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monografia 01

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FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAJAZEIRAS - FESC 
FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE CAJAZEIRAS FAFIC. 
CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS JURIDICAS E SOCIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ZANANDREIA NUNES GALDINO 
 
 
 
 
 
DA APLICABILIDADE DA LEI MARIA DA PENHA ÀS PESSOAS DO SEXO 
MASCULINO COMO FORMA DE PROMOVER O PRINCÍPIO DA IGUALDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAJAZEIRAS 
2015 
 
ZANANDREIA NUNES GALDINO 
 
 
 
 
 
 
 
DA APLICABILIDADE DA LEI MARIA DA PENHA ÀS PESSOAS DO SEXO 
MASCULINO COMO FORMA DE PROMOVER O PRINCÍPIO DA IGUALDADE 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado á 
coordenação do curso de Bacharelado em Ciências 
Jurídicas Sociais da Faculdade Filosofia, Ciências e 
Letras de Cajazeiras- FAFIC, como requisito parcial 
para a obtenção do título de Bacharel em Direito. 
 
Orientador: Prof. Me. TIAGO MEDEIROS LEITE 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAJAZEIRAS 
2015 
ZANANDREIA NUNES GALDINO 
 
 
 
DA APLICABILIDADE DA LEI MARIA DA PENHA ÀS PESSOAS DO SEXO 
MASCULINO COMO FORMA DE PROMOVER O PRINCÍPIO DA IGUALDADE 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado à coordenação do curso de Bacharelado e, 
Ciências, Jurídicas e Sociais, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – 
FAFIC, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito. 
 
Data de Aprovação ___/___/____ 
 
 
Banca Examinadora 
 
________________________________________________ 
Orientador 
 
 
___________________________________________________ 
Examinado 1 
 
 
____________________________________________________ 
Examinador 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho a Deus, por me permitir em 
todos os momentos da minha vida ser vitoriosa, 
dedico a minha família, pai, mãe e irmã, pois sem 
vocês, essa vitória não seria completa, os incentivos 
as motivações, me formaram a pessoa que sou 
obrigada por me mostrarem o caminho certo, e como 
vencer os obstáculos. 
AGRADECIMENTOS 
 
Quero agradecer a toda minha família durante minha jornada acadêmica, ao meu pai 
José Galdino e minha mãe Maria Zenira, por todo esforço e dedicação pra me dar a educação 
que não puderam ter, eu amo vocês, são vocês são o motivo da minha vida, das minhas 
vitórias, agradeço a minha irmã Isabel por todo incentivo e companheirismo, sem você ao 
meu lado eu não seria quem eu sou, uma vez perguntei a nossa mãe por que eu não poderia 
ser filha única, bem a vida me deu a resposta dessa pergunta, pois Deus sabia que eu sem você 
não conseguiria, não existiria, fazemos parte uma da outra, um eu te amo ainda sim e pouco 
pelo que sinto por vocês, agradeço também ao meu namorado Amoon D’amoon por toda 
palavra de apoio, quando tudo parecia mais difícil, você está ali para que eu não fraquejasse, 
você foi um presente de Deus, enfim a todos da minha família, tias, tios, primos, primas, que 
estiveram comigo durante todo tempo, acredito que ninguém consegue nada sozinho, as 
minhas conquistas só sentido perto de vocês, fazem meus momentos felizes serem perfeitos e 
nos meus momentos tristes me mostram a força, o amor, a união tudo interligado a um laço de 
sangue que rompe todos as barreiras da vida. 
Gostaria de deixar meu sincero agradecimento ao meu Orientador Tiago Medeiros 
Leite, por toda a atenção e auxilio que me dedicou para a realização desse trabalho, foi um 
prazer poder desenvolvê-lo diante a sua orientação. 
Dessa forma não posso deixar de mencionar, uma grande incentivadora, professora e 
mãe, professora Caroline Menezes, obrigado por todos os puxões de orelha, por todos os 
desafios, e por todas as conquistas, pois muitas vezes quis fraquejar e você estava presente 
para se mostrar com um exemplo de conquista, agradeço a Deus por ter me permitido conhece 
- lá nessa jornada. 
Por fim a todos aos amigos que me apoiaram especialmente aos amigos que estiveram 
durante esta jornada comigo, amigos de sala, que acompanharam essa história do começo até 
agora, que estiveram sempre ao meu lado, pois foram cinco anos, de muita história, muitas 
risadas, muito choro porem a união da amizade sempre superava tudo, vou guardar para 
sempre em vocês em minha vida, Thamara, Neryanne, Juliana, Erika e Aguida, nossa 
panelinha conseguiu, conquistamos esse sonho juntas, agradeço a amizade de vocês e quero 
leva-la por toda vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Tudo que não puder contar como fez, não faça” 
 (Immanuel Kant) 
RESUMO 
 
O presente trabalho procura analisar o direito de igualdade previsto no art. 5º da Constituição 
Federal diante da aplicação de Lei Maria da Penha para sexo masculino, relacionado 
diretamente à violência doméstica. Algumas reflexões, sobre a aplicabilidade da lei nº 11.340 
de 07 de agosto de 2006, sobre o requisito do privilegio do gênero feminino, excluindo o 
gênero masculino, mesmo diante dos movimentos feministas, a mulher em certos aspectos e 
considerada mais vulnerável. Conforme essa característica de exclusividade é privada ao 
gênero masculino que seja protegido por a referida lei, mesmo este sendo considerado um 
membro familiar, sendo identificado dessa forma como uma maneira de discriminação, diante 
os olhos do principio da isonomia, que é garantido e previsto no ordenamento supremo do 
país, a Constituição Federal, descrito em seu art. 5 Caput, que faz menção, que todos são 
iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza (distinção de gênero). A metodologia a 
ser utilizada neste trabalho consiste no método investigativo e descritivo, ou seja, pretendem-
se utilizar uma ampla pesquisa na doutrina, artigos que trate sobre a matéria. O trabalho será 
de referência bibliográfica, por meios de dados secundários, que consiste no conflito sobre o 
assunto pesquisado. Se referindo primeiramente sobre o conceito de violência e suas formas, 
após sobre a luta do feminismo no mundo e no Brasil e a possível aplicação da lei ao gênero 
masculino. Reconhecemos atualmente alguns tribunais brasileiros que é cabível 
analogicamente à aplicabilidade da lei em defesa dos direitos dos homens, é possível se fazer 
uma investigação sobre cada caso concreto de forma individualizada, se referindo ao homem 
poder chegar a ser considerado como sujeito passivo diante das agressões domestica e 
conforme o caso e tipo de agressão sofrida no âmbito familiar, pode o homem necessitar da 
tutela efetiva da justiça, alegando que a partir desse aspecto não esta ferindo um principio 
constitucional. 
 
PALAVRAS CHAVE: Lei Maria da Penha, Aplicabilidade, Principio da Igualdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The presente work seeks to demonstrate some refletions about Maria da Penha law, number 
11.340 ,August 7,2006 and the requirement of the female gender privilege excluding male 
gender even before the feminist movement women in some respects, is considered more 
vulnerable and defined as the weaker sex. As this characteristic of exclusivity is private to the 
male gender to be protected by this law, even this considered a family member, being 
identified this way, as a way of discrimination before the eyes of the principle of equality 
which is guaranteed and provided the Supreme order of the country. the Federal Constitution, 
described in his art. 5, caput. which mentions that all are equal before the law, without 
distinction of any kind (gender distinction) . The methodology to be used in this work is the 
investigative method and descriptive, or intend to use extensive research in teaching, articles 
that deal on the subject. The work will be bibliographic reference for secondary data means, 
consisting of the conflict on the subject researched. Primarily referring to the concept of 
violence and its forms, following on the feminist struggle in the world and in Brazil and the 
possible application ofthe law to the male gender. We recognize currently in some Brazilian 
courts is appropriate,similarly, the applicability of laws to defend the rights of men, it is based 
on the unconstitutionality of the Maria da Penha law, on the grounds not involve whatever the 
member who suffers domestic and family violence and need state support .The this paper 
investigates and demonstrate that in each case analyzed individually referring to the man, can 
become a taxable person on domestic abuse and as appropriate and type of violence 
committed within the family, can man need of effective protection justice, claiming that this 
aspect would not be hurting a constitutional principle. 
Key Words: Maria Penha Law, Applicability, Principle of Isonomy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
CNDM – Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. 
CEJIL – Centro de Justiça de Direitos Internacionais. 
CLADEM – Comitê Latino Americano de Defesa dos Direitos das Mulheres. 
CIDM – Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
SPM – PR – Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República. 
ONU – Organização das Nações Unidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................10 
 
 
2. CONCEITO DE VIOLÊNCIA.................................................................................. 14 
 
2.1 VIOLÊNCIA DOMESTICA...................................................................................16 
2.2 VIOLÊNCIA FÍSICA.............................................................................................18 
2.3 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA...............................................................................20 
2.4 VIOLÊNCIA SEXUAL..........................................................................................21 
2.5 VIOLÊNCIA PATRIMONIAL..............................................................................22 
2.6 VIOLÊNCIA MORAL E VERBAL.......................................................................22 
 
3. FEMINISMO................................................................................................................25 
 
3.1 FEMINISMO NOS ANOS 60................................................................................26 
3.2 FEMINISMO NOS ANOS 70................................................................................29 
3.3 FEMINISMO NOS ANOS 80................................................................................30 
 
 
 
