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Aspectos tributários na atividade comercial

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23/03/2021 Aspectos tributários na atividade comercial
estacio.webaula.com.br/cursos/temas/aspectos_tributarios_na_atividade_comercial/index.html#imprimir 1/49
DESCRIÇÃO
Definição das diferentes formas de tributação das atividades comerciais e seus
impactos contábeis.
PROPÓSITO
Compreender o conceito e a importância das diferentes formas de tributação
das atividades comerciais para o cálculo correto margem de lucro da empresa
e decisões acerca de seu funcionamento.
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PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos recursos
computacionais, com acesso a planilhas eletrônicas (Excel) e calculadora,
visando efetuar o cálculo das questões.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir o conceito de tributo e base de cálculo
MÓDULO 2
Descrever os tributos federais
MÓDULO 3
Descrever os tributos estaduais, municipais e Simples Nacional
MÓDULO 4
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Aplicar a contabilização correta dos tributos
INTRODUÇÃO
A tributação de uma empresa afeta as suas demonstrações contábeis e o seu
resultado financeiro. É fundamental para a tomada de decisão que a empresa
conheça as suas formas de tributação.
Para compreender como uma empresa é tributada, você precisará conhecer os
diferentes tipos de tributos, tanto federais como estaduais e municipais, bem
como os tratamentos contábeis para esses tributos e os possíveis créditos por
eles gerados.
Os principais tributos que serão estudados neste conteúdo são: o Imposto de
Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (competência federal), o
Imposto sobre Circulação de Mercadorias (competência estadual) e o Imposto
sobre Serviços de Qualquer Natureza (competência municipal).
MÓDULO 1
 Definir o conceito de tributo e base de cálculo
CONCEITO DE TRIBUTO
Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas precisam pagar tributos, taxas,
impostos e contribuições.
23/03/2021 Aspectos tributários na atividade comercial
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Fonte: Shutterstock.com
O conceito de tributo está regulado no artigo terceiro da Lei 5.172/1996 (Código
Tributário Nacional), que o define como “toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
de ato ilícito, instituída em lei cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada”. Ou seja, o tributo é caracterizado como “toda prestação
pecuniária compulsória” que o poder público estabelece.
Como já mencionado no parágrafo anterior, existem três modalidades
tributárias principais desde a promulgação da Constituição de 1988: os
impostos, as taxas e as contribuições.
IMPOSTO
O imposto é o mais comum dos três e é caracterizado por um percentual
cobrado pelo Estado sobre a renda, o patrimônio, bens de consumo ou
serviços. Esse imposto pode ser direto, quando cobrado diretamente do
contribuinte (como o Imposto de Renda ou o Imposto de Transmissão de Bens
Imobiliários, por exemplo), ou indireto, quando é embutido no valor do bem ou
do serviço que está sendo comprado ou consumido (o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por exemplo).
TAXAS
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Já as taxas são diferentes dos impostos, pois é necessário que estejam
vinculadas à prestação de um serviço público específico, como é o caso da
taxa de emissão de um passaporte ou a taxa de coleta de lixo.
Em muitos casos, nenhuma taxa é devida pelo contribuinte se ele não utiliza o
serviço público específico em questão. Por exemplo, se um contribuinte não
possui um veículo, então, não precisa pagar a taxa de licenciamento anual, ou
se um contribuinte não possui um passaporte, não precisou pagar a taxa de
emissão de um passaporte.
CONTRIBUIÇÕES
As contribuições, por sua vez, são utilizadas de forma não sistemática pelo
governo. Por exemplo, embora a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
tenha a palavra “contribuição” em seu nome, muitos autores a definem como
imposto, pois as contribuições, assim como as taxas, normalmente são
relativas a um serviço específico do governo (contribuições de melhoria) ou a
um propósito específico (como a contribuição do PIS/Pasep).
Antes de você conhecer os entes tributários brasileiros, vamos falar sobre dois
conceitos muito importantes para a correta apuração de impostos.
O primeiro conceito é a base de cálculo. A maioria dos impostos e
contribuições são calculados como percentual sobre um valor, que é a base de
cálculo. Por exemplo, a base de cálculo do Imposto de Renda simplificado é
80% da renda auferida pela pessoa física. Ou seja, os 100% da renda menos
um desconto de 20%. Portanto, a base de cálculo leva em consideração
possíveis deduções na sua composição. Cada imposto possui uma base de
cálculo diferente e, portanto, possuem apurações diferentes.

O segundo é o fato gerador, ele que faz nascer a obrigação tributária. 
 
Por exemplo, aferir renda é o fato gerador do Imposto de Renda. 
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Uma operação de câmbio é um dos fatos geradores do Imposto sobre
Operações Financeiras, e assim em diante.
Prestar atenção ao fato gerador é importante por dois motivos: primeiro ele
gera (como diz o próprio nome) a obrigação de se pagar o tributo. Em segundo
lugar, normalmente as legislações tributárias dão um prazo para a realização
do pagamento do tributo, e este, normalmente, é contado a partir do fato
gerador. Por exemplo, o vencimento para o pagamento de um imposto pode ser
de 20 dias corridos após o último dia do mês em que ocorreu o fato gerador.
Então, se o fato gerador ocorreu em 12 de março, o pagamento do tributo
deverá ser recolhido até 20 de abril.
 
