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Disciplina: Recursos Terapêuticos Bioelétricos, Térmicos e Mecânicos RECURSOS MECANOTERAPÊUTICOS Prof. (a) Thaís Braga Nunes Mecanoterapia: o que é? É a terapia realizada através de equipamentos/aparelhos mecânicos com objetivo principal de recuperar a capacidade funcional do paciente; Os aparelhos utilizados são denominados de aparelhos mecanoterapêuticos, podendo ou não gerar resistência para a realização dos movimentos; Com eles é possível viabilizar exercícios: membros superiores, membros inferiores, marcha, equilíbrio, flexibilidade, fortalecimento muscular, resistência muscular atividades funcionais. Evolução da mecanoterapia Um dos criadores da Mecanoterapia foi um médico ortopedista sueco chamado Gustav Zander (1835-1920); Zander desenhou 27 maquinas; Apoiado pelo Estado para ser acessível a pessoas sem possibilidades financeiras, os recursos mecanoterapeuticos tinham como objetivo corrigir problemas congênitos ou originados por acidentes de trabalho; Zander era seguidor da cura através do movimento; Os seus equipamentos serviram de inspiração as modernas maquinas de musculação. Emprego da mecanoterapia na fisioterapia A mecanoterapia na Fisioterapia pode ser empregada em diversas áreas, tais como, ortopedia, desportiva, geriatria, neurologia, reumatologia, etc; Cada recurso mecanoterapêutico empregado visa recuperar uma determinada disfunção e/ou déficit ou ainda manter e/ou garantir a saúde física: Amplitude de movimento; Ganho de flexibilidade; Força muscular; Equilíbrio; Marcha; Coordenação; Funcionalidade. Emprego da mecanoterapia na fisioterapia Resistência mecânica Dentre os recursos mecanoterapêuticos, há os exercícios com resistência mecânica, que são aqueles em que algum tipo de resistência é aplicado por meio de algum recurso mecanoterapêutico. força, potência e resistência muscular. Facilitação Há também os recursos mecanoterapêuticos para facilitação do movimento, nos quais o paciente tem auxílio ou assistência para a realização de determinado movimento. Tração Os aparelhos de tração são aqueles que tracionam os segmentos corporais, ou seja, afastam as superfícies articulares. Treino Marcha Os recursos para treino de marcha são aqueles que vão auxiliar os pacientes a executarem a marcha nos mais diversos meios e próximos a realidade funcional. Emprego da mecanoterapia na fisioterapia Equilíbrio Os aparelhos de equilíbrio são aqueles que proporcionam a execução de exercícios em que o paciente desafie o equilíbrio corporal para manutenção de determinada postura. Emprego da mecanoterapia na fisioterapia Recursos mecanoterapêuticos para MMSS Roda de ombro • A roda de ombro é indicada quando o paciente apresenta déficits com relação a Amplitude de Movimento (ADM) e pode ser utilizada principalmente para trabalhar os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução de ombro; • A roda de ombro é montada em uma base de madeira para fixação em parede e contém uma estrutura cromada tubular, assim como ajuste de carga mecânica, ajuste de altura da roda e raio de manopla ajustável; • A roda de ombro também pode ser denominada de roda náutica. https://g1.globo.com/pr/parana/video/educador-fisico- explica-como-fazer-a-roda-de-ombro-5767280.ghtml Escada de dedos • A escada de dedos oferece a possibilidade de ganho de ADM de ombro, principalmente para os movimentos de flexão e abdução de ombro, oferecendo um feedback visual ao paciente para escalar com os dedos os degraus da escada; • Quando se deseja obter ganho de ADM de flexão de ombro o paciente deve se posicionar de frente para a escada de dedos; • Abdução de ombro, o paciente deve se colocar lateralmente, tomando o devido cuidado com o plano de abdução de ombro para que não haja sobrecarga mecânica no tendão do supraespinhal. Recursos mecanoterapêuticos para MMSS Bastão • O bastão pode ser utilizado para se trabalhar as ADM de MMSS, uma vez que quando um dos MMSS estiver comprometido, o outro MS pode assistir o movimento; • Podem ser realizados exercícios na posição sentada, deitada e em pé; • O bastão é como um guia de movimento para o paciente realizar movimentos de ombro, cotovelo e punho; • Os exercícios também podem ser realizados de frente ao espelho para que o feedback visual ofereça reforço positivo ao paciente. Recursos mecanoterapêuticos para MMSS Polia de ombro Elástico para fortalecimento de mm. Intrínsecos da mão https://www.youtube.com/watch?v=ihaH0ZduKsI 