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A vinda da Família Real para o Brasil (1808) História – Prof. Cristiano 8° Ano – Ensino Fundamental Observe as imagens abaixo: Napoleão Bonaparte e o Bloqueio Continental ▪ Após o governo do Diretório na última fase da Revolução Francesa, com o golpe do 18 de Brumário, Napoleão Bonaparte assume o governo francês no consulado. Napoleão é então proclamado “Imperador” da França e , com apoio da burguesia francesa e do exército, passa a dominar militarmente e economicamente as monarquias europeias. ▪ Como as tropas francesas não conseguem vencer militarmente os Ingleses, Napoleão Bonaparte impõe o Bloqueio Continental, em 1806, como uma maneira de enfraquecer economicamente a Inglaterra, proibindo os países europeus de realizar comércio com a Inglaterra e fechando seus portos para os produtos ingleses. Os países que não obedecessem ao Bloqueio Continental seriam invadidos pelas tropas francesas. ▪ Portugal, que desde o Tratado de Methuen (1703) era extremamente dependente da Inglaterra, fica sem saída. Se rompesse as relações comerciais os Ingleses, corria o risco de perder sua Colônia para a esquadra inglesa. Se não aderisse ao bloqueio, seria invadido pelo exército napoleônico. A transferência para o Brasil ▪ A possibilidade de transferir para as Américas a sede da Coroa Portuguesa era recorrente já havia muito tempo. Para não ter que romper relações comerciais com a Inglaterra, a Coroa Portuguesa decide transferir a sede do Império Português da Metrópole (Lisboa) para a Colônia (Rio de Janeiro). ▪ Assim Portugal e Inglaterra fazem um acordo. A Marinha Inglesa ficaria responsável por escoltar a viagem da Corte Portuguesa para o Brasil, e o exército inglês seria responsável por expulsar as tropas napoleônicas que invadiriam a metrópole. Em troca a Coroa Portuguesa iria conceder liberdade comercial para os navios ingleses nos portos brasileiros. ▪ Assim, no dia 29 de Abril de 1807, o príncipe regente D. Joao VI e toda a Família Real, assim como toda a Corte Portuguesa (aproximadamente 10 mil pessoas), além de livros, mapas, documentos oficiais e outros bens, foram embarcados em Portugal, rumo ao Brasil. Pela primeira vez a sede de uma monarquia europeia iria ser transferida para as Américas. ▪ Enquanto isso as tropas napoleônicas invadiram Portugal. A viagem para o Brasil ▪ Do porto de Lisboa, embarcaram para o Brasil o príncipe regente, D. João VI, sua mãe, a rainha D. Maria I, os seus familiares e cortesãos. Eram aproximadamente 10.000 pessoas que se acomodaram em 08 naus, 3 fragatas, 3 brigues e 2 escunas. Neles, além da família real, vieram centenas de funcionários, criados, assessores e pessoas ligadas à corte portuguesa. ▪ Trouxeram também muito dinheiro, obras de arte, documentos, livros, bens pessoais e outros objetos de valor. Inclusive uma biblioteca com mais de 60 000 livros. Com o apoio da esquadra inglesa, a família real desembarcou na Bahia no dia 22 de Janeiro de 1808, onde ficou por aproximadamente um mês. ▪ Ao chegarem em Salvador em janeiro de 1808, a primeira ação economicamente importante de D. Joao foi assinar um decreto abrindo os portos brasileiros as nações amigas de Portugal. Entenda que neste período, Inglaterra e essa nação amiga. A abertura dos portos pôs fim ao pacto colonial e beneficiou a Inglaterra que passou a dominar o comércio com o Brasil. A Chegada da Corte no Rio de Janeiro ▪ Nenhuma cidade brasileira foi mais afetada com a presença da Corte Portuguesa que a capital Rio de Janeiro. ▪ Instalando-se na cidade em marco de 1808, os nobres europeus logo foram questionando o caráter colonial, rústico e desconfortável de sua nova morada. Considerando-a feia, suja e com odores desagradáveis, os europeus, sob o comando de D. Joao, logo foram tratando de adapta-las ao estilo de vida europeu, afinal, a Família Real deveria se sentir como se estivesse na Europa, mesmo residindo em sua antiga colônia. ▪ Nessa época, foram construídos chafarizes para o abastecimento de água, pontes e calçadas; abriram-se ruas e estradas; foi instalada a iluminação pública; passaram a ser fiscalizados os mercados e matadouros; organizadas as festas públicas, etc. Essas melhorias eram realizadas, muitas vezes, com a contribuição dos ricos moradores, que recebiam em troca benefícios materiais e títulos de nobreza do príncipe regente. Para manter o caráter erudito da sociedade portuguesa, foi inaugurada a Imprensa Regia em 1810, editando o primeiro jornal periódico da cidade: a Gazeta do Rio de Janeiro. Importante lembrar que grande parte da sociedade brasileira não sabia ler. A elevação da colônia à Reino Unido de Portugal e Algarves ▪ Para adequar a cultura colonial aos moldes europeus, D. João fez chegar ao Brasil uma Missão Artística Francesa, incluindo o pintor Jean-Baptiste Debret, autor de várias pinturas sobre o cotidiano social do Rio de Janeiro. ▪ A sociedade foi incentivada a frequentar espetáculos de ópera, ouvir músicas clássicas, ter um piano em casa (mesmo sem saber tocar), falar outros idiomas, tudo para adequar-se naquele momento ao estilo de vida vindo da Europa. ▪ A autonomia da sociedade colonial fluminense ganha um novo e decisivo capítulo quando, no advento da derrota de Napoleão Bonaparte na Europa, as antigas realezas são autorizadas a retomar seus respectivos tronos e por isso, passou-se a exigir a volta de D. João à Portugal. Já devidamente instalado, juntamente com sua Corte, o Príncipe Regente decide elevar o Brasil à condição de Reino Unido de Portugal e Algarves, unificando-o politicamente ao Império Português e tirando de nosso país a condição de Colônia. Em 1814, o Brasil deixa de ser colônia para ser um Reino Unido, mas ainda não torna independentes.