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RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO TRABALHO E ÉTICA PROFISSIONAL - LARA SUELLEN BEZERRA LOPES

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RELAÇÕES INTERPESSOAIS 
NO TRABALHO 
E 
ÉTICA PROFISSIONAL 
 
 
 
 
1 
 
 
 
Sumário 
 
 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................... 2 
1. Relações Interpessoais no trabalho .................................................................................. 3 
1.1 Fundamentos do comportamento individual .............................................................. 5 
1.2 Estilos Relacionais ............................................................................................................ 8 
1.3 Comunicação Interpessoal ............................................................................................ 10 
2. Relacionamentos de Competição e Cooperação ......................................................... 15 
2.1 Trabalho em Equipe nas organizações ........................................................................... 19 
3. Ética Profissional ................................................................................................................. 22 
3.1 ÉTICA X MORAL ............................................................................................................... 25 
4. Código de ética da Enfermagem .......................................................................................... 30 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Diante do novo cenário em relação à saúde do trabalhador no Brasil, viu-se a 
importância de incentivar ainda mais os estudos nesta área e, além disso, aprimorar 
os conhecimentos dos profissionais da saúde. Por isso, nesta apostila veremos um 
pouco sobre como lidar com o outro dentro do ambiente de trabalho e perceber as 
diferenças existentes. 
 É válido ressaltar que a Enfermagem é a profissão que está mais presente em 
todos os contextos que envolvem a saúde e, com o trabalhador não será diferente. A 
partir disso, é imprescindível compreender o comportamento individual humano e 
como agir diante das dificuldades que aparecerem. 
Outro fator importante que será visto nesse material, é sobre a ética nas 
profissões, principalmente na enfermagem que lida com as intimidades dos indivíduos, 
ademais conhecer o código em que a profissão está baseada. Por isso, aproveitem 
bastante o material e a partir dele comecem a ter um olhar diferenciado!!!! 
 
 
 
BONS ESTUDOS!!!!!!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. Relações Interpessoais no trabalho 
 
O processo de interação humana encontra-se presente nas organizações, e a 
forma como se dão essas interações influencia os resultados de toda a empresa. 
Conviver com o outro não é uma tarefa fácil, e conviver com o outro no trabalho sem 
entender o comportamento de cada um é praticamente impossível. Wagner et al. 
(2009) afirma que: 
 
“As relações interpessoais se estabelecem a partir de um processo de 
interação entre os membros de uma mesma equipe, criando-se vínculos profissionais, 
uma condição relacional entre trabalhadores, a fim de executarem uma ação coletiva, 
e alcançarem um objetivo em comum”. 
 
Em vista disso, sabe-se que cada um de nós possui algumas noções sobre o 
comportamento e as reações de outras pessoas, e até já desenvolveu certa habilidade 
para lidar com as maneiras diferentes que cada um possui; porém, essas noções são 
empíricas e nos basearmos apenas no que “achamos” nem sempre é um bom 
caminho. 
A interação de pessoas num ambiente organizacional, tem que ser levado em 
consideração que o ser humano não é uma máquina e que muitas vezes o 
comportamento é diferente do que se espera. Isso porque, quando estamos em 
interação com outras pessoas, o funcionamento de ser de cada um é afetado, 
alterando o que se poderia chamar de “previsto ou esperado”. 
Relacionamentos interpessoais éticos e gentis diminuem o individualismo, 
aumentam o comprometimento e a responsabilidade. Um clima organizacional 
harmonioso resulta em entusiasmo, amplia a visão de futuro, melhora o desempenho 
e a produtividade. No que tange o clima organizacional, é necessário proporcionar ao 
trabalhador motivações para que ele sinta prazer durante a execução de suas tarefas 
diárias. 
Segundo Fonseca et al. (2016), proporcionar um ambiente favorável com 
relações sadias traz grandes benefícios para os gestores e, consequentemente, para 
as organizações. Equipes sólidas são mais fortes não só por compartilharem as 
vitórias, como também para dividirem os resultados negativos e buscarem as soluções 
que possam reverter essa situação. 
 
4 
 
Moscovici (1994) afirma que nas empresas, a interação humana ocorre em dois 
níveis concomitantes e interdependentes. O nível da tarefa é o que podemos observar, 
que é a execução das atividades individuais e em grupos. Já o socioemocional refere-
se às sensações, aos sentimentos que são gerados pela convivência. Se esses 
sentimentos são positivos, o nível da tarefa é facilitado, gerando uma produtividade 
satisfatória. Se, ao contrário, o clima emocional não é satisfatório, a tarefa passa a 
sofrer os efeitos, que muitas vezes se manifestam com interações de desagrado, 
antipatia, aversão etc. 
A interação socioemocional pode favorecer o resultado do trabalho e as relações 
interpessoais. Se os processos são construtivos, a colaboração e o afeto predominam, 
o que possibilita a coesão do grupo. Caso contrário, o grupo passa a ter conflitos 
internos. O que se observa é que para trabalhar bem, e em grupo, as pessoas 
precisam possuir não apenas competências técnicas para realizar suas funções, mas 
também competências emocionais. Vemos que a realização do eu é fundamental na 
interação com os outros; a forma como eu me vejo, minhas motivações, ideologia, 
influem em cada interação interpessoal. 
 
 
 
 
 
Quando se avalia a questão organização das empresas, pode-se inferir que 
metas, normas, padrões, melhorias contínuas, muitas vezes desencadeiam práticas 
desfavoráveis ao convívio, influenciando diretamente no clima e no desempenho dos 
colaboradores. Além disso, quando o ambiente é composto por um grande número de 
pessoas, normalmente ocorrem certos desentendimentos entre os colaboradores. 
5 
 
Estes aborrecimentos nem sempre são provenientes de motivos profissionais, e sim, 
pessoais. Isto ocorre, porque a vida pessoal interfere no desempenho profissional, e 
se o colaborador estiver equilibrado emocionalmente, o seu rendimento será 
extremamente positivo. 
 
1.1 Fundamentos do comportamento individual 
 
A compreensão do comportamento individual na situação de trabalho é muito 
importante para avaliar o nível de satisfação dos colaboradores. Esta satisfação reflete 
na produtividade. Alguns atributos são considerados importantes para a previsão do 
comportamento do indivíduo na organização como: 
 Centro de Controle: a pessoa que acredita que é a dona do seu destino 
 Maquiavelismo: a pessoa credita que os fins justificam os meios, é 
emocionalmente distante e tendencialmente manipuladora. 
 Autoestima: a medida de quanto a pessoa gosta de si mesma. 
 Auto Monitoramento: capacidade da pessoa de adaptar seu comportamento a 
fatores situacionais. 
 Disposição ao Risco: gosto e habilidade de lidar com situações indefinidas e 
altamente imprevisíveis. 
A partir dessas informações é possível perceber que cada pessoa traz para a 
organização certa carga emocional como emoções negativas e positivas que poderão 
influenciar no desempenho profissional e da organização. 
O comportamento individual está ligado à idade, sexo, estado civil, 
personalidade, habilidades físicas, intelectual, enfim, cada pessoa tem suas 
características, umas mais desenvolvidas para dirigir tal cargo queoutras, pois têm 
mais facilidade de aprendizagem. 
As Influências Socioculturais também são fatores importantes na formação de 
um sujeito, é sabido que estas influências estão ligadas à cultura, subcultura, à classe 
social, à família dos funcionários e aos papéis desempenhados dentro e fora da 
organização. O escritor Kaale (1993) declara como a compreensão cultural pode 
melhorar a eficácia da venda pessoal e também para o autodesenvolvimento no 
ambiente de trabalho. 
6 
 
É válido ressaltar que as pessoas apresentam comportamentos diferentes entre 
as classes sociais refletindo no desempenho profissional. Pessoas de classe mais alta 
procuram, no trabalho, a autorrealização, pois suas necessidades fisiológicas, de 
segurança e social provavelmente estão satisfeitas enquanto que pessoas de classe 
mais baixa, ainda estão em busca da satisfação das primeiras necessidades. 
No que se refere a autorrealização, podemos citar as influências psicológicas, 
as quais incluem a motivação, personalidade, aprendizagem, atitudes, percepção e 
autoconceito. Para o ser humano se sentir renovado e determinado para 
desempenhar uma função é necessário que ocorra realização, poder e afiliação. A 
pessoa em si, trabalha para se realizar tanto financeiramente como também para 
atender suas necessidades de realização. A pirâmide de Maslow mostra quais as 
cinco principais necessidades que o indivíduo procura atender no desempenho 
profissional. 
 
