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Cromossomos sexuais e alterações cromossômicas Determinação do sexo A determinação sexual resulta no desenvolvimento de indivíduos com características que permite os permite serem identificados como machos, fêmeas ou hermafroditas – isto é, espécies com dimorfismo sexual. Estas diferenças podem ser mais ou menos notórias – por exemplo, o pavão macho possui grandes e exuberantes penas na cauda, mas as fêmeas não. Em muitos casos a determinação do sexo é genética, existindo uma grande variedade de mecanismos regulatórios. Cromossomos sexuais Os cromossomos são estruturas nucleoproteínas, geralmente em forma de bastão durante a divisão celular. São os responsáveis por carregar toda a informação que as células necessitam para seu crescimento, desenvolvimento e reprodução. Os cromossomos sexuais são representados pelas letras X e Y. Um cariótipo formado pelos cromossomos XX indica sexo feminino, enquanto o que apresenta XY indica sexo masculino. Herança ligada aos cromossomos X e Y Herança ligada ao Y: Os genes ligados ao Y têm padrão de herança holândrica, ou restrita ao sexo, e descrevem características produzidas por genes localizados na porção não homóloga do cromossomo Y. O cromossomo Y humano desempenha um papel fundamental na determinação do sexo de um embrião em desenvolvimento. Isto é principalmente devido a um gene chamado SRY (“região determinante do sexo de Y”). O SRY é encontrado somente no cromossomo Y e codifica uma proteína que ativa outros genes necessários para o desenvolvimento masculino. Assim, embriões XX não têm SRY e se tornam mulheres. Já os embriões XY têm SRY e se desenvolvem como homens. Em casos raros, os erros durante a meiose podem transferir o SRY do cromossomo Y para o cromossomo X. Se um cromossomo X portador de SRY fertilizar um óvulo normal, ele produzirá um embrião cromossomicamente feminino (XX) que se desenvolve como um masculino. Herança ligada ao X: Quando o gene alterado está no cromossomo X. Esse tipo de herança tem o padrão recessivo. É a herança materna. Nesse caso, os filhos homens herdam genes do cromossomo X apenas da mãe. Enquanto, as filhas mulheres herdam um do pai e outro da mãe. As manifestações vão estar presentes nos machos pois apresentam apenas um cromossomo X, ou seja, não apresentam nenhum gene normal para aquela característica. Herança ligada ao sexo (daltonismo, hemofilia) Hemofilia e Daltonismo são características genéticas tipicamente atribuídas ao sexo masculino. Porém, não é bem assim que acontece. A frequência dessas características é maior no sexo masculino e não exclusiva. A hemofilia: é uma característica genética caracterizada pela baixa capacidade de coagulação sanguínea. Sendo assim, as pessoas hemofílicas têm sangramentos prolongados após um machucado e hemorragias internas, tendo uma grande dificuldade de “estancar” sangramentos. O daltonismo: é uma alteração da visão em que a pessoa não consegue distinguir muito bem algumas cores, principalmente o verde do vermelho. Essa alteração é na maioria dos casos genéticas, no entanto pode surgir também como consequência de lesões na estrutura dos olhos ou dos neurônios responsáveis pela visão. Distrofia de Duchenne A distrofia muscular Duchenne (DMD) é a doença genética com padrão de herança recessiva ligada ao sexo mais frequente em humanos, afetando 1 a cada 3500 meninos nascidos vivos. É causada por mutações no gene DMD, localizado na região cromossômica Xp21.2-Xp21.1, que codifica a distrofina, uma proteína do citoesqueleto encontrada na superfície interna das fibras musculares. As mutações patogênicas são de natureza heterogênea e um grande número tem sido descrito. Aproximadamente 2/3 dos casos são hereditários e 1/3 esporádicos causados por mutações de novo. O diagnóstico molecular direto da etiologia da doença envolve o sequenciamento dos 79 éxons do gene DMD para determinação de mutações em homens afetados. Este método é laborioso e dispendioso, o que limita a sua ampla aplicação, em particular no rastreio