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327 [Enem] A gente não sabemos escolher presidente A gente não sabemos tomar conta da gente A gente não sabemos nem escovar os dentes Tem gringo pensando que nóis é indigente Inútil A gente somos inútil MOREIRA, R. Inútil. 1983 (fragmento). O fragmento integra a letra de uma canção gravada em momento de intensa mobilização política. A canção foi censurada por estar associada: a) ao rock nacional, que sofreu limitações desde o início da ditadura militar. b) a uma crítica ao regime ditatorial que, mesmo em sua fase final, impedia a escolha popular do presi- dente. c) à falta de conteúdo relevante, pois o Estado buscava, naquele contexto, a conscientização da socieda- de por meio da música. d) a dominação cultural dos Estados Unidos da América sobre a sociedade brasileira, que o regime militar pretendia esconder. e) à alusão à baixa escolaridade e à falta de consciência política do povo brasileiro. APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA (SOCIOLOGIA) Tema: Arte e política no regime militar brasileiro Construção da habilidade: A questão pede a identificação e a interpretação dos elementos conti- do no fragmento no enunciado, com o intuito de relacionar os fatos mencionados ao período histórico. Competência: 1 Habilidade: 1 MODELO 1 AULA 2 328 [Enem] “O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no prin- cípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou ca- pitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança: a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização permanente”. (HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.) No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que: a) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o enfren- tamento do desemprego. b) a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operá- rios. c) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para os operários. d) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos novos tempos industriais. e) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas em favor dos direitos trabalhistas. MODELO 2 Tema: A formação da classe operária Construção da habilidade: A questão pede que o aluno interprete, a partir do texto do enuncia- do, a formação da classe dos operários e as transformações sociais que essa classe pode desencadear. Competência: 2 Habilidade: 10 329 [Enem] Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indis- pensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual se erguem as supe- restruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social. MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In. MARX, K. ENGELS F. Textos 3. São Paulo. Edições Sociais, 1977 (adaptado). Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que a) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia. b) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material. c) a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano. d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico. e) a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe. Tema: Progresso tecnológico e mudança nas relações de trabalho Construção da habilidade: O exercício requer uma interpretação crítica do aluno, para que ocorra uma associação de causa e efeito. Competência: 3 Habilidade: 14 MODELO 3 330 [Enem] A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei 9.394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Brasília: Ministério da Educação, 2005. A alteração legal no Brasil contemporâneo descrita no texto é resultado do processo de a) aumento da renda nacional. b) mobilização do movimento negro. c) melhoria da infraestrutura escolar. d) ampliação das disciplinas obrigatórias. e) politização das universidades públicas. MODELO 4 Tema: Lutas sociais e o movimento negro no Brasil Construção da habilidade: A questão aborda o impacto da tecnologia na geração de empregos e lucros bancários. Competência: 5 Habilidade: 22 331 RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA 1. Percebe corretamente a importância das manifestações culturais no combate ao autoritarismo do Regime Militar, que mesmo em seu período de maior fragilidade, ainda se utilizava de mecanismos diversos para coibir os movimentos de oposição. 2. Vincula o crescimento do movimento operário e de ideologias alternativas ao capitalismo a um contexto marcado pelo crescimento da produtividade industrial e da desigualdade social, cenário típico de meados do século XIX. 3. Segundo Karl Marx e Friedrich Engels, o trabalho seria a expressão da vida humana, ou seja, por meio do trabalho o homem transforma a natureza e a si mesmo. Essa condição foi alterada na sociedade capitalista, em que o homem passa a explorar a força de trabalho do outro homem. 4. A aprovação da lei 10.639 foi fruto da luta e disputa política do movimento negro brasileiro, a fim de um reconhecimento social e histórico. GABARITO 1. B 2. B 3. B 4. B 332 APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA (FILOSOFIA) Tema: Filosofia Medieval Construção da habilidade: A questão trabalha com a interpretação do enunciado de Agostinho, a fim de avaliar no aluno sua habilidade crítico interpretativa. Competência: 3 Habilidade: 14 MODELO 1 AULA 2 [Enem] Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?” AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984. A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s) a) essência da ética cristã. b) natureza universal da tradição. c) certezas inabaláveis da experiência. d) abrangência da compreensão humana. e) interpretações da realidade circundante. 