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NEUROFISIOLOGIA - organização do SNC, classificação estrutural do córtex, receptores sensoriais e circuitos neurais, somação especial e somação temporal, grupamentos neurais, organização da via sensor

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1 
Amanda Wernke 
Fisiologia I 
Neurofisiologia 
Aluna: Amanda Wernke 
2017/2 
Organização do Sistema Nervoso Central 
O Neurônio é o local de chegada de estímulos, sinais aferentes chegam ao mesmo por 
meio das sinapses localizadas principalmente nos vários dendritos e passam pelo corpo 
celular, essas informações são levadas ao SNC. Já o sinal eferente trafega por um axônio 
único até chegar ao corpo celular, levando a informação aos órgãos efetores. O axônio 
possui muitas ramificações que se dirigem para vários locais da periferia do corpo. As 
sinapses acontecem em uma direção de propagação, sendo que essa na maioria das 
vezes é anterógrada, do axônio para os dendritos, isso permite que o sinal trafegue na 
direção necessária para executar as funções nervosas requeridas. As atividades do 
sistema nervoso iniciam pelas experiências sensoriais captadas pelos receptores 
sensoriais. O papel mais importante do sistema nervoso é o de controlar as diversas 
atividades do corpo, essas são chamadas de funções motoras, e os músculos e glândulas 
são chamados de efetores, uma vez que executam as funções ditadas pelos sistemas 
nervosos. Vale lembrara que os músculos esqueléticos podem ser controlados em 
diferentes níveis do sistema nervoso central, o que inclui medula espinal, formação da 
substância reticular bulbar, pontinha e mesencefálica, gânglios da base, cerebelo e córtex 
motor. Outra função de extrema importância é a de processar a informação aferente de 
modo que sejam efetuadas as respostas apropriadas. 
A sinapse: é o ponto de contato entre um neurônio e o seguinte e são elas que determinam 
as direções em que os nervos vão se distribuir pelo sistema nervoso. Sinais facilitatórios e 
inibitórios vêm de diferentes áreas do sistema nervoso e podem controlar a transmissão 
sináptica, algumas vezes abrindo a sinapse para a transmissão e em outras as fechando, 
elas também possuem função seletiva amplificando e selecionando determinados sinais e 
frequências de sinais a que vão responder. 
Memória: A maior parte das informações é guardada para um controle futuro e isso ocorre 
no córtex cerebral. Já a medula e regiões subcorticais do encéfalo podem armazenar 
pequenas quantidades de informação. A memória também é uma função pertencente a 
sinapse, pois cada vez que determinado tipo de sinal passa pela sequencia de sinapse, 
essas ficam mais capazes de transmitir o mesmo tipo de sinal em outras oportunidades, 
depois desses sinais passarem muitas vezes por sinapses, a mesma fica tão facilitada que 
sinais gerados pelo próprio sistema podem promover transmissão de impulso, dando a 
pessoa a percepção de estar experimentando as sensações originais, embora essas sejam 
apenas uma memória. 
Níveis Funcionais do Sistema Nervoso: 
Nível Medular: os circuitos neuronais da medula podem ser responsáveis por: movimentos 
de marcha, reflexos que afastam partes do corpo de objetos que causam dor, reflexos que 
enrijecem as pernas para sustentar o corpo contra a gravidade, reflexos que controlam os 
vasos sanguíneos locais, movimentos gastrointestinais ou excreção urinária. É esse nível 
que leva a informação do cérebro e cerebelo à periferia. 
2 
Amanda Wernke 
Nível Subcortical ou Cerebral Inferior: onde estão a maioria das chamadas atividades 
subconscientes. Essa região contempla bulbo, ponte, hipotálamo, tálamo, cerebelo e 
gânglios da base. 
Nível Cerebral Superior ou Cortical: é uma região extremamente grande de 
armazenamento de memórias. O córtex não funciona sozinho, mas sempre em associação 
com estruturas subcorticais. Ele torna as atividades subcorticais precisas, e ainda é 
essencial para a maior parte dos nossos processos mentais. 
Gliócitos: 
 Micróglias – Astrócitos (torna a membrana altamente permeável ao potássio, por isso 
o astrócito capta potássio para manutenção do conteúdo eletrolítico ), células satélites 
(SNC), oligodendrócitos (SNC), Células de Schwan (SNP) – os oligodendrócitos e as 
células de schwan possuem a mesma função em locais distintos, mas os 
oligodendrócitos estão para cada 10 neurônios, enquanto cada célula de shwan está 
para um neurônio-, células ependimárias (presentes no plexo corióide). 
 Micróglia – é o macrófago do SNC. 
Neurônio: é a unidade sinalizadora do SN. É uma célula excitável, polarizada, capaz de 
armazenar e sintetizar sinalizadores químicos e possui presença de retículo 
endoplasmático em seu corpo, mas não no axônio, o que explica a perca da função do 
axônio em caso de rompimento do mesmo, uma vez que é o retículo endoplasmático que 
produz proteínas que fariam a reconstituição dessa parte. O neurônio possui um terminal 
axonal que possui vesículas e muitas mitocôndrias. 
Vale lembrar que o que garante a recepção de sinal é a via que o sinal percorre e não o 
tipo de sinal em sí. 
O transporte de moléculas que são formadas no corpo do neurônio percorre um 
caminho até o terminal axonal, sendo que o transporte anterógrado utiliza a cinesina e 
acontece do corpo para o terminal axonal, e o retrógrado utiliza a dineína e acontece do 
terminal para o corpo. Os microtúbulos e as proteínas motoras são responsáveis por esse 
fluxo, uma vez que elas se prendem em vesículas, organelas ou macromoléculas e 
caminham sobre os microtúbulos. 
Na Doutrina Neuronal o princípio da organização neuronal afirma que a comunicação entre 
um neurônio e outro não é por continuidade, mas sim por estímulo químico. Os principios 
dessa doutrina são: a polarização dinâmica, especificidade conectiva – a conectividade 
não é aleatória e sim específica, até mesmo para 
o local, os morfotipos dos neurônios 
dependem de sua conectividade-. 
Tipos de Neurônio: 
Morfologicamente: 
 Neurônio multipolar: possui mais de dois prolongamentos celulares, no caso um 
axônio e mais de dois dendritos 
O vírus da raiva é carregado 
pelo transporte axonal 
retrógrado. 
3 
Amanda Wernke 
 Neurônio bipolar: possui um dendrito e um axônio (está presnete no gânglio coclear e 
vestibular, retina e mucosa olfatória) 
 Neurônio pseudo-unipolar: possui apenas um prolongamento que se divide em dois, 
um ramo se dirige para a periferia e um para o sistema nervoso central (presente nos 
gânglios sensoriais das raízes dorsais dos 
nervos espinais) – na vida uterina esses 
neurônios eram bipolares, mas durante o 
desenvolvimento seus prolongamentos se 
fundiram. 
 Neurônio Unipolar: possui apenas um 
corpo e uma ramificação, são neurônios 
somáticos do sistema nervoso autônomo. 
 
Os axônios podem possuir ramos que se comunicam com células vizinhas e são 
chamadas de ligações axônicas, e as vezes esses ramos se ligam com o próprio axônio, o 
que é chamado de ligações recorrentes. 
Funcionalmente: 
 Neurônios motores ou eferentes: controlam órgãos efetores (glândulas e músculos). 
Periferia -> SNC 
 Neurônios sensitivos ou aferentes: recebem os estímulos do meio externo e do 
próprio organismo. Periferia <- SNC 
 Interneurônios: fazem as conexões, participam dos circuitos complexos. Ligam os 
eferentes aos aferentes. 
 
