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1 - FARMACOLOGIA FARMACODINÂMICA (ATUAÇÃO/AÇÃO) • Estuda os mecanismos por meio dos quais os medicamentos atuam nos sistemas orgânicos • São os mecanismos de ação, os efeitos químicos e os efeitos fisiológicos FARMACOCINÉTICA (CAMINHO PERCORRIDO PELO MEDICAMENTO) • Estuda os caminhos que os medicamentos percorrem no organismo e seus efeitos no organismo • É a absorção, distribuição, biotransformação e excreção 2 - CONCEITOS EM FARMACOLOGIA (ANVISA) DROGA • Substância ou matéria prima que tenha finalidade medicamentosa ou sanitária MEDICAMENTO • Produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade profilática (precaução), curativa, paliativa (remoção da dor) ou para fins diagnósticos REMÉDIO • Tudo aquilo que cura, que alivia ou evita a enfermidade PLACEBO • Tudo o que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento (fármaco, medicamento, droga ou remédio) em concentrações pequenas ou mesmo na sua ausência FÁRMACO OU PRINCÍPIO ATIVO • Conceito que tem sido usado como sinônimo de medicamento ou droga • Substância química conhecida, com estrutura química definida, com propriedade farmacológica • Quando sabe qual o efeito que ela promove a partir das substâncias químicas definidas • É a substância principal da formulação do medicamento EXCIPIENTES • São as substâncias acrescentadas junto ao fármaco ativo (fazem parte do medicamento), contribuindo para melhor efeito do fármaco ativo • Podem ser para completar a massa ou volume específico (ajudando em sua estabilidade) ou aumentar suas propriedade físico-químicas • Excipiente líquido = Veículo 3 - TIPOS DE MEDICAMENTO MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA • É um produto inovador • É registrado pela ANVISA e comercializado por todo o país • Sua eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente e são medicamentos com mais de 40 anos no mercado • É mais caro BASES DA TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA I MEDICAMENTO SIMILAR • É aquele que apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia, indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica em comparação ao medicamento de referência, porém se difere em características em relação ao tamanho, forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos • Não passou pelos mesmos testes que o medicamento de referência passou • Ele é mais barato (a farmácia ao comprar um ganha da distribuidora outros dois – lucro) MEDICAMENTO GENÉRICO • Medicamento registrado pelo nome genérico ou químico da substância ativa que o compõe • Passa pelos mesmos testes de bioequivalência que o medicamento de referência para garantir o mesmo comportamento químico no organismo • Não possui marketing • É muito mais barato (financiado pelos impostos) 4 – DESENVOLVIMENTO DE UM MEDICAMENTO FASE PRÉ-CLÍNICA • Nesta fase, os cientistas testam as substâncias em laboratórios e em animais de experimentação FASE CLÍNICA • É a fase de testes em humanos FASE CLÍNICA I • Testa-se o medicamento para avaliar a sua segurança • A medicação é testada em pequenos grupos (10-30 pessoas), geralmente, de voluntários sadios (exceções se estiverem avaliando medicamentos para câncer ou portadores de HIV) FASE CLÍNICA II • O número de pacientes voluntários é maior (70-100 pessoas) • O objetivo é avaliar a eficácia da medicação, isto é, se ela funciona para tratar determinada doença, e também obter informações mais detalhadas sobre a segurança (toxidade) • Somente se os resultados forem bons é que o medicamento será estudado em fase III FASE CLÍNICA III • Nesta fase, o novo tratamento é comparado com o tratamento padrão existente • O número de pacientes aumenta para 100 a 1.000 • Algumas vezes, os estudos de fase III são realizados para verificar se a combinação de dois medicamentos é melhor do que a utilização de um medicamento somente FASE IV • Estes estudos são realizados para se confirmar que os resultados obtidos na fase anterior (fase III) são aplicáveis em uma grande parte da população doente. • Nesta fase, o medicamento já foi comprovado para ser comercializado • A vantagem dos estudos da fase IV é que eles permitem acompanhar os efeitos dos medicamentos a longo prazo 5 – FORMAS FARMACÊUTICAS 5.1 - SÓLIDOS • Sua produção é mais barata, possui maior estabilidade, menor contaminação, mascaram o sabor e possibilitam uma dosagem/liberação controlada COMPRIMIDO REVESTIDO COM RESINA GASTRORESISTENTE • A resina gastroresistente impede que o princípio ativo seja liberado no estômago e não prejudique a mucosa estomacal (o pH ácido do estômago afeta o princípio ativo) • O comprimido só se desintegra no intestino (em meio alcalino) • Pode ser repartido • É um comprimido caro COMPRIMIDO DE LIBERAÇÃO PROLONGADO • Possui um revestimento poroso – controla a liberação da substância química • Ao serem dissolvidos, iniciam sua ação lentamente, de forma prolongada/duradoura (mas somente se forem ingeridos inteiros – não pode ser repartido) • Há uma dosagem maior que evita múltiplas administrações (diminui o esquecimento) • É um comprimido mais caro que o comprimido comum COMPRIMIDO REVESTIDO POR PELÍCULA • Utilizados para obter propriedades de liberação controlada ou entérica ao comprimido revestido (mais usual – efeito sistêmico) • Tem o objetivo de evitar irritações das mucosas do tecido gastrointestinal, mascarar o sabor e odor, alterar o perfil ativo (quando necessário) e evitar a inativação do princípio ativo no estômago • Mais modernos/usual (substituição das drágeas) GLÓBULOS (COMPRIMIDOS MASTIGÁVEIS) • Comprimidos