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Dra Maria Goretti Fernandes Doutorado em Ciências da Saúde Embora as discussões mais importantes sobre o assunto tenham sido iniciado há poucas décadas, a Medicina do Trabalho é uma área que já é estudada há séculos. Em 1700, Bernardino Ramazzini, um médico italiano nascido em 1633, na cidade de Modena, publicou um obra intitulada De Morbis Artificum Diatriba (As Doenças dos Trabalhadores). Bernardino Ramazzini Fonte:http://s-trabalho.webnode.com.br Nesse estudo, Ramazzini destacou 54 profissões consideradas mais importantes na ocasião. Dessa maneira, conseguiu relacionar algumas doenças adquiridas pelo trabalhador com seu respectivo posto de trabalho. Foi na Revolução Industrial Inglesa, ocorrida no século XVIII, entretanto, que a Medicina do Trabalho começou a ser vista de maneira mais importante e assim foi crescendo até chegar na representatividade atual. Londres, século XVII Fonte: http://www.brasilescola.com Defini-se Medicina do Trabalho como a especialidade que lida com as relações entre a saúde dos homens e mulheres trabalhadores e seu trabalho, visando não somente à prevenção das doenças e dos acidentes de trabalho, mas também à promoção da saúde e da qualidade de vida através de ações capazes de acelerar a saúde individual e propiciar uma saudável inter-relação das pessoas e dessas com seu trabalho. Não basta ao médico do Trabalho ter conhecimento apenas na sua área, ele também necessita de uma noção ampla de outras áreas, como Clinica Médica e Saúde Pública, para que possa realizar programas de prevenção, ou mesmo para chegar a diagnósticos mais precisos. Equipe Multidisciplinar Médico do trabalho Engenheiro de Segurança do trabalho Técnicos de Segurança do Trabalho Fisioterapeuta Perícia Médica Previdência Social e Judicial Empresas Assessoria Sindical Consultoria Privada Toxicologia “Todas as coisas são um veneno e nada existe sem veneno, apenas a dosagem é razão para que uma coisa não seja um veneno.” Essa frase é de autoria do médico alemão Paracelsius. Paracelsius Fonte: http://blog.daum.net Ele estudou Medicina na Universidade da Basiléia e iniciou sua prática médica nas Minas de Tirol, onde começou a relacionar as doenças apresentadas pelos mineiros, à exposição excessiva aos minerais. O conceito de tóxico, entretanto, é algo que já vem desde os homens mais primitivos. A palavra toxikon tem origem grega e significa veneno das flechas que eram usadas nas caças na antiguidade. Fase do Descobrimento • Homem primitivo em seu contato com a natureza como meio de sobrevivência. Do seu contato com as plantas e animais, começou a identificar substâncias que eram ou não benéficas a sua vida. Fase primitiva • Estuda os venenos como meio de suicídio e homicídio. Nessa fase, os venenos eram também utilizados como forma punitiva. Fase moderna • Surgiram os métodos de estudos para a identificação de venenos, o que diminuiu as ações criminosas. Nessa fase, foi considerável o aumento das intoxicações acidentais. Clínica • Estuda a ação do agente tóxico (sintomas, diagnóstico e orientação). Química • Estuda as propriedades do agente tóxico e suas ações dentro do organismo. Ocupacional • Estuda as enfermidades industriais e a insalubridade do ambiente de trabalho. Analítica • Estuda a análise de produtos tóxicos visando determinar sua toxicidade. Profilática • Estuda a poluição da água, terra, ar e alimentos. Procura manter e aumentar a segurança para a vida. Forense • Estuda a ação de propriedades dos agentes tóxicos para estabelecer a causa de morte ou envenenamento em intoxicações, auxiliando a Justiça. • INTOXICAÇÃO - toda e qualquer manifestação clínica ou laboratorial de efeitos adversos. É um estado patológico, causado pela interação de um agente químico com o organismo. Esse agente também é conhecido como agente tóxico ou xenobiótico. É uma substância química que provoca o desequilíbrio do organismo e que gera desde simples distúrbios de saúde até o óbito. Intoxicação ocupacional Fonte: http://zequinhabarreto.org.br Intoxicação Fonte: http://mini-manual- tas.blogspot.com.br • Fatores que podem afetar no grau de toxicidade de um agente: – Idade; – Massa corpórea; – Estados nutricionais; – Doenças prévias; – Grau de dispersão, forma e tamanho da partícula; – Afinidade da substância com um determinado tecido ou órgão. A análise dos dados obtidos em 2005 revela novo recorde no número de intoxicações com cerca de quase 90mil casos registrados. Cerca de 23mil casos de acidentes com animais