Sinapses 
Um neurônio mielínico possui 
passagem de potencial saltatória pelos 
nodos de Ranvier , o que aumenta sua 
velocidade. E esse potencial precisa 
chegar até a sinapse para que ocorra a 
transmissão sináptica. 
4 
Amanda Wernke 
Sinapse é o espaço entre um neurônio e outro, onde ocorre o contato entre duas células 
do sistema nervoso e a conversão de energia em sinal neural. Quem descreveu a sinapse 
foi Charles Sherington. 
Tipos de Sinapses: 
 Química: utilizada em quase todos os processos de transmissão de sinais no sistema 
nervoso central. Nessa o primeiro neurônio secreta por seu terminal a substância 
química chamada de neurotransmissor, esse atua nas proteínas receptoras presentes 
no neurônio subsequente, promovendo inibição ou excitação, por isso a transmissão 
sináptica depende da quantidade de neurotransmissores. São exemplos de 
neurotransmissores: acetilcolina,norepinefrina, epinefrina, GABA, serotonina... Nessa 
sinapse há uma conversão de energia elétrica em química e em seguida de química 
em elétrica. Ela não é contínua e por isso precisa dos mediadores químicos, já que 
não possuem células que ligam uma célula a outra, e a transmissão do sinal é 
unilateral. Sabe-se que nem toda energia que chega no potencial pré-sináptico 
consegue se transformar em potencial de ação e chegar no pós-sináptico e isso é 
chamado de capacidade de modulação. 
 Elétricas: caracterizadas por canais que conduzem eletricidade de uma célula para a 
outra por continuidade, a maior parte dessas sinapses consiste em junções 
comunicantes que permite o movimento livre dos íons. 
A comunicação sináptica pode ser: 
 Axodendrítica: entre axônio e dendrito 
 Axossomática: entre axônio e corpo celular 
 Axoaxônica: entre axônios 
Condução unidirecional das Sinapses Químicas: As sinapses química sempre transmitem 
o sinal em uma só direção, ou seja, do neurônio que secreta neurotransmissor, chamado 
de pré-sináptico, para o que neurônio onde o neurotransmissor age, chamado de pós-
sináptico. Isso permite que o sinal seja direcionado para alvos específicos, sendo uma 
transmissão específica de sinal. 
Anatomia Fisiológica da Sinapse: Os terminais pré-sinápticos são encontrados em grande 
quantidade na superfície dos dendritos e do corpo celular do neurônio motor. Esses 
terminais pré-sinápticos são as porções terminais de outros neurônios. Alguns desses 
terminais podem ser inibitórios e outros excitatórios. 
 Terminais pré-sinápticos: o terminal pré-sináptico é separado do pós-sináptico pela 
fenda sináptica. O terminal apresenta estruturas internas importantes, que são as 
vesículas transmissoras e as mitocôndrias. As vesículas contêm substância 
transmissora que quando liberada na fenda excita ou inibe o neurônio pós onde estão 
receptores excitatórios e inibitórios. Quando o potencial de ação chega no terminal 
pré-sináptico, a despolarização da membrana faz com que vesículas liberem 
moléculas de neurotransmissores na fenda. Essas moléculas provocam alterações 
imediatas nas características de permeabilidade da membrana neural pós-sináptica, 
levando a reações diferentes dependendo do receptor. A membrana pré-sináptica é 
rica em canais de cálcio dependentes de voltagem, quando ela é despolarizada pelo 
potencial de ação esses canais se abrem e permitem a passagem de inúmeros íons 
cálcio para o terminal pré. A quantidade de neurotransmissores liberados na fenda é 
diretamente proporcional a quantidade de íons cálcio que entram na membrana pré-
5 
Amanda Wernke 
sináptica. Isso ocorre pois quando o cálcio entra se liga nos sítios de liberação e 
essa, por sua vez, provoca a abertura dos sítios de liberação e permite que 
neurotransmissores sejam liberados pelas vesículas. 
 Terminais pós-sinápticos: a membrana desses terminais é rica em proteínas 
receptoras, sendo que moléculas desses receptores contêm: o componente de 
ligação, que exterioriza a membrana na fenda, é onde se liga o neurotransmissor, e o 
componente ionóforo, que atravessa toda a membrana sináptica até alcançar o 
interior do neurônio pós-sináptico. O componente ionóforo pode ser dividido em dois 
tipos: canal iônico e ativador de segundo mensageiro, que não é um canal iônico, 
mas sim uma molécula se projetando para o citoplasma da célula. Os Canais iônicos 
são basicamente catiônicos e aniônicos. Quando os canais catiônicos se abrem 
permitem a entrada de íons sódio, e sua carga positiva vai excitar o neurônico, 
portanto a substância que abre esses canais é chamada excitatória. Já a abertura dos 
canais aniônicos permite a entrada de cargas negativas, o que inibe o neurônio, 
então substâncias que ativam esses canais são chamadas de inibitórias. Os 
segundos mensageiros permitem a excitação ou inibição prolongada do neurônio, o 
que não é possível ser feito pelos canais iônicos, já que eles se fecham e 
milissegundos. Um dos sistemas de segundo mensageiro mais usado é o da proteína 
G que está ligada à porção do receptor que se projeta para dentro da célula. Essa 
molécula é dividida em alfa, gama e beta, e 
na ativação a porção alfa se separa das 
demais e se desloca para o citoplasma da 
célula, nesse lugar ela executa uma ou 
mais funções dependendo da 
característica do neurônio. Quatro 
mudanças podem ocorrer com o auxílio 
dessa proteína: 
1 – Abertura dos canais específicos da 
membrana pós sináptica: abertura do canal de 
potássio e permanecem abertos pela utilização do 
segundo mensageiro. 
2 – Ativação do monofosfato de adenosina 
cíclico (AMPc) ou monofosfato de guanosina 
cíclico (GMPc): O AMPc e o GMPc podem ativar toda a maquinaria metabólica específica 
do neurônio podendo iniciar muitos resultados químicos, incluindo alterações a longo 
prazo. 
3- Ativação de uma ou mais enzimas intracelulares – a proteína G pode ativar uma ou 
várias enzimas que podem ter muitas funções específicas na célula. 
4 – Ativação da transcrição gênica – a transcrição pode provocar a formação de novas 
proteínas na célula e assim modificar toda a sua maquinaria metabólica. 
 Receptores Excitatórios da Membrana Pós-sináptica: abrem os canais de cálcio, 
permitindo o fluxo de cargas positivas para dentro da célula; Condução reduzida 
pelos canais de cloreto ou potássio ou de ambos para manter o potencial interno da 
membrana mais positivo que o normal, o que tem caráter excitatório; Diversas 
alterações no metabolismo do neurônio pós-sináptico para excitar a atividade celular 
ou em alguns casos, para aumentar o número de receptores inibitórios da membrana. 
Podem possuir diferença de tamanho da parede de um neurônio e outro o que é 
chamado de tipo I de gray ou assimétrico. 
 Receptores Inibitórios da Membrana Pós-sináptica: Ocorre a abertura dos canais de 
íons cloreto na membrana neuronal o que permite rápida difusão dos íons com carga 
Receptores Ionotrópicos- resposta 
rápida 
Receptores metabotrópicos- resposta 
lenta. Esses possuem um receptor que 
ativa a proteína G e essa proteína que 
faz o estímulo. Então os receptores 
metabotrópicos podem ativar a 
transcrição genica . 
 
6 
Amanda Wernke 
negativa para o interior da célula o que aumenta a eletronegatividade interna e isso 
tem caráter inibitório; Aumento na condutância dos íons potássio para o exterior dos 
neurônios para que íons positivos saiam da célula e aumentando a eletronegatividade 
do lado interno; Ativação de enzimas receptoras que inibem as funções metabólicas 
celulares, promovendo o aumento do número de receptores sinápticos inibitórios. As 
diferenças de membranas desses são menores, portanto as membranas são mais 
similares, sendo simétricas e chamadas de tipo II de gray, nessa a recuperação da 
fadiga é mais demorada. 
Substâncias Químicas que Atuam como Transmissores Sinápticos: Podem ser divididos 
em moléculas pequenas e de ação rápida e os neuropeptídios (Neuromoduladores). O 
primeiro grupo induz respostas agudas, como transmissões sensoriais para o encéfalo e 
transmissões motoras do encéfalo para o músculo, são exemplos desse grupo a 
acetilcolina, noraepidefrina, epinefrina, dopamina, hitamina, serotonina, ácido gama-
aminobutílico, GAMA e óxido nítrico. Esses neurotransmissores são sintetizados no cortisol 
terminal do neurônio pré-sináptico e entram nas vesículas por transporte ativo. Quando o 
potencial de ação atinge o neurônio, poucas vesículas liberam esses neurotransmissores 
na fenda. As vesículas que armazenam e liberam esse tipo de neurotransmissores são 
continuamente recicladas e usadas por vezes repetidas. Depois de se fundir a membrana e 
liberar seu conteúdo a vesícula (EXOCITOSE) passa a fazer parte da membrana e depois 
essa porção invagina de volta para o interior do terminal (endocitose) e se desprende para 
formar novas vesículas. 
 
Os neurotransmissores possuem algumas 
características: 
Acetilconila – é secretada por diversas áreas do 
sistema nervoso, podeter efeito excitatório, 
mas em algumas terminações nervosas 
parassimpáticas periféricas tem ação inibitória, 
como a inibição do coração pelo nervo vago. 
Norepinefrina- é secretada por diversos 
neurônios cujos corpos celulares estão 
localizados no tronco cerebral e no hipotálamo. Sua 
função está relacionada com o controle da 
Neurotransmissores são exclusivos de 
membrana pós-sináptica. Eles possuem 
ação diretamente na membrana pós-
sináptica e produz nela efeitos pós-
sinápticos. Eles podem ser : 
Aminoácidos, aminas ou ainda 
purinas. 
7 
Amanda Wernke 
atividade geral, na disposição e na vigília. Ela também é secretada pela maioria dos 
neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático. 
Dopamina- secretada dos neurônios da substância negra e possui um efeito inibitório. 
Glicina – é secretada em nível de medula espinal e atua como inibidor. 
GABA – secretado por terminais nervosos da medula espinal, no cerebelo e gânglios da 
base, sempre tem efeito inibitório. (PRINCIPAL NEUROTRANSMISSOR INIBITÓRIO). 
Glutamato – secretado por terminais pré-sinápticos, em vias aferentes e em áreas do 
córtex cerebral, seu efeito é excitatório (PRINCIPAL NEUROTRANSMISSOR 
EXCITATÓRIO). 
Serotonina – secretados por núcleos da rafe mediana e se projetam para áreas encefálicas 
e da medula, principalmente cornos dorsais e hipotálamo. Age como inibidor das vias da 
dor da medula e tem ação inibitória nas regiões superiores do sistema nervoso que auxilie 
no controle do humor. 
Óxido nítrico – secretado por terminais nervosos em áreas encefálicas, é responsável pelo 
comportamento a longo prazo e memória. Ele não é armazenado e secretado nas 
vesículas pré-sinápticas, pois na verdade ele é sintetizado quase instantaneamente 
conforme a necessidade. 
Já o segundo grupo, neuropeptídios, que são neuromoduladores, possui ação prolongada 
como a abertura e fechamento de canais por períodos prolongados, como a vasopressina, 
o LH, ACTH, glucagon, insulina, calcitonina, entre vários outros. Eles são sintetizados 
como partes integrais de grandes moléculas proteicas pelos ribossomos situados do corpo 
celular do neurônio. E não por vesículas pré-sinápticas como os primeiros. 
***Os neuromoduladores são os peptídeos e os gases, eles atuam na sinapse, seja na 
membrana pré ou pós-sináptica, ou ainda, nas vesículas sinápticas. Eles estão nos 
grânulos secretores (peptídeos). Já os neurotransmissores são sinalizadores químicos que 
tem ação diretamente sobre a membrana pós-sináptica, produzindo um efeito pós-
sináptico, e são os aminoácidos, aminas e purinas. Eles estão nas vesículas sinápticas 
(aminas e aminoácidos). 
 
