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Noam Chomsky: Linguista, Filósofo e Ativista

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Noam Chomsky 
 Linguista, filósofo, cientista cognitivo e ativista político. 
 Autor de mais de 150 livros em tópicos variados como linguística, política e meios de comunicação em 
massa. 
 De acordo com importante ranking de citações, em 1992 Chomsky era a oitava pessoa mais citada 
de todos os tempos, e a primeira entre os vivos. 
 Tido por muitos como o pai da Linguística Moderna (Saussure não era muito (re)conhecido nos EUA). 
 Estruturas Sintáticas - 1957 
 Mudança de paradigma em relação ao Estruturalismo americano de Leonard Bloomfield e ao 
Behaviorismo de B.F. Skinner. 
 Chomsky propõe que nossa capacidade de nos comunicar a partir de línguas naturais é resultado de 
uma capacidade genética que só os humanos possuem e que está presente em nossa 
mente/cérebro. 
 Caráter inato e biológico da linguagem humana. 
 Linguística se aproxima das ciências cognitivas e se afasta da Antropologia e das Ciências Sociais. 
 
 Gerativismo/ Gramática Gerativa/ Teoria Gerativa/ Gramática Gerativo-Transformacional. 
 Conceito de gramática interna 
 
Gramaticalidade e agramaticalidade 
 A gente comprou dois pães. 
 A gente compramos dois pães. 
 *Compramos dois a gente pães. 
 
O que permite ao falante decidir se uma sentença é gramatical ou não? 
 Competência linguística - conhecimento linguístico inconsciente que o falante possui sobre sua língua. 
Para Chomsky, a descrição e explicação da competência linguística devem ser o foco dos estudos 
gerativistas. Mas, para isso, é preciso observar o desempenho dos falantes, isto é, o uso concreto da 
língua, resultado de suas competências e também de fatores não linguísticos como convenções sociais e 
mecanismos psicológicos e fisiológicos que envolvem a produção das sentenças. 
A recursividade é uma das propriedades únicas da linguagem humana. Ela nos permite encaixar 
constituintes idênticos uns nos outros, em teoria, eternamente. Contudo, questões de desempenho limitam o 
quão “longe” podemos ir no encaixe de constituintes. 
 Ex: “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém”. (Carlos Drummond de Andrade) 
 Mas poderíamos dizer: “João amava Teresa, que amava José, que amava Maria, que amava Luís, que 
odiava Pedro, que gostava de Rui, que simpatizava com Henrique, que...” 
 
 Algumas evidências para entendermos a Linguagem sob o ponto de vista biológico e como algo inato aos 
humanos: 
 “Excluindo-se casos patológicos graves, todos os indivíduos humanos, em todas as regiões do planeta 
e em todos os tempos da história, foram e são capazes de manifestar, ao cabo de alguns anos de 
vida e sem receber instrução explícita para tanto, uma competência linguística - a capacidade natural 
e inconsciente de produzir e entender frases” (Kenedy, 2011, p. 129) 
 “Nenhum outro ser do planeta, a não ser o próprio homem, é capaz de dominar naturalmente um 
sistema de linguagem tão complexo como uma língua natural mesmo após muitos anos de 
treinamento” (Kenedy, 2011, p. 129). 
 O interesse de Chomsky na pesquisa em Linguística: “Uma das razões para estudar a linguagem 
(exatamente a razão gerativista) – e para mim, pessoalmente, a mais premente delas– é a 
possibilidade instigante de ver a linguagem como um “espelho do espírito”. (...) mais instigante ainda, 
pelo menos para mim, é a possibilidade de descobrir, através do estudo da linguagem, princípios 
abstratos que governam sua estrutura e uso, princípios que são universais por necessidade biológica 
e não por simples acidente histórico, e que decorrem de características mentais da espécie humana” 
(Chomsky, 1980, p. 9) 
 
Como as crianças adquirem sua língua materna? 
Primeiramente, vamos entender como os pesquisadores na área da Psicologia e na área da Linguística 
entendiam a aquisição de linguagem (ou de qualquer outro conhecimento), antes de Chomsky propor um novo 
entendimento sobre o assunto. 
 
Behaviorismo 
 Ivan Pavlov: fisiologista russo, influenciou a área da Psicologia que viria a se tornar o Behaviorismo. 
 
O Behaviorismo (comportamentalismo) propõe como objeto de estudo da Psicologia não a mente, mas os 
comportamentos publicamente observáveis, sendo uma abordagem puramente empírica. 
Para os psicólogos behavioristas, estudar o comportamento humano daria um maior rigor científico aos 
estudos da psicologia uma vez que, acreditavam, não havia possibilidade, na época, de se entender 
completamente os processos mentais e ainda fazê-lo com o rigor científico necessário. 
 
