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Movimentos sociais que marcaram o período republicano em Mato Grosso
Desde o início do regime republicano muitos movimentos sociais empreendidos pelas camadas populares denunciavam a insatisfação da população citadina e urbana com o governo republicano.
Em Mato Grosso, os movi mentos sociais que aconteceram durante a vigência da república foram desencadeadas por grupos políticos regionais em disputa pelo poder. A seguir abordaremos os principais movimentos sociais que marcaram a história de Mato Grosso.
O Massacre da Baía do Garcez.(1901)
Esse movimento social ocorreu ao final do governo do presidente Campos Sales (1898-1902), e caracterizou a política dos governadores em Mato Grosso. Além disso garantiu a ascensão no governo do Estado, do usineiro Antônio Paes de Barros, conhecido em Mato Grosso por Totó Paes de Barros.
Entretanto, a origem deste conflito foi caracterizado pela violência e teve as suas raízes nas eleições governamentais de 1898. Nessas eleições, o coronel Generoso Ponce, pertencente ao Partido Republicano indicou como candidato ao governo do Estado, João Félix Peixoto de Azevedo. A indicação acabou suscitando a rivalidade entre Ponce e os Murtinho, uma vez que Manuel José Murtinho apoiava como candidato José Maria Metelo.
Vale ressaltar, que neste momento, os Murtinho possuíam projeção nacional, pois Manuel José Murtinho era ministro do Supremo Tribunal Federal, enquanto que seu irmão, Joaquim Murtinho era ministro da Fazenda de Campos Sales. Lembremos ainda, que os Murtinho eram acionistas da Companhia Mate Laranjeira, que detinha o monopólio da extração da erva-mate no sul de Mato Grosso e com certeza, a grande potência econômica do Estado.
Depois dessas importantes reflexões, voltemos ao Massacre da Baía do Garcez.
Após o rompimento de Ponce e dos Murtinho, as eleições aconteceram e a vitória coube a João Felix Peixoto de Azevedo.
Manuel José Murtinho inconformado com a vitória do candidato de Ponce, reagiu a situação, recorrendo ao governo federal e com o apoio do presidente da República formou uma força paramilitar denominada “Legião Campos Sales” , que tinha no comando o coronel Totó Paes de Barros. A “Legião Campos Sales” cercou a Assembléia Legislativa Estadual, em Cuiabá, para anular as eleições que deram vitória a Peixoto de Azevedo.
Com a anulação, novas eleições foram realizadas, vencendo Antônio Pedro Alves de Barros, que tinha o apoio dos Murtinho, logo da oligarquia cafeeira.
O governo de Antônio Pedro Alves de Barros foi bastante intranqüilo, pois esse governante logo recebeu a notícia da existência de forças oposicionistas. Para conter os focos de oposição, Totó Paes de Barros comandou uma tropa de homens armados; a “Divisão Patriótica”. Logo, Totó Paes de Barros descobriu que a oposição estava escondida em Santo Antônio do Leverger, na Usina da Conceição, que aliás era de propriedade de João Paes de Barros, irmão de Totó Paes.
Em posse desta importante informação, Totó Paes de Barros cercou a propriedade prendendo os suspeitos. A seguir conduziu os prisioneiros a Baía do Garcez, localizada entre Santo Antonio do Leverger e Cuiabá. Neste local, os prisioneiros foram barbaramente assassinados e seus corpos lançados nas águas da Baía.
No ano seguinte aconteceu o inesperado, as chuvas não vieram no período previsto, as águas da Baía secaram revelando o crime hediondo cometido por Totó Paes de Barros. Apesar da revelação, o crime ficou impune e Totó Paes de Barros, líder do Partido Republicano Constitucional, venceu as eleições ao governo do Estado tomando posse em 1902.
2- Revolta de 1906
Totó Paes de Barros ao assumir a presidência do Estado em 1902 manteve-se fiel ao Presidente da República, Rodrigues Alves, representante da oligarquia cafeeira. Entretanto, Totó Paes de Barros parecia não compreender que para se manter no poder não bastava estabelecer uma aliança política somente com o governo federal, mais ampliar o pacto político á nível regional. Desta maneira, Totó Paes de Barros acabou contando apenas com o apoio do seu grupo político, o que favoreceu o crescimento de um movimento oposicionista ao governador.
Embora Totó Paes tenha sido eleito com o apoio dos Murtinho, ao tomar o poder se distanciou destes oligarcas, que conseqüentemente passaram a fazer oposição ao governador.
O rompimento entre Totó Paes de Barros e os Murtinho levaram esses oligarcas a se aproximarem do grupo de Generoso Ponce, do qual anteriormente eram inimigos políticos. A união de Ponce e dos Murtinho tinha como principal objetivo derrubar do poder Totó Paes de Barros.
