Prévia do material em texto
Júlia Rezende Henriques – MED 110. RESUMO DE METODOLOGIA CIENTÍFICA Livro: “Metodologia da Pesquisa científica”, de José Antônio Chehuen Neto, editora CRV; e slides professor Mauro Toledo Sirimarco. O conhecimento científico: Histórico: desde o início da humanidade, os primeiros traços foram descobertas ocasionais e empíricas de técnicas e de conhecimento referentes ao universo, à natureza e ao homem. Precursores; babilônios, egípcios e gregos (Aristóteles). A ciência, nos moldes de hoje, iniciou nos séculos XVI e XVII (Copérnico, Bacon, Galileu, Descartes e outros). No século XX, a ciência, com seus métodos objetivos e exatos, desenvolveu pesquisas em todas as frentes do mundo físico e humano, atingindo um grau de precisão surpreendente nos mais variados setores da realidade. Método científico: define os passos para se chegar a um novo conhecimento. Deve haver planejamento. Método: procedimento, técnica ou meio de se fazer alguma coisa de acordo com um plano. Metodologia: ramo da lógica que se ocupa dos métodos das diferentes ciências. Ciência: conhecimento atento e aprofundado de alguma coisa; é um processo racional usado pelo homem para se relacionar com a natureza e assim obter resultados que lhe sejam úteis; corpo de conhecimento sistematizado que é adquirido via observação, identificação, pesquisa e explicação de fenômenos e fatos, sendo formulados metódica e racionalmente. A ciência restringe-se a questões verificáveis através de experimentos. Exige métodos e uso da razão para formular os conhecimentos sistematizados adquiridos de formas diversas como observação, identificação, pesquisa e explicação de fenômenos e fatos. “A ciência é a arte do solúvel”, Peter Medawar. “A ciência trafega por questões respondíveis, não por cada devaneio da mente humana”, Gould. Pesquisa: procedimento racional reprodutível, com objetivo de oferecer respostas a problemas ainda sem respostas; composição: observação, sistematização e reprodução de fenômenos naturais. Mesmos métodos e variantes resultam em mesmo resultado. Trabalho e pesquisa: consiste em obter e comunicar novas informações. Formação do espírito científico: curiosidade, inquietação e sonhos. Natureza do espírito científico: atitude, disposição, mente crítica, objetividade e racionalidade. Qualidades do espírito científico: senso de observação, gosto pela precisão, ideias claras, imaginação ousada, poder de discernimento, imparcialidade, respeito a verdade, honestidade e liberdade. Importância do espírito científico: aprender como trabalhar, espírito cooperativo e como enfrentar e solucionar problemas. Júlia Rezende Henriques – MED 110. Roteiro para um projeto de pesquisa: Introdução: uma pesquisa só deve iniciar após a confecção do projeto de pesquisa. Finalidades: 1. Roteiro de planejamento das atividades; 2. Antecipar dificuldades metodológicas; 3. Identificar as necessidades materiais e os recursos; 4. Apresentar o estudo proposto a comissão de ética; 5. Instrumento para avaliar o aluno candidato à pós-graduação. Etapas: escolha do tema (o quê? por quê? objetivo?); fazer uma revisão da literatura (definir as palavras-chave, somente os trabalhos mais importantes e relativos especificamente ao tema); obter os trabalhos na íntegra e estuda-los também quanto ao método; estabelecer quais as questões mais relevantes que permanecem em aberto (será o objetivo de seu trabalho). Estrutura/meios: título do projeto (consta na 1ª página e ao final do trabalho); nomes dos pesquisadores, instituição, local de realização (constam na 2ª página). Fundamentos: revisão da literatura (leitura crítica, somente os aspectos mais recentes, aprender o máximo sobre o assunto); objetivos (de forma concisa e clara); método (é a receita do bolo) – descrever as características e peculiaridades do contexto (área endêmica? Status nutricional), detalhar as definições usadas (febre, hipertensão), descrição meticulosa da amostra (critérios de inclusão e exclusão), local de estudo, descrever passo a passo o procedimento, descrever os métodos estatísticos, definir as etapas do cronograma. Orçamento: detalhado com material e pessoal. Agências de fomento à pesquisa são: FAPEMIG e FAPESP (estaduais), CAPES e CNPq (nacionais), Fundação Bill Gates e Rockfeller (internacionais). Referências bibliográficas. Resumo: resumo