Fonte: Shutterstock.com
ENTES TRIBUTÁRIOS
No Brasil, os entes tributários são os que possuem a competência para cobrar
impostos, taxas e contribuições. Essas competências são estabelecidas de
modo que certos impostos, taxas e contribuições sejam exclusivos de certos
entes.
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 EXEMPLO
Nos EUA existe a figura do Imposto de Renda Federal, assim como no Brasil,
mas também há os Impostos de Renda Estaduais e, em alguns locais, o
Imposto de Renda Municipal. No Brasil, isso seria ilegal, pois a competência
para a cobrança de Imposto de Renda é apenas do ente federativo, ou seja, da
União (governo federal), e, portanto, estados e municípios não poderiam
instituir algum tipo de imposto cuja base de cálculo seja a renda.
Os entes tributários, conforme já foi dito, possuem competências próprias de
tributação, descritas na Seção III da Constituição para a União; na Seção IV
para os estados e Distrito Federal; e na Seção V para os municípios. De todos
os tributos, as contribuições de melhoria, taxas e contribuições para o seu
regime próprio de previdência são de competência de todos os três entes.
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TRIBUTO ‒ CONCEITO E ESPÉCIES
COMPETÊNCIAS DOS ENTES
TRIBUTÁRIOS
Os impostos da competência da União são, juntamente com seus fatos
geradores:
Imposto de Importação (II), que tem como fato gerador a entrada de
produtos do exterior em território nacional;
Imposto de Exportação (IE), que tem como fatogerador a saída de
produtos nacionais do território nacional;
Imposto de Renda (IR), que tem como fato gerador a aferição de renda
por pessoa física (IRPF) ou a existência de lucro na Pessoa Jurídica
(IRPJ);
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que tem como fato gerador
a produção de bens industrializados;
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Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que tem como fato gerador
operações financeiras específicas;
Imposto Territorial Rural (ITR), que tem como fato gerador a propriedade
de imóvel fora do perímetro urbano;
Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), que, embora tenha previsão legal,
ainda não foi regulamentado;
Contribuições (como CSLL, PIS/PASEP, COFINS, CIDE, etc.), cada uma
com seus fatos geradores específicos.
Os impostos da competência dos estados e Distrito Federal são:
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que tem
como fato gerador a circulação (ou seja, a venda) de produtos em geral
dentro do território nacional, da importação de produtos do exterior e de
serviços específicos;
Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que tem como
fato gerador a transmissão de bens por falecimento ou por doação;
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que tem
como fato gerador a propriedade de veículos automotores.
Os impostos da competência dos municípios são:
Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que tem como fato gerador a
propriedade de imóvel dentro do perímetro urbano;
Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que tem como fato
gerador a compra e venda de bens imóveis.
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Imposto sobre Serviços (ISS), que tem como fato gerador a prestação de
serviços que não estão enquadrados no Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS);
CRÍTICAS AO MODELO DE REPARTIÇÃO
DE COMPETÊNCIAS BRASILEIRO
Uma grande crítica que é feita a esse modelo de repartição de competências é
o fato de que a repartição dessas competências foi realizada em 1988, quando
o cenário econômico era muito diferente do atual.
O setor de serviços cresceu muito no século XXI e a competência dessa
tributação é de exclusividade dos municípios, gerando grande aumento de
arrecadação, concentrado nos grandes municípios das regiões Sul e Sudeste,
enquanto o setor de serviço de pequenos municípios e de municípios do interior
acabaram não sendo beneficiados.
Além disso, o Código Tributário Brasileiro é muito complexo, com
regulamentações contraditórias entre os entes e intraentes. Um exemplo é
cada município possuir sua própria legislação sobre como tributar serviços, ou
cada estado possuir legislação sobre como tributar o ICMS.
Nos últimos anos, vêm crescendo a pressão para uma reforma tributária que
simplifique a tributação, a legislação e os recursos gastos para fazer a aferição
dos impostos. Tal ganho também poderia resultar numa simplificação da
fiscalização pelos entes públicos.
Embora muitas propostas tenham sido ventiladas, até o momento não existe
nenhuma que unificasse o apoio no Congresso Nacional. Consequentemente,
este tema focará apenas em analisar os atuais tributos sem entrar em detalhes
sobre possíveis modificações.
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Para finalizar esta seção, é preciso entender que, na operação de uma
empresa, muitos impostos podem ser devidos ao mesmo tempo. Por exemplo,
uma empresa ao vender um produto, paga o ICMS, porém, caso possua lucro,
também paga o IRPJ e a CSLL, além do PIS/Confins e outros impostos, como
IPVA e IPTU. Portanto, a empresa deve estar sempre atenta ao pagamento
desses impostos, a fim de não se envolver em problemas com o fisco.
Esse trabalho para as empresas de pequeno porte e as microempresas foi
facilitado com a implementação do Simples Nacional, que permite haver o
recolhimento de diferentes tipos de impostos em uma única guia. Você vai se
aprofundar nos conhecimentos do Simples Nacional no Módulo 3.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE AS AFIRMAÇÕES ABAIXO, ASSINALE A
AFIRMAÇÃO INCORRETA:
A) Os tributos são definidos como toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua de ato ilícito,
instituída em lei cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada.
B) No Brasil, existem três tipos de tributos: os impostos, as taxas e as
contribuições.
C) O ICMS é um tipo de tributo que se enquadra como contribuição.
D) As taxas são diferentes dos impostos porque são vinculadas à prestação de
serviço de um ente público.
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E) Os impostos são normalmente calculados a partir de uma porcentagem
aplicada sobre uma base de cálculo.
2. SOBRE O IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ISS), PODEMOS
DIZER QUE:
A) O Imposto sobre Serviços tem como fato gerador a circulação de
mercadorias.
B) O Imposto sobre Serviços é um tributo de competência do ente federal.
C) O Imposto sobre Serviços é um tributo de competência do ente estadual.
D) O Imposto sobre Serviços é um tributo de competência do ente municipal.
E) Embora tenha o nome de “Imposto” o “Imposto sobre Serviços”, mais
conhecido como ISS, se caracteriza como uma taxa do ente municipal.
GABARITO
1. Sobre as afirmações abaixo, assinale a afirmação incorreta:
A alternativa "C " está correta.
 
De acordo com o artigo terceiro da Lei 5.172/1996, os tributos são definidos
como toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua de ato ilícito, instituída em lei cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada. No Brasil, existem três
tipos de tributos: os impostos, as taxas e as contribuições. O ICMS é um
imposto de competência do ente estadual e, portanto, não se enquadra como
contribuição. As taxas são diferentes dos impostos porque são vinculadas a
uma prestação de serviço de um ente público. Os impostos são normalmente
calculados a partir de uma porcentagem aplicada sobre uma base de cálculo.
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2. Sobre o Imposto sobre Serviços (ISS), podemos dizer que:
A alternativa "D " está correta.
 
