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Hipotensão pós exercícios_yuriamorim

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O EFEITO HIPOTENSOR E EXERCÍCIO RESISTIDO: COMPARAÇÃO DE GRANDES E 
PEQUENOS GRUPAMENTOS MUSCULARES 
 
Bruno Santos, Guilliber da Fonseca, Marcelle Monteiro, Vinicius Amaro, Yuri Amorim , Marcos 
Doederlin Polito 
Rio de Janeiro, RJ 
 
Introdução 
 Segundo o VII relatório do Joint National Comitte, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) 
caracteriza-se como uma síndrome multifatorial e multicausal onde os níveis pressóricos normais 
para indivíduos adultos (maiores de 18 anos) devam ser inferiores a 120 mmHg da pressão arterial 
sistólica (PAS) e 80 mmHg da pressão arterial diastólica (PAD)1. Uma estratégia utilizada para 
reduzir os níveis pressóricos em repouso são os exercícios físicos praticados regularmente. Há 
várias evidências sobre a importância do exercício físico e de que apenas uma única sessão pode 
proporcionar uma melhora aguda no funcionamento do sistema cardiovascular(2,3), principalmente 
pela redução dos valores pressóricos observados no pré-exercício. 
A atividade física diária é uma medida não farmacológica utilizada no tratamento de doenças 
cardiovasculares, devido o mecanismo de hipotensão pós-exercício (HPE). Este processo diminui a 
pressão basal do indivíduo levando a um menor risco de acidente vascular encefálico (AVE), 
insuficiência cardíaca coronariana (ICC) e infarto agudo do miocárdio (IAM). Em estudos 
referentes(3,4) encontramos experimentos com atividades aeróbicas que descrevem a HPE. Dois 
pesquisadores experientes em treinamento de força, escreveram sobre a necessidade de estudos 
relacionando a quantidade de grupamentos musculares envolvidos no trabalho(8). Em treinamento 
de resistido essas pesquisas ainda são escassas, todavia encontramos alguns estudos(5,6) 
relacionados, onde os quais relatavam uma diminuição da pressão sistólica em mulheres 
normotensas e hipertensas(10). A recomendação do American College Sports of Medicine (ACSM) 
preconiza que os exercícios contra resistência prescritos para indivíduos hipertensos sejam os que 
envolvam grandes grupamentos musculares(7). 
Assim, o objetivo deste estudo foi comparar o efeito agudo da HPE no treinamento resistido, 
em exercícios que utilizavam grandes e pequenos grupamentos musculares. 
 
 
 
Métodos 
Foram estudados 20 sujeitos, do sexo masculino (23± 3 anos; 71 ± 12 kg; 176 ± 3 cm), 
jogadores de futebol semi-profissional, que não realizavam treinamento contra-resistência por 
no mínimo três meses. Como critérios de exclusão foram considerados comprometimentos 
osteomioarticulares que impedissem total ou parcialmente a execução dos exercícios, o uso de 
substâncias ergogênicas, medicação que afetasse os valores da pressão arterial (PA) em 
repouso ou durante o exercício e atividades cotidianas que exigisse grande demanda 
energética. Os indivíduos foram orientados a não consumir bebida alcoólica e café nos dias 
anteriores da coleta dos dados. Após a aprovação pelo comitê de ética da instituição de ensino, 
os voluntários foram informados e esclarecidos de todos os riscos e procedimentos envolvidos. 
Todos assinaram termo de consentimento para a realização do experimento. A coleta dos 
dados foi realizada em três visitas não consecutivas ao local do estudo. 
No primeiro dia de coleta foi realizado o teste de doze repetições máximas (12 RMs) 
para todos os exercícios (supino horizontal, leg-press inclinado, puxada no pulley, 
panturrilheira, desenvolvimento na máquina e rosca tríceps). Após a realização da predição da 
carga de trabalho, dividimos os exercícios em dois grupos distintos, um envolvendo grande 
grupamento muscular composto pelo (Grupo G) e o outro pequeno grupamento (Grupo P). No 
segundo dia realizaram-se os exercícios do Grupo G da seguinte forma, em três séries de 12 
RMs com intervalo de recuperação estipulado em dois minutos entre séries e exercícios, a 
ordem dos exercícios foram os de supino horizontal, leg-press inclinado e puxada no pulley. O 
intervalo entre as sessões foi de 48 horas, toda a coleta foi realizada sempre no horário da 
manhã. No terceiro dia de coleta os voluntários executaram os exercícios do Grupo P utilizando 
o mesmo procedimento do segundo dia e na seguinte ordem dos exercícios, panturrilheira, 
desenvolvimento na máquina e rosca tríceps. Esse procedimento possibilitou manter o mesmo 
volume e intensidade, mas exercícios de diferentes tipos de grupamentos. Na execução dos 
exercícios de ambas as seqüências, os sujeitos foram instruídos a não realizar manobra de 
Valsalva. As aferições de PA foram realizadas por dois avaliadores treinados, inicialmente após 
o sujeito permanecer em repouso numa cadeira por cinco minutos e após o término de cada 
seqüência de exercício em ciclos de cinco, quinze e trinta minutos, através do método 
auscutatório sendo o estetoscópio e o esfigmomanômetro aneróide da marca Premium. 
Para análise dos dados valeu-se da ANOVA de dupla entrada para medidas repetidas 
com verificação post-hoc de Fisher LSD para comparar as pressões arteriais sistólica (PAS) e 
diastólica (PAD) nos diferentes tipos de solicitação. O tratamento estatístico foi efetuado em 
relação ao repouso e entre os valores da PAS e da PAD para cada seqüência, adotando p < 
0,05 como nível de significância. 
 