estruturado com quatro parágrafos contendo introdução, metodologia, resultados e conclusão. Anexo: não são todos projetos de pesquisa que possuem. Consentimento informado: documento necessário em projetos realizados com pessoas, sendo um direito do paciente e dever legal do pesquisador. * Linha de pesquisa: assuntos de diferentes trabalhos científicos todos relacionados a um mesmo tema. * Pós graduação: formação acadêmica e profissional oferecida àqueles que já concluíram um curso de graduação, cujo objetivo é o aperfeiçoamento do indivíduo. São eles, o mestrado, o doutorado (ambos voltados para a carreira acadêmica) e a especialização. Pós graduação stricto-sensu é o mestrado (voltado para dar aula) e o doutorado (voltado para pesquisa) e pós graduação lato-sensu são as especializações, MBAs. Júlia Rezende Henriques – MED 110. Normas para a redação de um artigo científico: escolher o periódico, obter a versão atual das “instruções para autores”, ler em detalhes artigos semelhantes já publicados (análise da redação, tabelas e lógica de discussão), observar tamanho e qualidade do texto, imprima e leia tudo que digitar, texto com sobriedade e concisão reescreva, sintetize, mude a ordem, melhore cada vez mais a fluência. “A leitura torna um homem pleno, o diálogo, um homem preparado e a escrita, um homem exato”, Francis Bacon. Plataforma Lattes e Currículo Lattes: Plataforma Lattes: sistema de informações, base de dados e web; integração das bases de informação do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico); conhecimento atualizado do objetivo ou campo de trabalho ou pesquisa. * SciELO: Scientific Eletronic Library Online. * LILACS: Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. Sistema eletrônico de currículos: currículos, grupos de pesquisa, instituições, pesquisadores, pesquisadores doutores. Diretório dos grupos de pesquisa: base de dados com informações sobre o grupo de pesquisa em atividade no país; trazem informações sobre recursos humanos constituintes dos grupos, linhas de pesquisa em andamento, especialidades do conhecimento, setores de aplicação envolvidos, produção científica e tecnológica, padrões de interação com o setor produtivo. Para que serve o diretório: intercâmbio e troca de informações, âmbito de planejamento e gestão de atividades de ciência e tecnologia, preservação da memória científica e tecnológica. Como é feita a aquisição de dados do diretório: questionário eletrônico padronizado disponível no site dos líderes de grupo, cadastrados previamente pelos seus dirigentes de pesquisa. Como é disponibilizado o acesso às bases de dados: site de coleta/atualização (destinado Júlia Rezende Henriques – MED 110. somente aos autores diretamente envolvidos no processo de captura dos dados) e site de buscas (destinados à sociedade em geral). Diretório de instituições: registro das instituições que demandam fomento ao CNPq; mapa preciso da distribuição de recursos e localização da competência de pesquisa e desenvolvimento no país e no exterior. Plataforma Lattes Institucional: banco de currículos lattes nas instituições; instrumento de captura de currículos; conhecimento da produção científica, tecnológica e artístico-cultural de seus filiados; políticas de incentivo a pesquisa, marketing institucional, planejamento de programas de extensão e apoio a medidas administrativas. Sistema gerencialde fomento: imprescindível para a gestão estratégica e para dar mais qualidade às atividades de fomento do CNPq. Currículo Lattes: formulário eletrônico para cadastro de dados curriculares. Obrigatório para bolsistas de pesquisa, mestrado, doutorado e iniciação científica; orientadores credenciados e outros clientes do conselho; pesquisadores e estudantes que participam do Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil. Finalidades: avaliação da competência de candidatos à obtenção de bolsas e auxílios; seleção de consultores, de membros de comitês e grupos assessores; subsídio à avaliação da pesquisa e da pós graduação brasileiras. * Curriculum Lattes e Curriculum Vitae: o Currículo Lattes se propõe à construção da imagem de sua vida e sua trajetória profissional e especialmente acadêmica; deste modo, ele não se volta para a narração de suas experiências profissionais e suas habilidades, mas sim para suas produções, áreas de atuação e