 
Eventos Elétricos Durante a Excitação Neuronal: O corpo celular do neurônio motor espinal 
tem um potencial de membrana entorno de -65mV, menos negativado que os -90mV 
8 
Amanda Wernke 
encontrados em fibras periféricas, e isso os torna mais excitáveis. Como já estudado em 
transporte de membrana, o sódio está mais concentrado fora da membrana, e a bomba 
está frequentemente o jogando para fora, enquanto o contrário vale para o potássio. O íon 
cloreto está em alta concentração no meio extracelular e alta no líquido, o principal motivo 
para isso é o potencial intracelular que repele esses íons para fora através de poros. Pelas 
concentrações, os íons sódio tendem a entrar na célula e o potássio a sair, mas isso não 
ocorre por causa da bomba que está fazendo um transporte contrário à tendência. Essa 
despolarização do neurônio pré-sináptico é chamada de potencial excitatório pré-sináptico 
(PPES ou PEPS) 
A distribuição do potencial elétrico ocorre uniformemente no corpo do neurônio, pois o seu 
interior não oferece praticamente nenhuma resistência, por isso a alteração em um ponto é 
a mesma para todos os outros pontos da célula. É bom lembrara também que o líquido 
intracelular do neurônio é uma substância de alta condutividade, o que também é 
importante na distribuição uniforme. Tudo isso é muito importante para a atividade de 
somação. 
Processo de excitação sináptica: inicialmente a membrana pré-sináptica está em repouso 
mantendo o potencial intracelular de -65mV. Em seguida o neurônio pré secreta um 
neurotransmissor excitatório na fenda sináptica que age aumentando a permeabilidade da 
membrana ao sódio, e pela acentuada negatividade do neurônio, esses íons se difundem 
rapidamente e alteram o potencial para -45mV, então o aumento para um potencial menos 
negativo é considerado um potencial pós-sináptico excitatório, mas esse aumento não se 
dá diretamente de -60 pra -45, mas se da por um processo de somação. O potencial de 
ação não se inicia em regiões adjacentes às sinapses excitatórias, o potencial é deflagrado 
no segmento inicial do axônio, no ponto em que o axônio emerge do corpo, e o motivo 
disso é que o corpo possui poucos canais de sódio dependentes de voltagem, já a 
membrana do seguimento inicial tem vários canais de sódio dependentes de voltagem. O 
potencial de ação depois de disparado se propaga na direção periférica ao longo do axônio 
e normalmente também de modo retrógrado em direção ao corpo celular, em alguns casos 
o transporte retrógrado também ocorre nos dendritos, mas não sempre, pois os dendritos 
também possuem poucos canais de sódio dependentes de voltagem não sendo capazes 
de gerar potencial de ação. 
Eventos Elétricos Durante a Inibição Neuronal: As sinapses inibitórias promovem 
pincipalmente a abertura dos canais de cloreto, permitindo a passagem com facilidade dos 
íons cloreto. A abertura desses canais permite que os íons se difundam do meio extra para 
o meio intracelular o que torna o potencial intracelular mais negativo, em torno de -70mV. E 
a abertura dos canais de potássio permite que os íons com carga negativa se dirijam para 
o meio extracelular, auxiliando no aumento da eletronegatividade, o que é chamado de 
hiperpolarização. Esse aumento do potencial da membrana é chamado de potencial 
inibitório pós-sináptico (PPSI ou PIPS). 
9 
Amanda Wernke 
 
 
Inibição Pré-Sináptica: Ocorre por substâncias neurotransmissoras que inibem o neurônio 
pré antes mesmo de ele atingir o pós-sináptico. Na maioria das vezes que faz isso é o 
GABA que tem função de abrir canais e permitir a difusão em grande quantidade dos íons 
cloreto. A inibição se deve ao fato de que as cargas negativas desse íon inibem a 
transmissão sináptica por que cancelam o efeito excitatório dos íons sódio. 
Somação espacial: Apenas um terminal pré-sináptico não consegue atingir o limiar de 
excitação (10 a 20 mV), pois sozinho ele chaga a 0,5 a 1 mV, entretanto vários terminais 
pré-sinápticos juntos podem somar seus efeitos até que a excitação neuronal ocorra. O 
efeito de somação dos potenciais pós-sinápticos simultâneos pela ativação de múltiplos 
terminais em áreas muito espaçadas na membrana neuronal é chamado somação 
espacial. 
Somação Temporal: Descargas sucessivas em tempo hábil podem ser adicionadas umas 
às outras e fazer um processo de somação. Isso ocorre pois o potencial pós-sináptico pode 
durar até 15 milissegundos depois de os canais pré-sinápticos se fecharam. 
 A somação simultânea de potenciais pós-sinápticos inibitórios e excitatórios podem 
desativar a atividade do neurônio, pois o PPSE está sendo excitado com sinal inibitório 
vindo de outra fonte, pode reduzir o potencial pós-sináptico abaixo do valor limiar e causa 
essa desativação. 
 
Facilitação dos Neurônios: Acontece quando a somação dos potenciais pós-sinápticos é 
excitatória, mas não aumenta ao ponto de chegar ao disparo. O que significa que o 
potencial está mais próximo do potencial de disparo mas ainda não está no nível do 
disparo. 
 
Funções Especiais dos Dendritos na Excitação Neuronal: Os dendritos recobrem uma 
grande áreas espacial em torno do neurônio motor e isso possibilita uma oportunidade 
10 
Amanda Wernke 
para a somação. Os dendritos não transmitem potencial de ação pois possuem poucos 
canais de sódio para isso. Contudoeles transmitem correntes eletrotônicas o que significa 
a transmissão direta da corrente elétrica por condução iônica em direção ao corpo celular, 
mas sem o potencial de ação. 
 
Condução Decremental: é chamada assim a condução da corrente eletrotônica que ocorre 
no dendrito, pois por esse ser longo e possuir uma membrana delgada permite o 
vazamento da corrente, então, parte da ocorrente é perdida por vazamento antes de 
chegar ao corpo. Por isso, quando mais longe a sinapse excitatória estiver do corpo 
celular, maior o decremento e menor o sinal excitatório que chega ao corpo celular. Por 
isso sinapses que se localizam próximo ao corpo celular são mais eficientes para causar 
inibição ou excitação no neurônio. 
 
Somação da Excitação e Inibição dos D endritos : Os dendritos podem somar os potenciais 
inibitórios e excitatórios da mesma forma que o corpo celular, são algumas sinapses 
localizadas no cone de implantação e no segmento inicial do axônio. 
 
Relação Entre o Estado de Excitação e a Frequência de Disparo: Quando o estado 
excitatório aumenta acima do limiar de excitação o neurônio dispara durante o tempo que o 
estado excitatório permanecer nesse nível. 
 
Características da Transmissão Sinaptica: 
Fadiga da transmissão Sináptica: Quando as sinapses excitatórias são repetidamente 
estimuladas com alta frequência, o número de descargas do neurônio pós-sináptico é 
inicialmente muito alto, mas a frequência dos próximos começa a diminuir 
progressivamente. Esse fenômeno é chamado de fadiga Sináptica. Ela é imporantente pois 
quando algumas áreas são superexcitadas a fadiga faz com que essas áreas percam o 
excesso de excitabilidade após algum tempo. Sendo muito importante, por exemplo, em 
crises epiléticas. A fadiga provavelmente resulta de dois fatores como a inativação 
progressiva de muitos dos receptores de membrana pós-sináptica e o lento 
desenvolvimento de concentrações anormais de íons na célula neuronal pós-sináptica. 
 
Botão de Desliga da Sinapse: 
Recaptação do neurotransmissor: os únicos que não utilizam esse meio são os 
colinérgicos. Nesse caso o neurotransmissor volta para as vesículas e são reutilizados. 
Degradação enzimática dos neurotransmissores: é utilizados pelos neurônios colinérgicos. 
Nesse caso ocorre a quebra da acetilcolina à colina, e essa é devolvida para as vesículas 
e o ácido acético vai para o corpo. Essa quebra é feita pela acetilcolinesterase. 
 
RESUMO: 
11 
Amanda Wernke 
 
 
Quais as características que definem um neurotransmissor? 
A molécula deve ser sintetizada e estocada no neurônio pré-sináptico, a molécula deve ser 
liberada pelo terminar do axônio pré-sináptico sob estimulação, deve produzir resposta nos 
neurônios pós-sinápticos, deve evitar que a atividade pós-sináptica interfira na pré-
sináptica, tem uma administração exógena com efeito de endógena. 
 
Qual o efeito da cocaína no corpo? 
No caso da cocaína, ela age nos transportadores de dopamina e os bloqueia, o que faz ter 
acumulo de neurotransmissor na fenda sináptica, por problemas na receptação pelo 
terminal pré-sináptico, então até que a dopamina seja recaptada ocorre estímulo na fenda. 
 
Classificação Estrutural do Córtex 
 
Citoarquitetura do córtex 
 
O córtex cerebral é uma fina camada de substância cinzenta que reveste o centro branco 
medular. É nele que chegam os impulsos provenientes de todas as vias da sensibilidade e 
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Amanda Wernke 
nele se tornem conscientes e interpretadas. Do córtex também saem os impulsos nervosos 
que iniciam e comandam os movimentos voluntários. O córtex distingue-se em dois tipos 
de córtex: o isocórtex e o alocórtex. No isocórtex existem 6 camadas que são: 
I- camada molecular – está situada na superfície do córtex e possui fibras horizontais. 
II- camada granular externa 
III- camada piramidal externa 
IV- camada granular interna 
V- camada piramidal interna 
VI- camada de células fusiforme. 
 
As células granulares são os principais interneurônios corticais, ou seja, estabelecem 
conexão entre os demais neurônios e fibras do córtex, isso significa que elas possuem 
axônio curto. As células piramidais possuem um corpo triangular, uma arvore dendrítica 
bem volumosa e tem dois tipos de dendritos, os apicais que se dirigem as partes mais 
superficiais e os basais que se distribuem próximo ao corpo do neurônio fazendo sinapse 
com as células vizinhas, seu axônio é descendente. As células fusiformes possuem axônio 
descendente que penetra no centro branco-medular, sendo efetoras, seu corpo é pequeno 
mas o axônio é longo. 
As células de Martinotti possuem axônio ascendente e longo . E as células horizontais 
possuem axônio longo no sentido horizontal, elas fazem sinapse com as células vizinhas 
da mesma camada e está na camada mais superficial da camada superficial. 
 
Fibras e Circuitos Corticais: 
] 
Essas fibras podem ser de associação ou de projeção, as primeiras ligam estruturas do 
mesmo hemisfério ou de hemisférios diferentes no córtex. Já as de projeção ligam o córtex 
aos centros subcorticais podendo ser aferentes ou eferentes. As aferentes podem ter 
origem talâmica ou extratalâmica. As extratalâmicas podem ser monoaminérgicas quando 
originadas da formação reticular, ou colinérgicas quando oriundas do núcleo basal de 
Meynert. Elas não executam ação generalizada de excitação ou de inibição e sua 
degeneração pode levar a serias doenças como o Alzheimer. A maioria das fibras 
aferentes se origina em núcleos do tálamo específicos e terminam na camada IV. Já as 
dos núcleos inespecíficos terminam em I, II e III. 
As fibras de projeção eferentes do córtex estabelecem conexão com vários centros 
subcorticais, destacando-se: fibras córtico-espinais, córtico-nucleares, córtico-pontinas, 
córtico-estriadas, córtico-reticulares, córtico-rúbricas, córtico-talâmicas. Admite-se que a 
grande maioria dessas fibras origina-se na camada V que é efetora de projeção, já a 
camada IV é a principal receptora de projeção. 
 
