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aula 12 imuniza sus

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Prévia do material em texto

MÓDULO II
//curso de
APERFEIÇOAMENTO 
FORTALECIMENTO 
DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO 
NOS TERRITÓRIOS 
MUNICIPAIS
Aula 
12
// CUIDADO EM SAÚDE
C
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é
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i
t
o
s
 
/
/
Todos os direitos reservados. É permitida a 
reprodução parcial ou total desta obra, desde 
que citada a fonte e que não seja para venda 
ou qualquer fim comercial. O conteúdo desta 
publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado 
pela equipe MaisCONASEMS e Faculdade São 
Leopoldo Mandic.
Material de Referência. Mais CONASEMS. Curso de 
Aperfeiçoamento Fortalecimento das Ações de Imunização 
nos Territórios Municipais. Módulo II: Bases Imunológicas, 
Epidemiológicas, Vigilância Epidemiológica e Cuidado em Saúde
- Aula 12 – Cuidado em Saúde.
Ficha Catalográfica 
Ficha 
Técnica
Curadoria e Produção de Conteúdos 
Mandic 
André Ricardo Ribas Freitas
Fabiana Medeiros Lopes de Oliveira 
Giuliano Dimarzio
Laura Andrade Lagoa Nóbrega 
Márcia Fonseca
Regina Célia de Menezes Succi
Gestor Educacional
Rubensmidt Ramos Riani
Coordenação Técnica e Pedagógica
Cristina Crespo
Valdívia Marçal
Coordenação Pedagógica – Faculdade 
São Leopoldo Mandic
Fabiana Succi
Patricia Zen Tempski
Especialista em Educação a Distância
Kelly Santana
Priscila Rondas
Designer instrucional 
Alexandra Gusmão
Carla Cristini Justino de Oliveira
Juliana de Almeida Fortunato
Pollyanna Micheline Lucarelli
Simone Ferreira de Assis
Web Desenvolvedor 
Aidan Bruno
Alexandre Itabayana
Cristina Perrone 
Paloma Eveir
Vitor Almas de Moura
Este material foi 
elaborado e desenvolvido 
pela equipe técnica e 
pedagógica do Mais 
CONASEMS em parceria 
com a Faculdade São 
Leopoldo Mandic.
Coordenação Geral 
Conexões Consultoria em 
Saúde Ltda.
Revisão textual 
Gehilde Reis Paula de Moura
Olá!
Este é o seu Material de 
Referência da Aula 12 do 
Módulo 2 que apresenta de 
forma mais aprofundada o 
conteúdo referente ao tema 
Cuidado em Saúde. A proposta é 
agregar mais conhecimento à 
sua aprendizagem, por isso leia-
o com atenção e consulte-o 
sempre que necessário!
Objetivos de 
aprendizagem
Conceituar Rede de Atenção à Saúde no contexto do 
Sistema Único de Saúde.
Relacionar a importância do território e dos 
determinantes sociais da saúde no processo saúde-
doença-cuidado em nível individual e coletivo.
Reconhecer os atributos essenciais e derivados da 
Atenção Básica (AB) e seu papel como 
coordenadora do cuidado dentro da Rede de 
Atenção à saúde (RAS).
Aplicar adequadamente os conceitos de 
prevenção primária, secundária, terciária e 
quaternária, além da prevenção oportuna, na sua 
prática de cuidado.
Relacionar os conceitos de risco e de vulnerabilidade 
inseridos no contexto das necessidades de saúde.
Conhecer a importância do território no 
planejamento e execução das ações.
01
02
03
04
05
06
intro
dução
Na Aula 12, você irá aprimorar seus conhecimentos, 
habilidades e atitudes para as competências de 
cuidador e colaborador no sentido de melhor 
direcionar sua prática, a partir da compreensão dos 
conceitos de Redes de Atenção à Saúde aplicados ao 
contexto do cuidado à saúde de indivíduos e da 
população, considerando suas condições de vida e seu 
processo singular de adoecimento dentro de um dado 
território ou realidade.
A compreensão ampla e crítica sobre esses conceitos 
aplicados à prática de cuidado pode contribuir com o 
aprimoramento das competências de cuidador no 
sentido de ampliar suas possibilidades de 
entendimento da pessoa que adoece e da 
competência de colaborador à medida que a prática 
do cuidado o convida a trabalhar em rede de forma 
colaborativa. 
Boa leitura!
// Níveis de 
Atenção à Saúde
Como o 
conceito de 
Saúde mudou ao 
longo dos anos
A definição da OMS
Segundo o conceito da Organização Mundial da 
Saúde, de ampla divulgação e conhecimento em 
nossa área, a saúde é definida como “um estado 
de completo bem-estar físico, mental e social e 
não apenas a ausência de doença ou 
enfermidade”. 
Essa definição é válida oficialmente até os dias 
de hoje, apesar de, desde sua formulação, ter 
recebido críticas e reflexões de muitos 
profissionais, pesquisadores e outros 
protagonistas da área da saúde. Esses, de modo 
geral, classificam-na como “utópica” e “não-
operacional”, caracterizando-a mais como uma 
“declaração” do que propriamente uma 
definição (Narvai, et al.,2008).
// Níveis de Atenção à Saúde
01 Plano individual
Dentre as diversas abordagens possíveis para se entender 
o conceito de saúde, apresenta-se uma que parece mais 
útil para esta discussão e que tem sido defendida por 
alguns autores (Narvai, et al.,2008). 