4. DIREITO A IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS................................................35 
 
4.1 COMPARAÇÕES DOS CASOS DE MARIA DA PENHA E DE MARCOS 
MATSUNAGA.......................................................................................................37 
4.2 APLICAÇÃO DOS EFEITOS DA LEI MARIA DA PENHA PARA O SEXO 
MASCULINO.........................................................................................................39 
 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................43 
 
 
 
REFERENCIAS...........................................................................................................45 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A violência doméstica no Brasil é uma realidade constante no país, a violência 
praticada dentro do âmbito familiar é praticada por um membro contra o outro, as influencias 
que dão origem as agressões no âmbito familiar, são os obstáculos diante a relação conjugal, a 
superioridade do homem sobre a mulher o chamado machismo, o ciúmes, as condições 
financeiras dentre muitos outros dificuldades que uma família encontra na sua jornada, no 
âmbito familiar pode ser praticado vários tipos de violências como a físicas, psicológicas, 
sexual, patrimonial e moral ou verbal, geralmente elas se cumulam, uma vai seguindo a outra 
as violências como a verbal e a psicologia estão interligadas e sempre podem seguir para 
condutas mais graves como a agressão física. 
A lei 11.340 de 07 de agosto de 2006 foi promulgada a Lei Maria da Penha, que foi 
criada com o intuito de coibir a violência doméstica contra a mulher, desenvolvida depois da 
luta de uma Cearense, Maria da Penha Fernandes que sofreu por anos tentativas de homicídio 
e agressões por parte do marido, porem a lei Penal era omissa quando se tratava de agressão 
no âmbito familiar, diante disso ela se uniu a comitês interamericanos que comprovaram 
diante o seu caso que o estado estava sendo omisso na proteção das mulheres. 
Uma lei criada em favor da vulnerabilidade do sexo feminino contra o sexo masculino, 
porem a violência doméstica vai muito além do que a distinção dos sexos feminino e 
masculino, falando sobre gênero o ordenamento do nosso país garante a igualdade entre os 
gêneros, descrita no Constituição Federal no seu art.5º, que diz que todos iguais perante lei, já 
no seu inciso I- descreve que a igualdade entre os gêneros, tendo os mesmos direitos e 
obrigações. 
Diante disso analisamos uma problematização como uma avaliação da característica 
por gênero e não por sexo, masculino e feminino, a diferença do gênero para sexo, é que o 
gênero se define através de uma construção social e cultural. 
A desigualdade entre os gêneros ainda é uma realidade nos dias de hoje, no decorrer 
de toda a história com a luta do feminismo, o mundo se adaptou as suas reivindicações do 
gênero feminino, a concepção de desigualdade vem das sociedades mais primitivas e 
antiquadas, onde o homem é considerado o dominador e a mulher sua submissa, essas 
idealizações vem descritas desde a bíblia, com passar dos anos descritas em livros de 
histórias, porem a mulher nesse tempo só tinha deveres e obrigações os direitos ficavam para 
ser exercidos pelos homens, principalmente por que para as mulheres os direitos só eram 
aplicados pela vontade de seu pai, ou quando se casavam pela vontade do marido. 
Homem era criado para se tornar pai de família, trabalhar para o sustento desta, e 
manter uma reputação intocável diante a sociedade, a honra de um homem era equivalente o 
valor de sua vida, já para a mulher que foi criada para se tornar dona de casa e mãe e se 
submeter sua vida ao conforto do marido e dos filhos. 
Porém o mundo foi se desenvolvendo, crescendo e, contudo a sociedade precisava se 
adaptar aos novos rumos, onde lhe davam com crenças religiosas e uma sociedade antiquada, 
não aceitavam tais mudanças principalmente quando se falava em direitos das mulheres. 
Os primeiros relatos de movimentos feministas começaram na década de 30, porém só 
conseguiu ter alta visibilidade a partir dos anos 60 nesta mesma época foi considerado o 
segundo movimento feminista, as mulheres lutaram pela igualdade jurídica e social, buscavam 
romper barreiras da sociedade consideradas tradicionais, que oprimia o sexo feminino, 
perdurando até o ano 1980 entrando para a história, e com muitas conquistas a favor das 
mulheres, sendo uma das maiores conquista na época foi à inclusão das mulheres no mercado 
de trabalho sem restrições de ocupação de cargos, podendo dessa forma as mulheres se 
tornarem independentes, e sendo estas respeitadas diante as igualdades de capacidade do sexo 
oposto. 
Com o passar dos anos e as conquistas feministas, as sociedades passaram a ser mais 
igualitárias sobre as divergências de ambos os gêneros, nos dias de hoje já temos relatos no 
Brasil de homens que sofrem agressão no âmbito familiar, seja qual for o tipo da agressão 
física, psicológica, sexual, patrimonial ou verbal, os papeis se inverteram, e o homem passou 
a ser vítima, para quem era considerado agressor, considerado o homem o sujeito passivo e 
levando em consideração o princípio da igualdade assegurado na CF, o gênero masculino teria 
o direito à aplicação da Lei que foidesenvolvida exclusivamente para as mulheres, diante a 
violência doméstica. 
Portanto a partir daí temos uma problemática, seria possível ser aplicada a lei Maria da 
Penha para os homens? Pois o Objetivo da Lei é coibir a violência cometida no âmbito 
familiar, ou seja, pode ser praticada por qualquer indivíduo que conviva nele. 
O intuito do trabalho e analisar a aplicabilidade, e a finalidade da aplicação da lei que 
é coibir a violência doméstica em si, seja por qual membro familiar a pratique, é conter a 
conduta que é reprovada na sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 CONCEITO DE VIOLÊNCIA 
 
O Homem primitivo cultivava a sua individualidade como meio de defesa, porem com 
o desenvolvimento do mundo, descobriu a necessidade de viver em grupos, depois dessa 
condição, foi descoberto o chamado comportamento social, para que dessa forma 
conseguissem viver pacificamente em coletividade, tudo depende da forma e do 
comportamento de um homem em sociedade, formando a cada indivíduo sua personalidade, 
sendo ela considerada calma ou agressiva, a personalidade é composta por várias 
características e qualidades que são atribuídas ao modo de se portar da pessoa. 
 O conceito de violência para a psicologia é indeterminado, pode acontecer de várias 
formas em cada caso e de forma particulares, pois a violência não se dá apenas pelo 
criminoso, pode ser cometida por um agente policial mesmo que sua função seja coibi-la, 
como outro exemplo, o direito de democracia, a partir da escolha de um cidadão de se 
manifestar com um apoio político, pode se existir com esse apoio um trato de rivalidade, que 
está poderá ter seu fim em um ato de violência, e como todos os outros tipos de atos que se 
formam o que é em si é a violência, são diversos os sentimentos e motivações diferenciadas 
para se conceituar a violência. 
A violência na psicologia se substancia na força, no vigor, na intensidade, o que mais se 
destaca é a expressividade, pois a violência se caracteriza através de atos da conduta do 
indivíduo, de como ele vai reagir diante a hora do fato, é um conjunto de avaliações para se 
determinar a conduta violenta. 
A violência em si se deriva de um comportamento instintivo do ser humano, esse 
comportamento advém de sentimentos que são cultivados, como competitividade, raiva, 
hostilidade, agressividade, crueldade, intimidação, constrangimento, ameaça e dentre muitos 
outros. 
A definição de violência se dá, pelo comportamento do indivíduo, o ato de ser agressivo, 
causando a vítima uma coação ou dano, são diversos os motivos que levam o agressor a 
chegar a seu estado máximo no limite do controle de seu comportamento agressivo. 
Para a criminologia que estuda o comportamento do criminoso, é tido como objeto de 
estudo o delinquente. 
A Psicologia Criminal destina-se a estudar a personalidade do criminoso. A 
personalidade refere-se, usualmente, aos processos estáveis e relativamente 
coesos de comportamento, pensamento, reação e experiência, que são 
característicos de uma determinada pessoa. Por intermédio dessas 
características poderemos compreender e até prever grande parte do 
comportamento do indivíduo. O estudo da personalidade das pessoas em 
conflito com a lei (e aqui podemos incluir as crianças e adolescentes) pode 
contribuir efetivamente para se entender o fenômeno criminal (CALHAU, 
2009, p. 40). 
 
 
É relevante destacar a diferença entre violência e agressão, a agressividade, advém a 
partir do comportamento do indivíduo, ela tem que ser esticada, criada sob a personalidade do 
agente, tudo depende do histórico de criação do indivíduo, como se deu a construção de sua 
personalidade, já a violência advém do ser humano, sobre a realidade que é alimentada na 
construção de sua personalidade, então a agressividade passa a ser desenvolvida por uma 
pessoa com problemas mal superados durante sua vida, tornando isso na violência, esta sim é 
que se caracteriza com um dano a pessoa ou a quem ela está destinada. 
O psiquiatra e professor Cesare Lombroso foi quem determinou as características que 
compõem um delinquente, ele desenvolveu essa teoria por meio de comparação entre um 
homem de bem e um criminoso, sendo avaliadas as condições mentais e corporais, estudou 
autopsia de vários indivíduos, e de acordo com sua teoria chegou a identificar um Criminoso 
Nato. 
 
Lombroso apontava as seguintes características corporais do homem 
delinquente: protuberância occipital, órbitas grandes, testa fugidia, arcos 
superciliares excessivos, zígomas salientes, prognatismo inferior, nariz 
torcido, lábios grossos, arcada dentária defeituosa, braços excessivamente 
longos, mãos grandes, anomalias dos órgãos sexuais, orelhas grandes e 
separadas, polidactia. As características anímicas são: insensibilidade a dor, 
tendência à tatuagem, cinismo, vaidade, crueldade, falta de senso moral, 
preguiça excessiva, caráter impulsivo (CALHAU, 2009, p. 20). 
 
