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1 MÉTODOS TÉRMICOS MÉTODOS QUÍMICOS MÉTODOS MISCÍVEIS I MÉTODOS MISCÍVEIS II WAG BAIXA SALINIDADE MEOR MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO AVANÇADA DE PETRÓLEO 2018 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 03 INJEÇÃO DE VAPOR 05 COMBUSTÃO IN-SITU 44 AQUECIMENTO ELETOMAGNÉTICO 67 MÉTODOS TÉRMICOS INTRODUÇÃO Durante a recuperação térmica, o reservatório é aquecido para reduzir a viscosidade do óleo. O EOR térmico é o método mais popular, representando mais de 50% do mercado geral de EOR. A injeção de vapor é o método mais comum usado no EOR térmico. Outros métodos incluem a combustão in-situ, onde o reservatório é aquecido e uma mistura de gás de alta oxigenação injetada queima para criar uma frente de combustão. 3 3 3 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 3 APLICAÇÕES 4 4 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 1.1 - Histórico de EOR na Petrobras (Petrobras) 5 INJEÇÃO DE VAPOR CARACTERÍSTICAS/PRINCÍPIOS 6 APLICAÇÕES 11, 15, 25, 30 HISTÓRICO 33 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA 35 CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS A injeção de vapor é o método mais comum em EOR térmico. Sua aplicação se dá principalmente em reservatórios rasos que contêm petróleo bruto de alta viscosidade (geralmente pesado). A injeção de vapor permite aquecer o óleo cru na formação, diminuindo assim sua viscosidade e vaporizando parte do óleo para aumentar sua mobilidade. A diminuição da viscosidade ajuda a reduzir a tensão superficial, aumenta a permeabilidade do óleo e melhora as condições de infiltração do reservatório. A vaporização do óleo permite que o óleo flua mais livremente através do reservatório e para formar um óleo melhor depois de condensado. 6 6 6 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 6 Não apresenta tantos riscos ambientais quanto os outros métodos de EOR. A economia é o principal fator que determina se esta tecnologia deve ser implementada em um campo ou outro. Os métodos mais importantes usados na injeção de vapor são: Injeção de vapor cíclico (CSS) e contínua Injeção de água quente Drenagem Gravitacional Assistida por Vapor (SAGD) Vapor Extraction (VAPEX) 7 7 7 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 7 INJEÇÃO CONTÍNUA DE VAPOR Consiste na injeção continua de vapor no meio poroso. Os poços injetores e produtores são diferentes, e estes se arranjam geometricamente de diversas maneiras: os chamados padrões de injeção. Observa-se que a medida que se injeta mais fluido, cria-se uma crescente zona de vapor em torno do poço injetor cuja temperatura dessa zona é aproximadamente aquela do fluido injetado. Quando este, sob uma alta temperatura, encontra-se com os fluidos do reservatório, a uma menor temperatura, ele condensa formando uma zona de água em que sua temperatura diminui a partir da do vapor até a do reservatório (Rosa et. al., 2008). 8 8 8 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 8 9 9 9 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 1.2 - Injeção de vapor (Arzhang Nabilou, 2016) 9 INJEÇÃO CONTÍNUA DE VAPOR Um dos fatores que mais podem interferir na recuperação de petróleo se relaciona aos efeitos da injeção de água quente na zona de água condensada onde a redução da saturação de óleo é máxima por causa das menores viscosidades, da dilatação do óleo e da alta temperatura. Ademais, com a diminuição da sua viscosidade devido à injeção de fluido aquecido, há um aumento da eficiência de varrido. Um bom resultado do processo de injeção contínua de vapor é determinado pela quantidade de calor perdida e transferida para a formação de interesse. 10 10 10 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 10 11 11 11 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Tabela 1.1 - Parâmetros para aplicação de injeção de vapor (NIOC) APLICAÇÕES 11 INJEÇÃO CÍCLICA DE VAPOR Na injeção cíclica de vapor, o mesmo poço é usado para injeção de vapor e produção de óleo. Inicialmente, o vapor é injetado por um período de algumas semanas a alguns meses. O vapor introduzido permite aquecer o óleo imediatamente ao redor do poço de injeção através de aquecimento por convecção, diminuindo assim sua viscosidade (Fig.1.4-esquerda). Depois que a viscosidade alvo é alcançada, a injeção de vapor é interrompida para permitir que o calor seja redistribuído uniformemente na formação. 12 12 12 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 12 INJEÇÃO CÍCLICA DE VAPOR O poço pode então ser produzido até que a temperatura caia e a viscosidade do óleo aumente novamente (Fig. 1.4-direita). Este ciclo é repetido até que a resposta se torne insignificante e os limites econômicos sejam atingidos. 13 13 13 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 1.3 - Vazão de petróleo versus tempo na injeção cíclica de vapor (Queiroz, 2006) 13 14 14 14 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 1.4 -Injeção de vapor cíclico - esquerda: injeção de vapor; direita: produção. (G. Zerkalov) 14 15 15 15 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS APLICAÇÕES Tabela 1.2 - Parâmetros para aplicação de injeção cíclica de vapor (NIOC) 15 Campos já submetidos à injeção de vapor: BA: Fz. Alvorada, D. João Terra, Miranga; SE: Carmópolis, Siririzinho, Castanhal; RN: Alto do Rodrigues, Estreito, Fz. Belém, Fz. Poçinho, Monte Alegre; ES: Fz. Alegre, Rio Preto Oeste, Inhambú e Cancã. Figura ## - Plot da Função F(x) APLICAÇÃO - BRASIL 16 16 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 1.5 –Poços com injeção de vapor no Brasil (Petrobras) 16 VANTAGENS Comparando com outros métodos térmicos os processos de injeção de vapor fornecem uma maior quantidade de calor que pode ser aplicada rapidamente ao reservatório, além de danificar menos os poços; Em muitos casos nenhum outro método pode ser empregado para reforçar a recuperação primária/secundária ; Aumento da eficiência de varrido. 17 17 EOR – TÉRMICOS Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé DESVANTAGENS Não deve ser utilizada: em reservatórios profundos, com pouca espessura ou que possuem baixa permeabilidade ,em zonas sensíveis à água doce ou em zonas de alta pressão; Quantidades consideráveis de óleo são deixadas no reservatório; Preferível na produção de reservatórios de óleos pesados que possam conter vapor em alta pressão sem fraturar a formação. 18 18 EOR – TÉRMICOS Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé INJEÇÃO DE ÁGUA QUENTE Inundação de água quente, também conhecida como injeção de água quente é uma técnica de aumentar a produção de petróleo bruto de um poço produtor, injetando água quente no reservatório. A água quente é injetada através de um poço de injeção que é perfurado paralelamente ao poço produtor primário, processo já explicado anteriormente na injeção de vapor. O calor da água quente atua como uma forma de reduzir a viscosidade do petróleo bruto, fazendo com que ele flua em direção ao poço produtor com facilidade. A inundação com água quente é geralmente usada para extrair petróleo bruto com um grau de API inferior a 20. 19 19 19 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 19 20 20 20 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 1.6 –Injeção de água quente (https://www.petropedia.com/definition/6773/hot-water-flooding) 20 VANTAGENS Mesmas vantagens da injeção de vapor. 21 21 EOR – TÉRMICOS Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé DESVANTAGENS Mesmas desvantagens que a injeção de vapor. É menos eficaz do que o processo de injeção de vapor, devido ao fato de que a água quente tem um menor teor de calor em comparação com o vapor. 22 22 EOR – TÉRMICOS Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé SAGD - DRENAGEM GRAVITACIONAL ASSISTIDA POR VAPOR Envolve a perfuração de dois poços horizontais paralelos (mostrados na Figura 1.4), um acima do outro, ao longo do próprio reservatório. O vapor quente é introduzido a partir do poço superior, o que reduz a viscosidade do óleo pesado (como todos os outros métodos térmicos). A redução na viscosidade do óleo pesado separa-o da areia e é drenado para o poço inferior por meio da gravidade. A chave para esse método são os dois poços paralelos e horizontais, e isso só se tornou possível devido à tecnologia de perfuração direcional. 23 23 23 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 23 24 24 24 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 1.7 -Perspectiva do projeto SAGD usando dois poços horizontais . ( EOR/HEAVY OIL SURVEY: 2010 WORLDWIDE EOR SURVEY ) 24 25 25 25 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS APLICAÇÕES Tabela 1.3 - Parâmetros para aplicação de SAGD (NIOC) 25 VANTAGENS Pode ser mais efetivo para óleos pesados com alto viscosidade ou para betume; Alto fator de recuperação; Alvo de muitas pesquisas, pode ter grandes avanços brevemente. 26 26 EOR – TÉRMICOS Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé DESVANTAGENS Processo caro em termos econômicos e ambientais; Limitado a poços horizontais e rasos; Dano a formação devido ao inchaço de argilas; Utiliza grande quantidade de água doce. 27 27 EOR – TÉRMICOS Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé VAPEX – Vapor Extraction Método semelhante ao método SAGD, mas usa solventes de hidrocarbonetos para diluir o betume ou óleo pesado para permitir um processo de recuperação ambientalmente mais eficiente e rentável. Como o método SAGD, dois poços horizontais precisam ser perfurados para que o processo de recuperação comece. Um poço é perfurado até o fundo da formação (poço de produção), enquanto o outro poço é perfurado cerca de 5 metros acima do primeiro poço (poço de injeção). O solvente é injetado no poço de injeção e dilui o óleo pesado que começa a fluir para o fundo da formação. O poço de produção é então usado para extrair os recursos do reservatório. 