Importantes Behavioristas 
 John Watson - psicólogo americano, entendia a pesquisa sobre processos mentais pouco produtiva, 
focando-se, então, naquilo que era observável, o comportamento. 
 B.F. Skinner - psicólogo americano, se opunha veementemente ao mentalismo, entendendo que os 
processos mentais também poderiam ser entendidos e explicados com base no comportamento. 
Escreveu um livro chamado “Verbal Behavior”, no qual explica como o comportamento verbal 
funcionaria. Para ele a linguagem é um conjunto de hábitos que podem ser adquiridos por meio do 
condicionamento. Sua visão era completamente oposta à de Chomsky e foi totalmente rechaçada pelo 
gerativista, em uma crítica severa que publicou sobre o livro de Skinner. 
 
Behaviorismo e a Aquisição da Linguagem 
 Acredita que o funcionamento e o uso da linguagem são explicados pela relação estímulo-resposta, 
imitação, seguida de reforço (elogio, palmas, sorrisos) ou punição (correção, repetição da forma 
correta). 
 A criança é uma tábula rasa, um receptor passivo; 
 Todo conhecimento, inclusive o linguístico, é proveniente da experiência. 
 
Crítica de Chomsky à proposta Behaviorista 
 Criatividade – Principal diferenciador entre línguas naturais e sistemas de comunicação animal. 
o A todo momento, os seres humanos estão construindo frases novas e inéditas, ou seja, jamais 
ditas antes pelo próprio falante que as produziu ou por qualquer outro indivíduo. Logo, se 
aprendemos a falar por repetição, como conseguimos produzir frases que nunca tínhamos 
ouvido antes? 
 A pobreza de estímulo/ Problema de Platão – “Como é possível que as crianças adquiram a língua do 
seu ambiente tão rapidamente e de maneira tão espontânea e sem esforço aparente? Como elas 
conseguem construir o seu conhecimento linguístico se os dados a que são expostas não contêm 
todas as informações necessárias para esse feito? ” (Kenedy, 2013, p. 73) 
 
Proposta da linguística gerativa 
 A Faculdade da Linguagem - Uma dotação biológica que, ainda que não possa ser 
anatomicamente localizável, é responsável pela capacidade humana de adquirir e usar as línguas 
naturais; 
 A modularidade da mente - Chomsky postula que há módulos no cérebro que lidam com 
diferentes especificidades (visão, audição, reconhecimento facial, etc.) A Faculdade da Linguagem 
seria um desses módulos e ela teria, também, submódulos relacionados ao som, estrutura 
linguística, sentido, etc. 
 
 
 
Gramática Universal 
“Deve-se entender por GU o conjunto das propriedades gramaticais comuns compartilhadas por todas 
as línguas naturais, bem como as diferenças entre elas que são previsíveis segundo o leque de opções 
disponíveis na própria GU. 
 A hipótese da GU representa um refinamento da noção de Faculdade da Linguagem, sustentada pelo 
gerativismo desde o seu início: a Faculdade da Linguagem é o dispositivo inato presente em todos os seres 
humanos, como herança biológica, que nos fornece um algoritmo, isto é, um sistema gerativo, um conjunto 
de instruções passo-a-passo, como as inscritas num programa de computador, o qual nos torna aptos para 
desenvolver (ou adquirir) a gramática de uma língua. Esse algoritmo é a GU”. (Kennedy, 2008, p.135) 
 
Gramática Gerativo-Transformacional 
Os gerativistas perceberam que as infinitas sentenças de uma língua são formadas a partir da aplicação 
de um sistema de regras finito (a gramática) que transforma uma estrutura em outra. 
 Ex: uma sentença na voz ativapara uma na voz passiva, uma afirmação em pergunta ou em 
negativa, etc. 
É esse sistema de regras finito que existe na mente do falante de uma língua que deve ser descrito e 
explicado pelo linguista gerativista. 
No modelo sintático proposto pelos gerativistas, entende-se que recorremos aos léxicos da nossa língua 
(nosso “dicionário mental”) e, fazendo uso das informações presente no Léxico, construímos uma primeira 
estrutura, que chamamos de Estrutura Profunda. 
Na passagem de Estrutura Profunda para Estrutura Superficial, podemos movimentar constituintes (voz 
ativa X voz passiva, “que”pode ser movido, etc). 
A representação da sentença em Estrutura Superficial será enviada para a Forma Fonética, para ser 
pronunciada e para a Forma Lógica, para ser interpretada semanticamente.

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