1’13 https://www.youtube.com/wat ch?v=2xLqlAjWZ9Y Recursos mecanoterapêuticos para MMII Bicicleta e esteira ergométrica • Ambos os recursos são utilizados para propiciar condicionamento cardiovascular, melhora da capacidade cardiorrespiratoria. Mesa de quadríceps • Também conhecida como mesa de Bonet; • Na mesa de quadríceps é possível se trabalhar com exercícios de flexão e extensão de joelhos; • Para se trabalhar com os movimentos é fundamental que o fisioterapeuta adapte a melhor carga para o caso clínico do paciente. Recursos mecanoterapêuticos para MMII Banco extensor Recursos mecanoterapêuticos para MMII Tábua de alongamento de tríceps sural • Finalidade de possibilitar exercícios de alongamento de MMII, principalmente do músculo tríceps sural; • Quando o paciente estiver realizando o alongamento com o joelho estendido, estará alongando o tríceps sural e quando estiver com o joelho flexionado, estará alongando o musculo sóleo. Recursos mecanoterapêuticos para marcha Barras paralelas • As barras paralelas são utilizadas para o treino de marcha, coordenação e equilíbrio para os pacientes que possuem déficit e/ou necessidade de adequação da marcha; • O paciente deambula com apoio adequado para os MMSS que podem ser ajustados de acordo com a altura do paciente e o fisioterapeuta analisa e supervisiona toda a deambulação oferecendo ajustes e comando verbal quando necessários ao paciente; • Com ou sem calçado. Recursos mecanoterapêuticos para marcha Escada e Rampa progressiva • Também conhecida como Escada de canto; • Utilizada para o treino de marcha, subir e descer escadas/rampa, coordenação e equilíbrio para os pacientes que possuem déficit e/ou necessidade de adequação da marcha; • O paciente deambula com apoio adequado para os MMSS e o fisioterapeuta analisa e supervisiona toda a deambulação oferecendo ajustes e comando verbal quando necessários ao paciente. Recursos mecanoterapêuticos para ADM A meta de qualquer programa de alongamento efetivo deve ser a melhora da amplitude de movimento em uma determinada articulação; Está bem documentado que os exercícios que alongam as unidades neuromusculotendíneas e suas fáscias, com o tempo, aumentam a amplitude de movimento possível na articulação; Uma das formas de utilizar a mecanoterapia para a flexibilidade é utilizando as bolas suíças. Mecanoterapia para fortalecimento muscular e para resistência muscular Para o fisioterapeuta que supervisiona um programa de reabilitação, a recuperação e, em muitos casos, a melhora dos níveis de força e resistência à fadiga, são críticos para a alta e o retorno do paciente a um nível funcional após a lesão; A fraqueza ou desequilíbrio muscular podem resultar em um movimento ou marcha anormal e podem comprometer o movimento funcional normal; O treinamento resistido tem um papel fundamental na reabilitação das lesões; O treinamento resistido talvez seja a técnica mais usada e a mais popular para melhorar a força em um programa de reabilitação; O exercício resistido progressivo usa exercícios que fortalecem os músculos por meio de uma contração, tal como halteres, barras, diversos aparelhos de musculação ou tubos elásticos resistivos. Mecanoterapia para fortalecimento muscular e pararesistência muscular Classificação dos Exercícios Resistidos A escolha do tipo de exercício depende de muitos fatores; A aplicação do princípio da adaptação específica às demandas impostas e o conceito de especificidade do treinamento devem ser levados em consideração; Exercícios Resistidos Manuais: ✓ A resistência é aplicada pelo terapeuta ou pelo próprio paciente. Exercícios Resistidos Mecânicos: ✓ Resistência aplicada por uma força mecânica; ✓ Halteres, caneleiras, aparelhos, etc. Vantagens da Resistência Mecânica Carga facilmente medida; Facilita a mensuração da progressão; Fases intermediária e final de tratamento; Cargas maiores; Melhora força dinâmica e estática; Prático para melhora da resistência; Alguns aparelhos oferecem possibilidade de treinamentos em altas velocidades; Exercícios feitos de forma independente pelo paciente. Desvantagens da Resistência Mecânica Difícil aplicação para músculos muito fracos; Equipamentos que fornecem resistência constante só sobrecarregam ao máximo o músculo somente em um ponto da ADM; Arco doloroso; Alto custo. Exercício Resistido Mecânico Objetivos: • Ganho de FM (alta carga, poucas repetições); • Ganho de resistência muscular à fadiga (baixa carga, muitas