de mulheres portadoras. A identificação de portadoras pode ser feita de maneira indireta mediante análise de ligação de microssatélites pelo teste de DNA. Herança holândrica A herança holândrica relaciona-se aos genes ligados ao cromossomo Y e, portanto, são encontrados nos homens. Esta herança, como o próprio nome já remete, são passados a cada geração através da transmissão direta de país para filhos. Exemplo de gene holândrico é o gene SRY, que condiciona o desenvolvimento dos testículos de embriões inclusive da espécie humana, determinando, portanto, as características sexuais masculinas. Outro exemplo é o Hipertricose, responsável por pelos longos presentes nas orelhas. A herança holândrica, é a herança restrita pelo o sexo ligados ao cromossomo Y. Outros animais também apresentam herança holândrica. Genes pseudo autossômicos As regiões pseudoautossômicas (PAR1 e PAR2) são sequências homólogas de nucleotídeos nos cromossomos X e Y. É conhecido que a recombinação genética nesses cromossomos é limitada somente para as regiões pseudoautossômicas. As regiões pseudoautossômicas recebem este nome pois quaisquer genes localizados nelas, são herdados como um gene autossômico qualquer. Herança influenciada pelo sexo Esse tipo de herança ocorre quando alguns genes se expressam em ambos os sexos, mas comportam-se de modo diferente em homens e mulheres. Um exemplo dessa herança é a calvície. O gene que condiciona essa característica encontra-se em um alelo autossômico e comporta-se como dominante no homem e recessivo nas mulheres. Para a mulher ser calva é necessário que seja homozigota recessiva. Enquanto, o homem precisa de apenas um alelo dominante. Essa diferença de comportamento é devido ao ambiente hormonal de cada indivíduo. Herança limitada pelo sexo Há outros tipos de heranças relacionadas com os cromossomos sexuais. As heranças restritas ao sexo correspondem aos alelos localizados no cromossomo Y, sendo, portanto, passado de pai para filho. Um exemplo desse tipo de herança é a Hipertricose, caracterizada pela presença exacerbada de pelos nas orelhas masculinas. Alterações cromossômicas As alterações cromossômicas são síndromes genéticas provocadas por alterações estruturais, ocasionadas pela perda ou inversões nucleotídicas ou também numéricas, em consequência à falta ou excesso de cromossomos nas células, anormalidade denominada de aneuploidias. Dessa forma, as aneuploidias se manifestam pela mutação, variação maior ou menor na quantidade de cromossomos no interior das células, configurando situações de trissomia ou monossomia, respectivamente pela existência de um filamento de cromatina a mais ou um filamento a menos, com relação ao genoma constante de uma espécie. Alterações cromossômicas estruturais As alterações cromossômicas estruturais são alterações que causam modificações na morfologia dos cromossomos. Essas alterações podem ser danosas ao indivíduo, influenciando a formação do fenótipo. Normalmente, as alterações cromossômicas estruturais acontecem por erros no processo de meiose ou por alguns agentes que causam danos ao material genético, como é o caso da radiação. Alterações cromossômicas numéricas As aberrações cromossômicas numéricas incluem os casos em que há aumento ou diminuição do número do cariótipo normal da espécie humana, enquanto as aberrações cromossômicas estruturais incluem os casos em que um ou mais cromossomos apresentam alterações de sua estrutura. Sendo as numéricas classificadas em dois grandes grupos: Euploidias São alterações que se referem ao conteúdo genômico total do indivíduo, ou seja, todos os seus cromossomos são duplicados (Diploidia – condiçãonormal) ou todos são triplicados (triploidia) e assim por diante. Aneuploidias Há um aumento ou diminuição de um ou mais pares de cromossomos, mas não de todos, como por exemplo: - Trissomia (três cromossomos homólogos, sendo o normal apenas dois); - Monossomia (apenas um cromossomo não acompanhado de seu homólogo). Poliploidia Poliploidia é a situação genética de núcleo celular, célula, ou