28 28 28 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 28 29 29 29 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 1.8 - Perspectiva do projeto VAPEX (Germain sub-surface plan) 29 30 30 30 Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS APLICAÇÕES Tabela 1.4 - Parâmetros para aplicação de VAPEX (NIOC) 30 VANTAGENS Quando comparado com outros métodos é mais ecológico; Custos operacionais baixos; Solvente utilizado pode ser reciclável; Baixo consumo energético 31 31 EOR – TÉRMICOS Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé DESVANTAGENS Baixa vazão de óleo quando comparado ao SAGD, essas vazões baixas são um resultado da baixa difusividade molecular que governa a transferência de massa no processo VAPEX, comparado com a difusividade térmica que governa na transferência de calor no SAGD. 32 32 EOR – TÉRMICOS Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé 1959 Início injeção de vapor Injeção de água quente Final déc. 70 Injeção de vapor no Brasil 1985 33 33 A injeção cíclica de vapor foi descoberta acidentalmente na Venezuela, em um trabalho da empresa Shell. Este modelo de injeção foi proposto por Butler et al., 1981. HISTÓRICO Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 1961 A injeção de vapor como a injeção de água quente promovem maior recuperação de óleo do que a injeção de água (Willman et al. 1961); Projeto de injeção cíclica implantados com sucesso no Brasil. Método VAPEX 1998 Método SAGD Das (1998) apresentou um trabalho com resultados experimentais, uma análise teórica e a praticidade do processo VAPEX em reservatório de óleo pesado e betume. 34 34 34 EOR – TÉRMICOS DESLOCAMENTO DE ÓLEO POR ÁGUA QUENTE Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé w o k, Ø água (w) óleo (o) cwo=cow=0 deslocamento imiscível 34 35 35 35 EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA - ÁGUA QUENTE Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé Equação da conservação de massa Equação da conservação de energia para: g 35 36 36 36 EOR – TÉRMICOS PREMISSAS - ÁGUA QUENTE Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé Fluxo unidimensional em meio poroso homogêneo e isotrópico; ausência de fluxo difusivo e dispesivo no reservatório e sem reações químicas; sistema incompressível; termo gravitacional e capilaridade desprezíveis; água e óleo não se misturam; energia potencial e cinética neglicenciadas; trabalho por expansão e compressão nulos. 36 37 37 37 EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA - ÁGUA QUENTE Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé Adimensionalização variável de espaço e tempo: Fluxo fracionário ; 37 38 38 38 EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA - ÁGUA QUENTE Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé Equação da conservação de massa – componente óleo Equação da conservação de massa – componente água 0 0 38 39 39 39 EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA - ÁGUA QUENTE Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé Equação da conservação de energia Onde: 39 40 40 40 EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA - ÁGUA QUENTE Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé Sistema final Onde: α = = 40 41 41 41 EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA - ÁGUA QUENTE Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé Sistema final 41 42 42 42 EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA - ÁGUA QUENTE Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé Gráfico 1.1 – Solução no plano (S, f) 42 43 43 43 EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA – INJEÇÃO DE VAPOR Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé O procedimento é analogo a injeção de água quente, porém temos apenas a fase do gás. Logo, para injeção de vapor, a solução do sistema no perfis de temperatura e saturação no plano (S,f) são os mesmos da água quente. 43 44 COMBUSTÃO IN-SITU CARACTERÍSTICAS/PRINCÍPIOS 45 APLICAÇÕES 59 HISTÓRICO 61 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA 64 CARACTERÍSTICAS/PRINCÍPIOS A injeção de ar sintético (aproximadamente 79% de N2 e 21% de O2) no reservatório libera energia calorífica quando o ar entra em contato com o óleo. Esta liberação de energia se dá pela reação de oxidação exotérmica, e fornece energia inicial para que a combustão se inicie, promovendo uma reação em cadeia denominada frente de combustão. Podem ser utilizados também, sistemas de ignição no fundo do poço. A frente de combustão é sustentada pelo fluxo contínuo de ar, e se assemelha a uma onda de calor atravessando o reservatório, ao invés de um fogo subterrâneo como se imaginava nos primórdios da utilização desta técnica. À medida que a onda de calor se distancia do poço injetor, são formadas zonas bem definidas no reservatório. 45 45 45 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 45 ZONAS/BANCOS 46 46 46 EOR – TÉRMICOS Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé 46 ZONA QUEIMADA 47 47 47 EOR – TÉRMICOS A zona queimada é cheia de ar, e pode sofrer alteração mineralógica devido à alta temperatura por que passou. A temperatura desta zona aumenta do poço injetor até a frente de combustão. Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé ZONA DE COMBUSTÃO 48 48 48 EOR – TÉRMICOS A zona de combustão é zona mais quente e mais fina (alguns centímetros), onde a frente de combustão ocorre. Nesta região, ocorrem as reações de oxidação de alta temperatura, liberando água e óxidos de carbono. A frente de combustão se mantém pela queima do combustível produzido na zona seguinte. Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé ZONA DE FORMAÇÃO DE COQUE (CRAQUEAMENTO) 49 49 49 EOR – TÉRMICOS Apesar de receber este nome, a zona de formação de coque não produz coque. Isto porque a pirólise e o craqueamento, gerados pela alta temperatura da zona de combustão, somente produzem CO, CO2, gases de hidrocarbonetos e combustíveis orgânicos sólidos, enquanto o coque é formado completamente por carbono. Estes produtos da pirólise e do craqueamento melhoram a qualidade do óleo produzido e são os combustíveis utilizados para que a frente de combustão se propague. Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé ZONA DE CONDENSAÇÃO DE VAPOR (PLATÔ DE VAPOR) 50 50 50 EOR – TÉRMICOS Na zona de condensação de vapor, o óleo original ainda sofre efeitos da temperatura e suas frações mais leves se vaporizam e são transportados à jusante, onde condensam e se misturam no banco de óleo. Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé ZONA DE ÁGUA 51 51 51 EOR – TÉRMICOS A zona de água é onde a temperatura está abaixo da temperatura de saturação de vapor. À medida que se aproxima do banco de óleo, a temperatura e saturação de água diminuem. Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé ZONA DE ÓLEO 52 52 52 EOR – TÉRMICOS A zona de óleo contém a maior parte do óleo deslocado e a maior parte dos hidrocarbonetos leves que foram vaporizados no platô de vapor. Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé ZONA NÃO PERTURBADA 53 53 53 EOR – TÉRMICOS A zona não perturbada é a parte do reservatório que ainda não sofreu influência da combustão in-situ, ou que sofreu pouquíssima influência (os gases tendem a chegar nesta zona mais rapidamente por causa da alta mobilidade). Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé TIPOS DE COMBUSTÃO Seca: A frente de combustão é sustentada por fluxo contínuo de ar. Molhada: Ar e água são injetados simultaneamente na formação. Direta: O fluxo de ar se dá no mesmo sentido da frente de combustão. Reversa: O fluxo de ar se dá no sentido oposto ao da frente de combustão. (Os princípios operacionais deste processo ainda não são muito bem compreendidos e suas tentativas em campos reais foram fracassadas). 54 54 54 EOR – TÉRMICOS Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé REAÇÕES QUÍMICAS Oxidação de baixa temperatura (OBT): Abaixo de 350 °C, o óleo em contato com o oxigênio libera como resíduo, hidrocarbonetos com maior viscosidade, mas que são mais reativos em altas temperaturas. Os produtos destas reações variam de acordo com a natureza do óleo. Reações de média temperatura: Pirólise e craqueamento formam resíduos sólidos que servem como combustível para as reações de alta temperatura e consequente avanço da frente de combustão. Estas reações ocorrem sem oxigenação. Oxidação de alta temperatura (OAT): Acima de 350 °C e com altíssimo consumo de oxigênio, estas reações exotérmicas com o óleo não oxidado geram a energia necessária para sustentar e propagar a reação em cadeia. 55 55 55 EOR – TÉRMICOS Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé PARÂMETROS OPERACIONAIS Vazão de injeção; Concentração de O2; Presença de argila e finos; Energia de ativação; Entalpia de reação; Viscosidade do óleo; Deposição de combustível. 56 56 56 EOR – TÉRMICOS Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé VANTAGENS Alto fator de recuperação; A energia é gerada dentro do reservatório (não há perda de energia na superfície); Energia calorífica é eficiente por não haver perdas, e eficaz em seu mecanismo de acionamento(reação de oxidação e ignição); Os fluidos aquecidos (vaporização de frações leves de hidrocarbonetos e de água) movem-se à frente da zona de combustão, diminuindo a viscosidade do óleo e facilitando seu deslocamento. 57 57 EOR – TÉRMICOS Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé DESVANTAGENS Segregação gravitacional; Falta de controle no varrimento da frente de combustão; Danos severos se a frente de combustão chegar até o poço produtor; Difícil controle de reações químicas como corrosão e formação de emulsões; Formação de canais preferenciais devido à heterogeneidade da rocha e da razão de mobilidade gás/óleo desfavorável. 