Pode-se então descrever a condição de “saúde”, 
didaticamente, segundo a soma de dois “planos” 
apresentados a seguir:
// Níveis de Atenção à Saúde
Entende-se que as disfunções e 
anormalidades ocorrem em indivíduos 
que são seres biológicos e sociais ao 
mesmo tempo. Portanto, as alterações 
no estado de saúde resultam não 
apenas de aspectos biológicos, mas 
também das condições gerais da 
existência dos indivíduos, grupos e 
classes sociais, ou seja, teria então 
dimensões individuais e coletivas. 
Segundo essa concepção, a condição de 
saúde poderia variar entre um extremo 
de “mais perfeito bem-estar” até o 
outro extremo da “morte”, com uma 
série de processos e eventos 
intermediários entre os dois (Narvai, et 
al.,2008).
02 Plano coletivo
Expande-se ainda mais esse 
entendimento que é encarado não 
como a simples soma das condições 
orgânicas e sociais de cada indivíduo 
isoladamente, mas sim como a 
expressão de um processo social mais 
amplo, que resulta de uma complexa 
trama de fatores e relações, 
representados por determinantes do 
fenômeno nos vários níveis de análise: 
família, domicílio, microárea, bairro, 
município, região, país, continente, 
etc.( Narvai, et al.,2008). Nessa linha, 
fica mais fácil compreender a definição 
de Minayo (1994) [Apud (Narvai, et 
al.,2008)] sobre saúde: “fenômeno 
clínico e sociológico vivido 
culturalmente”.
// Níveis de Atenção à Saúde
Enxergando-se a condição de saúde segundo esses 
02 planos, compreende-se melhor porque somente 
em situações muito específicas, a “saúde” resulta 
apenas da disponibilidade e do acesso aos serviços 
de saúde. Assim, o “direito à saúde” deveria ser 
entendido de forma mais abrangente do que apenas 
o “direito ao acesso aos serviços de saúde” (Narvai, 
et al.,2008).
A nossa própria Constituição Federal de 1988, em 
sua seção da saúde (Art. 196), define-a nesses 
termos (grifos meus): “a saúde é um direito de todos 
e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco 
de doenças e outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação”, o que deve ser a base de 
nosso Sistema Universal de Saúde (SUS).
// Níveis de Atenção à Saúde
Figura 1: Bandeira do Brasil e Constituição Brasileira de 1988.
O que seria 
então Atenção 
à Saúde?
Conforme vimos na semana anterior, para uma 
visão ampliada, as práticas de saúde devem ir 
além da “assistência” à saúde de indivíduos, 
ocupando-se também da “atenção à saúde”. 
“Assistência” seria entendida como um 
conjunto de procedimentos clínico-cirúrgicos 
dirigidos a indivíduos, estejam eles doentes ou 
não; e “Atenção” seria um conjunto de 
atividades intra e extra setor saúde 
(intersetorialidade) que, incluindo também a 
assistência individual, não se esgota nela, 
atingindo grupos populacionais com o objetivo 
de manter a condição de saúde, requerendo 
ações concomitantes sobre todos os 
determinantes do processo saúde-adoecimento 
(PSa) (Narvai, et al.,2008).
// Níveis de Atenção à Saúde
Dentro dessa perspectiva ampliada de saúde, 
podemos entender a “Atenção à Saúde” 
como sendo o campo de competência do 
profissional de saúde dentro de um processo 
saúde-adoecimento compreendido como 
“complexo e multideterminado”, 
reconhecendo-se as limitações importantes do 
setor saúde nesse processo. 
Também, e com a mesma conotação,a 
“atenção à saúde” seria o objeto de atuação 
dos serviços de saúde, tanto os de Saúde 
Pública, quanto os de Saúde Suplementar 
(Narvai, et al.,2008).
// Níveis de Atenção à Saúde
// Atenção Básica
// Atenção Básica
A história da (re) organização de 
serviços e sistemas de saúde 
orientados pelos princípios da “Atenção 
Básica” (AB) (também chamada de 
“Atenção Primária à Saúde” - APS) é 
marcada por uma trajetória de 
sucessivas reconstruções até se 
consolidar como uma política de 
reforma, uma alternativa diante da 
permanente crise (financeira e de 
resultados) dos sistemas de saúde 
contemporâneos.
Do ponto de vista administrativo, o 
delineamento teórico de um sistema de saúde 
hierarquizado e integrado em rede, baseado na 
assistência primária, secundária e em hospitais 
terciários, surge em 1920, na Inglaterra, com as 
propostas do “Relatório Dawson” [Apud 
(Westphal, 2006)].
// Atenção Básica
Mas, foi o clássico estudo de White et al. (1961) 
que chamou definitivamente atenção para a 
“atenção médica primária”, ao demonstrar 
que a imensa maioria do cuidado médico nos 
EUA e Reino Unido era realizada neste nível de 
atenção, muitas vezes em centros de saúde 
comunitários, evidenciando que o atendimento 
em hospitais universitários representava 
apenas uma discreta fração do total.