Classificação das áreas corticais: 
 
Classificação Anatômica: Divisão do cérebro em sulcos, giros e lobos. 
 
Classificação Filogenética: Pode-se dividir o córtex em arquicórtex, paleocórtex e 
neocórtex. O arquicórtex está localizado no hipocampo, já o paleocórtex é representado 
pelo úncus e giro para-hipo-campal. Todo o restante é neocórtex. 
 
Classificação Estrutural: áreas de brodmann que separa o cérebro em 52 áreas. 
 
13 
Amanda Wernke 
Classificação Funcional: As áreas funcionais foram inicialmente divididas em áreas de 
projeção que teria conexões com áreas subcorticais e áreas de associação que teriam 
conexão apenas com outras áreas do cérebro. As de projeção são as áreas que recebem 
ou dão origem a fibras relacionadas diretamente com sensibilidade e motricidade. As 
demais são de associação e geralmente estão relacionadas com funções psíquicas 
complexas. 
As áreas de projeção podem, então, ser divididas em áreas motoras e áreas sensitivas. 
Essas áreas de projeção são consideradas por Lúria áreas primárias, já as de associação 
são divididas em secundárias e terciárias. As secundárias também são consideradas 
unimodais, pois ainda estão relacionadas indiretamente com as modalidades sensoriais e 
de motricidade. A conexão dessas áreas se da preferencialmente com áreas primárias da 
mesma função. Já as áreas terciárias são chamadas de supramodais, pois não se ocupam 
com o processamento motor ou sensitivo e envolvem mais de uma área unimodal. 
 
Áreas de Projeção: 
Áreas Sensitivas primárias: 
 
Áreas somestésica: É a área de sensibilidade geral, está localizada no giro pós-central que 
corresponde as áreas 3,2,1 de Brodmann. A estimulação dessa área faz o paciente ter 
manifestações sensitivas em áreas determinadas, porém mal definidas do corpo. Segundo 
o homúnculo sensitivo, na parte superior desse giro na parte medial do hemisfério está a 
área de pés e órgãos genitais. Na parte superior lateral está braço e tronco, abaixo a mão, 
que é muito grande pois tem grande sensibilidade,abaixo está a cabeça com lábios muito 
grandes, abaixo estão língua e faringe. Lesões nessa área do cérebro podem gerar 
consequências do lado oposto do corpo, como a perca da capacidade de discernir dois 
pontos, discernir diferentes intensidades de estímulos ou não perceber o movimentos de 
partes do corpo. 
Área Visual: é localizada nos lábios do sulco calcarino correspondendo a área 17 de 
Brodman, é nesse lugar que chegam as fibras do trato geniculo-calcarino que são 
originadas do corpo geniculado lateral. Estimulação elétrica dessa região causa 
alucinações visuais. A ablação bilateral da região 17 causa cegueira. 
Área Auditiva: Está localizada no giro temporal transverso superior e correspondem as 
áreas 41 e 42 de Brodmann. A estimulação dessa área causa alucinações auditivas. Lesão 
bilaterais causam surdez completa e unilaterais causam pequenos déficits auditivos pois 
suas vias não são completamente cruzadas e a cóclea de cada lado representa-se no 
córtex dos dois lados. 
Área Vestibular: encontra-se no lobo parietal, próximo á área somestesica. 
Área Olfatória: área situada anterior ao úncus e giro para-hipocampal. Em casos de 
epilepsia local do úncus causam alucinações olfatórias, e geralmente o paciente refere mal 
cheiro, essas são chamadas de crises uncinadas. 
Área Gustativa: corresponde a área 43 de Brodmann e está localizada na parte inferior do 
giro pós-central. Lesões dessa área causam diminuição da gustação na metade oposta da 
língua. 
 
Área Motora Primária: 
Ocupa a parte posterior do giro pré-central correspondente a área 4 de Brodmann. 
Estimulação dessa área causa contração muscular do lado oposto do corpo. A somatotopia 
dessa área pode ser representada por um homúnculo de cabeça para baixo. A área 
correspondente a mão é extensa e isso mostra a extensão cortical dessa área do corpo. As 
14 
Amanda Wernke 
principais ligações aferentes da área motora são o tálamo. Os tratos córtico-espinal e 
corticonuclear são os principais responsáveis pela motricidade voluntária. 
 
Áreas de Associação Cortical 
Pode-se considerar como áreas de associação aquelas que não se relacionam diretamente 
com a motricidade ou sensibilidade. 
 
Áreas de Associação Secundárias Sensitivas: estabelecem conexão principalmente com 
as áreas primárias e repassam as informações para as áreas supramodais. A função da 
área secundária é de interpretar o que foi sentido na área motora primária. Então, em lesão 
de área secundária ocorrem quadros clínicos chamados de agnosias,o qual a perda da 
capacidade de reconhecimento do objeto. 
 
Área somestésica secundária: situa-se no lobo parietal superior, logo atrás da área 
somestésica primária, corresponde a área 5 e parte da 7 de Brodmann. Lesão causa a 
perda da sensibilidade do corpo, uma lesão do lado direito leva ao não reconhecimento do 
lado esquerdo do corpo, perde a percepção desse lado. 
Área visual secundária: localizada adiante da área primária, nas áreas 18 e 19 de 
Brodmann, e também no lobo temporal, ocupando as áreas 20, 21 e 37 de Brodmann. Em 
lesão a pessoa vê, mas não reconhece o que está vendo. No caso, pode reconhecer pelo 
olfato, tato (...) mas pela visão não. 
Área auditiva secundária: situa-se no lobo temporal, circundando a área auditiva primária, 
e corresponde à área 22 de Brodmann. A lesão do lado esquerdo não permite mais o 
reconhecimento de sons, você ouve mais o som perde o sentido. 
 
Áreas de Associação Secundárias Motoras: As lesões dessas áreas causam apraxias, no 
qual há uma incapacidade de realizar o planejamento de determinados atos voluntários e 
não na execução. A pessoa não consegue planejar a ordem de movimentos que deve 
seguir. São áreas motoras a área motora suplementar, área pré-motora e a área de broca. 
 
Área Motora Suplementar: ela ocupa a área mais alta da área 6 situada na parte medial do 
giro frontal superior. Suas principais conexões são como o corpo estriado, via tálamo e 
com a área motora primária. Relaciona-se com a concepção ou planejamento de 
sequencias complexas de movimentos, envolvendo, por exemplo, os dedos, e sabe-se que 
ela é ativada juntamente com a área motora primária, quando esses movimentos são 
executados. 
Área pré-motora: localiza-se no lobo frontal, adiante da área motora primária, e ocupa toda 
a extensão da área 6, situada na face lateral do hemisfério. Apresenta respostas menos 
localizadas e estimula áreas de músculos maiores. Uma lesão dessa área faz com que 
ocorra uma diminuição da força desses músculos, paresia. A área pré-motora coloca o 
corpo, e principalmente os membros em uma postura básica preparatória para a execução 
de movimentos mais delicados. 
Área de broca: Localizada nas partes opercular e triangular do giro frontal inferior, 
correspondendo às áreas 44 e 45 de Brodmann. Essa área é responsável pela 
programação da linguagem falada. Lesão nessa área leva à lesões chamadas de afasia. 
 
Áreas de Associação Terciárias: 
São áreas supramodais o que significa que não se relacionam isoladamente com nenhuma 
modalidade sensorial. Recebem e integram informações já elaboradas por todas as áreas 
secundárias e são responsáveis por diversas estratégias de comportamento. 
15 
Amanda Wernke 
 
Área pré-frontal: corresponde a parte anterior não motora do lobo frontal. Ela recebe fibras 
de todas as áreas de associação do córtex, ligando-se ao sistema límbico. Essa área está 
relacionada com a personalidade, escolha de estratégias comportamentais, manutenção 
da concentração e controle do comportamento emocional. A remoção dessa área era 
utilizado em pacientes psiquiátricos para reverter quadros de ansiedade e depressão, pois 
o paciente entra num estado de tamponamento psíquico. É essa área também a 
relacionada ao famoso caso de Gage. 
Área temporoparietal: compreende todo o lobo parietal inferior e angular , área 40 e 39 de 
Brodmann, estende-se às margens do sulco temporal superior e parte do lóbulo parietal 
superior. Situa-se entre as áreas secundárias auditiva, visual e somestésica, fazendo a 
integração dessas três áreas. É importante na percepção espacial e do próprio corpo. 
Lesões nessa área podem gerar sintomas como por exemplo o indivíduo não conseguir se 
deslocar mas de casa para o trabalho. O caso mais comum na lesão é a síndrome de 
negligência que se manifesta em lesões do lado direito, a negligência pode ser em relação 
ao seu corpo ou ao espaço extracorporal. No caso de negligencia do corpo o paciente 
ignora o lado esquerdo do seu corpo, ele deixa de fazer as ações nesse lado não por que 
não consegue mas pelo fato de o lado esquerdo não lhe pertencer. No caso do espaço 
extracorporal, é como se o lado esquerdo no ambiente não existisse, então, por exemplo o 
paciente não come o que está do lado esquerdo do prato ou escreve apenas do lado 
esquerdo do papel. 
Áreas Límbicas: Compreendem giro do cíngulo, giro para-hipocampal e hipocampo. Estão 
relacionados principalmente com memória e comportamento emocional. 
 
Receptores Sensoriais e Circuitos Neurais para o Processamento das Informações 
 
A informação sensorial pode ser uma percepção consciente ou não (percepção esta 
relacionada com as áreas secundárias e a sensação com as áreas primarias). Ela é 
definida como a atividade neural originada da estimulação das células receptoras em 
partes específicas do corpo. As diferentes sensações servem para percepção, controle 
motor, regulação da função dos órgãos internos e manutenção do estado de vigília. As 
sensibilidades ainda são divididas em especiais e somáticas. 
 
