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Nivya Moraes P3/UC9 UNIT - AL 1 imagem INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA É uma síndrome de disfunção ventricular A insuficiência ventricular esquerda provoca falta de ar e fadiga A insuficiência ventricular direita desencadeia acúmulo de líquido abdominal e periférico Ambos os ventrículos podem ser afetados em alguma proporção Diagnóstico é clínico, fundamentado por radiografia de tórax, ecocardiografia e níveis plasmáticos de peptídio natriurético Tratamento: diuréticos, inibidores da ECA, bloqueadores do receptor da angiotensina II, betabloqueadores, antagonistas da aldosterona, inibidores da neprilisina marcapapassos/desfibriladores implantáveis e outros dispositivos. RX Os achados radiográficos que sugerem insuficiência cardíaca envolvem aumento da silhueta cardíaca, derrame pleural, líquido na fissura principal e linhas horizontais na periferia dos campos pulmonares posteroinferiores (linhas B de Kerley). Esses achados refletem a elevação crônica da pressão atrial esquerda e o espessamento crônico dos septos intralobulares decorrentes de edema. Pode haver congestão venosa do lobo pulmonar superior e edema intersticial ou alveolar. A avaliação minuciosa da silhueta cardíaca na projeção lateral pode identificar dilatação específica de câmaras atrial e ventricular. As radiografias também podem sugerir diagnósticos alternativos (p. ex., DPOC, fibrose pulmonar idiopática, câncer de pulmão). O método tem maior valor no contexto da IC aguda, em que as alterações de congestão pulmonar são mais intensas. A radiografia de tórax também é útil por sua capacidade de identificar causas pulmonares de dispneia, como doença pulmonar intersticial, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), neoplasia pulmonar e pneumonia ECG Achados no ECG não são diagnósticos, mas ECG anormal, especialmente se revelar infarto do miocárdio prévio, hipertrofia ventricular esquerda, BRE ou taquiarritmia (p. ex., fibrilação atrial com alta resposta ventricular), aumenta a suspeita de insuficiência cardíaca e pode ajudar a identificar a causa. Um ECG completamente normal não é comum em insuficiência cardíaca crônica RM Fornece avaliação altamente acurada das estruturas e da função cardíaca, sendo considerada atualmente o método padrão-ouro para medidas dos volumes, da massa miocárdica e da fração de ejeção de ambas as cavidades ventriculares. A ressonância magnética cardíaca (RMC) pode ser empregada como método alternativo para as avaliações estrutural e funcional, naqueles pacientes em que o ecocardiograma convencional se mostre inadequado pela pobre janela acústica. Pode ser empregada para a caracterização anatômica diagnóstica em pacientes com IC e cardiopatia congênita complexa. Adicionalmente, as imagens de realce tardio de contraste paramagnético na RMC podem fornecer informações sobre perfusão miocárdica, presença e extensão de fibrose miocárdica, e, portanto, extensão de viabilidade miocárdica, que podem contribuir para o diagnóstico da etiologia isquêmica da IC em pacientes com fenótipo de miocardiopatia dilatada. Além disso, com elas, é possível avaliar o prognóstico e guiar os procedimentos de revascularização em pacientes com anatomia coronária adequada. A RMC ainda pode ser empregada para caracterização tissular miocárdica, contribuindo para o diagnóstico de pacientes com suspeita clínica de doenças infiltrativas, como a amiloidose e a sarcoidose, doenças de depósito, como a doença de Fabry e a hemocromatose. Adicionalmente, a caracterização com alta resolução espacial da anatomia miocárdica obtida pela RMC pode contribuir para o diagnóstico da cardiomiopatia do miocárdio não compactado, bem como das áreas de fibrose e aneurismas típicos da cardiomiopatia chagásica crônica. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7as-pulmonares-intersticiais/fibrose-pulmonar-idiop%C3%A1tica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar Nivya Moraes P3/UC9 UNIT - AL 2 A RMC apresenta limitações que precisam ser consideradas no momento de sua indicação, como claustrofobia, presença de próteses e implantes metálicos ferrimagnéticos, e disfunção renal com clearance de creatinina < 30 mL/min/1,73 m2 , uma vez que existe risco nessa população de desencadeamento de fibrose sistêmica nefrogênica. O custo e o número de aparelhos disponíveis para a população continuam sendo limitantes ao uso mais amplo da técnica. ECOCARDIOGRAMA O Ecocardiograma Transtorácio Bidimensional com análise dos fluxos pelo método doppler (Eco-2D-Doppler) é o teste diagnóstico por imagem preferencial para avaliação inicial dos pacientes com suspeita de IC, não só por sua ampla disponibilidade, como também por prescindir do uso de radiação ionizante. Como método amplamente abrangente, o ecocardiograma pode identificar acuradamente a presença de alterações estruturais cardíacas, incluindo anormalidade