333 [Enem] Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de en- tendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento.A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado) Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa a) a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade. b) o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas. c) a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma. d) a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento. e) a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão. Tema: Iluminismo Alemão Construção da habilidade: O exercício trata da interpretação dos argumentos mencionados, de modo que o aluno precisa compreender o significado do conceito filosófico. Competência: 3 Habilidade: 14 MODELO 2 334 [Enem] Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos no- bres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo Abril Cultural, 1979 (adaptado). A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liber- dade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas. b) consagração do poder político pela autoridade religiosa. c) concentração do poder nas mãos de elites técnico-cientifícas. d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo. e) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito. Tema: Iluminismo Francês Construção da habilidade: A questão almeja que o aluno demonstre a habilidade de identificação das estruturas do iluminismo francês, na esfera da estruturação da política, que condicionou, segundo o pensamento de Montesquieu, a divisão de três poderes. Competência: 3 Habilidade: 14 MODELO 3 335 [Enem] Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anun- ciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2 n. 4, 2004 (adaptado). Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso. d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos. Tema: Filosofia moderna e o cientificismo Construção da habilidade: o exercício pretende salientar o caráter cientificista, a qual o aluno deve identificar os elementos que compõem essa forma de pensar e relacionar com o fragmento apresentado. Competência: 3 Habilidade: 14 MODELO 4 336 RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA 1. O trecho da obra destacado aborda, a partir da óptica de Agostinho, o questionamento da ideia do caráter eterno de Deus a partir da reflexão sobre o ato da Criação. Trata-se, portanto, de uma com- preensão humana sobre o dogma da eternidade divina. Como se infere a partir do trecho ”estão ainda cheios de velhice espiritual” em que Agostinho se refere àqueles que questionam o dogma cristão, o pensador apresenta uma crítica à interpretação das ações divinas a partir do intelecto humano. O aluno deve perceber, partindo dessas considerações, que a postura de Agostinho e a dos homens que ele critica reflete um conflito acerca da abrangência do intelecto humano para compreender questões divinas, como a eternidade. 2. Como diz Kant em Resposta à pergunta: “O que é Iluminismo?” (1784), a palavra de ordem deste movimento de renovação cultural é “Sapere aude!”, isto quer dizer basicamente que os homens deveriam deixar sua menoridade, da qual são culpados, e direcionarem seu entendimento a partir de suas próprias forças, sem a guia de outro. Esta posição perante o mundo possibilitou um movimento em busca da liberdade e de um ideal de independência política, econômica e intelectual. Desta busca nasce, entre muitos outros mo- vimentos, a Independência americana, a Independência haitiana e a Revolução francesa (esta última influenciada pelo pensamento do filósofo Jean-Jacques Rousseau). E sendo uma posição opositora dos regimes absolutistas, o Iluminismo almeja a libertação da riqueza e de tudo mais dos mistérios divinos tão presentes no pensamento medieval e influentes neste tipo de Estado abso- luto. Tudo passa a ser problema resolvível se o entendimento do homem se empenhar de maneira metodológica. Nada é misterioso. Desta confiança na razão nasce uma reflexão sobre a riqueza e sua administração – Adam Smith, A riqueza das nações (1776), por exemplo. Neste contexto Mon- tesquieu também é importante, na sua obra O Espírito das Leis temos um tratado sobre as relações do poder administrativo e uma teorização sobre a tripartição deste poder (executivo, legislativo e judiciário) de modo a serem separados, porém interdependentes. 