Buscar

FINALIZADO estágio primeiros socorros

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO FACVEST-UNIFACVEST
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
CAROLINA TRINDADE MIRANDA
	
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
“ESTÁGIO ONLINE”
RESOLUÇÃO EQUIPE MULTIDISCIPLINAR Nº 002, DE 01 DE JUNHO DE 2020
Primeiros socorros para professores no ambiente escolar
Rio das Ostras
2020
CAROLINA TRINDADE MIRANDA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
Relatório apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia, para demonstrar as atividades de Estágio Curricular Supervisionado primeiros socorros para professores no ambiente escolar.
		
Rio das Ostras
2020
SUMÁRIO
 
1	INTRODUÇÃO	4
2	APRESENTAÇÃO	4
3	ATIVIDADES E RECURSOS DE MATERIAIS/TECNOLOGICO	4
4	CONCLUSÃO	4
REFERÊNCIAS	5
1. INTRODUÇÃO
O estágio curricular obrigatório I, é pré-requisito a para a obtenção do diploma do curso de licenciatura em pedagogia. Tem como propósito conhecer a prática da atuação docente. O tema proposto é primeiros socorros para professores no ambiente escolar, tendo em vista a Lei 13.722, conhecida também como Lei Lucas, que entrou em vigor obrigando o treinamento de todos os profissionais da educação nas técnicas de primeiros socorros. 
Durante o período de isolamento social imposto para prevenção do contágio pela novo coronavírus, as aulas nas escolas foram suspensas e a realização do estágio precisou ser em formato adaptado. 
O objetivo de qualquer estágio é o contato com a prática profissional, com o cotidiano, quando se pode experimentar o que foi aprendido na teoria com a supervisão de profissionais experientes. 
Dessa forma optei pela realização de entrevistas com professores sobre primeiros socorros para professores no ambiente escolar.
 
2. APRESENTAÇÃO
Em 2012 um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde no Brasil mostrou que os acidentes infantis são um grave problema de saúde pública e matam mais do que doenças e violência doméstica. Fez-se necessário repensar leis, programas e projetos que mudassem essa realidade, uma vez que 90% dos acidentes relatados poderiam ter sido evitados com medidas relativamente simples e conscientização.
De acordo com a OMS acidente é “um acontecimento fortuito, geralmente danoso ou ainda como um acontecimento independente da vontade humana provocado por uma força exterior que atua rapidamente e que se manifesta por um dano corporal ou mental (lesão)".
A prevenção de uma lesão pode se dar e três momentos: intervenção preventiva (eliminação da situação/objeto/fator de risco), intervenção para minimizar a severidade (utilização de EPI´s, por exemplo) e intervenção de tratamento (primeiros socorros, atendimento especializado e reabilitação). 
As primeiras ações diante de uma emergência são determinantes para o sucesso de um atendimento médico profissional. Portanto, qualquer pessoa pode prestar os primeiros socorros e essas ações são determinantes.
De acordo com o Manual de Primeiros Socorros da Fiocruz `primeiros socorros´ podem ser definidos como sendo “os cuidados imediatos que devem ser prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a chegada de assistência qualificada”. 
Dados da pesquisa de 2006 feita pelo Ministério da Saúde revelam os números e as causas dos acidentes com crianças (0 e 9 anos) e adolescentes (10 a 19 anos) no Brasil. A análise desses dados demonstra que os acidentes podem ocorrer em ambientes diversos, além da casa, nos parques, clubes, creches e escolas. Ressalto esses dois últimos espaços – creches e escolas – como espaços de intensa frequência, aglomeração, e, principalmente, onde as crianças estão desassistidas de seus pais, sob a responsabilidade de adultos que não tem conhecimento de suas especificidades, e são responsáveis por várias crianças ao mesmo tempo.Fonte: SIM/SVS/MS – excluídos óbitos com idade ignorada e/ou causas externas indeterminadas 
Tabela: Mortalidade proporcional entre crianças (0 – 9 anos) segundo causa externas e faixa etária. Brasil, 2006.
Tabela: Mortalidade proporcional entre crianças (10 – 19 anos) segundo causa externas e faixa etária. Brasil, 2006.
 