experiência no sentido do âmbito de pesquisa nas áreas de ciência e tecnologia. Já o Curriculum Vitae, proveniente do termo latim de significado “trajetória de vida” é um documento do tipo histórico, que relata o caminho educacional e/ou acadêmico e as experiências profissionais de uma pessoa. Como fazer um pôster: Pôster: é um meio de comunicação visual, é importante que seja atrativo visualmente para chamar atenção da comunidade científica. Tem como objetivo apresentar apenas as informações e dados mais relevantes de uma pesquisa científica. Sintetizar informações e dados relevantes sobre o estudo. Deve ser claro, objetivo e compreensível mesmo sem a presença do apresentador. Atrair a atenção e/ou interesse para a leitura do trabalho. A rigor, é um sumário e uma propaganda daquilo que foi pesquisado. Muito utilizado em congressos, simpósios, jornadas e outros eventos ligados à pesquisa. Cada evento impõe regras quanto ao local, horário da exposição e conteúdo do pôster. Normalmente, usa-se o resumo elaborado para o trabalho. Pôster e banner: o primeiro é um cartaz para propaganda, sendo geralmente mais comprido do que largo; enquanto o segundo é confeccionada por letreiros e pendurada entre postes, sendo uma faixa muito mais larga do que alta. Estrutura: título (deve ser sintético, chamativo e refletir a essência do trabalho), autores (citados por extenso ou abreviados, acompanhados de sua vinculação e com um endereço eletrônico ou outro contato), introdução (apresenta uma visão geral do trabalho), objetivos (expõem claramente a finalidade do trabalho, podem ser gerais ou Júlia Rezende Henriques – MED 110. específicos), metodologia (apresenta população/amostra do estudo, procedimentos de coleta e análise dos dados), resultados obtidos (apresentar os resultados mais importantes obtidos, pode-se usar: gráficos, diagramas, estatística e tabelas com suas respectivas legendas e fontes), considerações finais/conclusões (deve confirmar os objetivos do trabalho), referências bibliográficas (citar autores mencionados no texto de acordo com sua importância). Elementos básicos: Textos: devem ser visualmente atrativos; os efeitos e cores não devem desviar do conteúdo nem atrapalhar a leitura. Dados: expostos em tabelas, gráficos, diagramas e estatísticas. (não usar gráficos que dão impressão de ser em 3D) Imagens: ilustrações, desenhos ou fotografias de melhor qualidade. (colocar fonte e referência) Importante lembrar: regras, tamanho, conteúdo, local, fixação, horário de apresentação e horário de retirada. Tamanho e fonte: Todas as informações de um pôster devem ser visíveis de uma única distância (1-2 m); em textos curtos deve-se usar Arial e em textos longos, times; poucas ilustrações (seis no máximo) com formato grande e legendas com letras legíveis dessa distância. Hierarquia: Hierarquize o texto por meio de tópicos; seja sucinto e objetivo; evite frases longas e complicadas (com vírgulas, parênteses, etc.). Espaçamento adequado para facilitar a leitura. Para destacar o texto, use no máximo um ou dois destaques por vez (aspas, negrito, sublinhado, itálico, maiúsculas, recuo, tamanhos). Espaços: use o espaço disponível com moderação; evite textos totalmente maiúsculos; cuidado com os contrastes (ideal que o fundo do slide seja branco ou azul escuro); dispense os clip-arts. Revisão: nunca se esqueça da revisão gramatical. Programas utilizados: PowerPoint ou CorelDraw. Formas de divulgação do conhecimento científico: publicações científicas e reuniões científicas: Publicações científicas: é a transformação da ideia em documento gráfico. Finalidades: revelar o fato científico imediato, divulgar os conhecimentos da ciência, didática. “A vida de um naturalista seria mais feliz se ele pudesse apenas observar e nunca escrever”, Charles Darwin. Artigo: relato de resultados na investigação para a solução de determinado problema de que resulta contribuição científica; se os resultados forem inéditos é um artigo original; formalismo tradicional e bem estabelecido. Tese: é o resultado de pesquisa modelo e completa, quer pela sua natureza, quer pelo fato de dever ser defendida perante comissões examinadoras. A banca examinadora de mestrado contém três pessoas e a de doutorado contém cinco. Júlia Rezende Henriques – MED 110. Monografia: trata-se de um tema de forma sistemática, acompanhada