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MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO MATERIAL DO AVA UNI 03

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UNIDADE 3. 
A ciência dos materiais de 
construção: concreto 
 
Concreto: o resultado a partir de um 
aglomerante 
O concreto era produzido com a junção de apenas três materiais: cimento, 
que quase sempre era o cimento Portland, agregados e água. 
Com o passar do tempo, na busca por aumentar as propriedades do 
concreto, foram acrescidas à mistura alguns aditivos químicos. 
Segundo Neville (2016), além dos aditivos, outros materiais de natureza 
inorgânica foram introduzidos nessa mistura por serem materiais mais 
baratos que o cimento Portland, trazendo não apenas redução de 
custos na elaboração do concreto, mas também a opção de uma 
alternativa mais sustentável, pois reduz a proporção da exploração das 
jazidas para a produção do cimento Portland. 
Essa atribuição de outros materiais ao concreto também confere 
inúmeras propriedades benéficas ao material, não apenas em seu 
estado fresco, mas principalmente em seu estado endurecido. 
AGREGADOS 
Conforme Bauer (1992, p. 63), “agregado é um material particulado, 
incoesivo, de atividade química praticamente nula, constituído de 
misturas de partículas cobrindo extensa gama de tamanhos”. Na 
construção civil, a definição de agregado pode ser resumida como 
um material inerte e granuloso, utilizado na formação de 
argamassas e concretos, contribuindo para o aumento da resistência 
à compressão e auxiliando na redução dos custos da obra. São 
materiais minerais sólidos e inertes que de acordo com sua 
granulometria serão utilizados para a fabricação de produtos 
artificiais resistentes mediante mistura com materiais aglomerantes 
com ativação hidráulica. Os agregados são geralmente granular, sem 
forma e volume definidos, com dimensões e características 
adequadas para a preparação de argamassas e concretos. 
Primeiramente, os agregados eram considerados materiais inertes, 
soltos na pasta de cimento e usados exclusivamente para a redução 
econômica. Porém, Neville (2016) nos conta que os agregados não são 
totalmente inertes, pois suas propriedades físicas, térmicas e químicas 
influenciam diretamente o desempenho do concreto. 
Do volume do concreto, 3/4 são compostos pelos agregados. Sendo 
assim, sua qualidade é de suma importância para a composição da 
mistura, pois são os agregados que podem limitar a resistência do 
concreto e suas características afetam diretamente na durabilidade e 
no desempenho estrutural do concreto. Os agregados podem ser 
classificados conforme nos mostra o Diagrama 1. 
 
Conforme o Diagrama 1, os agregados classificados por sua origem 
podem ser os naturais, que são agregados encontrados na natureza 
sob a forma definitiva de utilização (por exemplo cascalhos, areia de 
rios, seixos rolados, pedregulhos, entre outros); os artificiais são 
obtidos pelo britamento de rochas (por exemplo pedrisco e pedra 
britada); e por fim, os industrializados são obtidos por processos 
industriais, resultando em argila expandida, escória britada etc. 
O uso da areia natural se dá no preparo de argamassas, sendo que a 
areia natural é um aglomerado de origem natural, originária de rios, 
cavas, praias e dunas, porém, as areias das praias e das dunas não são 
utilizadas na construção civil para o preparo do concreto por conta de 
sua finura e de seu teor de cloreto de sódio. Ela é usada também no 
concreto betuminoso juntamente com o fíler e possui importante 
função de impedir o amolecimento do concreto usado nos pavimentos 
de ruas em dias de intenso calor. A areia natural pode ser utilizada no 
concreto de cimento e no pavimento rodoviário na correção do solo 
(também chamado de sub-base). Dependendo da granulometria da 
areia, ela é classificada conforme as especificidades do Quadro 1. 
 
Dos agregados de origem artificial, a pedra brita é um dos mais 
utilizados e é originada a partir da britagem ou da redução de tamanho 
de uma rocha maior, que pode ser basalto, granito, gnaisse, entre 
outros. Os agregados são classificados de acordo com a dimensão da 
pedra após a britagem. Acompanhe no Quadro 2. 
 
A pedra brita tem seu processo de fabricação através da extração dos 
blocos (fragmentos de rochas retirado de jazidas com proporções 
superiores a um metro), que passam pelo britador primário e cujo 
subproduto é a bica corrida. Posteriormente, o material passa pelo 
britador secundário, atingindo tamanhos menores, e, na sequência, 
pelo terceiro britador. Os fragmentos de rocha que acabam ficando 
retidos nas peneiras são separados conforme o tamanho de seus grãos 
e transportados por meio de correias aos espaços de estocagem, 
resultando nos produtos comumente utilizados na construção civil: o 
pedrisco, a brita 1, brita 2, brita 3 e brita 4, e, de acordo com a NBR 
7225 (ABNT, 1993), os tamanhos dos grãos são determinados a partir 
das faixas de abertura de peneiras, conforme acompanhamos pelo .
 
A brita é produzida industrialmente nas pedreiras, onde as rochas são 
submetidas a diversos processos de cominuição, reduzindo seus 
fragmentos conforme demonstrado na Figura 1. 
 
 
A rocha da jazida é fragmentada por meio de explosivos e, em seguida, 
essas fragmentações são levadas a britadores, que por meio de 
mandíbulas efetuam a redução desses fragmentos em dimensões 
ainda menores, gerando assim os agregados utilizados na produção do 
concreto. 
O resultado dessa britagem é utilizado no concreto de cimento, que 
emprega o pedrisco, a pedra 1 e a pedra 2; nos concretos ciclópicos, 
que empregam a pedra 4 e o rachão; no concreto asfáltico, que 
emprega o fíler, a areia, a pedra 1, a pedra 2 e a pedra 3; nas 
argamassas de enchimento, que empregam a brita, a areia e o pó de 
pedra; na correção de solos, com o emprego de proporções de pó de 
pedra; nos pavimentos rodoviários, que empregam em seus subleitos a 
bica corrida e o pó de pedra, sendo que, para a base, é usada pedra 
britada com granulometria maior que 6 mm; no concreto betuminoso, 
que utiliza várias faixas granulométricas de brita e fíler. 
A classificação NBR 7211 (ABNT, 2009) separa os agregados conforme a 
dimensão das partículas em agregados miúdos ou em agregados 
graúdos. Agregados miúdos são compostos por areia de origem 
natural ou resultante do britamento de rochas estáveis, ou a mistura 
de ambas. Seus grãos passam pela peneira 4,8 mm ABNT (peneira com 
malha quadrada com abertura nominal de 4,8 mm) ficando retido na 
peneira 0,15 mm ABNT. Já materiais como pedregulho natural ou pedra 
britada proveniente do britamento de rochas estáveis, ou mistura de 
ambos, são chamados de agregados graúdos, cujos grãos passam pela 
peneira 152 mm ABNT e ficam retidos na peneira 4,8 mm ABNT. As 
especificações das peneiras são feitas de acordo com suas aberturas, 
atendendo à NBR 5734 (ABNT, 1989) e auxiliando na classificação dos 
agregados. Veja o Quadro 4. 
 