O Imposto sobre Serviços, como diz o próprio nome, é um imposto e não uma
taxa, pois não está vinculado à prestação de um serviço pelo ente público
municipal. Ele é de competência do ente municipal e seu fato gerador não é a
circulação de mercadorias (esse é o fato gerador do ICMS) e sim a prestação
de serviços.
MÓDULO 2
 Descrever os tributos federais
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TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA
FEDERAL – TIPOS E
CARACTERÍSTICAS
IMPOSTOS MAIS COMUNS: IR, CSLL
E PIS/COFINS
IMPOSTO DE RENDA
O Imposto de Renda, devido tanto pelas pessoas jurídicas, quanto pelas
físicas, é um dos impostos mais conhecidos.
O IRPF é devido por todas as pessoas físicas que aferiram renda tributável
além do limite de isenção.
Por via de regra, toda renda é tributável a não ser renda de natureza
indenizatória ou outros tipos de renda tais como bolsas de estudo, poupança,
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dividendos etc. Caso a pessoa seja empregadae tenha um contracheque, o
imposto já é calculado automaticamente e o valor deduzido do seu pagamento,
caso contrário deverá emitir uma Guia do Carnê-Leão para o seu pagamento.
No início de cada ano é feita a Declaração do Imposto de Renda da Pessoa
Física (DIRPF) e, portanto, os valores da renda daquela pessoa de todo ano
anterior (o ano-calendários) são juntados, incluindo as deduções legais.
Assim é feita a base de cálculo do imposto para se verificar se a pessoa
recolheu imposto a maior ou a menor. Caso a pessoa tenha recolhido imposto,
a maior é feita a devolução do imposto de renda, caso o imposto tenha sido
recolhido, a menor a pessoa deverá realizar o pagamento da diferença entre
eles.
IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA
No caso de pessoas jurídicas, o Imposto de Renda é normalmente chamado de
IRPJ (Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas). Existem três principais formas
de se apurar o IRPJ: Simples, Lucro Presumido e Lucro Real.
Primeiramente, vamos falar do Lucro Presumido.
Nesse caso, é aplicado uma alíquota para compor a base de cálculo
diretamente sobre o valor da receita da empresa. Em regra geral, o setor de
serviços tem uma alíquota de base de cálculo de 32%, enquanto os outros
setores têm uma alíquota de 8%.
 EXEMPLO
No caso de uma empresa que faturou R$5.000.000,00 em um ano, ela pagaria
IRPJ apenas sobre uma base de cálculo de R$1.600.000,00, se fosse do setor
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de serviços, ou em cima de R$400.000,00 se fosse de outros setores, como
comércio.
Já no Lucro Real, a empresa teria que calcular o seu lucro líquido real (de
acordo as regras estabelecidas pela Receita Federal) e pagar o imposto sobre
esse valor. Uma vantagem tributária para o cálculo via Lucro Real ocorre para
empresas que possuem margem de lucro menor do que o arbitrado pelo Lucro
Presumido.
 SAIBA MAIS
Outra vantagem da tributação via Lucro Real é a possibilidade de compensar
prejuízos. Por exemplo, se uma empresa teve prejuízo de R$1.000.000,00 no
ano 1 e lucro de R$800.000,00 no ano 2, ela não vai pagar IRPJ no ano 1 (pois
não teve lucro, teve prejuízo) e nem no ano 2 (pois ela teve um prejuízo
acumulado de R$200.000,00 nos dois anos).
Tanto no Lucro Real quanto no Lucro Presumido a alíquota do IRPJ é de
15% sobre a base de cálculo, com adicional de 10% sobre a parcela do lucro
que exceda R$20.000,00 no mês. Tendo em vista que o valor de R$20.000,00 é
bem pequeno para empresas de grande e médio porte, é comum dizer que a
alíquota IRPJ para fins práticos é de 25%.
VAMOS CALCULAR ENTÃO: UMA
EMPRESA DO SETOR DE SERVIÇOS
TEVE RECEITA BRUTA DE
R$8.000.000,00 E LUCRO DE
R$3.500.000,00. QUANTO ELA PAGARIA
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DE IR E DE CSLL SE ELES FOSSEM
APURADOS VIA LUCRO PRESUMIDO? E
VIA LUCRO REAL? QUAL SERIA O MAIS
VANTAJOSO?
RESPOSTA
Nesse caso, você deve calcular assim:
Lucro Presumido: 32% x R$8.000.000,00 = R$2.560.000,00 =>
R$2.560.000,00 x 34% = R$870.400,00 devidos de IRPJ mais
CSLL.
Lucro real: R$3.500.000,00 x 34% = R$1.190.000,00 devidos de
IRPJ mais CSLL.
Nota-se, portanto, que para fins de IRPJ é mais favorável que a empresa
se enquadre no Lucro Presumido.
Nem todas as empresas, porém, podem optar pelo lucro presumido, apenas
empresas com receita menor do que R$78.000.000, não financeiras (como
bancos, corretoras, seguradoras etc.), não podem receber lucros, rendimentos
ou ganhos de capital oriundos do exterior e não podem usufruir de benefícios
fiscais.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O
LUCRO LÍQUIDO
javascript:void(0)
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A Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) é muitas vezes agrupada
junto com o Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ), tendo em vista
que ambos possuem como base de cálculo o lucro da empresa.
Assim como o IRPJ, a CSLL tem três formas de apuração: Simples, Lucro
Presumido e Lucro Real. A regulamentação é a mesma do IRPJ, e a alíquota é
de 9%. Por isso, é comum dizer que o imposto sobre o lucro das empresas é
de 34% (9% da CSLL e 25% do IRPJ).
Portanto, utilizando o mesmo exemplo da seção anterior:
UMA EMPRESA DO SETOR DE
SERVIÇOS TEVE RECEITA BRUTA DE
R$8.000.000,00 E LUCRO DE
R$3.500.000,00. QUANTO ELA PAGARIA
DE IR E DE CSLL SE FOSSE APURADO
VIA LUCRO PRESUMIDO? E PELO
LUCRO REAL? QUAL SERIA O MAIS
VANTAJOSO?
RESPOSTA
Nesse caso, você deve calcular assim:
Lucro Presumido: 32% x R$8.000.000,00 = R$2.560.000,00 =>
R$2.560.000,00 x 34% = R$870.400,00 devidos de IRPJ mais
CSLL.
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Lucro real: R$3.500.000,00 x 25% = R$1.190.000,00 devidos de
IRPJ mais CSLL.
Nota-se, portanto, que mesmo considerando-se a CSLL é mais favorável a
empresa se enquadrar no Lucro Presumido, o mesmo caso de quando se
considerou apenas o IR.
PIS/COFINS
As contribuições PIS e Cofins, embora tenham objetivos diferentes (um é para
o pagamento do PIS, e a outra para a Seguridade Social) são normalmente
tratadas juntas, pois possuem os mesmos fatos geradores e as mesmas bases
de cálculo.
O PIS/COFINS possui duas formas de apuração: cumulativo e não cumulativo.
As empresas enquadradas no regime de Lucro Presumido ou no Simples
Nacional fazem a apuração por meio do regime cumulativo e as enquadradas
no Lucro Real fazem via regime não cumulativo. A diferença se dá nas
alíquotas e na forma de se chegar à base de cálculo.
No regime cumulativo, o cálculo é bem simples: aplica-se a alíquota de 3,65%
(3% a título de Cofins e 0,65% a título de PIS) sobre a receita bruta da
empresa, que seria a base de cálculo nesse regime cumulativo. Já no regime
não cumulativo, o valor é de 9,25% (7,6% a título de Cofins e 1,65% a título de
PIS), mas exclui-se do valor final do imposto os créditos obtidos nas compras
de produtos ou serviços.
Portanto, se uma empresa possui faturamento (receita) de R$1.000.000,00 e
fez compras de produtos e serviços que somaram R$300.000,00, gerando
créditos de PIS/Cofins, o cálculo seria feito da seguinte maneira:
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Regime cumulativo: 3,65% x R$1.000.000,00 = R$36.500,00
Regime não cumulativo: 9,25% x R$1.000.000,00 – 9,25% x
R$300.000,00 = 9,25% x R$700.000,00 = R$64.720,00.
 