da contribuição pessoal do autor. Livro: publicação que se refere a uma mensagem científica, podendo ser um fato novo, uma interpretação nova de um problema conhecido ou a concretização de uma experiência pessoal. Nota prévia: é uma nota preliminar com finalidade de garantia ao autor a propriedade de sua descoberta; pode ser um fato novo ou original; geralmente é apresentado em congresso; é uma oportunidade de a comunidade científica contribuir com críticas, comentários, sugestões, experiências e maneiras de encarar o problema. Pré-publicação: é uma nota preliminar, porém de forma mais completa e com dados mais conclusivos; surgiu devido a eventual demora de uma publicação tipo artigo científico; devido à rápida troca de informações, a pré-publicação torna pública uma pesquisa que se esperasse um longo tempo para publicação poderia tornar-se obsoleta. Compêndio: publicação de natureza didática, completa, porém tratando de uma matéria de modo resumido; visão precisa e profunda, esgotando o assunto dentro do prisma pelo qual o encaram. Não se refere a dados históricos ou com grande citação bibliográfica; deve transmitir o conhecimento de forma precisa e com erudição. Tratados: cuidam da matéria proposta no título, de maneira completa e esgotando o assunto do ponto de vista horizontal. Assunto focalizado com espírito crítico. Atualmente escrito por autoridades especializadas em cada tópico. Atlas: usa a ilustração como recurso principal; o texto é pequeno e as fotografias, desenhos e esquemas são abundantes; é um método de aprendizagem que deve ser acompanhado por um livro-texto. Apostilas: recurso didático improvisado, usado na falta de livros ou tratados sobre o tema; não se deve ser estimulado; em geral, é resultado de apontamentos de aula; possibilidade de conter erros ao longo do tempo, pois não são corrigidos ou atualizados pelos professores. Revistas científicas: são veículos de ciência limitados aos cientistas; a linguagem técnica restringe sua leitura apenas àqueles com capacidade de compreendê-la; é uma publicação de difusão, ao contrário de publicação de divulgação, sendo estes para leigos, apresentados em jornais e visam vulgarizar a ciência e não em dar ensinamentos para capacitar leigos. Pesquisa científica na UFJF: Importância da pesquisa para o médico: residência médica, título de especialista, mercado de trabalho, concurso público, mestrado e doutorado. Pesquisa: “Conjunto de ações que são propostas para encontrar a solução para um problema,e que têm por base procedimentos racionais e sistemáticos. Uma pesquisa é realizada quando estamos diante de um problema (um questionamento) e ainda não dispomos da solução” (CHEHUEN; LIMA, 2012, p.97). “Pesquisar, significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas.” (Silva e Menezes, 2001). Roteiro para o pesquisador: Júlia Rezende Henriques – MED 110. 1) Escolha do tema (Qual o meu interesse? O que vou pesquisar?). 2) Revisão de literatura. (O que há publicado sobre o tema?). 3) Justificativa (por que estudar o tema?). 4) Formulação do problema/hipótese (O que resta de dúvida? O que está em aberto?) 5) Definição de objetivos (O que pretendo alcançar?) (usar o infinitivo na redação). 6) Metodologia (Como se procederá a pesquisa?) 7) Resultados e impactos esperados (Quais as possíveis implicações?) 8) Cronograma (atividades a serem executadas no projeto, logística). 9) Orçamento (viabilidade financeira do projeto). 10) Anexos (questionários, Termo de Consentimento Livre Esclarecido, etc) Pesquisa na UFJF: Projeto de extensão (proex) (atividade acadêmica voltada para o benefício da comunidade) e projeto de pesquisa (propesq) (pesquisa acadêmica voltada para divulgação científica). Tendência à realização de projetos de pesquisa que se desdobrem em projetos de extensão. Proex/UFJF: Pró-Reitoria de Extensão; “articulação entre o ensino e a pesquisa e as demandas da sociedade, em um exercício de contribuição mútua. A pró-reitoria coordena e apoia programas, projetos, eventos, cursos, prestações de serviço e demais atividades de extensão, considerando o compromisso social da universidade.” Propesq/UFJF: Assessora, estimula e fomenta a atividade de pesquisa na universidade. Tipos de bolsas oferecidas: BIC/UFJF: bolsa de IC para graduandos com recursos da UFJF. R$ 310,00; 12 horas