Quanto à classificação pela massa específica, os agregados podem ser 
classificados em leves, onde a massa específica é menor que 1000 
kg/m³, tendo temos como exemplo o isopor e a argila expandida; 
médios, com massa específica entre 1000 e 2000 kg/m³, e como 
exemplos o basalto e o granito; e pesados, com massa específica acima 
de 2000 kg/m³, sendo o minério de ferro um exemplo. 
Os agregados classificados por meio da composição mineralógica 
podem ser sedimentares, ígneas ou metamórficas. 
A aderência do agregado com a pasta de cimento é um importante 
fator de resistência do concreto, especialmente em se tratando da 
resistência à flexão. Segundo Neville (2016), a aderência ocorre em boa 
parte pelo intertravamento dos agregados e da pasta de cimento 
hidratada adequada à rugosidade da sua superfície. A superfície rugosa 
das partículas britadas resulta em maior aderência devido ao 
intertravamento mecânico. 
PROPRIEDADES 
As propriedades do concreto são determinadas por meio de ensaios 
executados em condições específicas e realizados com controle de 
qualidadee atendimento às especificações. As principais propriedades 
mecânicas do concreto, segundo Neville (2016), Silva (1991), Mehta e 
Monteiro (2014) são: 
// Resistência à compressão 
 
 
É a característica mecânica mais importante do concreto e é 
denominada de fc. Sua análise é feita a partir da moldagem e ensaio de 
corpos de prova seguindo os critérios da NBR 5738 (ABNT, 2015a) de 
moldagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos de 
concreto, e da NBR 5739 (ABNT, 2018) de ensaio de compressão de 
corpos de prova cilíndricos para concreto. 
Pelo padrão brasileiro, os corpos de prova são cilíndricos com 15 cm de 
diâmetro e 30 cm de altura, e as idades de referência normalmente 
estudadas são de 7 e 28 dias. Sendo que aos sete dias já é possível 
verificar se haverá algum problema com relação à resistência desse 
concreto, pois nesse período ele já deve atingir em média 70% da 
resistência mínima. 
A moldagem do corpo de prova é fundamental para verificar se o 
concreto atendeu à resistência mínima necessária, e acontece dentro 
do canteiro de obra, durante a concretagem. 
Após um ensaio com número elevado de corpos de prova obtém-se um 
gráfico com os valores obtidos de fc versus a quantidade de corpos de 
prova relativos e determinados, gerando assim a densidade de 
frequência e uma curva denominada curva estatística de Gauss, ou 
curva de distribuição normal. Confira o Gráfico 1, que apresenta a 
resistência do concreto à compressão.
 
É na curva de Gauss que encontramos dois valores de grande 
importância, a resistência média do concreto à compressão, ou fcm, e 
a resistência característica do concreto à compressão, ou fck. O 
valor de fcm é a média aritmética dos valores de fc ao conjunto de 
corpos de prova ensaiados, utilizando a resistência característica de fck 
por intermédio da fórmula fck = fcm - 1,65 s, sendo o desvio de s a 
distância entre a abscissa de fcm e o ponto de inflexão da curva (ponto 
que ocorre a mudança de concavidade). O valor 1,65 representa o 
quantil de 5%, ou seja, apenas 5% dos corpos de prova possuem fc < fck, 
ou que 95% dos corpos de prova possuem fc ≥ fck. 
Nas obras, devido ao pequeno número de corpos de prova ensaiados, 
o fck é calculado por um valor estimado da resistência característica do 
concreto à compressão. 
Vários fatores interferem na resistência mecânica do concreto, por 
exemplo, a relação entre água e cimento, onde a resistência do 
concreto é tanto menor quanto maior a quantidade de água adicionada 
à mistura. O tipo de cimento também influencia na evolução da 
resistência com o tempo, e a idade do concreto normalmente é 
ensaiada em 3, 7 e 28 dias, sendo a idade adotada como padrão a de 
28 dias. A forma e a graduação dos agregados também interferem na 
resistência do concreto, pois a resistência do agregado geralmente é 
superior à da pasta, portanto, quanto maior a proporção no emprego 
do agregado, maior será a resistência do concreto. 
 