Fonte: SIM/SVS/MS – excluídos óbitos com idade ignorada e/ou causas externas indeterminadas 
A lei Lucas (lei 13.722/18)
Em setembro de 2017, Lucas Begalli Zamora, de 10 anos, morreu ao se engasgar com um lanche durante um passeio escolar em Campinas (SP). Para enfrentar situações como essa o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei 9468/18, conhecida como Lei Lucas.
Promulgada em 04 de outubro de 2018, a lei Lucas obriga as escolas, públicas e privadas, de educação infantil e básica a fazerem curso de capacitação de professores e funcionários em noções básicas de primeiros socorros. Essa obrigação vale também para estabelecimentos de recreação infantil a partir de março de 2019.
Diferenças anatômicas entre adultos e crianças
A criança apresenta especificidades no decorrer de seu desenvolvimento, ou seja, a criança não é um adulto em miniatura. É importante conhecer e considerar essas especificidades em razão de justificar decisões e ações quando cuidamos de crianças.
A operacionalização dos grupos etários em idade pediátrica não é consensual. A divisão pode apresentar pequenas diferenças em função dos critérios adotados ou objetivos pretendidos. 
O Ministério da Saúde adota a classificação da OMS para determinar as faixas etárias, onde do nascimento aos 9 anos de idade é criança e adolescente dos 10 aos 19 anos. 
Crânio Adulto
Crânio Infantil
Frequência Cardíaca Normal:
· Bebês de menos de 1 ano: 100 a 160 batimentos por minuto.
· Crianças de 1 a 10 anos: 70 a 120 batimentos por minuto.
· Crianças de mais de 10 anos e adultos: 60 a 100 batimentos por minuto
Frequência Respiratória Normal:
· Recém-nascidos: 44 respirações por minuto.
· Bebês: 20 a 40 respirações por minuto.
· Crianças em idade pré-escolar: 20 a 30 respirações por minuto.
· Crianças mais velhas: 16 a 25 batimentos por minuto
3. CONCLUSÃO
A partir dessa demonstração básica de como existem significativas diferenças anatômicas entre as diferentes etapas do desenvolvimento humano, é possível perceber a importância do conhecimento específico para realização do primeiro socorro em vítimas de acidentes e males súbitos.
Iniciativas como a lei Lucas têm a possibilidade de atuarem como preventivas, pois ao levarem o tema e o treinamento aos profissionais que cotidianamente estão em contato com grupos mais vulneráveis (crianças e adolescentes) fazem nascer um novo olhar sobre o que são situações e condições de risco/segurança que serão passadas aos pais e às crianças, trazendo mais consciência de prevenção.
4. ANEXOS
Entrevista1
E. S. V. 37 anos. É professora da Educação Infantil há 9 anos, no segundo Distrito de Cabo Frio (Tamoios/RJ), iniciativa pública.
C.T.M.: O que você conhece de primeiros socorros?
E.S.V.: Onde eu trabalhava as professoras não acompanhavam as crianças no parquinho, que é o lugar onde eles mais se machucam. Mas quando acontecia uma queda, de imediato, coloca-se gelo, no caso de ralar a gente lava com água e sabão, coloca soro fisiológico. Caso seja algo mais grave a gente sempre espera os pais chegarem porque funcionário não pode medicar. Inclusive criança em tratamento com remédio a orientação é para que não vá à escola.
C.T.M.: Você já precisou socorrer urgência no trabalho, com criança ou funcionário?
E.S.V.: Já vi criança desmaiando de fome, já vi criança caindo do escorrega e batendo de rosto. Ralou o rosto. Lavamos e ficamos com a criança no colo até a mãe chegar, ela chegou no fim do dia, porque não conseguimos fazer contato. Eu estava sozinha com a turma e precisei deixar essa criança na secretaria.
C.T.M.: O que você julga que poderia melhorar?
E.S.V.: Eu acho que deveria ter um profissional da área, um enfermeiro ou um técnico, que trabalhasse dentroda escola, para prestar os primeiros socorros. Eu, pessoalmente, sou muito despreparada. Imagina um caso de fratura por exemplo? 
C.T.M.: Você conhece a lei 13.722, que se chama Lei Lucas?