Resultados: 
 Encontra-se abaixo nas tabelas 1 (Grupo G) e 2 (Grupo P) os valores coletados 
no repouso e aos 5, 15 e 30 min. Nos dois grupos verificamos queda dos valores 
pressóricos após 15 e 30 minutos da realização dos exercícios. A PAD encontrada aos 
5´ no grupo G estava acima dos valores iniciais mas sem diferença significativa. No 
Grupo P a PAS aos 5´ mostrou-se mais alta que os valores de repouso, mas sem 
nenhum nível de significância. 
 
 Grandes Grupamentos 
 Repouso 5’ 15’ 30’ 
PAS 112,94,2 111,22,0 104,26,3 93,719,7 
PAD 62,914,3 65,816,1 56,96,3 54,56,4 
PAM 79,6 80,9 72,7 67,6 
Tabela 1 - Valores Médios para a pressão arterial sistólica e diastólica dos grandes grupamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 2 - Valores Médios para a pressão arterial sistólica e diastólica dos pequenos grupamentos. 
 
 
DISCUSSÃO: 
 
 Pequenos Grupamentos 
 Repouso 5’ 15’ 30’ 
PAS 107,07,3 110,58,1 105,66,6 103,76,4 
PAD 60,57,4 60,84,9 60,04,3 58,54,6 
PAM 76 77,3 75,2 73,6 
Pesquisas existentes comparam a HPE com diferentes grupamentos musculares envolvidos 
no exercício aeróbio, como a comparação do exercício em ergômetro de braço que provoca uma 
hipotensão menos duradoura do que o cicloergômetro de membros inferiores(9). 
Sabemos que alguns autores também tentam explicar os mecanismos da redução da PA 
pós-exercício a alguns fatores que podem ser desencadeados pelo esforço físico e que podem levar 
ha uma diminuição da pressão arterial, tais como: respostas termorreguladoras (1), alterações de 
volemia (3) , algumas substancias vasodilatadoras como ON (5) e redução na atividade nervosa 
simpática, resultando em queda do débito cardíaco e da resistência vascular periférica pós-
exercício (4,2) . Pois bem, vimos aqui ressaltar que o nosso foco principal da pesquisa não é explorar 
os mecanismos que podem provocar também a HPE e sim, investigar os efeitos da hipotensão em 
diferentes tipos de grupamentos musculares de exercícios resistidos em 3 séries de 12 RM sobre a 
hipotensão pós-exercício. 
Sendo assim, os resultados obtidos no presente estudo demonstraram que a magnitude do 
efeito hipotensor é maior nos exercícios envolvidos por grandes grupamentos. 
Houve uma queda de 19% na PAS, 13% PAD e 15% PAM sobre o período de repouso, 
contra uma diminuição em ambas as pressões de 3% no exercício físico utilizando os pequenos 
grupamentos. 
Em tese, exercícios para grandes grupamentos resultam em maior número de capilares 
sangüíneos, sofrendo perfusão e, conseqüentemente, maior diminuição da resistência vascular 
periférica quando comparados a exercícios para pequenos grupamentos. Contudo, ao término do 
exercício,a bomba muscular deixa de atuar, contribuindo para diminuição do retorno venoso, débito 
cardíaco e pressão arterial. Esses aspectos hipotensores podem ser maiores por exercícios 
envolvendo grandes grupamentos em função da maior massa muscular envolvida, induzindo a uma 
maior queda de resistência vascular periférica, e por isso que a magnitude da HPE foi maior nos 
grandes grupamentos. 
Os nossos resultados corroboram com os estudos do treinamento aeróbio que pregam que uma das 