Vale ressaltar que o modelo de atenção baseado 
em centros de saúde comunitários remontava a 
iniciativas pioneiras francesas do final do século XIX, e 
americanas do início do século XX (Gil et al, 2006), as 
quais já promoviam e efetivaram conceitos-chaves, 
muitos incorporados pela AB no futuro: população de 
risco, ações de base territorial, descentralização, 
assistência social, prevenção associada à assistência 
médica, educação sanitária, ações sobre o meio 
ambiente, cogestão e controle por colegiados e 
conselhos, assistentes de quarteirão, e rede de 
atenção à saúde organizada em distritos.
O grande marco teórico da AB deu-se durante a 
Conferência da OMS que culminou com a 
“Declaração de Alma Ata”, organizada pela OMS em 
1978, na antiga União Soviética, na qual a saúde foi 
reconhecida como direito fundamental das pessoas e 
comunidades, sendo enfatizados o acesso universal 
aos serviços de saúde e a intersetorialidade das 
ações, e ficando evidenciada a AB como estratégia 
básica para a consecução desses objetivos (Mello et 
al. 2009). O lema “Saúde para Todos no ano 2000” foi 
o mote das discussões, o qual seria alcançado pelo 
desenvolvimento da AB e seus princípios em todos os 
países do mundo. 
// Atenção Básica
A AB foi definida como:
Atenção essencial à saúde baseada em 
tecnologia e métodos práticos, cientificamente 
comprovados e socialmente aceitos, tornados 
universalmente acessíveis a indivíduos e 
famílias na comunidade, a um custo que tanto 
a comunidade quanto o país possa arcar em 
cada estágio de seu desenvolvimento. É parte 
integral do sistema de saúde do país, do qual é 
função central, sendo o enfoque principal do 
desenvolvimento social e econômico global da 
comunidade. É o primeiro nível de contato dos 
indivíduos, da família e da comunidade com o 
sistema nacional de saúde, levando a atenção 
à saúde o mais próximo possível do local onde 
as pessoas vivem e trabalham, constituindo o 
primeiro elemento de um processo de atenção 
continuada à saúde [Apud (Starfield, 1998)].
“ 
”
// Atenção Básica
Definiram-se, também, os elementos essenciais 
da AB para aquele momento histórico, como 
apontado anteriormente. Muitos deles 
similares aos dos centros de saúde 
comunitários: 
• educação em saúde conforme as 
necessidades locais;
• promoção de nutrição adequada;
• abastecimento de água e saneamento 
básico apropriados;
• atenção materno-infantil (incluindo o 
planejamento familiar);
• imunização, prevenção e controle das 
doenças endêmicas;
• tratamento apropriado das doenças 
comuns e acidentes na comunidade;
• distribuição de medicamentos básicos e 
essenciais.
Esses elementos nortearam a evolução do 
conceito de AB e de seus princípios até os dias 
de hoje (Starfield, 1998).
// Atenção Básica
Princípios Modernos da AB
Podemos circunscrever, com base no trabalho de 
Barbara Starfield, uma das mais importantes autoras 
da área, os princípios gerais da AB, com base na 
Declaração de Alma-Ata (1978) e na evolução do 
conceito até os dias de hoje: oferta de ações de 
atenção à saúde integradas e acessíveis segundo as 
necessidades locais, desenvolvidas por equipes 
multiprofissionais responsáveis por abordar uma 
ampla maioria das necessidades individuais e 
coletivas em saúde, desenvolvendo uma parceria 
sustentada com as pessoas e comunidades 
(Starfield, 1998).
Figura 2: Barbara Starfield (2010)
// Atenção Básica
A mesma autora resume os princípios 
da AB em quatro características ou 
atributos essenciais:
a) Primeiro contato, integralidade, 
longitudinalidade e coordenação;
b) mais três derivados (orientação familiar, 
comunitária, e competência cultural), 
explicitados na figura 3. 
// Atenção Básica
Figura 3- Atributos essenciais e derivados da AB.
Assim, a AB deve ser o primeiro contato 
preferencial das pessoas com o sistema de 
saúde, sem restrição de acesso, 
independente de gênero, condições 
socioculturais e problemas de saúde; com 
abrangência e integralidade das ações 
individuais e coletivas; e continuidade 
(longitudinalidade) e coordenação do 
cuidado ao longo do tempo, tanto no plano 
individual, quanto no coletivo, mesmo 
quando houver necessidade de 
referenciamento das pessoas para outros 
níveis e equipamentos de atenção do 
sistema de saúde. Deve ser praticada e 
orientada para os contextos familiar e 
comunitário, entendidos em sua estrutura e 
conjuntura socioeconômica e cultural.
// Atenção Básica
Sabe-se hoje, por diversos estudos científicos, que 
um sistema de saúde com forte referencial na AB é 
mais efetivo, mais satisfatório para as pessoas e 
comunidades, têm menores custos, e é mais 
equitativo - mesmo em contextos de grande 
iniquidade social (Starfield et al., 2005).
Assim, a AB vem sendo entendida como o primeiro 
nível de atenção nos sistemas de saúde nacionais, 
regionais e locais, como também como estratégia 
política e princípios para (re) organização dos 
serviços e sistemas de saúde. Para tal, necessita de 
práticas profissionais específicas e construídas num 
modo complexo, integral e sistêmico de pensar o 
processo saúde-adoecimento, incorporando o 
conceito mais moderno de “promoção da saúde” 
apresentado anteriormente na Aula 9.
Atenção!
No Brasil, a expressão atual da AB na 
política de saúde (SUS), para tratar dos 
mesmos princípios e características, é a 
“Estratégia Saúde da Família” (ESF).