58 58 EOR – TÉRMICOS Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé APLICAÇÕES 59 59 59 EOR – TÉRMICOS De modo geral, as principais aplicações para combustão in-situ são em reservatórios de óleo pesado, pois os fluidos em alta temperatura reduzem a viscosidade do óleo e melhoram sua qualidade. Em reservatórios espessos, a energia da combustão se mantém por muito tempo dentro do próprio reservatório, melhorando a eficiência calorífica. A distância entre os poços injetores e produtores não deve ser muito grande para que não haja segregação gravitacional e os gases formem caminhos preferenciais. É estudada a aplicação da combustão in-situ reversa para óleos extremamente viscosos, que formam uma camada muito espessa na frente da zona de combustão e impedem a passagem de calor pelo reservatório. Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé 60 60 60 EOR – TÉRMICOS Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé Tabela 2.5 - Parâmetros para aplicação de combustão in-situ (NIOC) HISTÓRICO A combustão in-situ é o método de recuperação térmica mais antigo, porém a produção mundial sempre esteve na casa dos 25 mil barris por dia desde o início do século XX. Sua aceitação é baixa por ter um histórico de fracasso maior do que de sucesso. Entretanto, o entendimento científico por trás desta técnica evoluiu muito e pode-se atribuir a maior parte dos fracassos à aplicação desta técnica quando os reservatórios não eram adequados. 61 61 EOR – TÉRMICOS Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé 1916 Primeira Ocorrência 1920 Primeiro projeto planejado 19XX Bacia de Suplacu de Barcau 19XX Campos na Índia 2018 Atualmente 62 62 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé A primeira combustão in-situ que se tem notícia ocorreu acidentalmente em Ohio. A injeção de ar quente ocorreu para evitar a precipitação de parafina nos tubos de produção, e a resultante produção de CO2 foi atribuída à reação entre o oxigênio e o óleo cru in-situ. Ocorreu, também em Ohio, o primeiro projeto planejado de combustão in-situ, onde a produção de um poço foi dobrada. O caso de sucesso mais notório ocorreu na Romênia, onde foram recuperados aproximadamente 300 milhões de barris, por 600 poços, com um fator de recuperação de 56%. No Campo de Santhal e de Balol, onde o fator de recuperação de óleos pesados ia de 6 a 15%, a combustão in-situ tornou possível chegar a 39-45%. Atualmente, existem XXXX projetos ativos de combustão in-situ no Brasil e XXXX no mundo. HISTÓRICO 62 EOR – TÉRMICOS Figura 1.9 – Projetos de combustão in-situ nos EUA entre 1950 e 1999 (Técnico Lisboa) HISTÓRICO 63 63 EOR – TÉRMICOS Figura 1.10 – Projetos ativos de combustão in-situ no mundo (Técnico Lisboa) Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé 63 64 64 64 EOR – TÉRMICOS DESLOCAMENTO DE ÓLEO POR ZONA DE COMBUSTÃO Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé ar óleo Figura 1.11 – Deslocamento de óleo por zona de combustão (Técnico Lisboa) 64 65 65 65 EOR – TÉRMICOS PREMISSAS Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé Fluxo de uma onda de combustão quando ar com oxigênio é injetado no meio poroso, que contém inicialmente óleo vaporizável, um gás não-reativo e combustível sólido; Fluxo unidimensional em meio poroso homogêneo e isotrópico; Quantidade de óleo vaporizável é pequena; Vapor, oxigênio e gás passivo são os gases do sistema, e seus coeficientes de difusão são iguais a 2e-5; Pequena parte do reservatório é ocupado pelo combustível e pelo líquido, então a porosidade se mantém constante mesmo com processos de reação, evaporação e condensação; 65 66 66 66 EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Equação do balanço de massa Equação do transporte de calor μg = fração molar de gás μo = fração molar de oxigênio We = Taxa de evaporação Wr = Taxa de reação ρ = Densidade molar de gás u = Velocidade de Darcy Cm = capacidade térmica da matriz por volume cg = capacidade térmica do gás por mol Qe, Qr= Entalpia da evaporação e da reação λ = Condutividade térmica do meio poroso Tres = Temperatura do reservatório Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé 66 67 AQUECIMENTO ELETROMAGNÉTICO CARACTERÍSTICAS/PRINCÍPIOS 68 APLICAÇÕES 77 HISTÓRICO 78 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA 79 EXEMPLO DE SIMULAÇÃO MATEMÁTICA 83 CARACTERÍSTICAS/PRINCÍPIOS Baseado na transformação de energia elétrica em térmica através da interação direta entre o campo eletromagnético e as partículas eletricamente sensíveis do meio, que podem ser íons ou moléculas dipolares dos fluidos. (Da Mata, 1993) A escolha da frequência a ser utilizada depende das dimensões e do volume a ser aquecido. Baixas Frequências: a penetração das ondas eletromagnéticas é maior e o aquecimento pode atingir distâncias maiores dentro do reservatório. Altas Frequências: a penetração das ondas eletromagnéticas é menor e seu uso se restringe a áreas próximas aos poços injetores de eletricidade. 68 68 68 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 68 ROTAÇÃO – ALTA FREQUÊNCIA 69 69 69 EOR – TÉRMICOS Corrente de rotação devido a interação entre o campo eletromagnético de excitação e as partículas eletricamente sensíveis às variações sofridas pelo campo. Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé ROTAÇÃO – ALTA FREQUÊNCIA 70 70 70 EOR – TÉRMICOS Partículas eletricamente sensíveis encontram-se de forma desordenada no meio quando o campo elétrico é nulo. Uma vez submetidas a campo elétrico, as moléculas dipolares e íons tendem a se orientar na direção do campo. A proporção que a frequência do campo aplicado aumenta, cresce a agitação molecular e, concomitantemente, maior é a transformação da energia eletromagnética em térmica por fricção intermolecular. Esse processo também é conhecido como aquecimento dielétrico ou de alta/hiper frequência. Depende de: frequência utilizada, intensidade do campo elétrico e permissividade complexa do meio. Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé CONDUÇÃO – BAIXA FREQUÊNCIA 71 71 71 EOR – TÉRMICOS O aquecimento elétrico de baixa frequência ou resistivo é baseado no Efeito Joule. Esse aquecimento é produzido pela passagem de corrente elétrica através de uma resistência, uma vez que obstáculos ao fluxo de corrente causam dissipação (liberação de calor). Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé 72 72 72 EOR – TÉRMICOS O aquecimento elétrico resistivo faz uso da resistência elétrica natural da matriz de subsuperfície, onde a energia é dissipada. Essa forma de aquecimento in situ permite que a energia seja focada em uma zona específica, que quando atinge o ponto de bolha da água dos poros, resulta na geração de vapor in situ. (OGLU, 2007). Depende de: Conteúdo de água, concentração de sais dissolvidos ou conteúdo iônico na água, capacidade de troca de íons do próprio solo e da temperatura, pois à medida que a água atinge seu ponto de bolha, a resistividade diminui, devido ao aumento da mobilidade dos íons. Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé CONDUÇÃO – BAIXA FREQUÊNCIA 73 73 73 EOR – TÉRMICOS Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé ESQUEMÁTICO DO AQUECIMENTO ELÉTRICO RESISTIVO Figura 2.13- Esquemático do aquecimento elétrico resistivo. Fonte: Adaptado de Sahni e Kumar (2000). Figura 2.12- Esquema de um poço fase. Conjunto de eletrodos – consistem em segmentos de coluna e juntas de isolamento, pré-projetadas utilizando estudos de otimização de potência-vazão, baseados nas características do reservatório; Unidade de condicionamento de potência (geralmente 480 V, 50/60 Hz) – fornece os meios para modificar a linha e tornar a potência adequada para a entrega ao reservatório. Sistema de entrega de potência – consiste de uma coluna, cabos ou combinação de ambos. Esse sistema fornece meios de transmitir a potência de maneira eficiente e segura; Sistema de aterramento – projetado para regular o fluxo de energia no reservatório; Sistema de monitoramento/gravação – disponibiliza hardware e software para controle manual ou automático e monitoramento da potência e temperaturas através dos sensores montados nos sistemas. 74 74 74 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS COMPONENTES DO AQUECIMENTO ELÉTRICO RESISTIVO 74 VANTAGENS É aplicado sem a injeção de qualquer outro fluido no reservatório, como água quente ou vapor; Pode ser aplicado em reservatórios que apresentem problemas de inchamento de argilas; É um processo limpo ambientalmente, pois não produz rejeitos; Não há limite de profudidade para o reservatório; Pode promover a geração de vapor “in situ”; Pode ser aplicado em reservatórios com deposição de parafinas; Pode ser aplicado em áreas extremamente frias, pois não perde calor para o ambiente; Atua na região desejada e pode independer da condutividade térmica do meio. 75 75 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS DESVANTAGENS A salinidade da água de formação é um fator importante na penetração das correntes elétricas na formação; O rendimento do processo pode ficar prejudicado para temperaturas acima da temperatura de ebulição da água nas condições de reservatório. Isto é devido ao fato da condutividade elétrica ficar prejudicada pela vaporização da água. Nem sempre a potência instantânea demandada pelo sistema de aquecimento resistivo é tecnicamente viável 76 76 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS APLICAÇÕES 77 77 77 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS O método de aquecimento eletromagnético não apresenta limitações em relação à viscosidade, profundidade, espessura da zona, temperatura, permeabilidade média, transmissibilidade, salinidade da água de formação, porosidade e saturação de óleo. Condições favoráveis: Quanto mais viscoso o óleo, melhor a eficiência do método A temperatura pode ser qualquer desde que não ultrapasse a temperatura de ebulição da água nas condições de reservatório Uma maior a salinidade da água de formação favorece a condutividade elétrica Uma saturação de água não muito elevada para não prejudicar a viabilidade econômica do processo. 