Receptores: Existem cinco tipos básicos de receptores: Os mecanorreceptores que 
detectam a compressão mecânica ou o estiramento do receptor ou dos tecidos adjacentes 
ao receptor; Os termorreceptores que detectam alterações da temperatura, alguns 
receptores detectam frio, outros detectam calor. Os nociceptores são receptores de dor e 
detectam danos que ocorrem nos tecidos. Os receptores eletromagnéticos ou 
fotorreceptores detectam a luz incidentena retina. E os quimiorreceptores detectam o 
gosto na boca, o cheiro no nariz, o nível de oxigênio no sangue, a osmolaridade, 
concentração de dióxido de carbono, entre outros fatores químicos do corpo. Esses 
diferentes receptores possuem sensibilidades diferenciadas, o que significa que cada 
receptor é muito sensível a um tipo de estímulo, por exemplo, os nociceptores respondem 
a dor, mas não a pressão e ao tato normal do dia a dia. Isso ocorre, pois as diferentes 
fibras nervosas transmitem as respostas por diferentes tratos até o sistema nervoso central 
e quando a fibra é estimulada o tipo de sensação é determinado pela região do sistema 
nervoso para onde essas fibras se dirigem, essas especificidade é chamada de princípio 
das vias rotuladas. Então, cada fibra nervosa transmite apenas uma modalidade de 
sensação e termina em uma área específica do SNC onde essa informação será 
percebida, isso é chamado de princípio da linha rotulada. 
16 
Amanda Wernke 
 
Transdução dos Estímulos Sensoriais: é a transformação de estímulos físicos ou químicos 
em potenciais elétricos, pelos receptores sensoriais. 
Todo receptor tem como feito imediato ao estímulo alterar o potencial elétrico da 
membrana do receptor, o que é chamado de potencial receptor. O potencial pode ser 
causado de várias formas no receptor, como por abertura dos canais iônicos (em estímulo 
mecânico, químico ou eletromagnético) ou por alteração na permeabilidade da membrana 
(no caso de estímulo térmico). Então a causa básica da alteração no potencial de 
membrana é a alteração da permeabilidade que permite que os íons se difundam 
prontamente através da membrana. O potencial receptor significa que ouve uma 
despolarização da célula, que permite a entrada de íons cálcio para a célula e sua 
liberação para dar sequencia a transmissão da informação. 
A alteração máxima do potencial é cerca de 100 mV no qual precisa-se de um estimulo de 
intensidade extremamente elevada, essa é a alteração verificada quando a membrana fica 
maximamente permeável aos íons sódio. Se o potencial receptor está acima do limiar, 
quanto mais acima maior a frequência dos potenciais de ação na fibra aferente. Então, 
quanto maior a intensidade do estímulo, maior a frequência do potencial de ação gerado, e 
há uma maior quantidade de neurotransmissores. 
 
 
Na variação da amplitude do potencial receptor, causada por compressão mecânica 
progressivamente mais forte, com a intensidade aumentada a amplitude do potencial 
gerador aumenta rapidamente no início e, a seguir, mais lentamente. Já a frequência dos 
potenciais de ação repetitivos, transmitidos pelos receptores sensoriais, aumenta quase 
proporcionalmente ao aumento do potencial receptor. A estimulação muito intensa do 
receptor provoca progressivamente menos ou mais aumentos adicionais do número de 
potenciais de ação e isso permite que o receptor seja ainda mais sensível à experiências 
sensoriais muito fracas. 
17 
Amanda Wernke 
 
Adaptação dos Receptores: 
Outra característica dos receptores sensoriais é que eles se adaptam, parcial ou 
completamente, a qualquer estímulo constante depois de certo período. Ou seja, quando o 
estímulo sensorial contínuo é aplicado, o receptor responde inicialmente com alta 
frequência de impulsos, seguido por frequência progressivamente menor e, finalmente, por 
frequência de potenciais de ação muito baixa ou, em geral, cessam os impulsos. Alguns 
receptores se adaptam de forma diferente, os corpúsculos de Pacini se adaptam muito 
rapidamente, os da base dos pelos também tem resposta rápida, de em média um 
segundo. Outros como o fuso muscular e os receptores da cápsula articular se adaptam 
muito lentamente e detectam continuamente a intensidade do estímulo, são chamados de 
tônicos. São exemplos desses, ainda receptores da mácula do aparelho vestibular, 
receptores da dor, barorreceptores do leito arterial e quimiorreceptores dos corpos 
carotídeo e aórtico. 
 
 
18 
Amanda Wernke 
Nota-se que alguns receptores se adaptam mais que outros, como o corpúsculo de pacini 
e o receptor de folículo piloso, que se adaptam até a extinção, o que se chama de resposta 
ativada. Algunss de resposta rápida podem ser chamados de resposta ativada-desativada, 
no qual se tem o inicio e o fim do estímulo, ele é alto, cessa e se ativa quando o estímulo é 
removido. Além dessas há a resposta desativada no qual o corpo prevê a posição de 
determinado seguimento depois que o estímulo acontece. 
Os receptores de adaptação rápida detectam alterações da intensidade do estímulo e são 
chamados de receptores do movimento, receptores de transição do estímulo ou ainda 
receptores fáscios. Eles são importantes por exemplo no ouvido, onde os receptores dos 
canais semicirculares detectam a velocidade com que a cabeça começa a mudar de 
direção quando a pessoa está correndo em uma curva, ou ainda os localizados nas 
articulações ajudam a detectar a velocidade dos movimentos de diferentes partes do 
corpo. 
 
Fibras Nervosas – Classificação Geral: 
As fibras do tipo A são mielinizadas e de calibre grande e médio, dos nervos espinais, ela é 
dividida em α, β, γ e δ(delta). Já as fibras do tipo C são finas e amielínicas, que conduzem 
impulsos em baixa velocidade, elas constituem mais da metade das fibras sensoriais dos 
nervos periféricos, e todas as fibras autônomas pós-ganglionares. 
Grupos de fibras: Grupo Ia: fibras das terminações anuloespirais dos fusos musculares, 
com cerca de 17 micrômetros. São do tipo Aα. 
Grupo Ib: Fibras dos órgãos tendinosos de golgie, com diâmetro médio e cerca de 16 
micrômetros, também são do tipo Aα. 
Grupo II: são receptores táteis cutâneose terminação secundárias dos fusos musculares, 
possuem diâmetro de em média 8 micrômeros e são do tipo Aβ e Aγ. 
Grupo III: conduzem sensibilidade térmica do tato não discriminativo e a sensibilidade 
dolorosa em picada, têm diâmetro de em média 3 micrômeros e são do tipo Aδ. 
Grupo IV: são amielínicas de condução na sensibilidade de dor, coceira, temperatura e tátil 
não discriminativa. Possuem de 0,5 a 2 micrômeros e são do tipo C. 
 
 Quanto maior a fibra, maior a velocidade de condução. 
Somação Espacial e Somação Temporal 
 
Somação Espacial: O aumento da intensidade do sinal se dá pelo aumento do número de 
fibras. Por exemplo, uma picada na pele estimula simultaneamente várias terminações de 
fibras para a dor, que possui uma grande área chamada de campo receptor. 
 
 
Somação Temporal: Para transmitir sinais com intensidades crescentes pode-se aumentar 
a frequência do impulso em cada fibra, o que é chamado de somação temporal. 
19 
Amanda Wernke 
 
 
Grupamentos Neuronais 
Cada grupamento apresenta sua própria organização especial que faz com que ele 
processe a informação de maneira própria e única. Isso permite que a associação entre 
diversos grupamentos realizem uma multiplicidade de funções do sistema nervoso, 
portanto, o agrupamento refere-se ao conjunto formado por neurônios conectados 
sinapticamente e relacionados a uma mesma modalidade sensorial.. A ligação do neurônio 
primário com o secundário, do secundário com o terciário e do terciário com o SNC é um 
grupamento neuronal. Cada fibra aferente possui receptores sensoriais, e isso se chama 
de unidade sensorial (fibra aferente + receptor sensorial). O conjunto desses receptores 
pertencentes à mesma unidade é chamado de campo receptivo, quanto menor esse 
campo receptivo maior a precisão da sensibilidade do local e maior representação cortical 
essa área do corpo terá. 
 
 
A transmissão de sinal: Cada fibra aferente se ramifica gerando muitas ramificações que 
se distribuem por grande área dentro do grupamento de neurônios, fazendo sinapse com 
os dendritos ou corpos celulares. Os dendritos também se arborizam e se espalham por 
centenas de micrômetros dentro do grupamento. A área estimulada por cada neurônio 
aferente é chamado de campo estimulatório. 
. 
Para a excitação do neurônio pós-sináptico é necessáriaa descarga de vários neurônios 
pré-sináptico na fenda sináptica simultaneamente ou de formas repetidas. Quando uma 
fibra aferente possui terminais em alguns neurônios mas não consegue excita-lo, porém 
torna sua excitação facilitada chamamos de estímulo subliminar, e os neurônios estão em 
estado facilitado. (caso do neurônio 1 sobre os neurônios b e c). Já quando o neurônio tem 
terminações o bastante para provocar a excitação chama-se de estimulo supraliminar, pois 
ele está acima do limite de excitação, e o neurônio recebe um estímulo de excitação (o que 
ocorre no neurônio 1 sobre o a e em 2 sobre d). Tudo isso varia pelo número de ligações 
entre os neurônios. 
20 
Amanda Wernke 
 
Em uma área muito condensada, onde cara fibra nervosa aferente contribui com muitas 
ramificações terminais para centenas de neurônios de seu campo. Na porção central todos 
os neurônios são estimulados por fibras aferentes e essa área é chamada de zona de 
descarga, zona excitada ou zona limiar. Já na periferia os neurônios são facilitados mas 
não excitados, então é chamada de zona facilitada ou sublimiar. 
 
 
 
É preciso lembrar também que alguns neurônios inibem outros e todo o campo de 
terminações inibitórias é chamado de zona inibitória. 
 
Organização Hierárquica de uma via sensorial: 
 
Receptor sensorial -> Neurônio aferente primário -> Neurônio aferente secundário 
(geralmente é interneurônio) -> Neurônio Cortical 
21 
Amanda Wernke 
 
Pode ser que um neurônio primário se ligue a um secundário, vários primários se liguem a 
um secundário, ou um primário se ligue a vários secundário. Nesse caso se diz que 
ocorreu uma divergência de sinal. 
 
