabelecerem uma comunicação segura e assertiva. Uma atitude negativa pode ter a sua origem em diversos fatores, que vão desde limitações físicas à experiências psicológicas e emocionais traumáticas que acabam bloqueando ou retardando a capacidade de comunicação, essas vivências ocorrem na maioria das vezes na terceira infância (que vai de dos 6 à 11 anos), período da vida onde a memória e a linguagem começam a serem aperfeiçoadas. Neste período da vida é determinante que a pessoa desenvolva atitudes positivas com relação a sua comunicação, geralmente as primeiras experiências provém da influência 35 familiar e do convívio social,que são determinantes para o desenvolvimento de atitudes positivas em relação a si próprio. Embora as atitudes de um indivíduo em relação a si sejam negativas em decorrência de fatores depreciativos em seu histórico de vida, é possível buscar transformações em qualquer fase da vida, a partir da conscientização do problema e da busca por soluções que contribuirão para uma postura mais confiante e positiva. 5.2.1 Quanto as atitudes em relação ao assunto Não são apenas as atitudes negativas em relação a si mesmo que podem dificultar a comunicação, não ter uma atitude positiva, ou seja, não ter uma afinidade ou interesse pelo o assunto que se pretende falar, tornará a comunicação mais difícil de ser entendida. Pois o comunicador na maioria das vezes, com raras exceções, quando está transmitindo uma ideia ou informação, deixa transparecer sua ligação com o assunto abordado. Contudo, ter uma atitude de identificação ou interesse pelo assunto, transmitirá maior entusiasmo e confiabilidade na sua fala. 5.2.2 Quanto as atitudes em relação aos receptores da mensagem Um outro fator bastante relevante que pode influenciar no processo da nossa comunicação é a atitude que o comunicador da mensagem possui em relação ao seu receptor. Imaginemos que uma determinada pessoa que está comunicando algo possua desafetos ou divergências pessoais com uma pessoa que está ouvindo sua mensagem, e ambos sabem que um não gosta do outro, muito provavelmente qualquer que seja a mensagem emitida pelo 36 comunicador, esta mensagem sofrerá influencias de percepção motivadas pelos desafetos. Por outro lado quando há uma empatia ou afinidade pessoal entre quem fala e quem ouve, essa comunicação será muita mais fluida e haverá muito menos ruídos do que em mensagens onde há desafetos ou desentendimentos por parte dos agentes da comunicação interpessoal. 5.3 O Nível de Conhecimentos Como já comentamos no capítulo 1, a mente humana é o mecanismo de processamento de informações mais complexo que conhecemos. Todas as experiências da vida humana estão armazenadas lá, palavras, lembranças, conhecimentos, habilidades, sensações, experiências, enfim, tudo está lá. Para se comunicar bem não basta apenas ter uma voz agradável, a mente precisa ter bons conteúdos. Para se comunicar bem é muito importante se dedicar a boas literaturas, quando se mantém o hábito de ler continuamente, passamos a internalizar de maneira imperceptível uma linguagem mais aprimorada, ampliamos e aperfeiçoamos nosso vocabulário e até passamos a escrever mais corretamente, pois a nossa mente passa a memorizar naturalmente a escrita correta das palavras, o que acabará sendo reproduzido na fala também de modo natural. Portanto, para se comunicar com excelência, é importante enriquecer a mente com o máximo de informações e conteúdos relevantes, é possível desenvolver este hábito, assim como exercitamos os músculos e eles se desenvolvem, ao exercitar a mente através do processo de retenção e análise das informações, o cérebro também se desenvolve, não em tamanho, como um 37 músculo, obviamente, mas em potência, em capacidade de inteligência, em capacidade de organizar informações e construir ideias a partir das informações contidas em nossa mente. Agora vale ressaltar aqui um alerta, as vezes, pessoas muito especializadas em determinados assuntos, incorrem num erro bem comum, que é usar termos técnicos demais, que impossibilitam a compreensão, o ideal é transmitir a mensagem de maneira mais clara e objetiva possível, adequando o conteúdo da fala ao nível de conhecimento do ouvinte ou do público. 