1930 PRIMEIRA PATENTE Propõe utilizar eletrólise na água da formação para que ela libere gases, aumente a presão e auxilie no escoamento. (Workman, P.E.) 1957 “CARBONIZANDO” ÓLEO Propôs utilizar alta densidade de corrente elétrica para “carbonizar” hidrocarbonetos e aumentar a extração via poços. (Sarapuru, E.) 1980 1ª MODELAGEM MATEMÁTICA Procuravam entender a distribuição do aquecimento resistivo. Obtiveram que 95% da energia dissipada pelo sistema de aquecimento elétrico estava em até 10 pés de distância dos eletrodos. (Harvey, H.A., Arnold, M.D.) 1988 INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA Utilizam indução eletromagnética e aquecedores elétricos para aquecer regiões próximas aos poços para então reduzir a viscosidade do óleo. (Chute, F.S., Vermeulen, F.) 1987 PROJETO PILOTO DA PETROBRAS PETROBRAS iniciou o projeto de aquecimento eletromagnético nos primeiros reservatórios de alta viscosidade encontrados no Nordeste brasileiro. 78 78 HISTÓRICO Daniel Guimarães, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS 79 79 79 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA PREMISSAS: Fluxo unidimensional em meio poroso homogêneo e isotrópico; Em óleos de alta densidade, a quantidade de gás dissolvido é pequena e por isso desconsideramos a presença da fase gás; O escoamento é considerado bifásico (óleo viscoso e água) com as duas fases em equilíbrio térmico. Água e óleo não se misturam Simetria rotacional, fluxo horizontal e nenhuma fonte externa de massa 79 80 80 80 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Equação da Continuidade: Fase Óleo: Fase Água: Quantidade de Movimento: Fase Óleo: Fase Água: 80 81 81 81 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Equação da Continuidade: Onde, + + ) 81 82 82 82 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA - NOMENCLATURA – calor específico equivalente do sistema óleo/água/rocha a pressão constante (J.kg-1.C-1) – calor específico da água a pressão constante (J.kg-1.C-1) – calor específico do óleo a pressão constante (J.kg-1.C-1) – compressibilidade efetiva de formação (Pa-1) fasor complexo associado ao vetor campo elétrico (V.m-1); valor de pico conjugado do fasor complexo associado ao vetor campo elétrico (V.m-1) – número imaginário puro – permeabilidade total ao fluxo de um fluido (darcy) – permeabilidade total ao fluxo da fase água (darcy) – permeabilidade total ao fluxo da fase óleo (darcy) – termo de perdas de energia (W.m-3) – pressão (Pa) – comprimento radial horizontal do sistema de coordenadas cilíndricas (m) – saturação da água (adimensional) – saturação do óleo (adimensional) – tempo (s) – temperatura de equilíbrio das fases óleo/água/rocha (°C) – vetor velocidade superficial da fase óleo (m.s-1) – vetor velocidade superficial da fase água (m.s-1) – termo fonte de energia externa (W.m-3) - ângulo de perda - permissividade complexa efetiva do meio (F.m-1) ε’ – constante dielétrica do meio (F.m-1) ε” – constante de relaxação dipolar do meio (F.m-1) - porosidade (adimensional) λc – condutividade térmica do meio poroso (W.m-1.oC-1) – viscosidade dinâmica da água (kg.m-1.s-1) – viscosidade dinâmica do óleo (kg.m-1.s-1) – massa volumétrica equivalente do sistema óleo/água/rocha (kg.m-3) – massa volumétrica da água (kg.m-3) – massa volumétrica do óleo (kg.m-3) - condutividade elétrica do meio (ohm.m-1) ω- pulsação (rad.s-1) 82 Características do Reservatório: Características semelhantes às das bacias sedimentares do Nordeste Brasileiro Homogêneo, com área de 40.000 m² (200m x 200m) 20m de espessura na zona de óleo, 10m de espessura na zona de água, sem capa de gás, como mostra a figura 2.14 SIMULAÇÃO MATEMÁTICA 83 83 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Características Iniciais Valor Profundidade de referência (m) 200 Pressão a 200m (psi) 287 Porosidade (%) 25 Permeabilidade horizontal (mD) 1.000 Permeabilidade vertical (mD) 100 Saturação de água conata (%) 30 Óleo in place (m³ STD) 107.060 Condutividade térmica das camadas sobrejacentes e subjacentes (J/m-s-oC) 7,24 x 105 Temperatura inicial (oC) 38 Salinidade da água de formação (ppm) 400 Tabela 2.6 -Características iniciais do reservatório. Figura 2.14 - Malha fornecida para aplicação do aquecimento eletromagnético. Condições Operacionais Valor Vazão máxima de produção de líquidos nos poços (m³/dia) 500,00 Pressão mínima nos poços produtores (psi) 28,33 Distância entre poços (m) 136,83 Comprimento dos eletrodos (m) 10 Região completada (direção − ǩ ) 1:10 Máxima demanda admissível de potência elétrica (kW) 5.000 Tabela 2.7 - Características iniciais do reservatório. 83 SIMULAÇÃO MATEMÁTICA 84 84 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 2.18 – (a) Produção acumulada de óleo na recuperação primária e com o sistema excitado por um eletrodo central; (b) Vazão instantânea de óleo na recuperação primária e com o sistema excitado por um eletrodo central; (c) Energia total consumida pelo sistema de aquecimento resistivo, excitado por um eletrodo central; (d) Vazão instantânea de óleo na recuperação primária e com o sistema excitado por um eletrodo central. Características do Sistema de Aquecimento Resistivo: Malha five-spot, com um eletrodo em cada poço produtor Apenas o eletrodo central foi excitado com uma tensão de 110 VAC, que é o padrão comercializado, enquanto os eletrodos periféricos foram aterrados. Potência máxima fornecida foi limitada em 5.000 kW, que embora seja um nível muito elevado, permite que sejam observados limites operacionais. (a) (b) (c) (d) 84 SIMULAÇÃO MATEMÁTICA 85 85 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 2.22 - Evolução da temperatura do reservatório em decorrência do aquecimento resistivo: (a) Instante inicial; (b) Em 5 anos; (c) Em 10 anos; (d) Em 15 anos; e (e) Em 20 anos. Os casos foram simulados com o simulador comercial STARS do Computer Modeling Group. 85 SIMULAÇÃO MATEMÁTICA 86 86 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Figura 2.23 - Evolução da viscosidade do óleo no reservatório em decorrência do aquecimento resistivo: (a) Instante inicial; (b) Em 5 anos; (c) Em 10 anos; (d) Em 15 anos; e (e) Em 20 anos. Os casos foram simulados com o simulador comercial STARS do Computer Modeling Group. 86 CONCLUSÕES DA SIMULAÇÃO MATEMÁTICA 87 87 Daniel Alvarenga, Itassu Porto, Larissa Caé EOR – TÉRMICOS Considerando como base uma saturação de água conata de 30% no reservatório e a salinidade da água em 400ppm, foi avaliada a recuperação primária do modelo base, constatando-se que foram recuperados 28.476 m³ STD de óleo, servindo este valor de referência para as etapas seguintes. Quando aplicado o aquecimento resistivo na configuração monofásica, com 110 volts, ao reservatório com 30% de saturação de água conata e salinidade de 400ppm, verificou-se um aumento de 121,88% na produção de óleo. Esse aumento na produção de óleo aconteceu porque o calor introduzido no sistema, pela passagem de corrente elétrica, provocou uma redução na viscosidade do óleo, bem como a expansão dos fluidos e rochas. Os íons existentes na água são facilitadores nesse processo, que acaba penalizado à medida que a água do reservatório vai sendo produzida. 87 88 88 MÉTODOS QUÍMICOS SUMÁRIO CARACTERÍSTICAS/PRINCÍPIOS 93 HISTÓRICO 105 APLICAÇÕES 109 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA 116 INTRODUÇÃO 89 89 89 EOR – QUÍMICOS Figura 2.1: Classificação de recuperação de óleo. Fonte: Enhanced Oil Recovery, Lake, 1989. Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 89 INTRODUÇÃO 90 90 90 EOR – QUÍMICOS Figura 2.2: Classificação de processos de EOR. Fonte: Speight, J (2016), Introduction to Enhanced Recovery Methods for Heavy Oil and Tar Sands, 2nd Edition, Gulf Professional Publishing Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 90 INTRODUÇÃO De forma geral, os métodos químicos para recuperação avançada de petróleo injetam compostos estranhos aos presentes no reservatório, objetivando os seguintes efeitos: Solução Alcalina: reage com óleo in-situ, gerando sabão (surfactante) e aumentando o pH do meio; Surfactante: diminui a tensão interfacial entre a água e o óleo, modifica a molhabilidade da rocha, gera espumas ou emulsões; Polímero: aumenta a viscosidade da água e bloqueia/desvia o fluxo. Métodos combinados: agem pela combinação dos efeitos identificados acima. 91 91 91 EOR – QUÍMICOS Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 91 INTRODUÇÃO 92 92 92 EOR – QUÍMICOS Tabela 2.1: Processos Químicos de EOR. Fonte: Enhanced Oil Recovery, Lake, 1989. Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 92 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE POLÍMEROS O objetivo da injeção de polímeros como um agente de controle de mobilidade é gerar um deslocamento e varrido volumétrico mais eficientes durante a injeção de água; A adição de polímero à água de injeção aumenta a viscosidade da solução e reduz a permeabilidade relativa da água e por consequência, aumenta a razão de mobilidade óleo-água e a eficiência de varrido; Os projetos de injeção de polímeros são muito mais numerosos do que os demais métodos químicos, a um baixo risco e maior variedade de condições de reservatórios, mas a um custo de pequeno incremento de óleo; Segundo De Bons et al. (1995), o range de recuperação com polímero é de 6 à 52% do OOIP. 93 93 93 EOR – QUÍMICOS Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 93 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE POLÍMEROS Dentre os polímeros (substância de alto peso molecular que é constituída por grupamentos menores que se repetem ao longo da molécula) mais utilizados, se encontram a Poliacrilamida Parcialmente Hidrolizada (HPAM) e a Goma Xantana; A HPAM é um polímero sintético e de menor custo, resistente a ação de bactérias, mais resistentes à temperatura (≈ 95°C). Porém não age bem em presença de sais, perdendo seu poder viscosificante e, dependendo da taxa de cisalhamento à que ela for exposta, perde seu comportamento pseudoplástico (passa a ter um comportamento viscoelástico); A Goma Xantana é um biopolímero que não apresenta sensibilidade à presença de sais, tolerante à elevadas taxas de cisalhamento. Entretanto, possui baixa resistência à temperatura (≈80°C) e maior susceptibilidade à biodegradação e o tamponamento de canais mais estreitos. 94 94 94 EOR – QUÍMICOS Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 94 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE POLÍMEROS 95 95 95 EOR – QUÍMICOS Figura 2.3: Estrutura da HPAM. Fonte: <www.uwyo.edu/eori> Figura 2.4: Estrutura da Goma Xantana. Fonte: <pt.wikipedia.org> Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 95 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE SURFACTANTES O uso de surfactantes tem como objetivo reduzir a tensão interfacial para valores extremamente baixos (não é difícil de ser atingido); As limitações da maioria dos surfactantes estão relacionadas à elevada viscosidade das emulsões ou microemulsões e elevada retenção; Alguns surfactantes de nova geração suportam alta salinidade e dureza da água, não apresentando limitações em reservatórios de alta salinidade; Sulfonatos são estáveis à temperaturas elevadas, logo há surfactantes bons para um grande range de temperatura do reservatório. 96 96 96 EOR – QUÍMICOS Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 96 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE SURFACTANTES Os surfactantes aniônicos são preferidos devido aos seguintes aspectos: Adsorvem pouco em reservatórios siliciclásticos e carbonáticos, em pH neutros e altos; Podem ser projetados para um grande range de condições; Estão amplamente disponíveis à custos baixos; Usa-se sulfatos para aplicações em baixa temperatura e sulfonatos para aplicações em alta temperatura; Os surfactantes catiônicos podem ser usados como co-surfactantes. Surfactantes não-iônicos não possuem um bom histórico de aplicações para EOR. 97 97 97 EOR – QUÍMICOS Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 97 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE SURFACTANTES 98 98 98 EOR – QUÍMICOS Figura 2.5: Surfactante projetado. Fonte: https://www.uwyo.edu Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 98 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE SURFACTANTES Fatores que influenciam na tensão interfacial: Tipo de surfactante(s) e sua concentração; Tipo de co-surfactante(s) ou co-solventes, e sua concentração; Tipo de eletrólito(s) presentes e sua concentração; Características do óleo; Temperatura do reservatório; Presença de outro produto químico (como polímero) e sua concentração. 99 99 99 EOR – QUÍMICOS Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 99 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE SURFACTANTES 100 100 100 EOR – QUÍMICOS Figura 2.6: Processo de injeção de solução micelar usado para recuperação terciária. Reproduzida de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, June 1976, Copyright Ó 1976, com permissão de SPE-AIME. Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 100 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE SOLUÇÕES ALCALINAS O uso de substâncias alcalinas na água de injeção objetiva a reação com os ácidos orgânicos presentes no óleo. Essa será uma reação de saponificação, com a formação de surfactante in-situ; A presença do surfactante irá então agir como na recuperação com injeção de surfactante, diminuindo a tensão interfacial entre a água e o óleo, reduzindo as forças capilares e aumentando o total de óleo produzido. Outro método relacionado é a inversão de molhabilidade do reservatório para um comportamento mais molhável a água (Johnson Jr., 1976). Sua eficiência é diretamente relacionada com o número ácido do óleo. 101 101 101 EOR – QUÍMICOS Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 101 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE SOLUÇÕES ALCALINAS 102 102 102 EOR – QUÍMICOS Figura 2.7: Reação de saponificação de óleo com base forte. Fonte: http://flexquest.ufrpe.br/projeto/3378/caso/3384. Óleos pesados normalmente possuem altos teores de ácidos orgânicos em sua composição, sendo favoráveis a reações com compostos básicos para geração de surfactante. Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 102 CARACTERÍSTICAS – INJEÇÃO DE SOLUÇÕES ALCALINAS 103 103 103 EOR – QUÍMICOS Figura 2.8 : Mecanismo de funcionamento da solução alcalina: a) geração de surfactante no reservatório e b) alteração da molhabilidade, produzindo o óleo (em verde). Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 103 CARACTERÍSTICAS – MÉTODOS COMBINADOS 104 104 104 EOR – QUÍMICOS Utiliza-se a combinação de dois ou mais métodos citados anteriormente. Possuem modelagem complexa e custo elevado, mas são muito eficientes. São eles: Injeção SP (surfactante-polímero):associa um banco de polímero para deslocar o banco de surfactante e aumentar a eficiência de varrido. Injeção ASP (alcali-surfactante-polímero): um banco de solução alcalina é adicionado com o objetivo de reduzir a adsorção dos outros componentes químicos e reage com os ácidos orgânicos do reservatório. Forma-se surfactante in-situ e o pH do meio é reduzindo, o que confere maior estabilidade à emulsão água-óleo. A injeção ASP é economicamente atrativa para reservatórios em que a gravidade e embebição possuem papel importante na recuperação de óleo. Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 104 1927-1932 Soluções tensoativas 1964 Estudos sobre mobilidade 1965 Comercialização da goma xantana 1969-1977 Métodos químicos no Brasil 1970-1977 Crescimento dos métodos químicos 105 105 EOR – QUÍMICOS Atkinson pantenteou o uso das soluções tensoativas (1927). Injeção das soluções em arenitos (1932). Pye e Sandiford (1964) estabelecem que a mobilidade da água pode ser reduzida pela adição de polímeros. A goma xantana, biopolímero descoberto em 1950 nos EUA, começa a ser produzida comercialmente e seu uso é difundido na EOR. Melo et al. (2002) descrevem a experiência da Petrobras na injeção de polímeros nos campos de Carmópolis, Buracica e Campo do Amaro. Após o sucesso em Carmópolis: Bacia SE-AL, Bacia do Recôncavo e Bacia Potiguar Os projetos ativos com métodos químicos cresceram nos EUA significativamente. HISTÓRICO Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 1973-1978 Crescimento do número de patentes 1975-1992 Casos de uso - polímeros 1980-1983 Soluções alcalinas 1980-2005 Declínio dos métodos 1985-2001 Métodos combinados 106 106 EOR – QUÍMICOS Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell As duas grandes crises do petróleo justificam o aumento do número de patentes de EOR (Fig. X). A alta eficiência e o leque de compostos dos métodos químicos contribuem para que este detenha 56% das patentes registradas (OMPI,1999). De Bons et al. (1995) estudam doze projetos internacionais de injeção de polímeros conduzidos nesse período, e demonstram o sucesso do método. O grande número de projetos iniciou em 1980, devido ao programa do DOE Tertiary Oil Incentive e aos altos preços do barril. Os métodos térmicos e químicos sofreram declínio nos EUA. Projetos de injeção SP e ASP contribuem para o crescimento dos métodos químicos em relação aos térmicos e miscíveis, principalmente no Canadá e EUA. Chen et al. (2013) desenvolvem um novo sistema alcalino surfactante para óleos pesados. HISTÓRICO 1986 Pico de projetos de EOR 1990-atual Baixa produção por métodos químicos 2005 Injeção de HPAM na Bahia 2008 Projetos de injeção de polímeros Atualmente Injeção de polímeros 107 107 EOR – QUÍMICOS Conforme reportado por Alvarado e Manrique (2010) e Needham (1987), os projetos ativos atingiram um pico em 1986 com a recuperação de polímero. A maioria dos projetos em reservatórios areníticos. (Fig. 2.9). Desde 1990 a produção de petróleo a partir de métodos químicos tem sido insignificante, exceto para a China. De acordo com Chang et al., houve um aumento na recuperação acima de 10% com a injeção de polímeros. Teixeira (2005) mostra as aplicações de injeção alternada, destacando a injeção de HPAM na Bahia. . Conforme apresentado por Moritis (2008), há projetos atuais de injeção de polímeros em larga escala na Argentina, Canadá, China, Índia e EUA. De acordo com Rangel et al. (2012) e Soares (2007), a goma xantana e a HPAM tem sido os polímeros mais utilizados, sendo que a HPAM apresenta maiores vantagens . HISTÓRICO Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell HISTÓRICO 108 108 EOR – QUÍMICOS Figura 2.9 : Tendência de projetos de EOR nos EUA. Fonte: Oil & Gas Journal EOR Surveys, 1976-2008. Figura 2.10 : Distribuição percentual de patentes depositadas em função dos métodos de recuperação avançada. Fonte: Cadernos de Prospecção, v.2, n.1, p.12-22, 2009 Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 108 109 109 EOR – QUÍMICOS APLICAÇÕES – INJEÇÃO DE POLÍMEROS °API do Óleo > 15 API Viscosidade do Óleo < 150 cp Permeabilidade > 50 mD Salinidade da Água < 50000 ppm Temperatura < 95° C Óleo Móvel > 10% Tabela 2.2: Classificação de recuperação de óleo com injeção de polímero. Fonte: Enhanced Oil Recovery, Lake, 1989. Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell APLICAÇÕES – INJEÇÃO DE POLÍMEROS Vantagens: Mudam a viscosidade da água injetada à concentrações relativamente baixas (250 – 1500 ppm); HPAM também alteram a permeabilidade da rocha reservatório, o que também diminui a mobilidade da água injetada, diminuindo a concentração de polímero; Os polímeros não são tóxicos nem corrosivos; O uso de polímero reduz a razão água-óleo de produção, produzindo mais óleo com menor manuseio de óleo, reduzindo custos operacionais; 110 110 EOR – QUÍMICOS Desvantagens: Polímeros podem sofrer degradação química, bacteriana ou por cisalhamento; A presença de sal reduz a viscosidade da solução quando a HPAM é usada. Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 111 111 EOR – QUÍMICOS APLICAÇÕES – INJEÇÃO DE SURFACTANTES °API do Óleo > 20 API Viscosidade do Óleo < 200 cp Permeabilidade > 10 mD Temperatura < 150° C Saturação de Óleo Inicial > 25% Tabela 2.3: Critérios de seleção para um projeto de injeção de surfactantes (Adaptado de Pope, 2007) (Taber et al,1997). Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell APLICAÇÕES – INJEÇÃO DE SURFACTANTES Desvantagens: Grandes quantidades necessárias de produto químico, de alto custo; Não altera a viscosidade da água de injeção, o que implica numa baixa eficiência de varrido; 112 112 EOR – QUÍMICOS Vantagens: Reduz a tensão interfacial entre as fases, gerando uma emulsão que carrega o óleo; Se usado na recuperação secundária, reduz um conjunto de custos operacionais. Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell APLICAÇÕES – INJEÇÃO DE SOLUÇÕES ALCALINAS Óleos com elevados teores de ácido e viscosidade < 150cp; Indicada para reservatórios siliciclásticos de baixo teor de argila; Comumente aplicado em conjunto com outros métodos. 113 113 EOR – QUÍMICOS Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 114 114 EOR – QUÍMICOS APLICAÇÕES – INJEÇÃO AP, ASP E ALCALINA °API do Óleo > 20 API Viscosidade do Óleo < 35 cp Permeabilidade > 10 mD Salinidade da Água < 50000 ppm Temperatura < 95° C Saturação de Óleo Inicial > 50 % PV Tabela 2.4: Classificação de recuperação de óleo para injeção AP, ASP e Alcalina. Fonte: Enhanced Oil Recovery, Lake, 1989. Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell APLICAÇÕES –INJEÇÃO ASP Vantagens: Injeção do banco de solução alcalina reduz a adsorção do surfactante no meio poroso, podendo reduzir a concentração utilizada em até 10 vezes; São os métodos químicos mais eficientes. 115 115 EOR – QUÍMICOS Desvantagens: Custo geralmente alto – requer estudo geológico e de engenharia detalhado; Possuem uma modelagem complexa. Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 116 116 116 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Premissas: Sistema 1-D; Sistema isotérmico; Meio poroso homogêneo e isotrópico; Sistema incompressível; Sem efeitos gravitacionais; Sem efeitos capilares; Sem reações químicas; Sem dispersão; Propriedades dos fluidos constantes; Coeficiente de distribuição do produto químico entre água e óleo é constante; O produto químico não altera a massa específica das fases. Fase água: água + produto químico; Fase óleo: óleo; Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 116 117 117 117 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Fórmula geral Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 117 118 118 118 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Adimensionalizada Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 118 119 119 119 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 119 120 120 120 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 120 121 121 121 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Problema 7.9: Green & Willhite, pág. 280 Dados Comprimento 1320 ft Largura 660 ft Espessura 20 ft Vazão 2000 bbl/d Porosidade 0,20 Swi 0,35 Sor 0,65 Sorw 0,30 Sorc 0,10 Dados α1 0,8 α2 0,2 m 1,5 n 2,5 µo 10 cp µw 1 cp µc 1 cp Cio 1,5% wt ρgr 2,65 g/cm³ Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 121 122 122 122 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Sabendo que: Pede-se: Construir as 2 curvas de fluxo fracionário; Construir o perfil de saturação para o tempo tD= 0,2; Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 122 123 123 123 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Solução 1) Curvas de fluxo fracionário Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 123 124 124 124 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Solução Curvas de fluxo fracionário Choque de concentração Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 124 125 125 125 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Solução Curvas de fluxo fracionário Choque de concentração Tangente no ponto fw1,Sw1 Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 125 126 126 126 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Solução Curvas de fluxo fracionário Choque de concentração Tangente no ponto fw1,Sw1 Frente de avanço Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 126 127 127 127 EOR – QUÍMICOS FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Solução Curvas de fluxo fracionário Choque de concentração Tangente no ponto fw1,Sw1 Frente de avanço Perfil de saturação Andréia Martuscelli, Gleison Monteiro, Luísa Campbell 127 128 128 MÉTODOS MISCÍVEIS I SUMÁRIO INTRODUÇÃO 129 MECANISMO 133 APLICAÇÕES 137 HISTÓRICO 143 INJEÇÃO DE 151 INJEÇÃO DE GLP 157 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA 161 INTRODUÇÃO O deslocamento miscível pode ser definido como um processo de recuperação de óleo caracterizado pela ausência de interface entre os fluidos deslocante e deslocado. A importância desse processo está relacionada com a sua habilidade em reduzir as forças capilares e interfaciais que do contrário, causariam a retenção do óleo no reservatório. A propriedade dos fluidos responsável por essa habilidade é a chamada miscibilidade. 129 129 129 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I 129 INTRODUÇÃO A miscibilidade entre dois líquidos depende da sua semelhança química e das condições de pressão e temperatura. Por essa razão, torna-se necessário o estudo do comportamento de fases do sistema em estudo. O petróleo é uma complexa mistura, constituindo portanto, um sistema multicomponente. 130 130 130 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I 130 INTRODUÇÃO Os métodos miscíveis mais utilizados e que serão discutidos são os seguintes: Injeção CO2; Injeção de Gás pobre e N2; Injeção de Hidrocarbonetos Leves: Injeção de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP); Injeção de Gás Enriquecido; Injeção de Gás Pobre a Alta Pressão; 131 131 131 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I 131 132 132 132 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Figura 3.1 – Esquema Simplificado do método de injeção continua de de gases miscíveis (FLORES 2004) 132 133 133 133 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I O gás injetado ao entrar em contato com o líquido transfere hidrocarbonetos de peso molecular intermediário para a fase líquida, ou seja, o gás condensa ao entrar em contato com o óleo. MECANISMO Figura 3.2 – Esquema de injeção para formação de zona miscível (Rosa, 2005) MECANISMO O gás resultante desse processo é mais móvel ultrapassando a fase deslocada. Em um novo contato do liquido (óleo) com o fluido deslocante (gás) ocorre o mesmo processo até formar a zona miscível. Após múltiplos contatos a miscibilidade é atingida formando a frente miscível entre o banco de gás e o banco de óleo. 134 134 134 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I 134 MECANISMO À medida que o banco de óleo vai se afastando do poço injetor ocorre quebras da frente miscível, no entanto com a injeção posterior de gás é formada novamente a frente miscível. Desde que a zona miscível formada se mova com a mesma velocidade da injeção de gás, todo o óleo será deslocado. 135 135 135 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I 135 136 136 136 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Figura 3.3 – Diagrama pseudoternário para desenvolvimento de miscibilidade (Schlumberger, 2012) 136 APLICAÇÕES - GERAL 137 137 137 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Condições ideais de Reservatório Injeção de CO2 e Hidrocarbonetos leves Densidade do óleo, ºAPI >25 (Óleos leves) Viscosidade do óleo, cP <10 Profundidade, ft (m) >2500 (762) Temperatura,ºF (ºC) <250 (121) Saturação de Óleo >0,20 Pressão estática, psia >1200 137 138 138 138 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Figura 3.4 – Mapa Mundial com aplicações de injeção de 139 139 139 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I CAMPO DE WEYBURN Situado em Saskatchewan, CAN; 1,4 bbl OOIP; 1964 – Recuperação Secundária com água; 2000 – Início Recuperação Avançada com CO2; Figura 3.5 – Mapa Campo de Weyburn 140 140 140 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Inicialmente foram injetados 5000 t/d 2003: 3,8 milhões toneladas Objetivo: 20 milhões toneladas Taxas de Recuperação 2000 : 16% Esperada :24% Redução de 30% viscosidade Figura 3.6 – Malha de injeção 9-Spot 141 141 141 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I CAMPO K12-B Localizado no Mar do Norte; Desde 1987 produz CH4 com alto teor CO2; Injeção de CO2 produzido no próprio reservatório; 26 mil metros cúbico/dia CO2; Figura 3.7 – Mapa região Mar do Norte 142 142 142 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Inicio das injeções em 2005; Melhora na produção de gás gradual; Figura 3.8 – Esquema de Injeção 1916 Primeiro estudo 1950 GLP 1964 1972 143 143 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves Pela primeira vez, em 1916, a injeção de CO2 surge como método de recuperação, apenas como curiosidade de laboratório. Indústria começa a olha para o GLP como método de EOR, mas seus custos elevados acabam travando maiores avanços. HISTÓRICO EOR – MISCÍVEIS I Campo de Ritchie Primeiro projeto de EOR com injeção de CO2 miscível em pequena escala, no campo de Richie, EUA. 1971 Canadá Primeiras casos de aplicações de hidrocarbonetos miscíveis no Canadá, nos campos Rainbow F e Rainbow II. Aplicação em larga escala Primeiros projetos de injeção de CO2 miscível em larga escala, em SACROC, nos EUA. 1985 1990s 2001 2010s 144 144 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves HISTÓRICO EOR – MISCÍVEIS I Campo de Araçás Primeiro projeto de EOR com injeção de CO2 miscível no Brasil, no campo de Araçás, na bacia do Recôncavo, Bahia. 