 
Nos dias atuais são várias as circunstancias que justificam a violência constante no 
nosso país, podemos dizer que tudo depende da organização social que criamos, a mais 
desfavorável é a falta de educação, no Brasil de acordo com os dados estatísticos do IBGE – 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, diz que 3,5 milhões de crianças e adolescente 
não frequentam a escola, crescendo sem a orientação mínima que toda pessoa deve ter, e 
sendo esse um direito garantido no nosso ordenamento maior, nossa Constituição Federal. 
Outro motivo levado em consideração é a falta de emprego, onde se torna árduo o 
esforço para se conseguir um padrão de vida estável, levando a um pai de família como 
exemplo a praticar atos ilícitos para conseguir o sustento familiar. É a condição de 
desigualdade financeira no país que contribui para as maiores causas da violência, o 
preconceito entre as classes baixa média e alta. 
Como consequência inevitável da violência de um delinquente ainda dentro do estudo 
da criminologia deve-se analisar a vitimologia, que é o estudo das vítimas do crime. É 
considerada como vítima a pessoa que sofre algum tipo de coação ou dano, “pessoa ou animal 
sacrificado ou que se destina a um sacrifício” (PIEDADE JÚNIOR, 1993, p. 86). Então é o 
indivíduo que sofre com as consequências dos atos praticados por outro indivíduo de forma 
agressiva. 
Sendo que a vítima tem sua garantia de proteção no código penal brasileiro, sua 
destinação é proteger ao indivíduo os bens apontados como mais importante, que são os 
direitos a vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade, são bens de direitos e garantias 
fundamentais assegurados pela Constituição Federal, descrita no seu art. 5º. 
 
 
2.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
 
A violência doméstica, são atos agressivos cometidos dentro do âmbito família, seja o 
ato praticado fisicamente, moralmente ou psicologicamente contra o outro, sendo cometida 
contra um dos membros da mesma família, a maioria da doutrina classifica a violência 
doméstica apenas para as crianças, adolescente e mulheres, sendo assim acaba excluindo o 
homem dessa categoria, então se vivem no âmbito familiar ambos podem sofrer agressões uns 
dos outros. A violência doméstica se caracteriza sob diferentes formas, a violência física, 
psicológica, sexual, patrimonial e moral ou verbal. 
A violência no âmbito familiar se diferencia por suas motivações, não somente é 
desenvolvida, quando se é existentes as características quando se falamos em violência em 
seu contesto amplo, que são as causas apontadas como o desemprego, a desigualdade social, 
falta de educação dentre outras, as principais causas da violência doméstica são as 
dificuldades conjugais, o machismo, ciúmes, problemas com dependência química, seja por 
bebidas alcoólicas ou por drogas, problemas financeiros dentro outros, a violência doméstica 
pode acontecer em qualquer família independente da sua classe social. 
Foicriado para coibir a violência contra a mulher na Lei Nº 11.340 de 07 de Agosto de 
2006, titulada de Lei Maria da Penha em alusão a cearense Maria da Penha Fernandes, que 
sofreu por anos violência doméstica por seu conjugue, dessa forma, a lei em razão dos 
aspectos que antecederam a sua edição, foi concedida com o intuito relacionado com as 
desigualdades de gênero de forma a proteger apenas as mulheres em estado de vulnerabilidade 
social decorrente da violência doméstica, a mulher em si sempre lutou pela igualdade de 
direito quanto aos homens. O foco em tese é a questão do gênero e não do sexo, é 
significativo fazer a diferenciação, pois o gênero tem sua origem fundada pela cultura e 
sociedade, considerando a mulher como sexo frágil, criou dessa forma a ideia que somente a 
mulher poderia ser considerada vitima em desfavor ao homem. Mesmo considerada uma lei 
de equiparação de gênero, suas medidas não fazem distinção a sobre quem se aplica, sendo 
dessa forma aplicada a qualquer pessoa que seja configurada como sujeito passivo, sob 
qualquer tipo de violência que seja praticada no âmbito familiar. 
O objetivo da lei era dar aos agressores penas mais graves, pois antes dessa lei a pena 
pra agressão familiar, se bastava em cestas básicas ou algum serviço comunitário, e se fosse 
caracterizado violência física era tipificado no código penal brasileiro, como lesão corporal 
descrito no art. 129, mesmo havendo uma tipificação no caso de relações domestica se 
tornava omisso, já que o agressor sempre liberado de acordo com a gravidade do ato que era 
cometido, então se entendia que para o agressor ser responsabilizado era necessário que 
acontecesse o pior, um homicídio ou sua tentativa, para que chegasse a um ato que fosse 
repreendido severamente pelo ordenamento vigente. 
Mesmo com a lei as protegendo as vítimas da violência doméstica, muitas famílias 
preferem silenciar sob o abuso sofrido, com a concepção de preservação da família, já que a 
lei se tornou mais severa, e depois de registrada a agressão, de imediato a lei proíbe o agressor 
de se manter no convívio com a família, fica restrito o direito de se aproximar e o contato, a 
lei prioriza que a vítima se mantenha na casa onde a família reside mais se caso excepcional 
for necessário à vítima e sua família é colocada em abrigo ou em local considerado seguro 
que o agressor não tenha conhecimento, então quando a vítima que sofre agressão procura a 
justiça para lhe ampara, na maioria dos casos já vem com um imenso histórico de agressões. 
Com a violência no País crescendo gradativamente, encontramos dados alarmantes 
sobre a violência contra as mulheres que vivem deparadas com a violência doméstica. Foi 
criado o SPM-PR, Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República, criado 
por meio de um programa social para auxiliar as mulheres que sofreram e sofrem violência 
doméstica, a partir desse projeto foi desenvolvido o disque denúncia ligando 180, a mulher 
será amparada por um atendimento exclusivo como força de coibir a violência doméstica em 
todo Brasil. As comarcas de cada estado do Brasil criaram juizados especiais da mulher, para 
dar uma atenção maior e mais acessível aos crimes com violência doméstica. 
Foi registrado pelo SPM no ano de 2014 que 43% das mulheres em situação de 
violência sofrem agressões diariamente; para 35%, a agressão é semanal. No ano de 2015, até 
o mês de agosto foi divulgado pelo G1, no Jornal Hoje, que a SPM, nos seis primeiros meses 
deste ano, já registrou mais de 360 mil ligações (364.627). Uma média de 60 mil (60.771) 
telefonemas por mês.1 
 
 
2.2 VIOLÊNCIA FÍSICA 
 
A violência física se caracteriza, quando o indivíduo pretende ou acarreta dano a outro, não 
precisa necessariamente ser usada somente à força física para se caracterizar a agressão, pode ser 
pelo uso de armas, qualquer objeto que possa ser usado para atingir e machucar o outro, mais 
comum arma de fogo, ou armas brancas como é chamada na doutrina, objetos que podem ser 
usados para ferir o outro, como o exemplo tesouras, facas, ou seja, qualquer outro objeto cortante 
que é utilizado para o ataque. 
Geralmente o indivíduo no âmbito familiar que pratica a agressão física, sofreu uma 
agressão quando criança ou na fase da adolescência ou testemunhou algum tipo de agressão entre 
os pais, ou até mesmo por conta da ausência de um deles, são diversos os motivos que levam a 
pessoa na sua fase de desenvolvimento, achar que a agressão é um ato tido como natural dentro do 
âmbito familiar, a influência do convívio conjugal, atinge de forma significativa as crianças e 
adolescente tornando fixo a ideia de velhos tempos à mulher como submissa e o homem como 
dominador. 
 
1 Dados divulgadas no portal do G1. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
hoje/noticia/2015/08/aumenta-numero-de-denuncias-de-violencia-contra-mulher-no-brasil.html>. 
Acesso em 08 de Set. de 2015. 
http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/08/aumenta-numero-de-denuncias-de-violencia-contra-mulher-no-brasil.html
http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/08/aumenta-numero-de-denuncias-de-violencia-contra-mulher-no-brasil.html
Quando se fala em agressão física no meio familiar, já imaginamos a figura da mulher 
como a vítima, já que desde sempre tida como mais vulnerável ao homem, nos tempos antigos era 
sob esse mecanismo que acontecia, nós temos essa concepção a partir das escrituras bíblicas, onde 
se relatava que Deus criou a mulher, chamada de Eva com a missão de se tornar companheira de 
Adão, e de acordo com as escrituras bíblicas a mulher sendo muito curiosa ao conversar com uma 
serpente, sendo que está lhe convenceu a comer o fruto que lhe era proibido, e assim Eva 
convencendo igualmente a Adão a experimentar o tão delicioso fruto, depois de terem 
descumprido as ordens de Deus, foram castigados e foram tirados de Adão seus melhores 
sentimentos deixando apenas um desejo de dominação e obrigação para com a terra e com Eva sua 
mulher, que também teve seu castigo de ser considerada submissa ao seu marido, e a sentir dores 
na hora do parto. 
Nos dias atuais ainda sim existe essa desigualdade entre ambos os sexos, com ideia de que 
a figura do homem deve ser tida como uma figura machista, rigorosa, poderosa, de forma que as 
responsabilidades da família recaiam todas sobre o homem, diante disso surgiam as agressões, 
como forma de punição a mulher, e para manter o homem no seu posto de dominante. 
Com o desenvolvimento do mundo, as tecnologias, a possibilidade de fácil e constante 
acesso a informação, foram quebrando esses tabus, a luta das mulheres contra leis onde as 
oprimiam, chegando a uma era onde a mulher tem os mesmo direitos que os homens, tendo como 
conquistas de movimentos feministas no Brasil, o direito de voto, a inserção da mulher no mercado 
de trabalho, assumindo a dupla jornada, sendo a dona de casa que cuida da educação dos filhos e a 
figura rigorosa, poderosa, que recai sobre ela todas as responsabilidades da casa, trabalhando fora 
de casa. 
A violência física está descrita na Lei Maria da Penha, lei nº 11.340 de 07 de agosto de 
2006, no seu Art.7º onde se menciona todas as formas de agressões. 
 