// Atenção Básica
Carteira de Serviços da Atenção Básica 
A Carteira de Serviços da AB é uma orientação 
contida na atual Política Nacional da Atenção Básica 
(PNAB 2017), que estabeleceu, nas suas diretrizes 
sobre funcionamento das unidades de saúde, a 
necessidade de definição de um amplo escopo dos 
serviços a serem ofertados como forma de garantia 
da coordenação do cuidado e ampliação do acesso. 
A PNAB 2017 definiu, ainda, que as ações e serviços 
da AB deverão seguir padrões essenciais e 
ampliados. Consideram-se padrões essenciais, ações 
e procedimentos básicos relacionados a condições 
básicas/essenciais de acesso e qualidade na AB; já os 
padrões ampliados são ações e procedimentos 
estratégicos para avançar e alcançar padrões 
elevados de acesso e qualidade na AB, observando 
especificidades locais, indicadores e parâmetros 
estabelecidos nas Regiões de Saúde. 
// Atenção Básica
Ao longo do tempo, serão definidos os padrões 
essenciais e ampliados com base na avaliação da 
implantação da Carteira de Serviços, e essa definição 
poderá obter recortes regionais ou de acordo com a 
tipologia do município com base na atual 
classificação do IBGE. Orienta- se também que a 
oferta dos serviços seja pública, cabendo a cada 
gestor municipal, baseado na legislação vigente,realizar análise de demanda do território e ofertas 
das unidades de saúde para mensurar sua 
capacidade resolutiva, adotando as medidas 
necessárias para ampliar o acesso, a qualidade e a 
resolutividade das equipes e serviços da APS em 
parceria com o conselho gestor local.
A Carteira de Serviços não visa enumerar nem 
esgotar todos os sinais, sintomas, ações, cuidados e 
patologias mais prevalentes que devem ser 
acompanhadas na AB, especialmente porque a 
epidemiologia e as necessidades das pessoas são 
dinâmicas e variadas. Da mesma forma, os 
procedimentos e as ações a serem realizados devem 
respeitar as regulamentações específicas dos 
conselhos profissionais bem como as habilidades 
individuais, sendo mote para a organização e a 
identificação de treinamentos adicionais necessários 
a serem ofertados aos profissionais. 
// Atenção Básica
Atenção Básica Centrada na Pessoa e Baseada 
em Evidência 
Dentro da ideia de uma Carteira de Serviços 
abrangente, temos a consulta clínica integral na AB. 
A consulta clínica na AB deve idealmente seguir dois 
pilares, aparentemente distintos, mas que na 
realidade se complementam: o Método Clínico 
Centrado na Pessoa (MCCP), e a Saúde Baseada em 
Evidência. 
// Atenção Básica
Tomada de decisões clínicas
É um processo que leva em consideração três 
elementos: as evidências, as particularidades de 
cada pessoa e suas preferências. A saúde baseada 
em evidências fez enormes avanços nesse sentido, 
sendo um método robusto e extremamente útil de 
estruturar questões clínicas e avaliar evidências. Por 
outro lado, o MCCP traz o estabelecimento de uma 
base comum entre as perspectivas do profissional de 
saúde e da pessoa que é atendida, sendo a 
confluência dos dois métodos a chave para um 
desfecho clínico favorável. 
Saúde baseada em evidências
Ajuda o profissional de saúde a determinar quais 
elementos podem ser apropriados para a tomada de 
decisão clínica, e o MCCP tem o intuito de garantir 
que as características particulares e as preferências 
de cada pessoa sejam levadas em consideração e de 
que se chegue a um plano de tratamento elaborado 
de acordo com esses fatores. 
// Atenção Básica
// Redes de Atenção 
à Saúde (RAS)
Qual a 
importância 
das Redes de 
Atenção (RAS)?
Na última década, tem-se ressaltado dentro do 
SUS a importância da configuração de redes 
regionalizadas de atenção à saúde nos estados, 
envolvendo conglomerados de municípios. A 
portaria n.º 4.279 de 2010 define as regiões 
como áreas de abrangência territorial e 
populacional sob responsabilidade das redes de 
saúde, e o processo de regionalização como 
estratégia fundamental para sua configuração. 
Além disso, estabelece outros elementos 
constitutivos para o funcionamento das redes. 
// Rede de Atenção à Saúde (RAS)
O Decreto Presidencial n.º 7508, publicado em 28 
de junho de 2011, regulamenta a Lei n.º 8.080 de 
1990 e dá novo destaque às redes, estabelecendo 
instrumentos para sua efetivação:
•o mapa da saúde (que inclui a oferta pública e 
privada nas regiões);
•os Contratos Organizativos de Ação Pública 
(COAP), os planos de saúde;
• a Relação Nacional de Ações e Serviços de 
Saúde (Renases);
• a Relação Nacional de Medicamentos 
Essenciais (Rename) e
• as Comissões Intergestores (instâncias de 
governança regional das redes, incluindo as 
Comissões Intergestores Regionais em 
substituição aos Colegiados de Gestão 
Regional). 
O objetivo, explicitado no documento, é 
proporcionar maior transparência na gestão do 
SUS, controle social e segurança jurídica nas 
relações entre os entes federados. 