5.4 O Sistema Sociocultural Cada pessoa é pertencente a um grupo social ou ocupa uma posição social, e a partir deste contexto, o indivíduo traz em sua composição psicológica e emocional heranças que lhe foram transmitidas pelos membros de seu grupo social, neste ambiente lhe são transmitidos a cultura, os costumes, os valores, as crenças, os comportamentos aceitáveis e não aceitáveis, e por essa razão precisamos entender que não são apenas as habilidades de comunicação, as atitudes e os conhecimentos que influenciam na comunicação interpessoal, mas quando alguém se comunica a outro, não deixa de transmitir em sua fala aspectos que denunciam características dela própria, que fará ligação com as características pertencentes ao seu grupo social ou função social. É um fato que pessoas de diferentes classes sociais comunicam-se de forma diferente. Pessoas de passado cultural diferente comunicam-se diferentemente. Os sistemas socioculturais determinam em parte as escolhas 38 de palavras que as pessoas fazem, os objetivos que tem para se comunicar, os canais que usam para esta ou aquela espécie de mensagem. 6. Aprenda a convencer e persuadir Convencimento e persuasão são palavras pertencentes ao universo da comunicação, especificamente da retórica, e são muito comumente confundidas no uso cotidiano, muitos até acreditam que possuem o mesmo significado, contudo, apesar ambas serem utilizadas essencialmente para influenciar pessoas por meio da palavra, influenciando os ouvintes a tomarem uma determinada decisão, escolha ou atitude. Convencimento e persuasão se diferenciam quanto a forma de influenciar, é como tivéssemos dois caminhos com características diferentes, mas que nos levassem ao mesmo destino. Para diferenciarmos de maneira clara o que é convencimento e persuasão, precisamos compreender que quem deseja convencer a alguém a respeito de qualquer coisa, está buscando fazer com que seu ouvinte reconheça uma verdade, e para tanto o comunicador se utiliza de comprovações por meios de fatos, dados, experimentos, relatos, evidências, enfim, argumentos que possam ser verificados como autênticos. Por exemplo, para se utilizar este recurso de influência, pode-se optar por um estilo ou outro, dependendo do perfil do ouvinte e do público, pode-se utilizar o convencimento ou a persuasão. Imaginemos que um médico oncologista precisa influenciar seus pacientes já idosos a não desistirem de seu tratamento contra o câncer, muitos deste pacientes possuem perfis comportamentais bem diferentes, uns são mais céticos e mais racionais, outros mais crédulos e emocionais, para convencer os idosos de perfis mais céticos e racionais o médico deverá argumentar com conhecimentos técnicos, apresentar casos de recuperação de 39 outros pacientes, apresentar exames e medicamentos que demonstrem a possibilidade de recuperação. Já para os seus pacientes mais crédulos e emocionais, o médico deverá se utilizar da persuasão para influenciar estes pacientes, com argumentos e apelos mais emocionais, fazendo com que ele pense em seus familiares, o quanto seus amigos e parentes estão confiantes e esperançosos em sua recuperação e que eles esperam também tenha ânimo, fé e motivação para continuar lutando até o fim. Perceba a diferença, enquanto o convencimento lida com a percepção racional, com comprovações e argumentação lógica, a persuasão lida com o lado emocional das pessoas, com os sentimentos, com a argumentação instintiva, e sem dúvida, através de uma oratória eficaz, a persuasão pode se configurar como um dos maiores poderes da humanidade. Para desenvolver a arte de influenciar pessoas duas atitudes práticas são fundamentais, a primeira delas é ter argumentos racionais no assunto que se pretende discorrer no caso de seu ouvinte ou plateia possuir um perfil mais cético e racional e a segunda atitude é desenvolver os recursos de uma oratória eficaz, saber utilizar bem os aspectos da voz, abordados no capítulo 4 deste e-book, contribuirá para as argumentações emocionais mais persuasivas. É importante salientar que durante a exposição de uma ideia por meio da fala, podem haver espectadores com perfis mistos, pessoas completamente racionais, outrascompletamente emocionais e outras que sejam parte racionais e parte emocionais, portanto, aqui vai uma dica para não correr o risco de falhar no alvo de sua comunicação, já que toda comunicação possui uma intenção, seja ela implícita ou explícita. Aqui vai a dica, na hora de influenciar, busque transitar entre o convencimento e a persuasão, iniciando sempre pelo 40 convencimento, utilizando argumentos prováveis e em seguida a persuasão, com argumentos emocionais, fazendo assim, você conseguirá atingir certamente o objetivo de sua comunicação. 