semanais. PIBIC/CNPq/UFJF: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica. Cota de bolsas por instituição. R$ 400,00, por 20 horas semanais. PROVOQUE/UFJF: sem bolsas, em geral para aqueles não contemplados em editais BIC e PIBIC. PROBIC/FAPEMIG/UFJF: Programa Institucional de Bolsas de IC e Tecnológica. Cota de graduandos por instituição. R$ 400,00, 20 horas semanais. Etapas do projeto de pesquisa à publicação: escolha do tema e revisão da literatura; formulação do problema/hipótese; buscar orientador; redigir o projeto conforme as normas da Propesq/UFJF; se a pesquisa envolver seres humanos, cadastrá-la na Plataforma Brasil e submeter ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP); após aprovação do CEP, pleitear bolsas de iniciação científica ou iniciar a coleta de dados e tabulação; análise e redação; submeter à revista de interesse. Júlia Rezende Henriques – MED 110. Plataforma Brasil: base nacional e unificada de registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEP/Conep; ela permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estágios - desde sua submissão até a aprovação final pelo CEP e pela Conep, quando necessário - possibilitando inclusive o acompanhamento da fase de campo, o envio de relatórios parciais e dos relatórios finais das pesquisas (quando concluídas). Devem ser submetidos à análise para aprovação do CEP-UFJF: projetos de pesquisa que envolvam investigações com seres humanos (novos fármacos, testes diagnósticos, novas técnicas, novos procedimentos, etc.); projetos com levantamentos estatísticos (entrevistas, questionários, etc.); projetos de extensão que envolvam atendimento clínico; estudos histopatológicos com material de arquivo. Comitê de ética em pesquisa humana: documentos necessários (digitalizados e submetidos via Plataforma Brasil): 1.Formulário preenchido diretamente no site da Plataforma Brasil e projeto de pesquisa no modelo da Propesq/UFJF; 2.Folha de rosto preenchida na Plataforma Brasil, assinada pelo pesquisador responsável e pelo responsável da instituição proponente; Júlia Rezende Henriques – MED 110. 3.Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); 4.Declaração de infraestrutura e de concordância com a realização da pesquisa, assinada pelo responsável pelo setor/serviço onde os dados serão colhidos; 5.Currículos Lattes dos pesquisadores; 6.Instrumentos de coleta de dados da pesquisa (questionários, formulários, entrevistas, roteiro e outros). Publicação e exposição de resultados: revistas indexadas: WebQualis; é um sistema usado para classificar a produção científica no que se refere aos artigos publicados em periódicos científicos; a estratificação é indireta; o Qualis afere a qualidade do trabalho divulgado a partir da análise da qualidade dos veículos de divulgação - periódicos científicos. Esses veículos são enquadrados anualmente em estratos indicativos da qualidade: A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C, com peso zero. São critérios: periodicidade, indexação, acesso, escopo das revistas. A exposição pode ocorrer também em congressos, simpósios, etc. As partes de um trabalho científico – escrita de um artigo: As partes de um todo: qualquer texto literário deve seguir um fluxo lógico de informações; o delineamento ou esboço da estrutura do texto facilita muito a sua redação; há partes do texto que são totalmente independentes e podem avançar de modo concomitante; mantenha seu roteiro a mão e consulte-o com frequência, ele poderá ou deverá ser mudado ao longo do trabalho. “Se tivesse mais tempo escreveria uma carta mais curta”, Blaise Pascal. Deve- se trabalhar em cima do texto e buscar objetividade. Partes: 1) Introdução: o que tentei fazer? Por que tentei fazer? Pra quê tentei fazer?. A introdução é a apresentação do problema, sua natureza, os motivos que sugeriram o estudo, a importância e a oportunidade de estudar o tema. Objetivos: devem estar sequenciados de forma clara e objetiva; a definição dos objetivos é o cerne da formulação de um experimento científico; é, talvez, a etapa mais delicada de elaboração do projeto; os objetivos devem ser poucos, um ou dois no máximo, e cada objetivo deve corresponder uma conclusão; o tempo verbal utilizado é o infinitivo. Os objetivos devem ser escritos dentro da introdução. Revisão da literatura: “Se vi mais longe que os outros é porque estava apoiado nos ombros de gigantes”, Isaac Newton. Refere-se ao trabalho cumulativo do conhecimento; não faz qualquer sentido iniciar uma pesquisa sem estabelecer de antemão aquilo que já se sabe e quais as questões principais em aberto a respeito do tema; obriga o autor a aprofundar-se na literatura pertinente (literatura pertinente não deve ser confundida com livro-texto, pois este são apenas referências sobre o assunto); delimite o objeto de sua revisão; descreva com detalhes todos os trabalhos relevantes sobre o tema específico; o tempo verbal utilizado é pretérito perfeito. 