3. A liberdade não pode ser definida como a permissão de fazer tudo, mas sim apenas aquilo que se instituiu permitido através da Lei formulada por um legislador capaz. Ora, se todos pudessem fazer tudo que desejassem, pensa Montesquieu, então não haveria liberdade, pois todos abusariam constantemente dessa permissão de fazer tudo. “A liberdade política, num cidadão, é esta tranquilidade de espírito que provém da opinião que cada um possui de sua segurança; e, para que se tenha esta liberdade, cumpre que o governo seja de tal modo, que um cidadão não possa temer outro cidadão”. (B. Montesquieu. Do espírito das Leis. In Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 169). De modo que devemos considerar necessário um equilíbrio do poder para que não ocorra algum abuso dele, e a disposição das instituições deve se dar de tal maneira que os poderes se balanceiem. São livres, apenas os estados moderados, pois neles os poderes Legislativo, Executivo, Judiciário se contrapõem garantindo a integridade e autonomia de cada um, e a liberdade de todos os cidadãos. 4. Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa racional que busca a construção coletiva de conhecimentos refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, também, de conhecimentos esclarecedores sobre os fenômenos que nos parecem familiares. Sendo assim, a ciência possui uma base racionalfundante a qual todo homem pode ter acesso e, desse modo, todos podem participar. Ela possui, além disso, como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante a variância de alguns fenômenos naturais e a permanência de outros, e como objetivo da pesquisa harmonizar estas diferenças em equilíbrios dinâmicos através de conceitos e sistemas de conceitos justificados da melhor maneira possível, isto é, pela construção de experimentos controlados e avaliações im- parciais. GABARITO 1. D 2. A 3. D 4. C 337 Prescrição: Para desenvolver os exercícios, você deve estar a par das discussões teóricas de autores clássicos, associando a produção intelectual com os anseios sociais de cada período histórico. APROFUNDE SEUS CONHECIMENTOS - FILOSOFIA E SOCIOLOGIA 1. (Enem) [SOCIOLOGIA] Inspirada em fantasias de Carnaval, a arte apresentada se opunha à concepção de patri- mônio vigente nas décadas de 1960 e 1970 na medida em que a) se apropriava das expressões da cultura po- pular para produzir uma arte efêmera desti- nada ao protesto. b) resgatava símbolos ameríndios e africanos para se adaptar a exposições em espaços pú- blicos. c) absorvia elementos gráficos da propaganda para criar objetos comercializáveis pelas ga- lerias. d) valorizava elementos da arte popular para construir representações da identidade bra- sileira. e) o incorporava elementos da cultura de massa para atender às exigências dos museus. 2. (Enem) [SOCIOLOGIA] O próprio movimento operário não pode ser reduzido a um confli- to de interesses econômicos ou a uma rea- ção contra a proletarização. Ele é animado por uma imagem de “civilização” industrial, pela ideia de um progresso das forças de produção utilizado para o bem de todos. O que é bem diferente da utopia igualitarista simples, pouco preocupada com as condições de crescimento. TOURAINE, A. Os movimentos sociais. In: FORRACHI, M. M.; MARTINS, J. S. (Org.). Sociologia e sociedade. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1997. Considerando a caracterização apresentada pelo texto, a busca pela igualdade pressupõe o(a) a) estímulo da luta política. b) adoção da ideologia marxista. c) coletivização dos meios de produção. d) aprofundamento dos conflitos sociais. e) intensificação do crescimento econômico. 3. (Enem) [SOCIOLOGIA] O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O ope- rário urbano livre, ao contrário, vende-se a si mesmo e, além disso, por partes. Vende em leilão 8,10,12,15 horas da sua vida, dia após dia, a quem melhor pagar, ao proprie- tário das matérias-primas, dos instrumentos de trabalho e dos meios de subsistência, isto é, ao capitalista. MARX, K. Trabalho assalariado e capital & salário, preço e lucro. São Paulo: Expressão Popular, 2010. O texto indica que houve uma transformação dos espaços urbanos e rurais com a imple- mentação do sistema capitalista, devido às mudanças tecnossociais ligadas ao a) desenvolvimento agrário e ao regime de ser- vidão. b) aumento da produção rural, que fixou a po- pulação nesse meio. c) desenvolvimento das zonas urbanas e às no- vas relações de trabalho. d) aumento populacional das cidades associado ao regime de servidão. e) desenvolvimento da produção. 4. (Enem) [SOCIOLOGIA] TEXTO I O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala, representando um aumento tremen- do na produção, abrindo caminho na direção dos lucros, resultado do aumento da procura. Eram forças abrindo um novo mundo. HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974 (adaptado). 338 “Fabricante do Ipad vai trocar trabalhadores por um milhão de robôs em três anos”. Disponível em: http://noticias.r7.com. Acesso em: 21 ago. 2011. (adaptado) Em relação aos efeitos da decisão da empre- sa, uma divergência entre o empresário e os funcionários, no exemplo citado, encontra- -se nos respectivos argumentos: a) Aumento da eficiência – Perda dos postos de trabalho. b) Reforço da produtividade – Ampliação das negociações. c) Diminuição dos custos – Redução da compe- titividade. d) Inovação dos investimentos – Flexibilização da produção. e) Racionalização do trabalho – Modernização das atividades. 