// Rede de Atenção à Saúde (RAS)
A região de saúde é definida a partir de um rol 
mínimo de ações e serviços (Resolução CIT n.º 1, 
de 29/09/2011), visando à organização, ao 
planejamento e à execução das redes de atenção à 
saúde (segundo conceitos e critérios definidos pela 
Portaria n.º 4.279/10). Apesar de manter a 
flexibilidade dos desenhos regionais, respeitando 
as diversidades territoriais, o Decreto n.º 7.508/11 
condiciona estes desenhos ao cumprimento do rol 
mínimo de ações e serviços que uma região de 
saúde deve oferecer para garantir a integralidade 
do atendimento à saúde.
Prevê, ainda, a solidariedade entre as regiões com 
o objetivo de garantir a oferta e cobertura das 
ações e serviços previstos na Renases (Resolução 
CIT n.º 2, de 17/01/2012) e na Rename (Resolução 
CIT n.º 1, de 17/01/2012). A construção das redes 
de atenção à saúde deve ocorrer, portanto, em 
diferentes escalas, conforme a complexidade e 
especialidade dos serviços e a necessidade de 
estabelecimento de fluxos assistenciais entre as 
regiões de saúde. 
// Rede de Atenção à Saúde (RAS)
Os Colegiados de Gestão Regional (CGR), 
criados pelo Pacto pela Saúde, são 
expressos como espaços de governança 
regional do SUS, sendo renomeados como 
Comissões Intergestores Regionais (CIR) e 
mantidas sua estrutura de organização e 
funcionamento.
O pressuposto da forte interdependência 
entre os governos e da necessidade de 
consolidar a “rede interfederativa” no 
SUSpor meio da criação de uma “força 
vinculante entre as esferas 
governamentais” está subjacente à 
proposta. 
// Rede de Atenção à Saúde (RAS)
Regiões de 
saúde
Objeto principal do processo de 
regionalização, as regiões de 
saúde constituem-se como base 
territorial para o planejamento 
das redes de atenção que 
possuem distintas densidades 
tecnológicas e capacidades de 
oferta de ações e serviços de 
saúde.
São também espaços 
geográficos que 
engendram diferentes 
agentes (governos, 
organizações e 
cidadãos) e suas 
ações na condução do 
sistema de saúde.
// Rede de Atenção à Saúde (RAS)
Rede regionalizada de 
Atenção à Saúde
Pressupõe a região como 
atributo fundamental para sua 
organização e funcionamento. 
Esta se constitui por um 
conjunto de:
Unidades (ou pontos de 
atenção), de diferentes 
funções, complexidades 
e perfis de atendimento, 
que operam de forma 
ordenada e articulada 
no território, de modo a 
atender as necessidades 
de saúde da população. 
// Rede de Atenção à Saúde (RAS)
Por seus significados e pelas relações existentes 
entre regiões e redes de atenção, considera-se 
que o avanço do processo de regionalização 
pode interferir positivamente no acesso às ações 
de serviços de saúde. 
Atenção!
Faz-se necessário, portanto, 
identificar as condições que 
favorecem ou dificultam a 
regionalização para compreensão de 
possíveis entraves à diminuição das 
desigualdades regionais no acesso à 
saúde no Brasil. 
// Rede de Atenção à Saúde (RAS)
Entende-se que a AB é a estratégia principal para a 
organização da RAS, por ser a porta de entrada 
preferencial dos usuários no SUS e por ordenar todos os 
recursos do sistema para satisfazer às necessidades, às 
demandas e às representações da população, o que 
coloca a AB como coordenadora estratégica da RAS 
(Figura 4).
Figura 4: AB como coordenadora estratégica da RAS.
// Rede de Atenção à Saúde (RAS)
Fonte: MENDES (2011)
// Processo saúde-
adoecimento-cuidado
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Várias definições 
têm sido 
utilizadas nos 
meios técnico e 
científico na 
atualidade
Mas, primeiramente, é necessário deixar claro que 
a concepção de saúde-doença está diretamente 
atrelada à forma como o ser humano, no decorrer 
de sua existência, foi se apropriando da natureza 
para transformá-la, buscando o atendimento às 
suas necessidades. 
Um outro ponto a ser destacado é o fato de que a 
concepção de saúde-doença dá suporte aos 
projetos de intervenção sobre a realidade. Em 
outras palavras, a prática cotidiana de assistência, 
junto aos indivíduos e aos grupos sociais, é 
orientada pela visão que se tem de saúde, doença, 
vida, trabalho e assim por diante. 
A compreensão diferenciada dos fenômenos sociais e 
inclusive de saúde, consolida o desenvolvimento da 
Teoria da Determinação Social do Processo Saúde-
Doença, também denominado Determinantes Sociais da 
Saúde (DSS), que buscarelacionar a forma como a 
sociedade está organizada às manifestações de saúde ou 
de doença (Figura 5).
Figura 5: Determinantes Sociais da Saúde (DSS).
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Modelo de Determinantes Sociais proposto Dahlgren e Whitehead
Isso quer dizer que o processo saúde-
adoecimento compõe momentos de um 
processo maior, que se refere à vida das 
pessoas, que, por sua vez, está 
intrinsecamente ligada ao potencial que elas 
têm ao acesso às necessidades para viver a 
vida, seja a moradia, a alimentação, a 
educação, a saúde, o lazer, etc. Ter acesso, 
numa sociedade como a brasileira, depende 
da inserção no sistema de produção, ou seja, 
do local que a pessoa ocupa no trabalho. 
