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Distúrbi�� d� Hem�stasi� Introduçã� Neste material serão citados os principais distúrbios hemostáticos que ocorrem na medicina veterinária. Desorden� Plaquetária� Desorden� plaquetária� quantitativa�: Método de contagem total de plaquetas: Trombocit��: Contagem total acima do valor de referência, pode ser classificada como: Reativa: relacionada a neoplasias, doenças crônicas, deficiência de ferro, hiperadrenocorticismo, doenças endócrinas e distúrbios enterogastricos. Transitória: liberação do estoque de plaquetas no baço, em função de exercícios. Maligna: leucemia granulocítica megacariocítica. Trombocitopeni�: Contagem total abaixo do valor de referência, ela pode ser causada por cinco mecanismos: Produção diminuída: relacionada com distúrbios da medula óssea, geralmente acompanhada por pancitopenia. Causas: quimioterápicos, hiperestrogenismo, infecção crônica por Ehrlichia canis, infecção por FiV e FeLV, anemia infecciosa equina (AIE), diarréia viral bovina (BVD), radiação, neoplasias, mielofibrose, doenças imunomediadas. Obs: é recomendado o mielograma em casos de pancitopenia. Destruição: Ocorre remoção das plaquetas pelo sistema mononuclear fagocitário (SMF). Causas: infecção aguda por Ehrlichia canis e Anaplasma platys, hemangioma e hemangiossarcoma, doenças imunomediadas. Obs: recomendado realizar mielograma para auxiliar no diagnóstico diferencial; Consumo: geralmente ocorre secundário a alguma afecção. Causas: a mais comum é a coagulação intravascular disseminada (CID). Achados: trombocitopenia, alta quantidade de produtos degradados de fibrina (PDFs). Sequestro ou destruição anormal: Causas: neoplasias, hepato e esplenomegalia, endotoxemia, hipotermia. Perda de plaquetas: Causas: hemorragia e reação transfusional. Trombocitopatia� Relacionado com a função das plaquetas Desorden� congênita�: Doenç� d� vo� Willebran� (DvW): O fator de von Willebrand (FvW) é uma glicoproteína multimérica que auxilia nos processos de adesão e agressão plaquetária, nesta afecção, o FvW tem função reduzida devido a defeitos da morfologia. 1 Tipos: I: multímeros normais, porém, estão reduzidos, têm severidade variável, é a forma mais comum da doença. II: multímetro defeituoso, severidade variável, não muito comum em animais domésticos. III: forma mais grave da doença. Obs: machos e fêmeas expressam e transmitem a doença na mesma proporção. Sinais clínicos: petéquias não são comuns, epistaxe, hemorragia em mucosas, sangramento excessivo em procedimentos cirúrgicos, trauma e cio, erupção dentária, hematúria, sangramento gastrointestinal. Diagnóstico: Contagem de plaquetas: normal Teste de sangramento de mucosa oral (TSMO): Tipo I, tempo de 5-10 minutos; Tipo II e III, superior a 12 minutos. Análise do FvW: Elisa: dosagem Aglutinação plaquetária: função Imuno eletrodifusão de proteína: análise da estrutura do FvW. Obs: em quadros severos da DvW pode afetar o funcionamento do fator VIII, neste caso tem TP normal e TTPA prolongado. Trombopati� trombastênic� canin�: falha na agregação plaquetária. Síndrom� d� Chedia�-Higash�: presença de grande grânulos lisossomais e redução na agregação plaquetária. Desorden� adquirida�: Doenç� rena� associad� à uremi�: altos níveis de metabólitos da uréia, ácido fenólico e guanidino succidio, reduzem a adesão plaquetária ao local da lesão. Coagulaçã� intravascular disseminad� (CID): Inicialmente a um estímulo para ativação excessiva da coagulação, posteriormente, os produtos de degradação de fibrina (PDFs) originados da CID, envolvem às plaquetas e reduzem sua função, através da redução da adesão e agregação plaquetária e bloqueio dos receptores de fibrinogênio, esses agregados de PDF e plaquetas podem provocar trombose difusa, principalmente em regiões de microcirculação. Nesta situação há severo processo de consumo de plaquetas e fatores de coagulação, principalmente os fatores, V, VII, e gerando hemorragias. Obs: afecção com mau prognóstico de vida ao paciente. Causas: lesões extensas, septicemias, endotoxemia, doenças inflamatórias, neoplasias, anemia hemolítica imunomediada, reações transfusionais, acidente ofídico. Sinais clínicos: hemorragias espontâneas, equimoses, petéquias, epistaxe, hematomas. Diagnóstico: Trombocitopenia, presença de esquizócitos, prolongamento do tempo de tromboplastina parcialmente ativada (TTPA) e tempo de protrombina (TP) redução do níveis dos fatores coagulação, aumento dos PDF’S. Mielom� múltipl� o� disproteinemia�: provoca anormalidade da membrana da plaqueta causando falha na adesão plaquetária. 