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Distinção entre empregado e trabalhador eventual e entre empregado e trabalhador avulso

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Distinção entre empregado e trabalhador 
eventual e entre empregado e trabalhador 
avulso 
O trabalhador eventual é aquele que não se fixa a uma fonte de trabalho, 
enquanto o empregado é trabalhador que se fixa a uma fonte de trabalho. 
Eventual não é fixo, enquanto o empregado o é. O eventual também é subordinado, 
mas a subordinação é de curta duração, no pouco tempo em quemvai trabalhar para 
alguém, nisso diferenciando-se do empregado. O eventual é contratado para trabalhar 
diante de uma situação específica, ocasional; terminado o trabalho, o eventual não 
retorna mais à empresa, vai em busca de outros trabalhos em empresas distintas. 
Assim, são exemplos de trabalhador eventual o “bóia-fria”, volante rural, que cada dia 
vai trabalhar numa fazenda diferente, ganhando por dia, 
sem se fixar em nenhuma delas; o “chapa”, que faz carga e descarga de 
mercadorias de caminhões, recebendo cada dia de um motorista diferente ou de uma 
empresa diferente dentre as muitas para as quais, sem fixação, faz esse serviço etc. 
Verificamos que as principais diferenças entre o trabalhador eventual e o autônomo 
estão na subordinação e na assunção dos riscos da atividade. O primeiro presta 
serviços sob as ordens e fiscalização do contratante e não 
assume os riscos econômicos do negócio; o autônomo não é subordinado ao 
tomador de seus serviços,, mas os presta por sua conta e risco. É importante frisar que, 
se o trabalhador eventual realiza atividades próprias da empresa, será considerado 
empregado, desde que, em vez de trabalhar apenas em um específico episódio ou para 
concluir determinada tarefa, passe a fazê-lo seguidamente para a mesma fonte de 
trabalho ainda que sem uma freqüência previamente estipulada. Nesses casos, a 
atuação em um serviço relacionado às finalidades econômicas da empresa (não 
eventual, isto é, não estranho às atividades ordinárias da empresa), de forma não 
episódica, configura uma relação de emprego, independentemente de contrato 
expresso, escrito ou verbal. A CLT não é aplicável ao trabalhador eventual. 
Distinção entre empregado e trabalhador avulso 
 
