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Escravidão e Resistência

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Escravidão e Resistência
Tráfico negreiro e a luta dos africanos
As primeiras capitanias do Brasil que receberam escravos africanos foram
Bahia e Pernambuco, já que a produção de açúcar mais prosperou.
Ao longo do século XVII, é provável que o tráfico de escravos tenha sido mais
lucrativo para a metrópole portuguesa do que o negócio do açúcar.
No século XVIII, a economia passou por um processo de diversificação.
Foram descobertas jazidas de ouro no interior, o que fez crescer a
necessidade de mão de obra.
No século XIX, a importação de escravos foi ainda mais intensa, para
abastecer principalmente a lavoura de café, que estava em crescimento no
sudeste do país.
Depois do aprisionamento em seu continente, os escravos eram acorrentados
e marcados com ferro em brasa para a identificação. E eram vendidos a
comerciantes de escravos.
A viagem era muito longa e exaustiva: de Luanda (África) até Recife (Brasil)
levava geralmente 35 dias; até a Bahia, 40 dias; até o Rio de Janeiro, cerca
de dois meses.
Nos porões escuros dos navios, o espaço era reduzido e o calor, quase que
insuportável.
A água era suja e o alimento era insuficiente para todos. Formava-se, um
ambiente propício para o desenvolvimento de doenças e epidemias, que
vitimaram os africanos. Devido à esses fatores, às péssimas condições do
transporte e aos maus-tratos, cerca de 5% e 25% dos africanos morriam
durante a viagem
Por meio do tráfico negreiro, chegaram ao Brasil homens e mulheres de
diversas regiões da África. Entre os principais grupos, pode-se destacar:
•Os bantos: Originários da África central, geralmente de Angola e do Congo;
foram levados principalmente para Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas
Gerais.
•Os sudaneses: Provinham das regiões africanas do Daomé (Benin), Nigéria
e Guiné, na África ocidental; foram levados principalmente para a Bahia.
Linha do tráfico negreiro, da África até o Brasil, e os dois principais grupos (foto:Pinterest).
Nos séculos XVII e XVIII, os africanos de origem sudanesa eram comprados
por um preço maior, pois muitos senhores no Brasil os consideravam mais
fortes e inteligentes que os demais. Entretanto, esses escravos também
foram os líderes de muitas revoltas, especialmente nos séculos XVIII e XIX.
Por isso, os africanos bantos passaram a ser mais procurados.
Chegando ao Brasil, os africanos que sobreviviam à viagem nos navios eram
vendidos, geralmente no próprio porto. Depois, passavam a trabalhar nos
engenhos, nas plantações, mineração, serviços domésticos entre outros.
Os compradores de escravos evitavam comprar indivíduos do mesmo grupo
linguístico, para que fossem obrigados a se comunicar em português.
Vejamos algumas distinções.
•Escravo de ganho: Eram aqueles que viviam nas cidades e realizavam
trabalhos temporários, em troca de pagamento, que era revertido parcial ou
totalmente, para seus proprietários. Eles poderiam juntar algum dinheiro com
suas tarefas e, eventualmente, comprar sua liberdade.
•Negros do eito: São os escravos que trabalhavam nas lavouras, e eram
chamados de eito. Eram fiscalizados pelo feitor e trabalhavam até 15 horas
por dia. Quando desobedecia às ordens, pedia sofrer vários castigos,
geralmente aplicados em público, para que os outros escravos também se
intimidassem.
Escravo sendo açoitado em público (foto: infoescola)
•Escravos domésticos: os escravos mais bonitos, dóceis e confiáveis eram
escolhidos. Muitas vezes recebiam roupas melhores e uma alimentação
adequada etc.
•Boçal e ladino: Outro fator que distinguia os escravos era o processo de
"adaptação" cultural. Tinha menor valor o boçal , designação dada ao escravo
recém-chegado da África, que desconhecia a língua portuguesa e o trabalho
na colônia. Já o ladino era mais valorizado, pois o escravo entendia melhor a
língua portuguesa e já havia aprendido a rotina de trabalho.
Os africanos trazidos para o Brasil e seus descendentes não ficaram passivos
à condição escrava.
Algumas formas de resistência vencida por eles:
•Violência contra si mesmos: Algumas mulheres, por exemplo, provocavam
abortos para evitar que seus filhos também fossem escravos; outros africanos
chegavam a praticar suicídio, encorcando-se ou envenenado-se.
•Fugas individuais e coletivas: Os escravos fugidos buscavam a proteção de
negros livres que viviam nas cidades; outros formavam comunidades,
chamadas de quilombos - era uma comunidade de escravos que fugiam de
seus donos e se refúgiavam nas matas- que viviam com diversos grupos e
sociedade.
•Confrontação, boicote e sabotagem: alguns se rebelaram e agiam violentos
contra senhores e feitores; boicotavam os trabalhos, reduzindo ou
paralisando as atividades; sabotavam a produção, quebrando ferramentas ou
incendiando plantações.
•Negociações: Muitos escravos faziam acordos de cumprir as exigências de
obediências e trabalho em troca de um melhor padrão de sobrevivência
(alimentos, vestuários, saúde) e da conquista de espaço de expressão de sua
cultura.
Vários estudos sobre quilombos em muitos estados brasileiros, mostram que
a população quilombola era principalmente composta de africanos, e seus
descendentes, haviam entre eles indígenas ameaçados pelo avanço europeu,
soldados desertores - que abandonaram algo que fazia parte- gente
perseguida pela justiça, ou simplesmente comerciante.
A vida nos quilombos estavam ligadas a uma série de atividades: agrícola,
caça, criação de animais, coleta entre outras coisas.
Palmares, considerado o quilombo mais importante de nossa história,
recebeu esse nome porque ocupava uma extensa região de Palmares.
Estava situado no atual estado de Alagoas, que na época, fazia parte da
capitania de Pernambuco.
Em Palmares, os quilombolas criavam gado e cultivavam milho, feijão,
cana-de-açúcar e mandioca, além de realizar um razoável comércio com os
povoadores próximos.
Apesar de várias expedições militares organizadas para destruí-las, o
quilombo resistiu por 65 anos, chegando a ter, segundo um governante da
capitania de Pernambuco, aproximadamente 20 mil habitantes.
O primeiro líder a se destacar em Palmares foi Ganga Zumba - que quer dizer
"grande senhor"-, que governou o quilombo entre 1656 e 1678. Pressionado
pelo ataques frequentes dos colonos, Zumba firmou com o governador de
Pernambuco com a acordo de paz que previa liberdade para o negros
nascidos em Palmares, com a condição de serem devolvidos aos colonos os
recém-chegado.
Zumbi, sobrinho de Ganga Zumba, não concordou com essa condição e
liderou um grupo que se opôs ao acordo. Zumba foi assassinado, e Zumbi
passou a liderar Palmares.
Em 1687, o governo e os senhores de engenho contrataram o bandeirante
Domingos Jorge Velho e seus comandados para destruir Palmares.
Em 1694, o governo enviou 6 mil homens para ajudar os bandeirantes ao
ataque do quilombo. Os quilombolas não tinham armas nem munição
suficientes, mas ainda sim resistiram durante um mês. No final, o quilombo foi
destruído, e sua população, massacrada.
Zumbi conseguiu escapar, mas foi preso e morto em 1695, e sua cabeça foi
exposta em praça pública em Recife.
Johann Moritz Rugendas: habitação dos negros (foto:Historia Hoje)
Referência do resumo: História Global: Brasil e Geral - 2 Gilberto Coutinho, 2013
Direto desta edição: Saraiva S.A. -Livreiros Editores, São Paulo, 2013

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