Assim, a depender da inserção no sistema de 
produção, poder-se-á dispor de 
possibilidades maiores ou menores para o 
consumo. Portanto, verifica-se que a saúde-
doença depende, em última instância, do 
lugar ocupado na sociedade. 
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Na abordagem da Vigilância à Saúde 
está se remetendo a uma forma de 
atuação que tem em vista a 
cotidianidade, ou seja, o constante 
monitoramento da saúde-doença dos 
grupos sociais. 
Neste aspecto, consideram-se como 
objeto de atenção, os perfis de saúde-
doença dos grupos sociais e as questões 
que desencadearam os processos de 
adoecimento/fortalecimento. A 
atuação, neste caso, não se reduz à 
espera de sinais de alarme ou dos 
denominados eventos sentinela, mas da 
detecção precoce de estrangulamentos 
ou de nós críticos que evidenciam os 
problemas e as necessidades de saúde.
Veja-se que estes ganham uma nova 
dimensão, pois deixam de ser fatores e 
passam a integrar processos de vida.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Níveis de prevenção
Retomamos, aqui, também, essa 
discussão dos níveis de prevenção à 
saúde que já foram abordados na Aula 
8, sendo, portanto, quatro, os níveis de 
prevenção estabelecidos.
a) Prevenção primária é a ação tomada para 
remover causas e fatores de risco de um problema de 
saúde individual ou populacional antes do 
desenvolvimento de uma condição clínica. Inclui 
promoção da saúde e proteção específica (ex.: 
imunização, orientação de atividade física para 
diminuir chance de desenvolvimento de obesidade).
b) Prevenção secundária é a ação realizada para 
detectar um problema de saúde em estágio inicial, 
muitas vezes, em estágio subclínico, no indivíduo ou 
na população, facilitando o diagnóstico definitivo, o 
tratamento e reduzindo ou prevenindo sua 
disseminação e os efeitos de longo prazo (ex.: 
rastreamento, diagnóstico precoce).
c) Prevenção terciária é a ação implementada para 
reduzir em um indivíduo ou população os prejuízos 
funcionais consequentes de um problema agudo ou 
crônico, incluindo reabilitação (ex.: prevenir 
complicações do diabetes, reabilitar paciente pós-
infarto – IAM ou acidente vascular cerebral).
d) Prevenção quaternária, de acordo com o 
dicionário da WONCA é a detecção de indivíduos em 
risco de intervenções, diagnósticas e/ou terapêuticas, 
excessivas para protegê-los de novas intervenções 
médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas 
eticamente aceitáveis.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
A prevenção de doenças 
compreende três categorias: 
manutenção de baixo risco; redução de 
risco e detecção precoce. A imunização 
contribui nas duas primeiras categorias.
a) Manutenção de baixo risco tem por objetivo 
assegurar que as pessoas de baixo risco para 
problemas de saúde permaneçam com essa condição 
e encontrem meios de evitar doenças.
b) Redução de risco foca nas características que 
implicam risco de moderado a alto, entre os indivíduos 
ou segmentos da população, e busca maneiras de 
controlar ou diminuir a prevalência da doença.
c) Detecção precoce visa estimular a 
conscientização dos sinais precoces de problemas de 
saúde – tanto entre usuários leigos como em 
profissionais – e rastrear pessoas sob risco de modo a 
detectar um problema de saúde em sua fase inicial, se 
essa identificação precoce traz mais benefícios que 
prejuízos aos indivíduos. Ela baseia-se na premissa de 
que algumas doenças têm maiores chances de cura, 
sobrevida e/ou qualidade de vida do indivíduo quando 
diagnosticadas o mais cedo possível. Alguns tipos de 
câncer, as doenças cardiovasculares, o diabetes e a 
osteoporose são alguns exemplos.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
A detecção precoce pode ser realizada tanto 
nos encontros clínicos – em que o paciente 
procura o serviço por algum motivo – quanto nos 
encontros em que não há demanda por 
cuidado, como: atestados e relatórios, 
acompanhamento de familiares, vacinação, coleta 
de Papanicolaou etc. Em ambos os casos, os 
profissionais de saúde precisam estar receptivos e 
atentos para, além das atividades em foco (o motivo 
principal do encontro), observar possíveis sinais de 
doenças e, se necessário, tomar as providências para 
detectá-los precocemente. 
É fundamental que a habilidade e o respeito dos 
profissionais, bem como o diálogo com os 
usuários norteiem e limitem essa missão, 
evitando qualquer tendência à intromissão 
imprópria e a intervenções inadequadas e 
possivelmente iatrogênicas.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Saiba 
mais!
Estratégias para a detecção 
precoce são o diagnóstico 
precoce e o rastreamento.
O diagnóstico precoce diz respeito 
à abordagem de indivíduos que já 
apresentam sinais e/ou sintomas 
de uma doença, enquanto o 
rastreamento é uma ação dirigida 
à população assintomática, na fase 
subclínica do problema em 
questão.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Diagnóstico precoce são ações destinadas a 
identificar a doença em estágio inicial a partir 
de sintomas e/ou sinais clínicos. Na área oncológica, 
o diagnóstico precoce é uma estratégia que 
possibilita terapias mais simples e efetivas, ao 
contribuir para a redução do estágio de 
apresentação do câncer. Por essa razão, o conceito 
de diagnóstico precoce é por vezes nomeado de 
down-staging, ou seja, no menor estágio do 
desenvolvimento da doença.