Com relação a Generoso Ponce, este oligarca era oposição a Totó Paes de Barros desde o período da sua eleição, e contrariado com a vitória de Totó Paes de Barros nas urnas, Ponce mudou de Mato Grosso estabelecendo residência no Paraguai. 
Neste país, Generoso Ponce fundou o jornal “A Reação”, especializado em tecer críticas ao governador e a sua administração. O jornal “A Reação” era feito no Paraguai e circulava clandestinamente no Estado de Mato Grosso. 
O documento abaixo refere-se a uma matéria publicada no jornal “A Reação”, e emite um visão de uma pessoa que preferiu o anonimato para expressar a sua posição sobre o comportamento e as atitudes do governador Antônio Paes de Barros. 
Senhores Redatores da “Reação”
Completamente alheio às lutas políticas e aos interesses partidários, mas não indiferente à sorte desgraçada que está reservada a nossa terra, se nela persistir, como norma, o regime de ódio aí inaugurado pela polícia do Sr. Totó Paes – que como verdadeiro possesso é hoje a própria encarnação do demônio – pelos males que tem implantado, perseguindo sem tréguas os seus desafetos, mandando matá-los e confiscando em seu proveito e no de seus irmãos Henrique e José os bens e a fortuna, tenho longamente refletido nos males que nos assoberbam, ameaçando o nosso futuro.
Vejo na obsessão do malvado Regulo de Itaicy um caso patológico interessante e digno de estudo da psiquiatria; não é possível que tal homem, com essa perversão dos sentimentos morais tantas vezes revelada tenha um cérebro são, funcionando de modo regular.
(sic) O homem está louco e deve ir ao Hospício.
Vosso patrício, am° cr° ob°
N. N.[footnoteRef:1] [1: NDHIR: Jornal A Reacção , 10 de outubro de1902
] 
O excessivo poder de Totó Paes de Barros, as perseguições e as mortes dos seus opositores acabaram provocando o medo e o descontentamento das camadas populares a sua administração.
Além disso, como já mencionamos anteriormente, provocou a união de dois inimigos implacáveis, Generoso Ponce e os Murtinho, que se aliaram a oligarcas da oposição em Corumbá dando origem a Coligação, que começou a construir estratégias para aniquilar o poder de Totó Paes de Barros
A Coligação, em 16 de maio de 1906, deu início aos seus planos, destruiu o comando da polícia, e cortou a comunicação de Cuiabá, Cáceres e Corumbá com a capital Federal. A seguir, a Coligação partiu em direção a Cuiabá. 
Anteriormente ao rompimento das comunicações com o Rio de Janeiro, o governador pediu ao presidente Rodrigues Alves, que enviasse em seu socorro uma expedição militar, uma vez que o número de soldados a serviço do Estado não era suficiente para conter a Coligação. Atendendo ao pedido do governador, Rodrigues Alves enviou a Mato Grosso, a “Expedição Dantas Barreto”, composta de dois mil soldados.
A Coligação chegou a Cuiabá pelo rio Coxipó, e entrou na cidade facilmente. Ao receber a notícia da chegada do grupo oposicionista, as forças do governo, que eram lideradas por Totó Paes de Barros tentaram contê-la, no morro do Bom Despacho e na Prainha. Porém a tentativa foi em vão, pois a Coligação dominou a rua Barão de Melgaço, atingiu o largo da Mandioca e São Benedito.
Ao perceber o avanço vitorioso da Coligação, Totó Paes resolveu fugir para as proximidades da Fábrica de Pólvora, no Coxipó.
Porém a Coligação acabou descobrindo o esconderijo de Totó Paes de Barros, e seguindo para o local, o grupo oposicionista sob o comando de Generoso Ponce entrou em confronto com ogovernador, que acabou atingido por uma bala e faleceu no local.
Logo depois deste episódio, a expedição “Dantas Barreto” chegou a Cuiabá, mais nada podia fazer, e imediatamente retornou ao Rio de Janeiro levando a informação ao presidente Rodrigues Alves do falecimento de Totó Paes de Barros.
Com a morte de Totó Paes de Barros, assumiu o governo de Mato Grosso, o vice-governador. Pedro Leite Osório.
3. Caetanada (1916)
Depois de eliminar Totó Paes de Barros, a antiga força de oposição; a Coligação se transformou no Partido Republicano Conservador (PRC), liderado por Generoso Ponce e Pedro Celestino.
Entretanto, a discórdia entre Pedro Celestino e os membros do seu partido logo se iniciaram, quando a Companhia Mate Laranjeira, a grande potência econômica do sul, pediu ao governo do Estado um novo arrendamento de terras.
Pedro Celestino mostrou-se contrário a aprovação deste arrendamento, pois defendia que essas terras deveriam ser usadas para promover a colonização de Mato Grosso, que na opinião do oligarca, era a melhor alternativa para promover o progresso do Estado de Mato Grosso. 