Fonte: Shutterstock.com
OUTROS IMPOSTOS FEDERAIS: II,
IE, IPI E ITR
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
O Imposto de Importação é de competência exclusiva da União, e o fato
gerador é a entrada de mercadoria estrangeira em solo brasileiro. Como o
Brasil faz parte do Mercosul, essa tarifa é determinada por meio de um
documento chamado Tarifa Externa Comum (TEC), que pode ser consultado no
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site da Receita Federal. A base de cálculo desse imposto é o valor aduaneiro
da mercadoria.
Um passo importante para a empresa que importa produtos de origem
estrangeira é que ela deve habilitar-se para operar no Sistema Integrado de
Comércio Exterior (Siscomex), procedimento regido pela Instrução Normativa
RFB n. 1.603/2015.
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
Assim como o imposto de importação, o de exportação é de competência
exclusiva da União, e o fato gerador é a saída de entrada de mercadoria
nacional de solo brasileiro. A base de cálculo do imposto é definida no artigo 2º
do Decreto-lei n.1.578, de 1977:
ART. 2º A BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO É
O PREÇO NORMAL QUE O PRODUTO, OU
SEU SIMILAR, ALCANÇARIA, AO TEMPO DA
EXPORTAÇÃO, EM UMA VENDA EM
CONDIÇÕES DE LIVRE CONCORRÊNCIA NO
MERCADO INTERNACIONAL, OBSERVADAS
AS NORMAS EXPEDIDAS PELO PODER
EXECUTIVO, MEDIANTE ATO DA CAMEX ‒
CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR.
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(REDAÇÃO DADA PELA MEDIDA
PROVISÓRIA Nº 2.158-35, DE 2001) 
 
§ 1º ‒ O PREÇO À VISTA DO PRODUTO, FOB
OU POSTO NA FRONTEIRA, É INDICATIVO DO
PREÇO NORMAL.
De acordo com a Receita Federal, a determinação do valor em reais da base
de cálculo do imposto, deve ser utilizada a taxa de câmbio disponível no
Sisbacen, transação PTAX800, opção 5, relativa ao dia útil imediatamente
anterior ao da ocorrência do fato gerador do imposto.
SISBACEN
O Sisbacen (Sistema de Informação do Banco Central) é o sistema
eletrônico utilizado pelo Banco Central do Brasil com a finalidade de
catalogar e centralizar todas as informações financeiras nacionais.
Por via de regra, a alíquota do Imposto de Exportação é de 30%, mas o
governo federal pode decidir aumentá-la ou reduzi-la de acordo com sua
política externa e/ou cambial. Ressalta-se, porém, que a alíquota do Imposto de
Exportação nunca poderá ser superior a 150%.
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS
INDUSTRIALIZADOS
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O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incide nas seguintes etapas da
produção: transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento (ou
recondicionamento), ou renovação (ou recondicionamento).
Não são consideradas atividades industriais, para fins de IPI:
O preparo de produtos alimentares em restaurantes, bares, cozinhas para
alimento aos funcionários etc.;
O preparo de refrigerantes em restaurantes, bares e estabelecimentos
similares;
Artesanato;
Confecção de vestuário na residência do preparador ou em oficina;
Manipulação farmacêutica, mediante receita médica;
Moagem de café torrado, realizada por comerciante varejista;
Construção civil;
Montagem de óculos, mediante receita médica;
Cestas de Natal e semelhantes;
O conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usados;
O reparo de produtos com defeito de fabricação;
A restauração de sacos usados;
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Mistura de tintas para o consumidor final.
Além disso, são imunes do IPI:
Os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;
Produtos industrializados destinados à exportação;
Ouro enquanto ativo financeiro;
Energia elétrica.
O fato gerador do IPI é a saída do produto de estabelecimento industrial ou a
chegada ao Brasil de produtos de procedência estrangeira, com a base de
cálculo sendo o total da operação e a alíquota sendo definida para o produto
conforme consta na Tabela de Incidência do IPI (TIPI).
Pesquise sempre a última versão da Tabela TIPI na Internet, que,
constantemente, é atualizada.
Indústrias e fábricas localizadas na Zona Franca de Manaus possuem redução
ou isenção do IPI em certos produtos, sendo necessária a consulta à legislação
correspondente.
O IPI também pode ser encarado como um imposto utilizado como regulador
pelo governo federal, que pode aumentar o IPI de produtos aos quais queira
desestimular a compra, ou reduzir o tributo a fim de incentivar o consumo.
IMPOSTO TERRITORIAL RURAL
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O fato gerador do Imposto Territorial Rural (ITR) é definido como o domínio útil
ou a posse do imóvel, localizado fora do perímetro urbano do município.
A alíquota vai depender do tamanho e da utilização da propriedade. À diferença
do IPTU, no qual o valor das propriedades é arbitrado pelo município, o ITR é
de responsabilidade do proprietário, que deve lançar os valores das terras de
sua propriedade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA EMPRESA DO LUCRO PRESUMIDO DO SETOR DE
COMÉRCIO TEVE UMA RECEITA ANUAL DE R$2.500.000,00.
CONSIDERANDO UMA ALÍQUOTA DO IRPJ DE 25%, QUANTO
ESSA EMPRESA PAGOU DE IRPJ/CSLL NESSE ANO?
A) R$62.500,00
B) R$68.000,00
C) R$200.000,00
D) R$625.000,00
E) R$850.000,00
2. UMA EMPRESA DO LUCRO PRESUMIDO DO SETOR DE
COMÉRCIO TEVE UMA RECEITA ANUAL DE R$2.500.000,00.
QUANTO ESSA EMPRESA COMERCIAL PAGOU DE
CONTRIBUIÇÕES PIS/COFINS NESSE ANO?
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A) R$16.250,00
B) R$75.000,00
C) R$85.000,00
D) R$91.250,00
E) R$231.250,00
GABARITO
1. Uma empresa do Lucro Presumido do setor de comércio teve uma
receita anual de R$2.500.000,00. Considerando uma alíquota do IRPJ de
25%, quanto essa empresa pagou de IRPJ/CSLL nesse ano?
A alternativa "B " está correta.
 
A alíquota para calcular a base de cálculo a fim de encontrar o valor devido
tanto de IRPJ quanto de CSLL para empresas comerciais é de 8%. Ou seja, a
base de cálculo do IRPJ seria de 8% aplicado sobre o valor da receita, o que
daria o valor de 8% x R$2.500.000,00 = R$200.000,00. Como o exercício pede
para aplicar o valor de 25% no IRPJ, a carga tributária total seria de 25% + 9%
= 34%. Portanto o valor devido é de 34% x R$200.000,00 = R$68.000,00.
2. Uma empresa do Lucro Presumido do setor de comércio teve uma
receita anual de R$2.500.000,00. Quanto essa empresa comercial pagou
de contribuições PIS/Cofins nesse ano?
A alternativa "D " está correta.
 