41 7. Utilize o processo de coaching para se comunicar bem Coaching é um processo de autoconhecimento e otimização de capacidades que tem como principal filosofia duas palavras chaves: foco e resultado. É importante dizer que o processo de coaching não deve ser confundido com terapia ou consultoria, pois o processo de coaching não visa somente diagnosticar causas de deficiências e apontar possíveis soluções, mas o objetivo desta técnica é fazer com que o Coachee 1, estando sob as orientações de um Coach2, desenvolva o máximo de seu potencial quanto suas habilidades e capacitações através de exercícios e técnicas que objetivam um resultado claro e específico, e em muitos casos limitados a um tempo determinado. O conceito do processo de coaching3, ou seja, o conceito onde o desenvolvimento pessoal de um indivíduo se dá a partir da orientação profissional de outra pessoa com habilidades específicas para este fim. Na Inglaterra, especialmente nas universidades, já se falava na década de 50 do processo de coaching como uma ferramenta útil para o gerenciamento e desenvolvimentos de habilidades dos alunos, instituindo o que seria uma espécie de tutor, mas foi nos Estados Unidos em meados dos anos 70 e 80, onde obteve maior notoriedade, especialmente no mundo esportivo, voltado principalmente a desenvolver a performance de atletas de alto nível. Devido a 1 Coachee: pessoa que está sob as orientações de um coach, que é o profissional habilitado para aplicar e acompanhar o processo de coaching. 2 Coach: profissional habilitado para aplicar e acompanhar o processo de coaching. 3 Coaching: Processo de desenvolvimento de capacitações pessoais, fundamentados no conceito do autoconhecimento e atitudes práticas transformadoras (foco e ação). 42 esta tendência voltada para o mundo dos esportes, a figura do profissional de coach ficou muito assemelhada com o papel de um técnico esportivo, que tem como objetivos claros melhorar o desempenho de seu atleta e traçar estratégias onde suas qualidades e habilidades possam ser melhores aproveitadas. Contudo, a filosofia e os princípios de coaching são mais antigos do que se imagina, o termo coaching, derivado do inglês arcaico e o termo é pertencente ao período da Idade Média, significa cocheiro, o cocheiro era a pessoa que conduzia o coache (carruagem), que tinha como objetivo prático levar as pessoas de um lugar ao outro. No Brasil, os primeiros conceitos sobre o coaching, iniciaram-se a partir dos anos 70, por meio de associações desportivas, migrando paulatinamente para outros setores, como o mundo corporativo, porém mantendo o mesmo princípio de ser um instrumento de “condução” do individua, de seu estado atual até avançar para seus estado desejado. O grande sucesso do coaching depende exclusivamente de sua capacidade em solucionar problemas e estabelecer metas. Hoje, o Coaching é utilizado por inúmeras grandes empresas, as quais podemos citar a Petrobras, Nestlé, O Boticário, HSBC e Banco do Brasil, que já utilizam o método entre seus executivos e obtém um alto índice de resultado. Na atualidade, o processo de coaching se propõe a desempenhar o papel de auxiliar, acompanhar, orientar de tal forma que uma pessoa que está sob este processo seja levada de seu estado atual ao estado desejado ou sonhado. Para que o objetivo proposto ou desejado seja atingido, tanto o coach como seu coachee devem estar compromissados em cumprir todas as etapas que envolvem o processo. Atualmente, ao observar as tendências voltadas 43 para o desenvolvimento humano, o processo de coaching está sendo bastante difundido e tem obtido grande destaque em vários países, no Brasil, por exemplo, está em plena evidência, não apenas no ambiente das corporações, mas também este conceito vem sendo aplicado no desenvolvimento de indivíduos que desejam otimizar suas capacitações e habilidades em diversas áreas da vida humana, como carreira profissional, desenvolvimento de lideranças e equipes, na vida afetiva e familiar, saúde e bem-estar e muitas outras. Baseado na atuação do coaching voltado ao desenvolvimento de diversas áreas da vida humana, procuraremos levantar hipóteses como o processo de coaching poderia contribuir o desenvolvimento das comunicações interpessoais. 