possíveis explicações para esse fato reside no aumento da liberação de substâncias 
vasodilatadoras, como óxido nítrico e prostaglandinas, que aumentam o fluxo sanguíneo e 
diminuem a resistência vascular. 
Finalmente, algumas limitações e observações no presente estudo precisam ser 
comentadas. Primeiramente, a ausência de um grupo controle de sedentários, todos os indivíduos 
eram atletas, e mesmo estando fora da época de competição, já existia a probabilidade de terem 
uma hipotensão acentuada devido ao seu alto condicionamento físico. A falta de referências em 
pesquisas que tratam sobre o referente assunto de nosso artigo para apoio literário para a 
realização dessa pesquisa. 
Em suma, pode se concluir que o treinamento de força com grandes grupamentos 
musculares pode provocar uma HPE maior que no treinamento de força com pequenos 
grupamentos musculares. 
E em se tratando de relevância clínica, o treinamento de força a HPE pode ser entendida 
como uma estratégia de ação não farmacológica para a redução da PA. 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
1. NEGRÃO, C.E.; BARRETO, A.C.P. Cardiologia do Exercício. Barueri, São Paulo: Ed 
Manole, 2005. Cap 8, p-167. 
2. FORJAZ,C.L.M.; MATSUDAIRA, Y.; RODRIGUÊS, F.B.; NUNES, N.; NEGRÃO, C.E. Post-
exercise changes in blood pressure, heart hate pressure product at different exercise 
intensities in normotensive humans. Brazilian Journal Medicne Biological Research, 
Ribeirão Preto, v.31, n.10, p. 1247-55, 1998a. 
3. FORJAZ,C.L.M.; SANTAELLA, D.F.; REZENDE, L.O.; BARRETO, A.C.P.; NEGRÃO, C.E. A 
duração do exercício determina a magnitude e a duração da hipotensão pós-exercício. 
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v.70, n.2, p.99-104, 1998b. 
4. FARINATTI, P.T.V.; OLIVEIRA, R.B.; MATTOS PINTO, V.L.; MONTEIRO, W.D.; 
FRANCISCHETTI, E. Programa domiciliar de exercícios: Efeitos de curto prazo sobre a 
aptidão física e pressão arterial de indivíduos hipertensos. Arquivos Brasileiros de 
Cardiologia. v.84, nº 6, junho 2005. 
5. LIZARDO, J. H. F.; SIMÕES, H. G. Efeitos de diferentes sessões de exercícios resistidos 
sobre a hipotensão pós-exercício. Revista Brasileira Fisioterapia. Vol 9, nº 3 (2005), 289-
295. 
6. POLITO, M. D.; SIMÃO, R.; SENNA, G. W.; FARINATTI, P.T.V. Efeito hipotensivo do 
exercício de força realizado em intensidades diferentes e mesmo volume de trabalho. 
Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol 9, nº 2 – Mar/Abr. 2003. 
7. American College of Sports Medicine. Position Stand. Exercise and Hypertension. Med Sci 
Sports Exerc 2004, p.533-53. 
8. POLITO, M.D.; FARNATTI, P.T.V.. Comportamento da pressão arterial após exercícios de 
força: uma revisão sistemática sobre variáveis determinantes e possíveis mecanismos. 
Aceito para publicação na Revista Brasileira de Medicina do Esporte em 2006. 
9. MACDONALD, J.R.; MACDOUGALL, J.D.; HOGBEN, C.D. The effects of exercising muscle 
mas on post exercise hypotension. J Hum Hypertension 2000; 14:317-20. 
10. FISHER, M.M. The effects of resistance exercise on recovery blood pressure in 
normotensive and bordeline hypertensive women. J Strength Cond Res 2001;15:210-6.

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