do miocárdio, das válvulas cardíacas e do pericárdio, além de avaliar aspectos hemodinâmicos. O ecocardiograma permite a avaliação simultânea de múltiplas variáveis relevantes, do ponto de vista clínico, úteis para a compreensão das manifestações clínicas, auxiliando no planejamento terapêutico e na estratificação prognóstica dos pacientes com IC. A avaliação deve incluir análise da FEVE (idealmente pelo método de Simpson), dimensões das cavidades cardíacas, espessura das paredes ventriculares, geometria das cavidades ventriculares, mobilidade parietal segmentar ventricular, anormalidades anatômicas ou funcionais das válvulas, avaliação do pericárdico, estimativa da pressão sistólica na artéria pulmonar, função sistólica do ventrículo direito e análise da função diastólica e estimativa das pressões de enchimento do ventrículo esquerdo (VE). A avaliação tridimensional apresenta melhor acurácia na quantificação dos volumes ventriculares e FEVE, porém, pela pouca disponibilidade, o método de eleição permanece o Simpson. ECOCARDIOGRAFIA Ecocardiografia pode ajudar a avaliar as dimensões das câmaras, função valvar, fração de ejeção VE, anormalidades no movimento da parede, hipertrofia VE, pressões de enchimento de VE e ventrículo direito, função ventrículo direito e derrame pericárdico. É possível detectar trombos e tumores intracardíacos, além de calcificações de valvas cardíacas, anel mitral e alterações da parede da aorta. Anormalidades segmentares ou localizadas no movimento da parede sugerem fortemente DAC de base, mas também podem existir na miocardite focal. A ecocardiografia com Doppler ou Doppler colorido detecta com precisão valvopatias e shunts. A combinação da avaliação com Doppler do influxo mitral com Doppler tecidual do ânulo mitral pode ajudar a identificar e quantificar a disfunção diastólica do VE e as pressões de enchimento do VE. Medição da FEVE pode distinguir entre ICFEP predominante (FE ≥ 0,50) e ICFER (FE ≤ 0,40). É importante reenfatizar que a insuficiência cardíaca pode ocorrer com FEVE normal. Ecocardiografia com rastreamento do speckle (útil para detectar a função sistólica subclínica e padrões específicos da disfunção miocárdica) pode se tornar importante, mas atualmente só está disponível em centros especializados. Os métodos de imagem com radionuclídeos também podem ajudar a avaliar a função sistólica e diastólica IM prévio e isquemia induzível ou hibernação miocárdica. ULTRASSONOGRAFIA TORÁCICA Método não invasivo para detectar congestão pulmonar em pacientes com insuficiência cardíaca. O "artefato de cauda de cometa" sonográfico na ultrassonografia torácica corresponde ao achado radiológico das linhas B de Kerley Artefato em cauda de cometa ANGIOGRAFIAIndica-se angiografia ou angiografia coronariana por TC quando há suspeita de DC ou quando diagnóstico e etiologia são incertos. O cateterismo cardíaco com medições (hemodinâmica invasiva) da pressão intracardíaca pode ser útil no diagnóstico de miocardiopatias restritivas e pericardite constritiva. Medidas hemodinâmicas invasivas também são muito úteis quando o diagnóstico da insuficiência cardíaca é equivocado, particularmente em pacientes com ICFEP. Além disso, perturbação do sistema cardiovascular (p. ex., https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/exames-e-procedimentos-cardiovasculares/ecocardiografia https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/exames-e-procedimentos-cardiovasculares/exames-de-imagem-por-radionucl%C3%ADdeos Nivya Moraes P3/UC9 UNIT - AL 3 teste de esforço, desafio de volume, estresse por fármacos [p. ex., nitroglicerina, nitroprussiato]) pode ser muito útil durante exames hemodinâmicos invasivos para ajudar a diagnosticar a insuficiência cardíaca. Geralmente, realiza-se biópsia endocárdica apenas quando há forte suspeita de miocardiopatia infiltrativa, mas não pode ser confirmada com obtenção de imagem não invasiva (p. ex., RM cardíaca). ACHADOS MAIS COMUNS: ANALISANDO UM RX DE TÓRAX Aumento da área cardíaca Proeminência dos hilos pulmonares Inversão da vascularização pulmonar (vasos na porção superior ficam maiores que na porção inferior) Linhas B de Kerley Apagamento do seio costofrênico Retificação do diafragma - sugere hiperinsuflação pulmonar (relacionada a DPOC) Edema tende a ser mais proeminente nas bases devido a pressão, isso acarreta na diminuição da troca gasosa. O pulmão faz vasoconstrição e desvia o fluxo sanguíneo da base para o ápice, onde a troca está um pouco melhor. Isso explica a inversão da vascularização pulmonar Linhas B de Kerley – espessamento dos septos interlobulares em decorrência de edema TC coronal, janela pulmonar. Linhas B de Kerly correspodeem aos septos interlobulares espessados devido a um edema intersticial Edema é reabsorvido nos septos porque é onde a rede linfática é mais proeminente e (edema espera para ser reabsorvido por eles). O aumento do fluxo de linfa pela