organismo, em que há mais de dois conjuntos de cromossomas homólogos. A poliploidia é amplamente distribuída nas plantas silvestres e cultivadas. A indução de poliploidia, como uma ferramenta para o melhoramento genético de plantas, vem sendo utilizada há mais de sete décadas. Poliploidias e agricultura A poliploidia é considerada como um dos processos evolutivos mais marcantes nas plantas superiores. Muitas espécies silvestres e cultivadas são poliploides, tendo surgido na natureza através de gametas não reduzidos. A estimativa da frequência de poliploides vem sendo reavaliada pela constatação de que a paleopoliploidia é muito comum. Estudos recentes mostram que as espécies poliploides, ao contrário do anteriormente aceito, são em sua maioria de origem múltipla, e que o processo de poliplodização, além de ser um evento dinâmico e recorrente, foi acompanhado de mudanças genéticas e epigenéticas, levando a uma extensa reestruturação em todos os níveis do genoma, como repadronização cromossômica, silenciamento gênico, novos padrões de expressão gênica, ação de transposons, invasão intergenômica e evolução coordenada. Aneuploidias Aneuploidias são alterações cromossômicas numéricas que se caracterizam pelo aumento ou diminuição de um tipo de cromossomo. A síndrome de Down é um exemplo de aneuploidia. Os seres humanos apresentam 23 pares de cromossomos, sendo um par de cromossomos sexuais. Síndrome de Turner A Síndrome de Turner, também chamada de monossomia do X ou disgenesia gonadal, é uma doença genética rara que surge apenas nas meninas e que é caracterizada pela ausência total ou parcial de um dos dois cromossomos X. A falta de um dos cromossomos leva ao surgimento de características típicas da síndrome de Turner, como baixa estatura, excesso de pele no pescoço e tórax alargado, por exemplo. Síndrome de klinefelter A síndrome de Klinefelter é uma aberração cromossômica que foi identificada em 1942 por Harry Fitch Klinefelter. Ela é caracterizada pela presença de um cromossomo X a mais em indivíduos do sexo masculino. Esse tipo de aberração é conhecida por aneuploidia e consiste no aumento (trissomia) ou diminuição (monossomia) no número de cromossomos. No caso da síndrome de Klinefelter, o indivíduo apresenta um cromossomo X a mais, assim, a síndrome é classificada como uma trissomia. Síndrome do triplo X A Síndrome do Triplo-X é uma aberração cromossômica numérica que atinge 1 em cerca de 800 a 1000 mulheres. As mulheres portadoras dessa síndrome apresentam um cromossomo X a mais, totalizando um cariótipo com 47 cromossomos: 47, XXX. Quase todos os erros relacionados à essa síndrome ocorrem durante a ovulogênese, pela não disjunção dos cromossomos. Algumas mulheres podem apresentar até 4 ou 5 cromossomos X extras. Quanto mais cromossomos X, maio o índice de retardo mental nessas mulheres. Síndrome do duplo Y A síndrome do duplo Y é uma aneuploidia dos cromossomas sexuais, onde um humano do sexo masculino recebe um cromossomo Y extra em cada célula, ficando assim com um cariótipo 47,XYY. Devido a não disjunção durante a meiose II paterna, o cromossomo Y transporta relativamente poucos genes, os portadores de um Y suplementar não apresentam anomalias físicas relevantes ou produz um fenótipo discernível. Também é designada como: Trissomia XYY, Aneuploidia 47,XYY ou Síndrome do super-macho. Síndrome de Down A Síndrome de Down é uma condição genética, definida por um cromossomo 21 extra nas células do corpo, conhecido também por trissomia do 21. Dentro das células, existem os cromossomos que carregam informações sobre o indivíduo, sendo que cada um tem 46 cromossomos, já aqueles com Síndrome de Down possuem 47. Na fecundação resultante de 23 óvulos e 23 espermatozoides, há origem de feto com 46 cromossomos. Na condição, ocorre um erro na divisão celular que resulta na presença adicional de um terceiro cromossomo do par 21 nas células, muitas vezes isso ocorre na formação do óvulo ou espermatozoide que contém um cromossomo 21 a mais.
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