Divergência dos Sinais: 
 
Divergência Amplificadora (ou de amplificação): O sinal afarente se espalha por um 
número progressivamente maior de neurônios, à medida que passa por ordens sucessivas 
de neurônios no seu trajeto. É caraterístico em via corticoespinal, quando uma só célula 
piramidal do córtex motor é capaz de excitar um número suficiente de neurônios motores. 
Divergência em Múltiplos Tratos: O sinal é transmitido em suas direções, partindo do 
grupamento neural. Então nesse caso o neurônio tem alvos distintos com divergência de 
informação (cada informação vai para um lugar). 
 
Convergência dos Sinais: Convergência quer dizer que sinais de aferências múltiplas 
excitam um só neurônio. 
 
Convergência de Fonte Única: é quando múltiplos terminais de um trato de fibras aferentes 
terminam no mesmo neurônio. 
Convergência de Múltiplas Fontes: um neurônio recebe informações de vários tratos, e o 
sinal desses converge. Então, essa convergência permite a somação espacial de múltiplas 
fontes. 
 
 
Circuito Neural com Sinais Eferentes Tanto Excitatórios como Inibitórios: As vezes um sinal 
aferente gera um sinal excitatório eferente em uma direção e ao mesmo tempo um sinal 
inibitório em outra. Por exemplo, ao mesmo tempo que o sinal excitatório é transmitido a 
um grupo muscular um movimento de inibição é mandado para um outro grupo de 
músculos (músculos agonistas e antagonistas) . Ex: movimento de por a perna pra frente 
22 
Amanda Wernke 
excita os músculos do compartimento anterior e inibi os do posterior. Isso é chamado de 
circuito de inibição recíproca. 
 
 
 
Prolongamento de um Sinal por um Grupamento Neuronal 
 
Pós-descarga: Muitas vezes o sinal aferente para um grupamento provoca a descarga 
eferente prolongada, chamada de pós-descarga. 
 Pós-descarga Sináptica: é quando as sinapses excitatórias atuam sobre as 
superfícies dos dendritos ou do corpo celular, desenvolvendo-se o potencial elétrico 
que dura muitos milissegundos. Enquanto o potencial permanece ele pode continuar 
a excitar o neurônio, fazendo que transmita uma sequencia contínua de impulsos 
eferentes. Nesse caso o neurônio primário emite colaterais, e o estímulo chega em 3 
tempos diferente, uma vez que sempre apresenta-se dois colaterais. Então, vários 
neurônios de organização paralela estimulam uma saída em comum. O exemplo onde 
é usado é em tarefas que exigem sustentação por certo tempo depois do estímulo 
inicial (ação motora tônica). 
23 
Amanda Wernke 
 
 
 Circuito Reverberante: Nele ocorre uma retroalimentação (neurônio fornece estímulo 
para si próprio) positiva, por isso são usados como feedback positivo dentro do 
circuito neural, quando o estímulo retorna excitando novamente uma aferência. 
Então, uma vez estimulado o circuito pode descarregar-se repetidamente por longo 
período. Esse circuito mantém o estímulo por mais tempo, até que ocorra a fadiga ( 
pois falta neurotransmissores, possuindo uma resposta menos intensa). Exemplo que 
usa esse circuito são circuitos que controlam atividades rítmicas. 
 
Sentidos Especiais: Visão 
A visão é a percepção dos raios luminosos pelo sistema visual. Esse sistema possui como 
funções: localização espacial, medida de intensidade, discriminação das formas, detecção 
do movimento e visão a cores. 
O olho é o órgão da visão e é constituído por um sistema óptico que projeta a imagem real 
sobre a retina, sendo o bulbo do olho responsável por isso, e um sistema de suporte que 
desempenha funções de sustentação, atua na movimentação e alinhamento do olho, essa 
3 
1 
2 
24 
Amanda Wernke 
parte é formada pelas pálpebras, cílios e supercílios, aparelho lacrimal e músculos 
extrínsecos do olho. 
 
O bulbo do olho é formado por uma túnica fibrosa (esclera – parte branca do olho- + 
córnea – parte transparente-), uma túnica vascular – rica em melanócitos que conseguem 
secretar melanina e é ela que impede a difusão dos raios luminosos, no caso não 
permitem que os raios luminosos que já passaram voltem para a retina, a vitamina A 
também está nessa região e também evita a difusão dos raios para a retina- (corióide + 
corpo ciliar + íris) e a retina – não é contínua com o fundo do olho, a parte que não é 
contínua é chamada de disco óptico e da inicio ao nervo óptico, é esse o local chamado de 
ponto cego-. 
Retina: 
A retina se dispõe em camadas, de fora para dentro têm-se: camada pigmentar, camada 
de bastonetes e cones que se projetam para a camada pigmentar, camada nuclear externa 
contendo os corpos celulares dos bastonetes e cones, camada plexiforme externa, camada 
nuclear interna, camada plexiforme interna, camada ganglionar, camada de fibras do nervo 
óptico e membrana limitante interna. A luz após passar os líquidos do olho chega à retina 
pela sua parte mais interna do olho, o que quer dizer que ela atravessa primeiro as células 
ganglionares e depois as plexiforme (bipolares) e nuclear, para então chegar nos cones e 
bastonetes. Isso causa um pouco de perda da acuidade visual, e a fóvea da retina tem 
suas camadas internas deslocadas para o lado e diminui essa perda. A fóvea central é 
composta quase inteiramente por cones que auxiliam na detecção de detalhes na imagem. 
Assim como as células internas as demais células e os vasos sanguíneos são todos 
deslocados em vez de repousarem diretamente sobre o topo dos cones. 
A retina possui 5 camadas com tipos celulares diferentes e são eles: a camada mais 
interna é onde estão os fotorreceptores, a camada bipolar, camada ganglionar, células 
horizontais que intercalam fotorreceptores e bipolares e elas estabelecem sinapse entre as 
25 
Amanda Wernke 
duas células, e a camada amácrina que estabelece contato entre células bipolares e 
ganglionares ou amácrina e amácrina. 
Cones e Bastonetes: Os cones possuem o seu segmento externo com formato cônico e os 
bastonetes são mais estreitos e mais longos. Eles possuem segmentos funcionais, e são 
eles: segmento externo, segmento interno, núcleo e corpo sináptico. As substâncias 
fotossensíveis são localizadas no segmento externo, é o segmento externo que capta o 
sódio e se mantém em estado despolarizado, no bastonete a substancia é a rodopsina 
(opsina: escotopsina + retinal) e nos cones são pigmentos coloridos ou fotopsinas (opsina 
+ retinal). O segmento interno tem papelessencial no fornecimento de energia, uma vez 
que é onde estão o citoplasma e as organelas citoplasmáticas, é no seguimento interno 
também onde ocorre a hiperpolarização (joga sódio para fora já que o estímulo fecha os 
canais) com a energia luminosa, pois sem essa energia ele se apresenta despolarizado. 
 
 
 
 
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Amanda Wernke 
O corpo sináptico é a parte doo bastonete ou do cone que se liga as células neuronais 
subsequentes, as células horizontais e bipolares. 
A camada pigmentada é rica em melanina e é muito importante pois impede a reflexão da 
luz, contribuindo para a nitidez. Essa camada também armazena grandes quantidades de 
vitamina A, e ela é precursora das substâncias fotossensíveis dos cones e bastonetes. 
Suprimentos Sanguíneos: O suprimento das camadas internas é derivado da artéria central 
da retina que entra no globo ocular pelo centro nervoso óptico e depois divide para suprir 
toda superfície da retina interna. Então o suprimento da camada interna do olho é próprio e 
não depende de outras estruturas. A camada mais externa é aderente à coroide, por isso 
sua vascularização depende da difusão dos vasos da coroide. 
Fototransdução: 
Na fototransdução primeiramente a luz é absorvida pela rodopsina, causando fotoativação 
dos elétrons, na porção retinal, em seguida a rodopsina ativada estimula a proteína G, 
denominada transducina, que ativa a fosfodiesterase no GMPc, essa enzima catalisa a 
quebra do GMPc em 5’-GMPc e a redução do GMPc fecha os canais dependentes de 
GMPc e reduz a corrente de influxo do sódio. Os íons sódio continuam a ser bombeados 
para fora através da membrana do segmento interno. Desse modo, mais íons saem dos 
bastonetes do que entram e como são íons positivos, sua perda causa a hiperpolarização, 
quanto maior a energia absorvida, maior a eletronegatividade. Isso causa resposta nos 
elementos neurais da retina. 
No repouso não há ativação de rodopsina e a permeabilidade do sódio é alta pois o GMPc 
está aumentado o que mantém os canais abertos. 
 
Regulação da Sensibilidade da Retina – Adaptação à Luz e ao Escuro 
Na luz, as substâncias fotoquímicas nos bastonetes e cones terão sino reduzidas a retinal 
e opsinas, e grande parte do retinal é convertido em vitamina A. Isso quer dizer que as 
substâncias fotossensíveis são reduzidas nos fotorreceptores. 
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Amanda Wernke 
No escuro, o retinal e as opsinas são convertidos de volta à pigmentos fotossensíveis, e a 
vitamina A é convertida em retinal para aumentar a quantidade de substâncias 
fotossensíveis. A imagem abaixo mostra a adaptação ao escuro. 
 
Outras formas de adaptação do olho é a alteração do diâmetro pupilar e a adaptação 
neural isso quer dizer que quando a intensidade da luz aumenta os sinais transmitidos 
pelas células bipolares, horizontais, amácrinas e ganglionares são todos mais intensos, 
mas diminuem rapidamente em diferentes estágios da transmissão. 
Visão Cromática: 
O olho humano consegue detectar quase todas as graduações de cores, quando apenas 
luzes monocromáticas vermelhas, verdes e azuis são apropriadamente misturadas em 
diferentes combinações. Então existem três tipos de cones, um para cada tipo de 
pigmento, mas os cones de um tipo podem ser em parte estimulados por outra cor. A 
estimulação aproximadamente igual dos cones vermelhos, verdes e azuis da a sensação 
de ver o branco. 
 