reabsorção do edema explica o espessamento dos vasos linfáticos nessa área ICC Nivya Moraes P3/UC9 UNIT - AL 4 ANOTAÇÕES DE AULA Quais os exames de imagem que podem auxiliar no paciente com ICC? RX, eletro, USG, TC (eventualmente), ecocardiograma é um grande exame para avaliação do coração. NOÇÃO ANATÔMICA DAS CÂMARAS CARDÍACAS ÍNDICE CARDIOTORÁCICO Índice cardiotorácico normal quando o coração ocupa menos de 50% da medida laterolateral da caixa torácica Na radiografia usa-se “aumento de área cardíaca” no lugar de “cardiomegalia” porque pode haver aumento da área cardíaca sem cardiomegalia (ex.: derrame pericárdico) AUMENTO DAS ÁREAS CARDÍACAS Nivya Moraes P3/UC9 UNIT - AL 5 Na imagem alterada o átrio esquerdo está aumentado e por ser posterior determina como repercussões o aumento do ângulo da carina e deslocamento do brônquio esquerdo e cefalização de trama com aumento da vasculatura mais apical Aumento do AD: aumento da borda direita do coração Aumento do VD: ponta do coração sobre (sinal da bota) Aumento exclusivo ou predominante do AE a ponta do átrio esquerdo tende a se deslocar inferiormente (como se mergulhasse pro compartimento abdominal) Aumento de múltiplas câmaras, principalmente do AE Aumento global das câmaras cardíacas Nivya Moraes P3/UC9 UNIT - AL 6 SINAIS DE CONGESTÃO PULMONAR Congestão pulmonar do paciente com insuficiência cardiáca: hilos pulmonares proeminentes, cefalização de trama vascular, sinais de derrame pleural com opacificação dos seios costofrênicos, aumento da área cardíaca, linhas B de Kerley. As vezes a congestão pulmonar é tão grande que faz edema- aparece na radiografia como opacidade, na TC como radiodensidade (geralmente centrais) Consolidações centrais (asa de borboleta), derrame pleural bilateral Confirma que teve congestão pulmonar: reversibilidade dos achados Espessamento liso dos septos interlobulares Pacientes com ICC podem ter anasarca (edema difuso) – pode ter derrame pleural, derrame pericárdico, ascite, edema de MMII Nivya Moraes P3/UC9 UNIT - AL 7 Na USG pode ver espessamento reacional das paredes da vesícula biliar, ascite, derrame pleural, proeminência das veias hepáticas SEPTOS INTERLOBULARES Lóbulo pulmonar secundário é importante pois entendendo sobre eles, entende-se também sobre nódulo e espessamento de septo Linhas B de Kerley: espessamento dos septos interlobulares DERRAME PERICÁRDICO Caso: paciente acamado, ecocardiograma indica que não há aumento das câmaras cardíacas Analisando: área cardíaca aumentada, derrame pericárdico. Morfologia da área cardíaca parece uma moringa de barro (sinal de derrame pericárdico e não de uma cardiomegalia verdadeira). Não há sinais de congestão (linhas B de Kerley, cefalização de trama, proeminência de hilo) No perfil: sinal de sanduíche (setas azuis e amarelas) Na TC vê o derrame pericárdico como um material hipoatenuante preenchendo o espaço pericárdico DERRAME PLEURAL Primeira coisa pra avaliar derrame pleural: olhar seios costofrênicos (primeiro sinal é a obliteração dos seios costofrênicos posteriores por serem mais profundos) Nivya Moraes P3/UC9 UNIT - AL 8 Incidência: Lawrell ou radiografia do tórax em decúbito lateral com raios horizontais Mede a coluna líquida (>1cm o volume é punsionável) Derrame pleural bilateral com atelectasia do parênquima adjacente Círculo – líquido no espaço pleural, derrame pleural na USG do tórax USG tem sensibilidade maior que a radiografia para derrame pleural CASO 1 Alterações no exame da esquerda: aumento da área cardíaca, cefalização de trama (vasculatura proeminente nos ápices), elevação da hemicúpula diafragmática esquerda, proeminência dos hilos pulmonares, alargamento do ângulo carinal, duplo contorno da borda direita do coração (provavelmente porque ele tem AE aumentado). Sinais e que o paciente já fez uma cirurgia cardíaca: fios metálicos, prótese valvar mitral. Provavelmente o paciente teve febre reumática e evoluiu com necessidade de cirurgia para implante de valva mitral devido a uma cardiopatia valvar. Sinais de ICC: cefalização de trama proeminência de hilos pulmonares, linhas B de Kerley CASO 2 Imagem em perfil: esofagograma (imagem feita quando o bário estava passando pelo esôfago). Tem duplo contratse (cápsulas efervescentes (gás) e bário. Alteração: AE aumentado que determina uma compressão do terço médio e inferior do esôfago https://drpixel.fcm.unicamp.br/conteudo/sinais-radiologicos-da-insuficiencia-cardiaca-no-raio-x-de-torax https://www.scielo.br/pdf/abc/v111n3/0066-782X-abc-111-03-0436.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/insufici%C3%AAncia- card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic https://drpixel.fcm.unicamp.br/conteudo/sinais-radiologicos-da-insuficiencia-cardiaca-no-raio-x-de-torax https://www.scielo.br/pdf/abc/v111n3/0066-782X-abc-111-03-0436.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic
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