Como a empresa está enquadrada no Lucro Presumido, a PIS/COFINS não é
cumulativa, de modo que a alíquota do PIS é de 0,65% e a da Cofins é de 3%,
com a base de cálculo sendo a receita da empresa, que é R$2.500.000,00.
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Portanto, o valor devido de PIS/Cofins é de 3,65% x R$2.500.000,00 =
R$91.250,00.
MÓDULO 3
 Descrever os tributos estaduais, municipais e Simples Nacional
IMPOSTOS ESTADUAIS: ICMS, IPVA
E ITCMD
IMPOSTO SOBRE A CIRCULAÇÃO DE
MERCADORIAS E SERVIÇOS
O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, mais conhecido
como ICMS, é um imposto de competência estadual que incide sobre a
circulação de mercadorias e sobre serviços específicos. O ICMS está previsto
na Constituição e regulamentado na Lei Kandir (LC 87/1996, alteradas
posteriormente pelas Leis Complementares 92/1997, 99/1999 e 102/2000).
O fato gerador do ICMS é a comercialização de bens no interior do país ou na
importação desses bens para o território nacional. Conforme já mencionado no
primeiro módulo, esse imposto é indireto, pois o valor do imposto vem embutido
no valor do produto. Até o ano de 2019, o valor do ICMS era repartido entre o
estado do comprador e o estado do vendedor, passando então a ser recolhido
apenas no estado do comprador do produto.
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Portanto, se um consumidor do estado de Pernambuco comprar um produto do
estado de São Paulo, o ICMS será recolhido em Pernambuco.
Por causa disso, e também do fato que cada estado possuir a sua
regulamentação legal, esse é o imposto mais complexo de cálculo. Com as
vendas via Internet ficou cada vez mais comum a prática de vender para
diferentes estados, o que faz com que uma empresa tenha que, em caso
extremo, recolher o ICMS em todos as 27 unidades da federação,cada uma
com suas regras e alíquotas específicas.
 ATENÇÃO
Essas alíquotas interestaduais variam entre 7% e 12%, mas as estaduais
variam entre 17% e 20% (no caso do Rio de Janeiro, estado com o maior ICMS
do Brasil). Essa diferença entre as alíquotas, chamado de Difal (diferencial de
alíquotas) é recolhida no estado de destino, a fim de manter a igualdade
tributária.
Além da comercialização de bens e mercadorias, também pagam ICMS o
fornecimento de energia elétrica, transportes intermunicipais, serviços de
telecomunicação e serviços prestados no exterior.
Normalmente, os tributos são calculados “por fora”, mas o ICMS é
calculado “por dentro”, ou seja, considera-se o valor do imposto na sua
base de cálculo.
Vejamos um exemplo a seguir:
 EXEMPLO
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Suponhamos que há uma empresa comercial, em um estado com alíquota do
ICMS de 18%, que realizou uma venda com as seguintes características:
Valor de compra dos produtos vendidos na Nota Fiscal = R$2.000,00 
Valor do IPI = R$300,00 
Valor da margem da empresa = R$500,00 
Total da Nota Fiscal = R$2.800,00 
 
Tendo em vista que a alíquota do imposto é de 18%, devemos dividir o valor da
Nota Fiscal por 0,82 (100% - 18%) antes de aplicar a alíquota: 
 