7. (Enem) [SOCIOLOGIA] A cidade não é ape- nas reprodução da força de trabalho. Ela é um produto ou, em outras palavras, também um grande negócio, especialmente para os capi- tais que embolsam, com sua produção e explo- ração, lucros, juros e rendas. Há uma disputa básica, como um pano de fundo, entre aqueles que querem dela melhores condições de vida e aqueles que visam apenas extrair ganhos. MARICATO, E. É a questão urbana, estúpido! In: MARICATO, E. et al. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo; Carta Maior, 2013. O texto problematiza o seguinte aspecto re- ferente ao ordenamento das cidades: a) A instituição do planejamento participativo. b) A valorização dos interesses coletivos. c) O fortalecimento da esfera estatal. d) A expansão dos serviços públicos. e) O domínio da perspectiva mercadológica. 8. (Enem) [SOCIOLOGIA] Texto I Dezenas de milhares de pessoas comparece- ram à maior manifestação anti-troika (Co- missão Europeia, Banco Central Europeu e FMI) em Atenas contra a austeridade e os cortes de gastos públicos aprovados neste domingo no parlamento grego. Disponível em: www.cartamaior.com.br. Acesso em: 8 nov. 2013. Texto II As políticas de austeridade transferem o ônus econômico para as classes trabalhado- ras. Para diminuir os prejuízos do capital financeiro, socializam as perdas entre as classes trabalhadoras. O capitalismo não foi capaz de integrar os trabalhadores e ao mes- mo tempo protegê-los. Entrevista com Ruy Braga. Revista IHU online. Disponível em: www.ihu.unisinos.br. Acesso em: 8 nov. 2013 (adaptado). TEXTO II Os edifícios das fábricas adaptavam-se mal à concentração de numerosa mão de obra, reunida para longos dias de trabalho, numa situação árdua e insalubre. O trabalho nas fábricas destruiu o sistema doméstico de produção. Homens, mulheres e crianças dei- xavam os lugares onde moravam para traba- lhar em diferentes fábricas. LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. São Paulo: Cultrix,1980 (adaptado). As estratégias empregadas pelos textos para abordar o impacto da Revolução Industrial sobre as sociedades que se industrializavam são, respectivamente, a) ressaltar a expansão tecnológica e deter-se no trabalho doméstico. b) acentuar as inovações tecnológicas e priori- zar as mudanças no mundo do trabalho. c) debater as consequências sociais e valorizar a reorganização do trabalho. d) indicar os ganhos sociais e realçar as perdas culturais. e) minimizar as transformações sociais e criti- car os avanços tecnológicos. 5. (Enem) [FILOSOFIA] Constituição Política do Império do Brasil (de 25 de março de 1824) Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privati- vamente ao Imperador, como Chefe Supre- mo da Nação, e seu Primeiro Representan- te, para que incessantemente vele sobre a manutenção da independência, equilíbrio e harmonia dos demais Poderes Políticos. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 18 abr. 2015 (adaptado). A apropriação das ideias de Montesquieu no âmbito da norma constitucional citada tinha o objetivo de a) expandir os limites das fronteiras nacionais. b) assegurar o monopólio do comércio externo. c) legitimar o autoritarismo do aparelho estatal. d) evitar a reconquista pelas forças portuguesas. e) atender os interesses das oligarquias regio- nais. 6. (Enem) [SOCIOLOGIA] Uma gigante empresa taiwanesa do setor de tecnologia vai subs- tituir parte de seus funcionários por um milhão de robôs em atétrês anos, segundo a agência de notícias chinesa. O objetivo é cortar despesas. Os robôs serão usados para fazer trabalho simples e de rotina, como limpeza, soldagem e montagem, atividades que atualmente são feitas por funcionários. A empresa já tem 10 mil robôs e o número deve chegar a 300 mil em 2012 e a um mi- lhão em três anos. 339 Diante dos fatos e da análise apresentados, a política econômica e a demanda popular cor- relacionada encontram-se, respectivamente, em a) controle da dívida interna e implementação das regras patronais. b) afrouxamento da economia de mercado e su- peração da lógica individualista. c) aplicação de plano desenvolvimentista e afirmação das conquistas neoliberais. d) defesa dos interesses corporativos do capital e manutenção de direitos sociais. e) mudança na estrutura do sistema produtivo e democratização do acesso ao trabalho. 9. (Enem) [SOCIOLOGIA] O impulso para o ga- nho, a perseguição do lucro, do dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro não tem, em si mesma, nada que ver com o capitalismo. Tal impulso existe e sempre existiu. Pode-se dizer que tem sido comum a toda sorte e condição humanas em todos os tempos e em todos os países, sempre que se tenha apresentada a possibilidade objetiva para tanto. O capitalismo, porém, identifica- -se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente, capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade, uma empresa individual que não tirasse vantagem das oportunidades de ob- ter lucros estaria condenada à extinção. WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado). O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresenta como característica fundamental a a) competitividade decorrente da acumulação de capital. b) implementação da flexibilidade produtiva e comercial. c) ação calculada e planejada para obter renta- bilidade. d) socialização das condições de produção. e) mercantilização da força de trabalho. 