// Resistência à tração 
Os conceitos são iguais aos da resistência à compressão, com a 
resistência média do concreto a tração, ou fctm, obtido por meio de 
média aritmética dos resultados. A resistência característica do 
concreto à tração, ou fctk, ou também ftk, e a probabilidade de não 
alcançar os resultados é de 5%, semelhante ao ensaio de resistência à 
compressão. 
// Módulo de elasticidade 
A relação entre as tensões e as deformações em um projeto de 
estruturas do concreto chama-se módulo de elasticidade. Dentro da 
resistência dos materiais, a relação entre a tensão e a deformação em 
determinados intervalos pode ser considerada linear, também 
nomeada de lei de Hooke, ou seja, σ = Eε, onde σ é a tensão, ε é a 
deformação específica e E é o módulo de elasticidade ou módulo de 
deformação longitudinal. 
// Trabalhabilidade 
É a facilidade e a homogeneidade do concreto ao ser manipulado, 
desde a mistura até o acabamento, sem uma segregação nociva. Um 
concreto que seja difícil de lançar e adensar aumenta o custo da 
manipulação, mas também interfere na resistência, na durabilidade e 
na aparência. A trabalhabilidade está associada à facilidade na redução 
de vazios e do adensamento do concreto, na moldagem relacionada 
com o preenchimento da fôrma e dos espaços entre as barras de aço e 
na resistência à segregação e manutenção da homogeneidade da 
mistura durante seu manuseio e vibração. Fatores que afetam na 
trabalhabilidade do concreto são o consumo de água, consumo de 
cimento, aditivos e agregados. 
// Coesão 
É a facilidade de adensamento e de acabamento, geralmente avaliada 
pela facilidade de desempenhar o visual da resistência à segregação e 
está muito ligada à trabalhabilidade, pois a falta de coesão da mistura 
pode acarretar a desagregação do concreto em estado fresco, 
alternando assim sua composição física e sua homogeneidade. 
// Segregação 
É a separação dos componentes do concreto fresco de forma que sua 
distribuição não seja uniforme, sendo muito típica em concretos 
pobres e secos, onde os grãos maiores do agregado tendem a se 
separar durante o lançamento do concreto por conta de energia 
demasiada ou de uma vibração excessiva. 
// Massa específica 
Quanto mais poroso for o concreto, mais rapidamente esses agentes 
prejudicam a integridade da peça por ação de agentes agressivos, 
como o gás carbônico (presente no ar), o sal da água do mar, os gases 
sulfurosos da rede de esgoto, entre diversos outros agentes. 
Assim, os fatores que influenciam nas propriedades do concreto são: 
tipo e quantidade de cimento empregado; qualidade da água e a 
proporção de água/cimento; tipos de agregados utilizados, sua 
granulometria e a proporção agregado/cimento; presença de aditivos 
na mistura; procedimento e duração do processo da mistura; 
condições e duração do transporte e do lançamento do concreto; 
condições de adensamento e de cura; forma e dimensões dos corpos 
de prova; tipo e duração do carregamento; idade do concreto; umidade 
e temperatura. 
TIPOS DE CONCRETO 
O concreto é um dos materiais mais utilizados e importantes dentro da 
construção civil, e segundo a NBR 12655 (ABNT, 2015c), temos os 
seguintes tipos de concreto: 
Concreto de cimento Portland 
É um material formado por meio da mistura homogênea de cimento, 
agregado miúdo, agregado graúdo e água, com ou sem a incorporação 
de aditivos, desenvolvendo suas propriedades mediante 
endurecimento da pasta de cimento; 
Concreto fresco 
Completamente misturado, e em estado plástico, sendo capaz de ser 
adensado por um método escolhido; 
Concreto endurecido 
Encontrado no estado sólido e que já desenvolveu resistência 
mecânica; 
Concreto preparado pelo executante da obra 
Quando sua dosagem e sua elaboração são realizadas no canteiro de 
obras pelo construtor; 
Concreto pré-moldado 
Elemento moldado previamente e fora do local de instalação; 
Concreto pré-fabricado 
Elemento pré-moldado industrialmente em locais permanentes 
destinados a este fim; 
Concreto normal 
Com massa específica seca determinada conforme NBR 9778 (ABNT, 
2005) entre 2000 kg/m³ e 2800 kg/m³; 
Concreto leve 
Com massa específica seca determinada conforme NBR 9778 (ABNT, 
2005) inferior a 2000 kg/m³; 
Concreto pesado ou denso 
Com massa específica seca determinada conforme ABNT NBR 9778 
(ABNT, 2005) superior 2800 kg/m³; 
Concreto de alta resistência 
Com uma classe de resistência à compressão do grupo II da NBR 8953 
(ABNT, 2015b); 
Concreto dosado em central 
Dosado em instalações específicas ou em central instalada no canteiro 
de obra em conformidade com a NBR 7212 (ABNT, 2012a) e misturado 
em equipamento estacionário ou em caminhão betoneira. 
Transportado por caminhão betoneira ou outro tipo de equipamento 
equipado com dispositivo de agitação; 
Concreto prescrito 
Composto por materiais definidos pelo usuário. 
O concreto é um dos materiais mais utilizados e importantes dentroda 
construção civil, e segundo a NBR 12655 (ABNT, 2015c), temos os 
seguintes tipos de concreto: 
Concreto de cimento Portland 
É um material formado por meio da mistura homogênea de cimento, 
agregado miúdo, agregado graúdo e água, com ou sem a incorporação 
de aditivos, desenvolvendo suas propriedades mediante 
endurecimento da pasta de cimento; 
Concreto fresco 
Completamente misturado, e em estado plástico, sendo capaz de ser 
adensado por um método escolhido; 
Concreto endurecido 
Encontrado no estado sólido e que já desenvolveu resistência 
mecânica; 
Concreto preparado pelo executante da obra 
Quando sua dosagem e sua elaboração são realizadas no canteiro de 
obras pelo construtor; 
Concreto pré-moldado 
Elemento moldado previamente e fora do local de instalação; 
Concreto pré-fabricado 
Elemento pré-moldado industrialmente em locais permanentes 
destinados a este fim; 
Concreto normal 
Com massa específica seca determinada conforme NBR 9778 (ABNT, 
2005) entre 2000 kg/m³ e 2800 kg/m³; 
Concreto leve 
Com massa específica seca determinada conforme NBR 9778 (ABNT, 
2005) inferior a 2000 kg/m³; 
Concreto pesado ou denso 
Com massa específica seca determinada conforme ABNT NBR 9778 
(ABNT, 2005) superior 2800 kg/m³; 
Concreto de alta resistência 
Com uma classe de resistência à compressão do grupo II da NBR 8953 
(ABNT, 2015b); 
Concreto dosado em central 
Dosado em instalações específicas ou em central instalada no canteiro 
de obra em conformidade com a NBR 7212 (ABNT, 2012a) e misturado 
em equipamento estacionário ou em caminhão betoneira. 
Transportado por caminhão betoneira ou outro tipo de equipamento 
equipado com dispositivo de agitação; 
Concreto prescrito 
Composto por materiais definidos pelo usuário. 
Ainda sobre tipos de concreto, Oliveira (2008) traz definições mais 
usuais dentro do dia a dia da obra, que são descritas em: 
Concreto convencional 
É o tipo mais usado nas obras brasileiras, é utilizado diretamente no 
solo, nas fundações, ou lançado em fôrmas para lajes e pisos. Sua 
mistura é feita com um vibrador, garantindo o adensamento correto da 
mistura. Tem como base da mistura padrão água, cimento, areia e brita 
sem aditivos, por isso mesmo denominado convencional, e sua 
resistência pode variar de 10 a 40 MPa; 
Concreto bombeável 
É uma variação do concreto convencional, e por ter mais fluidez, é 
possível realizar seu emprego por bombeadoras. A tubulação pode 
variar de 3 a 5,5 polegadas de diâmetro, saindo do caminhão betoneira 
diretamente ao local de aplicação final. A fluidez para o lançamento é 
