Buscar

Eduardo e Mônica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Eduardo e Mônica
Letra: enato Russo (Legião Urbana)/ Composta em 1986
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
“Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir”
Festa estranha, com gente esquisita
“Eu não tô legal”, não aguento mais birita”
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
“É quase duas, eu vou me ferrar”
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de “camelo”
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão
E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar (não!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz
Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
ROTEIRO PARA ANÁLISE
Dados sumários sobre o texto:
Autor:
Título da obra:
Estrutura da narrativa
1) Personagens
Identifique os traços físicos e psicológicos dos principais personagens:
Eduardo:
Mônica:
A seguir, recorte de jornais ou revistas pessoas que representem os protagonistas.
2) Enredo
Faça um resumo da história (princípio – meio – fim).
3) Ambiente
Qual é o tipo de ambiente predominante: físico (a natureza, o campo, a cidade) ou social (algum agrupamento social específico, alguma parcela da comunidade, fábrica, colégio, clube, família)?
4) Tempo
Quanto tempo você acha que se passou desde que as personagens se conheceram até o final da história? Justifique seu raciocínio.
5) Foco narrativo
O narrador é narrador-personagem ou narrador-observador?
6) Público-alvo
A que leitor esse texto se destina?
Vocabulário
1) Pesquise sobre as seguintes personalidades mencionadas no texto:
Godard –
Bandeira –
Bauhaus –
Van Gogh –
Mutantes –
Caetano –
Rimbaud –
2) Há muitas expressões coloquiais (informais) no texto. Para que servem?
3) Dê o significado destas expressões:
a) “Eu não estou legal”.
b) “Não aguento mais birita”.
c) “Eu vou me ferrar”.
d) “O Eduardo de camelo”.
e) “Batalharam grana e seguraram legal”.
f) “A barra mais pesada que tiveram”.
g) “Que nem feijão com arroz”
4) Utilizando expressões próprias da linguagem dos personagens, o autor conta a história. Explique o significado dos trechos seguintes, como no modelo:
“… falava coisas sobre o Planalto Central” – Mônica explicava política para Eduardo.
a) “… ainda no esquema escola-cinema-clube-televisão” –
b) “… coisas sobre o céu, a terra, a água” –
c) “Ela era de Leão e ele tinha dezesseis” –
Interpretação
1. Por que num momento do texto é falado que o “filhinho” é do Eduardo e não do casal? Explique.
2. Que relação existe entre o narrador da história e o casal Eduardo e Mônica? Comprove com uma passagem do texto.
3. Qual o tema principal do texto?
4. Quem sofre mais transformações na história: Eduardo ou Mônica? Por quê?
5. Você acha que um ajudou o outro a se transformar ou foram mudanças naturais? Justifique sua resposta:
6. Essa letra de música possui elementos narrativos? Por quê?
7. Observe que o texto começa e termina com os mesmos versos. Que justificativa podemos apresentar para esta estrutura?
8. Para você, “existe razão nas coisas feitas pelo coração”? Justifique.
9. Faça um comentário sobre a história.
 Produção textual
Após entender melhor sobre os aspectos da estrutura narrativa, reescreva a canção em forma de prosa narrativa.

Continue navegando