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: 
 
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade 
ou saúde corporal. 
 
 
 
2.3 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA 
 
A violência psicológica é cometida contra o emocional da pessoa, é um sofrimento causado 
para que a pessoa viva de forma que se sinta abandonada, rejeitada, ameaçada, a agressão 
psicologia acontece dentro da forma de convivência da família, é muito difícil constatar essa 
violência, já que ela se faz por meios de ofensas entre os indivíduos, afrontamentos, sacarmos, 
xingamentos, a diferença a se questionar para se identificar se o comportamento de quem procura 
esses desentendimentosfamiliares é constante, sendo praticado diariamente, ou se deu em um caso 
excepcional de uma ataque, uma crise psicológica causada por algum problema que o indivíduo 
esteja passando como estresse ou um estado de depressão. 
O membro familiar que sofre com agressões psicológicas, se tornar pessoas com baixa 
estima, triste, se sente constrangidas na maioria do tempo, e a partir desses sentimentos é que pode 
desenvolver algum tipo de doença como a depressão já mencionada a cima, ou a partir daí começar 
a demonstrar comportamentos antissociais e até agressivos, na maioria dos casos de agressão física 
está interligada a violência psicológica, consideradas está como o primeiro estágio das agressões. 
A agressão psicológica é menos denunciada e uma das mais cometidas na relação entre os 
membros familiares, por meio das coações, chantagens cometidas uns contra os outros, acaba que a 
agressão não chega ao conhecimento das autoridades, por medo das consequências da denúncia, 
como a perda da guarda dos filhos, perda o lar, da moradia da família, de tudo que foi constituído, 
dessa forma mais uma vez a vítima acaba se silenciando contra a agressão psicológica sofrida. 
A violência Psicológica está descrita na Lei Maria da Penha, lei nº 11.340 de 07 de agosto 
de 2006, no seu Art.7º onde se menciona todas as formas de agressões. 
 
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: 
 
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause danos 
emocionais e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno 
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, 
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, 
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio 
que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; 
 
 
 
 
2.4 VIOLÊNCIA SEXUAL 
 
A violência sexual acontece quando for violado o direito de consentimento da pessoa 
sobre uma relação sexual, ou melhor, um abuso sexual, é a violação do corpo e da sexualidade 
do indivíduo, praticado contra a pessoa que está sobre ameaça ou por mediante força bruta, 
sendo praticada contra qualquer membro familiar, e se torna ainda mais torpe quando é 
praticada contra crianças e adolescentes. 
Na agressão sexual podemos associar a violência física e psicologia, já que nesse caso 
além de agredir o direito sobre o corpo do indivíduo, acabe deixando seu psicológico afetado, 
muitos casos em que a vítima adquiriu um trauma, e sem a ajuda necessária passa o resto de 
sua vida com esse pesar em sua trajetória, a assistência nesses casos são extremamente difícil, 
pois não se é dado à atenção de um acompanhamento somente a vítima que sofre a violência e 
sim a todos que convivem no âmbito familiar, a violência quando praticada contra os 
menores, por parte do pai ou mãe ou até um terceiro membro da família, preferem ignorar a 
situação de extrema importância, apenas para manter a relação conjugal e não levar o outro a 
ser responsabilizado judicialmente. 
Acredito que de todas as agressões que podem ser configuradas no âmbito familiar, 
essa seria a mais difícil de ser denunciada, por causar a vítima uma vergonha e medo diante 
dos familiares, de ser tarjada como mentirosa, optam em ficar em silenciar sobre o ato sexual 
cometido, achando que dessa forma está preservando a família, tornando difícil a intervenção 
do estado, de dar a vítima o auxílio e assistência necessária, pois a vítima e a família que sofre 
com esse tormento, recebe o atendimento de profissionais da saúde e com acompanhamento 
familiar com psicólogos e terapeutas. 
A violência sexual está descrita na Lei Maria da Penha, lei nº 11.340 de 07 de agosto de 
2006, no seu Art.7º onde se menciona todas as formas de agressões. 
 
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: 
 
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a 
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante 
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a 
utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método 
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, 
mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o 
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; 
2.5 VIOLÊNCIA PATRIMONIAL 
 
 A violência patrimonial é a posse, a diminuição ou furto, a destruição total ou parcial dos 
objetos pessoais, documentos pessoais e de trabalho, quando falamos em violência contra o 
patrimônio no âmbito familiar é o desfazimento de bens, mesmo que a posse não seja 
legitima. 
 Exemplo clássico é quando um casal se separa e um dos conjugues não conformado com a 
separação e como meio de coação para que não aconteça o divórcio, se desfaz de bens 
constituídos pelos dois na constância do casamento. 
 O membro familiar que estiver em sua relação configurada a violência patrimonial pode 
pedir ao juiz como uma medida protetiva de urgência á ofendida, a proteção dos bens 
patrimoniais que foram constituídos na constância do casamento, com a restituição do bem, 
proibir de forma provisória que não se possam realizar contratos independentes a sua 
categoria, suspender procurações existem entre os conjugues ou a terceiros, ou se necessário 
for ao caso concreto fazer caução ou depósitos judiciais. 
A violência patrimonial protegida pela Lei nº 11.340, titulada como lei Maria da 
Penha, no seu art. 24 descreve as proteções e segue as mesmas regras dos crimes praticados 
contra o patrimônio que é regido pelo código penal. 
A violência patrimonial está descrita na Lei Maria da Penha, lei nº 11.340 de 07 de agosto 
de 2006, no seu Art.7º onde se menciona todas as formas de agressões. 
 
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: 
 
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure 
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de 
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, 
incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. 
 
 
 
 
2.6 VIOLÊNCIA MORAL OU VERBAL 
 
 A agressão moral se caracteriza quando o indivíduo sofre calunia, difamação ou injuria, 
crimes descrito no código penal como crimes praticados conta a honra. Calunia é acusar, 
responsabilizar um fato, que é falso, diante do fato enganoso seja descrito como crime perante 
nosso ordenamento vigente. 
 Para Fernando Capez, “Trata-se de uma crime de ação livre, que pode ser praticado 
mediante o emprego de mímica, palavras (escrita ou oral) ...” (CAPEZ, FERNANDO, 2009, 
P. 254). 
 Existem três formas de calunia, a primeira é nomeada pela doutrina de inequívoca que é 
quando o indivíduo declara expressamente que outro indivíduo é culpado de um ato 
criminoso, mesmo sabendo que sua alegação é falsa. A segunda forma é a equivoca, é quando 
se refere ao outro de forma indireta, usando insinuações, e por último a reflexa é quando se 
tem divergência, onde o indivíduo responsabiliza o crime a uma determinada pessoa e acusa 
uma terceira. 
 A difamação é a perda da reputação, dirigida diretamente a honra diante a personalidade 
do indivíduo, então a difamação é feita sob uma acusação direcionada a outro indivíduo onde 
a exposição do fato ou somente a declaração sendo falta causem danos à moralidade do 
indivíduo. Quando falamos em difamação, não necessariamente o ato ou fato cometido pelo 
indivíduo ser considerado falso ou criminoso, mesmo sendo verídico, é uma conduta 
considerada como humilhante e hostil, que é visto sob os olhos da sociedade como uma 
conduta desfavorável ao pontode abalar a reputação do indivíduo. 
 Perante a liberdade de expressão mesmo sendo um direito próprio de cada um expressar 
seus conceitos, opiniões, é divergente da difamação, pois existe um chamado limite de 
expressão, desde que a opinião ou apontamento de um indivíduo não afete de forma ofensiva 
o outro. 
 Para Capez, “O fato ofensivo deve necessariamente chegar ao conhecimento de terceiros, 
pois o que a lei pela protege é a reputação do ofendido, ou seja, o valor que o indivíduo goza 
na sociedade (...)” (CAPEZ, FERNANDO, 2009, P. 272). 
 E por fim a Injúria que é um insulto, uma desmoralização a dignidade de pessoa, dirigida 
diretamente a pessoa que se pretende desmoralizar, não importa se o insulto é verdadeiro ou 
falso, apenas que seja verbal ou físico, no que se diz em insulto físico, como exemplo temos 
um tapa no rosto dado em público. Para Capez, “Todos os meios hábeis a manifestação do 
pensamento podem servir a injúria: a palavra oral ou escrita, a pintura, o gesto etc.” (CAPEZ, 
FERNANDO, 2009, P. 279) 
A violência patrimonial está descrita na Lei Maria da Penha, lei nº 11.340 de 07 de agosto 
de 2006, no seu Art.7º onde se menciona todas as formas de agressões. 
 