obtida através do aumento do fator de água e da diminuição da 
granulometria do agregado, permitindo a passagem pelo diâmetro da 
tubulação. Geralmente são utilizados aditivos para se obter as 
características necessárias; 
Concreto armado 
Este é um concreto mais comum em nosso dia a dia, e a diferença 
entre ele o concreto convencional é a presença de armaduras de barras 
de aço que garantem ao concreto a resistência à flexão e tração, sendo 
empregados nas estruturas de vigas, pilares e lajes; 
Concreto protendido 
Tem como técnica a inserção de cabos de aço de alta resistência no 
concreto, processo chamado de ancoramento. As partes tracionadas, 
com as aplicações de tensões de compressão prévia realizadas na peça 
permitem melhor desempenho da estrutura e oferecem boa 
capacidade em resistir aos esforços de flexão. Sendo assim, a utilização 
do concreto protendido permite a realização de vãos livres um pouco 
maiores que os de concreto armado convencional, podendo se obter 
vãos ainda maiores se ao mesmo tempo for usada a estrutura de laje 
nervurada ao invés da maciça; 
Concreto leve 
Empregado com agregado leve, sua massa específica é 
aproximadamente dois terços da densidade de um concreto 
tradicional, gerando assim uma redução de custos e oferecendo baixa 
permeabilidade. Apesar da redução no peso das estruturas, seu 
objetivo é a redução da massa específica e não da resistência. Possui 
uma porosidade maior em seus agregados, o que gera maior uso de 
água e riscos de segregação. É mais empregado em peças pré-
moldadas, fabricação de blocos, regularização de superfícies e 
enchimento de lajes; 
Concreto celular 
Tem maior leveza que o concreto convencional e possui uma massa 
específica entre 300 kg/m³ a 1850 kg/m³, sua diferença em relação ao 
concreto leve é por ser obtido através de um aditivo especial de 
espuma. É muito utilizado em paredes, divisórias e nivelamento de 
pisos; 
Concreto pré-fabricado 
É produzido industrialmente fora da obra. São peças encaixadas no 
local de execução da laje tornando a obra mais ágil; 
Concreto de alta resistência inicial 
Possui resistência inicial maior, obtida por meio de aditivos especiais 
que garantem grande resistência em um pequeno intervalo de tempo, 
agilizando a obra ou atendendo a emergências; 
Concreto pesado 
Emprega agregados de maior massa específica para atingir valores 
superiores a 2800 kg/m³, e é muito utilizado na construção de câmaras 
de raio X ou gama, ou mesmo em ambientes que lidam com energia 
atômica, como usinas, pois os agregados ajudam na proteção contra a 
radiação; 
Concreto projetado 
Também conhecido como concreto jateado, é aplicado por mangueiras 
de ar comprimido que possuem aditivos que garantem maior 
aderência, sendo muito utilizado em encostas para evitar 
deslizamentos; 
Concreto autoadensável 
Possui alta fluidez através da ação de aditivos superplastificantes que 
facilitam o bombeamento. É utilizado em peças armadas, estruturas 
pré-moldadas, fôrmas em alto relevo e acabamentos em concreto 
aparente. Tem como vantagem o autonivelamento, eliminando a 
necessidade de vibradores na concretagem, porém, suas propriedades 
possuem menor homogeneidade, resistência e durabilidade; 
Concreto de alto desempenho 
Também conhecido como CAD, é empregado em obras que necessitam 
de elevada resistência e durabilidade, por meio de aditivos especiais 
que diminuem os índices de porosidade e permeabilidade, tornando as 
estruturas mais resistentes à ação de cloretos, sulfatos, gás carbônico e 
maresia, apresentando uma resistência superior a 40 MPa. Outra 
característica do CAD é a possibilidade de desformas rápidas e uma 
maior agilidade na obra; 
Concreto rolado 
Muito utilizado na base inferior das obras, como pisos de 
estacionamentos e barragens, e sua aplicação é realizada com a 
compactação por rolos compressores devido aos baixos consumos de 
cimento e trabalhabilidade. Não tem um acabamento muito bom e por 
isso é mais empregado como sub-base para concretos que apresentam 
melhor aparência. 
CURA DO CONCRETO 
A cura do concreto tem como objetivo retardar a evaporação da água 
empregada no preparo da mistura e auxiliar na hidratação completa do 
cimento, segundo Petrucci (2007). 
As condições de umidade e de temperatura têm grande influência, 
principalmente nas primeiras idades do concreto. O processo de cura é 
realizado nas etapas iniciais do endurecimento e pode ser executado 
de diversas formas. 
A NB 1/77 pede para que a proteção das peças se faça nos sete 
primeiros dias a partir do lançamento do concreto, podendo ser então 
imersas em água, molhando continuamente as peças concretadas com 
dispositivos apropriados, para depois cobrir com sacos de aniagem 
mantidos sempre úmidos. A atenção maior à cura é em lajes e pisos, 
pois costumam ser ambientes expostos, sem proteção e formas, como 
no caso de vigas e pilares. 
De todas as técnicas, a mais empregada é a cura com molhagem 
constante, porém vale lembrar que isso não significa ter um operário 
com uma mangueira na mão molhando uma área enquanto outra área 
vai secando; a cura deve estar sempre 100% saturada de umidade 
relativa (UR). 
Outros métodos de cura são: por aspersão, que envolve sistemas de 
ar-comprimido, mantendo uma névoa próxima à peça de concreto; 
cura química,que é a aplicação de produto na superfície do concreto 
por aspersão, com sustâncias como WAX, ceras, parafinas, PVA, 
acrílicos, estilenos, entre outros elementos que impedem a evaporação 
da água; cura a vapor, que é muito empregada em ambientes frios, 
como a região Sul do país, que tem como procedimento usar o 
princípio da maturidade para alcançar altas resistências em baixas 
idades; e, por fim, temos a cura térmica, que tem o mesmo princípio 
da cura a vapor pela maturidade, mas é empregada em peças pré-
moldadas.] 
Concreto armado na construção civil 
Como o concreto possui baixa resistência à tração, surgiu a 
necessidade de inserir materiais mais resistentes: as barras de aço. 
O concreto armado é a associação do concreto simples com uma 
armadura, e os dois materiais devem resistir solidariamente aos 
esforços solicitantes, sendo essa solidariedade garantida pela 
aderência. Dentre as vantagens do uso do concreto armado, Petrucci 
(2007) aponta algumas características: 
• Moldável, permitindo grande variabilidade de formas e de estilos 
arquitetônicos; 
• Apresenta boa resistência em relação à grande parte dos tipos 
de solicitação de esforços, desde que seja feito um 
dimensionamento correto e um detalhamento adequado das 
armaduras; 
• A estrutura do concreto armado é monolítica, possibilitando que 
todo o conjunto trabalhe em associação quando a peça é 
solicitada; 
• Possui baixo custo de mão de obra, não exigindo profissionais 
com elevado nível de qualificação e formação; 
• Os processos construtivos são bastante conhecidos e 
difundidos em todo o país, sendo fácil seu emprego e utilização; 
• Sua execução é fácil e rápida, em especial nas peças pré-
moldadas; 
• O concreto armado é durável e protege a armação contra a 
corrosão e as ações de intempéries; 
• A manutenção tem gastos menores quando a estrutura é 
projetada e construída adequadamente; 
• É pouco permeável à água, seguindo as corretas condições de 
plasticidade, adensamento e cura; 
• É seguro contra o fogo, seguindo o cobrimento de acordo; 
• É resistente a choques e vibrações, efeitos térmicos e 
atmosféricos e a desgastes mecânicos. 
 