 
Figura 1: Pirâmide de Maslow: também conhecida como Teoria das Necessidades Humanas, 
foi desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Abraham Maslow (1908-1970) para separar, 
de forma hierárquica, as diferentes necessidades que os seres humanos têm. 
 
Os indivíduos são motivados por diversos níveis de necessidades, quando se 
sentem suficientemente gratificados ocorre uma satisfação ativando um movimento 
para um novo nível de necessidade. Além disso, podemos afirmar que o 
comportamento do ser humano nos dias de hoje, é resultado dos seus anos e anos 
7 
 
de aprendizado e experiências no decorrer dos tempos, onde tudo que faz é em 
função do que está ao seu redor que é constantemente influenciado por fatores 
situacionais que fazem parte do cotidiano. 
Portanto para que as empresas tenham sucesso, estas devem considerar 
também os principais fatores que influenciam diretamente os seus colaboradores, no 
sentido de compreender e atender todas as suas necessidades. Se as condições de 
trabalho não forem adequadas os recursos humanos, com talentos, não conseguirão 
desempenhar suas atividades com envolvimento, criatividade e responsabilidade. 
Ainda de acordo com Moller (2002,), um ambiente caracterizado por respeito 
mútuo, abertura, informações completas, altos padrões éticos, confiança, segurança, 
tolerância, ênfase nos pontos fortes das pessoas, bom humor, cordialidade e 
prioridade às pessoas, elevam o nível de desempenho humano da organização. Já 
um ambiente caracterizado por burocracia, políticas de poder, medo, desconfiança, 
frieza, ênfase nos erros e pontos fracos das pessoas, boatos, falta de consistência e 
prioridade ao sistema, reduz consideravelmente o nível do desempenho humano 
organizacional. 
O reconhecimento que se dá, em forma de atenção e interesse pelo trabalho 
desempenhado, influencia grandemente o nível do desempenho humano. A atenção 
positiva, quase sempre, eleva o nível de desempenho humano, dependendo de quem 
está dedicando esta atenção, como ela é demonstrada e do fato do indivíduo sentir 
que a merece. Assim como reprimendas ou críticas também podem elevar ou abaixar 
o nível de desempenho, dependendo de como forem feitas. 
Esses fatores influenciam no desempenho humano porque a autoestima do 
indivíduo é determinada por eles, depende desses reconhecimentos e recompensas 
para estar em alta ou baixa, sendo, a autoestima o que mais influencia o desempenho 
de uma pessoa. O indivíduo estando com sua autoestima elevada, provavelmente 
apresentará bom desempenho em sua função. O nível de desempenho de um 
colaborador será baixo caso não sejam perfeitamente claros para ele os objetivos de 
sua função e da empresa. 
Conhecer os objetivos e compreender por que um trabalho precisa ser feito, são 
pré-requisitos para o comprometimento e para o colaborador atingir um alto nível de 
desempenho. O indivíduo precisa ser mantido atualizado a respeito dos resultados do 
8 
 
projeto geral, do qual seu trabalho faz parte. O resultado de um bom desempenho é a 
produtividade de bens ou serviços em um período de tempo. Para Moller (1996) ser 
produtivo é criar resultados e para isto é necessário definir metas, estabelecer as 
tarefas que atingirão os objetivos, utilizar recursos, tempo e energia nestas tarefas. 
Para uma empresa, a produtividade é um pré-requisito da lucratividade. 
 
1.2 Estilos Relacionais 
 
São divididos em quatro grupos gerais: 
O estilo agressivo 
A agressividade se observa por meio de comportamentos de ataque contra as 
pessoas e os acontecimentos. O agressivo prefere submeter os outros a fazê-los 
curvar, ou mudar de opinião. Fala alto, interrompe e faz barulho com os seus afazeres, 
enquanto os outros se exprimem. Ele desgasta psicologicamente as pessoas que o 
rodeiam. O agressivo pensa que é sempre ganhador com o uso de seu método, mas 
não entende que se o fosse, não necessitaria ser agressivo. 
O agressivo torna-se um cego no seu meio, porque as pessoas evitam falar com 
ele de forma verdadeira. Estes emitem, muitas vezes, a opinião de que os outros são 
estúpidos. O objetivo principal desse estilo é ganhar sobre os outros, dominar e forçar 
os outros a perder. Em grande parte, vence humilhando e controlando os outros, de 
tal modo que não lhes dá a possibilidade de se defenderem. 
 
 
 
O estilo passivo 
A atitude passiva é uma atitude de evitar as pessoas e os acontecimentos. Em 
vez de se afirmar tranquilamente, o passivo afasta-se ou submete-se; não age, porque 
9 
 
não se afirma, torna-se geralmente uma pessoa ansiosa, que apresenta dores de 
cabeça com frequência e sofre de insônias. 
O passivo não age porque tem medo das decepções. Tímido e silencioso, ele 
nada faz. O passivo é, quase sempre, um explorado e uma vítima. Tem muita 
dificuldade em dizer não e em afirmar as suas necessidades porque é muito sensível 
às opiniões dos outros. 
 
 
 
 
 
 
O estilo manipulador 
O manipulador não se envolve nas relações interpessoais. Esquiva-se dos 
encontros e não se envolve diretamente com as pessoas nem nos acontecimentos. O 
seu estilo de interação se caracteriza por manobras de distração ou manipulação dos 
sentimentos dos outros. O patrão manipulador obriga o empregado a fazer horas 
extras dizendo: “como pode recusar, depois de tudo que fiz por você?” O manipulador 
não fala claramente dos seus objetivos. É uma pessoa muito “teatral”. 
 
 
10 
 
 
 
 
 
O estilo assertivo ou auto-afirmativo 
As pessoas assertivas são capazes de defender os seus direitos, os seus 
interesses, de exprimir os seus sentimentos, os seus pensamentos e as suas 
necessidades de forma aberta, direta e honesta. Essas pessoas, para afirmarem os 
seus direitos, não pisam os direitos dos outros. A pessoa assertiva tem respeito por si 
própria e pelos outros; está aberta ao compromisso e à negociação. Aceita que os 
outros pensem de forma diferente dela; respeita as diferenças e não as rejeitas. 
 
 
 
1.3 Comunicação Interpessoal 
 
Comunicar vem do latim communicare, que significa colocar em comum, 
partilhar, entrar em relação com, ou seja, comunicar é, então, trocar ideias, 
11 
 
sentimentos e experiências entre pessoas que conhecem o significado daquilo que se 
diz e do que se faz. Em relação à comunicação interpessoal, pode-se afirmar que 
esta se refere à troca de mensagens e informações entre as pessoas. A capacidade 
de dialogar, trocar ideias esta que pode ser realizadaatravés do contato físico direto. 
Corroborando com essa ideia, Figueiredo afirma que a comunicação 
interpessoal consiste num processo de interação entre os indivíduos que nela 
intervêm. Assim, tais intervenções, ao agir, fazem-no como resposta a uma motivação 
pessoal, mas também sob o efeito do comportamento do interlocutor (é um processo 
análogo ao que se passa no jogo do xadrez: movimentamos determinada peça para 
satisfazer um desejo tático nosso, mas somos influenciados também pela jogada 
anterior do adversário) 
Sabe-se que a comunicação desempenha um vasto conjunto de funções 
indispensáveis à própria natureza da existência humana. Por trás do estudo das 
funções da comunicação, está implícita uma determinada concepção acerca do que é 
comunicar. Dessa concepção decorrem diferentes formas de explicar o como e o 
porquê dos processos comunicacionais. Entre as funções mais usuais da 
comunicação são apontadas todas aquelas que visam fins pessoais ou sociais. 
Comunicamos para informar e estarmos informados, para formar e influenciar 
atitudes e crenças, por simples prazer, para realizar tarefas em grupo, para criar e 
manter organizações, ou para inovar. Portanto, é importante atentar à alguns fatores 
que contribuem para uma comunicação de sucesso, tais como: 
 
 Compreender o comportamento do outro; 
 Ser sensível à comunicação não verbal; 
 Ver, ouvir e sentir o que está sendo dito; 
 Ser autêntico, sem magoar o outro; 
 Manter debates abertos; 
 Elucidar e desenvolver ideias; 
 Compartilhar informações; 
 Usar dados reais como base para decisões; 
 Decidir consensualmente 
 