2) Métodos ou metodologia (casuística é um sinônimo utilizado quando há pessoas envolvidas na metodologia do trabalho), (é a receita do bolo): relato detalhado, porém com a maior concisão possível sobre todo o experimento/pesquisa. Abrange o Júlia Rezende Henriques – MED 110. contexto do estudo (área endêmica? Status nutricional), definições utilizadas (conceitos de febre, hipertensão, etc), critérios de inclusão e exclusão (descrição meticulosa da amostra), variáveis analisadas, aspectos éticos e testes estatísticos. 3) Resultados: incluir todos os resultados, sejam positivos ou negativos, e sem interpretação; de forma clara, concisa e lógica; utilizar texto, tabelas, gráficos e fotografias; não são admitidos erros de digitação, cálculo ou estatístico; o tempo verbal utilizado é passado. “A natureza se escreve em linguagem matemática”, Galileu-Galilei. 4) Discussão: é aparte mais “livre” do trabalho, sendo uma análise crítica (compara o seu trabalho com outros já publicados); necessita de argumentaçãosólida, sequência lógica, discussão de questões que o autor tenha encontrado respostas ou as que requeiram a realização de pesquisa adicionais; não deve-se discutir dados que não constem nos resultados do estudo nem na literatura pertinente; o conteúdo deve estar organizado para dimensionar a qualidade e a originalidade dos resultados. Como contribuição ao debate científico; comparar a interpretação e os resultados propostos com aqueles presentes na literatura, suas concordâncias e discordâncias; indicar qualquer exceção ou falta de coerência e evidenciar os aspectos duvidosos, delimitando os aspectos não resolvidos; resumir as provas para a conclusão, estabelecendo nexo entre essa conclusão e o objetivo do estudo; discutir os resultados em função da hipótese inicial e mostrar as imperfeições dessa hipótese (tanto se os resultados confirmarem ou negarem a hipótese); discutir as implicações teóricas dos resultado obtidos e suas possíveis aplicações práticas; estabelecer de forma clara e precisa a conclusão sobre o significado do trabalho; usar a seguinte técnica: oposição x progressão, em que a oposição são os aspectos que se opõem, confrontando-os e integrando-os, e a progressão relaciona elementos encadeados em sequência lógica; o tempo verbal utilizado é: presente, quando se referir aos trabalhos já publicados em que o que foi escrito neles seja aceito até hoje, ou passado, ao se referir ao seu atual estudo, visto que os experimentos já foram executados quando você está escrevendo sobre eles. 5) Conclusão: enumerar de forma clara e concisa as suas deduções lógicas, partindo do objetivo e dos resultados; usar somente conclusões fundamentadas nos resultados do seu trabalho e nunca aquelas resultantes da literatura ou experiência pessoal; a pesquisa científica é um processo contínuo, no qual os estudos negativos são tão importantes quanto os estudos positivos. 6) Título: deve ser uma frase curta com elevado poder descritivo; é elaborada no final do trabalho. “Na linguagem científica, os vocábulos devem ser usados com o mesmo cuidado com que são os símbolos matemáticos”, Albutt. A perfeição é atingida não quando mais nada existe a ser acrescentado, mas sim quando mais nada pode ser retirado; descrever de forma adequada o conteúdo do trabalho com o menor número de palavras possíveis; deve refletir a mensagem do estudo e não ter os resultados obtidos; inicia-se com a palavra-chave, evitando-se qualquer expressão dispensável – “observações sobre”, “considerações sobre”, estudo sobre”, “influência”; evitar a concisão e extensão extremas. 