R$2.800,00/0,82 = R$3.414,63 
R$3.414,63 x 18% = R$614,63 
 
Portanto, o valor do ICMS a pagar seria de R$614,63. Note que a diferença
entre R$3.414,63 e o valor de R$2.800,00 é justamente o valor de R$614,63, e
por isso esse tipo de cálculo é chamado de “por fora”. Note ainda que, nesse
caso, a alíquota real foi de 21,95%, que é a razão entre o imposto de R$614,63
e o valor original da Nota Fiscal. Caso o imposto fosse “por dentro”, o valor do
ICMS seria de R$2.800,00 x 18% = R$504,00, e o valor da Nota Fiscal seria de
R$2.800,00 + R$504,00 = R$3.304,00 em vez de R$3.414,63.
O ICMS também funciona por meio do sistema de créditos, no qual a empresa
poderá descontar o ICMS pago anteriormente para evitar o chamado “efeito
cascata”. No exemplo anterior, a empresa comprou R$2.000,00 de produtos,
gerando um crédito de 18% do ICMS que já foi pago anteriormente, de modo
que a empresa deverá pagar o valor de:
R$614,63 – (R$2.000,00 x 18%) = R$614,63 – R$360,00 = R$254,63.
Por fim, devemos falar da Substituição Tributária (ST). Esse é o regime pelo
qual a responsabilidade pelo ICMS devido em relação às operações ou
prestações de serviços é atribuída do contribuinte substituído ao contribuinte
substituto. Ou seja, a obrigação de um contribuinte que deveria recolher o
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ICMS é transferida a outro contribuinte. Essa legislação varia de estado para
estado e não nos aprofundaremos nela.
Para finalizar esta seção, vejamos um último exemplo ilustrativo:
 EXEMPLO
Uma empresa de São Paulo vende uma mercadoria para o Rio de Janeiro e,
nesse caso, a alíquota interestadual é de 12%, a alíquota de São Paulo é de
18% e a alíquota do Rio de Janeiro é de 20%. Ela pagou R$10.000,00 pelo
produto. Logo em seguida ela revendeu o produto por R$15.000,00 (sem incluir
nesse valor o ICMS) para o consumidor final no próprio Rio de Janeiro. Qual é
o valor de ICMS que a empresa pagará nessas operações?
Como a empresa comprou de São Paulo para o Rio de Janeiro, a empresa
fluminense terá de pagar o DIFAL de 20% - 12% = 8% para o Rio de Janeiro, e
poderá utilizar os 12% como crédito de ICMS. Ou seja:
• DIFAL = 8% x R$10.000,00 = R$800,00 
• Crédito do ICMS = 12% x R$10.000,00 = R$1.200,00
A venda final no valor de R$15.000,00 e o ICMS a pagar seria de:
15.000/0,80 = R$18.750,00 – R$15.000,00 = R$3.750,00.
Porém, como ela tem créditos de ICMS no valor de R$1.200,00, pagará o valor
de R$3.750,00 – R$1.200,00 = R$2.550,00.
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE
VEÍCULOS AUTOMOTORES
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O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores é também um
imposto de competência estadual e incide sobre a propriedade de veículos
automotores (fato gerador). Esse imposto é bem comum de ser pago por
empresas que possuam frota de veículos automotores, especialmente para fins
de entrega.
Juntamente com esse imposto, podem estar associadas outras taxas, como a
de licenciamento anual e a de vistoria do veículo. As regulações variam de
estado para estado.
IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA
MORTIS E DOAÇÃO
O Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação, também conhecido como
ITCMD, assim como o ICMS e o IPVA também é de competência estadual. É
popularmente conhecido como o “imposto de herança”, pois o fato gerador
desse imposto é a morte e a transmissão do bem aos seus herdeiros. Em
diversos estados, inclusive, a alíquota do imposto varia com o grau de
parentesco do contribuinte.
Além disso, como diz o nome do imposto, outro fato gerador que enseja na
incidência dessa obrigação tributária é a doação, agrupada com a herança
justamente por ser, em geral, um instrumento de planejamento sucessório
muito utilizado, principalmente por empresas familiares, com a doação (ou
venda por valor simbólico) de participação acionária do sucedido a seu(s)
sucessor(es).
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TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA
ESTADUAL – TIPOS E
CARACTERÍSTICAS
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IMPOSTOS MUNICIPAIS: ISS, IPTU E
ITBI
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, também conhecido como
ISSQN, ou mais comumente chamado de Imposto sobre Serviços, ou pelo
acrônimo ISS, é um imposto de competência municipal (e do Distrito Federal),
que incide, como diz o próprio nome, sobre serviços de qualquer natureza
prestados em território nacional (conforme vimos anteriormente, os serviços
prestados em território estrangeiro contribuem como ICMS de competência
municipal).
O fato gerador é, portanto, a prestação de serviços, a base de cálculo é o valor
cobrado pelo serviço prestado e a alíquota varia conforme municípios e
atividades, mas, normalmente, fica na casa de 2% a 5%. Diferentemente do
ICMS, ele é calculado “por fora”.
Essa parte da lei está sendo judicializada junto ao Supremo Tribunal Federal
devido ao fato que isso criaria uma obrigação de difícil operacionalização,
tendo em vista que há mais de 5.000 municípios no Brasil e o recolhimento do
ISS em cada um deles seria extremamente dispendioso para as empresas.
Para fins de exemplificação, suponhamos que uma empresa tenha prestado um
serviço no valor de R$10.000,00 e a alíquota do ISS é de 5%. Nesse caso, o
ISS a recolher seria de R$10.000,00 x 5% = R$500,00.
A Lei Complementar 175 sancionada em 23 de setembro de 2020, alterou a
regra de recolhimento do ISS, determinando que alguns serviços deverão
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recolher o ISS no município do cliente e não mais no município da sede, entre
eles: planos de saúde, administração de fundos e arrendamento mercantil.
IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL
URBANO
O Imposto Predial e Territorial Urbano, mais conhecido como IPTU, é cobrado
dos proprietários de imóveis urbanos pelos municípios. O fato gerador é a
propriedade de imóvel em perímetro urbano, e o imposto é de periodicidade
anual.
A base de cálculo do IPTU é o valor arbitrado do imóvel pela prefeitura e a
alíquota varia de acordocom o valor da propriedade e de acordo com a
legislação municipal. Por ser um imposto que o proprietário de um imóvel
repassa para o locatário, todas as empresas tendem a ser contribuintes do
IPTU, mesmo que a propriedade seja própria ou alugada.
IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO DE
BENS IMÓVEIS
O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis, mais conhecido como ITBI, é
cobrado dos compradores de imóveis pelos municípios. O fato gerador é a
transmissão de propriedade do imóvel dentro do município, e o imposto é
devido apenas quando o imóvel muda de proprietário.
É importante lembrar que o ITBI só é devido em transmissão inter vivos
(compra ou doação), ou seja, se for herança ou inventário, o imposto correto é
o ITCMD, imposto de competência estadual.
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Fonte: Shutterstock.com
SIMPLES NACIONAL
O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e
fiscalização de tributos aplicável às microempresas e empresas de pequeno
porte, previsto na Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Os
tributos unificados no Simples Nacional são IRPJ, CSLL, PIS/Cofins, IPI, ICMS,
ISS e Contribuição Previdenciária.
Todos esses impostos são calculados e pagos em apenas uma guia. Isso
facilita muito o cálculo de tributos e o seu recolhimento por microempresas e
empresas de pequeno porte, que deixam de se preocupar com o pagamento
para os diferentes entes.
 SAIBA MAIS
Para ser considerada microempresa, é necessário que a receita anual seja
inferior a R$360.000,00. Já para ser considerada empresa de pequeno porte,
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deve-se ter receita anual superior a R$360.000,00 e inferior a R$4.800.000,00.
Além disso, as atividades ― listadas no Cadastro Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE) ― devem ser compatíveis com o cadastro no Simples
Nacional.
A alíquotas são determinadas conforme tabela e o vencimento do pagamento é
até o dia 20 do mês subsequente ao mês do fato gerador. Para fins de
impostos, considera-se a data do fato gerado como a data da emissão da Nota
Fiscal.
O MEI (Microempreendedor Individual) é um caso especial do Simples
Nacional. O MEI paga de Imposto apenas 5% do Salário Mínimo como
contribuição previdenciária, mais R$5,00 de ICMS (se for enquadrado como
contribuinte do ICMS) e R$1,00 de ISS (se for enquadrado como contribuinte
do ISS).
Os requisitos para MEI são: ter receita máxima de R$81.000,00 por ano
(R$6.750,00 por mês), não ser sócio de nenhuma outra empresa, possuir no
máximo um emprego registrado, e que o CNAE da ocupação esteja entre as
ocupações elegíveis para se fazer parte do MEI (por exemplo, via de regra,
serviços regulados e/ou que precisem de ensino superior para serem prestados
não podem se registrar como MEI, tais como engenheiros, advogados,
médicos, etc.).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA EMPRESA REALIZA A VENDA DE UM PRODUTO QUE
ELA HAVIA COMPRADO POR R$1.200,00. O VALOR DA NOTA
FOI DE R$ 2.000,00 (JÁ INCLUSO O VALOR DO ICMS) E NÃO
HOUVE A INCIDÊNCIA DE IPI. A ALÍQUOTA DO ICMS QUE
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ELA DEVE RECOLHER É DE 18%. LEVANDO EM
CONSIDERAÇÃO QUE A EMPRESA NÃO POSSUI OUTROS
CRÉDITOS DE ICMS, QUAL É O VALOR DO ICMS A SER
RECOLHIDO POR ESSA EMPRESA COMERCIAL?
A) Não deve ser feito recolhimento, pois os créditos de ICMS superam o valor
devido do imposto.
B) R$216,00
C) R$144,00
D) R$360,00
E) R$439,02
2. UMA EMPRESA DE SERVIÇOS PRESTOU DURANTE O ANO
DE 2019 UM TOTAL DE R$5.000.000,00 EM SERVIÇOS. O
CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS FICOU EM
R$3.000.000,00. SABENDO QUE A ALÍQUOTA DO ISS É DE 5%
NO MUNICÍPIO DESSA EMPRESA, CALCULE O VALOR
DEVIDO DE ICMS POR ESSA EMPRESA NO ANO DE 2019.
A) R$250.000,00
B) R$150.000,00
C) R$100.000,00
D) R$50.000,00
E) Não é devido o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza.
GABARITO
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1. Uma empresa realiza a venda de um produto que ela havia comprado
por R$1.200,00. O valor da nota foi de R$ 2.000,00 (já incluso o valor do
ICMS) e não houve a incidência de IPI. A alíquota do ICMS que ela deve
recolher é de 18%. Levando em consideração que a empresa não possui
outros créditos de ICMS, qual é o valor do ICMS a ser recolhido por essa
empresa comercial?
A alternativa "C " está correta.
 