Por isso, tem-se elementos importantes no processo de comunicação: 
12 
 
Comunicar é trocar mensagens. Embora a situação de comunicação possa se 
apresentar de muitas maneiras diferentes, comporta sempre alguns elementos que 
lhe são característicos: 
 Emissor: é aquele que emite, envia, transmite a mensagem. O emissor deve 
ser capaz de construir mensagens que sejam compreendidas pelo receptor. 
 Receptor: é o indivíduo que recebe a mensagem. Este deve estar sintonizado 
com o emissor, de forma a entender a mensagem, ele será mais receptivo quanto 
maior for a sua abertura ao outro. 
 Mensagem: é o conteúdo da comunicação (conjunto de sinais com significado: 
ideias, sentimentos, conjunto de símbolos emitidos pelo emissor). 
 Código: é o conjunto de sinais e regras que permite transformar o pensamento 
em informação que possa ser entendida, na sua globalidade, pelo receptor. O emissor 
utiliza o código para construir a sua mensagem - operação de codificação - (é capaz 
de construir mensagens com significado e que sejam entendidas pelo receptor), 
enquanto que o receptor utiliza esse mesmo código para compreender a mensagem 
- o receptor decodifica a mensagem (é capaz de interpretar a mensagem, 
compreendê-la, dar-lhe um significado). 
 Canal: é o suporte físico por meio do qual passa a mensagem do emissor para 
o receptor. O canal mais comum é o ar, mas existem outros - a carta, o livro, o rádio, 
a TV, a Internet, etc. 
 Contexto: é o conjunto de variáveis que rodeiam e influenciam a situação de 
comunicação. 
 Ruído: existe outro elemento fundamental que entra no processo de 
comunicação, designado ruído. Inclui tudo aquilo que perturba ou distorce o processo 
de comunicação. Os ruídos que adulteram a comunicação podem surgir em qualquer 
altura do processo e se tornam barreiras para uma comunicação eficaz. Em 
comunicação, um ruído é tanto um barulho (fisicamente perceptível), como uma ideia 
ou sentimento que esteja perturbando a eficácia do processo comunicacional. 
 Feedback: ou informação de retorno: é o que permite aferir a eficácia da 
comunicação e de que forma a mensagem está chegando ao interlocutor. Serve para 
corrigir deficiências ou equívocos e reforçar a comunicação. Favorece a sintonia. 
 
 
13 
 
 
Se observarmos atentamente a forma como as pessoas interagem, verificamos 
que cada indivíduo tem um modo próprio de comunicar. Embora podendo adaptar 
vários estilos de comportamento, procurando o mais eficaz em função do contexto em 
que é exercido, cada um de nós desenvolve um conjunto de atitudes que predominam, 
determinando frequentemente a forma característica como nos relacionamos com os 
outros. A utilização de um estilo de comportamento inadequado, em determinado 
contexto ou perante determinado interlocutor, poderá originar problemas graves na 
comunicação interpessoal. 
Além disso, há outros tipos de meio de comunicação. Como a linguagem não-
verbal, esta consiste em na maneira de nos comunicarmos por meio dos nossos 
gestos, posturas, expressões faciais, tom de voz, silêncio, etc. Comunicamos, 
igualmente, pela roupa que vestimos e dos complementos que usamos. É mediante a 
comunicação não-verbal que transmitimos muitas das nossas emoções e dos nossos 
sentimentos. 
“Será que o nosso corpo fala?” As pessoas podem transmitir diferentes gêneros 
de informações, em diferentes níveis de compreensão. O processo da comunicação 
das ideias consiste em mais do que uma simples linguagem escrita ou falada. Quando 
você se comunica, às vezes a sua mensagem pode ser compreendida, ou não, mas 
é independente do que você disse, da maneira como disse, e da lógica dos seus 
pensamentos. Isso ocorre porque, muitas vezes, a recepção da sua comunicação 
14 
 
depende do grau de empatia que a outra pessoa sente com a sua comunicação não 
verbal. 
Exemplo é um marido que vira as costas à mulher e que, sem dizer uma palavra, 
sai de casa batendo a porta violentamente, transmite uma mensagem significativa. 
Portanto, não é muito difícil compreender as vantagens que se pode tirar da 
interpretação da linguagem não-falada, desde que comuniquemos por uma variedade 
de sistemas. Observar e estudar os gestos são tarefas extremamente simples, mas 
interpretá-los é um trabalho muito diferente. 
Comunicar com sucesso uma mensagem depende de esta ser interpretada 
como credível e apropriada por aqueles que a recebem. Muitas vezes, a falta de 
entendimento não é sequer expressa em voz alta, ela pode tomar a forma de um 
franzir de testa ou um suspiro. Logo, o que se está comunicando nem sempre 
corresponde ao que é recebido. É fundamental encontrar formas de anular essa 
distância. De fato, comunicar não pressupõe necessariamente o uso da palavra: 
Nosso corpo também transmite mensagens. 
• Expressões faciais comunicam sentimentos, emoções, reações intencionais ou 
não, mostram respeito ou desrespeito para com os outros. 
• O olhar pode comunicar sentimentos de hostilidade, simpatia ou desejo. 
• A roupa (comunicamos por meio das cores, do tecido, do corte que usamos). 
Vestimo-nos de formas diferentes conforme as ocasiões (uma festa, um curso, uma 
entrevista de emprego). 
• Uniformes comunicam o papel desempenhado por um indivíduo. 
• Complementos, enfeites, objetos que temos em casa, comunicam algo sobre 
nós. 
Tendo em vista que o desempenho otimizado atua como alavanca no seu 
desenvolvimento, as organizações que buscam desenvolver relacionamentos 
interpessoais positivos, com base na comunicação interpessoal saudável e na 
harmonia do ambiente de trabalho, possivelmente atingirão um nível mais elevado de 
desempenho de seus colaboradores e da organização, por consequência. 
 
 
15 
 
2. Relacionamentos de Competição e Cooperação 
 
De acordo com o dicionário cooperar significa operar simultaneamente ou 
coletivamente, o mesmo que colaborar, e competir quer dizer concorrer na busca de 
um objetivo. Nas relações de trabalho um ambiente competitivo pode ser saudável ao 
passo que ele estimula os colaboradores do grupo a buscarem um maior nível de 
excelência no desempenho de suas atribuições, no entanto, a competitividade pode 
vir a se tornar um fator prejudicial para a equipe no momento em que o indivíduo passa 
a focalizar apenas osseus objetivos em detrimento daqueles estabelecidos pela 
organização a que se vincula. 
Porém, a competição pode ser uma saudável competição interna, em que os 
membros focalizam seus objetivos pessoais para no final convergirem seus esforços 
em benefício do grupo, atingindo assim o resultado esperado por todos. Na prática, 
talvez, essa não seja a melhor maneira de trabalhar um grupo, pois, pode-se criar um 
ambiente de rivalidade e desagregação, aguçando o egoísmo dos participantes e 
desestimulando a colaboração do grupo. A postura profissional competitiva só é 
saudável quando não ultrapassa os próprios valores. O limite dos colegas de trabalho 
deve ser respeitado para se alcançar os objetivos. 
Em contrapartida, em um ambiente de cooperação, as pessoas do grupo se 
auxiliam mutuamente em busca dos mesmos objetivos, sem competir umas com as 
outras, o que facilita o convívio dentro da equipe e proporciona uma maior rapidez no 
alcance de suas finalidades. 
Cooperar é, para cada ser humano, fazer a sua parte na rede de 
interdependências necessárias para sua sobrevivência. Não o fazer implica tornar-se 
parasitário, à medida que simplesmente se utiliza dos recursos gerados pelos outros e 
neste caso só participa como usuário, não como criador. Em outras palavras, pode-se 
dizer que na rede de interdependências de nossa sociedade - na qual todos os 
indivíduos fazem parte - a ação não cooperativa, em última instância, faz com que o 
indivíduo viva à custa alheia, uma vez que não contribui com a sociedade. 
Empiricamente, percebe-se que organizações que abrigam os chamados 
indivíduos parasitários tornam-se ineficientes, uma vez que estes não contribuem para 
a criação e geração de valor, mas consomem recursos da organização. Na linguagem 
16 
 