10. (Enem) [FILOSOFIA] Os ricos adquiriram uma obrigação relativamente à coisa públi- ca, uma vez que devem sua existência ao ato de submissão à sua proteção e zelo, o que necessitam para viver; o Estado então funda- menta o seu direito de contribuição do que é deles nessa obrigação, visando a manuten- ção de seus concidadãos. Isso pode ser rea- lizado pela imposição de um imposto sobre a propriedade ou a atividade comercial dos cidadãos, ou pelo estabelecimento de fundos e de uso dos juros obtidos a partir deles, não para suprir as necessidades do Estado (uma vez que este é rico), mas para suprir as ne- cessidades do povo. KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003. Segundo esse texto de Kant, o Estado a) deve sustentar todas as pessoas que vivem sob seu poder, a fim de que a distribuição seja paritária. b) está autorizado a cobrar impostos dos cida- dãos ricos para suprir as necessidades dos cidadãos pobres. c) dispõe de poucos recursos e, por esse moti- vo, é obrigado a cobrar impostos idênticos dos seus membros. d) delega aos cidadãos o dever de suprir as ne- cessidades do Estado, por causa do seu ele- vado custo de manutenção. e) tem a incumbência de proteger os ricos das imposições pecuniárias dos pobres, pois os ricos pagam mais tributos. 11. (Enem) [FILOSOFIA] A pura lealdade na ami- zade, embora até o presente não tenha existido nenhum amigo leal, é imposta a todo homem, essencialmente, pelo fato de tal dever estar implicado como dever em geral, anteriormen- te a toda experiência, na ideia de uma razão que determina a vontade segundo princípios a priori. KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Barcarolla, 2009. A passagem citada expõe um pensamento ca- racterizado pela a) eficácia prática da razão empírica. b) transvaloração dos valores judaico-cristãos. c) recusa em fundamentar a moral pela experi- ência. d) comparação da ética a uma ciência de rigor matemático. e) importância dos valores democráticos nas relações de amizade. 12. (Enem) [FILOSOFIA] Um Estado é uma mul- tidão de seres humanos submetida a leis de direito. Todo Estado encerra três poderes dentro de si, isto é, a vontade unida em ge- ral consiste de três pessoas: o poder sobe- rano (soberania) na pessoa do legislador; o poder executivo na pessoa do governante (em consonância com a lei) e o poder judici- ário (para outorgar a cada um o que é seu de acordo com a lei) na pessoa do juiz. KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003. De acordo com o texto, em um Estado de di- reito a) a vontade do governante deve ser obedecida, pois é ele que tem o verdadeiro poder. b) a lei do legislador deve ser obedecida, pois ela é a representação da vontade geral. c) o Poder Judiciário, na pessoa do juiz, é so- berano, pois é ele que outorga a cada um o que é seu. d) o Poder Executivo deve submeter-se ao Ju- diciário, pois depende dele para validar suas determinações. e) o Poder Legislativo deve submeter-se ao Exe- cutivo, na pessoa do governante, pois ele que é soberano. 340 13. (Enem) [SOCIOLOGIA] A luta contra o racis- mo, no Brasil, tomou um rumo contrário ao imaginário nacional e ao consenso científi- co, formado a partir dos anos 1930. Por um lado, o Movimento Negro Unificado, assim como as demais organizações negras, priori- zaram em sua luta a desmistificação do cre- do da democracia racial, negando o caráter cordial das relações raciais e afirmando que, no Brasil, o racismo está entranhado nas relações sociais. O movimento aprofundou, por outro lado, sua política de construção de identidade racial, chamando de “negros” to- dos aqueles com alguma ascendência africa- na, e não apenas os “pretos”. GUIMARÃES, A. S. A. Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2012. A estratégia utilizada por esse movimento tinha como objetivo a) eliminar privilégios de classe. b) alterar injustiças econômicas. c) combater discriminações étnicas. d) identificar preconceitos religiosos. e) reduzir as desigualdades culturais. 14. (Enem) [SOCIOLOGIA] A demanda da comu- nidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, passou a ser particu- larmente apoiada com a promulgação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei 9.394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Edu- cação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Brasília: Ministério da Educação, 2005. A alteração legal no Brasil contemporâneo descrita no texto é resultado do processo de a) aumento da renda nacional. b) mobilização do movimento negro. c) melhoria da infraestrutura escolar. d) ampliação das disciplinas obrigatórias. e) politização das universidades públicas. 