44 (Evolução do Coaching – Fonte:< http://www.sbcoaching.com.br>) 45 Coaching X Aconselhamento, Mentoria, Consultoria, Terapia e Treinamento. Para uma melhor compreensão do que é coaching, talvez o melhor caminho seria tentar dizer o que não é coaching. Pois comumente as técnicas de coaching são confundidas com outras técnicas de desenvolvimento pessoal ou profissional. Por tanto, as principais diferenças de atuação do coaching em relação a outras técnicas similares seriam: Quanto à abrangência: Coaching: Trata questões de desempenho, desafios e mudanças específicas Aconselhamento: Trata formas de lidar com questões emocionais Mentoria: Trata questões relativas à carreira ou transições profissionais. Consultoria: Trata questões e problemas empresariais. Terapia: Trata questões relacionadas as questões à sua emocional. Treinamento: Trata questões relativas a aprendizagem. Quanto ao foco: Coaching: Ação e resultados Aconselhamento: Problemas Mentoria: Possibilidades. Consultoria: Pleno funcionamento administrativo/técnico/financeiro de uma empresa. Terapia: Dificuldades de ordem emocional. Treinamento: Trata deficiências de conhecimento, experiências e habilidades profissionais. 46 Quanto a atuação no tempo: Coaching: Presente e futuro. Aconselhamento: Passado e presente. Mentoria: Presente, passado e futuro. Consultoria: Presente e futuro. Terapia: Passado. Treinamento: Presente. Quanto a abordagem: Coaching: Como a pessoa age em relação aos resultados a serem alcançados. Aconselhamento: Como a pessoa atua em certas questões. Mentoria: Como a pessoa deve agir no ambiente profissional, em busca da sua carreira. Consultoria: Trabalha o que pode ser mudado ou corrigido nos processos empresariais. Terapia: Trata o porquê das pessoas agirem, sentirem e pensarem de forma que transmita mais conforto emocional. Treinamento: Como fazer para produzir mais com os mesmos recursos. Quanto a quem aplica à técnica: Coaching: Um coach habilitado. Aconselhamento: Um profissional na área de aconselhamento. Mentoria: Um mentor. 47 Consultoria: Um profissional especializado e experiente no setor que está atuando. Terapia: Um terapeuta. Treinamento: Um profissional com habilidades pedagógicas para o ensino. Quanto a forma de atuação: Coaching: Levanta questionamentos, sugere um plano de ação, levando a própria pessoa a construir suas próprias soluções. Aconselhamento: Sugere mudanças a partir do ponto de vista do conselheiro. Mentoria: Provê alternativas de condução de carreira, avaliando constantemente a performance do mentoriado. Consultoria: Aplica a análise de forças, fraquezas, ameaças e oportunidades e propõe soluções. Terapia: Análise e questionamento. Treinamento: Instrução e questionamento Quanto aos resultados esperados:Coaching: Geração de opções construtivas e viáveis na busca dos objetivos desejados. Aconselhamento: Compreensão da problemática e disposição para equacioná-la. Mentoria: Informações e ideias para ampliar a visão e conhecimento das possibilidades de crescimento profissional. Consultoria: Aperfeiçoamento da soluções e prevenção de problemas. Terapia: Alívio e eliminação das causas do mal estar e das dificuldades. 48 Treinamento: Aquisição de experiência e conhecimentos necessárias para pratica profissional. Portanto, o coaching é um método voltado para o apoio e o autodesenvolvimento dos indivíduos, essa técnica ao ser aplicada em um indivíduo, procura responder cinco questionamentos iniciais, que são: quem ele é, o que está fazendo, por que o está fazendo, aonde ele quer chegar e como chegar lá. Etapas do processo de coaching Metodologia Não existe um roteiro rígido para que o processo de coaching, porém, basicamente, se fazem uso de diferentes ferramentas que direcionem o desenvolvimento de uma linha de raciocínio, como: · diagnóstico da situação atual da pessoa · definição da questão a tratar · identificação de habilidades, valores e crenças · identificação de hábitos de pensamento e crenças limitantes · resignificação · identificação de recursos disponíveis e necessários · construção de um plano de ação · definição de estruturas · acompanhamento e suporte 49 A metodologia de coaching fundamenta-se, principalmente, no processo cognitivo-transformacional (conhecimento para transformar) de maneira efetivamente prática, que sugere uma sistemática para a administração de competências. Portanto, se faz necessário organizar um apanhado de ferramentas básicas, orientadas a elaborar um diagnóstico da situação atual da pessoa ou cliente, então é proposto um plano de ação para dar sequencia a trajetória que leva ao rumo dos objetivos do indivíduo, considerando a competência como principal fator a ser levado em conta. Conhecimentos, capacidades, atitudes