Rastreamento é a realização de testes ou 
exames diagnósticos em populações ou 
pessoas assintomáticas, com a finalidade de 
diagnóstico precoce (prevenção secundária) ou 
de identificação e controle de riscos, tendo como 
objetivo final reduzir a morbidade e mortalidade da 
doença, agravo ou risco rastreado. O rastreamento 
viabiliza a identificação de indivíduos que têm a 
doença, mas que ainda não apresentam sintomas. 
Por vezes, confunde-se a questão do rastreamento 
com a simples adoção de protocolos ou guidelines, 
recomendações de associações médicas ou outras 
instituições respeitadas sobre condutas 
profissionais. Essa ideia está mais próxima do 
rastreamento oportunístico, que, por sua vez, pode 
trazer mais problemas para os pacientes do que 
alívio do sofrimento. O rastreamento não está isento 
de riscos, pois significa interferir na vida de pessoas 
assintomáticas, ou seja, que até provem o contrário 
são saudáveis. 
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
// Necessidades 
em saúde
As 
necessidades 
em saúde e 
seus 
pressupostos
// Necessidades em Saúde
01
Considerar que a concepção sobre necessidades 
de saúde vincula-se à noção de necessidades 
sociais e representa um conceito de junção de 
diferentes disciplinas como a economia, política, 
sociologia, antropologia, psicologia e biologia.
02
Considerar a natureza complexa da 
realidade e que existem diferentes 
saberes, desejos e interesses na 
perspectiva de profissionais de saúde, 
pacientes/responsáveis, cuidadores, 
podendo, inclusive, ser conflitantes.
// Necessidades em Saúde
03
Na perspectiva dos profissionais de saúde, a 
identificação de necessidades de saúde deve estar 
orientada por princípios éticos e científicos e pelas 
diretrizes da universalidade, integralidade e 
equidade do cuidado e defesa da vida.
04
A abordagem construtivista da 
educação em saúde pressupõe a 
interação entre as pessoas e o 
confronto de diferentes saberes naconstrução de novos significados, a 
partir da ampliação das capacidades de 
análise, síntese e reflexão crítica, da 
autonomia e da co-responsabilização, 
num ambiente colaborativo e 
respeitoso.
Diretrizes para a 
identificação de 
necessidades de 
saúde
As necessidades de saúde são aquilo que 
falta na situação atual “para um dever ser” 
na situação desejada. Subordina-se aos 
conceitos de normatividade e de saúde-doença, 
concepções essas com caráter histórico, construído 
no desenvolvimento das sociedades. São uma 
tradução singular e operacional de problemas de 
saúde, embora possam existir necessidades sem 
que haja um problema, como no caso da 
prevenção.
É um produto do encontro do profissional 
com a pessoa quando se dá a explicitação da 
necessidade [obtida de forma percebida, 
referida, expressa, normativa ou comparativa] do 
que precisa ser satisfeito para a vida continuar.
A necessidade de saúde seria uma 
ferramenta para ampliar a abordagem do 
diagnóstico, problema ou condição, e 
embasaria a anamnese e o plano de cuidado e/ou 
intervenção.
// Necessidades em Saúde
A identificação de necessidades de saúde é 
uma ação da prática profissional na área da 
saúde, com especificidades para a prática médica, 
uma vez que têm interface com a formulação do(s) 
problema(s) do paciente, vinculados ou não a 
diagnósticos clínicos.
As necessidades de saúde podem ser 
individuais e/ou coletivas (familiar, grupos 
sociais, comunidade) e abrangem as dimensões 
biológica e psicológica, tendo caráter histórico e 
sociocultural.
As necessidades de saúde compreendem 
aquelas referidas (demandadas) pelo 
paciente/responsável e as percebidas pelos 
profissionais de saúde. O discurso do 
paciente/responsável é indispensável para o 
levantamento de necessidades referidas.
Deve haver um diálogo entre as 
necessidades percebidas e referidas. Todas as 
necessidades devem ser abordadas no processo de 
construção do planejamento terapêutico, porém 
nem todas acabam pactuadas. Quanto maior a 
confluência entre necessidades referidas e 
percebidas, maior potencialidade do plano 
terapêutico (individual) ou projeto de intervenção 
(coletivo). 
// Necessidades em Saúde
O plano terapêutico, como resultado de uma 
negociação que considera o contexto, a autonomia 
dos pacientes e o compromisso ético e social dos 
profissionais de saúde, deve explicitar tanto o que 
foi pactuado, como as dificuldades ou obstáculos a 
determinadas orientações ou intervenções.
O próprio contexto atual da pandemia da covid19 já 
traz impacto de elevada relevância e magnitude de 
caráter psicossocial com relação ao cuidado 
individual e coletivo, na perspectiva da vigilância, do 
próprio autocuidado e do isolamento social.
// Necessidades em Saúde
// Territorialização
// Territorialização
Qual a importância 
da 
territorialização?
Com o objetivo de se promover uma abordagem 
promotora de cuidado no âmbito da Atenção 
Básica, o reconhecimento do território, espaço 
vivo e dinâmico das vivências das pessoas, suas 
famílias e comunidades, é estratégico. 