Se algum tipo de cone estiver faltando, a pessoa tem cegueira para algumas cores, como 
por exemplo, cegueira para vermelho-verde no qual a pessoa é imcapaz de distinguir o 
vermelho do verde. A relação de substâncias fotossensíveis é diferente para cones e 
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Amanda Wernke 
bastonetes, sendo que tem-se 1 substância fotossensível para bastonetes e 3 pra os 
cones. 
Mácula Lútea e Fóvea da Retina 
A mácula lútea é a região altamente repleta de cones, e o seu centro é o local onde os 
cones estão ainda mais presentes, essa região é chamada de fóvea. A região de periferia 
tem mais bastonetes. 
Os bastonetes promovem a visão escotópica, que é a visão de pouca luz. Já os cones 
promovem a visão fotópica, que é a visão de muita luz. 
Considerações Clínicas: 
 
 
 
 
Lente e Câmaras do Bulbo Ocular 
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Amanda Wernke 
A lente do olho é o cristalino e está relacionado a focalização da imagem, o que facilita a 
visão nítida. E as câmaras do olho transmitem e refratam a luz para a retina. Os líquidos 
presentes nessas câmaras são: o aquoso na câmara anterior e o vítreo na posterior. O 
humor aquoso é formado constantemente, e é escoada pelo canal de Schlemm, quando há 
um boqueio desse canal há um acúmulo desse líquido que causa o aumento da pressão 
intraocular, essa pressão comprime as células nervosas da retina que por falta de nutrição 
morrem, esse quadro é chamado de glaucoma. 
Vias Neurais da Visão 
Inicialmente é necessário saber que a retina é subdividida em duas: a retina nasal e 
temporal. As fibras saem da retina pelo nervo óptico e no quiasma óptico as fibras nasais 
se cruzam para o lado oposto, formando o trato óptico que faz sinapse no núcleo 
geniculado lateral do tálamo e então as fibras gênico-calcarinas se projetam por meio da 
radiação óptica para o córtex visual. 
Além disso, as fibras podem se projetar para outras regiões do cérebro, como: 
 Do quiasma óptico ir para os núcleos supraquiasmáticos do hipotálamo, e controlar 
os ritmos circadianos. 
 Para os núcleos pré-tectais do mesencéfalo para desencadear os movimentos 
reflexos do olho (reflexo pupilar e acomodação) 
 Para o colículo superior, para controlar movimentos direcionais rápidos dos dois 
olhos (controle dos músculos extrínsecos do olho e movimento bilateral). 
 Para o núcleo geniculado lateral para controlar funções de comportamento do corpo. 
 
 
Vias neuronais: 
A via On é responsável por uma imágem nítida, enquanto a OF por uma imágem 
embaçada. 
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Outro ponto relevante é que: a parte temporal da retina capta o campo visual nasal, e a 
parte nasal, capta o campo visual temporal. Então, por exemplo, se houver uma lesão no 
nervo óptico esquerdo, perde-se a visão total dos dois lados da retina, mas se a lesão for 
ao meio do quiasma óptico, os olhos esquerdo e direito perderão seus campos visuais 
temporais, já que as fibras lesadas são as nasais. Caso a lesão seja depois do quiasma, 
antes de chegar ao córtex, por exemplo do lado esquerdo, a lesão será no campo visual 
nasal esquerdo e temporal direito, pois as fibras lesadas são as temporais esquerdas e 
nasais direitas. 
Mais um ponto a ser lembrado é que só ocorre cegueira total quando houver uma lesão 
bilateral das áreas primárias do cérebro, pois há fibras dos dois olhos chegando em cada 
lado do córtex, uma vez que ocorre cruzamento das mesmas no quiasma. 
 
 Sentidos Especiais: Audição 
O som é a impressão audível da diferença de pressão do ar, que é uma impressão 
fisiológica das ondas sonoras (vibrações periódicas do ar). 
A frequência do som é a quantidade de ciclos completos (vibrações) de uma onda sonora, 
que ocorrem num período de 1 segundo, e é expressa em Hertz (Hz). Essa frequência 
distingue se um som é agudo ou grave. Sons abaixo de 1000 Hz são considerados graves 
(sons de baixa frequência), e acima, agudos (sons de alta frequência). 
Anatomia da Orelha: A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo e o meato acústico 
externo, e eles possuem função de conduzir do som até o tímpano que está na transição 
entre as orelhas externa e média. Na orelha média estão os ossículos a tuba auditiva, 
sendo que essa possui função de regulação da pressão, e os ossículos de transmissão e 
amplificação do som que chega a janela oval da cóclea que pertence a orelha interna, 
assim como o labirinto. 
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Orelha Média: 
A membrana timpânica recebe o som e vibra, o cabo do martelo está ligada a essa 
membrana, esse local é tracionado pelo músculo tensor do tímpano, que mantem a 
membrana tensionada, o que permiteque qualquer região do tímpano que vibre seja 
transmitida ao martelo, esse se articula com a bigorna que está articulada com a base do 
estribo. O estribo empurra a janela oval que está na orelha interna. Todo esse sistema 
serve para que ocorra um aumento da força de movimento que vai ser exercido sobre a 
janela oval. Isso é importante pois o liquido tem uma inercia maior que a do ar, e a força 
para movimentar o líquido coclear é maior que a força que a onda sonora precisa para 
trafegar no ar. Então, a membrana timpânica e os ossículos formam um sistema de 
equalização da impedância. 
Os ossículos possuem músculos que se ligam a eles, sendo esses o músculo tensor do 
tímpano, ligado ao martelo e o estapédio, ligado ao estribo. Eles são importantes como 
mecanismo de proteção, uma vez que a contração do tensor do tímpano puxa o martelo 
para dentro e o estapédio empurra o estribo para fora, afastando os ossículos e fazendo a 
atenuação do som em frequências muito altas que gerariam vibrações muito intensas, esse 
mecanismo não funciona, entretanto, em sons agudos abruptos. Esse reflexo também 
permite que se ignore alguns sons ambientes de poluição sonora. O músculo tensor do 
tímpano é inervado pelo nervo mandibular e o estapédio pelo nervo facial. 
Orelha Interna: 
O labirinto membranáceo é preenchido com endolinfa, enquanto o labirinto ósseo é 
circundado por perilinfa. O labirinto membranáceo é dividido em ducto coclear, responsável 
pela audição, e em complexo vestibular, responsável pelo equilíbrio, nele estão inclusos os 
canais semicirculares e o utrículo e o sáculo. 
O labirinto ósseo possui o vestíbulo, onde estão o sáculo e o utrículo; os canais 
semicirculares onde estão as ampolas. Esses dois são locais de origem dos axônios do 
nervo vestibular que vai formar o nervo vestibulococlear. Por isso no nervo vestibular 
existem três tipos de axônios: os sacrulares, os utriculares e os ampolares ; e ainda a 
cóclea que possui um ducto coclear que divide em dois labirintos ósseos, acima, onde está 
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a rampa vestibular e abaixo onde está a rampa do tímpano. Essas três cavidades são 
isoladas e a única ligação se dá pelo helicotrema. 
Cóclea: possui três partes – a rampa vestibular, a rampa do tímpano ( essas duas 
possuem perilinfa em seu interior) e o ducto coclear (que possui endolinfa em seu interior, 
essa rica em íons potássio). A rampa vestibular e o ducto coclear são separados pela 
membrana de Reissner. A rampa timpânica e o ducto coclear são separados pela 
membrana basilar. E na superfície da membrana basilar estão os orgões de corti que 
contém células ciliadas que são eletricamente sensíveis, que fazem sinapse com os 
axônios sensitivos e motores do nervo vestibulococlear. Dessas células ciliadas, as 
internas fazem sinapse com os axônios motores e estão em uma proporção de 3 para 1 
interna que faz sinapse com neurônios sensitivos. Nota-se que mesmo as internas 
apresentando-se em menor quantidade são as principais, pois o nervo é 
predominantemente sensitivo. 
A excitação das células ciliadas: Acima dos estereocílios existe uma membrana chamada 
de tectória, essa membrana quando se movimenta causa o movimento dos estereocílios. A 
curvatura dos cílios em sua direção despolariza as células ciliadas, e a curvatura em 
direção oposta hiperpolariza. Isso excita as fibras nervosas auditivas que fazem sinapse 
com suas bases. Cada célula ciliada possui cerca de 100 estereocílios na sua borda apical, 
e eles ficam mais longos no lado da célula, e são chamados de cinetocílios. Sempre que 
os estereocílios se curvam em direção aos cinetocílios causam a transdução mecânica que 
abre muitos canais condutores de cátions, permitindo o movimento dos íons potássio para 
o interior do líquido do ducto coclear, e a abertura dos canais de cálcio, acarretando a 
despolarização da membrana das células ciliadas. Acredita-se que um neurotransmissor 
de ação rápida seja liberado durante a despolarização, sendo provavelmente o glutamato. 
Se o movimento dos estereocílios for contra o cinetocílio, ocorre uma hiperpolarização, 
pois não há abertura dos canais de cálcio e não há liberação de neurotransmissor. 
 
 
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Amanda Wernke 
 
 
Condução do som: O som entra na rampa vestibular pela janela oval, o movimento dessa 
janela faz com que o líquido se movimente para frente pela rampas vestibular e ducto 
coclear, e o movimento pra trás faz o líquido se mover para trás. Essa movimentação 
passa pelo helicotrema chegando até a rampa do tímpano onde está a membrana basilar e 
os órgãos de corti. Na rampa do tímpano existe a janela redonda que também sofre 
abaulamento quando a onda está passando pelo líquido. 
 
Vias Auditivas: As fibras nervosas do gânglio espinal de Corti entram nos núcleos 
cocleares dorsal e ventral, localizados no bulbo, onde as fibras fazem sinapse com o 
neurônio secundário, as fibras vão para o núcleo olivar superior e lá passam na maior parte 
para o lado oposto do tronco cerebral para terminar, então a maioria das fibras sofre 
decussação, mas não todas, pois algumas não passam pelas olivas . Do núcleo olivar 
superior as fibras ascendem pelo lemnisco lateral, algumas ficam no local e outras vão 
para o colículo inferior onde fazem sinapse e a via passa para o núcleo geniculado medial, 
onde novamente todas as fibras fazem sinapse. Por fim as fibras seguem por meio da 
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Amanda Wernke 
radiação auditiva para o córtex auditivo localizado no giro superior do lobo temporal. Nota-
se que a predominância da via é colateral. 
 
 
Correlação clínica: Geralmente está relacionada as células ciliadas internas, pois 
dificilmente as externas causam surdez. Os tipos de surdez podem ser: de condução, 
quando há um bloqueio na via que leva o som até a cóclea, que pode ser causada por 
acumulo de cerume, osteoclerose(acumulo de osso), lesão do tímpano ou envelhecimento. 
Ou neurossensorial, que é quando há problemas na via que leva a informação ao cérebro 
(nervo coclear) ou na cóclea, essa pode ser causada por aterosclerose, uso de antibióticos 
ou exposição contínua a sons altos. 
 