 
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: 
 
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, 
difamação ou injúria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 FEMINISMO 
 
 
Feminismo foi o nome dado ao movimento das mulheres que buscavam a equiparação 
dos direitos civis e políticos com os homens diante da sociedade, pela razão de ter se 
prolongado durante anos, o feminismo criou no mundo e no Brasil um contexto histórico que 
se evoluiu durante o passar do tempo, e nos dias de hoje apesar de ainda existir os 
preconceitos, a mulher conquistou seu espaço desejado. 
Porém o feminismo surgiu a partir da insatisfação da mulher, o seu maior rival na luta 
de feminismo é a sociedade conservadora, a mulher era considerada submissa ao homem 
sempre deveria acatar suas ordem, então para as mulheres restavam apenas os deveres, sobre 
questões relacionadas aos direitos o acesso só acontecia em favor aos homens, somente eles 
poderiam trabalhar fora do âmbito familiar, poderiam se envolver na política, dentro outras 
desigualdades que foram derrubadas a partir da formação de um grupo de mulheres que lutam 
pelo feminismo. 
As mulheres demonstraram com os movimentos feministas que fizeram nas décadas 
de 60, 70 e 80, que são tão fortes e tolerantes diante o sexo oposto, hoje em dia nem 
fisicamente podemos falar em desigualdade, pois existem mulheres que tem o dobro da força 
de um homem, o que distingue a mulher dos homens são funções e órgãos biológicos, e não o 
poder, dessa forma a luta por reconhecimentos da mulher duraram décadas e posso dizer que 
perdura até os dias de hoje. 
O surgimento do feminismo aconteceu na época da revolução francesa onde a partir 
daí foram ganhando cada vez mais seguidoras e se alastrando os pensamentos em favor dos 
seus direitos, passando pelos Estados Unidos, Inglaterra até chegar ao Brasil e tomar o 
mundo. 
 
[…] que o feminismo adquire uma prática de ação política organizada. 
Reivindicando seus direitos de cidadania frente aos obstáculos que o contrariam, o 
movimento feminista, na França, assume um discurso próprio, que afirma a 
especificidade da luta da mulher (ALVES; PITANGUY, 1991, p. 32). 
 
Então o feminismo, é uma luta que foi desencadeada por mulheres, que lutam diante 
uma sociedade preconceituosa e antiquada, pela igualdade entre ambos os sexos, dando as 
mulheres não somente deveres mais também direitos, relativos aos dos homens, direitos 
sociais, econômicos, culturais e morais diante a sociedade. 
 
 
3.1 FEMINISMO NOS ANOS 60 
 
O grande desenvolvimento visível em relação aos direitos para com as mulheres 
aconteceu entre o século XIX ao XX, nos anos 60 por intermédio de uma herança deixada 
pelos familiares mais velhos, a mulher vivia de forma oprimida, primeiramente quando 
menina era submissa do pai, sendo criada com objetivo de ser uma dona de casa e mãe, 
aprendiam somente as atividades domesticas, e quando atingia a idade de se casar, o Pai 
escolhia um noivo de uma família com uma boa reputação e com uma situação economia 
estável, eram casamentos arranjados onde os noivos se conheciam somente pouco tempo antes 
da cerimônia, então dessa forma a mulher deixava de ser submissa de seus pais e passavam a 
se ao seu marido, e nunca conseguia serem senhoras de sua própria vida. 
A única opção aceitável diante a sociedade para a mulher que não aceitasse o 
matrimonio, era seguir a vida religiosa, pois para a mulher que se casasse contra a sua 
vontade, teria que passar o resto de sua vida com seu marido, não tinham o direito de 
divórcio. A honra do homem era questão de vida ou morte, a mulher que traia o marido ou era 
morta ou se tornava rapariga, perdia totalmente seu posto em sociedade sua moral e respeito, e 
o homem para manter sua reputação integra, teria que matar o amante da esposa, como diziam 
na época era a única forma de lavar sua honra que foi suja, uma forma antiquada e cruel, mais 
perfeita aceitável socialmente. O papel do homem nessa época era de dominador, tinha o 
dever e a obrigação de trabalhar para o sustento da família, e reputação, de forma ríspida, 
dura, às vezes até mesmo considerada cruel, ele zelava pela integridade de sua família diante a 
sociedade. 
Foi no ano de 1962 que criaram o primeiro ordenamento em favor da mulher, já 
garantido constitucionalmente, a Lei N° 4.121/62, era o Estatuto da mulher casada, 
destacando em seus textos os deveres que passam a serem considerados recíprocos entre o 
homem e a mulher, deveres como a fidelidade durante a constância do casamento, vida 
comum no âmbito familiar, mutua assistência, respeito e consideração entre ambos, o sustento 
familiar e a guarda dos filhos. 
Os primeiros registros de trabalho da mulher fora do âmbito familiar aconteceram no 
mesmo período da segunda guerra mundial, por questões de força maior diante da guerra, os 
homens foram obrigados a se unir com o sexo oposto, para não ficar em desvantagem diante o 
inimigo, marcante foi, pois o orgulho e machismo na época eram sinais do caráter pessoal do 
homem. 
 Contudo nos anos 60 a mulher passou a trabalhar fora de casa, suas funções e 
profissões eram restritas, como a mulher só poderia trabalhar como doméstica dependendo de 
sua condição social, ou como professora, estas eram as profissões aceitáveis para uma mulher 
em sociedade na época, e só se tinha essa direito se tivessem autorização do marido, sem 
qualquer garantia e direito assegurado por lei, foi a partir dessas conquistas mínimas que as 
mulheres ganharam animo para lutar mais arduamente contra a sociedade e sua opressão. 
Depois da proclamação da república que ocorreu no ano de 1884, onde e propôs a criar 
a República Federativa do Brasil, com um governante à frente, diante disso foi elaborada a 
primeira Constituição Federal no ano de 1891 e uma peculiaridade na época era o voto 
quando este se tornava universal para o sexo masculino, pois as mulheres, os padres, 
analfabetos e menores de 21 anos não tinham o direito de votar, por isso um direito 
fundamental a ser citada, que foi uma conquistada das mulheres antes da década de 60, ainda 
na década de 30, no dia 24 de fevereiro do ano de 1932 a mulher conquistou o direito de votar 
e de ser votada, foi no estado de São Paulo onde a primeira mulher se tornou deputada 
Federal, dois anos depois de adquirir esse direito do voto. 
Foi no ano de 1964 houve o movimento estudantil a luta armada, que só vai ter o 
reconhecimento apropriado no ano 1968 onde conseguiu demonstrar sua real importância à 
sociedade, para a juventudeda época buscavam em seu eixo principal a liberdade de viver, no 
que se referia à vida particular de cada um, sua privacidade ou ate mesmo individualidade na 
vida social com regras menos repressiva em determinados conceitos, como a questão dos 
direitos de igualdade entre os gêneros. 
Nessa mesma época a mulher possuía uma grande desavença com a sociedade, era 
descriminada pela igreja católica, em questão ao uso de medicamentos contraceptivos, para 
evitar uma gravidez indesejada, o argumento da igreja era sob a referência ao aborto e sobre a 
virgindade da mulher, quando está só poderia se casar diante os mandamentos de Deus, 
vestida de branco quando se era virgem, e manter relações intimas apenas para conceber 
filhos. 
Esse conceito de castidade vem dos escritos bíblicos, onde o 6º mandamento da lei de 
Deus diz “Não pecar contra a castidade”, pois Deus quis declarar dessa forma que criou o 
homem e depois a mulher com o intuito de que viva em amor e comunhão, o ato sexual sendo 
muito mais relevante do que um divertimento para satisfazer o desejo da carnal, e sim para 
amar ao seu companheiro, e diante desse ato de amor poder procriar sua espécie, por isso as 
diferenças físicas entre os sexos, por esse motivo nos dias de hoje muito se é questionado pela 
a igreja a relação sobre os homossexuais, que são considerados pecadores, por ferir um 
princípio cristão que é a castidade e ser impossível a partir do ato sexual de duas pessoas do 
mesmo sexo conseguirem gerar uma vida, então as opiniões demonstradas da época eram que 
a mulher que se protegia com medicamentos contraceptivos em um ato sexual era vista como 
“barregam”, como se chamavam as prostitutas na época. 
A assistência e persistência da mulher na luta armada, mesmo com o grande 
desrespeito dos militares e da sociedade para com as mulheres que assumiram a função de 
militantes grandiosamente, foi aqui que a mulher demonstrou sua força e inteligência, que 
fizeram significativamente avanços, que homens militantes há muitos anos não conseguiram, 
a mulher tinha a força de vontade dedicação e paciência, qualidades onde em locais de guerras 
são muito bem vistos, mesmo com seus dotes a ser demonstrada a mulher militante estava 
colocando em jogo o que se era considerado valoroso na sociedade, que seria a honra da 
mulher como já dito a cima, para no futuro se fazer um bom casamento. 
Foi por intermédio de advogadas que ocorreu o empenho para a mudança no texto 
constitucional, onde se teria a igualdade dos direitos e deveres diante do sexo feminino e 
masculino. O Art. 226 da Constituição Federal de 1988, em seu §5º caracteriza essa igualdade 
entre os gêneros. 
 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
§5.º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente 
pelo homem e pela mulher. 
 