2002 Campo de Candeias Primeiro, e único, projeto de injeção de nitrogênio (N2) no Brasil, no Campo de Candeias, na Bahia. Campo de Lula Injeção de CO2 miscível com ampla utilização no Campo de Lula, na bacia de Santos, Brasil, sendo este o primeiro campo do pré-sal a utilizar esse método de recuperação. Primeira e única aplicação de N2 no Canadá ocorreu em 2001 no campos de Turner Valley. Turner Valley Cescimento nos EUA A participação da produção de EOR de injeção de gás miscível nos EUA quase dobrou de 23% em 1990 para 42% em 2000. 145 145 145 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I HISTÓRICO Gráfico 3.1 – Número de projetos de injeção de CO2 ao longo dos anos (Oil & Gas Journal, 2010) 146 146 146 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I HISTÓRICO Tabela 3.1 – Produção total na década de 90 nos EUA (Oil & Gas Journal, 2010) 147 147 147 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Tabela 3.2 – Atividades de EOR no Brasil (Oil & Gas Journal, 2010) 148 148 148 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Tabela 3.2 (Continuação) – Atividades de EOR no Brasil (Oil & Gas Journal, 2010) HISTÓRICO – MUNDO ATUAL 149 149 149 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves Gráfico 3.2 - Projetos ativos e bem sucedidos de EOR no mundo (Oil & Gas Journal, 2016) EOR – MISCÍVEIS I 149 Vendas MISCÍVEIS TÉRMICOS QUÍMICOS MICROBIOLÓGICOS 171 162 27 5 HISTÓRICO – MISCÍVEIS ATUALMENTE 150 150 150 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves Gráfico 3.3 - Projetos ativos e bem sucedidos de métodos miscíveis (Oil & Gas Journal, 2016) 133 1 EOR – MISCÍVEIS I 150 Porcentagem de projetos de EOR bem sucedidos e em funcionamento no mundo (2016) Colunas1 CO2 HC MISCÍVEIS GASES ÁCIDOS 133 37 1 INJEÇÃO DE CO2 O dióxido de carbono é uma substância simples, concebida como sendo um gás, embora possa facilmente ser convertida em líquido ou sólido. O dissolve-se facilmente no óleo causando vaporização e inchamento, e consequente deslocamento do mesmo no interior do reservatório. O primeiro contato do com o óleo em geral não é miscível, entretanto, sob condições de temperatura, pressão e composição de óleo favoráveis forma-se uma frente miscível no reservatório. 151 151 151 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I No processo de injeção miscível de a zona miscível entre o e o óleo é formada pela transferência de componentes do óleo para o . Isso é obtido através de múltiplos contatos da frente de com o óleo do reservatório. A injeção de não recupera todo o óleo da área, enquanto a frente miscível está sendo formada ou regenerada. O resultado é que permanece um resíduo de asfalteno que preenche cerca de 5% do volume poroso. 152 152 152 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I INJEÇÃO DE CO2 INJEÇÃO DE CO2 153 153 153 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Esquemas de injeção usando o sugeridos: Injeção contínua de do início ao fim do projeto. Banco de deslocado por água. Banco de deslocado por gás de hidrocarbonetos. Banco de deslocado por injeção alternada de água e CO2. Banco de deslocado por injeção alternada de água e gás de hidrocarbonetos. 154 154 154 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Funcionamento de injeção de CO2 seguido por banco de água: O tamanho do banco inicial de é de cerca de 5% do volume poroso. A este banco segue-se uma injeção alternada de água e até que se tenha um volume injetado acumulado de entre 15 e 20% do volume poroso. A partir daí passa-se a injetar apenas água. A água, ao avançar no meio poroso, aprisiona o na forma de saturação residual que ocupa os poros anteriormente preenchidos com óleo residual. INJEÇÃO DE CO2 VANTAGENS – CO2 Promove deslocamento miscível eficiente a baixa pressão para a maioria dos reservatórios. A eficiência de deslocamento é alta, sendo a saturação de óleo reduzida para cerca de 5% do volume poroso na região contatada. A densidade do pode chegar a ser próxima da do óleo, o que minimiza os efeitos de segregação gravitacional. O é de duas a quatro vezes mais viscoso que o metano no intervalo usual de pressões, o que melhora a eficiência de varrido. Se a frente miscível se desintegrar, ela se regenerará por si própria, como acontece com o processo de injeção de gás seco. 155 155 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I DESVANTAGENS – CO2 De um modo geral, o não está disponível facilmente. Embora a eficiência de varrido seja melhor do que com os métodos miscíveis com hidrocarbonetos, ela ainda pode ser adversa em condições típicas de reservatórios. Faz-se necessária uma injeção alternada de e água para se obter uma razão de mobilidades razoável. O reage com a água formando ácido carbônico, que é altamente corrosivo. Isso implica na necessidade do uso de ligas metálicas especiais e proteção para as instalações. Quando se utiliza a injeção alternada de água e são necessários dois sistemas de injeção, um para cada fluido. 156 156 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I INJEÇÃO DE GLP 157 157 157 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I Os gases liquefeitos de petróleo (GLP), compostos por etano, propano ou butano, ou ainda uma combinação destes componentes, apresentam em geral, miscibilidade ao primeiro contato com o óleo. O processo de deslocamento consiste na injeção de um banco de GLP dimensionado, que se destina a deslocar o banco de óleo formado à sua frente em direção aos poços de produção. INJEÇÃO DE GLP 158 158 158 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I O banco de GLP, por sua vez, é deslocado por um gás seco. Em vista da grande mobilidade deste último, costuma-se injetar alternadamente bancos de gás e de água , de modo a melhorar a eficiência de varrido. VANTAGENS - GLP Desloca essencialmente todo o óleo residual da rocha-reservatório com o qual entra em contato. A pressão requerida encontra-se em um intervalo inferior àquele necessário para outros métodos miscíveis. Pode, portanto, ser usado em reservatórios mais rasos. A injeção de GLP é aplicável a muitos reservatórios que, devido a composição do óleo, não podem ser miscivelmente varridos pelo processo de injeção de gás pobre ou gás enriquecido a uma pressão razoável. 159 159 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I DESVANTAGENS - GLP As eficiências de varrido são normalmente baixas. O banco de GLP é disperso à proporção que se move através do reservatório, e se esta dissipação é suficientemente severa, a miscibilidade com o óleo pode ser perdida. O GLP e o gás, sendo mais leves que o óleo, tendem a segregar gravitacionalmente e ultrapassar o óleo . O GLP normalmente está em grande demanda e seu preço é alto. 160 160 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I 161 161 161 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I FORMULAÇÃO MATEMÁTICA Premissas: Sistema unidimensional (1-D); Sistema isotérmico; Sistema incompressível; Sistema com 3 componentes e 2 fases; Não há reação química nem adsorção; Reservatório inicialmente em equilíbrio; Reservatório homogêneo, isotrópico, finito e de espessura constante; A massa especifica do componente puro independe da fase; Lei de Amagat é válida; Lei de Darcy é válida; Sem efeitos gravitacionais; Sem efeitos capilares; Sem dispersão; Injeção de gás com vazão (q) constante; 161 Fórmula geral =0 Sendo j=1,..,Np (Número de fases) 162 162 162 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves FORMULAÇÃO MATEMÁTICA EOR – MISCÍVEIS I 162 Definindo as variáveis concentração total do componente i e fluxo total do componente i, obtemos: Sendo válida a lei de amagat i=2,...,nc (Número de componentes) Onde ; 163 163 163 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves FORMULAÇÃO MATEMÁTICA EOR – MISCÍVEIS I 163 Logo para um sistema com três pseudocomponentes o sistema será : Considerando a lei de Amagat onde “o volume que um gás ocupa em uma mistura gasosa é exatamente igual ao volume que esse gás ocuparia se estivesse sozinho dentro de um recipiente ”. Assim, encontrando a solução para dois componentes consequentemente encontra-se para o terceiro. 