15. (Enem) [SOCIOLOGIA] Quem acompanhas- se os debates na Câmara dos Deputados em 1884 poderia ouvir a leitura de uma moção de fazendeiros do Rio de Janeiro: “Ninguém no Brasil sustenta a escravidão pela escravidão, mas não há um só brasileiro que não se opo- nha aos perigos da desorganização do atual sistema de trabalho”. Livres os negros, as ci- dades seriam invadidas por “turbas ignaras”, “gente refratária ao trabalho e ávida de ocio- sidade”. A produção seria destruída e a se- gurança das famílias estaria ameaçada. Veio a Abolição, o Apocalipse ficou para depois e o Brasil melhorou (ou será que alguém duvi- da?). Passados dez anos do início do debate em torno das ações afirmativas e do recurso às cotas para facilitar o acesso dos negros às universidades públicas brasileiras, felizmen- te é possível conferira consistência dos argu- mentos apresentados contra essa iniciativa. De saída, veio a advertência de que as cotas exacerbariam a questão racial. Essa ameaça vai completar 18 anos e não se registraram casos significativos de exacerbação. GASPARI. E. As cotas e a urucubaca. Folha de S. Paulo, 3 jun. 2009. O argumento elaborado pelo autor sugere que as censuras às cotas raciais são a) politicamente ignoradas. b) socialmente justificadas. c) culturalmente qualificadas. d) historicamente equivocadas. e) economicamente fundamentadas. 16. (Enem) [FILOSOFIA] Ora, em todas as coi- sas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja direta- mente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impul- so dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os ho- mens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim. AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado). No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de: a) refrear os movimentos religiosos contestató- rios. b) promover a atuação da sociedade civil na vida política. c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum. d) reformar a religião por meio do retorno à tra- dição helenística. e) dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual. 17. (Enem) [FILOSOFIA] A natureza fez os ho- mens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se conside- ra tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com 341 base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Para Hobbes, antes da constituição da socie- dade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles: a) entravam em conflito. b) recorriam aos clérigos. c) consultavam os anciãos. d) apelavam aos governantes. e) exerciam a solidariedade. 18. (Enem) [FILOSOFIA] Trasímaco estava im- paciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e im- portante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de in- venções humanas. RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009. O sofista Trasímaco, personagem imortaliza- do no diálogo A República, de Platão, susten- tava que a correlação entre justiça e ética é resultado de: a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana. b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais. c) mandamentos divinos inquestionáveis lega- dos das tradições antigas. d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes. e) sentimentos experimentados diante de de- terminadas atitudes humanas. 19. (Enem) [FILOSOFIA] No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a: a) suspensão do juízo como reveladora da ver- dade. b) realidade inteligível por meio do método dialético. c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus. d) essência das coisas sensíveis no intelecto di- vino. e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sen- sibilidade. 20. (Enem) [FILOSOFIA] Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem neces- sários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores de dano. EPICURO DE SAMOS. “Doutrinas principais”. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974. No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim: a) alcançar o prazer moderado e a felicidade. b) valorizar os deveres e as obrigações sociais. c) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação. d) refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade. e) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber. 21. (Enem) [FILOSOFIA] A felicidade é portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existen- te em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelen- tes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como a) busca por bens materiais e títulos de nobreza. b) plenitude espiritual a ascese pessoal. c) finalidade das ações e condutas humanas. d) conhecimento de verdades imutáveis e per- feitas. e) expressão do sucesso individual e reconheci- mento público. 22. (Enem) [SOCIOLOGIA] No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas al- cançaram ampla popularidade entre os foli- ões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemo- ração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas en- tre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que 342 consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diver- sões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados prati- cantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles. PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado). Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval re- presentava um momento em que as: a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração. b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes. c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas. d) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais. e) perseguições policiais tinham caráter xenó- fobo por repudiarem tradições estrangeiras. 