 
3.2 FEMINISMO NOS ANOS 70 
 
Depois das luta armada nos anos 60, já nos anos 70 no Brasil as mulheres fundaram 
associações, se aliaram a sindicatos, criavam casas de mulheres, elas saiam nas ruas em busca 
de seus direitos unidas em grandes manifestações lutavam contra o custo de vida que cada vez 
se tornava mais caro, pela anistia política e por creches para seus filhos enquanto estivessem 
trabalhando. 
O marxismo foi um método ideológico que tem imposições totalmente contrarias ao 
capitalismo que luta por uma sociedade imparcial entre ambos os sexos. Essa ideia foi descrita 
por Karl Marx e por Friedrich Engels, foi importante diante as conquistas das mulheres por 
que sua finalidade foi essencial e desafiadora a vista da época diante uma sociedade muito 
tradicionalista, o marxismo foi quem deu à mulher a oportunidade de um caminho mais 
abrangente para a luta de sua opressão. 
 
[...] a divisão do trabalho repousa sobre a divisão natural do trabalho na 
família e sobre a separação da sociedade em famílias isoladas e opostas 
umas ás outras, e esta divisão do trabalho implica ao mesmo tempo a 
repartição do trabalho e de seus produtos; distribuição desigual, na verdade, 
tanto em quantidade como em qualidade; ela implica pois a propriedade; 
assim, a primeira forma, o germe reside na família, onde a mulher e as 
crianças são escrevas do homem. A escravidão, ainda latente e muito 
rudimentar na família, é a primeira propriedade (MORAES, 1970, p. 90). 
 
 
Foi no ano 1975 que a ONU, Organização das Nações Unidas, declarou que seria o 
ano internacional da mulher, a ONU resolveu apoiar e defender a mulher neste período 
justamente pelo aumento econômico das mulheres à frente nas indústrias prestando seu 
trabalho, a luta pelo dia internacional da mulher começou muito antes no ano de 1857, onde 
as mulheres que trabalhavam em uma fábrica de tecidos se uniram em uma greve para a 
equiparação dos seus direitos com os direitos dos homens, com as mesmas horas de serviço e 
o mesmo salário, então marcante pra essa luta em busca de direitos foi como ela terminou, os 
donos da empresa prenderam as mulheres que faziam parte dessa greve e depois de presas 
dentro da empresa atearam fogo, onde todas morreram queimadas, esse fato aconteceu no 
EUA, mais apenas em 1975 a ONU regularizou esse dia, o dia 08 de março como o dia 
Internacional da mulher, com a finalidade de criar um espaço para se discutir a importância da 
mulher em sociedade, o que a mulher tinha a oferecer além do que esperavam dela. 
 
A situação das mulheres é deferente da de outros grupos sociais oprimidos: 
elas são a metade da humanidade [...] a mulher é oferecido um mundo 
próprio: a família. Exploradas no trabalho, relegadas a casa: estas duas 
posições compõem sua opressão (MORAES, 1970, p. 90). 
 
Foi a partir das convenções da ONU é que o Brasil começou a dar importância para 
estabelecer em nosso país uma proposta sobre as questões da desigualdade entre os sexos, nos 
dias de hoje já é regido pela Constituição Federal por intermédio do Código Civil e seus 
conceitos e família e casamento. 
 No ano 1976 houve um caso de alta repercussão onde uma mulher chamada Ângela 
Diniz foi assassinada, pelo seu marido Doca Street, foi morta por arma de fogo, com quatro 
tiros disparados diretamente a ela, o julgamento de seu marido só ocorreu três anos após o seu 
assassinato, mesmo depois desse tempo o tribunal condenava ele apenas dois anos de prisão, 
mais diante a defesa do advogado de Doca sua pena teve o direito de suspensão condicional, 
com a tese de legitima defesa aceita pelo juiz, foi dessa omissão quanto à punição desse 
assassinato que as mulheres novamente voltaram as ruas, e diante novos movimentos em 
favor de seus direitos conseguiram a anulação, e assim passados mais três anos com um novo 
julgamento que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, em 05 de novembro, Doca Street foi 
condenado como se deveria com grau de proporcionalidade com o que seu ato criminoso 
merecia, sendo 15 anos de prisão em regime fechado, então foi nos anos 70 que a luta contra a 
violência contra a mulher começava a ganhar enfoque. 
 
 
3.3 FEMINISMO NOS ANOS 80 
 
 No ano em que foi promulgada a nossa Constituição Federal referente ao ano 1988, 
que rege até hoje, antes mesmo da constituição ser promulgada, houve uma crise econômica e 
política no Brasil, e por consequência dessa crise as mulheres e seus movimentos foram se 
desfazendo em grupos, agregando a luta não só as mulheres mais também os homossexuais, 
mesmo que com a diminuição e divisão das mulheres contra a luta dos direitos as pretendiam, 
os homossexuais lutavam por um objetivo em comum ao da mulher que é a quebra dos tabus 
diante a sociedade conservadora e preconceituosa. 
 Em 1985 foi formado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher – CNDM, que 
tinha como objetivo proteger as mulheres independentes de raça de qualquer discriminação, e 
assegurar os direitos econômicos, sociais, culturais e políticos, afiliado ao ministério público, 
para reprimirtambém a violência contra a mulher, neste momento ainda não se tinha um 
ordenamento próprio como temos hoje a Lei Maria da Penha, os crimes de violência contra a 
mulher era regido pelo código penal de acordo com o ato infracional cometido. 
Foi ainda nos anos 80, onde a democracia de forma igualitária para todos foi 
implantada, é indispensável à figura da mulher nas organizações partidária, foi nesse ano que 
a mulher conquistou um largo espaço diante da luta de movimentos sociais, a sociedade 
estava mais abrangente, de olhos e mentes mais abertas, de forma que as reclamações das 
mulheres contra a desigualdade era apresentada e questionada pela sociedade e não vista 
como descabida. 
A luta para conseguir seu lugar no âmbito político, foi no ano 1995 que foi criada uma 
lei para orientar as eleições a Lei nº 9.100, nesta lei foi onde foi descrito que 20% dos 
candidatos que são coligados a um partido teriam que ser ocupado por mulheres, com o passar 
dos anos esse percentual foi sendo aumentado e nos dia de hoje, em 2015 esse percentual é de 
30%. Esta lei teve poder até o ano de 2009, pois aconteceu uma reforma na lei dos partidos 
políticos ampliando todos os direitos políticos já conquistados, até mesmo em sua candidatura 
em seu horário partidário, onde os candidatos expõem suas plataformas. 
No Brasil no ano 2011, foi eleita a primeira Mulher a se tornar Presidenta do País, 
Dilma Rousseff, com um enorme currículo na área, Dilma acompanhou durante toda a vida a 
luta do socialismo para a mulher, e nos anos 70 passou a fazer parte dele, hoje em dia ela está 
no segundo mandato de sua presidência e pode ser usada como exemplo da evolução política 
para a mulher durante os anos. 
Sendo assim Juntamente com a luta das desigualdades de gênero, nesta época ainda 
havia a luta para acabar com o preconceito racial, se para a mulher já era difícil conseguir seu 
lugar em sociedade imagine para a mulher negra, a história dos negros no nosso país nos 
contas muitas lutas e conquistas, mesmo dessa forma e mesmo depois da abolição da 
escravatura para o negro ser considerado igual ao branco, levou décadas, as mulheres negras 
geralmente vindas de famílias de classe baixa, se unem as mulheres da classe alta sem a 
distinção de raça. 
Nos movimentos feministas sempre era mulheres brancas que ficavam a linha de 
frente, que davam voz as discussões, apenas com o passar dos anos a mulher negra teve essa 
possibilidade, pois por ser maioria de classe baixa, entendiam a mulher negra não teria 
conhecimento necessário para reger essa luta, já que não teve a educação, a orientação para 
tal. Com o tempo e a garra da mulher negra mesmo lutando diante de uma mesma causa ela 
teve que lutar para ter voz e ser ouvida, ela descaracterizou sua imagem física de seu 
conhecimento, e foi tão inteligente e eficiente na luta contra a igualdade. 
 O trajeto do feminismo no Brasil e relevante em favor da grande exposição foi o 
método como foi criado que demonstrou ser revigorante no progresso dos movimentos 
feministas por todo o mundo, pois mesmo com as conquistas ainda sim tinham grandes órgãos 
que atrapalhavam a imposição correta desses direitos, pessoas com ideias retroativas, a 
mulher quer até hoje a segurança nos direitos conquistados. 
 Um dos direitos muitos questionados que as mulheres adquiriam durante os anos foi o 
direito ao aborto, a constituição vigente do nosso país, promulgada desde 1988, assegura em 
seus direito fundamentais o direito à vida, portanto o aborto é determinado como crime, 
porem a mulher que sofrer estrupo, a lei mediante o acordo da mulher não pune a prática 
desse ato, discutido até hoje esse assunto é um direito que tem que ser protegido por 
movimentos feministas, já que tem quem entende que desta forma esta inferindo o 
ordenamento superior do país, as crenças religiosas também se opõe contra a opinião das 
mulheres relativas a esse assunto. 
 Depois de promulgada a Constituição de 88, garantindo o direito de igualdade de 
ambos os sexos, no ano de 2003 o governo, tornou por meios legais o direito de realização de 
Conferencias em favor dos direitos das mulheres, com a finalidade de ser uma atividade 
política e uma forma de democracia mais abrangente onde as opiniões de todas as mulheres 
do país se uniram, para discutir suas reivindicações e desigualdades que até hoje atormenta as 
mulheres, o objetivo é trocar ideias e opiniões para da melhor forma acharem uma solução 
diante das reivindicações feitas e conjuntamente com o estado conseguir fazer uma política 
pública que resolva o caso. 
 A 4º Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres aconteceu no Brasil no ano 
de 2015 seu objetivo é: 
A 4ª CNPM propõem-se a discutir as estratégias de fortalecimento das 
políticas para as mulheres e a democratização da participação das mulheres 
nas diversas esferas institucionais e federativas. Assim, como nos processos 
de controle das políticas públicas e nas suas múltiplas formas de organização 
e de manifestação (BRASIL, SPM/PR, 2015, p. 5). 
 