A noção de trabalhador avulso surgiu da necessidade de carga e descarga 
de mercadorias nos portos, em função da qual se desenvolveu uma categoria de 
trabalhadores que exercem suas atividades segundo características peculiares. São 
os estivadores, assim denominados aqueles que fazem esse serviço nos porões dos 
navios, os conferentes, consertadores de cargas e descargas e assemelhados. 
Esses trabalhadores não contratavam diretamente o serviço. Faziamno por meio dos 
próprios sindicatos. Quando uma empresa de navegação 
necessitava de mão-de-obra, solicitava-a ao sindicato dos trabalhadores. A 
entidade sindical recrutava o pessoal nela agrupado, para trabalhar durante 
a carga ou descarga de determinado navio e enquanto tal se fizesse necessário. 
Terminada a operação, o preço global do serviço era colocado pelas 
empresas de navegação à disposição do sindicato, que fazia um rateio entre 
os trabalhadores que o houvessem executado. Esses trabalhadores são denominados 
“avulsos” porque não são considerados empregados, nem das empresas de navegação 
— porque o serviço a elas prestado é esporádico e porque dela nada recebem 
diretamente (além de a empresa nem mesmo poder escolher os trabalhadores que 
executarão o serviço por elas demandado, ou seja, a relação de trabalho não é intuitu 
personaé) - nem da entidade que realiza a intermediação, porque essa não 
exerce atividade lucrativa, não paga salário e funciona como simples agente 
de recrutamento e colocação de mão-de-obra. 
Em 1993, a chamada “Lei dos Portuários” (Lei n.° 8.630/1993) introduziu 
significativas mudanças na atividade avulsa realizada nos portos, alterando a 
sua conformação histórica, acima descrita. 
A principal modificação introduzida foi a criação do Órgão Gestor de 
Mão-de-Obra - OGMO, com competência para administrar o trabalho portuário 
avulso (art. 18, I). A partir de então, em se tratando do avulso portuário, a 
intermediação do sindicato deixou de ser elemento obrigatório, já que essa 
passou a ser realizada pelo OGMO. 
Assim, a partir de 1993, a mão-de-obra do trabalho portuário avulso deverá ser 
requisitada ao OGMO. O operador portuário recolherá ao OGMO os 
valores devidos pelos serviços executados, acrescidos dos valores referentes ao 13.° 
salário, às férias, ao FGTS e aos demais encargos previdenciários e fiscais. O OGMO, 
então, efetuará o pagamento da remuneração pelos serviços 
executados diretamente ao trabalhador portuário. 
Em agosto de 2009, foi publicada a Lei n° 12.023/2009, disciplinando o 
trabalho avulso utilizado nas atividades de movimentação de mercadorias em 
geral, desenvolvidas em áreas urbanas ou rurais sem vínculo empregatício, 
mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de 
acordo ou convenção coletiva de trabalho (essa nova lei não se aplica aos 
avulsos portuários, que continuam regulados pela Lei n° 8.630/1993). 
A nova lei enumera como exemplos de atividade de movimentação de 
mercadorias em geral, desenvolvidas em áreas urbanas ou rurais, dentre 
outras: cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, 
pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, 
reordenamento, reparação da carga, amostragem, arrumação, remoção, 
classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, paletização, ova 
e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de 
lenha em secadores e caldeiras. 
Ao sindicato, como agente intermediador obrigatório, caberá elaborar a 
escala de trabalho e as folhas de pagamento dos trabalhadores avulsos, com 
a indicação do tomador do serviço e dos trabalhadores que participaram da 
operação, devendo prestar, com relação a estes, as seguintes informações: (1) 
os respectivos números de registros ou cadastro no sindicato; (2) o serviço 
prestado e os tumos trabalhados; (3) as remunerações pagas, devidas ou 
creditadas a cada um dos trabalhadores, registrando-se as parcelas referentes 
a: (a) repouso remunerado; (b) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; 
(c) 13° salário; (d) férias remuneradas mais 1/3 constitucional; (e) adicional 
de trabalho noturno; (f) adicional de trabalho extraordinário. 
As empresas tomadoras do trabalho avulso respondem solidariamente 
pela efetiva remuneração do trabalho contratado e são responsáveis pelo 
recolhimento dos encargos fiscais e sociais, bem como das contribuições ou de outras 
importâncias devidas à Seguridade Social, no limite do uso que fizerem do trabalho 
avulso intermediado pelo sindicato (art. 8o da Lei n° 12.023/2009). 
Em síntese, são as seguintes as características atuais do trabalho avulso: 
 
• a intermediação do sindicato do trabalhador, nos trabalhos avulsos em 
geral, urbanos ou rurais, ou do OGMO, na hipótese do trabalho avulso 
portuário; 
• a liberdade na prestação do serviço, pois os trabalhadores não têm vínculo 
empregatício com os órgãos intermedíadores, tampouco com as empresas 
tomadoras do serviço; 
• a curta duração dos serviços prestados a um beneficiado, bem como a 
possibilidade de prestação dos serviços a mais de uma empresa; 
• o pagamento da remuneração basicamente em forma de rateio entre os 
trabalhadores que participaram da prestação dos serviços. 
 
Além dessas considerações, cumpre assinalar que a Constituição de 1988 
estabeleceu a igualdade dos direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício 
permanente e o trabalhador avulso (art. 7.°, XXXIV). Essa é uma importante diferença 
entre esses trabalhadores e os trabalhadores eventuais, que não são protegidos pelos 
direitos estabelecidos na legislação trabalhista.

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