popular, o consumo de recursos numa ordem de grandeza maior do que a geração de 
valor significa ineficiência organizacional. 
Pode-se assim dizer que o custo dessa ineficiência afeta a sociedade como um 
todo. Nas organizações privadas, as corporações podem deixar de existir pela 
incapacidade competitiva, gerando menos empregos e riqueza, ou ainda acabando por 
fornecer serviços e produtos mais caros à sociedade para compensar essa ineficiência. 
Nas organizações públicas, a ineficiência gerada pelos indivíduos parasitários reflete 
em produtos e serviços de pior qualidade para a sociedade, ou ainda impostos mais 
elevados para custear essa ineficiência. 
Percebe-se que a cooperação vai além das necessidades exclusivas das 
organizações. Ela tem importância essencial para a vida profissional das pessoas a 
partir de uma reflexão sobre o próprio trabalho enquanto meio privilegiado da realização 
humana e que oferece potencialmente a condição para que o indivíduo supere a 
natureza e realize-se como ser humano. 
Se uma empresa adotar comportamentos competitivos, o risco de uma 
aprendizagem árdua emerge, ao mesmo tempo em que busca um máximo de absorção 
de competências distintivas de seus parceiros e tenta proteger suas competências da 
concorrência (KALE, SINGH E PERLMUTTER, 2000). De outra perspectiva, o 
comportamento competitivo pode ajudar as empresas a alcançar maior eficiência 
produtiva e gerar maior renda, promovendo a criatividade e a inovação em produtos, 
mercados, processos e outros aspectos organizacionais. 
Esse ponto de vista, em uma aliança, é criticado, porque os rivais tendem a 
estruturar suas relações com jogos de soma zero, ou seja, a concorrência pode 
incentivar as empresas a erguerem barreiras em torno de suas competências 
distintivas, o que torna a competição difícil, mesmo que para benefício próprio. 
O líder de uma organização deve se preocupar em manter seus membros 
comprometidos com o objetivo comum, sendo, para isso, necessário a prática do 
mesmo tipo de procedimento. E para que se possa obter uma melhor sinergia entre os 
integrantes do grupo, os mesmos devem estar empenhados com a busca pelo resultado 
almejado, colaborando uns com os outros, em um ambiente harmonioso e participativo. 
Não pode haver interferências, como inveja e rivalidade, pois caso contrário, o trabalho 
e a relação entre os trabalhadores poderão ser prejudicados. 
17 
 
Para se determinar se o ambiente será de competição ou de cooperação, irá 
depender da análise realizada pelo líder do grupo, que de acordo com aquilo que se 
pretende alcançar poderá optar por um ou outro método de integração, escolhendo 
sempre aquele que lhe trouxer um resultado satisfatório em um menor lapso temporal. 
As relações profissionais não são estanques, elas têm caráter competitivo ou 
cooperativo de acordo com a conjuntura. A sociedade é nutrida pela competição que 
por sua vez, deriva da distribuição de bens de forma desigual e parcialmente 
meritocrática. Esse quadro cria a necessidade de os sujeitos estarem sempre alertas 
quanto a sua permanência no ambiente profissional, a realização de suas funções e 
a consolidação em melhoria do seu acesso relativo ao poder e moeda. A necessidade 
de atenção vem da disputa por espaços e ganhos, muitas vezes escassos. 
(MARQUES; GUTIERREZ, 2012). 
As relações cooperativas e competitivas dentro de um ambiente de trabalho têm 
suas vantagens e desvantagens. Dependendo das características de um grupo, o líder 
desse grupo pode fazer a sábia escolha entre uma ou outra. Tem que observar se 
naquele momento ou então se determinada tarefa, o grupo ganharia mais em uma 
relação de competição ou de cooperação. (Macedo, 1961). O autor Isidoro Macedo 
ao escrever seu artigo “Competição e Cooperação na dinâmica grupal”, deixou claro 
seu pensamento de que a sapiência de um bom líder faz com que um grupo ganhe ou 
perda produção. 
O dilema supracitado está estritamente relacionado com a sociedade capitalista 
em que vivemos, onde a competição pura e concentrada de renda e poder proliferam 
iniciativas egoístas, pois a questão é, entende-se o trabalho como um meio de 
libertação humana ou como uma alienação assalariada, isso acaba levando a uma 
crescente valorização da competição (ARROYO, 2008). 
Durante muito tempo a economia foi tratada de maneira apenas interna, dentro 
de cada país, porém, com a globalização econômica promovida nos últimos anos, a 
economia interna de cada país, e consequentemente de cada empresa passou a ter 
um caráter mais complexo, se enquadrando ao novo mercado mundial. Antes da 
internacionalização da economia, os empreendedores não consideravam como 
importantes a formação de equipes de trabalho com um pessoal cooperativo, porém, 
essa visão mudou nesse momento da história, a dinâmica da economia globalizada 
18 
 
exige a cooperação intracoletiva, aspecto que ganhou grande valoração a partir de 
então. (RIBEIRO, 2012) 
Mesmo com essa mudança na visão econômica das empresas, alguns gerentes 
ainda valorizam a competição entre seus membros, desde que esta seja considerável 
“saudável”, pois acreditam que assim, cada indivíduo buscará seus objetivos 
pessoais, e no final das contas serão agregados aos objetivos dos outros e 
convertidos para o bem da equipe. (RIBEIRO, 2012) 
Assim, para Gutierrez (2005), um indivíduo para a realização pessoal e 
profissional deve conquistar seu espaço através de métodos de cooperação, 
competição e até mesmo decepções e frustrações. Embora a sociedade 
contemporânea utilize mais o sistema competitivo, para uma boa relação de mercado 
e permanência no mesmo depende da cooperação em determinados momentos. 
Segundo Deutsch (1973), vivemos em um mundo extremamente competitivo, a 
grande maioria das pessoas vivem para alcançar somente seus objetivos, sem 
preocupações se os indivíduos que o cercam também alcançaram seus ideais. Porém, 
quando existem a cooperação entre os indivíduos, além de aumentar as chances dele 
próprio alcançar seus objetivos, aqueles que o rodeiam também acabam alcançando. 
Dessa forma, ainda de acordo com o autor supracitado, não podemos compararsituações de cooperação com situações de competitividade. Quando existe a 
competitividade em grupo os indivíduos preocupam-se primeiramente em alcançar 
seus próprios objetivos. Isso diminui as chances alheias, pois quando existem a 
competição ninguém ajuda seus companheiros, pois partem dos princípios de que se 
ajudarem aqueles podem estar dando suas próprias chances para outrem. Então as 
chances daqueles que estão dentro de um grupo competidor terá suas chances 
diminuídas. 
 Isidoro Macedo (1961) nos traz a lição de Daniel Katz, para ele a cooperação é 
quando duas ou mais pessoas se esforçam de uma forma coordenada para juntos 
atingir um objetivo. O conceito de Daniel Katz é bastante simples, entretanto May e 
Doob também lembrados por Macedo tem uma concepção mais apurada sobre 
competição e cooperação. Ele também afirma que para haja competição ou 
cooperação existe a necessidade de haver dois ou mais indivíduos. Contudo, na 
competição todos aqueles que estão no grupo não conseguem alcançar o fim 
19 
 
almejado, mas na cooperação o fim que todos buscavam podem ser alcançando na 
mesma proporção. No processo cooperativo existe mais coesão entre os indivíduos 
que estão dentro de um mesmo grupo, quando existe essa intensa coesão o poder de 
influenciar os membros daquele grupo é bem maior. Ou seja, quanto maior for essa 
coesão, maior será a capacidade de influência. 
As divergências entre competição e cooperação são muito grandes. O autor 
Alhures fez um estudo sobre as consequências entre diferenças entre um processo 
social cooperativo e um competitivo. Segundo o estudo desse autor, no processo 
cooperativo como os indivíduos permitem que as suas ações sejam feitas por outras 
pessoas, acabam existem uma maior substitubilidade, pois existem uma maior 
confiança e comunicação entre os membros daquele grupo. (Deutsch, 1973) 
Para Palmieri et al (2004), a cooperação e a competição apresentam 
comportamentos que estão a serviços de objetivos individuais que vão sendo 
constituídos em contextos grupais determinados e que ora favorece a competição, ora 
a competição, assim, o indivíduo está sempre aumentando as suas possibilidades de 
adaptação ao ambiente. A vivência de situações cooperativas pode favorecer a 
expressão de comportamentos de natureza pró-social, levando o indivíduo a se 
relacionar positivamente em relação as necessidades e bem-estar de outras pessoas. 
As relações grupais sejam elas no ambiente de trabalho, escolar, religioso, seja 
em qualquer situação onde exista um grupo, haverá competição e cooperação. Temos 
que pensar qual seria a melhor solução para aproveitar os ônus e os bônus de cada 
uma. Se partirmos do ponto de a competição faz com que o indivíduo produza mais, 
certamente escolheríamos essa opção, mas a cooperação também pode trazer 
benefícios. Na competição o indivíduo se esforça sozinho contra todos os outros para 
alcançar seu objetivo, na cooperação todos se esforçam para juntos alcançarem 
aquele objetivo. 
 