repetições); • Ganho de potência muscular. Resistência Constante e Resistência Variável Resistência Dinâmica Constante • Pesos livres, caneleiras, aparelhos de musculação ou sistema de polias; • O músculo é apenas desafiado ao máximo em um ponto da ADM (relação comprimento-tensão). Resistência Dinâmica Variável • Equipamentos hidráulicos e pneumáticos; • Faixas e tubos elásticos; • Resistência manual; • A resistência é alterada ao longo da amplitude. Exercício Resistido Mecânico Resistência com aparelhos: • Fáceis de serem utilizados; • Resistência apenas em uma direção; • Não são funcionais para as AVD’s. Exercício Resistido Mecânico Faixas e tubos elásticos: • A força exercida varia de acordo com o alongamento do material; • A resistência é sempre no sentido oposto ao tensionamento e independe da ação da gravidade; • Mudam a direção da força com a modificação da ADM. Exercício Resistido Mecânico Halteres: • Resistem movimentos em várias direções; • Contra a ação da gravidade; • Resistência sempre constante; • Torque varia com a ADM; • Indivíduo deve ser capaz de segurá-lo e controlar seu movimento. Exercício Resistido Mecânico Caneleiras: • Resistência varia de acordo com a distância da articulação em que são colocadas; • Contra a ação da gravidade; • Quanto mais longe do eixo de movimento, maior o torque; • Podem ser utilizadas em indivíduos que não conseguem segurar o halter. Resistência Elástica Ideal para o uso domiciliar; Pode ser utilizada em uma variedade infinita de exercícios; Pode trabalhar força, potência e resistência. Resistencia Elástica Dosagem: • Aumento de 20% a 30% na produção de força entre as cores. Pesos Livres Tem o componente neural do equilíbrio como grande vantagem; Exige postura perfeita para evitar lesões. Aspectos Importantes para a Dosagem Intensidade • Quantidade de força necessária para realizar a atividade; • Peso. Duração • Número de repetições ou tempo que o exercício é realizado; • Séries. Frequência • Numero de dias por semana. Volume • Quantidade total de exercícios realizados em uma única seção. Intervalo de repouso • Intervalo de tempo entre cada série ou cada exercício. Nível Inicial de Resistência REPETIÇÃO MÁXIMA (RM) Maior quantidade de peso (carga) que um músculo pode mover por meio da ADM disponível um número específico de vezes; ✓ Ex. O fisioterapeuta pode escolher uma carga e documentar quantas vezes o paciente é capaz de vencer a resistência. 1 RM: Maior quantidade de peso que um músculo pode mover por meio da ADM apenas 1 vez; ✓ Não consegue realizar a segunda repetição. Repetições e Séries Repetições: Número de vezes que um movimento é repetido, ou seja, número de contrações realizadas para mover o membro por uma série de excursões contínuas e completas contra uma carga específico; Se 1 RM foi estabelecida como o nível de força basal, a porcentagem de 1 RM determina o número de repetições que um paciente será capaz de realizar. Volume do Exercício Número total de repetições e séries de cada exercício durante uma sessão; • 90% de 1 RM permite realizar ± 5 repetições; • 75% de 1 RM permite realizar ± 10 repetições; • 60% de 1 RM permite realizar ± 15 repetições. O número de repetições não é algo “engessado”!!! ✓ O número depende do estado do paciente e a meta do exercício. Sequência Exercitar grandes grupos musculares antes dos pequenos; Atividades multiarticulares antes das uniarticulares; Quando o treinamento for global, alternar segmentos corporais inferiores e superiores; Quando treinar grupos musculares individuais, realizar os exercícios de maior intensidade primeiro. Especificidade “Você alcança aquilo para que treina.” “O Treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva, em termos de: qualidades físicas intervenientes, proporcionalidade entre os sistemas energéticos participantes, segmento corporal utilizado e coordenações psicomotoras empregadas” (Dantas, 2013) Lei de Davis • Os tecidos moles se remodelarão de acordo com as cargas aplicadas sobre eles. Especificidade Os efeitos adaptativos do treinamento (força, potência e resistência à fadiga) são altamente específicos do método de treinamento empregado; A especificidade também precisa ser considerada com relação ao modo e à velocidade do exercício, assim como a posição e o padrão do movimento; Os exercícios incorporados devem simular a função prevista; Especificidade Também existe especificidade para a amplitude de movimento (ADM): OS GANHOS DE FORÇA SÃO MAIORES NOS