164 164 164 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves FORMULAÇÃO MATEMÁTICA EOR – MISCÍVEIS I 164 Utilizando as variáveis termodinâmicas sendo n =i+1 Assim pelo diagrama: 165 165 165 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves EOR – MISCÍVEIS I 165 Substituindo na equação do sistema anterior, para resolver no plano , considerando e , obtemos o sistema adimensionalizado: 166 166 166 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves FORMULAÇÃO MATEMÁTICA EOR – MISCÍVEIS I 166 Resolvendo o sistema por meio da expansão da equação e reescrevendo obtemos: ) 167 167 167 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves FORMULAÇÃO MATEMÁTICA EOR – MISCÍVEIS I 167 Colocando o sistema na forma matricial: 168 168 168 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves FORMULAÇÃO MATEMÁTICA EOR – MISCÍVEIS I A 168 Por meio da resolução do determinante são obtidos os autovalores DET(A-I==0 Autovalores: 169 169 169 Lucas Isaac, Márcio Bugine, Mateus Gonçalves FORMULAÇÃO MATEMÁTICA EOR – MISCÍVEIS I 169 170 170 MÉTODOS MISCÍVEIS II SUMÁRIO INTRODUÇÃO 171 MECANISMO 175 APLICAÇÕES 179 HISTÓRICO 180 INJEÇÃO DE GÁS ENRIQUECIDO 184 INJEÇÃO DE GÁS SECO 189 INJEÇÃO DE N2 195 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA 203 INTRODUÇÃO 171 171 171 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro O deslocamento miscível pode ser definido como um processo de recuperação de óleo caracterizado pela ausência de interface entre os fluidos deslocante e deslocado. A importância desse processo está relacionada com a sua habilidade em reduzir as forças capilares e interfaciais que do contrário, causariam a retenção do óleo no reservatório. A propriedade dos fluidos responsável por essa habilidade é a chamada miscibilidade. 171 INTRODUÇÃO 172 172 172 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro A miscibilidade entre dois líquidos depende da sua semelhança química e das condições de pressão e temperatura. Por essa razão, torna-se necessário o estudo do comportamento de fases do sistema em estudo. O petróleo é uma complexa mistura, constituindo portanto, um sistema multicomponente. 172 INTRODUÇÃO 173 173 173 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro Os métodos miscíveis mais utilizados e que serão discutidos são os seguintes: Injeção CO2; Injeção de Gás pobre e N2; Injeção de Hidrocarbonetos Leves: Injeção de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP); Injeção de Gás Enriquecido; Injeção de Gás Pobre a Alta Pressão; 173 174 174 174 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro Figura 4.1 – Esquema Simplificado do método de injeção continua de de gases miscíveis (FLORES 2004) 174 MECANISMO 175 175 175 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro O gás injetado ao entrar em contato com o líquido transfere hidrocarbonetos de peso molecular intermediário para a fase líquida, ou seja, o gás condensa ao entrar em contato com o óleo. Figura 4.2 – Esquema de injeção para formação de zona miscível (Rosa, 2005) 175 MECANISMO 176 176 176 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro O gás resultante desse processo é mais móvel ultrapassando a fase deslocada. Em um novo contato do liquido (óleo) com o fluido deslocante (gás) ocorre o mesmo processo até formar a zona miscível. Após múltiplos contatos a miscibilidade é atingida formando a frente miscível entre o banco de gás e o banco de óleo. 176 MECANISMO 177 177 177 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro A medida que o banco de óleo vai se afastando do poço injetor ocorre quebras da frente miscível, no entanto com a injeção posterior de gás é formada novamente a frente miscível. Desde que a zona miscível formada se mova com a mesma velocidade da injeção de gás, todo o óleo será deslocado. 177 178 178 178 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro Figura 4.3 – Diagrama pseudoternário para desenvolvimento de miscibilidade (Schlumberger, 2012) 178 APLICAÇÕES - GERAL 179 179 179 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro Condições ideais de Reservatório Injeção de CO2 e Hidrocarbonetos leves Densidade do óleo, ºAPI >25 (Óleos leves) Viscosidade do óleo, cP <10 Profundidade, ft (m) >2500 (762) Temperatura,ºF (ºC) <250 (121) Saturação de Óleo >0,20 Pressão estática, psia >1200 179 1916 Primeiro estudo 1950 GLP 1964 1972 180 180 Pela primeira vez, em 1916, a injeção de CO2 surge como método de recuperação, apenas como curiosidade de laboratório. Indústria começa a olha para injeção de HC miscíveis como método de EOR, mas seus custos elevados acabam travando maiores avanços. HISTÓRICO Campo de Ritchie Primeiro projeto de EOR com injeção de CO2 miscível em pequena escala, no campo de Richie, EUA. 1971 Canadá Primeiras casos de aplicações de hidrocarbonetos miscíveis no Canadá, nos campos Rainbow F e Rainbow II. Aplicação em larga escala Primeiros projetos de injeção de CO2 miscível em larga escala, em SACROC, nos EUA. Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro 1985 1990s 2001 2010s 181 181 HISTÓRICO Campo de Araçás Primeiro projeto de EOR com injeção de CO2 miscível no Brasil, no campo de Araçás, na bacia do Recôncavo, Bahia. 2002 Campo de Candeias Primeiro, e único, projeto de injeção de nitrogênio (N2) no Brasil, no Campo de Candeias, na Bahia. Campo de Lula Injeção de CO2 miscível com ampla utilização no Campo de Lula, na bacia de Santos, Brasil, sendo este o primeiro campo do pré-sal a utilizar esse método de recuperação. Primeira e única aplicação de N2 no Canadá ocorreu em 2001 no campos de Turner Valley. Turner Valley Cescimento nos EUA A participação da produção de EOR de injeção de gás miscível nos EUA quase dobrou de 23% em 1990 para 42% em 2000. Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro 182 182 182 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro HISTÓRICO – MUNDO ATUAL Gráfico 4.1 - Projetos ativos e bem sucedidos de EOR no mundo (Oil & Gas Journal, 2016) 182 Vendas MISCÍVEIS TÉRMICOS QUÍMICOS MICROBIOLÓGICOS 171 162 27 5 HISTÓRICO – MISCÍVEIS ATUAL 183 183 183 Gráfico 3.2 - Projetos ativos e bem sucedidos de métodos miscíveis (Oil & Gas Journal, 2016) 133 1 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro 183 Porcentagem de projetos de EOR bem sucedidos e em funcionamento no mundo (2016) Colunas1 CO2 HC MISCÍVEIS GASES ÁCIDOS 133 37 1 INJEÇÃO DE GÁS ENRIQUECIDO O método de injeção de gás enriquecido conhecido também como mecanismo de gás condensado consiste no processo de injeção de gás composto por componentes de peso molecular intermediário (C₂-C₆), como por exemplo o butano, a pressões consideradas moderadamente altas. Processo semelhante ao do banco de GLP quanto ao objetivo de se obter um deslocamento miscível do óleo do reservatório. No entanto o banco de gás enriquecido não é prontamente miscível com o óleo do reservatório como ocorre com o de GLP. 184 184 184 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro 184 INJEÇÃO DE GÁS ENRIQUECIDO O enriquecimento do gás é uma variável importante para otimizar a recuperação do óleo pelo mecanismo de gás enriquecido. Para garantir o sucesso do processo um dos primeiros requerimentos é controlar a composição do gás injetado. Geralmente usa bancos de gás enriquecido entre 10% a 20% do volume poroso do reservatório 185 185 185 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro 185 186 APLICAÇÕES - GÁS ENRIQUECIDO 1) Formações com boa inclinação estrutural , com a injeção sendo feita de cima para baixo e o óleo sendo deslocando para baixo, seria a melhor aplicação. 2) Reservatórios com óleo contendo pequenas quantidades de hidrocarbonetos de peso molecular intermediário, a pressões moderadamente alta. Fluido presente no reservatório de baixa viscosidade, pois a razão de mobilidade é desfavorável. Reservatórios pouco espessos, devido a segregação gravitacional, sendo um problema em reservatórios horizontais. Elevado grau API (maior que 30) são preferíveis para se obter miscibilidade a pressões razoáveis . 186 186 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro 187 VANTAGENS - GÁS ENRIQUECIDO Desloca essencialmente todo o óleo residual presente no reservatório que o gás entra em contato. Desenvolve miscibilidade com um determinado óleo a uma pressão inferior e atinge miscibilidade com alguns óleos que não se tornariam miscíveis com gás pobre a pressão razoável. Pode ser aplicado em reservatórios mais rasos que o método de gás pobre devido a pressão requerida ser menor. Baixo custo quando comparado com a injeção de GLP. 187 187 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro 188 DESVANTAGENS - GÁS ENRIQUECIDO Razão de mobilidade adversa reduz a eficiência de varrido areal. Formação de fingers. Podem ser severos em reservatórios permeáveis e espessos devido a gravidade. Dificuldade em dimensionar o tamanho do banco adequado. Não há um método prático para corrigir o tamanho do banco após ter iniciado a injeção do gás. Alto custo do gás. 188 188 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro INJEÇÃO DE GÁS SECO 189 189 189 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro O processo de injeção de gás seco a alta pressão, primeiro método de recuperação miscível de hidrocarbonetos, foi desenvolvido no fim da década de 40 pela Atlantic Richfield. A pesquisa original tratava sobre uma revaporização de líquido em reservatórios com condensação retrógrada. Uma mistura de gás, aplicada sob condições adequadas, pode resultar em uma vaporização retrógrada de grandes volumes de óleo provenientes de um reservatório de óleo. 189 INJEÇÃO DE GÁS SECO Três condições são geralmente necessárias para que o processo ocorra: Deve existir alta pressão na interface gás-óleo; O óleo do reservatório deve conter alta concentração de C₂-C₆; O óleo deve ser subsaturado na frente de gás. A composição do gás injetado não é crítica para o processo. Normalmente é utilizado um gás composto por metano como gás pobre. 190 190 190 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro 190 INJEÇÃO DE GÁS SECO 191 191 191 Robert Silva, Sayori Uto Borges, Tertuliano Castro Após o alcance da miscibilidade, em que a interface entre o óleo e o gás desaparece e os fluidos misturam-se um com o outro, um anel de fluido miscível circunda o poço de injeção. Uma injeção posterior de gás desloca a frente miscível através do reservatório, deslocando também o óleo e a água móvel a frente dela. À proporção que o anel miscível se expande ele é continuamente quebrado. Cada vez que isso acontece o processo de múltiplos contatos é
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