2.1 Trabalho em Equipe nas organizações 
 Uma equipe tem como essência a colaboração mútua e integrada. "Junto" é a 
palavra-chave, entretanto ela por si só não define equipe, visto que uma equipe não é 
apenas um grupo que trabalha em conjunto. Comitês, conselhos e forças tarefa não 
são, necessariamente, uma equipe. Grupos não podem se tornar uma equipe, 
20 
 
simplesmente, porque são chamados assim. Tornar-se necessário, então, distinguir 
equipes, ou times, de outros tipos de trabalho em grupo. 
 
 
 
 Segundo Katzenbach e Douglas (1993), "o desempenho de um grupo de 
trabalho é resultado da soma dos desempenhos individuais. O desempenho de uma 
equipe, além de incluir os resultados individuais, inclui o chamado resultado do trabalho 
coletivo. O resultado do trabalho coletivo é aquilo que dois ou mais membros precisam 
fazer em conjunto. E isso reflete a real contribuição dos membros de uma equipe". 
Cada vez mais o trabalho em equipe tem sido incentivado em diversas áreas 
profissionais, pois, torna o trabalho mais eficaz e enriquecedor, por se tratar de várias 
pessoas pensantes que contribuem dessa forma para a melhoria da atividade a que se 
propõe realizar. “Trabalho é toda atividade humana voltada para a transformação da 
natureza, no sentido de satisfazer uma necessidade” (CHIAVENATO, 2003, p. 77). Um 
indivíduo quando inserido numa organização se sente parte daquele todo, e não 
somente um crescimento profissional pode ser decorrente de sua satisfação e tarefa 
exercida, mas também o crescimento pessoal, que acontece quando nos relacionamos 
com outros seres semelhantes. 
Equipe é considerada um “conjunto ou grupo de pessoas com habilidades 
complementares, comprometidas umas com as outras pela missão comum, objetivos 
comuns, obtidos pela negociação entre os membros envolvidos em um plano de 
trabalho bem difundido" (CARVALHO, 2009, p. 94). Assim, ao realizar uma atividade 
proposta em equipe é preciso estar em sintonia com os colegas de trabalho para chegar 
a um acordo final e dessa forma, alcançar o objetivo com mais eficácia. 
21 
 
No mundo atual, transformar um grupo de colaboradores em equipe é um desafio 
que necessita de desenvolvimento dos envolvidos, sendo um processo de 
aprendizagem contínuo, para que seja estabelecida a comunicação entre todos e a 
construção de relações interpessoais no ambiente que convivem para, 
consequentemente, eliminar o trabalho isolado, se relacionar com as diversidades, 
experiências e visão do negócio da empresa envolvida. 
Muitos são os fatores que resultam no sucesso ou no fracasso de uma equipe, 
mas um dos principais fatores é a motivação para o trabalho em equipe. O sucesso de 
uma equipe e membros motivados estão intrinsecamente relacionados. Uma equipe 
dificilmente obterá sucesso se seus membros não estiverem motivados, interessados 
nos seus objetivos e resultados. Por outro lado, um indivíduo dificilmente se sentirá 
motivado a continuar em uma equipe que não esteja obtendo o resultado desejado, que 
não tenha sucesso. A exchange theory (lawler et ai., 2000) presume que pessoas 
permanecem interagindo com os mesmos atores quando o sucesso ocorre, porém 
quando há o fracasso, procuram por outros atores. 
O processo de tomada de decisão de um indivíduo é dirigido, em grande parte, 
pelo desejo de um determinado benefício ou pelo medo de alguma consequência. São 
as chamadas necessidades. As necessidades por subsistência, segurança, 
reconhecimento, crescimento, entre outras, tornam-se poderosos dirigentes 
(motivadores) do comportamento humano. Por outro lado, (Hackman, 1976) diz que a 
interação com outras pessoas afeta profundamente a forma de pensar, de sentir e de 
agir de um indivíduo, alterando o seu comportamento. 
Nesse contexto, por que uma pessoa ao ser convidada a participar de uma equipe 
responde positivamente ou negativamente? O que faz com que uma pessoa continue 
ou desista de ser membro de uma equipe? Quando uma pessoa é convidada a 
participar de uma equipe, imediatamente um processo de vínculo ocorre, manifestado 
através de questões que o indivíduo procura responder para decidir se adere ou não à 
equipe (Grazier, 2002): Qual o propósito da equipe? Isso me interessa? Quem 
participará? Que tipo de autoridade nós teremos? É importante para a empresa? Qual 
a compensação pela participação? Qual o risco (percebido por punição) por não 
participar? Quanto tempo levará? Será bom para mim? Entre outras. 
 
22 
 
3. Ética Profissional 
 
A palavra ética é de origem grega, derivada de ethos, que por sua vez diz respeito 
ao costume ou mesmo aos hábitos dos homens. Os estudos sobre o tema lidam com a 
compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases da moralidade 
social e da vida individual além de tratar-se de uma reflexão sobre o valor das ações 
sociais consideradas tanto no âmbito coletivo quanto no âmbito individual. Diversossão 
os autores que conceituam a Ética. 
Ela é denominada, por exemplo, como “um conjunto de valores morais e princípios 
que norteiam a conduta humana na sociedade” ou então, conforme outra definição, 
uma parte da filosofia (e também pertinente às ciências sociais) que lida com a 
compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases da moralidade 
social e da vida individual. Em outras palavras, trata-se de uma reflexão sobre o valor 
das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como no âmbito individual. 
 
 
Segundo Marilena Chauí a ética nasce quando se passa a indagar o que são, de 
onde vêm e o que valem os costumes. Ou seja, nasce quando também se busca 
compreender o caráter de cada pessoa, isto é, o senso moral e consciência moral e 
individual. Por sua vez, Rosana Soibelmann Glock e José Roberto Goldim conceituam 
ética como o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, 
adequado ou inadequado. 
A reflexão sobre nossas ações e 
a própria realização de 
determinadas ações e não de 
outras, pode ser denominada 
ÉTICA. 
23 
 
 
Na Charge acima podemos ver um exemplo claro de pessoas que agem com a 
falta de ética, uma realidade cada vez mais presente no Brasil. Em vista disso, o estudo 
em relação à ética ocorre desde a antiguidade e está presente até os dias atuais, como 
podemos ver no pensamento do filósofo Leonard Boff que define a ética como “um 
conjunto de valores e princípios, de inspirações e indicações que valem para todos, 
pois estão ancorados na nossa própria humanidade”. Assim podemos dizer ainda que 
a ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. 
Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e 
princípios morais de uma sociedade e seus grupos. Além do mais, ela “serve para que 
haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia 
prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está 
relacionada com o sentimento de justiça social”. 
Importante destacar o que muitos dizem que a Ética não serve de base somente 
às relações humanas mais próximas. Ela trata de relações sociais dos homens, pois 
alguns filósofos consideram a ética como a base do direito ou da justiça, isto é, das leis 
que regulam a convivência entre todos os membros de uma sociedade. Ferreira Gullar, 
importante autor brasileiro, vem a afirmar que “a ética deve fundar-se no bem comum, 
no respeito aos direitos do cidadão e, na busca de uma vida digna para todos”. 
A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” e 
“o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo 
profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta 
do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua 
profissão. O estudo e o conhecimento da Deontologia (do grego deontos = dever e 
logos = tratado) se voltam para a ciência dos deveres, no âmbito de cada profissão. É 
o estudo dos direitos, emissão de juízos de valores, compreendendo a ética como 
condição essencial para o exercício de qualquer profissão. 
24 
 
 
 
No que tange a escolha da profissão, ainda durante a adolescência muitas vezes, 
já deve ser permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas 
ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, 
quando você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que 
está prestes a assumir, tornando-se parte daquela categoria. Toda a fase de formação 
profissional, o aprendizado das competências e habilidades, referentes à prática 
específica numa determinada área, devem incluir a reflexão, antes do início dos 
estágios. 
Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que 
significa sua adesão e comprometimento com a categoria profissional onde 
formalmente ingressa. Isso caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional, 
a adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais 
adequadas para o seu exercício. É fundamental ter sempre em mente que há uma série 
de atitudes que não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são 
comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer. 
Algumas atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo 
quando exercidas solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto maior de 
atividades que dependem do bom desempenho desta. Uma postura proativa, por 
exemplo, é não ficar restrito às tarefas solicitadas, mas contribuir para o 
engrandecimento do trabalho, mesmo que temporário. Se sua tarefa é varrer ruas, você 
pode se contentar em varrer e juntar o lixo, mas você pode também tirar o lixo que vê 
que está prestes a cair na rua, podendo futuramente entupir uma saída de escoamento 
e causando uma acumulação de água quando chover. 
25 
 
O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da 
chuva; o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado 
para colocar caixas de alimentos; o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos 
internos antes de completar a cirurgia; a atendente do asilo que se preocupa com a 
limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro; o contador que impede uma fraude 
ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa; o engenheiro que utiliza 
o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma 
eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ou aquilo que, 
alguém vendo, não saberá quem fez. 
 