ÂNGULOS ARTICULARES EXERCITADOS. Princípio da Transferência Apesar da especificidade, ocorre de forma limitada a transferência dos efeitos do treinamento de um exercício para outro; Melhora da força, pode melhorar a resistência à fadiga; A transferência pode ser cruzada (membro contralateral). Princípio da Reversibilidade Para que se mantenham, os ganhos com o treinamento devem ser associadas à atividades funcionais constantes; Caso contrário, o indivíduo deverá participar de um programa de manutenção. Precauções dos Exercícios Resistidos Evitar manobra de Valsalva; Evitar fadiga localizada e geral; Prescrever exercícios para indivíduos osteoporóticos (idosos e com imobilização prolongada); Prescrever exercícios para indivíduos com doenças musculoesqueléticas e que fazem uso prolongado de corticóides. Precauções Gerais Temperatura confortável; Exercícios realizados preferencialmente sem dor; Não iniciar no nível máximo; Não aplicar resistência em articulações instáveis nas fases iniciais do tratamento; Precauções Gerais Manobra de Valsalva: • Esforço expiratório contra a glote fechada; • Ocorre em esforço extenuante e prolongado; • Caracterização: Uma inspiração profunda é seguida pelo fechamento da glote e pela contração dos músculos abdominais, aumentando a pressão intra-abdominal e intratorácica; • Isso causa um aumento abrupto da pressão arterial. Contraindicações dos Exercícios Resistidos Processo inflamatório agudo; Edema agudo; Dor muscular ou articular intensa; Dor muscular tardia; BOM SENSO. EQUILÍBRIO • Manutenção do CG dentro da base de apoio do corpo; • Capacidade de manutenção dos segmentos corporais dentro dos limites de estabilidade; AO MANTER A POSIÇÃO, AO MOVER VOLUNTARIAMENTE E AO REAGIR A UMA PERTURBAÇÃO Recursos mecanoterapêuticos para equilíbrio EQUILÍBRIO Envolve a integridade dos sistemas aferentes (sensoriais) e eferentes(motores); ✓ É estabelecido através do mecanismo de feedback; ✓ Perturbações no equilíbrio provocam reações musculares para corrigi-las; ✓ Componentes sensoriais: receptores vestibulares, somatossensoriais e visuais; • Receptores vestibulares: detectam movimentação da cabeça e pescoço, fornecem informações que medem as acelerações gravitacionais e de angulação da cabeça no espaço; • Receptores articulares: fornecem informações em resposta à posição, movimento articular ou à aceleração; • Receptores visuais: fornecem orientação do corpo em relação ao espaço circunvizinho. Estratégias para manutenção do equilíbrio Estratégia do tornozelo: mantém o equilíbrio durante leves oscilações do CG; • Controlada principalmente pelos gastrocnêmios e tibial anterior. Estratégias para manutenção do equilíbrio Estratégia do quadril: utilizada em resposta a maiores oscilações do CG, quando a do tornozelo não mantém o CG dentro da base de suporte. Estratégias para manutenção do equilíbrio Estratégia do passo: quando o CG é deslocado além dos limites de estabilidade. EQUILÍBRIO Lesões ligamentares podem levar a perdas proprioceptivas e instabilidade estática, alterando o equilíbrio; Treinamento do equilíbrio: exercícios que simulam situações controladas de instabilidade nos planos de movimento; EQUILÍBRIO Progressão dos exercícios deve ser gradual, respeitando limitações individuais, buscando simulação de atividades funcionais; Progressão: mudança de apoio (bipodal/unipodal), base de suporte (fixa- móvel), estímulo visual (olhos abertos-fechados), complexidade da tarefa; Como recursos de mecanoterapia para se trabalhar o equilíbrio, há a cama elástica, dyna disc, prancha de equilíbrio, bosu, dentre outros equipamentos; Recursos mecanoterapêuticos para equilíbrio mantendo a postura sentada estável com movimento voluntário do tronco mantendo a postura sentada estável com movimentos voluntários dos braços mantendo o equilíbrio com a base de suporte alterada Andar pela sala (lendo livro, jogando bola, óculos escuros) Forçando o uso do sistema vestibular Forçando o uso do sistema visual Forçando o uso do sistema somatossensorial transferências de peso contra a gravidade transferências de peso dinâmicas no espaço transferências de peso com movimento da cabeça e do corpo Vencendo obstáculos Andando com mudança de direção abrupta Alterando a base de suporte Exercícios de fortalecimento que desafiem o equilíbrio ao mesmo tempo Exercícios proprioceptivos Exercícios proprioceptivos Exercícios proprioceptivos OBRIGADA!
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