Tendo em vista que o valor da nota já inclui o do ICMS, precisamos descobrir o
valor da nota sem o ICMS a partir da seguinte fórmula: X/0,82 = R$2.000,00,
logo X = 0,82 x R$2.000,00 = R$1.640,00. Portanto, o ICMS da nota é de
R$2.000,00 – R$1.640,00 = R$360,00. Porém, a empresa possuía créditos de
ICMS no valor de R$1.200,00 x 18% = R$216,00. Portanto, o ICMS a ser
recolhido é de R$360,00 – R$216,00 = R$144,00.
2. Uma empresa de serviços prestou durante o ano de 2019 um total de
R$5.000.000,00 em serviços. O custo dos serviços prestados ficou em
R$3.000.000,00. Sabendo que a alíquota do ISS é de 5% no município
dessa empresa, calcule o valor devido de ICMS por essa empresa no ano
de 2019.
A alternativa "A " está correta.
 
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, mais conhecido como
Imposto sobre Serviços ou ISS, é calculado sobre o valor bruto da despesa,
portanto, o valor do imposto deve levar em consideração como base de cálculo
o valor da receita bruta de R$5.000.000,00. Sobre esse valor, é aplicado o
percentual na alíquota de 5%, totalizando R$250.000,00 de imposto devido.
MÓDULO 4
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 Aplicar a contabilização correta dos tributos
INTRODUÇÃO
Até este momento, consideramos os aspectos financeiros dos tributos dos três
tipos de entes: federais, estaduais e municipais, tais como os fatos geradores,
as bases de cálculo e as alíquotas. A partir de agora, iremos considerar como é
realizado o tratamento contábil desses tributos.
CONTABILIZAÇÃO DOS PASSIVOS
TRIBUTÁRIOS
De modo geral, os tributos são recolhidos com um pouco de atraso em relação
ao seu fato gerador. Por exemplo, para uma empresa optante pelo Simples
Nacional, que realiza uma venda no dia 5 de agosto, ela pagará os impostos
devidos por essa venda somente no dia 20 de setembro. Portanto, no dia 5 de
agosto o fato gerador deu origem à obrigação tributária, que só será paga no
dia 20 de setembro, ou seja, durante o período entre o fato gerador e o
pagamento, a empresa possui uma obrigação devida ao ente tributário.
Na contabilidade, as obrigações são contabilizadas como passivo, e, portanto,
a empresa incorreu em um passivo no dia 5 de agosto, que só será quitado em
20 de setembro, e durante esse período tal valor constará no Balanço
Patrimonial da empresa como passivo. Como o passivo é para pagamento em
curto prazo, este é categorizado como passivo circulante. Como na
contabilidade, os lançamentos são efetuados pelo sistema de partidas
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dobradas, há a necessidade de uma conta para se fazer o débito. Essa conta é
a de despesa, que representa a saída de recursos da entidade.
Vamos supor a seguinte situação, a empresa presta um serviço no valor de
R$1.000,00 em 5 de agosto e recolhe o imposto sobre serviços no dia 20 de
setembro com a alíquota de 5%. Portanto, a contabilidade ficaria da seguinte
maneira:
5 de agosto 
D – Despesa Tributária= R$50,00 (5% x R$1.000,00) 
C – Tributos a Recolher = R$50,00
20 de setembro 
D – Tributos a Recolher = R$50,00 
C – Caixa e Equivalentes = R$50,00
Note, portanto, que após o pagamento contabilizou-se a despesa contra a
conta de caixa, já que houve a saída de recursos da entidade que estavam no
caixa para o pagamento desse imposto.
 