 
 
 
 
 
 
É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as 
mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos 
aspectos legais e normativos. Vá e busque o conhecimento. Muitos processos 
administrativos e jurídicos no âmbito da quebra da disciplina ética profissional nos 
conselhos profissionais, acontecem por desconhecimento da própria ética profissional 
e negligência com os valores éticos e morais. 
 
3.1 ÉTICA X MORAL 
 
A palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos 
costumes”. A moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma 
forma de garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e 
garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este 
mesmo referencial moral comum. 
 
Competência técnica, aprimoramento constante, 
respeito às pessoas, confidencialidade, 
privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, 
envolvimento, afetividade, correção de conduta, 
boas maneiras, relações interpessoais 
verdadeiras, responsabilidade, confiança 
26 
 
 
 
 
Para Marilena Chauí a Moral tem por objeto o comportamento humano regido por 
regras e valores morais, que se encontram gravados em nossas consciências, e em 
nenhum código, comportamento resultante de decisão da vontade, que torna o homem, 
por ser livre, responsável por sua culpa quando agir contra as regras morais, tem 
relações muito próximas com o Direito. A Justiça, valor jurídico fundamental é valor 
moral. 
O estudo da Moral, de suas regras e dos costumes é, pois, relevante 
principalmente para humanizar as relações econômicas e o mundo materializado de 
nossos dias. O dicionário Aurélio define moral como sendo “de acordo com os bons 
costumes. Que é próprio para favorecer os bons costumes. Relativo ao espírito; 
intelectual (por oposição ao físico, ao material)”. No que tange ao significado de moral 
Leonardo Boff traz uma série de exemplos e afirmações para conceituar o termo. 
A forma concreta como a ética é vivida, depende de cada cultura que é sempre 
diferente da outra. Um indígena, um chinês, um africano vivem do seu jeito o amor, o 
cuidado,a solidariedade e o perdão. Esse jeito diferente chamamos de moral. Ética 
existe uma só para todos. Moral existem muitas, consoante as maneiras diferentes 
como os seres humanos organizam a vida. Vamos dar um exemplo. Importante é ter 
uma casa(ética). 
O estilo e a maneira de construi-la pode variar(moral). Pode ser simples, rústica, 
moderna, colonial, gótica, contanto que seja casa habitável. Assim é com a ética e a 
moral. O ilustre professor Edgar Larry diz que Moral: 
 
“ tem por objeto o comportamento humano regido por regras e valores 
morais, que se encontram gravados em nossas consciências, e em nenhum 
código, comportamento resultante de decisão da vontade, que torna o homem, 
27 
 
por ser livre, responsável por sua culpa quando agir contra as regras morais, 
tem relações muito próximas com o Direito. A Justiça, valor jurídico 
fundamental é valor moral. “ 
 
O estudo da Moral, de suas regras e dos costumes é, pois, relevante para o jurista, 
principalmente para humanizar as relações econômicas e o mundo materializado de 
nossos dias. Vale destacar ainda que a moral não se reduz apenas a seu aspecto 
social, pois a medida que desenvolvemos nossa reflexão crítica, passamos a questionar 
os valores herdados, para então decidir se aceitamos ou não as normas. A ética, tanto 
quanto a moral, não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. 
A ética se move, historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como 
isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia a escravidão 
foi considerada “natural”. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação 
moral busca uma compreensão e uma justificação crítica universal e, a ética, por sua 
vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou 
transformá-la. 
Alguns elementos indispensáveis para a conduta ética: a consciência ou o 
entendimento do significado das normas morais; a vontade orientada pela razão que 
leva a uma responsabilidade em relação às escolhas que a pessoa realiza livremente 
ao longo da vida; e a virtude, que Aristóteles chama de “prudência”, que leva a pessoa 
a ponderar sobre o próprio comportamento, pensar e analisar as consequências de 
suas ações antes de agir. 
Para que uma pessoa possa ser considerada um sujeito moral ou sujeito ético é 
necessário que algumas condições sejam observadas: 
1. está relacionada à consciência tanto de si própria como dos outros, como 
pessoas iguais e detentoras dos mesmos direitos; 
2. estaria relacionada à capacidade de controlar desejos e impulsos, ou seja, 
de escolher livremente as ações que irá realizar através da vontade e de acordo com 
sua consciência; 
3. capacidade de avaliar as consequências de suas ações e realizá-las 
responsavelmente; 
4. a liberdade, isto é, a pessoa precisa ser a autora efetivo de suas ações, sem 
influência de outras pessoas, pois “a liberdade não é tanto o poder para escolher entre 
28 
 
vários possíveis, mas o poder para autodeterminar-se, dando a si mesmo as regras de 
conduta” 
 
 
Ser moral significa se adequar e viver de acordo com as normas de uma 
determinada sociedade. Ser imoral significa conhecer as normas e não as seguir. O 
indivíduo considerado amoral é o que não segue as normas sociais por desconhecê-
las ou não compreender os seus valores. A ética, entretanto, está acima da moral: ela 
analisa e critica a moral, embora com ela se relacione. 
A moral diz respeito aos conceitos abstratos de certo e errado para cada 
consciência, enquanto a ética procura resolver os dilemas dos grupos por meio da 
reflexão e do debate social acerca da ação concreta desta ou daquela comunidade. A 
ética, portanto, relaciona-se com o Direito, com a Justiça, com a Política, com as Leis 
e com as práticas científicas e profissionais. 
Como se observa na mídia, na historinha infantil Pinóquio, para ele se tornar um 
“menino de verdade” e deixar de ser um boneco de madeira, ou seja, para deixar de 
ser um “objeto” e se tornar um “ser humano ou sujeito ético”, precisa preencher alguns 
requisitos: o primeiro, entender a diferença entre o certo e o errado. Ele pergunta como 
saber isso e o Grilo Falante responde que é através da consciência, “a voz calma e 
baixinha” que está dentro de nós, que a Fada Azul define como “guardiã suprema do 
conhecimento do bem e do mal, conselheira nos momentos de tentação e guia para 
indicar o bom e o mau caminho”. 
 
29 
 
 
A recomendação da Fada indica a segunda condição para que Pinóquio se torne 
um sujeito ético: “siga sempre a sua consciência”. Quem conhece a história de Pinóquio 
sabe que ele teve inúmeros problemas por não seguir sua consciência. Porque não 
basta ter a consciência sobre a diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado, não 
basta ter consciência moral, é necessário segui-la, e para segui-la, há um elemento 
fundamental, a vontade de fazer o que é certo e efetivamente fazer. 
Usar a racionalidade para orientar a vontade em direção ao que é certo fazer. A 
historinha de Pinóquio apresenta um elemento fundamental da ética: que ela é 
indissociada da liberdade humana. Não é possível obrigar alguém a ser ético. A ética 
pressupõe vontade, desejo, querer, enfim, liberdade. É o ser humano que precisa fazer, 
livremente, através de sua vontade, a opção pela ética. 
A conduta ética, portanto, pressupõe liberdade e autonomia de personalidade, no 
sentido de que o sujeito ético é alguém capaz de se autodeterminar, de avaliar as 
condições de convívio social e tomar as decisões mais acertadas, considerando as 
regras de convivência e, principalmente, as razões que orientam suas ações. 
Resumindo, para que exista a responsabilidade moral é necessário que exista o 
sujeito ético ou sujeito moral. O sujeito ético pressupõe quatro condições: consciência 
de si próprio e dos outros como sujeitos morais; capacidade de controlar desejos e 
impulsos, e tomar decisões livremente de acordo com a consciência; capacidade de 
avaliar as consequências de suas ações e realizá-las responsavelmente; liberdade para 
ser o autor efetivo de suas ações, sem influência de outras pessoas. 
Portanto, o sujeito ético é alguém capaz de se autodeterminar, de avaliar as regras 
de convívio social e tomar as decisões mais acertadas, considerando as razões que 
orientam suas ações, ou seja, sua consciência moral. A conduta ética pressupõe 
liberdade e autonomia de personalidade. 
30 
 