venenosos, sendo 1/3 deles causado por escorpiões. Pernambuco foi o estado que mais registrou acidentes com escorpiões, cerca de 2.200 casos em 2005. Animais venenosos O número de mortes por intoxicação também cresceu. O aumento foi de 18% em relação ao ano anterior e o principal agente causador de óbito foram os agrotóxicos. Uso agrícolas Uso doméstico Uso veterinário Raticidas Classificação dos agrotóxicos A falta de conhecimento e a má manipulação desse produto nas lavouras causaram 159 mortes, dentre as quais os homens são as maiores vítimas dos agrotóxicos, respondendo a 70% dos óbitos. Entre as crianças menores de cinco anos, os medicamentos ocuparam o primeiro lugar na lista de agentes tóxicos mais perigosos, cerca de 6.500 acidentes naquele ano. As plantas também representaram alto índice de intoxicação nessa faixa etária, com mais de 40% das vítimas. Fonte: http://www.tudoemordemsembagunca.com Os medicamentos apresentaram alto índice de intoxicação entre as mulheres, com 64% do total de casos. Também são esses produtos os maiores responsáveis por tentativas de suicídios, com 58% dos casos, seguidos por agentes agrícolas, com 14% do total. Fonte: http://ciave-ba.blogspot.com.br Em relação às drogas de abuso, lícitas e ilícitas, os adultos jovens com idade entre 20 e 29 anos foram o maior número de casos registrados, especialmente na região Sudeste, com 1.790. A região Centro-Oeste, entretanto, foi a que apresentou maior letalidade, com 8,75% do total. O sexo masculino apresentou um número de casos 2,6 vezes maior que as mulheres. Exemplo de drogas • Vazamento de gases; • Ausência ou uso inadequado dos equipamentos de proteção individual (EPIs); • Em ambientes abertos, manipulação de produtos tóxicos contra o vento; • Problemas de higiene (ausência de banho diário, uso da mesma roupa por dias consecutivos, alimentar sem antes lavar as mãos); Trabalhadores com EPIs Fonte: http://shstbeja.blogspot.com.br/ Trabalhadores que ficam sozinhos em seus postos correm o risco de não receber ajuda imediata em caso de intoxicação. O armazenamento inadequado dos produtos tóxicos, podem causar acidentes que levam à intoxicação. Outro fator importante é a resistência física do trabalhador. Armazenamento inadequado de produtos químicos Fonte: http://www.policiacivil.rj.gov.br Há também casos de intoxicação de familiares de trabalhadores. Isso ocorre quando principalmente o posto de trabalho localiza-se na própria residência, ou então quando a roupa utilizada ao longo da jornada de trabalho é lavada em casa de maneira inadequada. Cesto para separação de roupas contaminadas Q u an to à o ri ge m Acidentais (medicamentos, alimentos, ambiente ou profissão) Intencionais (homicídios, suicídios ou doping) Genéticas (transmitidas geneticamente) Congênitas (adquiridas pelo feto) Sociais (dependência química) Q u an to a o s ef e it o s Crônicas (ação lenta e progressiva com exposição contínua) Agudas (introdução rápida do agente tóxico no organismo em dose única) N ív e is o p e ra ci o n ai s Altas doses (exposiçãocurta, intoxicações agudas e acidentais) Doses médias (exposição por período de tempo maior, intoxicação profissional) Pequenas doses (exposição longa, com efeito teratogênico, intoxicação ambiental) • Agentes físicos – ruídos, vibração, frio, calor umidade, pressão, radiação, entre outros • Agentes ergonômicos – fatores fisiológicos ou psicológicos inerentes à execução da atividade profissional • Agentes biológicos – microorganismos e os germes (vírus, fungos e bactérias) • Agentes químicos – sólido sob a forma de poeiras de origem animal (pêlos e couro), vegetal (fibras de algodão, bagaço de cana), mineral (sílica, amianto) carvão) e sintécia (fibras de plástico). No estado líquido estão as soluções ácidas, alcalinas e solventes orgânicos. No estado gasoso, encontram-se as substâncias que se misturam com o ar respirável. • Em Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP) encontram-se no estado gasoso. Gases • Sólidos ou líquidos Vapores • Partículas sólidas ou líquidas, suspensas ou dispersas no ar, com tamanho reduzido. Aerossóis Gases Irritantes Asfixiantes • Gases irritantes – podem ter ação intensa (sulfúricos, aldeídos, flúor, amoníacos, acroleína), moderada (cloro e derivados) ou leve (arsínia, ozônio, brometo e cloreto de metila) Essas substâncias podem levar à inflamação tecidual e são percebidos pelo homem em concentrações baixas. • Gases asfixiantes - podem apenas substituir o oxigênio atmosférico, como nitrogênio ou ainda podem interagir com o