 
 Foi criado um Decreto, para a legalização da conferencia que se levavam em discussão 
as questões consideradas até hoje relevante à mulher, se referindo a sua situação de 
desigualdade diante a sociedade, meios de criação de política publicas diante as soluções dos 
problemas questionados, e conferindo a mulher a legitima participação do ponto de vista 
feminino nos dias atuais. 
 
 
O Decreto Presidencial de 30 de março de 2015, publicado no Diário Oficial 
da União de 31/03/2015, convoca a 4ª Conferência Nacional de Política para 
as Mulheres e estabelece quatro eixos centrais de debates, a saber: 
 
I. Contribuição dos Conselhos dos Direitos da Mulher e dos movimentos 
feministas e de mulheres para a efetivação da igualdade de direitos e 
oportunidades para as mulheres em sua diversidade e especificidades: 
avanços e desafios. 
 
II. Estruturas institucionais e políticas públicas desenvolvidas para 
mulheres no âmbito municipal, estadual e federal: avanços e desafios. 
 
III. Sistema político com participação das mulheres e igualdade: 
recomendações. 
 
IV. Sistema Nacional de Política para as Mulheres: subsídios e 
recomendações. 
 
 
 A mulher nos dias de hoje assume uma dupla jornada, ao mesmo tempo em que se 
torna esposa, dona de casa, mãe, ela se torna responsável pelo sustento da sua família, tem de 
construir uma carreira profissional, com o passar dos anos mesmo que em muitos lugares no 
país os serviços sejam falhos, o governo disponibiliza creches, de forma que as mulheres 
tenham onde deixar seus filhos enquanto trabalham, são os pequenos detalhes que tornam 
fundamental o papel da mulher na sociedade. 
 O Conceito de casamento hoje em dia para a mulher tem um sentido totalmente 
diferente em tempos passados, à mulher procura um companheiro para dividir suas 
conquistas, passou a ter o direito de escolha, nesse sentido podemos dizer que a luta está 
ganha, porem acredito que ainda a desigualdade reinando em muitos outros aspectos. 
 O Maior desafio de hoje, que a mulher do século 20 tem, é coibir a violência cometida 
contra ela, o estado desde 2006 onde foi promulgada a lei Maria da Penha, que foi criada para 
coibir qualquer tipo de violência no âmbito familiar contra a mulher. 
 Como falar da Lei desenvolvida pela luta de uma mulher e não se referir a ela, a 
farmacêutica, Maria da Penha Fernandes, que sofreu violência doméstica praticada pelo 
marido, e mesmo ficando preso o resto de sua vida em uma cadeira de rodas, por 
consequência de um tiro que seu conjugue lhe deu quando estava dormindo, Maria da penha 
ainda sim demonstrou toda sua força e inteligência, e a partir desse momento com ajuda dos 
defensores dos Direitos Humanos, Comissões interamericanas Maria se uniu a luta do 
feminismo e se tornou uma figura ilustre e apreciável. 
 O feminismo construiu uma história gratificante duranteas décadas, essas fases do 
feminismo estão descritas em livros e meios de comunicação da época como a TV que teve 
um papel determinante e muito importante para a divulgação e o apoio, a mídia principal da 
época era a rede Globo, que abriu os olhos e mentes da sociedade, desconstruíram o poder que 
o homem possuía, o dominador passa a ter direitos iguais, ao do sexo oposto, esses direitos 
são garantidos em leis e assegurados e protegido pelo governo que nos dias de hoje passa a 
dar todo o apoio necessário à causa feminista, pois o Brasil se tornou um país conhecido por 
suas mulheres lindas e inteligentes, sem distinção de raças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 DIRETO DE IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS 
 
Para compreendermos melhor a igualdade entre os sexos, primeiramente faremos a 
distinção de sexo e gênero, o sexo de uma pessoa se refere às questões biológicas e 
fisiológicas do corpo humano, sendo distinta a estrutura do corpo da mulher para a estrutura 
do corpo do homem, já quando nos referimos a gênero estamos falando do desenvolvimento 
cultural, atribuindo qualidades masculinas ou femininas, aqui analisamos a caracterização 
social, essa caracterização acontece por meio de qualidades e comportamentos do indivíduo, 
de acordo com uma construção social de personalidade. 
Então o que vamos estudar é a igualdade entre os gêneros que são assegurados na 
nossa Constituição Federal, que assegura que homens e mulheres terão os menos direitos e 
deveres, apesar de que por muitos aspectos compostos pela sociedade ainda existe uma 
desigualdade. 
Faz-se necessário a análise do intuito à luz da cláusula de igualdade material 
contemplada no Art. 5º CF em seu caput: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição. 
 
O princípio da igualdade tem a função de disposição dos direitos e deveres para 
qualquer indivíduo no país, “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na 
medida de suas desigualdades.” (LENZA, 2012, p.973), o princípio da igualdade funciona 
sobre dois aspectos o primeiro é referente ao legislador, e o outro a autoridade pública, há 
mais questionável seria a função do legislador que manifestou a preservação do direito a 
igualdade, mais para a autoridade pública essa aplicação nos casos concretos deve acontecer 
sem levar em considerações outros aspectos como religião, raça, política ou sexo. 
Vamos distinguir a Igualdade Material, que é a nos dá enfoque com a igualdade 
formal, ambas são asseguradas pelo art. 5° CF, porem a igualdade formal é a que está descrita 
na letra da lei, onde diz que todos são iguais sem distinção de qualquer natureza, então todo 
brasileiro tem os mesmo direitos assegurados na constituição, como, direito a saúde, escola e 
todos os direitos fundamentais incluídos no art.5° CF. 
A igualdade Material mesmo que prevista ela se refere a uma aquisição do conceito 
social, para haver igualdade dependendo do terminado caso é preciso diferenciar alguns 
indivíduos de outros, dando um equilíbrio para se manterem na mesma categoria com outros. 
O princípio da igualdade é tido como pilar de integração de muitos direitos, como a 
mulher no mercado de trabalho, descrito na esfera constitucional diante o art. 7, XX, que faz 
menção sobre a segurança da mulher diante seu espaço garantido no mercado de trabalho, 
trazendo estímulos específicos, que são descritos em lei, traz a participação conjunta na vida 
da família entre homem e mulher, descrita no art. 226, §§ 3 e 5, que reconhece a união estável 
entre ambos como entidade familiar e diz que todos os direitos e deveres relacionados à união 
conjugal são de responsabilidade de ambos, com o mesmo peso e proporção das atividades da 
cada um, temos também a inclusão por lei da mulher na política do país, cargos eletivos hoje 
ocupados por mulheres, hoje em dia esses direitos e muitos outros são atribuídos a ambos os 
gêneros, por mais que a discriminação ainda exista as conquistas com o feminismo foram 
gigantescos. 
Hoje em dia os maiores problemas das mulheres é com a violência doméstica, que tem 
se estendido muito além da mulher, a disputa entre o poder de liderança entre os gênero 
masculino e feminino adveio de uma construção social, e com a evolução do mundo, hoje não 
temos mais a possibilidades de privilegiar apenas o sexo masculino, mesmo que ainda sim 
seja maior o número de mulheres agredidas no âmbito familiar, isso já não é mais regra geral, 
pois o número de homens agredidos que procuram o Ministério público por auxilio cada dia 
tem se demonstrado maior, a facilidade de obter informações hoje demonstrar que a violência 
doméstica deve ser combatida sem distinção de quem a cometa, a lei Maria da Penha foi 
criada para a desvantagem da mulher, porem dessa desvantagem está desaparecendo com o 
passar do tempo, pois existem mulheres hoje em dia são mais fortes e impetuosas que um 
homem, porem a lei ainda sim é eficaz na sua finalidade que é impedir a violência no âmbito 
familiar, desta forma já se transformou em um problema social e por intuito deste princípio 
sua efetividade tem se estendido ao homem nos tribunais Brasileiros, primeiro vamos analisar 
a lei e por último a sua possível aplicabilidade sobre o sexo masculino. 
4.1 COMPARAÇÕES DOS CASOS DE MARIA DA PENHA E DE MARCOS 
MATSUNAGA 
 
