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Giardíase Prof. Dr. Pedro Paulo Carneiro Giardíase • Filo: Sarcomastigophora • Classe: Zoomastigophorea • Ordem: Diplomonadida • Família: Hexamitidae • Gênero: Giardia • Espécie: Giardia duodenalis (Sinonímias: G. lamblia e G. intestinalis) Epidemiologia ▪ A giardíase tem distribuição mundial > 1 milhão de casos por ano; ▪ “Diarréia dos viajantes”- qualidade questionável da água; ▪ Ocorre principalmente em crianças de 8 meses a 10-12 anos; ▪ A eliminação de cistos pelo indivíduo infectado não é constante; ▪ O cisto resiste até dois meses na água; ▪ Causa mais comum de diarreia aguda em crianças e diarreia crônica em adultos. Formas evolutivas: TROFOZOÍTOS Trofozoítos da Giardia duodenalis (simetria bilateral) (20 μm x 10 μm) Encontrado no intestino delgado (principalmente duodeno e jejuno). Forma responsável pela patogênese Disco ventral onde se localizam os núcleos (2), corpos medianos e flagelos (04 pares) http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.nih.go.jp/niid/para/atlas/images/giardia-trph.jpg&imgrefurl=http://www.nih.go.jp/niid/para/atlas/japanese/lambl.html&h=464&w=541&sz=12&tbnid=nbldayruw2QqWM:&tbnh=111&tbnw=130&hl=pt-BR&start=1&prev=/images?q=Giardia+lamblia&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.nih.go.jp/niid/para/atlas/images/giardia-trph.jpg&imgrefurl=http://www.nih.go.jp/niid/para/atlas/japanese/lambl.html&h=464&w=541&sz=12&tbnid=nbldayruw2QqWM:&tbnh=111&tbnw=130&hl=pt-BR&start=1&prev=/images?q=Giardia+lamblia&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G Núcleos Disco ventral Corpos medianos Trofozoíto – face ventral Flagelos Formato de “pêra” Formas evolutivas: TROFOZOÍTOS Cistos da Giardia duodenalis (ovais ou elipsóides) (12 μm x 8 μm) Formas evolutivas: CISTOS Encontrado no íleo e ceco (eliminados nas fezes). Forma infectante Oval, núcleos (2-4), axonemas e corpos escuros (em forma de meia-lua) Transmissão Ingestão de cistos maduros: • Águas não tratadas ou cloradas • Alimentos contaminados (moscas e baratas) • Contato pessoal (mãos contaminadas, locais de aglomeração, etc.) • Contato sexual (transmissão oral - fecal) • Contato com animais domésticos (?) Ciclo biológico 1. Ingestão de cistos maduros através de água e alimentos contaminados ou transmissão direta pelas mãos (fecal-oral) 3. Colonização de trofozoítos na mucosa do intestino delgado (duodeno e jejuno) 5. Eliminação de cistos nas fezes 4. Encistamento (ceco) 2. Desencistamento Divisão binária Estímulos para o encistamento: Ação dos sais biliares, influência do pH intestinal e o destacamento da mucosa (ação da resposta imune local) Patogenia Mecanismos: MULTIFATORIAL • Alterações no epitélio intestinal sem que haja invasão tissular e celular • Liberação de substância citopáticas na luz intestinal • Alteração da estrutura das microvilosidades – Má absorção • “Atapetamento” da mucosa e impedimento da absorção • Ativação de intenso processo inflamatório – Correlação positiva entre grau de infiltração linfocitária e intensidade de má absorção • Ação das prostaglandinas de mastócitos e monócitos (agem sobre a motilidade intestinal, provocando diarreia) • Estímulo para hipersecreção ativa de cloreto na mucosa intestinal (acúmulo de fluido na luz intestinal) Imunidade Presença de imunidade protetora: Infecção de natureza auto limitante Detecção de anticorpos específicos Controle da resposta imune por monócitos Maior susceptibilidade em imunossuprimidos Menor susceptibilidade em indivíduos de área endêmica • Resposta humoral (IgM, IgG e IgA secretória) • Resposta celular (linfócitos T e monócitos) Sintomatologia Diversos quadros clínicos: assintomáticos → diarreia aguda Portador assintomático • Eliminam cistos por mais de 6 meses Fase aguda (primo-infecção) • Diarreia aquosa, odor fétido, gases com distensão e dor abdominal • Muco e sangue raramente presentes • Duração de poucos dias Fase crônica (imunidade) • Sintomas podem persistir por muitos anos • Episódios de diarreia que podem ser contínuos, intermitentes ou esporádicos • Má absorção de gorduras, vitaminas lipossolúveis • (A, D, E e K), vitamina B12, ferro, xilose, lactose, etc. (Síndrome da má absorção) • Esteatorreia, mal estar e perda de peso Período de incubação: até 15 dias Profilaxia São recomendadas: • Medidas de higiene pessoal (lavar as mãos) • Destino adequado das fezes (fossas sépticas, redes de esgoto, etc.) • Proteção alimentar • Tratamento da água (filtros de areia e de terra) • Tratamento precoce dos doentes e verificação da fonte de contaminação Diagnóstico ▪ CLÍNICO Sugestivo em crianças com diarreia (Esteatorreia), irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda do apetite e dor abdominal ▪ LABORATORIAL I – Parasitológico II – Imunológico Diagnóstico I – Parasitológico: Fezes formadas (cistos) – preparações a fresco (método direto), métodos de sedimentação e concentração (HPJ, Faust e Ritchie) Fezes diarreicas (trofozoítos) – método direto ou esfregaços corados com Hematoxilina Férrica OBS: Observar “período negativo” - 10 a 20 dias. Amostras alternadas (3) Exame do fluido duodenal e biópsia jejunal “Enterotest” II – Imunológico: Imunofluorescência indireta e ELISA (detecção de coproantígenos ou anticorpos anti-Giardia) • Fio de nylon enrolado numa cápsula gelatinosa com uma extremidade livre. • Cápsula ingerida em jejum. • Após 4 horas (mínimo) o fio é retirado. • O muco aderido ao fio é examinado (trofozoíto). ENTEROTEST Tratamento Cistos e trofozoítos da Giardia duodenalis http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.nih.go.jp/niid/para/atlas/images/giardia-trph.jpg&imgrefurl=http://www.nih.go.jp/niid/para/atlas/japanese/lambl.html&h=464&w=541&sz=12&tbnid=nbldayruw2QqWM:&tbnh=111&tbnw=130&hl=pt-BR&start=1&prev=/images?q=Giardia+lamblia&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.nih.go.jp/niid/para/atlas/images/giardia-trph.jpg&imgrefurl=http://www.nih.go.jp/niid/para/atlas/japanese/lambl.html&h=464&w=541&sz=12&tbnid=nbldayruw2QqWM:&tbnh=111&tbnw=130&hl=pt-BR&start=1&prev=/images?q=Giardia+lamblia&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G Trofozoítos da Giardia duodenalis Preparação corada com hematoxilina férrica material: fezes diarréicas Trofozoítos da Giardia duodenalis Preparação corada com hematoxilina férrica material: fluido intestinal (muco) Cistos de Giardia Cistos da Giardia duodenalis
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