Apesar de todos os argumentos defendidos por Pedro Celestino, a Companhia mate Laranjeira obteve um novo arrendamento. Não esqueçamos, que a Companhia Mate Laranjeira tinha como um dos seus principais acionistas os Murtinho, que possuíam enorme projeção na política nacional. Assim derrotado no seu posicionamento e contrariado, Pedro Celestino rompeu com o partido e fundou o Partido Republicano Mato-Grossense. (PRMG). 
Em 1915, a disputa pela condução política do Estado contou com a participação dos seguintes partidos políticos: Partido Republicano Conservador, o Partido Liberal e o Partido Republicano Mato – Grossense. A vitória dessas eleições coube a Caetano de Faria Albuquerque, do Partido Republicano Conservador.
Ao assumir o governo, Caetano de Albuquerque indicou para o seu secretariado membros do seu partido, porém resolveu nomear um secretário do Partido Republicano Mato-Grossense. Tal nomeação gerou duras críticas entre os seus partidários, porém agradou o PRMG que conferiu o apoio ao governador. Caetano de Albuquerque tomou então a decisão de romper com o PRC e acabou se filiando no PRMG. Essa situação provocou uma guerra entre grupos armados do PRC e do PRMG. 
Para agravar mais ainda a crise política, Caetano de Albuquerque foi acusado pelo PRC de favorecer os produtores de borracha, no tocante, a cobrança dos impostos. Desgostoso com o rumo dos acontecimentos, Caetano de Albuquerque pediu a Assembléia Legislativa Estadual o seu afastamento da Presidência do Estado tomando posse o vice-governador Manuel Escolástico do PRC.
Decorridos alguns dias, Caetano de Albuquerque pediu ao Supremo Tribunal Federal a sua volta ao governo do Estado. Porém, Manuel Escolástico não aceitou deixar o governo. Esse confronto entre Pedro Celestino e Manuel Escolástico provocou a formação de um governo paralelo em Mato Grosso.
Em Cuiabá ficou na direção do governo, Caetano de Albuquerque e em Corumbá, Manuel Escolástico. Essa atitude acarretou em lutas armadas entre as oligarquias e tal situação era totalmente inconstitucional. O governo federal ao tomar conhecimento do ocorrido resolveu decretar intervenção federal em Mato Grosso em 1917. 
O presidente da república em exercício naquele período, Venceslau Brás indicou como interventou federal Camilo Soares, que governou o Estado durante três meses, no entanto, no entanto, este governante não foi capaz de conter as brigas entre as oligarquias e os seus bandos armados. Desta forma, Venceslau Brás resolveu nomear outro interventor, escolhendo o bispo de Cuiabá, D. Aquino Correa. D. Aquino Correa era respeitado no norte e no sul e foi somente com a sua posse, que os conflitos entre os coronéis e o banditismo diminuíram.
Resumidamente podemos considerar que a Caetanada expressou a luta política entre as oligarquias nortistas e sulistas na condução política do Estado de Mato Grosso. 
No tocante ao Governo de D.Aquino Correa, a sua gestão foi caracterizada por um período de tranqüilidade, uma vez que as disputas entre os coronéis foram combatidos. Durante o seu governo foi comemorado com festividades o bicentenário da fundação de Cuiabá, ocorreu a inauguração da luz elétrica, foi introduzido o primeiro automóvel em Cuiabá, foram edificadas edifícios públicos, pontes em Três lagoas e Cuiabá, foi criado o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, a Academia Mato-grossense de Letras, instalação do Observatório Meteorológico e Sismográfico, e D.Aquino ainda conferiu a Cuiabá, a alcunha de “cidade verde”, devido a presença de árvores frutíferas como mangueiras, laranjeiras, cajueiros, dentre outras, nos quintais cuiabanos.[footnoteRef:2] [2: Correa, Virgilio Filho, Historia de Mato Grosso, p.612..] 
4. Morbeck e Carvalhinho
Ao iniciar a século XX, a região leste de Mato Grosso recebeu uma onda migratória de nordestinos que foram atraídos pelas jazidas de diamantes existentes principalmente nas proximidades dos rios Cassununga e Garças. A intensa migração deu origem a muitos núcleos de povoamento, como Alto Araguaia, Guiratinga, Poxoreo, Barra do Garças, Itiquira, Tesouro, dentre outras.
Foi neste contexto que chegou ao leste do Estado, José Morbeck, oriundo da Bahia, que logo se tornou o chefe político local, e que durante os pleitos eleitorais conquistava os votos dos moradores daquela região.
Morbeck impunha o seu poder através da violência, para isso contava com bandos armados e homens de sua total confiança, como por exemplo, Manuel Balbino de Carvalho, conhecido intimamente pelo apelido de Carvalhinho.