organismo causando alterações nos mecanismos de transporte sanguíneo do oxigênio ou na respiração celular. Como exemplo temos o monóxido de carbono. Partículas sólidas que podem se apresentar em suspensão no ar, geradas de materiais inorgânicos. Poeiras Partículas produzidas normalmente pela condensação de vapores após a volatilização de metais fundidos, tais como o derretimento de ferro e chumbo. Fumos Combustão completa da matéria orgânica, com partículas inferiores a 1 mícron de diâmetro. Fumaças Partículas líquidas resultantes da condensação de vapores sobre certos núcleos ou da dispersão mecânica de líquidos. Névoas Os agentes tóxicos seguem etapas determinadas ao entrar no organismo. • Absorção – é a passagem do agente tóxico do local de exposição para a corrente sanguínea. Ocorre pelas vias de penetração cutânea, digestiva, respiratória, além de outras menos comuns, como ocular, genital e dental, por exemplo. • Distribuição – após a absorção, o agente tóxico se difunde pelos tecidos através do sangue, líquido intersticial e líquidos celulares. No corpo, existem os considerados órgãos de proteção, ou seja, enquanto armazenado, o agente tóxico dificilmente causa danos ao organismo. Os principais órgãos de proteção são as proteínas plasmáticas, o fígado e os rins. • Metabolismo – são os processos pelos quais o agente tóxico e seus metabólitos se modificam no organismo por reações enzimáticas e não-enzimáticas . Algumas dessas transformações podem reduzir ou mesmo impedir seus efeitos, diminuindo a atividade e facilitando a excreção. O principal sítio de desintoxicação é o fígado, através de enzimas chamadas biotransformadoras. • Excreção – são os processos pelos quais os agentes tóxicos são eliminados do organismo. A principal via de eliminação é a urinária, mas também pode haver excreção por via pulmonar, digestivas ou outras secundárias. O atestado pode ser classificado como uma instituição, criado que foi, para uma finalidade certa e definida, qual seja a de demonstrar a verdade de determinado ato, ou de determinado situação, estado ou ocorrência. A utilidade e a segurança do atestado estão intrinsecamente vinculadas à certeza de sua veracidade. Confirmada por atestado médico a veracidade de determinado fato ou a existência de certa obrigação, poderá o beneficiário da declaração pleitear os direitos advindos daquilo que foi declarado. Expedido no exercício de profissão regular, merecedora de que seus profissionais nele deposite confiança, o atestado médico é verdadeiro por presunção e sua recusa propicia o oferecimento de reclamações tendentes à garantia dos direitos representados pela declaração. Condições para expedição do atestado médico: Ser sempre exarado por médico habilitado na forma da lei. Ser subscrito por quem, de fato, examinou o beneficiário da declaração. Ser elaborado em linguagem simples, clara e de conteúdo verídico. Omitir a revelação explícita do diagnóstico, salvo quando ocorrente dever legal, justa causa ou pedido expresso do paciente. Expressar a prudência do médico ao estabelecer as consequências do exame e, portanto, ao prognosticar. • Não é justificada a cobrança de valor adicional pela emissão do atestado, sob pena de cominações éticas e penais. • Qualquer que seja a situação, atestante e beneficiário estarão sempre envolvidos em responsabilidade ético-profissional, como no campo jurídico –social. Fonte:http://luizabrito67.blogspot.com.br Aspectos ético-penais • Tratando conjuntamente do atestado e boletim médicos, o Código pátrio proíbe ao profissional fornecer atestado que não corresponda à prática de ato que o justifique, ou relatando situação diferente da realmente constatada. • Do ponto de vista da legislação, o Código Penal, tomando como bem jurídico a preservar a veracidade do atestado médico, pune com detenção de um mês a um ano a quem concede atestado falso, agregando à pena certa multa, se o crime é cometido com fim de lucro SIGILO E ÉTICA NA SAÚDE DO TRABALHADOR Visto que a informação segredada advém de pesquisa, delimita-se dois campos dentro dos quais se pode considerar o sigilo: sigilo quanto aos passos do processo de conhecimento e sigilo quanto ao resultado da pesquisa. No primeiro caso, tratamos, segundo a terminologia definida por alguns autores, de segredo profissional. Na outra hipótese, temos o sigilo FISIOTERAPÊUTICO ou sigilo diagnóstico. Fonte: http://papoila-e-orquidea.blogspot.com.br Dra Maria Goretti Fernandes Doutorado em Ciências da Saúde
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