e habilidades e os comportamentos associados, serão o conduto que irá nortear a aplicação do processo de coaching, permitindo ao profissional Coach avaliar o potencial de um indivíduo ou de um grupo de pessoas, para determinar a viabilidade do objetivo. Comumente, o desenvolvimento das ferramentas de coaching é realizado em torno a uma série de conhecimentos interdisciplinares, englobando temas como teorias de organização de empresas, teorias psico- pedagógicas, teorias da motivação e da emoção, programação neuro lingüística, teoria social cognitiva, entre outros. As ferramentas de coaching mais frequentemente usadas e que, baseiam os três pilares do processo de coaching, são: consciência, crenças e comprometimento. Estas ferramentas da aplicação do processo de coaching estão organizadas em forma de exercícios numa sequência lógica que permitirão ao Coach obter um diagnóstico do estágio relativo a área que o coachee pretende desenvolver, de aonde o coachee quer chegar e do potencial que precisa ser desenvolvido. Com esses exercícios, também é possível identificar habilidades 50 e crenças que favorecem ou impedem o desenvolvimento do indivíduo. Partindo desses fundamentos, começa-se a traçar ações concretas que permitam o coachee alcançar os resultados desejados. É importante ressaltar que, para obter os resultados relevantes dentro do processo de coaching, são necessários atitudes como dedicação, foco e comprometimento. Portanto, mesmo sem o acompanhamento de um profissional Coach, de posse do conhecimento da aplicação do processo, qualquer indivíduo poderá aplicar a si próprio este método, desde saiba analisar criticamente seus valores, comportamentos, atitudes e conhecimentos, levando o indivíduo a busca por transformação, mantendo o foco no seu resultado esperado, além de levantar os recursos necessários para se atingir o objetivo, sejam recursos materiais ou abstratos. Autoconhecimento O autoconhecimento é condição essencial de qualquer processo de mudança. Este é um conceito que existe desde a antiguidade nos escritos de Platão, Sócrates, Aristóteles, e ainda está em evidência em nossos dias atuais, com renomados especialistas como Peter Senge, Daniel Goleman, Marshall Goldsmith, entre outros. O coaching é um processo de mudança que conduz o indivíduo ao alto desempenho na vida pessoal ou profissional, por meio da utilização de técnicas e ferramentas validadas. Então, não se pode conduzir um processo de coaching sem abrir uma fenda significativa para o autoconhecimento do cliente (coachee). 51 O processo de coaching, na etapa inicial da aplicação do autoconhecimento, busca conhecer com bastante cuidado e respeito o indivíduo que se submete ao processo de coaching com duas intenções muito claras: 1) Conhecer o indivíduo (coachee/cliente): seus valores, sua tendência comportamental, como constrói seus pensamentos, as principais emoções utilizadas, seus sonhos e objetivos, habilidades, crenças, hábitos, entre outras questões que podem ajudar ou dificultar o prosseguimento para o objetivo acordado no processo de coaching. 2) Procura dar a oportunidade ao cliente para ampliar sua visão sobre si mesmo e entender nitidamente os comportamentos que contribuem para seu sucesso e o que possivelmente o prejudica em algum aspecto, sobretudo, busca como encontrar o caminho para transformar o ciclo vicioso que o impede de atingir seus objetivos, em um ciclo virtuoso de crescimento. Todas as fases do processo de coaching são importantes, porém, esta etapa é uma das que determinam o sucesso da aplicação do processo de coaching. Se o profissional coach errar neste momento, as chances do seu coachee atingir o objetivo são remotas. Portanto, para a condução de uma análise mais assertiva é muito importante o coach conhecer mais de uma ferramenta, o assessment4 validada cientificamente, para que possa fundamentar o conhecimento do estágio atual do seu cochee. São exemplos de assessments validados em pesquisas científicas: Alfa Assessment: Busca a identificação em cada estilo das forças e riscos, bem como estratégias de reforçar o que tem de melhor e minimizar os 4 Assessment: Ferramenta de validação científica de mapeamento de tendências comportamentais, comum ao mundo corporativo. 