23. (Enem) [SOCIOLOGIA] O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskie- go nasceu em 1976 e recebeu diversos prê- mios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para: a) difundir a origem de marcantes diferenças so- ciais. b) estabelecer uma postura proativa da socie- dade. c) provocar a reflexão sobre essa realidade. d) propor alternativas para solucionar esse pro- blema. e) retratar como a questão é enfrentada em vá- rios países do mundo. 24. (Enem) [SOCIOLOGIA] A crescente intelectu- alização e racionalização não indicam um co- nhecimento maiore geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhe- cimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo. WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H., MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de de- sencantamento do mundo evidencia o(a): a) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo. b) extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo. c) emancipação como consequência do proces- so de racionalização da vida. d) afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade. e) fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência. 25. (Enem) [SOCIOLOGIA] Apesar de seu disfarce de iniciativa e otimismo, o homem moderno está esmagado por um profundo sentimento de impotência que o faz olhar fixamente e, como que paralisado, para as catástrofes que se avizinham. Por isso, desde já, saliente-se a necessidade de uma permanente atitude crítica, o único modo pelo qual o homem rea- lizará sua vocação natural de integrar-se, su- perando a atitude do simples ajustamento ou acomodação, apreendendo temas e tarefas de sua época. FREIRE. P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2011. Paulo Freire defende que a superação das di- ficuldades e a apreensão da realidade atual será obtida pelo(a): a) desenvolvimento do pensamento autônomo. b) obtenção de qualificação profissional. c) resgate de valores tradicionais. d) realização de desejos pessoais. e) aumento da renda familiar. 26. (Enem) [SOCIOLOGIA] A questão ambiental, uma das principais pautas contemporâneas, possibilitou o surgimento de concepções po- líticas diversas, dentre as quais se destaca a preservação ambiental, que sugere uma ideia de intocabilidade da natureza e im- pede o seu aproveitamento econômico sob qualquer justificativa. PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 (adaptado). 343 Considerando as atuais concepções políticas sobre a questão ambiental, a dinâmica carac- terizada no texto quanto à proteção do meio ambiente está baseada na: a) prática econômica sustentável. b) contenção de impactos ambientais. c) utilização progressiva dos recursos naturais. d) proibição permanente da exploração da na- tureza. e) definição de áreas prioritárias para a explo- ração econômica. 27. (Enem) [FILOSOFIA] Ninguém nasce mulher; torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da socieda- de; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino. BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. Na década de 1960, a proposição de Simone de Beauvoir contribuiu para estruturar um movimento social que teve como marca o(a): a) ação do Poder Judiciário para criminalizar a violência sexual. b) pressão do Poder Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho. c) organização de protestos públicos para ga- rantir a igualdade de gênero. d) oposição de grupos religiosos para impedir os casamentos homoafetivos. e) estabelecimento de políticas governamen- tais para promover ações afirmativas. 28. (Enem) [SOCIOLOGIA] Não nos resta a me- nor dúvida de que a principal contribuição dos diferentes tipos de movimentos sociais brasileiros nos últimos vinte anos foi no plano da reconstrução do processo de demo- cratização do país. E não se trata apenas da reconstrução do regime político, da retoma- da da democracia e do fim do Regime Mili- tar. Trata-se da reconstrução ou construção de novos rumos para a cultura do país, do preenchimento de vazios na condução da luta pela redemocratização, constituindo-se como agentes interlocutores que dialogam diretamente com a população e com o Esta- do. GOHN, M. G. M. Os sem-terras, ONGs e cidadania. São Paulo: Cortez, 2003 (adaptado). No processo da redemocratização brasileira, os novos movimentos sociais contribuíram para: a) diminuir a legitimidade dos novos partidos políticos então criados. b) tornar a democracia um valor social que ul- trapassa os momentos eleitorais. c) difundir a democracia representativa como objetivo fundamental da luta política. d) ampliar as disputas pela hegemonia das en- tidades de trabalhadores com os sindicatos. e) fragmentar as lutas políticas dos diversos atores sociais frente ao Estado. 