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FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAJAZEIRAS - FESC FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE CAJAZEIRAS FAFIC. CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS JURIDICAS E SOCIAIS ZANANDREIA NUNES GALDINO DA APLICABILIDADE DA LEI MARIA DA PENHA ÀS PESSOAS DO SEXO MASCULINO COMO FORMA DE PROMOVER O PRINCÍPIO DA IGUALDADE CAJAZEIRAS 2015 ZANANDREIA NUNES GALDINO DA APLICABILIDADE DA LEI MARIA DA PENHA ÀS PESSOAS DO SEXO MASCULINO COMO FORMA DE PROMOVER O PRINCÍPIO DA IGUALDADE Trabalho de conclusão de curso apresentado á coordenação do curso de Bacharelado em Ciências Jurídicas Sociais da Faculdade Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras- FAFIC, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Orientador: Prof. Me. TIAGO MEDEIROS LEITE CAJAZEIRAS 2015 ZANANDREIA NUNES GALDINO DA APLICABILIDADE DA LEI MARIA DA PENHA ÀS PESSOAS DO SEXO MASCULINO COMO FORMA DE PROMOVER O PRINCÍPIO DA IGUALDADE Trabalho de conclusão de curso apresentado à coordenação do curso de Bacharelado e, Ciências, Jurídicas e Sociais, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Data de Aprovação ___/___/____ Banca Examinadora ________________________________________________ Orientador ___________________________________________________ Examinado 1 ____________________________________________________ Examinador 2 Dedico esse trabalho a Deus, por me permitir em todos os momentos da minha vida ser vitoriosa, dedico a minha família, pai, mãe e irmã, pois sem vocês, essa vitória não seria completa, os incentivos as motivações, me formaram a pessoa que sou obrigada por me mostrarem o caminho certo, e como vencer os obstáculos. AGRADECIMENTOS Quero agradecer a toda minha família durante minha jornada acadêmica, ao meu pai José Galdino e minha mãe Maria Zenira, por todo esforço e dedicação pra me dar a educação que não puderam ter, eu amo vocês, são vocês são o motivo da minha vida, das minhas vitórias, agradeço a minha irmã Isabel por todo incentivo e companheirismo, sem você ao meu lado eu não seria quem eu sou, uma vez perguntei a nossa mãe por que eu não poderia ser filha única, bem a vida me deu a resposta dessa pergunta, pois Deus sabia que eu sem você não conseguiria, não existiria, fazemos parte uma da outra, um eu te amo ainda sim e pouco pelo que sinto por vocês, agradeço também ao meu namorado Amoon D’amoon por toda palavra de apoio, quando tudo parecia mais difícil, você está ali para que eu não fraquejasse, você foi um presente de Deus, enfim a todos da minha família, tias, tios, primos, primas, que estiveram comigo durante todo tempo, acredito que ninguém consegue nada sozinho, as minhas conquistas só sentido perto de vocês, fazem meus momentos felizes serem perfeitos e nos meus momentos tristes me mostram a força, o amor, a união tudo interligado a um laço de sangue que rompe todos as barreiras da vida. Gostaria de deixar meu sincero agradecimento ao meu Orientador Tiago Medeiros Leite, por toda a atenção e auxilio que me dedicou para a realização desse trabalho, foi um prazer poder desenvolvê-lo diante a sua orientação. Dessa forma não posso deixar de mencionar, uma grande incentivadora, professora e mãe, professora Caroline Menezes, obrigado por todos os puxões de orelha, por todos os desafios, e por todas as conquistas, pois muitas vezes quis fraquejar e você estava presente para se mostrar com um exemplo de conquista, agradeço a Deus por ter me permitido conhece - lá nessa jornada. Por fim a todos aos amigos que me apoiaram especialmente aos amigos que estiveram durante esta jornada comigo, amigos de sala, que acompanharam essa história do começo até agora, que estiveram sempre ao meu lado, pois foram cinco anos, de muita história, muitas risadas, muito choro porem a união da amizade sempre superava tudo, vou guardar para sempre em vocês em minha vida, Thamara, Neryanne, Juliana, Erika e Aguida, nossa panelinha conseguiu, conquistamos esse sonho juntas, agradeço a amizade de vocês e quero leva-la por toda vida. “Tudo que não puder contar como fez, não faça” (Immanuel Kant) RESUMO O presente trabalho procura analisar o direito de igualdade previsto no art. 5º da Constituição Federal diante da aplicação de Lei Maria da Penha para sexo masculino, relacionado diretamente à violência doméstica. Algumas reflexões, sobre a aplicabilidade da lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006, sobre o requisito do privilegio do gênero feminino, excluindo o gênero masculino, mesmo diante dos movimentos feministas, a mulher em certos aspectos e considerada mais vulnerável. Conforme essa característica de exclusividade é privada ao gênero masculino que seja protegido por a referida lei, mesmo este sendo considerado um membro familiar, sendo identificado dessa forma como uma maneira de discriminação, diante os olhos do principio da isonomia, que é garantido e previsto no ordenamento supremo do país, a Constituição Federal, descrito em seu art. 5 Caput, que faz menção, que todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza (distinção de gênero). A metodologia a ser utilizada neste trabalho consiste no método investigativo e descritivo, ou seja, pretendem- se utilizar uma ampla pesquisa na doutrina, artigos que trate sobre a matéria. O trabalho será de referência bibliográfica, por meios de dados secundários, que consiste no conflito sobre o assunto pesquisado. Se referindo primeiramente sobre o conceito de violência e suas formas, após sobre a luta do feminismo no mundo e no Brasil e a possível aplicação da lei ao gênero masculino. Reconhecemos atualmente alguns tribunais brasileiros que é cabível analogicamente à aplicabilidade da lei em defesa dos direitos dos homens, é possível se fazer uma investigação sobre cada caso concreto de forma individualizada, se referindo ao homem poder chegar a ser considerado como sujeito passivo diante das agressões domestica e conforme o caso e tipo de agressão sofrida no âmbito familiar, pode o homem necessitar da tutela efetiva da justiça, alegando que a partir desse aspecto não esta ferindo um principio constitucional. PALAVRAS CHAVE: Lei Maria da Penha, Aplicabilidade, Principio da Igualdade. ABSTRACT The presente work seeks to demonstrate some refletions about Maria da Penha law, number 11.340 ,August 7,2006 and the requirement of the female gender privilege excluding male gender even before the feminist movement women in some respects, is considered more vulnerable and defined as the weaker sex. As this characteristic of exclusivity is private to the male gender to be protected by this law, even this considered a family member, being identified this way, as a way of discrimination before the eyes of the principle of equality which is guaranteed and provided the Supreme order of the country. the Federal Constitution, described in his art. 5, caput. which mentions that all are equal before the law, without distinction of any kind (gender distinction) . The methodology to be used in this work is the investigative method and descriptive, or intend to use extensive research in teaching, articles that deal on the subject. The work will be bibliographic reference for secondary data means, consisting of the conflict on the subject researched. Primarily referring to the concept of violence and its forms, following on the feminist struggle in the world and in Brazil and the possible application ofthe law to the male gender. We recognize currently in some Brazilian courts is appropriate,similarly, the applicability of laws to defend the rights of men, it is based on the unconstitutionality of the Maria da Penha law, on the grounds not involve whatever the member who suffers domestic and family violence and need state support .The this paper investigates and demonstrate that in each case analyzed individually referring to the man, can become a taxable person on domestic abuse and as appropriate and type of violence committed within the family, can man need of effective protection justice, claiming that this aspect would not be hurting a constitutional principle. Key Words: Maria Penha Law, Applicability, Principle of Isonomy. LISTA DE SIGLAS CNDM – Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. CEJIL – Centro de Justiça de Direitos Internacionais. CLADEM – Comitê Latino Americano de Defesa dos Direitos das Mulheres. CIDM – Comissão Interamericana de Direitos Humanos. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. SPM – PR – Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República. ONU – Organização das Nações Unidas. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................10 2. CONCEITO DE VIOLÊNCIA.................................................................................. 