Em 07 de Agosto de 2006 foi sancionada a Lei nº 11.340, nominada de Lei Maria da 
Penha em alusão a cearense Maria da Penha Fernandes, sua história se iniciou no ano de 
1966, foi quando conheceu seu Marido Marcos Antônio Heredia Viveiros, com quem se casou 
e tiveram três filhas, Maria da Penha, formada como farmacêutica, depois de casada era, 
espancada e violentada diariamente por seu cônjuge, tendo sofrido durante o tempo dessa 
união, duas tentativas de homicídio, onde a primeira ocorreu no mês de maio do ano de 1983, 
onde por conta de um tiro que seu companheiro disparou nas costas quanto ela dormia, de 
começo o marido relatou que o tiro teria sido disparado por assaltantes que invadiram a casa, 
porem quando os vizinhos ouviram o disparo e tomaram conhecimento do que acontecia ali 
era um crime, ainda que não soubesse quem seria o verdadeiro autor, Marcos Antônio na sua 
versão em vez de estar tentando prestar socorro a mulher, de acordo com testemunhas foi 
encontrado com um corda ao redor do pescoço, porem até hoje sustenta sua versão que seria 
um assalto. Maria Penha passou por várias cirurgias e por fim, saindo viva das tentativas de 
homicídio ela começava uma triste e longa luta por justiça, pois como consequência do tiro 
Maria ficou paraplégica, ficando por todo o restante da sua vida dependente da uma cadeira 
de rodas para se locomover, e só foi descoberto que o criminoso era seu marido tempos 
depois. 
Depois de meses no hospital Maria da penha retorna pra casa e acontece à segunda 
tentativa do marido de assassiná-la, ele tentou eletrocutá-la enquanto tomava banho, depois 
disso Maria da Penha conseguiu tomar a decisão de denunciá-lo. Passados dezenove anos de 
sua denúncia o julgamento do agressor ainda não havia ocorrido, de modo que a conduta 
penal culminava para ser extinta em face da prescrição da pretensão punitiva. 
Aproximando-se da prescrição do crime, o caso de Maria da Penha foi finalmente 
julgado, onde o agressor teve sua pena determinada em apenas dois anos, onde cumpriu 
apenas 1/3 da pena em regime fechado, o caso tem alta repercussão até mesmo 
internacionalmente, dessa maneira Maria da Penha procurou amparo diante as Organizações 
de Direitos Humanos, juntamente com Centro pela Justiça pelo Direito Internacional (CEJIL) 
e o comitê Latino-Americanode Defesa dos Direitos das Mulheres (CLADEM), que 
chegaram a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDM), disse que o Estado 
Brasileiro teria sido diante do caso exposto sido negligente e omisso, relacionando as questões 
de violência doméstica contra as mulheres, diante da situação desencadeou no processo 
legislativo de elaboração do supracitado diploma legal. 
Dessa forma, a lei Maria da Penha, em favor as condições estabelecidas às mulheres 
antes da edição da lei, tinha sua importância fundada nas relações de desigualdades de gênero 
de forma já que a referida lei protegia apenas as mulheres em estado de vulnerabilidade social 
decorrente da violência doméstica, já que a mulher em si sempre lutou pela igualdade de 
direito quanto aos homens. 
Contudo as histórias foram se repetindo durante o passar do tempo, e mudando as 
posições quanto aos personagens de agressor e vítima, no ano de 2012 um caso de grande 
repercussão chama a atenção das autoridades, o Caso de Marcos Matsunaga, assassinado de 
forma brutal pela esposa Elize Matsunaga, tudo ocorreu no dia 19 de maio, o motivo do crime 
seria uma traição por parte de Marcos, se tratava então de um crime passional. 
O casal se conheceu através de um site de acompanhantes, onde Elize teria um perfil, a 
partir daí começaram a sair e se casaram, tiveram uma filha que na época do crime estava com 
apenas um ano de idade, Elize começou a suspeitar que Marcos a traia e contratou um detetive 
para confirmar sua suspeita, sendo assim Elize resolve viajar para o estado do Paraná, onde 
mora sua mãe com o intuito de dar brecha para o marido para constatar suas suspeitas, ainda 
nesta viajem ela tem a confirmação da traição de Marcos, e retornando na viajem acredita-se a 
polícia que investigou o caso que Elize teria planejado a morte do marido. 
O crime ocorreu no prédio onde a família morava em São Paulo, as câmeras de do 
prédio registraram a volta de Marcos, de Elize, da filha com a baba, porém depois disso só 
tem registro da saída da baba e de Elize na manhã, o desaparecimento de do empresário foi 
registrado pela família assim que deram falta da presença de Marcos. 
No dia 23 de maio foi localizado um corpo esquartejado ainda não identificado, apenas 
10 dias depois de encontrado foi confirmado que o corpo encontrado era de Marcos 
Matsunaga, a partir desse momento começaram as investigações dos últimos passos do 
empresário, foi dai onde parte a suspeita de que Elize teria assassinado o marido, nas 
investigações feitas no apartamento foram encontradas provas contra Elize, desde então foi 
pedida sua prisão preventiva, chamada para depor sobre os fatos, Elize confessa o crime, que 
teria dado um tiro na cabeça do marido e depois teria esquartejado colocado dentro de três 
malas e desovado o corpo. Como defesa era teria dito que o Marido teria a agredido 
verbalmente e fisicamente, após ela lhe contar que teria descoberto sua amante, porem os 
fatos relatos por Elize se tornaram duvidosos, pois ela não teria marcas, ou qualquer outro 
indicio de agressão física, pois marcos teria uma personalidade oposta à de que a esposa 
relatava. 
A intenção de Elize quanto a morte do marido recaia sobre as condições financeiras, 
de como ela se beneficiaria como viúva, a filha do casal hoje está sobre a guarda dos avós 
paternos, e Elize está presa, foi designada a ir a júri popular por Homicídio doloso triplamente 
qualificado, devendo ser julgada até Setembro do ano de 2015, porem até a data de hoje não 
há registro de que já ocorreu o seu julgamento. 
O objetivo de demonstrar que entre os dois casos expostos, de Maria da Penha e 
Marcos Matsunaga é que a violência doméstica é praticada no âmbito familiar, por um dos 
membros, e que ambos tem potencial para cometer a agressão, não apenas com agressões 
físicas mais também psicológicas, sexual, verbal, qualquer que seja o membro familiar 
agredido não necessariamente tem que ser mulher, é considerado um abuso do poder familiar, 
esse abuso pode ser uma ação ou omissão, de ambos os sexos, dessa forma estamos 
mencionando somente a relação entre pessoa de gênero diferente, mais não podemos esquecer 
as relações entre pessoas do mesmo sexo em relações homoafetivas, que torna a aplicação da 
lei restrita a mulher ainda mais questionável, polemica e debatida, sobre enfatizar o seu 
essencial que é a coibição da violência doméstica e não a lei criada assegurando apenas um 
gênero, ofendendo um princípio constitucional, pois princípio da isonomia é encontrado no 
ordenamento em clausula Pétrea, dessa forma não se pode mudar a interpretação da norma 
que está exposta na Constituição, ainda que persista a desigualdade esta deve ser combatida. 
 
 
4.2 APLICAÇÕES DOS EFEITOS DA LEI MARIA DA PENHA PARA O SEXO 
MASCULINO 
 
Nos Tribunais Brasileiros já se entende que a Lei que foi criada em favor das mulheres 
deve por analogia a possibilidade de ser aplicada aos homens, nesse contexto se interpreta que 
a Lei Maria da Penha deve ser aplicada relações intimas de afeto independente da orientação 
sexual. O desembargador Itaney Francisco Campos, demonstrou em um de seus casos que não 
se deve acontecer de qualquer forma a agressão no âmbito familiar, mais ela advindo da 
mulher para o homem deve ser punida na mesmo proporcionalidade, até quando considerada 
como legitima defesa ao homem quando usada sua força de modo moderada como meio de 
conter a agressão. 
O fundamento utilizado para sustentar essa decisão é o Princípio da Igualdade material 
contemplada no art.º 5 da Constituição Federal a fim de verificar se os indivíduos do sexo 
masculino, se teriam direito de ser amparados pela disposição pelo novo texto legal. 
A Lei Maria da Penha, aplicada por analogia ao sexo masculino, apesar de ter sua 
origem vinculada unicamente a defesa da mulher, pelo atual entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), também deve ter seus efeitos estendidos aos homens, pois é 
assegurada na Constituição Federal a isonomia entre ambos os sexos, mesmo levando-se em 
consideração as compleições físicas de cada um. Danúbia Cantieri mencionou em seu artigo 
cientifico A aplicação da Lei Maria da Penha na proteção dos direitos dos homens: 
 
 
A analogia é o método de auto integração do direito pelo qual, no 
julgamento do caso concreto, a lacuna legislativa é preenchida com a mesma 
resposta dada pelo legislador a uma situação específica que, embora não seja 
aquela sob exame, com ela se identifique em essência (SILVA, 2015). 
 
 
A jurisprudência nacional é prodiga ao elencar casos em que indivíduos do sexo 
masculino pleitearam medidas protetiva dispostas na Lei n. 11.340/06, a fim de proibir as ex-
companheiras de se aproximarem de locais onde eles se encontrassem. Com a aprovação da 
Lei Maria da Penha não se criou novo tipo penal, mas promoveu alterações no Código Penal 
Brasileiro, que passou a sancionar com mais rigor os crimes que fossem praticados com o 
autor prevalecendo das relações doméstica. 
Podemos mencionar como exemplo o art.129, §9º, do Código penal, que diante a 
agressão, é mencionado no texto de lei, quando se é praticada dentro do âmbito familiar, seja 
por qualquer um dos membros que convivam nele, a sanção aplicada é mais severa do que a 
sanção em regra. 
 
 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena – detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendentes, descentes, irmão, conjugue 
ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, 
prevalecendo-se o agente das relações domesticas, de coabitação ou de 
hospitalidade: 
 
Pena – detenção de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
 
 
Conforme demonstram dados divulgados pelo Ministério da Justiça de 2008 ao ano de 
2012, foi feito um levantamento diante o IG do banco virtual do Departamento penitenciário 
Nacional (DEPEN), onde demonstrou que 140 mulheres

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