2 Medicament�: O uso de anti inflamatórios não esteroidais (AINES), como ácido acetilsalicílico, causa inibição irreversível do tromboxano A2, que ativa a agregação plaquetária, porém, outros medicamentos como ibuprofeno e fenilbutazona, provocam inibição reversível. Obs: penicilina, sulfonamida e tranquilizantes prozamínicos causam respostas variadas. Coagulopatia� Termo referente a deficiências dos fatores de coagulação Coagulopatia� hereditária� Hemofili� A - Fator VIII Doença congênita recessiva do cromossomo X, que afeta somente os machos, nesta afecção, o fator VIII é ausente, em consequência a falha na formação e resistência do coágulo de fibrina. É a coagulopatia mais comum e geralmente acomete animais jovens. Sinais clínicos: hemorragias espontâneas ou causadas por pequenos traumas, hemartrose, sangramento excessivo em cirurgias, sangramentos no trato urinário e intestinal, hematomas. Diagnóstico: TMSO normal, o que diferencia da DvW, TP normal e TTPA prolongado, método funcional do fator VIII e análise do DNA da fêmea. Tratamento: consiste na transfusão de sangue total, plaquetas e crioprecipitado, pode ser administrado também arginina vasopressina sintética (DDAVP) que auxilia a liberar o fator VIII dos hepatócitos. Hemofili� B - Fator IX Assim como a Hemofilia A, é uma doença congênita recessiva do cromossomo X, afeta somente os machos, porém, é mais rara, a ausência do fator IX compromete a formação do coágulo de fibrina. Sinais clínicos: sangramentos subcutâneos, hemartroses, sangramento excessivo em cirurgias. Diagnóstico: TMSO normal, TP normal e TTPA prolongado e análise do DNA da fêmea. Tratamento: consiste na transfusão de sangue total, plaquetas e crioprecipitado, adição de soro (fator IX). Deficiênci� d� Fator VII: Causa mau funcionamento da via extrínseca, geralmente acomete cães da raça Beagle. Diagnóstico: TP normal e TTPA prolongado. Deficiênci� d� Fator XII: Causa mau funcionamento da via intrínseca, geralmente acomete cães da raça Sharpei, Poodle e Pointer Alemão. Diagnóstico: TP normal e TTPA prolongado. Deficiênci� d� Fator XI: Causa mau funcionamento da via intrínseca, acomete cabras e cães. Diagnóstico: TP prolongado e TTPA prolongado. Deficiênci� d� Fator X: Causa mau funcionamento da via comum, acomete cães da raça Jack Russel Terrier e Cocker Spaniel. Diagnóstico:TP prolongado e TTPA prolongado. 3 Coagulopatia� adquirida� Deficiênci� d� vitamin� K: A vitamina K é importante para ativar a atividade dos fatores de coagulação II, VII, IX e X, ela atua como cofator nas reações de carboxilação, produzindo centro de ligação com o cálcio e ativando a função desses fatores de coagulação. Durante essa reação, a vitamina K se transforma na forma inativa, vitamina K epóxido, através da enzima epóxido redutase a transforma em sua forma ativa. A deficiência de vitamina K causa distúrbios nas três vias da cascata de coagulação. Causas: intoxicação por rodenticidas anticoagulantes, como a warfarina e cumarínicos, deficiência de sais biliares, administração prolongada de antibióticos e sulfa e doenças hepáticas. Diagnóstico: TP prolongado e TTPA prolongado. Tratamento: Administração de vitamina K. Doenç� hepátic�: Doenças hepáticas em estágios avançados podem comprometer a produção dos fatores de coagulação, neste caso ocorrem distúrbios em todas as vias da cascata de coagulação. Causas: cirrose, hepatite, lipidose hepática. Diagnóstico: mensuração de proteína plasmática total (PPT), mensuração dealbumina, ureia, enzimas hepáticas, exames de imagem, biópsia. TP prolongado e TTPA prolongado. Acident� ofídic�: O veneno de serpentes do gênero Bothrops tem propriedades anticoagulantes, vasculares tóxicas e proteolíticas. Ocorrem distúrbios em todas as vias da cascata de coagulação. Font�: Anotações das aulas de patologia clínica. LOPES, S.T.A.; BIONDO, A.W.; SANTOS, A.P. Manual De Patologia Clínica Veterinária. UFSM - Universidade Federal De Santa Maria, 3. ed., 2007. 107p. STOCKHAM, S.L., SCOTT, M.A. Fundamentos de Patologia Clínica Veterinária. Ed. Guanabara Koogan, 2.ed., 2011. 744p. THRALL. A. M., Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 4
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