14 2.1 VIOLÊNCIA DOMESTICA...................................................................................16 2.2 VIOLÊNCIA FÍSICA.............................................................................................18 2.3 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA...............................................................................20 2.4 VIOLÊNCIA SEXUAL..........................................................................................21 2.5 VIOLÊNCIA PATRIMONIAL..............................................................................22 2.6 VIOLÊNCIA MORAL E VERBAL.......................................................................22 3. FEMINISMO................................................................................................................25 3.1 FEMINISMO NOS ANOS 60................................................................................26 3.2 FEMINISMO NOS ANOS 70................................................................................29 3.3 FEMINISMO NOS ANOS 80................................................................................30 4. DIREITO A IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS................................................35 4.1 COMPARAÇÕES DOS CASOS DE MARIA DA PENHA E DE MARCOS MATSUNAGA.......................................................................................................37 4.2 APLICAÇÃO DOS EFEITOS DA LEI MARIA DA PENHA PARA O SEXO MASCULINO.........................................................................................................39 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................43 REFERENCIAS...........................................................................................................45 1 INTRODUÇÃO A violência doméstica no Brasil é uma realidade constante no país, a violência praticada dentro do âmbito familiar é praticada por um membro contra o outro, as influencias que dão origem as agressões no âmbito familiar, são os obstáculos diante a relação conjugal, a superioridade do homem sobre a mulher o chamado machismo, o ciúmes, as condições financeiras dentre muitos outros dificuldades que uma família encontra na sua jornada, no âmbito familiar pode ser praticado vários tipos de violências como a físicas, psicológicas, sexual, patrimonial e moral ou verbal, geralmente elas se cumulam, uma vai seguindo a outra as violências como a verbal e a psicologia estão interligadas e sempre podem seguir para condutas mais graves como a agressão física. A lei 11.340 de 07 de agosto de 2006 foi promulgada a Lei Maria da Penha, que foi criada com o intuito de coibir a violência doméstica contra a mulher, desenvolvida depois da luta de uma Cearense, Maria da Penha Fernandes que sofreu por anos tentativas de homicídio e agressões por parte do marido, porem a lei Penal era omissa quando se tratava de agressão no âmbito familiar, diante disso ela se uniu a comitês interamericanos que comprovaram diante o seu caso que o estado estava sendo omisso na proteção das mulheres. Uma lei criada em favor da vulnerabilidade do sexo feminino contra o sexo masculino, porem a violência doméstica vai muito além do que a distinção dos sexos feminino e masculino, falando sobre gênero o ordenamento do nosso país garante a igualdade entre os gêneros, descrita no Constituição Federal no seu art.5º, que diz que todos iguais perante lei, já no seu inciso I- descreve que a igualdade entre os gêneros, tendo os mesmos direitos e obrigações. Diante disso analisamos uma problematização como uma avaliação da característica por gênero e não por sexo, masculino e feminino, a diferença do gênero para sexo, é que o gênero se define através de uma construção social e cultural. A desigualdade entre os gêneros ainda é uma realidade nos dias de hoje, no decorrer de toda a história com a luta do feminismo, o mundo se adaptou as suas reivindicações do gênero feminino, a concepção de desigualdade vem das sociedades mais primitivas e antiquadas, onde o homem é considerado o dominador e a mulher sua submissa, essas idealizações vem descritas desde a bíblia, com passar dos anos descritas em livros de histórias, porem a mulher nesse tempo só tinha deveres e obrigações os direitos ficavam para ser exercidos pelos homens, principalmente por que para as mulheres os direitos só eram aplicados pela vontade de seu pai, ou quando se casavam pela vontade do marido. Homem era criado para se tornar pai de família, trabalhar para o sustento desta, e manter uma reputação intocável diante a sociedade, a honra de um homem era equivalente o valor de sua vida, já para a mulher que foi criada para se tornar dona de casa e mãe e se submeter sua vida ao conforto do marido e dos filhos. Porém o mundo foi se desenvolvendo, crescendo e, contudo a sociedade precisava se adaptar aos novos rumos, onde lhe davam com crenças religiosas e uma sociedade antiquada, não aceitavam tais mudanças principalmente quando se falava em direitos das mulheres. Os primeiros relatos de movimentos feministas começaram na década de 30, porém só conseguiu ter alta visibilidade a partir dos anos 60 nesta mesma época foi considerado o segundo movimento feminista, as mulheres lutaram pela igualdade jurídica e social, buscavam romper barreiras da sociedade consideradas tradicionais, que oprimia o sexo feminino, perdurando até o ano 1980 entrando para a história, e com muitas conquistas a favor das mulheres, sendo uma das maiores conquista na época foi à inclusão das mulheres no mercado de trabalho sem restrições de ocupação de cargos, podendo dessa forma as mulheres se tornarem independentes, e sendo estas respeitadas diante as igualdades de capacidade do sexo oposto. Com o passar dos anos e as conquistas feministas, as sociedades passaram a ser mais igualitárias sobre as divergências de ambos os gêneros, nos dias de hoje já temos relatos no Brasil de homens que sofrem agressão no âmbito familiar, seja qual for o tipo da agressão física, psicológica, sexual, patrimonial ou verbal, os papeis se inverteram, e o homem passou a ser vítima, para quem era considerado agressor, considerado o homem o sujeito passivo e levando em consideração o princípio da igualdade assegurado na CF, o gênero masculino teria o direito à aplicação da Lei que foidesenvolvida exclusivamente para as mulheres, diante a violência doméstica. Portanto a partir daí temos uma problemática, seria possível ser aplicada a lei Maria da Penha para os homens? Pois o Objetivo da Lei é coibir a violência cometida no âmbito familiar, ou seja, pode ser praticada por qualquer indivíduo que conviva nele. O intuito do trabalho e analisar a aplicabilidade, e a finalidade da aplicação da lei que é coibir a violência doméstica em si, seja por qual membro familiar a pratique, é conter a conduta que é reprovada na sociedade. 2 CONCEITO DE VIOLÊNCIA O Homem primitivo cultivava a sua individualidade como meio de defesa, porem com o desenvolvimento do mundo, descobriu a necessidade de viver em grupos, depois dessa condição, foi descoberto o chamado comportamento social, para que dessa forma conseguissem viver pacificamente em coletividade, tudo depende da forma e do comportamento de um homem em sociedade, formando a cada indivíduo sua personalidade, sendo ela considerada calma ou agressiva, a personalidade é composta por várias características e qualidades que são atribuídas ao modo de se portar da pessoa. O conceito de violência para a psicologia é indeterminado, pode acontecer de várias formas em cada caso e de forma particulares, pois a violência não se dá apenas pelo criminoso, pode ser cometida por um agente policial mesmo que sua função seja coibi-la, como outro exemplo, o direito de democracia, a partir da escolha de um cidadão de se manifestar com um apoio político, pode se existir com esse apoio um trato de rivalidade, que está poderá ter seu fim em um ato de violência, e como todos os outros tipos de atos que se formam o que é em si é a violência, são diversos os sentimentos e motivações diferenciadas para se conceituar a violência. A violência na psicologia se substancia na força, no vigor, na intensidade, o que mais se destaca é a expressividade, pois a violência se caracteriza através de atos da conduta do indivíduo, de como ele vai reagir diante a hora do fato, é um conjunto de avaliações para se determinar a conduta violenta. A violência em si se deriva de um comportamento instintivo do ser humano, esse comportamento advém de sentimentos que são cultivados, como competitividade, raiva, hostilidade, agressividade, crueldade, intimidação, constrangimento, ameaça e dentre muitos outros. A definição de violência se dá, pelo comportamento do indivíduo, o ato de ser agressivo, causando a vítima uma coação ou dano, são diversos os motivos que levam o agressor a chegar a seu estado máximo no limite do controle de seu comportamento agressivo. Para a criminologia que estuda o comportamento do criminoso, é tido como objeto de estudo o delinquente. A Psicologia Criminal destina-se a estudar a personalidade do criminoso. A personalidade refere-se, usualmente, aos processos estáveis e relativamente coesos de comportamento, pensamento, reação e experiência, que são característicos de uma determinada pessoa. Por intermédio dessas características poderemos compreender e até prever grande parte do comportamento do indivíduo. O estudo da personalidade das pessoas em conflito com a lei (e aqui podemos incluir as crianças e adolescentes) pode contribuir efetivamente para se entender o fenômeno criminal (CALHAU, 2009, p. 40). É relevante destacar a diferença entre violência e agressão, a agressividade, advém a partir do comportamento do indivíduo, ela tem que ser esticada, criada sob a personalidade do agente, tudo depende do histórico de criação do indivíduo, como se deu a construção de sua personalidade, já a violência advém do ser humano, sobre a realidade que é alimentada na construção de sua personalidade, então a agressividade passa a ser desenvolvida por uma pessoa com problemas