Fonte: Shutterstock.com
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CONTABILIZAÇÃO DE ATIVOS
TRIBUTÁRIOS
Um outro ponto importante é que a empresa também pode conseguir ativos
por meio de créditos tributários. Isso é comum quando a empresa possui
créditos de ICMS obtidos mediante compras de produtos ou com pagamentos a
maior de Imposto de Renda, que acontecem quando a empresa tem prejuízo
ao fim do ano, mas recolheu tributos em algum trimestre durante o ano.
São contabilizados como ativos pela entidade, pois vão reduzir o tributo a ser
pago no futuro. São normalmente contabilizados como Ativo Circulante, pois os
créditos são normalmente utilizados em menos de 12 meses em empresas
comerciais.
De acordo com o CPC 32: “Ativo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro
recuperável em período futuro relacionado a: (a) diferenças temporárias
dedutíveis; (b) compensação futura de prejuízos fiscais não utilizados; e (c)
compensação futura de créditos fiscais não utilizados”. Ainda de acordo com o
CPC 32, o ativo fiscal diferido é reconhecido no período em que surgem as
diferenças temporárias dedutíveis.
 EXEMPLO
Vamos supor que no dia 2 de julho a empresa compre um produto no valor de
R$1.000,00, e o venda no dia 8 de agosto com margem de lucro de 50% sobre
o valor de R$1.000,00. O ICMS incidente foi de 18% tanto na entrada quanto
na saída, e realizou o pagamento do ICMS no dia 10 de setembro. Considere
que não houve a incidência de nenhum outro imposto. Qual foi o valor de venda
do produto? E quais foram os lançamentos contábeis?
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A empresa quer vender o produto, sem o ICMS, a R$1.500,00. Como o ICMS é
de 18%, ela deverá pagar R$1.500,00/0,82 – R$1.500,00 = R$329,27. Porém,
como a empresa tinha crédito de ICMS no valor de R$180,00 (18% aplicado
sobre o valor de compra de R$1.000,00), o valor de venda deve ser de
R$1.500,00 + R$329,27 – R$180,00 = R$1.649,27, com o valor de R$149,27
sendo recolhido pela empresa a título de ICMS.
Lançamentos contábeis
2 DE JULHO
8 DE AGOSTO
10 DE SETEMBRO
2 DE JULHO
D – Estoque = R$820,00 
D – ICMS a Recuperar = R$180,00 
C – Caixa e Equivalentes = R$1.000,00 
8 DE AGOSTO
D – Caixa e Equivalentes = R$1.649,27 
C – Receita = R$1.649,27
D – Custo das Mercadorias Vendidas = R$820,00 
C – Estoque R$820,00
D – Despesa com ICMS = R$329,27 
C – ICMS a Recuperar = R$180,00 
C – ICMS a Recolher = R$149,27
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10 DE SETEMBRO
D – ICMS a Recolher = R$149,27 
C – Caixa e Equivalentes = R$149,27
Note que, do ponto de vista do caixa da empresa, ela teve os seguintes
lançamentos:
2 de julho: crédito de R$1.000,00 
8 de agosto: débito de R$1.649,27 
10 de setembro: crédito de R$149,27
Consequentemente, o valor da margem foi de (R$1.649,27 –
R$149,27)/R$1.000,00 = 50%, o que era justamente o objetivo da empresa.
Porém, ao considerar o valor da majoração do ponto de vista do consumidor, é
de R$1.649,27/R$ 820,00 (o valor da nota fiscal sobre o valor contabilizado do
estoque), totalizando 101,13% de majoração. A diferença é justamente o valor
pago do ICMS, de R$329,27, aumentando o numerador em R$149,27 e
diminuindo o denominador em R$180,00.
Como seria, então, o valor do produto caso a margem de lucro da empresa não
considerasse o valor de caixa, mas o valor contabilizado no estoque, i.e.,
excluindo o valor do ICMS pago na compra?
Nesse caso, a empresa teria como margem o valor de 50% x R$820,00 =
R$410,00. O valor que a empresa cobraria seria de R$1.000,00 + R$410,00 =
R$1.410,00 sem o ICMS. Considerando o ICMS, o valor seria de
R$1.410,00/0,82 – R$1.410,00 = R$309,51, mas como a empresa possui
créditos de ICMS de R$180,00, o valor do ICMS a recolher seria de R$129,51.
Portanto, o valor do produto seria de R$1.539,51.
Lançamentos contábeis
2 DE JULHO
8 DE AGOSTO
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10 DE SETEMBRO
2 DE JULHO
D – Estoque = R$820,00 
D – ICMS a Recuperar = R$180,00 
C – Caixa e Equivalentes = R$1.000,00
8 DE AGOSTO
D – Caixa e Equivalentes = R$1.539,51 
C – Receita = R$1.539,51
D – Custo das Mercadorias Vendidas = R$820,00 
C – Estoque R$820,00
D – Despesa com ICMS = R$309,51 
C – ICMS a Recuperar = R$180,00 
C – ICMS a Recolher = R$129,51
10 DE SETEMBRO
D – ICMS a Recolher = R$129,51 
C – Caixa e Equivalentes = R$129,51
Considerando o ponto de vista do caixa da empresa, a margem foi de
(R$1.539,51 - R$ 129,51)/R$1.000,00 = 41% de margem. Porém, considerando
o ponto de vista do consumidor, a margem é consideravelmente maior:
R$1.539,51/R$820,00 = 87,75% de majoração.
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Portanto, a empresa tem de decidir, no seu planejamento, como calcular a
margem de seus produtos, considerando ou o valor pago (i.e., considerando o
valor do dispêndio de caixa), ou o valor do bem no estoque. Essa diferença tem
impacto direto na política de preços dos produtos, como pudemos ver.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. UMA EMPRESA REALIZA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
CONSULTORIA E COBROU O VALOR DE R$2.500,00 EM UM
SERVIÇO. SABENDO QUE O SERVIÇO CUSTOU R$1.000,00, E
QUE O ISS É DE 4%, COMO A EMPRESA DEVERÁ
RECONHECER A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA RESULTANTE?
A) Deverá reconhecer no Ativo, no valor de R$40,00.
B) Deverá reconhecer no Passivo, no valor de R$40,00.
C) Deverá reconhecer no Ativo, no valor de R$100,00.
D) Deverá reconhecer no Passivo, no valor de R$100,00.
E) Não deverá reconhecer obrigação tributária.
2. UMA EMPRESA COMERCIAL COMPRA UM PRODUTO NO
VALOR DE R$2.750,00, COM O ICMS NO VALOR DE 18%.
COMO ELA DEVERÁ CONTABILIZAR O ICMS A
RECUPERAR?
A) Como Ativo Circulante no valor de R$495,00.
B) Como Ativo Não Circulante no valor de R$495,00.
C) Como Passivo Não Circulante no valor de R$495,00.
D) Como Passivo Circulante no valor de R$495,00.
E) Como Imobilizado no valor de R$495,00.
GABARITO
1. Uma empresa realiza a prestação de serviços de consultoria e cobrou o
valor de R$2.500,00 em um serviço. Sabendo que o serviço custou
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R$1.000,00, e que o ISS é de 4%, como a empresa deverá reconhecer a
obrigação tributária resultante?
A alternativa "D " está correta.
 
Como a empresa possui uma obrigação, ela deverá ser reconhecida no
Passivo. O valor a ser reconhecido no Passivo é de R$2.500,00 x 4% =
R$100,00.
2. Uma empresa comercial compra um produto no valor de R$2.750,00,
com o ICMS no valor de 18%. Como ela deverá contabilizar o ICMS a
recuperar?
A alternativa "A " está correta.
 
O valor do crédito de ICMS é de 18% x R$2.750,00 = R$ 495,00. Esse valor
deverá ser contabilizado pela empresa como Ativo Circulante, pois ela tem o
direito de recuperar esse tributo na venda do produto, e como trata-sede uma
empresa comercial, pressupõe-se que ela efetuará a venda em curto espaço de
tempo, ou seja, em até 12 meses.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, você aprendeu sobre os principais tributos, federais, estaduais e
municipais, com foco em empresas da área comercial. Foram abordadas a
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decisão entre ser enquadrada no Lucro Real ou no Presumido, bem como o
tratamento contábil desses tributos, além do caso de tributos diferidos.
Além disso, abordamos outros tipos importantes de impostos que, não
necessariamente, são comuns para empresas comerciais, tais como o Imposto
sobre Produtos Industrializados ou o Imposto sobre Serviços. Foi dada atenção
especial ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, muito
importante para as empresas do ramo comercial.
Os conhecimentos adquiridos nesse conteúdo ajudarão você a contabilizar
corretamente diferentes tipos de tributos e entender os impactos das decisões
tributárias nos demonstrativos financeiros das empresas.
REFERÊNCIAS
DECRETO-LEI Nº 1.578, DE 11 DE OUTUBRO DE 1977. Presidência da
República ― Casa Civil ― Subchefia para Assuntos Jurídicos
FABRETTI, L. C. Contabilidade Tributária. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
LUZ, E. E. Contabilidade Tributária. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2014.
PÊGAS, P. H. Manual de Contabilidade Tributária. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2017.
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EXPLORE+
Para quem quiser se aprofundar nos aspectos minuciosos dos tributos
brasileiros, é recomendável a leitura da obra Manual de Contabilidade
Tributária, 9ª edição, de Paulo Henrique Pêgas, considerada a mais completa
da área.
CONTEUDISTA
Rodrigo de Oliveira Leite
 CURRÍCULO LATTES
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