 
O concreto armado traz como grande diferencial e benefício a melhoria 
na resistência à tração do concreto com o emprego das armaduras na 
estrutura, atribuindo também ductibilidade e um aumento na 
resistência à compressão em relação ao concreto simples. 
Porém, existem algumas desvantagens no emprego do concreto 
armado, como o grande peso do próprio material, pois em média 
temos 2500 kg/m³, um valor impactante para o cálculo estrutural. 
Quando reformas e demolições são necessárias, são muito difíceis de 
serem executadas por causa da dureza do material, além do baixo grau 
de proteção térmica que apresenta, criando assim espaços mais frios. 
Outra breve desvantagem é quanto ao prazo na utilização do concreto 
sem o uso de aditivos, sendo necessário aguardar o tempo de cura e 
secagem da peça. 
PROPRIEDADES 
Em uma estrutura de concreto armado, além do uso do concreto, o emprego de 
armações de barras de aço é fundamental, permitindo uma melhoria na 
resistência aos esforços de tração da estrutura. 
Na região tracionada onde o concreto possui resistência praticamente 
nula, ele acaba sofrendo fissuração e se deformando, graças à 
aderência das barras de aço, que auxiliam no trabalho e absorção dos 
esforços de tração da região comprimida. 
Os coeficientes de dilatação térmica do aço e do concreto são muito 
próximos, o que auxilia que o trabalho ou que a movimentação do 
conjunto aconteça uniformemente com as variações de temperatura. 
O coeficiente de dilatação do concreto é de (0,9 a 1,4) ∙ 10-5/℃ (mais 
frequentemente 1,0 · 10-5/℃). No caso do aço, o coeficiente é de 1,2 ∙ 
10-5/℃. Se observarem, essa diferença entre o aço e o concreto é 
insignificante, tanto que para o concreto armado é adotado o 
coeficiente de 1,0 ∙ 10-5/℃. 
Como já mencionamos, o concreto protege o aço da oxidação, 
garantindo durabilidade à estrutura. Auxilia, também, na proteção 
física por meio do cobrimento das barras e protegendo-as do exterior, 
além da proteção química, pois durante a pega do concreto cria-se uma 
camada quimicamente inibidora em torno da ferragem. 
É possível encontrar em alguns livros a diferença entre armadura 
passiva e armadura ativa. A armadura passiva é utilizada na 
terminologia em referência ao concreto armado, enquanto a armadura 
ativa designa o concreto protendido por conta dos esforços de tração 
direta pelos quais ele é submetido. 
EXECUÇÃO 
Antes de iniciar a mistura para a produção do concreto, é necessário 
efetuar a separação dos utensílios de medição, bem como os materiais 
que serão utilizados. Normalmente os agregados miúdos e graúdos são 
medidos em padiolas de madeira, sempre levando em consideração a 
umidade. O cimento é sempre medido em peso, podendo utilizar a 
dosagem de 50 kg (tamanho de um saco de cimento), e a água 
geralmente é medida em latas. 
A mistura do concreto poderá ocorrer de forma manual ou mecânica, 
sendo que o amassamento manual é empregado apenas em pequenos 
volumes ou em obras mais simples, pois a garantia no atingimento final 
da resistência quase sempre é imprecisa. Para esses casos, a execução 
é feita sobre estrados ou superfícies planas impermeáveis e 
resistentes, com dimensões máximas de 3 m x 3 m. Misturam-se 
primeiramente os itens secos (agregados miúdos, graúdos e o cimento) 
homogeneizando-os, e em seguida é feito um buraco no centro da 
massa e adiciona-se aos poucos a água, continuando a misturar toda a 
massa até atingir uma pasta uniforme. 
No caso do amassamento mecânico, a mistura é realizada por 
máquinas chamadas de betoneiras. Costuma-se colocar na betoneira 
uma parte da água, o agregado graúdo, o cimento, o agregado miúdo e 
o restante da água. O tempo de mistura contado após todos os 
materiais serem introduzidos na betoneira é feito através das rotações 
da máquina, geralmente 20 rotações ou aproximadamente um minuto. 
Uma outra forma de se obter o concreto é através do uso do concreto 
usinado, que é entregue por caminhões betoneiras, já misturado 
conforme a resistência necessária ao projeto. Nesse caso, o caminhão 
betoneira trabalha com 8 m³, sendo indicado, portanto, para volumes 
maiores do que pequenas reformas. 
Durante o transporte, lançamento e adensamento do concreto é 
importante observar se ocorre a separação do agregado graúdo, ou 
segregação, pois isso pode impedir a qualidade final do concreto. E 
para isso, é indicado que o transporte do local do amassamento até o 
lançamento seja o mais rápido possível, e o sistema de transporte 
adotado deve permitir o lançamento direto nas fôrmas, evitando assim 
um depósito intermediário. Na direção horizontal, o transporte é feito 
por carrinhos com rodas de pneus (carriolas) e no transporte vertical, 
por estrados acionados por guinchos 
DICA 
Para evitar a segregação do agregado graúdo do concreto 
durante o transporte, o ideal é reprimir a trepidação durante 
seu manuseio e o excesso de vibração durante o processo de 
adensamento e lançamento em alturas elevadas. 
No caso do lançamento do concreto, a norma NB 1 recomenda que o 
concreto seja lançado logo após sua mistura, não criando um intervalo 
maior que uma hora, e em nenhuma hipótese se fará o lançamento do 
concreto após o início da pega. 
O adensamento ou vibração do concreto tem como objetivo preencher 
os vazios formados durante o lançamento, eliminando o ar aprisionado 
e os riscos de bicheiras. Esse adensamento poderá ser realizado 
manualmente por meio de golpes de haste (vergalhão) ou apiloamento 
com soquete. Para adensamento mecânico são utilizados vibradores de 
imersão, permitindo assim maior homogeneidade e durabilidade, 
levando a uma redução na retração e na permeabilidade da mistura. 
O uso de aço em vigas, pilares e lajes é indispensávelem estruturas de 
concreto armado, e seu dimensionamento deve ser bem calculado 
dentro do projeto estrutural. Nesse cálculo será dimensionado a bitola 
da barra a ser utilizada e os elementos relacionados na estrutura. 
 