Diante da negativa da entrevistada foi explicada a lei Lucas, em seguida a pergunta “O que você acha então dos próprios profissionais serem treinados para prestarem os primeiros socorros?”
E.S.V.: Eu acho muito importante. Conheço uma criança que se engasgou logo na entrada na escola e a escola precisou levar para a UPA, a escola não pode fazer isso, mas não conseguiram fazer contato com os pais então não tiveram alternativa.
Entrevista2
B.A.C.C 21 anos. É professora da educação infantil há 2 anos, atuou com crianças de dois a seis anos. Na cidade de Macaé (RJ), na iniciativa privada.
C.T.M.: O que você conhece de primeiros socorros?
B.A.C.C.: Eu conheço bastante. A escola disponibilizava treinamento a cada 3 meses. Eu entrei em 2018 e desde então faço esses cursos.
C.T.M.: Você já precisou socorrer urgência no trabalho, com criança ou funcionário?
B.A.C.C.: Sim. Um menino surdo (3 anos) engasgou com uma folha de louro no almoço da escola. A outra professora precisou fazer a tapotagem. Foi horrível, muito nervosismo, porque também tinham todas as outras crianças no refeitório e precisamos lidar com isso também. Mas a criança foi salva. Primeiros socorros também inclui a questão logística, uma escola é muito dinâmica e interligada, o entorno precisa ser considerado na hora do socorro, seja refeitório, sala de aula, parquinho, pátio etc. sempre tem outras crianças perto.
Além de acidente têm também as doenças preexistentes. Certa vez socorremos uma menina (8 anos) em crise epilética tendo convulsões. Ela foi levada ao refeitório para os primeiros socorros e as outras crianças precisaram ser evacuadas.
C.T.M.: A escola sabia que ela era epilética?
B.A.C.C.: A direção sabia e havia passado para a professora, mas no momento da crise ela estava com uma auxiliar (no turno do extraclasse) que não sabia da doença dela, mas ela foi socorrida e aguardou a mãe chegar para buscar.
C.T.M.: o que você acha que poderia melhorar nessas situações?
B.A.C.C.: Eu acho que a comunicação entre os pais e os profissionais da escola e também dos profissionais com os pais caso aconteça alguma coisa. Essa menina por exemplo, estava sem remédio nesse dia e por isso teve a crise, depois soubemos disso. Além disso, ela demorou muito para chegar e buscar a menina, se houvesse uma coparticipação seria melhor para a saúde das crianças. 
C.T.M.: Você conhece a lei 13.722, que se chama Lei Lucas?
Diante da negativa da entrevistada foi explicada a lei Lucas, em seguida a pergunta “O que você acha então dos próprios profissionais serem treinados para prestarem os primeiros socorros?”
B.A.C.C.: Acho bacana, quando não temos conhecimento ficamos desesperados e corre o risco de fazermos alguma besteira e atrapalharmos até o atendimento médico posterior. Nessa escola todos são obrigados a fazer, dos donos até os funcionários da limpeza.
REFERÊNCIAS
Brasil, Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. FIOCRUZ. Vice-Presidência de Serviços de Referência e Ambiente. Núcleo de Biossegurança. NUBio. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz, 2003.
Brasil. Diário Oficial da União - Seção 1 - 5/10/2018, Página 2 (Publicação Original). LEI Nº 13.722, DE 4 DE OUTUBRO DE 2018. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2018/lei-13722-4-outubro-2018-787220-publicacaooriginal-156535-pl.html> acesso em: 05 jun. 2020.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil / Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf> Acesso em: 10 jun. 2020.
Cruz Vermelha Brasileira. Primeiros Socorros nas Escolas. Disponível em: <http://www.cruzvermelha.org.br/pb/campanhas/primeiros-socorros/?gclid=Cj0KCQjwoaz3BRDnARIsAF1RfLc_mcb62FAJCYEsm0zbP5Zlj2WTQ5uX_E7mucTVovyD_OSB5bPON58aAofkEALw_wcB> acesso em: 18 jun. 2020.
BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art266>. Acesso em: 10 jun. 2020.

Continue navegando