52 riscos. É um dos assessments mais atuais quando se trata de liderança, validados cientificamente no mundo. Quantum Assessment: Busca a identificação da tendência comportamental do indivíduo e seu impacto no ambiente de trabalho, analisando quatro fatores: estilo de ação e foco em resultados; comunicação e ênfase em pessoas; ritmo e multifuncionalidade e respeito a regras e referencias externas. É possível identificar se a tendência é gerencial ou especialista, se o moral esta elevado ou baixo, grau de energia e flexibilidade do indivíduo em mudar a intensidade de suas características, de acordo com a necessidade do ambiente. O modelo Quantum é mais voltado para trabalhos de desenvolvimento humano, recrutamento e processos de coaching. DISC – Busca a identificação da tendência comportamental do indivíduo, fundamenta-se em 4 fatores: 1) a dominância; 2) a tendência em trabalhar por resultados; 3) a influência ou inclinação para trabalhar com pessoas e 4) a estabilidade, perfil identificado com rotinas e conformidade, regras e procedimentos. Este modelo também é bastante apreciado em desenvolvimento humano, recrutamento e seleção e processos de coaching. MBTI: Busca a identificação dos perfis psicológicos do indivíduo, fundamentados em estudos sobre a teoria dos tipos psicológicos de Carl G. Jung. Este modelo está há pelo menos 60 anos. O questionário utilizado nesta ferramenta apresenta questões que apontam as preferênciasdo indivíduo em 4 escalas, cada uma delas consistem em dois extremos opostos, que são: extroversão e introversão, sensação e intuição, pensamento e sentimento, julgamento e percepção. 53 Todos os modelos de assessments tem informações específicas, voltadas para que o profissional possa aprender a fazer a interpretação dos resultados com propriedade. Objetivos e metas O acrônimo S.M.A.R.T. (smart, termo da língua inglesa que significa: esperto, inteligente). Hoje é o modelo mais usual para a definição de objetivos no processo de coaching. A definição de um objetivo para o coaching (de negócios, profissional ou pessoal) diz-se que ele deve ser S.M.A.R.T: S – Specific (Específico) Ao definir um objetivo, não se deve deixar espaço a interpretações duvidosas. Quanto mais detalhado for o objetivo, mais assertiva será a compreensão e maiores as oportunidades de se alcançar um objetivo. É recomendável que o coach faça as seguintes perguntas para assegurar que objetivo do seu cliente é específico: 1. Quem está envolvido? 2. O que eu quero atingir exatamente? 3. Aonde deve ser atingido este objetivo? 4. Qual é o período no qual este objetivo deve ser atingido? 5. Quais são meus requerimentos e restrições? 6. Quais propósitos ou benefícios existem em atingir este objetivo? 54 M – Measurable (Mensurável) Qualquer objetivo que não possa ser transformado claramente em um número permite a manipulação e interpretação para que os interessados possam considerar atingíveis ou não. Portanto, é importante definir as ferramentas necessárias para medir um objetivo, e elas devem ser desenvolvidas antes da definição do objetivo. A – Attainable (Atingível) Os objetivos sempre devem ser ousados, mas nunca impossíveis de atingir. É importante que o coach lançe um desafio para que aqueles que se submetem ao processo de coaching, para se superem e se esforcem por algo que parece ser difícil, mas isto é muito diferente de definir números que nunca poderão ser obtidos, o que causará frustração e desânimo. Ao considerar um objetivo como “atingível”, não se deve pensar somente em “possível” ou “impossível”, e sim nos diversos aspectos que o afetam. R – Realistic (Realista) Muitas vezes o objetivo é possível, mas não é realista. Ao considerar o realismo, o coach deve pensar em fatores como: 55 O cliente (coachee) está ciente sobre o compromisso de chegar ao objetivo? O objetivo está alinhado com seus valores e princípios do coachee? Algum princípio ético é ferido com este objetivo? Um Coach que indica um objetivo pouco realista está fora de sincronia com o seu cliente (coachee), o que provavelmente resultará em frustração. T – Timely (Em Tempo) Esta característica se mistura um pouco com o S (específico). Significando que além do inicio e fim do período de busca do objetivo serem bem definidos, este período não deve ser tão curto que torne o objetivo impossível nem tão longo que cause uma dispersão da iniciativa com o tempo. O T também pode ser “Tangible” (Tangível). Isto quer dizer que um objetivo que possa ser sentido, observado ou tocado terá maior chance de ser realizado. Crenças Quando se fala em evolução pessoal, geralmente os indivíduos ficam inclinados a buscarem um significado mais conectado com suas experiências de vida. Quando o