O reconhecimento desse território é um passo 
básico para a caracterização da população e de 
seus problemas de saúde, bem como para a 
avaliação do impacto dos serviços sobre os níveis 
de saúde dessa população. Além disso, permite o 
desenvolvimento de um vínculo entre os serviços 
de saúde e a população, mediante práticas de 
saúde orientadas por categorias de análise de 
cunho geográfico. 
Essa proposta, contida no novo modelo de vigilância 
em saúde, é justificada pelo agravamento das 
desigualdades sociais associado a uma segregação 
espacial aguda, que restringem o acesso da 
população a melhores condições de vida.
A territorialização consiste em um dos pressupostos 
da organização dos processos de trabalho e das 
práticas de saúde, considerando-se uma atuação 
em uma delimitação espacial previamente 
determinada. A territorialização de atividades de 
saúde vem sendo preconizada por diversas 
iniciativas no interior do Sistema Único de Saúde 
(SUS), como a Estratégia Saúde da Família, a 
Vigilância Ambiental em Saúde, Cidades Saudáveis e 
a própria descentralização das atividades de 
assistência e vigilância.
// Territorialização
Muito além de ser meramente o espaço 
político-operativo do sistema de saúde, o 
território do distrito sanitário ou do 
município, onde se verifica a interação 
população-serviços no nível local, 
caracteriza-se por uma população específica, 
vivendo em tempo e espaço determinados, 
com problemas de saúde definidos e que 
interage com os gestores das distintas 
unidades prestadoras de serviços de saúde. 
Esse espaço apresenta, portanto, além de 
uma extensão geométrica, um perfil 
demográfico, epidemiológico, 
administrativo, tecnológico, político, social e 
cultural, que o caracteriza como um 
território em permanente construção.
Dessa forma, vem se fortalecendo a ideia das 
ações de promoção da saúde, orientadas 
para as ações coletivas e intersetoriais, 
independentemente do sistema de atenção 
à saúde. A atenção voltada para a produção 
social da saúde das populações gera a 
necessidade de esclarecer as mediações que 
operam entre as condições reais em que 
ocorre a reprodução dos grupos sociais no 
espaço e a produção da saúde e da doença. 
// Territorialização
No Programa Nacional de Imunizações, a 
definição da população adscrita a um serviço de 
saúde, possibilita monitoramento constante dos 
indicadores de coberturas vacinais nas diversas 
faixas etárias, e intervenção oportuna, como por 
exemplo, a busca de faltosos.
Atenção!
Vale lembrar que, mesmo havendo 
população adscrita numa Sala de Vacina, 
deve-se atender e vacinar todos que 
procurarem o serviço, independente do 
local de moradia.
// Territorialização
Práticas de vigilância em saúde 
e a territorialização
Os problemas de saúde apresentam uma diversidade 
de determinações, fazendo com que propostas de 
resolução sejam baseadas em múltiplas estratégias, 
medidas e atores. Destaca-se, ainda, nesse processo, 
o conhecimento popular e a participação social 
decorrente desse saber como base para a 
formulação conceitual e das ações de promoção da 
saúde.
Para a reorientação dos sistemas de saúde na 
direção de afirmar-se como “espaço da saúde”, e 
não exclusivamente da atenção à doença, exige um 
processo de construção social de mudanças que se 
darão, concomitante e dialeticamente, na concepção 
do processo saúde-doença, no paradigma sanitário e 
na prática sanitária. O entendimento do processo 
saúde-doença tem evoluído consideravelmente de 
uma concepção eminentemente monocausal do 
pensamento clínico a concepções ampliadas de 
saúde, que articulam saúde com condições de vida, 
o que a Carta de Ottawa e todo o movimento 
contemporâneo da promoção social da saúde 
incorporaram plenamente. 
// Territorialização
Essa nova visão considera a saúde como uma 
acumulação social, expressa num estado de bem-
estar, que pode indicar acúmulos positivos ou 
negativos. Portanto, compreende que a dinâmica 
das relações sociais seja o fator que define as 
necessidades de saúde. Para o setor saúde, a 
perspectiva do modelo da vigilância em saúde 
configura-se no construto operacional que se 
propõe a dar resposta aos problemas de saúde.
Para a constituição de uma base organizativa dos 
processos de trabalho nos sistemas locais de saúde 
em direção a essa nova prática, é importante o 
reconhecimento dos territórios e seus contextos de 
uso, uma vez que estes materializam 
diferentemente as interações humanas, os 
problemas de saúde e as ações sustentadas na 
intersetorialidade. 
// Territorialização
// Considerações 
Finais
Chegamos ao final deste conteúdo. 
É importante destacar os seguintes 
pontos abordados:
• Os Determinantes Sociais da Saúde e o território 
em saúde exercem relevante impacto no processo 
saúde-doença-cuidado.
• A Atenção Básica (AB) é um nível de atenção 
essencial para a ordenação do cuidado dentro da 
rede de Rede de Atençãoà Saúde, contribuindo 
para um cuidado integral, continuado e promotor 
de acesso.
• A vigilância em saúde é um conjunto de ações 
fundamentais para a promoção de saúde, redução 
de agravos e iniquidades em saúde.
// Considerações Finais
• A abordagem centrada na pessoa, e a medicina 
baseada em evidências são ferramentas 
importantes para um cuidado efetivo na Atenção 
Básica.
Esperamos que o conhecimento sobre a Rede de 
Atenção à Saúde auxilie você no seu dia a dia de 
Trabalho.
// Considerações Finais
Até a 
próxima!
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