Em 1926, Pedro Celestino, presidente do Estado de Mato Grosso, almejando dominar politicamente o leste começou a agir para aniquilar o poder de Morbeck. A estratégia arquitetada pelo governador para derrubar Morbeck era aliciar o seu fiel companheiro Carvalhinho.
Em 1925, Pedro Celestino por coincidência do destino, viu a possibilidades dos seus planos serem atingidos. Neste ano, um grupo de garimpeiros pediu a José Morbeck permissão para a realização de um baile na região. Essa região, rica em produção de diamantes era extremamente violenta. Assim Morbeck, na condição de chefe político local, apreensivo com a insegurança que reinava na zona de garimpo, permitiu a realização do Baile “Fecha Nunca”, mas para evitar problemas durante a festança, Morbeck mandou Carvalhinho cuidar do baile. Entretanto, Carvalhinho passou essa responsabilidade para Reginaldo, que possuía um bando armado a serviço de Morbeck. A festa foi um verdadeiro fracasso ocorrendo muitas mortes. e Reginaldo foi responsabilizado e delatado pelo moradores do leste como o responsável pelo ocorrido naquela noite.
Morbeck mandou prender Carvalhinho conduzindo-o a Cuiabá. Porém ao chegar a capital de Mato Grosso foi libertado, mas acabou falecendo vitima de um atentado, no Coxipó da Ponte.
A notícia da sua morte foi recebida no leste, e Carvalhinho acreditava piamente que Morbeck encomendou a morte do seu amigo. Neste momento aconteceu o que Pedro Celestino desejava, o assassinato de Reginaldo provocou uma fragilidade na amizade de Morbeck e Carvalhinho.
Depois deste incidente, Morbeck e Carvalhinho viajaram ao Rio de Janeiro. Carvalhinho marcou um encontrou em segredo com Pedro Celestino, que naquele momento estava também na capital federal.
 Neste encontro, Carvalhinho recebeu a informação da sua nomeação como Delegado de Polícia da região do Araguaia e Garças e para agente arrecadador dos tributos das Minas de Garimpo. Ao retornar ao hotel onde estava hospedado com Morbeck revelou ao amigo o seu encontro com o governador, bem como, a sua nova função. Inconformado com a traição do amigo, Morbeck retornou imediatamente para Mato Grosso, com o objetivo de preparar uma emboscada para receber Carvalhinho.
Carvalhinho, orgulhoso da sua nomeação, ficou no Rio de Janeiro dando entrevistas aos jornalistas cariocas sobre a sua atuação como delegado do leste, de como combateria o banditismo e conseqüentemente a violêncianos garimpos.
Ao retornar a Santa Rita do Araguaia, local de sua moradia,, Carvalhinho foi surpreendido durante a madrugada por Morbeck e seu bando. Para fugir ao cerco de Morbeck, Carvalhinho se atirou nas águas do rio Araguaia. Mas a sua fuga, tinha como destino final, a Bahia, aonde foi arregimentar homens para voltar a Mato Grosso e acertar as contas com Morbeck. Em Salvador, Carvalhinho entrou em contato com o governador Pedro Celestino pedindo proteção para o seu retorno a Mato Grosso.
Carvalhinho retornou ao leste, e com seu bando conquistou Lageado, Cassunungsa e Santa Rita do Araguaia. Morbeck diante do avanço das tropas de Carvalhinho, foi ao Rio de Janeiro pedir ao governo federal ajuda financeira para a contratação de homens e para a compra de armas e munições. Para obter o financiamento, Morbeck alegou ao governo federal, que essa contribuição financeira era fundamental para combater a Coluna Prestes, que naquele instante passava por Mato Grosso.
Ao voltar do Rio de Janeiro, Morbeck e Carvalhinho fizeram da região leste um palco de guerras. A rivalidade entre os seus bandos somente foi amenizada com a posse do novo governador do Estado, Mario Correa da Costa.
Para combater os conflitos armados no leste, o governador recentemente empossado tomou a decisão de nomear como novo delegado do Araguaia e do Garças, Valdomiro Correa.
Carvalhinho inconformado com essa indicação, cobrou do governo do Estado uma pesada indenização. Como o governo não deu resposta a sua exigência, Carvalhinho e seu bando resolveram atacar o quartel. Logo depois dessa façanha, Carvalhinho fugiu para Goiás. Porém, Mario Correa da Costa ao ter noticias do paradeiro de Carvalhinho e de seu bando, enviou um destacamento de soldados para Goiás para prendê-los. Depois de preso, o governo do Estado obrigou Carvalhinho a desfilar pelas principais ruas de Cuiabá, numa demonstração de que o “terror” do leste foi definitivamente combatido.
Em 1930 com a ascensão ao poder de Vargas, Carvalhinho foi libertado.

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