7) Resumo: é a apresentação sintética das partes essenciais do texto; é a ponte entre o título e o conteúdo completo do artigo; muito em poucas palavras ou “multa paucis”; deve permitir rápida informação e avaliação do texto completo; possui aproximadamente 200 palavras, sendo definido pela revista de veiculação. Passos: expor o objetivo, descrever o método, resumir os resultados e expor as principais conclusões; o tempo verbal utilizado é o passado; texto redigido em parágrafo único; se Júlia Rezende Henriques – MED 110. for um resumo estruturado, deve-se dividi-lo em quatro parágrafos - introdução, materiais e métodos, resultados e conclusões (escrever essas palavras-título no início de cada parágrafo). 8) Referência bibliográfica: é a listagem das referências citadas no texto, de tal forma que permita a identificação dos documentos impressos; objetivo é justificar todo fato anunciado no texto. Passos: inserir a citação no texto e constituir a lista das referências; cada publicação periódica tem normas a serem seguidas. Citação: é a menção no texto de informação colhida em outra fonte; pode ser livre, quando reproduzir as ideias e informações do documento sem transcrevê-lo, ou textual, quando for uma transcrição literal de texto de outros autores, sendo colocada entre aspas ou em itálico. Sistemas/formas de se fazer uma citação: Sistema de Harvard ou autor-data: escreve-se o último sobrenome do autor e ano de publicação; exemplo: (CHEHUEN, 2002), (CHEHUEN e SIRIMARCO, 2002), (CHEHUEN et al,2002). (Et al é usado quando há três ou mais autores em um mesmo texto, a pronuncia certa é “et ali”). Numérico-alfabético: consiste em citar os trabalhos referidos por números; estes números correspondem no capítulo de referências bibliográficas aos trabalhos ordenados alfabeticamente pelo sobrenome do primeiro autor; é uma variação do sistema autor-data. Vantagens: economizar espaço e a organização em lista alfabética facilita a localização dos trabalhos; desvantagens: numeração é alterada a cada vez que entra ou sai um novo trabalho. A lista das referências bibliográficas é alfabética e o texto possui numeração fora de ordem. Exemplo: cita-se dois artigos, sendo o número 1 referente ao Ferreira e o 2 ao Silva; ao inserir um terceiro artigo escrito por Costa toda a numeração deve ser modificada, tornando-se Costa o número 1, Ferreira o número 2 e Silva o número 3. Sistema de Vancouver ou citação em sequência: sistema por ordem de citação, numérico-sequencial; a indicação da numeração nas referências bibliográficas corresponde a ordem em que os trabalhos são citados no texto, sendo listados fora da ordem alfabética; este é o padrão da maioria dos periódicos. Caso haja um autor com dois trabalhos citados em um mesmo artigo, cada trabalho ganha uma numeração. Exemplo: artigo A do Costa é o número 1 e o artigo B também do Costa é o número 2. Considerações finais: se a fonte do documento for a internet, deve constar os dados usados no documento original e também o endereço eletrônico. “Citar é como testemunhar em um processo. Precisamos estar sempre em condições de retomar o depoimento e demonstrar que é fidedigno”, Umberto Eco. “Animais de laboratório – criação e experimentação” – resumo do capítulo: Júlia Rezende Henriques – MED 110. Ética quanto ao uso de animais: é uma máxima o fato de que necessita-se dos animais em pesquisas e trabalhos. O homem, como animal superior, considera-se no direito de usar os outros animais, porém tal direito de usar é inseparável do dever de não abusar do direito. A experimentação animal é uma atividade humana com grande conteúdo ético e os problemas advindos dessa experimentação surgem do conflito entre as justificativas para o uso de animais em benefício de si mesmo e do homem e o ato de não causar dor e sofrimento aos animais. Quanto maior o sofrimento que um experimento irá causar aos animais, mais difícil é sua justificativa. Assim, tais experimentos não são eticamente válidos se houver métodos alternativos fidedignos para o conhecimento que se procura. O princípio ético exige que se obtenha um ‘ganho’ maior de conhecimento com um ‘custo’ menor no número de animais utilizados e com o menor sofrimento dos mesmos. Princípio dos 3R: dois cientistas ingleses, Russell e Burch, sintetizaram os princípios humanitários da experimentação animal, sendo eles: Replacement (alternativas): indica que deve-se usar, sempre que possível, materiais sem sensibilidade, como culturas de tecidos e modelos de computador, ou animais com sistema nervoso menos desenvolvido. Reduction (redução): o número de animais utilizados deve ser o menor possível, desde que forneça resultados estatísticos significativos. Refinement (aprimoramento): usar técnicas menos invasivas e manejo dos animais apenas por profissionais capacitados, evitando dor e sofrimento ao animal. OBS.: em um texto científico, é possível que apareça a seguinte expressão: “...colocar o bem-estar do animal em situação ridícula, Hume (apud Rempry, 1987) disse: o que o bem-estar animal precisa...”