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Gerativismo: Estudos da Linguagem

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RESUMO
GERATIVISMO.
Com o lançamento do livro Estruturas Sintáticas, em 1957, o linguista Noam Chomsky deu margem a uma série de debates a respeito da linguagem humana, acarretando em uma corrente de estudos da ciência da linguagem que, ao longo do tempo, seria responsável por uma onda de transformações e reformulações que preocupariam aos pesquisadores a elaboração de um modelo teórico formal, capaz de descrever e explicar o funcionamento da linguagem humana. São então iniciadas as primeiras teorias da linguística gerativista.
O gerativismo surgiu como uma espécie de oposição ao ponto de vista em que eram descritos os fatos da linguagem na perspectiva behaviorista, que até então constituía-se como um dos grandes dominantes na linguística e nas ciências em geral. Segundo os behavioristas, a linguagem humana estaria diretamente relacionada ao condicionamento externo aos indivíduos, onde seria produzida de acordo com estímulos da interação social através da repetição.
Entretanto, os estudos de Chomsky entram em contrapartida, abordando posturas teóricas que alegavam que os seres humanos são criativos, pois mesmo os analfabetos são capazes de agir criativamente no uso da linguagem. Ou seja, frequentemente estaríamos formulando novas frases, reformulando-as de forma inédita, nunca ditas antes pelos próprios falantes e seria exatamente isso que nos diferenciaria em relação à linguagem animal. Segundo ele, a capacidade humana de falar e entender uma língua, isto é, o comportamento linguístico, deveria ser analisada como fruto de um dispositivo inato, o qual se valeria de uma capacidade genética, interna ao organismo humano.
Com seus estudos, Chomsky vem para revitalizar a concepção racionalista dos estudos relacionados à linguagem, opondo-se a diversos estruturalistas da mesma época. Ele alegava que estas questões não poderiam ser determinadas totalmente pelo mundo exterior, no entanto, estariam diretamente radicadas na biologia do cérebro/mente, a qual seria destinada a construir a competência linguística de um falante. É com base nessa perspectiva que essa disposição inata recebe o nome de faculdade da linguagem.
Desta forma, o gerativismo passou a assumir um papel de extrema importância nos estudos linguísticos, visando constituir um modelo teórico que possibilitasse a descrição e a explicação da natureza e funcionamento dessa linguagem. Visto, as línguas passam deixar de serem interpretadas como um comportamento social condicionado e começa a ser analisada como uma faculdade mental natural, onde a morada da linguagem agora passa a ser a mente.
Para que fossem encontrados recursos amplos para entender e descrever essa faculdade, tendo em vista a questão genética a qual nos é determinada, a linguística gerativa buscou analisar a linguagem de uma forma matemática e abstrata, afastando-se dos campos da gramática tradicional, estruturalismo, sociolinguística, dentre outras, a fim de aproximar-se das ciências cognitivas, voltadas para os estudos da mente humana. 
A primeira elaboração do modelo gerativista passou a ser conhecida como gramática transformacional, a qual buscava explicar como os constituintes das sentenças eram formados e como eram capazes de se transformarem em outros por meio da aplicação de regras. Portanto, os gerativistas passaram a perceber que as sentenças seriam elaboradas através de um finito sistema de regras, que seria a gramática, a qual transformaria uma estrutura em outra. Esse sistema de regras, então, era assumido como o conhecimento linguístico já existente na mente de um falante de uma determinada língua.
Uma outra questão que captou a atenção dos gerativistas foi buscar compreender a capacidade que o falante tinha de ter intuições sobre as estruturas sintáticas que produziam e ouviam, como o fato de um falante escutar uma frase e considera-la “normal” ou “anormal”. É então que os estudiosos alegam que todos os falantes de uma língua já são dotados de conhecimentos a respeito dessas pequenas regras e, por essa questão, seriam capazes de entender e produzir frases em sua língua. Os gerativistas utilizam-se de dados com o intuito de analisar as gramaticalidades e pesquisas aplicadas observando os dados do uso da língua, procurando extrair informações para o modelo de explicação da competência linguística.
Em 2001, o geneticista inglês Anthony Monaco anuncia a descoberta do primeiro gene que aparentemente estaria relacionado ao controle da capacidade linguística humana, o FOXP2. Essa descoberta demonstrou suma importância, pois uma vez que o mapeamento genético apontasse a existência de outros genes referentes ao controle da linguagem, como na formação de orações, flexões verbais, dentre outros, todas as hipóteses do estudo gerativista poderiam se tornar definitivamente fatos do mundo natural e desta forma abrir uma série de diálogos para com as ciências naturais.

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