Os elementos estruturais em concreto armado podem ser identificados 
de acordo com sua geometria e comparando a grandeza das três 
dimensões principais, que são comprimento, altura e espessura. 
Os elementos lineares possuem comprimento longitudinal maior que 
o comprimento transversal em ao menos três vezes; como exemplos 
temos as vigas e pilares, que também podem ser chamados de barras. 
As vigas são elementos que, segundo Mehta, Monteiro (2014) e Coêlho 
(2008), possuem flexão preponderante, e suas funções básicas são 
vencer os vãos e transmitir as cargas aos apoios, conforme vemos na 
Figura 2. No eixo longitudinal, as vigas podem ser curvas, mas em sua 
grande maioria sua execução é reta e horizontal. 
 
Figura 2. Viga reta de concreto. Fonte: COÊLHO, 2008, p. 156. (Adaptado). 
A carga recebida é originária das lajes, das paredes de alvenaria e de 
outras vigas e pilares, que normalmente são perpendiculares ao eixo 
longitudinal. As vigas, em conjunto com pilares e lajes, formam a 
estrutura de contraventamento que é responsável por oferecer 
estabilidade ao edifício, sob ações verticais e horizontais. Sua 
construção usualmente possui duas armaduras diferentes, uma na 
longitudinal e outra na transversal, compostas de barras longitudinais e 
estribos. 
Segundo Coelho (2008), a seção transversal da viga não poderá ter 
largura inferior a 12 cm, e, no caso das vigas da parede inferior, 15 cm. 
Em casos excepcionais, esse mínimo poderá chegar a 10 cm, mas, 
respeitando a NBR 6118 (ABNT, 2014) em relação ao alojamento da 
armadura e suas interferências, e a NBR 14931 (ABNT, 2004) referente 
ao lançamento e vibração do concreto. Temos como exemplificação de 
execução de vigas a Figura 3, apresentando os tipos de viga mais 
utilizados na construção, sendo vigas baldrames para o apoio de 
paredes da construção (1); vigas invertidas na base de uma parede (2); 
vigas em múltiplos pavimentos (3) e vigas em sobrado residencial (4). 
 
Os pilares também são elementos lineares, porém de eixo reto e 
usualmente executados na vertical, onde as forças normais de 
compressão são preponderantes e as ações recebidas são transmitidas 
às fundações da construção. Os pilares são elementos estruturais de 
grande relevância, tanto do ponto de vista da capacidade de resistência 
como no aspecto de segurança, e garantem a estabilidade da 
construção compondo o sistema de contraventamento juntamente 
com as vigas e lajes, conforme observado na Figura 4. 
 
Os pilares também são elementos lineares, porém de eixo reto e 
usualmente executados na vertical, onde as forças normais de 
compressão são preponderantes e as ações recebidas são transmitidas 
às fundações da construção. Os pilares são elementos estruturais de 
grande relevância, tanto do ponto de vista da capacidade de resistência 
como no aspecto de segurança, e garantem a estabilidade da 
construção compondo o sistema de contraventamento juntamente 
com as vigas e lajes, conforme observado na Figura 4.
 
As lajes são elementos bidimensionais planos que têm função principal 
servir de piso ou cobertura nas edificações, e geralmente recebem 
ações verticais aplicadas provenientes da utilização da laje em função 
arquitetônica. As ações perpendiculares do plano da laje são separadas 
em: distribuída na área, peso próprio, contrapiso e revestimento na 
borda inferior. São distribuídas linearmente em carga de parede 
apoiada na laje e distribuída de forma concentrada nos pilares 
apoiados na laje. As cargas e ações são transmitidas para as vigas de 
apoio conforme demonstrado na Figura 6, porém, eventualmente as 
cargas podem ser transmitidas diretamente aos pilares, conforme 
estabelece a NBR 6118 (ABNT, 2014). 
 
 
Observe os tipos de lajes na Figura 7, onde podemos encontrar lajes 
maciças (1), nervuradas (2), lisas (3), treliçadas (4) e pré-moldadas (5).
 
As lajes maciças possuem espessura totalmente preenchida em 
concreto, sem vazios, e suas armaduras são embutidas no concreto e 
apoiadas ao longo de toda a parte do perímetro. As lajes nervuradas 
podem ser moldadas no local ou podem ser pré-moldadas, e a zona de 
tração dos momentos positivos está localizada nas nervuras entre as 
quais pode ser colocado material inerte. As lajes nervuradas parecem 
colmeias ou grandes vãos cubos na parte inferior. 
As lajes lisas são apoiadas diretamente nos pilares, são executadas de 
forma maciça de concreto e aço e sem vazios ou enchimentos, porém 
não são apoiadas nas vigas, somente nos pilares, apresentando 
vantagens de custos menores, com maior rapidez de construção, mas 
são mais suscetíveis a deformações verticais. As lajes treliçadas são 
mais empregadas em construções de pequeno porte devido à 
facilidade na execução, entre as treliças pré-fabricadas instalam-se 
lajotas cerâmicas ou mesmo isopor, e acima dessa estrutura recebe-se 
a concretagem, conforme a NBR 6118 (ABNT, 2014). 
Já as lajes pré-moldadas são fabricadas industrialmente e são levadas 
prontas para as obras, precisando apenas encaixar nas demais peças. 
A argamassa armada, ou microconcreto, é uma outra possibilidade no 
emprego do concreto armado. Ela possui a mesma origem do concreto 
armado, apenas com a exclusão dos agregados graúdos. Sua armação 
usualmente é feita através de telas soldadas. Os agregados 
empregados têm a espessura na ordem de 20 mm, em média. 
ENSAIOS 
 