Sentidos Especiais: Gustação 
A gustação é função principalmente dos botões gustatórios, mas a olgação também 
contribui muito para o paladar, assim como os sensores de tato que identificam a textura 
do alimento ou as terminações dolorosas que são estimuladas por alimentos como a 
pimenta. O paladar permite a pessoa selecionar substâncias específicas de acordo com 
seus desejos e frequentemente de acordo com suas necessidades metabólicas. 
As sensações primárias da gustação são: doce, amargo, salgado, ácido e umami 
(glutamato). A cegueira gustativa é quando a pessoa é cega para determinado gosto. 
Botão Gustatório: 
É composto por cerca de 50 células diferentes, algumas são de suporte, chamadas de 
células de sustentação. Outras são células gustatórias, que são continuamente 
substituídas por divisão mitótica, a célula que ainda não está madura é chamada de célula 
basal. As células gustatórias duram em média 10 dias. No ápice dessas células estão os 
pelos gustatórios que se projetam para fora do poro gustatório e ficam na cavidade bucal, 
sendo a parte receptora do gosto. 
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Amanda Wernke 
Os botões gustatórios são encontrados em três tipos de papilas da língua: nas papilas 
circunvaladas, nas foliadas e nas fungiformes. Alguns botões são encontrados também no 
palato, tonsilas, epiglote e até mesmo no esôfago proximal. 
Mecanismo de Estimulação: 
As células gustatórias possuem potencial negativo no seu interior e a aplicação de 
substâncias nos pelos gustatórios causa a despolarização. Essa mudança do potencial é 
chamada de potencial receptor para a gustação. A interação da substância resulta na 
abertura dos canais iônicos que permitem entrada de sódio e hidrogênio, então a 
substância estimulatória é deslocada da vilosidade gustatória pela saliva e remove o 
estímulo. Isso faz com que aumente as descargas nervosas das fibrasnervosas, que se 
originam nos botões gustatórios que aumenta até um pico e depois se adapta. Por isso o 
nervo gustatório transmite um sinal forte e imediato e depois um continuo mais fraco que 
permanece até o estímulo ser retirado. 
Transmissão do Sinal para o SNC: 
A sensibilidade dos 2/3 anteriores da língua passam inicialmente pelo nervo facial (nervo 
lingual e depois para o nervo corda do tímpano) e por fim se dirige ao trato solitário, no 
bulbo. As sensações do 1/3 posterior da língua e outras regiões de boca e garganta são 
transmitidas pelo nervo glossofaríngeo para o trato solitário em uma região mais posterior. 
E as sensações de base da língua e outras regiões de faringe são transmitidas pelo nervo 
vago ao trato solitário. No trato solitário esses neurônios fazem sinapse e vão para os 
núcleos do tálamo, onde neurônios de terceira ordem se projetam para a região inferior do 
giro pós-central do córtex parietal. 
Do trato solitário alguns sinais gustatórios são transmitidos para o tronco cerebral, para os 
núcleos salivares superior e inferior, os quais transmitem sinais paras as glândulas 
submandibular, sublingual e parótidas, auxiliando no controle da saliva. 
Sentidos Especiais: Olfação 
A olfação é um dos sentidos menos compreendidos. 
Membrana Olfatória: 
Situa-se na parte superior de cada narina. Medialmente se invagina ao longo da superfície 
do septo superior e lateralmente se dobra sobre a concha nasal. 
 
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Amanda Wernke 
As células olfatórias são as células receptoras da olfação, que na realidade são neurônios 
bipolares, intercaladas à elas estão as células de sustentação e na superfície apical as 
células olfatórias formam botões que se projetam em pelos olfatórios, são esses pelos ou 
cílios que recebem os odores presentes no ar que estimulam as celulas olfatórias. Além 
dessas ainda existem as células basais, e as glândulas de Bowman que secreta muco. 
Estimulação das Células Olfatórias: 
A porção que responde ao estímulo químico é o cílio olfatório. Em seguida, a substância se 
liga a uma proteína receptora da membrana de cada cílio, a porção intracelular da proteína 
receptora é acoplada a uma proteína G que é formada por combinações de três 
subunidades, e quando o receptor é estimulado a subunidade alfa se separa do restante 
da proteína G e ativa a adenilil ciclase, essa converte o ATP em AMPc que ativa a 
membrana próxima, o canal iônico de sódio, o qual se abre e permite a entrada de sódio 
aumentando o potencial intracelular, isso excita o nervo olfatório e transmite os potenciais 
de ação para o SNC. Essa forma de ativação permite que mesmo pequenas 
concentrações de substância odorante seja amplificada e percebida. 
As substâncias odorantes devem ser voláteis, pelo menos hidrossolúveis e ligeiramente 
lipossolúvel. 
Vias Olfatórias: 
As células olfatórias estão nos forames cribriformes do osso etmoidal, e a abertura interna 
desses forames se dá abaixo do bulbo olfatório. Então as fibras nervosas olfatórias de 
projetam do bulbo olfatório. No bulbo estão os glomérulos que recebem as células 
olfatórias. Nos glomérulos estão as células mitrais que fazem sinapse com as células 
olfatórias e enviam axônios para o trato optico. 
Existem 3 vias olfatórias: 
 Área Olfatória Medial – Via muito antiga: Consiste em grupos de núcleos localizados 
na porção mediobasal do encéfalo. Imediatamente anterior ao hipotálamo, como os 
núcleos septais. É responsável por respostas primitivas como lamber os lábios e 
salivação. 
 Área Olfatória Lateral – Via menos antiga: composta pela porção cortical do núcleo 
amigdalóide. Atinge áreas do sistema limbico como o hipocampo e córtex piriforme, 
que está relacionado ao aprendizado de gostar ou não de certos alimentos. Nessa 
área os sinais passam direto para o córtex, sem passar pelo tálamo. 
 Via Recente: Passa pelo tálamo, para o núcleo talâmico dorsomedial e então para o 
quadrante posterolateral do córtex orbitofrontal. Auxilia na análise consciente do 
odor. 
 Sensações Somáticas: Tato e Posição 
São os mecanismos neurais responsáveis pela aquisição de informações sensoriais do 
que passa em todo o corpo. 
Classificação das sensações somáticas: 
 Sensações somáticas mecanorreceptivas – incluem as sensações de tato e posição 
do corpo, cujo estímulo se dá por um deslocamento mecânico de algum tecido do 
corpo. 
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Amanda Wernke 
 Sensações termorreceptivas – detectam frio e calor. 
 Sensação de dor – é ativada por fatores que lesionam tecidos. 
Codificação do local das sensações: 
 Sensações exterorreceptivas: que são provenientes da superfície do corpo. 
 Sensações proprioceptivas: que são relacionadas com o estado físico do corpo, 
incluindo as sensações de posição, sensações provenientes dos tendões e dos 
músculos, sensação de pressão na sola do pé e até mesmo sensação de equilíbrio. 
 Sensações viscerais que são provenientes das vísceras, essa expressão se refere a 
sensações dos órgãos internos. 
Sentidos Somáticos Mecanorreceptivos Táteis: 
Tato, vibração e pressão são detectados pelos mesmos tipos de receptores. O tato é 
resultado da estimulação dos receptores que estão na pele ou em tecidos imediatamente 
abaixo dela. A sensação de pressão resulta da deformação dos tecido mais profundo e a 
sensação de vibração é resultado da ocorrência de sinais sensoriais respectivos e rápidos, 
porém são usados alguns tipos de receptores para o tato e pressão. 
Os Receptores Táteis: Existem pelo menos seis tipos desses receptores: 
 Terminações nervosas livres – presentes em toda a pele, detectam tato e pressão. 
São de adaptação lenta e podem ser termo, noci ou termorreceptores ou ainda 
mecanorreceptores. Utilizam fibras do tipo Aδ. 
 Corpúsculo de Meissner – Possuem fibras do tipo Aβ, com grande diâmetro 
mielinizada, é alongada e encapsulada. Estão presentes na pele glabra, 
principalmente na ponta dos dedos e lábios. São fibras de adaptação rápida e 
utilizadas no tato e pressão. 
 Corpúsculo de Merkel – presente em pele com pelos, esses receptores produzem 
um sinal inicialmente forte e depois se adaptam parcialmente, o que é considerado 
uma adaptação lenta, por isso permitem perceber o toque contínuo sobre a pele. 
São inervados por fibras mielinizadas e grossas (tipo Aβ). Eles são frequentemente 
agrupados no órgão receptor chamado de receptor em cápsula de Iggo. As fibras 
desses receptores são convergentes, e eles geralmente estão em locais com 
elevação. 
 Órgão terminal do pelo – leve movimento de qualquer pelo do corpo estimula essas 
fibras nervosas que ficam na parte basal do pelo. São receptores de adaptação 
rápida. 
 Corpúsculo de Ruffini – estão localizados nas camadas mais profundas da pele e 
nos tecidos internos, são encapsuladas com adaptação lenta, importantes na 
sinalização do tato e pressão intensos e prolongados, são encontrados também nas 
cápsulas articulares e ajudam a sinalizar o grau de rotação articular. Também é 
importante para detectar estiramento de pele. 
 Corpúsculos de Pacini – situam-se imediatamente abaixo da pele, e profundamente 
nos tecidos das fáscias, são estimulados pela compressão local rápida dos tecidos, 
e possuem adaptação rápida, são importantes na detecção da vibração e pressão 
profunda. 
Vias Sensoriais para a Transmissão dos Sinais: 
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Amanda Wernke 
Quase todas as informações sensoriais dos segmentos somáticos entram na medula pelas 
raízes dorsais e até o encéfalo podem seguir duas vias: 
Sistema das Colunas Dorsais – Leminisco Medial: transmite sinais ascendentes até o 
bulbo, principalmente pelas colunas dorsais da medula espinal, em seguida essas fibras 
fazem sinapse e se cruzam para o lado oposto no bulbo, seguem pelo tronco cerebral até o 
tálamo pelo lemnisco medial. 
Esse sistema conduz as informações que precisam ser transmitidas rapidamente e com 
fidelidade temporal e espacial, como a sensação de tato, vibração, sensações que 
sinalizam movimento sobre a pele,

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