4. Código de ética da Enfermagem 
 
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país, 
por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, 
esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos de não utilização de 
animais para estes fins. Aproveitando o exemplo, a ética na área de pesquisas 
biológicas é denominada bioética. 
Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe 
também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos 
citar: ética médica, ética profissional (trabalho), ética empresarial, ética educacional, 
ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc. Num contexto geral, podem 
ser citados aqui alguns pontos importantes para o dia a dia da organização e ao 
ambiente do trabalho no sentido ético que buscam melhor e maior aproveitamento do 
profissional: 
 Maior nível de produção na empresa; 
 Favorecimento para a criação de um ambiente de trabalho harmonioso, 
respeitoso e agradável; 
 Aumento no índice de confiança entre os funcionários. Importante destacar ainda 
alguns exemplos de atitudes éticas que todo o trabalhador deve ter o cuidado e praticar 
o ambiente de trabalho, mais especificamente: 
 Educação e respeito entre os funcionários; 
 Cooperação e atitudes que visam à ajuda aos colegas de trabalho; 
 Divulgação de conhecimentos que possam melhorar o desempenho das 
atividades realizadasna empresa; 
 Respeito à hierarquia dentro da empresa; 
 Busca de crescimento profissional sem prejudicar outros colegas de trabalho; 
 Ações e comportamentos que visam criar um clima agradável e positivo dentro 
da empresa como, por exemplo, manter o bom humor; 
31 
 
 Realização, em ambiente de trabalho, apenas de tarefas relacionadas ao 
trabalho; 
 Respeito às regras e normas da empresa. 
A enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos científicos 
e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas sociais, éticas e 
políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e assistência. Realiza-se na prestação 
de serviços à pessoa, família e coletividade, no seu contexto e circunstâncias de vida. 
O aprimoramento do comportamento ético do profissional passa pelo processo de 
construção de uma consciência individual e coletiva, pelo compromisso social e 
profissional configurado pela responsabilidade no plano das relações de trabalho com 
reflexos no campo científico e político. 
A enfermagem brasileira, face às transformações socioculturais, científicas e 
legais, entendeu ter chegado o momento de reformular o Código de Ética dos 
Profissionais de Enfermagem (CEPE). A trajetória da reformulação, coordenada pelo 
Conselho Federal de Enfermagem com a participação dos Conselhos Regionais de 
Enfermagem, incluiu discussões com a categoria de enfermagem. O Código de Ética 
dos Profissionais de Enfermagem está organizado por assunto e inclui princípios, 
direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos 
profissionais de enfermagem. 
 O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem leva em consideração a 
necessidade e o direito de assistência em enfermagem da população, os interesses do 
profissional e de sua organização. Está centrado na pessoa, família e coletividade e 
pressupõe que os trabalhadores de enfermagem estejam aliados aos usuários na luta 
por uma assistência sem riscos e danos e acessível a toda população. 
O presente Código teve como referência os postulados da Declaração Universal 
dos Direitos do Homem, promulgada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (1948) 
e adotada pela Convenção de Genebra da Cruz Vermelha (1949), contidos no Código 
de Ética do Conselho Internacional de Enfermeiros (1953) e no Código de Ética da 
Associação Brasileira de Enfermagem (1975). Teve como referência, ainda, o Código 
de Deontologia de Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (1976), o Código 
de Ética dos Profissionais de Enfermagem (1993) e as Normas Internacionais e 
Nacionais sobre Pesquisa em Seres Humanos [Declaração Helsinque (1964), revista 
32 
 
em Tóquio (1975), em Veneza (1983), em Hong Kong (1989) e em Sommerset West 
(1996) e a Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde (1996)]. 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e a qualidade de vida 
da pessoa, família e coletividade. 
O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e 
reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e 
legais. O profissional de enfermagem participa, como integrante da equipe de saúde, 
das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa 
dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a 
universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência, 
resolutividade, preservação da autonomia das pessoas, participação da comunidade, 
hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços de saúde. 
O profissional de enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos, 
em todas as suas dimensões. O profissional de enfermagem exerce suas atividades 
com competência para a promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com 
os princípios da ética e da bioética. 
CAPÍTULO I 
DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS – DIREITOS 
Art. 1º - Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo 
os pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos. 
Art. 2º - Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão 
sustentação a sua prática profissional. 
Art. 3º - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à defesa 
dos direitos e interesses da categoria e da sociedade. 
Art. 4º - Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do 
Conselho Regional de Enfermagem. 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, eqüidade, resolutividade, 
dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade. 
33 
 
Art. 6º - Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na 
solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica. 
Art. 7º - Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam 
dispositivos legais e que possam prejudicar o exercício profissional. 
PROIBIÇÕES 
Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria, calúnia e difamação de membro 
da equipe de enfermagem, equipe de saúde e de trabalhadores de outras áreas, de 
organizações da categoria ou instituições. 
Art. 9º - Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer 
outro ato, que infrinja postulados éticos e legais. 
SEÇÃO I DAS RELAÇÕES COM A PESSOA, FAMILIA E COLETIVIDADE - 
DIREITOS 
Art. 10 - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência 
técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à 
pessoa, família e coletividade. 
Art. 11 - Ter acesso às informações, relacionadas à pessoa, família e 
coletividade, necessárias ao exercício profissional. 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem 
livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. 
Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal 
e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro 
para si e para outrem. 
 Art. 14 - Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em 
benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão. 
 Art. 15 - Prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer 
natureza. 
Art. 16 - Garantir a continuidade da assistência de enfermagem em condições 
que ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades profissionais 
decorrentes de movimentos reivindicatórios da categoria. 
34 
 
Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a 
respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência de 
enfermagem. 
Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da 
pessoa ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, 
tratamento, conforto e bem-estar. 
Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo 
seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte. 
Art. 20 - Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento da pessoa, família 
e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca de seu 
estado de saúde e tratamento. 
Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de 
imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de 
saúde. 
Art. 22 - Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos de 
emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais. 
 Art. 23 - Encaminhar a pessoa, família e coletividade aos serviços de defesa do 
cidadão, nos termos da lei. 
Art. 24 - Respeitar, no exercício da profissão, as normas relativas à preservação 
do meio ambiente e denunciar aos órgãos competentes as formas de poluição e 
deterioração que comprometam a saúde e a vida. 
Art.25 - Registrar no prontuário do paciente as informações inerentes e 
indispensáveis ao processo de cuidar. 
PROIBIÇÕES 
Art. 26 - Negar assistência de enfermagem em qualquer situação que se 
caracterize como urgência ou emergência. 
Art. 27 - Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da 
pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte. 
35 
 
Art. 28 - Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a 
gestação. Parágrafo único - Nos casos previstos em lei, o profissional deverá decidir, 
de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo. 
Art. 29 - Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a antecipar a 
morte do cliente. 
Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem 
certificar-se da possibilidade de riscos. 
Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos 
previstos na legislação vigente e em situação de emergência. 
Art. 32 - Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a 
segurança da pessoa. 
Art. 33 - Prestar serviços que por sua natureza competem a outro profissional, 
exceto em caso de emergência. 
Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de 
violência. Art. 35 - Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência 
prestada. 
SEÇÃO II DAS RELAÇÕES COM OS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM, 
SAÚDE E OUTROS DIREITOS 
Art. 36 - Participar da prática multiprofissional e interdisciplinar com 
responsabilidade, autonomia e liberdade. 
Art. 37 - Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde 
não conste a assinatura e o número de registro do profissional, exceto em situações de 
urgência e emergência. Parágrafo único - O profissional de enfermagem poderá 
recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de 
identificação de erro ou ilegibilidade. 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
Art. 38 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, 
independentemente de ter sido praticada individualmente ou em equipe. 
36 
 
Art. 39 - Participar da orientação sobre benefícios, riscos e consequências 
decorrentes de exames e de outros procedimentos, na condição de membro da equipe 
de saúde. 
Art. 40 - Posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional seja 
por imperícia, imprudência ou negligência. 
Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas 
necessárias para assegurar a continuidade da assistência. 
 