mal superados durante sua vida, tornando isso na violência, esta sim é que se caracteriza com um dano a pessoa ou a quem ela está destinada. O psiquiatra e professor Cesare Lombroso foi quem determinou as características que compõem um delinquente, ele desenvolveu essa teoria por meio de comparação entre um homem de bem e um criminoso, sendo avaliadas as condições mentais e corporais, estudou autopsia de vários indivíduos, e de acordo com sua teoria chegou a identificar um Criminoso Nato. Lombroso apontava as seguintes características corporais do homem delinquente: protuberância occipital, órbitas grandes, testa fugidia, arcos superciliares excessivos, zígomas salientes, prognatismo inferior, nariz torcido, lábios grossos, arcada dentária defeituosa, braços excessivamente longos, mãos grandes, anomalias dos órgãos sexuais, orelhas grandes e separadas, polidactia. As características anímicas são: insensibilidade a dor, tendência à tatuagem, cinismo, vaidade, crueldade, falta de senso moral, preguiça excessiva, caráter impulsivo (CALHAU, 2009, p. 20). Nos dias atuais são várias as circunstancias que justificam a violência constante no nosso país, podemos dizer que tudo depende da organização social que criamos, a mais desfavorável é a falta de educação, no Brasil de acordo com os dados estatísticos do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, diz que 3,5 milhões de crianças e adolescente não frequentam a escola, crescendo sem a orientação mínima que toda pessoa deve ter, e sendo esse um direito garantido no nosso ordenamento maior, nossa Constituição Federal. Outro motivo levado em consideração é a falta de emprego, onde se torna árduo o esforço para se conseguir um padrão de vida estável, levando a um pai de família como exemplo a praticar atos ilícitos para conseguir o sustento familiar. É a condição de desigualdade financeira no país que contribui para as maiores causas da violência, o preconceito entre as classes baixa média e alta. Como consequência inevitável da violência de um delinquente ainda dentro do estudo da criminologia deve-se analisar a vitimologia, que é o estudo das vítimas do crime. É considerada como vítima a pessoa que sofre algum tipo de coação ou dano, “pessoa ou animal sacrificado ou que se destina a um sacrifício” (PIEDADE JÚNIOR, 1993, p. 86). Então é o indivíduo que sofre com as consequências dos atos praticados por outro indivíduo de forma agressiva. Sendo que a vítima tem sua garantia de proteção no código penal brasileiro, sua destinação é proteger ao indivíduo os bens apontados como mais importante, que são os direitos a vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade, são bens de direitos e garantias fundamentais assegurados pela Constituição Federal, descrita no seu art. 5º. 2.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA A violência doméstica, são atos agressivos cometidos dentro do âmbito família, seja o ato praticado fisicamente, moralmente ou psicologicamente contra o outro, sendo cometida contra um dos membros da mesma família, a maioria da doutrina classifica a violência doméstica apenas para as crianças, adolescente e mulheres, sendo assim acaba excluindo o homem dessa categoria, então se vivem no âmbito familiar ambos podem sofrer agressões uns dos outros. A violência doméstica se caracteriza sob diferentes formas, a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral ou verbal. A violência no âmbito familiar se diferencia por suas motivações, não somente é desenvolvida, quando se é existentes as características quando se falamos em violência em seu contesto amplo, que são as causas apontadas como o desemprego, a desigualdade social, falta de educação dentre outras, as principais causas da violência doméstica são as dificuldades conjugais, o machismo, ciúmes, problemas com dependência química, seja por bebidas alcoólicas ou por drogas, problemas financeiros dentro outros, a violência doméstica pode acontecer em qualquer família independente da sua classe social. Foicriado para coibir a violência contra a mulher na Lei Nº 11.340 de 07 de Agosto de 2006, titulada de Lei Maria da Penha em alusão a cearense Maria da Penha Fernandes, que sofreu por anos violência doméstica por seu conjugue, dessa forma, a lei em razão dos aspectos que antecederam a sua edição, foi concedida com o intuito relacionado com as desigualdades de gênero de forma a proteger apenas as mulheres em estado de vulnerabilidade social decorrente da violência doméstica, a mulher em si sempre lutou pela igualdade de direito quanto aos homens. O foco em tese é a questão do gênero e não do sexo, é significativo fazer a diferenciação, pois o gênero tem sua origem fundada pela cultura e sociedade, considerando a mulher como sexo frágil, criou dessa forma a ideia que somente a mulher poderia ser considerada vitima em desfavor ao homem. Mesmo considerada uma lei de equiparação de gênero, suas medidas não fazem distinção a sobre quem se aplica, sendo dessa forma aplicada a qualquer pessoa que seja configurada como sujeito passivo, sob qualquer tipo de violência que seja praticada no âmbito familiar. O objetivo da lei era dar aos agressores penas mais graves, pois antes dessa lei a pena pra agressão familiar, se bastava em cestas básicas ou algum serviço comunitário, e se fosse caracterizado violência física era tipificado no código penal brasileiro, como lesão corporal descrito no art. 129, mesmo havendo uma tipificação no caso de relações domestica se tornava omisso, já que o agressor sempre liberado de acordo com a gravidade do ato que era cometido, então se entendia que para o agressor ser responsabilizado era necessário que acontecesse o pior, um homicídio ou sua tentativa, para que chegasse a um ato que fosse repreendido severamente pelo ordenamento vigente. Mesmo com a lei as protegendo as vítimas da violência doméstica, muitas famílias preferem silenciar sob o abuso sofrido, com a concepção de preservação da família, já que a lei se tornou mais severa, e depois de registrada a agressão, de imediato a lei proíbe o agressor de se manter no convívio com a família, fica restrito o direito de se aproximar e o contato, a lei prioriza que a vítima se mantenha na casa onde a família reside mais se caso excepcional for necessário à vítima e sua família é colocada em abrigo ou em local considerado seguro que o agressor não tenha conhecimento, então quando a vítima que sofre agressão procura a justiça para lhe ampara, na maioria dos casos já vem com um imenso histórico de agressões. Com a violência no País crescendo gradativamente, encontramos dados alarmantes sobre a violência contra as mulheres que vivem deparadas com a violência doméstica. Foi criado o SPM-PR, Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República, criado por meio de um programa social para auxiliar as mulheres que sofreram e sofrem violência doméstica, a partir desse projeto foi desenvolvido o disque denúncia ligando 180, a mulher será amparada por um atendimento exclusivo como força de coibir a violência doméstica em todo Brasil. As comarcas de cada estado do Brasil criaram juizados especiais da mulher, para dar uma atenção maior e mais acessível aos crimes com violência doméstica. Foi registrado pelo SPM no ano de 2014 que 43% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente; para 35%, a agressão é semanal. No ano de 2015, até o mês de agosto foi divulgado pelo G1, no Jornal Hoje, que a SPM, nos seis primeiros meses deste ano, já registrou mais de 360 mil ligações (364.627). Uma média de 60 mil (60.771) telefonemas por mês.1 2.2 VIOLÊNCIA FÍSICA A violência física se caracteriza, quando o indivíduo pretende ou acarreta dano a outro, não precisa necessariamente ser usada somente à força física para se caracterizar a agressão, pode ser pelo uso de armas, qualquer objeto que possa ser usado para atingir e machucar o outro, mais comum arma de fogo, ou armas brancas como é chamada na doutrina, objetos que podem ser usados para ferir o outro, como o exemplo tesouras, facas, ou seja, qualquer outro objeto cortante que é utilizado para o ataque. Geralmente o indivíduo no âmbito familiar que pratica a agressão física, sofreu uma agressão quando criança ou na fase da adolescência ou testemunhou algum tipo de agressão entre os pais, ou até mesmo por conta da ausência de um deles, são diversos os motivos que levam a pessoa na sua fase de desenvolvimento, achar que a agressão é um ato tido como natural dentro do âmbito familiar, a influência do convívio conjugal, atinge de forma significativa as crianças e adolescente tornando fixo a ideia de velhos tempos à mulher como submissa e o homem como dominador. 1 Dados divulgadas no portal do G1. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal- hoje/noticia/2015/08/aumenta-numero-de-denuncias-de-violencia-contra-mulher-no-brasil.html>. Acesso em 08 de Set. de 2015. http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/08/aumenta-numero-de-denuncias-de-violencia-contra-mulher-no-brasil.html http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/08/aumenta-numero-de-denuncias-de-violencia-contra-mulher-no-brasil.html Quando se fala em agressão física no meio familiar, já imaginamos a figura da mulher como a vítima, já que desde sempre tida como mais vulnerável ao homem, nos tempos antigos era sob esse mecanismo que acontecia, nós temos essa concepção a partir das escrituras bíblicas, onde se relatava que Deus criou a mulher, chamada de Eva com a missão de se tornar companheira de Adão, e de acordo com as escrituras bíblicas a mulher sendo muito curiosa ao conversar com uma serpente, sendo que está lhe convenceu a comer o fruto que lhe era proibido, e assim Eva convencendo igualmente a Adão a experimentar o tão delicioso fruto, depois de terem descumprido as ordens de Deus, foram castigados e foram tirados de Adão seus melhores sentimentos deixando apenas um desejo de dominação e obrigação para com a terra e com Eva sua mulher, que também teve seu castigo de ser considerada submissa ao seu marido, e a sentir dores na hora do parto. Nos dias atuais ainda sim existe essa desigualdade entre ambos os sexos, com ideia de que a figura do homem deve ser tida como uma figura machista, rigorosa, poderosa, de forma que as responsabilidades da família recaiam todas sobre o homem, diante disso surgiam as agressões, como forma de punição a mulher, e para manter o homem no seu posto de dominante. Com o desenvolvimento do mundo, as tecnologias, a possibilidade de fácil e constante acesso a informação, foram quebrando esses tabus, a luta das mulheres contra leis onde as oprimiam, chegando a uma era onde a mulher tem os mesmo direitos que os homens, tendo como conquistas de movimentos feministas no Brasil, o direito de voto, a inserção da mulher no mercado de trabalho, assumindo a dupla jornada, sendo a dona de casa que cuida da educação dos filhos e a figura rigorosa, poderosa, que recai sobre ela todas as responsabilidades da casa, trabalhando fora de casa. A violência física está descrita na Lei Maria da Penha, lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006, no seu Art.7º onde se menciona todas as formas de agressões. Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal. 2.3 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA A violência psicológica é cometida contra o emocional da pessoa, é um sofrimento causado para que a pessoa viva de forma que se sinta abandonada, rejeitada, ameaçada, a agressão psicologia acontece dentro da forma de convivência da família, é muito difícil constatar essa violência, já que ela se faz por meios de ofensas entre os indivíduos, afrontamentos, sacarmos, xingamentos, a diferença a se questionar para se identificar se o comportamento de quem procura esses desentendimentosfamiliares é constante, sendo praticado diariamente, ou se deu em um caso excepcional de uma ataque, uma crise psicológica causada por algum problema que o indivíduo esteja passando como estresse ou um estado de depressão. O membro familiar que sofre com agressões psicológicas, se tornar pessoas com baixa estima, triste, se sente constrangidas na maioria do tempo, e a partir desses sentimentos é que pode desenvolver algum tipo de doença como a depressão já mencionada a cima, ou a partir daí começar a demonstrar comportamentos antissociais e até agressivos, na maioria dos casos de agressão física está interligada a violência psicológica, consideradas está como o primeiro estágio das agressões. A agressão psicológica é menos denunciada e uma das mais cometidas na relação entre os membros familiares, por meio das coações, chantagens cometidas uns contra os outros, acaba que a agressão não chega ao conhecimento das autoridades, por medo das consequências da denúncia, como a perda da guarda dos filhos, perda o lar, da moradia da família, de tudo que foi constituído, dessa forma mais uma vez a vítima acaba se silenciando contra a agressão psicológica sofrida. A violência Psicológica está descrita na Lei Maria da Penha, lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006, no seu Art.7º onde se menciona todas as formas de agressões. Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause danos emocionais e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; 2.4 VIOLÊNCIA SEXUAL A violência sexual acontece quando for violado o direito de consentimento da pessoa sobre uma relação sexual, ou melhor, um abuso sexual, é a violação do corpo e da sexualidade do indivíduo, praticado contra a pessoa que está sobre ameaça ou por mediante força bruta, sendo praticada contra qualquer membro familiar, e se torna ainda mais torpe quando é praticada contra crianças e adolescentes. Na agressão sexual podemos associar a violência física e psicologia, já que nesse caso além de agredir o direito sobre o corpo do indivíduo, acabe deixando seu psicológico afetado, muitos casos em que a vítima adquiriu um trauma, e sem a ajuda necessária passa o resto de sua vida com esse pesar em sua trajetória, a assistência nesses casos são extremamente difícil, pois não se é dado à atenção de um acompanhamento somente a vítima que sofre a violência e sim a todos que convivem no âmbito familiar, a violência quando praticada contra os menores, por parte do pai ou mãe ou até um terceiro membro da família, preferem ignorar a situação de extrema importância, apenas para manter a relação conjugal e não levar o outro a ser responsabilizado judicialmente. Acredito que de todas as agressões que podem ser configuradas no âmbito familiar, essa seria a mais difícil de ser denunciada, por causar a vítima uma vergonha e medo diante dos familiares, de ser tarjada como mentirosa, optam em ficar em silenciar sobre o ato sexual cometido, achando que dessa forma está preservando a família, tornando difícil a intervenção do estado, de dar a vítima o auxílio e assistência necessária, pois a vítima e a família que sofre com esse tormento, recebe o atendimento de profissionais da saúde e com acompanhamento familiar com psicólogos e terapeutas. A violência sexual está descrita na Lei Maria da Penha, lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006, no seu Art.7º onde se menciona todas as formas de agressões. Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; 2.5 VIOLÊNCIA PATRIMONIAL A violência patrimonial é a posse, a diminuição ou furto, a destruição total ou parcial dos objetos pessoais, documentos pessoais e de trabalho, quando falamos em violência contra o patrimônio no âmbito familiar é o desfazimento de bens, mesmo que a posse não seja legitima. Exemplo clássico é quando um casal se separa e um dos conjugues não conformado com a separação e como meio de coação para que não aconteça o divórcio, se desfaz de bens constituídos pelos dois na constância do casamento. O membro familiar que estiver em sua relação configurada a violência patrimonial pode pedir ao juiz como uma medida protetiva de urgência á ofendida, a proteção dos bens patrimoniais que foram constituídos na constância do casamento, com a restituição do bem, proibir de forma provisória que não se possam realizar contratos independentes a sua categoria, suspender procurações existem entre os conjugues ou a terceiros, ou se necessário for ao caso concreto fazer caução ou depósitos judiciais. A violência patrimonial protegida pela Lei nº 11.340, titulada como lei Maria da Penha, no seu art. 24 descreve as proteções e segue as mesmas regras dos crimes praticados contra o patrimônio que é regido pelo código penal. A violência patrimonial está descrita na Lei Maria da Penha, lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006, no seu Art.7º onde se menciona todas as formas de agressões. Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. 2.6 VIOLÊNCIA MORAL OU VERBAL A agressão moral se caracteriza quando o indivíduo sofre calunia, difamação ou injuria, crimes descrito no código penal como crimes praticados conta a honra. Calunia é acusar, responsabilizar um fato, que é falso, diante do fato enganoso seja descrito como crime perante nosso ordenamento vigente. Para Fernando Capez, “Trata-se de uma crime de ação livre, que pode ser praticado mediante o emprego de mímica, palavras (escrita ou oral) ...” (CAPEZ, FERNANDO, 2009, P. 254). Existem três formas de calunia, a primeira é nomeada pela doutrina de inequívoca que é quando o indivíduo declara expressamente que outro indivíduo é culpado de um ato criminoso, mesmo sabendo que sua alegação é falsa. A segunda forma é a equivoca, é quando se refere ao outro de forma indireta, usando insinuações, e por último a reflexa é quando se tem divergência, onde o indivíduo responsabiliza o crime a uma determinada pessoa e acusa uma terceira. A difamação é a perda da reputação, dirigida diretamente a honra diante a personalidade do indivíduo, então a difamação é feita sob uma acusação direcionada a outro indivíduo onde a exposição do fato ou somente a declaração sendo falta causem danos à moralidade do indivíduo. Quando falamos em difamação, não necessariamente o ato ou fato cometido pelo indivíduo ser considerado falso ou criminoso, mesmo sendo verídico, é uma conduta considerada como humilhante e hostil, que é visto sob os olhos da sociedade como uma conduta desfavorável ao pontode abalar a reputação do indivíduo. Perante a liberdade de expressão mesmo sendo um direito próprio de cada um expressar seus conceitos, opiniões, é divergente da difamação, pois existe um chamado limite de expressão, desde que a opinião ou apontamento de um indivíduo não afete de forma ofensiva o outro. Para Capez, “O fato ofensivo deve necessariamente chegar ao conhecimento de terceiros, pois o que a lei pela protege é a reputação do ofendido, ou seja, o valor que o indivíduo goza na sociedade (...)” (CAPEZ, FERNANDO, 2009, P. 272). E por fim a Injúria que é um insulto, uma desmoralização a dignidade de pessoa, dirigida diretamente a pessoa que se pretende desmoralizar, não importa se o insulto é verdadeiro ou falso, apenas que seja verbal ou físico, no que se diz em insulto físico, como exemplo temos um tapa no rosto dado em público. Para Capez, “Todos os meios hábeis a manifestação do pensamento podem servir a injúria: a palavra oral ou escrita, a pintura, o gesto etc.” (CAPEZ, FERNANDO, 2009, P. 279) A violência patrimonial está descrita na Lei Maria da Penha, lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006, no seu Art.7º onde se menciona todas as formas de agressões. Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. 3 FEMINISMO Feminismo foi o nome dado ao movimento das mulheres que buscavam a equiparação dos direitos civis e políticos com os homens diante da sociedade, pela razão de ter se prolongado durante anos, o feminismo criou no mundo e no Brasil um contexto histórico que se evoluiu durante o passar do tempo, e nos dias de hoje apesar de ainda existir os preconceitos, a mulher conquistou seu espaço desejado. Porém o feminismo surgiu a partir da insatisfação da mulher, o seu maior rival na luta de feminismo é a sociedade conservadora, a mulher era considerada submissa ao homem sempre deveria acatar suas ordem, então para as mulheres restavam apenas os deveres, sobre questões relacionadas aos direitos o acesso só acontecia em favor aos homens, somente eles poderiam trabalhar fora do âmbito familiar, poderiam se envolver na política, dentro outras desigualdades que foram derrubadas a partir da formação de um grupo de mulheres que lutam pelo feminismo. As mulheres demonstraram com os movimentos feministas que fizeram nas décadas de 60, 70 e 80, que são tão fortes e tolerantes diante o sexo oposto, hoje em dia nem fisicamente podemos falar em desigualdade, pois existem mulheres que tem o dobro da força de um homem, o que distingue a mulher dos homens são funções e órgãos biológicos, e não o poder, dessa forma a luta por reconhecimentos da mulher duraram décadas e posso dizer que perdura até os dias de hoje. O surgimento do feminismo aconteceu na época da revolução francesa onde a partir daí foram ganhando cada vez mais seguidoras e se alastrando os pensamentos em favor dos seus direitos, passando pelos Estados Unidos, Inglaterra até chegar ao Brasil e tomar o mundo. […] que o feminismo adquire uma prática de ação política organizada. Reivindicando seus direitos de cidadania frente aos obstáculos que o contrariam, o movimento feminista, na França, assume um discurso próprio, que afirma a especificidade da luta da mulher (ALVES; PITANGUY, 1991, p. 32). Então o feminismo, é uma luta que foi desencadeada por mulheres, que lutam diante uma sociedade preconceituosa e antiquada, pela igualdade entre ambos os sexos, dando as mulheres não somente deveres mais também direitos, relativos aos dos homens, direitos sociais, econômicos, culturais e morais diante a sociedade. 3.1 FEMINISMO NOS ANOS 60 O grande desenvolvimento visível em relação aos direitos para com as mulheres aconteceu entre o século XIX ao XX, nos anos 60 por intermédio de uma herança deixada pelos familiares mais velhos, a mulher vivia de forma oprimida, primeiramente quando menina era submissa do pai, sendo criada com objetivo de ser uma dona de casa e mãe, aprendiam somente as atividades domesticas, e quando atingia a idade de se casar, o Pai escolhia um noivo de uma família com uma boa reputação e com uma situação economia estável, eram casamentos arranjados onde os noivos se conheciam somente pouco tempo antes da cerimônia, então dessa forma a mulher deixava de ser submissa de seus pais e passavam a se ao seu marido, e nunca conseguia serem senhoras de sua própria vida. A única opção aceitável diante a sociedade para a mulher que não aceitasse o matrimonio, era seguir a vida religiosa, pois para a mulher que se casasse contra a sua vontade, teria que passar o resto de sua vida com seu marido, não tinham o direito de divórcio. A honra do homem era questão de vida ou morte, a mulher que traia o marido ou era morta ou se tornava rapariga, perdia totalmente seu posto em sociedade sua moral e respeito, e o homem para manter sua reputação integra, teria que matar o amante da esposa, como diziam na época era a única forma de lavar sua honra que foi suja, uma forma antiquada e cruel, mais perfeita aceitável socialmente. O papel do homem nessa época era de dominador, tinha o dever e a obrigação de trabalhar para o sustento da família, e reputação, de forma ríspida, dura, às vezes até mesmo considerada cruel, ele zelava pela integridade de sua família diante a sociedade. Foi no ano de 1962 que criaram o primeiro ordenamento em favor da mulher, já garantido constitucionalmente, a Lei N° 4.121/62, era o Estatuto da mulher casada, destacando em seus textos os deveres que passam a serem considerados recíprocos entre o homem e a mulher, deveres como a fidelidade durante a constância do casamento, vida comum no âmbito familiar, mutua assistência, respeito e consideração entre ambos, o sustento familiar e a guarda dos filhos. Os primeiros registros de trabalho da mulher fora do âmbito familiar aconteceram no mesmo período da segunda guerra mundial, por questões de força maior diante da guerra, os homens foram obrigados a se unir com o sexo oposto, para não ficar em desvantagem diante o inimigo, marcante foi, pois o orgulho e machismo na época eram sinais do caráter pessoal do homem. Contudo nos anos 60 a mulher passou a trabalhar fora de casa, suas funções e profissões eram restritas, como a mulher só poderia trabalhar como doméstica dependendo de sua condição social, ou como professora, estas eram as profissões aceitáveis para uma mulher em sociedade na época, e só se tinha essa direito se tivessem autorização do marido, sem qualquer garantia e direito assegurado por lei, foi a partir dessas conquistas mínimas que as mulheres ganharam animo para lutar mais arduamente contra a sociedade e sua opressão. Depois da proclamação da república que ocorreu no ano de 1884, onde e propôs a criar a República Federativa do Brasil, com um governante à frente, diante disso foi elaborada a primeira Constituição Federal no ano de 1891 e uma peculiaridade na época era o voto quando este se tornava universal para o sexo masculino, pois as mulheres, os padres, analfabetos e menores de 21 anos não tinham o direito de votar, por isso um direito fundamental a ser citada, que foi uma conquistada das mulheres antes da década de 60, ainda na década de 30, no dia 24 de fevereiro do ano de 1932 a mulher conquistou o direito de votar e de ser votada, foi no estado de São Paulo onde a primeira mulher se tornou deputada Federal, dois anos depois de adquirir esse direito do voto. Foi no ano de 1964 houve o movimento estudantil a luta armada, que só vai ter o reconhecimento apropriado no ano 1968 onde conseguiu demonstrar sua real importância à sociedade, para a juventudeda época buscavam em seu eixo principal a liberdade de viver, no que se referia à vida particular de cada um, sua privacidade ou ate mesmo individualidade na vida social com regras menos repressiva em determinados conceitos, como a questão dos direitos de igualdade entre os gêneros. Nessa mesma época a mulher possuía uma grande desavença com a sociedade, era descriminada pela igreja católica, em questão ao uso de medicamentos contraceptivos, para evitar uma gravidez indesejada, o argumento da igreja era sob a referência ao aborto e sobre a virgindade da mulher, quando está só poderia se casar diante os mandamentos de Deus, vestida de branco quando se era virgem, e manter relações intimas apenas para conceber filhos. Esse conceito de castidade vem dos escritos bíblicos, onde o 6º mandamento da lei de Deus diz “Não pecar contra a castidade”, pois Deus quis declarar dessa forma que criou o homem e depois a mulher com o intuito de que viva em amor e comunhão, o ato sexual sendo muito mais relevante do que um divertimento para satisfazer o desejo da carnal, e sim para amar ao seu companheiro, e diante desse ato de amor poder procriar sua espécie, por isso as diferenças físicas entre os sexos, por esse motivo nos dias de hoje muito se é questionado pela a igreja a relação sobre os homossexuais, que são considerados pecadores, por ferir um princípio cristão que é a castidade e ser impossível a partir do ato sexual de duas pessoas do mesmo sexo conseguirem gerar uma vida, então as opiniões demonstradas da época eram que a mulher que se protegia com medicamentos contraceptivos em um ato sexual era vista como “barregam”, como se chamavam as prostitutas na época. A assistência e persistência da mulher na luta armada, mesmo com o grande desrespeito dos militares e da sociedade para com as mulheres que assumiram a função de militantes grandiosamente, foi aqui que a mulher demonstrou sua força e inteligência, que fizeram significativamente avanços, que homens militantes há muitos anos não conseguiram, a mulher tinha a força de vontade dedicação e paciência, qualidades onde em locais de guerras são muito bem vistos, mesmo com seus dotes a ser demonstrada a mulher militante estava colocando em jogo o que se era considerado valoroso na sociedade, que seria a honra da mulher como já dito a cima, para no futuro se fazer um bom casamento. Foi por intermédio de advogadas que ocorreu o empenho para a mudança no texto constitucional, onde se teria a igualdade dos direitos e deveres diante do sexo feminino e masculino. O Art. 226 da Constituição Federal de 1988, em seu §5º caracteriza essa igualdade entre os gêneros. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. §5.º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. 3.2 FEMINISMO NOS ANOS 70 Depois das luta armada nos anos 60, já nos anos 70 no Brasil as mulheres fundaram associações, se aliaram a sindicatos, criavam casas de mulheres, elas saiam nas ruas em busca de seus direitos unidas em grandes manifestações lutavam contra o custo de vida que cada vez se tornava mais caro, pela anistia política e por creches para seus filhos enquanto estivessem trabalhando. O marxismo foi um método ideológico que tem imposições totalmente contrarias ao capitalismo que luta por uma sociedade imparcial entre ambos os sexos. Essa ideia foi descrita por Karl Marx e por Friedrich Engels, foi importante diante as conquistas das mulheres por que sua finalidade foi essencial e desafiadora a vista da época diante uma sociedade muito tradicionalista, o marxismo foi quem deu à mulher a oportunidade de um caminho mais abrangente para a luta de sua opressão. [...] a divisão do trabalho repousa sobre a divisão natural do trabalho na família e sobre a separação da sociedade em famílias isoladas e opostas umas ás outras, e esta divisão do trabalho implica ao mesmo tempo a repartição do trabalho e de seus produtos; distribuição desigual, na verdade, tanto em quantidade como em qualidade; ela implica pois a propriedade; assim, a primeira forma, o germe reside na família, onde a mulher e as crianças são escrevas do homem. A escravidão, ainda latente e muito rudimentar na família, é a primeira propriedade (MORAES, 1970, p. 90). Foi no ano 1975 que a ONU, Organização das Nações Unidas, declarou que seria o ano internacional da mulher, a ONU resolveu apoiar e defender a mulher neste período justamente pelo aumento econômico das mulheres à frente nas indústrias prestando seu trabalho, a luta pelo dia internacional da mulher começou muito antes no ano de 1857, onde as mulheres que trabalhavam em uma fábrica de tecidos se uniram em uma greve para a equiparação dos seus direitos com os direitos dos homens, com as mesmas horas de serviço e o mesmo salário, então marcante pra essa luta em busca de direitos foi como ela terminou, os donos da empresa prenderam as mulheres que faziam parte dessa greve e depois de presas dentro da empresa atearam fogo, onde todas morreram queimadas, esse fato aconteceu no EUA, mais apenas em 1975 a ONU regularizou esse dia, o dia 08 de março como o dia Internacional da mulher, com a finalidade de criar um espaço para se discutir a importância da mulher em sociedade, o que a mulher tinha a oferecer além do que esperavam dela. A situação das mulheres é deferente da de outros grupos sociais oprimidos: elas são a metade da humanidade [...] a mulher é oferecido um mundo próprio: a família. Exploradas no trabalho, relegadas a casa: estas duas posições compõem sua opressão (MORAES, 1970, p. 90). Foi a partir das convenções da ONU é que o Brasil começou a dar importância para estabelecer em nosso país uma proposta sobre as questões da desigualdade entre os sexos, nos dias de hoje já é regido pela Constituição Federal por intermédio do Código Civil e seus conceitos e família e casamento. No ano 1976 houve um caso de alta repercussão onde uma mulher chamada Ângela Diniz foi assassinada, pelo seu marido Doca Street, foi morta por arma de fogo, com quatro tiros disparados diretamente a ela, o julgamento de seu marido só ocorreu três anos após o seu assassinato, mesmo depois desse tempo o tribunal condenava ele apenas dois anos de prisão, mais diante a defesa do advogado de Doca sua pena teve o direito de suspensão condicional, com a tese de legitima defesa aceita pelo juiz, foi dessa omissão quanto à punição desse assassinato que as mulheres novamente voltaram as ruas, e diante novos movimentos em favor de seus direitos conseguiram a anulação, e assim passados mais três anos com um novo julgamento que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, em 05 de novembro, Doca Street foi condenado como se deveria com grau de proporcionalidade com o que seu ato criminoso merecia, sendo 15 anos de prisão em regime fechado, então foi nos anos 70 que a luta contra a violência contra a mulher começava a ganhar enfoque. 3.3 FEMINISMO NOS ANOS 80 No ano em que foi promulgada a nossa Constituição Federal referente ao ano 1988, que rege até hoje, antes mesmo da constituição ser promulgada, houve uma crise econômica e política no Brasil, e por consequência dessa crise as mulheres e seus movimentos foram se desfazendo em grupos, agregando a luta não só as mulheres mais também os homossexuais, mesmo que com a diminuição e divisão das mulheres contra a luta dos direitos as pretendiam, os homossexuais lutavam por um objetivo em comum ao da mulher que é a quebra dos tabus diante a sociedade conservadora e preconceituosa. Em 1985 foi formado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher – CNDM, que tinha como objetivo proteger as mulheres independentes de raça de qualquer discriminação, e assegurar os direitos econômicos, sociais, culturais e políticos, afiliado ao ministério público, para reprimirtambém a violência contra a mulher, neste momento ainda não se tinha um ordenamento próprio como temos hoje a Lei Maria da Penha, os crimes de violência contra a mulher era regido pelo código penal de acordo com o ato infracional cometido. Foi ainda nos anos 80, onde a democracia de forma igualitária para todos foi implantada, é indispensável à figura da mulher nas organizações partidária, foi nesse ano que a mulher conquistou um largo espaço diante da luta de movimentos sociais, a sociedade estava mais abrangente, de olhos e mentes mais abertas, de forma que as reclamações das mulheres contra a desigualdade era apresentada e questionada pela sociedade e não vista como descabida. A luta para conseguir seu lugar no âmbito político, foi no ano 1995 que foi criada uma lei para orientar as eleições a Lei nº 9.100, nesta lei foi onde foi descrito que 20% dos candidatos que são coligados a um partido teriam que ser ocupado por mulheres, com o passar dos anos esse percentual foi sendo aumentado e nos dia de hoje, em 2015 esse percentual é de 30%. Esta lei teve poder até o ano de 2009, pois aconteceu uma reforma na lei dos partidos políticos ampliando todos os direitos políticos já conquistados, até mesmo em sua candidatura em seu horário partidário, onde os candidatos expõem suas plataformas. No Brasil no ano 2011, foi eleita a primeira Mulher a se tornar Presidenta do País, Dilma Rousseff, com um enorme currículo na área, Dilma acompanhou durante toda a vida a luta do socialismo para a mulher, e nos anos 70 passou a fazer parte dele, hoje em dia ela está no segundo mandato de sua presidência e pode ser usada como exemplo da evolução política para a mulher durante os anos. Sendo assim Juntamente com a luta das desigualdades de gênero, nesta época ainda havia a luta para acabar com o preconceito racial, se para a mulher já era difícil conseguir seu lugar em sociedade imagine para a mulher negra, a história dos negros no nosso país nos contas muitas lutas e conquistas, mesmo dessa forma e mesmo depois da abolição da escravatura para o negro ser considerado igual ao branco, levou décadas, as mulheres negras geralmente vindas de famílias de classe baixa, se unem as mulheres da classe alta sem a distinção de raça. Nos movimentos feministas sempre era mulheres brancas que ficavam a linha de frente, que davam voz as discussões, apenas com o passar dos anos a mulher negra teve essa possibilidade, pois por ser maioria de classe baixa, entendiam a mulher negra não teria conhecimento necessário para reger essa luta, já que não teve a educação, a orientação para tal. Com o tempo e a garra da mulher negra mesmo lutando diante de uma mesma causa ela teve que lutar para ter voz e ser ouvida, ela descaracterizou sua imagem física de seu conhecimento, e foi tão inteligente e eficiente na luta contra a igualdade. O trajeto do feminismo no Brasil e relevante em favor da grande exposição foi o método como foi criado que demonstrou ser revigorante no progresso dos movimentos feministas por todo o mundo, pois mesmo com as conquistas ainda sim tinham grandes órgãos que atrapalhavam a imposição correta desses direitos, pessoas com ideias retroativas, a mulher quer até hoje a segurança nos direitos conquistados. Um dos direitos muitos questionados que as mulheres adquiriam durante os anos foi o direito ao aborto, a constituição vigente do nosso país, promulgada desde 1988, assegura em seus direito fundamentais o direito à vida, portanto o aborto é determinado como crime, porem a mulher que sofrer estrupo, a lei mediante o acordo da mulher não pune a prática desse ato, discutido até hoje esse assunto é um direito que tem que ser protegido por movimentos feministas, já que tem quem entende que desta forma esta inferindo o ordenamento superior do país, as crenças religiosas também se opõe contra a opinião das mulheres relativas a esse assunto. Depois de promulgada a Constituição de 88, garantindo o direito de igualdade de ambos os sexos, no ano de 2003 o governo, tornou por meios legais o direito de realização de Conferencias em favor dos direitos das mulheres, com a finalidade de ser uma atividade política e uma forma de democracia mais abrangente onde as opiniões de todas as mulheres do país se