Eles podem ser classificados em destrutivos, que necessitam quebrar o 
corpo de prova, e não destrutivos, com a utilização de equipamentos a 
fim de mensurar a estrutura sem a necessidade de quebra. 
// Ensaios destrutivos 
Os ensaios de tração direta, segundo Mehta e Monteiro (2014), 
verificam a resistência à tração direta fct, aplicando a tração axial até 
sua ruptura nos corpos de prova de concreto simples. O ensaio de 
tração na compressão diametral, também chamado de spliting test, 
é um dos mais utilizados por motivo de sua simplicidade; utiliza o 
corpo de prova onde o corpo cilíndrico é colocado, com o eixo 
horizontal entre os pratos do equipamento de ensaio, recebendo uma 
força até sua ruptura por fendilha mento devido à tração direta. 
O ensaio de tração na flexão também é realizado com o corpo de 
prova com carregamentos nas duas seções simétricas até sua ruptura. 
Esse ensaio também pode ser chamado de carregamento nos terços, 
porque as seções carregadas se encontram nos terços do vão. 
O slump test mede a consistência do concreto verificando sua 
trabalhabilidade, é feito pelo abatimento do concreto no concreto 
fresco antes de sua aplicação, assim é possível verificar se o concreto 
tem a consistência ideal a ser utilizada. O slump é muito simples de ser 
executado: obtenha uma amostra para o teste, coloque o molde tronco 
cônico de dimensões entre 10 a 20 cm de diâmetro e altura de 30 cm 
sobre um local plano, de preferência estanque, onde a base maior fica 
voltada para baixo. Encha uma camada de 10 cm com concreto e 
realize a compactação com 25 golpes em uma barra de 16 mm de 
diâmetro. Repita o mesmo processo nas outras duas camadas. Após 
cinco minutos, retire o molde lentamente e compare a diferença de 
altura do molde com o tronco de cone de concreto. Para vigas, pilares e 
lajes, a diferença não deve passar de 6 a 8 cm; para sapatas e blocos de 
fundação, não ultrapassar 4 cm; e não passar de 8 a 12 cm para 
concretos bombeados. 
// Ensaios não destrutivos 
O ensaio de esclerometria (ou de dureza superficial) é normatizado 
pela NBR 7584 (ABNT, 2012b) e estima a resistência à compressão do 
concreto através de um esclerômetro de reflexão, que é um tipo de 
martelo impulsionado por uma mola que se choca contra a superfície 
do concretoensaiado, e quanto mais dura for a superfície, maior será o 
recuo (reflexão) do martelo. O ensaio de medição de maturidade do 
concreto é utilizado no seu processo de cura e endurecimento, sendo 
possível relacionar o tempo e a temperatura e assim definir a 
resistência à compressão estimada do concreto. Segundo Daldegan 
(2017), em situações de alta produtividade, onde as formas precisam 
ser retiradas mais rápido, esse ensaio pode auxiliar na verificação da 
resistência e se está em condições ideais de desforma. 
Conforme Daldegan, (2017), o ensaio de resistência à penetração é 
um outro tipo de ensaio de resistência à compressão, realizado por 
meio de um penetrômetro Windsor, que mede a resistência com um 
pino que fica exposto. Esse ensaio também pode ser realizado na fase 
de cura do concreto, onde o pino pode ser disparado pela forma de 
madeira e verificada a resistência antes da retirada da forma. Porém, 
esse ensaio, da mesma forma que o de esclerometria, mede apenas 
um ponto específico, e não toda a área concretada. Outro ensaio não 
destrutivo muito conhecido é o ultrassom da estrutura, que verifica as 
boas condições internas da estrutura utilizando de ondas acústicas 
ultrassônicas saídas de um emissor e recebidas por um receptor. 
PATOLOGIAS 
Bauer (1992) explica que a maioria dos danos estruturais são do tipo 
evolutivo, ou seja, poderão comprometer a estabilidade em um prazo 
mais ou menos curto, e a deterioração está relacionada com erros de 
projeto estrutural, emprego de materiais inadequados, erros de 
execução e agressividade do meio ambiente. Veja algumas patologias 
relacionadas a erros de projeto: 
• A falta de detalhamento ou detalhes mal especificados; 
• Cargas ou tensões não levadas em consideração no cálculo 
estrutural; 
• Variações bruscas de seção em elementos estruturais; 
• Falta ou projeto deficiente de drenagem; 
• Efeitos da fluência do concreto não levados em consideração. 
Os materiais devem ser criteriosamente conhecidos e ensaiados 
previamente para evitar as patologias, caracterizando-os conforme as 
normas e procedimentos relacionados. Patologias relacionadas a erros 
de execução podem estar relacionadas com: 
• Má interpretação das plantas e/ou detalhes pela equipe de obra; 
• Adoção de métodos executivos e equipamentos inadequados; 
• Deslocamento de formas, prumo e alinhamento durante a 
montagem; 
• Falta de limpeza das formas; 
• Descolamento de formas durante a concretagem devido a 
amarrações deficientes ou vibração excessiva; 
• Má colocação da armadura com a falta de cobrimento adequado 
ou má distribuição; 
• Desforma antes que o concreto apresente resistência à 
compressão e módulo de deformação suficientes e necessários; 
• Não retirada de materiais construtivos nas juntas de dilatação, 
como formas, ou ausência de vedação elástica ou limpeza; 
• Recalques diferenciais; 
• Segregação do concreto; 
• Retração hidráulica durante a pega do concreto gerando perda 
d’água; 
• Vibrações produzidas por tráfego intenso ou cravação de estacas 
nas proximidades causando impactos; 
• Conhecimento inadequado de engenharia por parte do 
construtor. 
 
Segundo Bauer (1992), os três principais sintomas de patologia de 
obras em concreto armado são as fissuras, a disgregação e a 
desagregação. São sintomas visíveis e podem ser facilmente 
constatados e diferenciados entre si. 
As fissuras podem surgir após anos, ou mesmo semanas, e as 
aberturas máximas das fissuras, admissíveis pela NBR 6118 (ABNT, 
2012), não deve ultrapassar 0,1 mm para peças não protegidas em 
meio agressivo, 0,2 mm para peças não protegidas em meio não 
agressivo, e 0,3 mm para peças protegidas. Acima desses valores, 
passam a ser necessários tratamento e correção das fissuras. As 
fissuras chamadas “vivas” são as com movimentação e ainda em 
crescimento, e as fissuras chamadas “mortas” são as fissuras 
estabilizadas, sem movimentação ou crescimento. 
Disgregação é a ruptura do concreto, especialmente nas regiões 
salientes dos elementos estruturais. São concretos que conservam sua 
característica de origem, porém não foram capazes de suportar os 
esforços anormais sobre eles. As desagregações são sintomas 
característicos de ataques químicos, como corrosão de natureza 
química, reação de hidróxido de cálcio da hidratação dos elementos do 
cimento e as reações 
 NORMATIVAS 
 