indivíduo toma ciência de que existem possibilidades reais de migrar do estágio de vida atual para um outro estágio em que o indivíduo julga 56 ser o ideal, instantaneamente surgem pensamentos que demonstram a sua verdadeira natureza interior. Na maioria das vezes, os pensamentos negativos que permeiam a mente dos indivíduos são resultados das constatações de suas experiências anteriores, ou seja, cada indivíduo ao nascer tende a armazenar no cérebro todas as experiências de vida, emocionais, psicológicas, que o acompanham até o fim de sua existência. Todas as experiências mal sucedidas acabam gerando na mente humana uma informação que se identifica como erro. Algumas experiências que um grupo social convenciona como boas ou positivas acaba gerando uma informação se identifica com acerto. No campo da vida afetiva também é comum a maioria dos indivíduos classificarem toda experiência mal sucedida como erro, como consequência disso, os indivíduos tendem a se anularem quanto a desenvolver a habilidade de se readaptar a um nova realidade ou perspectiva. Na existência humana, a percepção do que representa erros e acertos são resultados de conhecimentos adquiridos e experiências ao longo da vida, isto é, são verdades criadas na mente humana, de uma maneira mais abrangente não existem erros e acertos, na verdade o que há são vivencias que moldam o caráter do indivíduo. A inteligência emocional é um aspecto relevante no diz respeito às crenças, os indivíduos emocionalmente inteligentes possuem melhor habilidade de agregar valores positivos ao seu caráter através de suas experiências de vida, sejam boas ou ruins Um exemplo interessante é o quanto é possível um indivíduo crescer em caráter e conhecimento depois de uma experiência mal sucedida. 57 O processo de coaching, dentro aspecto de crenças, procura orientar seu coachee, de maneira significativa para que ao invés de manter sua mente e emoções com foco na dor de uma perda ou na frustração por não ter conseguido fazer com que seus planos dessem certo. O profissional coach orienta que se deve extrair sempre um aprendizado positivo de cada acontecimento na vida, se o indivíduo sofreu um momentâneo fracasso, não deve enfrentar com desespero pois a cada novo dia haverá uma nova oportunidade para retomar o curso da vida, com a vantagem ter um novo aprendizado que lhe permitirá evitar atitudes e comportamentos que o levem novamente a experiências de fracasso, portanto, teoricamente em cada fracasso há um aprendizado para o sucesso. Plano de ação Após o coachee passar pelas etapas de autoconhecimento, da difícil tarefa de definição de objetivos e metas, e reajuste de crenças, inicia-se uma nova etapa, que se torna de grande relevância por ser a tradução das metas em ações para que gerem transformações e alcancem os resultados desejados. Estando o coachee ciente de que o desenvolvimento somente virá quando o mesmo passar pelo processo de desenvolvimento, no qual irá confrontar e superar suas limitações, o próprio ccoachee irá definir o que e quando fazer. No processo de coaching o planejamento dessas ações deve estar constantemente fundamentado na capacidade de aproximação da meta e também na capacidade de desafiar o coachee. Geralmente nesse processo o coachee conquista metas que dificilmente sem desafiar a si mesmo 58 conseguiria, e a cada nova conquista de metas o coachee irá aumentar o nível dos desafios que terá que enfrentar. Esse é o seu crescimento e seu aprendizado e somente ele é capaz de determiná-lo. Por isso não pode ser ditado por alguém de fora, mesmo que esse alguém seja o próprio coach. Na prática, o plano de ação é a representação de todo o processo de coaching, que deve gerar sempre como resultado alguma ação específica. Isto é, apesar de toda a importância que as pessoas dirigem aos “insights”, por exemplo, no processo de coaching o mais importante é encontrar maneiras de trabalhar no que vem depois do “insight”, significa, portanto descobrir que ações poderão fazer o insight realmente ocorrer. A partir do momento em que o coachee delineou a visão, a relação entre coach e seu coachee está bem estabelecida e um já conhece bem a bagagem do outro. Passa-se então a preparar o plano de ação. Na abordagem tradicional, o planejamento estratégico tem sido desenhado do passado para o futuro. O risco é se deixar contaminar pelas variáveis do contexto atual seja elas aparentemente positivas ou negativas.
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