uniram, para discutir suas reivindicações e desigualdades que até hoje atormenta as mulheres, o objetivo é trocar ideias e opiniões para da melhor forma acharem uma solução diante das reivindicações feitas e conjuntamente com o estado conseguir fazer uma política pública que resolva o caso. A 4º Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres aconteceu no Brasil no ano de 2015 seu objetivo é: A 4ª CNPM propõem-se a discutir as estratégias de fortalecimento das políticas para as mulheres e a democratização da participação das mulheres nas diversas esferas institucionais e federativas. Assim, como nos processos de controle das políticas públicas e nas suas múltiplas formas de organização e de manifestação (BRASIL, SPM/PR, 2015, p. 5). Foi criado um Decreto, para a legalização da conferencia que se levavam em discussão as questões consideradas até hoje relevante à mulher, se referindo a sua situação de desigualdade diante a sociedade, meios de criação de política publicas diante as soluções dos problemas questionados, e conferindo a mulher a legitima participação do ponto de vista feminino nos dias atuais. O Decreto Presidencial de 30 de março de 2015, publicado no Diário Oficial da União de 31/03/2015, convoca a 4ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres e estabelece quatro eixos centrais de debates, a saber: I. Contribuição dos Conselhos dos Direitos da Mulher e dos movimentos feministas e de mulheres para a efetivação da igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres em sua diversidade e especificidades: avanços e desafios. II. Estruturas institucionais e políticas públicas desenvolvidas para mulheres no âmbito municipal, estadual e federal: avanços e desafios. III. Sistema político com participação das mulheres e igualdade: recomendações. IV. Sistema Nacional de Política para as Mulheres: subsídios e recomendações. A mulher nos dias de hoje assume uma dupla jornada, ao mesmo tempo em que se torna esposa, dona de casa, mãe, ela se torna responsável pelo sustento da sua família, tem de construir uma carreira profissional, com o passar dos anos mesmo que em muitos lugares no país os serviços sejam falhos, o governo disponibiliza creches, de forma que as mulheres tenham onde deixar seus filhos enquanto trabalham, são os pequenos detalhes que tornam fundamental o papel da mulher na sociedade. O Conceito de casamento hoje em dia para a mulher tem um sentido totalmente diferente em tempos passados, à mulher procura um companheiro para dividir suas conquistas, passou a ter o direito de escolha, nesse sentido podemos dizer que a luta está ganha, porem acredito que ainda a desigualdade reinando em muitos outros aspectos. O Maior desafio de hoje, que a mulher do século 20 tem, é coibir a violência cometida contra ela, o estado desde 2006 onde foi promulgada a lei Maria da Penha, que foi criada para coibir qualquer tipo de violência no âmbito familiar contra a mulher. Como falar da Lei desenvolvida pela luta de uma mulher e não se referir a ela, a farmacêutica, Maria da Penha Fernandes, que sofreu violência doméstica praticada pelo marido, e mesmo ficando preso o resto de sua vida em uma cadeira de rodas, por consequência de um tiro que seu conjugue lhe deu quando estava dormindo, Maria da penha ainda sim demonstrou toda sua força e inteligência, e a partir desse momento com ajuda dos defensores dos Direitos Humanos, Comissões interamericanas Maria se uniu a luta do feminismo e se tornou uma figura ilustre e apreciável. O feminismo construiu uma história gratificante duranteas décadas, essas fases do feminismo estão descritas em livros e meios de comunicação da época como a TV que teve um papel determinante e muito importante para a divulgação e o apoio, a mídia principal da época era a rede Globo, que abriu os olhos e mentes da sociedade, desconstruíram o poder que o homem possuía, o dominador passa a ter direitos iguais, ao do sexo oposto, esses direitos são garantidos em leis e assegurados e protegido pelo governo que nos dias de hoje passa a dar todo o apoio necessário à causa feminista, pois o Brasil se tornou um país conhecido por suas mulheres lindas e inteligentes, sem distinção de raças. 4 DIRETO DE IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS Para compreendermos melhor a igualdade entre os sexos, primeiramente faremos a distinção de sexo e gênero, o sexo de uma pessoa se refere às questões biológicas e fisiológicas do corpo humano, sendo distinta a estrutura do corpo da mulher para a estrutura do corpo do homem, já quando nos referimos a gênero estamos falando do desenvolvimento cultural, atribuindo qualidades masculinas ou femininas, aqui analisamos a caracterização social, essa caracterização acontece por meio de qualidades e comportamentos do indivíduo, de acordo com uma construção social de personalidade. Então o que vamos estudar é a igualdade entre os gêneros que são assegurados na nossa Constituição Federal, que assegura que homens e mulheres terão os menos direitos e deveres, apesar de que por muitos aspectos compostos pela sociedade ainda existe uma desigualdade. Faz-se necessário a análise do intuito à luz da cláusula de igualdade material contemplada no Art. 5º CF em seu caput: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição. O princípio da igualdade tem a função de disposição dos direitos e deveres para qualquer indivíduo no país, “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades.” (LENZA, 2012, p.973), o princípio da igualdade funciona sobre dois aspectos o primeiro é referente ao legislador, e o outro a autoridade pública, há mais questionável seria a função do legislador que manifestou a preservação do direito a igualdade, mais para a autoridade pública essa aplicação nos casos concretos deve acontecer sem levar em considerações outros aspectos como religião, raça, política ou sexo. Vamos distinguir a Igualdade Material, que é a nos dá enfoque com a igualdade formal, ambas são asseguradas pelo art. 5° CF, porem a igualdade formal é a que está descrita na letra da lei, onde diz que todos são iguais sem distinção de qualquer natureza, então todo brasileiro tem os mesmo direitos assegurados na constituição, como, direito a saúde, escola e todos os direitos fundamentais incluídos no art.5° CF. A igualdade Material mesmo que prevista ela se refere a uma aquisição do conceito social, para haver igualdade dependendo do terminado caso é preciso diferenciar alguns indivíduos de outros, dando um equilíbrio para se manterem na mesma categoria com outros. O princípio da igualdade é tido como pilar de integração de muitos direitos, como a mulher no mercado de trabalho, descrito na esfera constitucional diante o art. 7, XX, que faz menção sobre a segurança da mulher diante seu espaço garantido no mercado de trabalho, trazendo estímulos específicos, que são descritos em lei, traz a participação conjunta na vida da família entre homem e mulher, descrita no art. 226, §§ 3 e 5, que reconhece a união estável entre ambos como entidade familiar e diz que todos os direitos e deveres relacionados à união conjugal são de responsabilidade de ambos, com o mesmo peso e proporção das atividades da cada um, temos também a inclusão por lei da mulher na política do país, cargos eletivos hoje ocupados por mulheres, hoje em dia esses direitos e muitos outros são atribuídos a ambos os gêneros, por mais que a discriminação ainda exista as conquistas com o feminismo foram gigantescos. Hoje em dia os maiores problemas das mulheres é com a violência doméstica, que tem se estendido muito além da mulher, a disputa entre o poder de liderança entre os gênero masculino e feminino adveio de uma construção social, e com a evolução do mundo, hoje não temos mais a possibilidades de privilegiar apenas o sexo masculino, mesmo que ainda sim seja maior o número de mulheres agredidas no âmbito familiar, isso já não é mais regra geral, pois o número de homens agredidos que procuram o Ministério público por auxilio cada dia tem se demonstrado maior, a facilidade de obter informações hoje demonstrar que a violência doméstica deve ser combatida sem distinção de quem a cometa, a lei Maria da Penha foi criada para a desvantagem da mulher, porem dessa desvantagem está desaparecendo com o passar do tempo, pois existem mulheres hoje em dia são mais fortes e impetuosas que um homem, porem a lei ainda sim é eficaz na sua finalidade que é impedir a violência no âmbito familiar, desta forma já se transformou em um problema social e por intuito deste princípio sua efetividade tem se estendido ao homem nos tribunais Brasileiros, primeiro vamos analisar a lei e por último a sua possível aplicabilidade sobre o sexo masculino. 