29. (Enem) [SOCIOLOGIA] Em sociedade de ori- gens tão nitidamente personalistas como a nossa, é compreensível que os simples vín- culos de pessoa a pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência para a cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase sempre os mais decisi- vos. As agregações e relações pessoais, em- bora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre regionalismos, faziam dela um todo incoe- rente e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter sido, por essa época, uma acentu- ação singularmente enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma estagnação ou antes uma atrofia correspondente das quali- dades ordenadoras, disciplinadoras, raciona- lizadoras. HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995. Um traço formador da vida pública brasilei- ra expressa-se,segundo a análise do historia- dor, na: a) rigidez das normas jurídicas. b) prevalência dos interesses privados. c) solidez da organização institucional. d) legitimidade das ações burocráticas. e) estabilidade das estruturas políticas. 30. (Enem) [FILOSOFIA] Quanto ao “choque de civilizações”, é bom lembrar a carta de uma menina americana de sete anos cujo pai era piloto na Guerra do Afeganistão: ela escre- veu que – embora amasse muito seu pai – estava pronta a deixá-lo morrer, a sacrificá- -lo por seu país. Quando o presidente Bush citou suas palavras, elas foram entendidas como manifestação “normal” de patriotismo americano; vamos conduzir uma experiên- cia mental simples e imaginar uma menina árabe maometana pateticamente lendo para as câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo Talibã – não é necessário pensar muito sobre qual teria sido a nossa reação. ZIZEK. S. Bem-vindo ao deserto do real. São Paulo: Bom Tempo. 2003. A situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio cultural do(a): a) prática da diplomacia. b) exercício da alteridade. c) expansão da democracia. d) universalização do progresso. e) conquista da autodeterminação. 344 31. (Enem) [FILOSOFIA] Só num sentido muito restrito, o indivíduo cria com seus próprios recursos o modo de falar e de pensar que lhe são atribuídos. Fala o idioma de seu grupo; pensa à maneira de seu grupo. Encontra a sua disposição apenas determinadas pala- vras e significados. Estas não só determi- nam, em grau considerável, as vias de acesso mental ao mundo circundante, mas também mostram, ao mesmo tempo, sob que ângulo e em que contexto de atividade os objetos foram até agora perceptíveis ao grupo ou ao indivíduo. MANNHEIM, K. Ideologia e utopia. Porto Alegre: Globo, 1950 (adaptado). Ilustrando uma proposição básica da socio- logia do conhecimento, o argumento de Karl Mannheim defende que o(a): a) conhecimento sobre a realidade é condicio- nado socialmente. b) submissão ao grupo manipula o conheci- mento do mundo. c) divergência é um privilégio de indivíduos excepcionais. d) educação formal determina o conhecimento do idioma. e) domínio das línguas universaliza o conheci- mento. 32. (Enem) Parecer CNE/CP nº 3/2004, que ins- tituiu as Diretrizes CurricularesNacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro- -Brasileira e Africana. Procura-se oferecer uma resposta, entre outras, na área da edu- cação, à demanda da população afrodescen- dente, no sentido de políticas de ações afir- mativas. Propõe a divulgação e a produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial — des- cendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos — para interagirem na construção de uma na- ção democrática, em que todos igualmente tenham seus direitos garantidos. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Disponível em: www.semesp.org.br. Acesso em: 21 nov. 2013 (adaptado). A orientação adotada por esse parecer fun- damenta uma política pública e associa o princípio da inclusão social a: a) práticas de valorização identitária. b) medidas de compensação econômica. c) dispositivos de liberdade de expressão. d) estratégias de qualificação profissional. e) instrumentos de modernização jurídica. 33. (Enem) [SOCIOLOGIA] Considerando-se a dinâmica entre tecnolo- gia e organização do trabalho, a representa- ção contida no cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à a) ideia de progresso. b) concentração do capital. c) noção de sustentabilidade. d) organização dos sindicatos. e) obsolescência dos equipamento 36. (Enem) [SOCIOLOGIA] Art. 1º – Fica fundada nesta cidade de São Paulo, para se irradiar por todo o Brasil, a Frente Negra Brasileira, união política e social da Gente Negra Nacional, para a afirmação dos direitos históricos da mesma, em virtude da sua atividade material e moral no passado e para reivindicação de seus di- reitos sociais e políticos, atuais, na Comunhão Brasileira. Diário Oficial do Estado de São Paulo, 4 nov. 1931. Quando foi fechada pela ditadura do Estado Novo, em 1937, a FNB caracterizava-se como uma organização a) política, engajada na luta por direitos so- ciais para a população negra no Brasil. b) beneficente, dedicada ao auxílio dos negros pobres brasileiros depois da abolição. c) paramilitar, voltada para o alistamento de negros na luta contra as oligarquias regio- nais. d) democrático-liberal, envolvida na Revolução Constitucionalista conduzida a partir de São Paulo. e) internacionalista, ligada à exaltação da identidade das populações africanas em si- tuação de diáspora. 345 GABARITO 1. A 2. E 3. C 4. B 5. C 6. A 7. E 8. D 9. C 10. B 11. C 12. B 13. C 14. B 15. D 16. C 17. A 18. D 19. B 20. A 21. C 22. D 23. C 24. D 25. A 26. D 27. C 28. B 29. B 30. B 31. A 32. A 33. A 34. A
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