. Nela, é explícito que a fala foi dita por Hume, enquanto Rempry foi o escritor de um trabalho que citou Hume; assim, apud é um termo em latim que significa “citado por”.Pesquisa científica na Internet: BVS ou BIREME: Biblioteca Virtual em Saúde. Site oficial de pesquisa em saúde na internet brasileira: http//:www.bireme.br e http//:www.bvs.br. Banco de dados de pesquisa; recurso utilizado para realizar revisão da literatura sobre um determinado tema a ser pesquisado. Objetivos: contribuir para o desenvolvimento contínuo da saúde, educação e pesquisa nas Américas, ao garantir o acesso à informação relevante, atualizada e de forma rápida; democratizar o acesso à informação científica e técnica e o intercâmbio de conhecimento e evidências; coordenar o desenvolvimento e atualização da terminologia relacionada com as Ciências da Saúde, através dos DeCS. O que encontra-se disponível no BIREME são: artigos com acesso livre e gratuito, catalogo de sites de qualidade em Ciências da Saúde, localizador de informações sobre saúde. Descritores em Ciências da Saúde – DeCS: foi criado pela BIREME para servir como uma linguagem científica padrão na indexação de artigos, assim como para ser Júlia Rezende Henriques – MED 110. usado na pesquisa e recuperação de assuntos da literatura acessíveis pela BVS (Scielo, medline, etc); garantem acesso à terminologia em saúde em três idiomas – português, inglês e espanhol – com vocabulário de uso universal; são utilizados também para compor as palavras-chave dos trabalhos científicos. Operadores lógicos de pesquisa – operadores booleanos: auxiliam na busca de informações por possibilitar a combinação de termos usados na busca; são eles: AND, OR e AND NOT. AND: interseção; em uma pesquisa entre dois ou mais termos relacionados com “and”, serão recuperados documentos que possuem os termos ocorrendo simultaneamente. OR: união; em uma pesquisa entre dois ou mais termos relacionados com “or”, serão recuperados documentos que têm qualquer um dos dois termos na pesquisa. AND NOT: exclusão;1 em uma pesquisa excluindo determinado termo serão recuperados documentos que não possuem relação com este termo. EXTRA – Formas de divulgação do conhecimento científico – Reuniões científicas: Metas: difusão de um fato novo, elucidação de um assunto controverso, atualização de conhecimento e troca de informações. Tipos: Congresso: aborda, na maioria das vezes, uma especialidade médica; é uma reunião com várias sessões e vários cursos. Conferência: reunião destinada a um grupo de pessoas com identidade de interesse; o presidente abre e fecha os trabalhos, apresenta os conferencistas e, ao final, encerra salientando os aspectos mais importantes. Vantagens: possibilidade de um grande número de pessoas conhecerem a opinião de um especialista sobre o tema; desvantagens: auditório não participa – é como se fosse uma aula expositiva. Mesa redonda: reunião que se compõe de pequeno número de especialistas, que em torno de uma mesa, se reúnem para discutir um tema; suas principais características são: discussão com pouca formalidade, aberta a todas as pessoas que querem falar, risco de perder tempo com discussões sem importância, exposição de diferentes opiniões sobre um mesmo assunto. Fórum: reunião “democrática” onde o tema é apresentado por um ou mais expositores, porém com intensa e livre participação de todos; sua principal característica é a liberdade de palavra igualmente a todos, o que pode resultar em tumulto. Simpósio: reunião dinâmica onde o tema é tratado sob diferentes pontos de vista; visa sumarizar a opinião de quatro a seis especialistas sobre um problema e suas peculiaridades; suas principais características são: transmitir em pouco tempo a opinião de diversos especialistas sobre um tema e não permitir debate.