4.1 COMPARAÇÕES DOS CASOS DE MARIA DA PENHA E DE MARCOS MATSUNAGA Em 07 de Agosto de 2006 foi sancionada a Lei nº 11.340, nominada de Lei Maria da Penha em alusão a cearense Maria da Penha Fernandes, sua história se iniciou no ano de 1966, foi quando conheceu seu Marido Marcos Antônio Heredia Viveiros, com quem se casou e tiveram três filhas, Maria da Penha, formada como farmacêutica, depois de casada era, espancada e violentada diariamente por seu cônjuge, tendo sofrido durante o tempo dessa união, duas tentativas de homicídio, onde a primeira ocorreu no mês de maio do ano de 1983, onde por conta de um tiro que seu companheiro disparou nas costas quanto ela dormia, de começo o marido relatou que o tiro teria sido disparado por assaltantes que invadiram a casa, porem quando os vizinhos ouviram o disparo e tomaram conhecimento do que acontecia ali era um crime, ainda que não soubesse quem seria o verdadeiro autor, Marcos Antônio na sua versão em vez de estar tentando prestar socorro a mulher, de acordo com testemunhas foi encontrado com um corda ao redor do pescoço, porem até hoje sustenta sua versão que seria um assalto. Maria Penha passou por várias cirurgias e por fim, saindo viva das tentativas de homicídio ela começava uma triste e longa luta por justiça, pois como consequência do tiro Maria ficou paraplégica, ficando por todo o restante da sua vida dependente da uma cadeira de rodas para se locomover, e só foi descoberto que o criminoso era seu marido tempos depois. Depois de meses no hospital Maria da penha retorna pra casa e acontece à segunda tentativa do marido de assassiná-la, ele tentou eletrocutá-la enquanto tomava banho, depois disso Maria da Penha conseguiu tomar a decisão de denunciá-lo. Passados dezenove anos de sua denúncia o julgamento do agressor ainda não havia ocorrido, de modo que a conduta penal culminava para ser extinta em face da prescrição da pretensão punitiva. Aproximando-se da prescrição do crime, o caso de Maria da Penha foi finalmente julgado, onde o agressor teve sua pena determinada em apenas dois anos, onde cumpriu apenas 1/3 da pena em regime fechado, o caso tem alta repercussão até mesmo internacionalmente, dessa maneira Maria da Penha procurou amparo diante as Organizações de Direitos Humanos, juntamente com Centro pela Justiça pelo Direito Internacional (CEJIL) e o comitê Latino-Americanode Defesa dos Direitos das Mulheres (CLADEM), que chegaram a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDM), disse que o Estado Brasileiro teria sido diante do caso exposto sido negligente e omisso, relacionando as questões de violência doméstica contra as mulheres, diante da situação desencadeou no processo legislativo de elaboração do supracitado diploma legal. Dessa forma, a lei Maria da Penha, em favor as condições estabelecidas às mulheres antes da edição da lei, tinha sua importância fundada nas relações de desigualdades de gênero de forma já que a referida lei protegia apenas as mulheres em estado de vulnerabilidade social decorrente da violência doméstica, já que a mulher em si sempre lutou pela igualdade de direito quanto aos homens. Contudo as histórias foram se repetindo durante o passar do tempo, e mudando as posições quanto aos personagens de agressor e vítima, no ano de 2012 um caso de grande repercussão chama a atenção das autoridades, o Caso de Marcos Matsunaga, assassinado de forma brutal pela esposa Elize Matsunaga, tudo ocorreu no dia 19 de maio, o motivo do crime seria uma traição por parte de Marcos, se tratava então de um crime passional. O casal se conheceu através de um site de acompanhantes, onde Elize teria um perfil, a partir daí começaram a sair e se casaram, tiveram uma filha que na época do crime estava com apenas um ano de idade, Elize começou a suspeitar que Marcos a traia e contratou um detetive para confirmar sua suspeita, sendo assim Elize resolve viajar para o estado do Paraná, onde mora sua mãe com o intuito de dar brecha para o marido para constatar suas suspeitas, ainda nesta viajem ela tem a confirmação da traição de Marcos, e retornando na viajem acredita-se a polícia que investigou o caso que Elize teria planejado a morte do marido. O crime ocorreu no prédio onde a família morava em São Paulo, as câmeras de do prédio registraram a volta de Marcos, de Elize, da filha com a baba, porém depois disso só tem registro da saída da baba e de Elize na manhã, o desaparecimento de do empresário foi registrado pela família assim que deram falta da presença de Marcos. No dia 23 de maio foi localizado um corpo esquartejado ainda não identificado, apenas 10 dias depois de encontrado foi confirmado que o corpo encontrado era de Marcos Matsunaga, a partir desse momento começaram as investigações dos últimos passos do empresário, foi dai onde parte a suspeita de que Elize teria assassinado o marido, nas investigações feitas no apartamento foram encontradas provas contra Elize, desde então foi pedida sua prisão preventiva, chamada para depor sobre os fatos, Elize confessa o crime, que teria dado um tiro na cabeça do marido e depois teria esquartejado colocado dentro de três malas e desovado o corpo. Como defesa era teria dito que o Marido teria a agredido verbalmente e fisicamente, após ela lhe contar que teria descoberto sua amante, porem os fatos relatos por Elize se tornaram duvidosos, pois ela não teria marcas, ou qualquer outro indicio de agressão física, pois marcos teria uma personalidade oposta à de que a esposa relatava. A intenção de Elize quanto a morte do marido recaia sobre as condições financeiras, de como ela se beneficiaria como viúva, a filha do casal hoje está sobre a guarda dos avós paternos, e Elize está presa, foi designada a ir a júri popular por Homicídio doloso triplamente qualificado, devendo ser julgada até Setembro do ano de 2015, porem até a data de hoje não há registro de que já ocorreu o seu julgamento. O objetivo de demonstrar que entre os dois casos expostos, de Maria da Penha e Marcos Matsunaga é que a violência doméstica é praticada no âmbito familiar, por um dos membros, e que ambos tem potencial para cometer a agressão, não apenas com agressões físicas mais também psicológicas, sexual, verbal, qualquer que seja o membro familiar agredido não necessariamente tem que ser mulher, é considerado um abuso do poder familiar, esse abuso pode ser uma ação ou omissão, de ambos os sexos, dessa forma estamos mencionando somente a relação entre pessoa de gênero diferente, mais não podemos esquecer as relações entre pessoas do mesmo sexo em relações homoafetivas, que torna a aplicação da lei restrita a mulher ainda mais questionável, polemica e debatida, sobre enfatizar o seu essencial que é a coibição da violência doméstica e não a lei criada assegurando apenas um gênero, ofendendo um princípio constitucional, pois princípio da isonomia é encontrado no ordenamento em clausula Pétrea, dessa forma não se pode mudar a interpretação da norma que está exposta na Constituição, ainda que persista a desigualdade esta deve ser combatida. 4.2 APLICAÇÕES DOS EFEITOS DA LEI MARIA DA PENHA PARA O SEXO MASCULINO Nos Tribunais Brasileiros já se entende que a Lei que foi criada em favor das mulheres deve por analogia a possibilidade de ser aplicada aos homens, nesse contexto se interpreta que a Lei Maria da Penha deve ser aplicada relações intimas de afeto independente da orientação sexual. O desembargador Itaney Francisco Campos, demonstrou em um de seus casos que não se deve acontecer de qualquer forma a agressão no âmbito familiar, mais ela advindo da mulher para o homem deve ser punida na mesmo proporcionalidade, até quando considerada como legitima defesa ao homem quando usada sua força de modo moderada como meio de conter a agressão. O fundamento utilizado para sustentar essa decisão é o Princípio da Igualdade material contemplada no art.º 5 da Constituição Federal a fim de verificar se os indivíduos do sexo masculino, se teriam direito de ser amparados pela disposição pelo novo texto legal. A Lei Maria da Penha, aplicada por analogia ao sexo masculino, apesar de ter sua origem vinculada unicamente a defesa da mulher, pelo atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também deve ter seus efeitos estendidos aos homens, pois é assegurada na Constituição Federal a isonomia entre ambos os sexos, mesmo levando-se em consideração as compleições físicas de cada um. Danúbia Cantieri mencionou em seu artigo cientifico A aplicação da Lei Maria da Penha na proteção dos direitos dos homens: A analogia é o método de auto integração do direito pelo qual, no julgamento do caso concreto, a lacuna legislativa é preenchida com a mesma resposta dada pelo legislador a uma situação específica que, embora não seja aquela sob exame, com ela se identifique em essência (SILVA, 2015). A jurisprudência nacional é prodiga ao elencar casos em que indivíduos do sexo masculino pleitearam medidas protetiva dispostas na Lei n. 11.340/06, a fim de proibir as ex- companheiras de se aproximarem de locais onde eles se encontrassem. Com a aprovação da Lei Maria da Penha não se criou novo tipo penal, mas promoveu alterações no Código Penal Brasileiro, que passou a sancionar com mais rigor os crimes que fossem praticados com o autor prevalecendo das relações doméstica. Podemos mencionar como exemplo o art.129, §9º, do Código penal, que diante a agressão, é mencionado no texto de lei, quando se é praticada dentro do âmbito familiar, seja por qualquer um dos membros que convivam nele, a sanção aplicada é mais severa do que a sanção em regra. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena – detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano. § 9º Se a lesão for praticada contra ascendentes, descentes, irmão, conjugue ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domesticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena – detenção de 3 (três) meses a 3 (três) anos. Conforme demonstram dados divulgados pelo Ministério da Justiça de 2008 ao ano de 2012, foi feito um levantamento diante o IG do banco virtual do Departamento penitenciário Nacional (DEPEN), onde demonstrou que 140 mulheres
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