A principal norma relacionada ao concreto armado é a NBR 6118 
(ABNT, 2014), sobre os procedimentos do projeto de estrutura de 
concreto. Além desta NBR, podemos citar outras relacionadas ao 
concreto: 
• NB 1 – NBR 6118 – Projeto e execução de obras de concreto 
armado; 
• NB 2 – NBR 7187 – Cálculo e execução de pontes de concreto 
armado; 
• NB 4 – NBR 6119 – Cálculo e execução de lajes mistas; 
• NB 5 – NBR 6120 – Cargas para cálculo de estruturas de 
edificações; 
• NB 6 – NBR 7188 – Cargas móveis em pontes rodoviárias; 
• NB 7 – NBR 7189 – Cargas móveis em pontes ferroviárias; 
• NB 8 – NBR 5984 – Norma geral do desenho técnico; 
• NB 16 – NBR 7191 – Execução de desenhos para obras de 
concreto simples ou armado; 
• NB 49 – Projeto e execução de obras de concreto simples; 
• NB 51 – Projeto e execução de fundações; 
• NB 116 – NBR 7197 – Cálculo e execução de obras de concreto 
protendido; 
• NB 599 – NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações; 
• EB 1 – NBR 5732 – Cimento Portland comum; 
• EB 3 – NBR 7480 – Barras e fios de aço destinados a armaduras 
para concreto armado; 
• EB 4 – NBR 7211 – Agregados para concreto armado; 
• EB 565 – Telas de aço soldadas para armaduras de concreto; 
• EB 780 – Fios de aço para concreto protendido; 
• EB 781 – Cordoalhas de aço para concreto protendido; 
• MB-1 – NBR 7215 – Ensaio de cimento Portland; 
• MB-2 – NBR 5738 – Confecção e cura de corpos de prova de 
concreto cilíndrico ou prismáticos; 
• MB-3 – NBR 5739 – Ensaio de compressão de corpos de prova 
cilíndricos de concreto; 
• MB-4 – NBR 6152 – Determinação das propriedades mecânicas à 
tração de materiais metálicos; 
• MB-215 – Determinação do inchamento de agregados miúdos 
para concreto; 
• MB-256 – Consistência do concreto pelo abatimento do tronco de 
cone; 
• NBR 7187 – Cálculo e execução de ponte em concreto armado; 
• NBR 7212 – Execução de concreto dosado em central; 
• NBR 7807 – Símbolo gráfico para projeto de estruturas - 
simbologias; 
• NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas; 
• NBR 8953 – Concreto para fins estruturais - classificação por 
grupo de resistência; 
• NBR 9062 – Projeto e execução de estruturas de concreto pré-
moldado; 
• NBR 11173 – Projeto e execução de argamassas armadas; 
• NBR 12317 – Verificação de desempenho de aditivos para 
concreto; 
• NBR 12654 – Controle tecnológico dos materiais componentes do 
concreto; 
• NBR 12655 – Concreto - preparo, controle e recebimento do 
concreto. 
Existem também algumas normas estrangeiras que podem ser 
consultadas, como as dos órgãos do American Concrete Institute - ACI e 
do Comité Européen du Beton - CEB. 
SINTETIZANDO 
Como pudemos ver nesta unidade, o concreto é um dos materiais mais 
utilizados dentro da construção civil e da arquitetura, permitindo 
atribuir mais qualidade e durabilidade aos projetos e construções. O 
concreto é composto por aglomerantes e agregados, sendo o cimento 
o aglomerante da mistura que permite a união de todos os materiais. 
Já os agregados, como visto nessa unidade, podem ser classificados 
através de sua origem, dimensões das partículas, massa específica e 
composição mineralógica, porém a classificação mais usual é a da 
dimensão de partículas, que são separadas entre agregados miúdos 
(areia fina, média e grossa) e agregados graúdos (brita, pedra britada, 
pó de pedra, rachão, bica corrida e restolho). 
Com relação às propriedades do concreto, é preciso observar a 
resistência à compressão, a resistência à tração, a trabalhabilidade,o 
módulo de elasticidade, a coesão, a segregação e a massa específica. O 
concreto é um material que resiste muito bem à compressão, porém 
tem baixa resistência à flexão. 
Existem diversos tipos de concretos, e sua escolha ocorre de acordo 
com o tipo de obra. Entre os concretos mais usuais, temos o de 
cimento Portland (ou concreto convencional), o bombeado, o 
protendido, o celular e o armado. 
Concreto armado é a junção do concreto convencional com armaduras 
de barra de aço, que auxiliam justamente na resistência à flexão da 
peça que, em conjunto com a mistura de concreto (resistente à 
compressão), permite uma maior durabilidade e qualidade da peça. 
Na construção civil, os elementos estruturais mais utilizados na 
estrutura e contraventamento de uma edificação são executados em 
concreto armado, como as vigas, pilares e lajes. Por ser um material 
bastante empregado, existem vários ensaios e normativas para sua 
fiscalização, garantindo a segurança, durabilidade e qualidade da 
construção final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	// Resistência à compressão
	// Resistência à compressão
	// Resistência à tração Os conceitos são iguais aos da resistência à compressão, com a resistência média do concreto a tração, ou fctm, obtido por meio de média aritmética dos resultados. A resistência característica do concreto à tração, ou fctk, ou ...
	// Resistência à tração Os conceitos são iguais aos da resistência à compressão, com a resistência média do concreto a tração, ou fctm, obtido por meio de média aritmética dos resultados. A resistência característica do concreto à tração, ou fctk, ou ...
	// Módulo de elasticidade
	// Trabalhabilidade É a facilidade e a homogeneidade do concreto ao ser manipulado, desde a mistura até o acabamento, sem uma segregação nociva. Um concreto que seja difícil de lançar e adensar aumenta o custo da manipulação, mas também interfere na r...
	// Trabalhabilidade É a facilidade e a homogeneidade do concreto ao ser manipulado, desde a mistura até o acabamento, sem uma segregação nociva. Um concreto que seja difícil de lançar e adensar aumenta o custo da manipulação, mas também interfere na r...
	// Coesão É a facilidade de adensamento e de acabamento, geralmente avaliada pela facilidade de desempenhar o visual da resistência à segregação e está muito ligada à trabalhabilidade, pois a falta de coesão da mistura pode acarretar a desagregação do...
	// Coesão É a facilidade de adensamento e de acabamento, geralmente avaliada pela facilidade de desempenhar o visual da resistência à segregação e está muito ligada à trabalhabilidade, pois a falta de coesão da mistura pode acarretar a desagregação do...
	// Segregação
	Concreto de cimento Portland
	Concreto fresco
	Concreto endurecido
	Concreto preparado pelo executante da obra
	Concreto pré-moldado
	Concreto pré-fabricado
	Concreto normal
	Concreto leve
	Concreto pesado ou denso
	Concreto de alta resistência
	Concreto dosado em central
	Concreto prescrito
	Concreto de cimento Portland
	Concreto fresco
	Concreto endurecido
	Concreto preparado pelo executante da obra
	Concreto pré-moldado
	Concreto pré-fabricado
	Concreto normal
	Concreto leve
	Concreto pesado ou denso
	Concreto de alta resistência
	Concreto dosado em central
	Concreto prescrito
	CURA DO CONCRETO
	A cura do concreto tem como objetivo retardar a evaporação da água empregada no preparo da mistura e auxiliar na hidratação completa do cimento, segundo Petrucci (2007).
	PROPRIEDADES
	ENSAIOS
	// Ensaios destrutivos
	// Ensaios não destrutivos
	PATOLOGIAS
	Bauer (1992) explica que a maioria dos danos estruturais são do tipo evolutivo, ou seja, poderão comprometer a estabilidade em um prazo mais ou menos curto, e a deterioração está relacionada com erros de projeto estrutural, emprego de materiais inadeq...
	Disgregação é a ruptura do concreto, especialmente nas regiões salientes dos elementos estruturais. São concretos que conservam sua característica de origem, porém não foram capazes de suportar os esforços anormais sobre eles. As desagregações são sin...
	NORMATIVAS

Outros materiais