PROIBIÇÕES 
Art. 42 - Assinar as ações de enfermagem que não executou, bem como permitir 
que suas ações sejam assinadas por outro profissional. 
Art. 43 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de saúde, no 
descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, 
esterilização humana, fecundação artificial e manipulação genética. 
 
SEÇÃO III DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES DA CATEGORIA - 
DIREITOS 
Art. 44 - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de 
cumprir o presente Código, a legislação do exercício profissional e as resoluções e 
decisões emanadas do Sistema COFEN/COREN. 
 Art. 45 - Associar-se, exercer cargos e participar de entidades de classe e órgãos 
de fiscalização do exercício profissional. 
Art. 46 - Requerer em tempo hábil, informações acerca de normas e convocações. 
Art. 47 - Requerer, ao Conselho Regional de Enfermagem, medidas cabíveis para 
obtenção de desagravo público em decorrência de ofensa sofrida no exercício 
profissional. 
 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 Art. 48 - Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão. 
Art. 49 - Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que firam 
preceitos do presente Código e da legislação do exercício profissional. 
37 
 
Art. 50 - Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que 
envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivado pela 
necessidade do profissional em cumprir o presente Código e a legislação do exercício 
profissional. 
Art. 51 - Cumprir, no prazo estabelecido, as determinações e convocações do 
Conselho Federal e Conselho Regional de Enfermagem. 
 Art. 52 - Colaborar com a fiscalização de exercício profissional. 
Art. 53 - Manter seus dados cadastrais atualizados, e regularizadas as suas 
obrigações financeiras com o Conselho Regional de Enfermagem. 
Art. 54 - Apor o número e categoria de inscrição no Conselho Regional de 
Enfermagem em assinatura, quando no exercício profissional. 
Art. 55 - Facilitar e incentivar a participação dos profissionais de enfermagem no 
desempenho de atividades nas organizações da categoria. 
 
PROIBIÇÕES 
Art. 56 - Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética 
e às demais normas que regulam o exercício da Enfermagem. 
Art. 57 - Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência de fatos que 
envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego motivado pela 
necessidade do profissional em cumprir o presente código e a legislação do exercício 
profissional. 
Art. 58 - Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao patrimônio ou 
comprometam a finalidade para a qual foram instituídas as organizações da categoria. 
 Art. 59 - Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o exercício 
profissional quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem. 
 
SEÇÃO IV DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES EMPREGADORAS – 
DIREITOS 
 
Art. 60 - Participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, do 
aprimoramento técnico científico, do exercício da cidadania e das reivindicações por 
melhores condições de assistência, trabalho e remuneração. 
 
38 
 
Art. 61 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a 
instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições dignas para 
o exercício profissional ou que desrespeite a legislação do setor saúde, ressalvadas as 
situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente por escrito sua 
decisão ao Conselho Regional de Enfermagem. 
 
Art. 62 - Receber salários ou honorários compatíveis com o nível de formação, a 
jornada de trabalho, a complexidade das ações e a responsabilidade pelo exercício 
profissional. 
 
Art. 63 - Desenvolver suas atividades profissionais em condições de trabalho que 
promovam a própria segurança e a da pessoa, família e coletividade sob seus cuidados, 
e dispor de material e equipamentos de proteção individual e coletiva, segundo as 
normas vigentes. 
 
Art. 64 - Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou 
equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica. 
 
Art. 65 - Formar e participar da comissão de ética da instituição pública ou privada 
onde trabalha, bem como de comissões interdisciplinares. 
Art. 66 - Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu 
exercício profissional e do setor saúde. 
 
Art. 67 - Ser informado sobre as políticas da instituição e do serviço de 
enfermagem, bem como participar de sua elaboração. 
 
Art. 68 - Registrar no prontuário, e em outros documentos próprios da 
enfermagem, informações referentes ao processo de cuidar da pessoa. 
 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 
Art. 69 - Estimular, promover e criar condições para o aperfeiçoamento técnico, 
científico e cultural dos profissionais de Enfermagem sob sua orientação e supervisão. 
39 
 
 
Art. 70 - Estimular, facilitar e promover o desenvolvimento das atividades de 
ensino, pesquisa e extensão, devidamente aprovadas nas instâncias deliberativas da 
instituição. 
 
Art. 71 - Incentivar e criar condições para registrar as informações inerentes e 
indispensáveis ao processo de cuidar. 
 
Art. 72 - Registrar as informações inerentes e indispensáveis ao processode 
cuidar de forma clara, objetiva e completa. 
 
PROIBIÇÕES 
 
Art. 73 - Trabalhar, colaborar ou acumpliciar-se com pessoas físicas ou jurídicas 
que desrespeitem princípios e normas que regulam o exercício profissional de 
enfermagem. 
 
Art. 74 - Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de 
concorrência desleal. 
 
Art. 75 - Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de 
saúde, unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou 
estabelecimento congênere sem nele exercer as funções de enfermagem 
pressupostas. 
 
Art. 76 - Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e 
coletividade, além do que lhe é devido, como forma de garantir Assistência de 
Enfermagem diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para si ou para outrem. 
 
Art. 77 - Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pessoas físicas 
ou jurídicas para conseguir qualquer tipo de vantagem. 
 
40 
 
Art. 78 - Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, 
para impor ordens, opiniões, atentar contra o pudor, assediar sexual ou moralmente, 
inferiorizar pessoas ou dificultar o exercício profissional. 
 
Art. 79 - Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel, público ou particular 
de que tenha posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem. 
 
Art. 80 - Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de 
enfermagem ou de saúde, que não seja enfermeiro. 
 
CAPÍTULO II 
DO SIGILO PROFISSIONAL - DIREITOS 
Art. 81 - Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha 
conhecimento em razão de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que não 
estejam obrigadas ao sigilo. 
 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 
Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão 
de sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o 
consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal. 
 
§ 1º - Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento público e 
em caso de falecimento da pessoa envolvida. 
§ 2º - Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado quando 
necessário à prestação da assistência. 
§ 3º - O profissional de enfermagem, intimado como testemunha, deverá 
comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimento de revelar 
o segredo. 
§ 4º - O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser mantido, 
mesmo quando a revelação seja solicitada por pais ou responsáveis, desde que o 
menor tenha capacidade de discernimento, exceto nos casos em que possa acarretar 
danos ou riscos ao mesmo. 
41 
 
 
Art. 83 - Orientar, na condição de enfermeiro, a equipe sob sua responsabilidade, 
sobre o dever do sigilo profissional. 
 
PROIBIÇÕES 
 
Art. 84 - Franquear o acesso a informações e documentos para pessoas que não 
estão diretamente envolvidas na prestação da assistência, exceto nos casos previstos 
na legislação vigente ou por ordem judicial. 
 
Art. 85 - Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou fatos de forma que os 
envolvidos possam ser identificados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 REFERÊNCIAS 
 
ALBUQUERQUE, Jamil. A arte de lidar com pessoas: a inteligência 
interpessoal aplicada. 2ª ed. São Paulo: Planeta, 2012. 
BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida 
no Trabalho. São Paulo: Qualitymark, 2002. 
CARVALHO, Maria do Carmo Nacif de. Relacionamento Interpessoal: como 
preservar o sujeito coletivo. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 
 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Teoria das organizações. São Paulo: 
Manole, 2010. 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria geral da administração (uma visão 
abrangente da moderna administração nas organizações). Edição compacta. 7ª ed. 
Rio de janeiro: Elsevier, 2003. 
DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. São 
Paulo: 
FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A. L. Stress e Trabalho. São Paulo: Atlas. 2002 
http://www.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2012/03/resolucao_311_anexo.pdf 
MALLET, E.; FAVA, M.N. (org.) Consolidação das Leis do Trabalho. 16 ed. São 
Paulo: Rideel, 2010. 
MENDES, C. A. T. Identificando o assédio moral no trabalho. Jus Navigandi, 
Teresina, 11(913), 2 jan. 2006. 
RIGUEIRO, Adriana M. A Prevenção De Assédio Moral Através De Uma 
Liderança Preparada. Rh Portal. 2013 
Thomson, 1992. v. 1. FERNANDES, Eda. Qualidade de Vida no Trabalho. 
Salvador: Casa da Qualidade, 1996.

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