preparados para terem sua desintegração facilitada pela mastigação • Depois de mastigados, eles são engolidos, para aí serem dissolvidos e absorvidos • São revestidos por sacarose DRÁGEA • É uma forma farmacêutica totalmente sólida • Revestido por açúcar (sacarose) • Tem como principal objetivo a proteção do princípio ativo contra luz e umidade, além de mascarar o sabor/odor e dar resistência adicional ao comprimido CÁPSULA • É produzido na farmácia • Feita de gelatina (colágeno) para que seja desintegrada no estômago e terminado no intestino • São geralmente usadas para mascarar o sabor e o odor que são desagradáveis • Possuem dois recipientes juntáveis podendo ser (unicolor, bicolor ou transparente) que guardam o pó CÁPSULA COM MICROGRANULOS REVESTIDOS • Liberam o princípio ativo apenas em meio alcalino (intestino) CÁPSULA GELATINOSA MOLE • Possuem uma rápida absorção por se desintegrarem em meio ácido (estômago) mais facilmente 5.2 – SEMI-SÓLIDOS • As preparações tópicas semi-sólidas são para aplicação na pele ou em certas mucosas • São de ação local ou de penetração subcutânea POMADA ou UNGUENTOS • Preparadas à base de camadas de óleos • Possuem vaselina (pegajosas) • Atuam em camadas oclusivas impedindo a desidratação e dificultando a entrada de bactérias (deixam sempre vestígios de sua aplicação) GEL • Preparação à base de água (não contém óleo) • Possui sensação de refrescância CREME ou EMULSÕES • Preparados à base de água e óleo (e até detergentes – ação tensoativo) • São bem menos oleosas e espalham-se facilmente 5.3 – LÍQUIDOS • Preparações em que há uma ou mais substâncias químicas dissolvidas em uma pequena quantidade de solvente (a substância que dissolve) SOLUÇÕES • São homogenias, translucidas e transparentes (com ou sem cor) SOLUÇÕES: XAROPE • Preparações à base de água, concentradas de açúcar, que contém uma ou mais substâncias químicas • São usadas principalmente para substâncias com sabor muito desagradável e também para pacientes que tem dificuldade de ingerir comprimidos SOLUÇÕES: TINTURAS • Medicamentos líquidos resultantes da extração de princípios ativos de drogas vegetais e animais • São à base de álcool, álcool/água, éter alcoolizadoou acetona SUSPENSÃO • São preparações em que as substâncias químicas não estão totalmente dissolvidas no meio líquido • Geralmente têm baixa capacidade de dissolução, por isso depositam-se no fundo do recipiente • Possui característica de antibiótico • Encontra-se num âmbar (caixa) – cápsulas + pó que devem ser misturas à agua • É essencial informar ao paciente que ele deve agitar o frasco antes de usar EMULSÕES • São sistemas dispersos constituídos de duas fases líquidas imiscíveis (oleosa e aquosa), na qual a fase dispersa ou interna é finamente dividida e distribuída em outra fase contínua ou externa • A estabilidade da emulsão é garantida com o uso de agentes emulsificantes, geralmente substâncias tensoativas (agitação) 6 – VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 6.1 – VIA ENTERAL VIA ORAL • É a mais utilizada, segura e econômica (além de ser bastante confortável) • Possui efeito local (trato gastrointestinal) ou sistêmico (após ser absorvido pela mucosa do intestino e atingir o sangue) • Dada pelo comprimido, cápsula, pastilhas, drágeas, pós para reconstituição, gotas, xarope, solução oral, suspensões e etc VIA SUBLINGUAL (SL) • São absorvidos rapidamente pela mucosa sublingual • Medicamento à base comprimido ou gotas deve ser colocado embaixo da língua e deve permanecer ali até absorção total • Essa via promove efeito sistêmico em curto período de tempo, além de se dissolverem rapidamente, deixando pouco resíduo na boca • Essa via é geralmente utilizada para administração de medicamentos em algumas urgências VIA RETAL • Uso dos supositórios • Receitado quando o paciente não pode fazer uso da via oral (via atípica) • Nem todos os medicamentos podem ser administrados por essa via • Possui efeito local ou sistêmico 6.2 – VIA PARENTERAL • Há o uso de dispositivos que auxiliam a administração dos medicamentos (seringas e agulhas) que são específicas em cada via VIA INTRAVENOSA • O medicamento é administrado diretamente na corrente sanguínea por uma veia • Os medicamentos variam desde uma pequena dose até uma infusão contínua • É a primeira opção durante uma emergência • Exige capacidade médica • Efeito sistêmico VIA INTRAMUSCULAR • O medicamento é diretamente injetado no músculo • Indicado para medicamentos de aplicações única ou de efeito prolongado • Não possui efeito tão imediato • Exige capacidade médica VIA SUBCUTÂNEA • Os medicamentos são administrados embaixo da pele (tecido subcutâneo) • Absorção lenta • Exige capacidade médica VIA RESPIRATÓRIA • Via que se estende desde a mucosa nasal até os pulmões • Possui efeito local ou sistêmico • Vantagem em realizar a aplicação em pequenas doses com rápida absorção • A administração ocorre por gás ou pequenas partículas líquidas (nebulização) ou sólidas (pó inalatório) • Via bastante utilizada quando há problemas respiratórios 6.3 – VIA TÓPICA • Via geralmente utilizada para tratamento de afecções de pele ou mucosas • Medicamentos apresentados na forma de pomada, gel ou creme e devem ser administrados somente no local onde há a lesão VIA OCULAR/NASAL/AURICULAR • Os medicamentos devem ser aplicação local • Via Ocular: medicamentos na forma de colírio ou pomada • Via Nasal: medicamentos na forma de soluções • Via Auricular: medicamentos apresentados na forma de solução otológica VIA VAGINAL • Utilização de cremes, comprimidos vaginais, pomadas e óvulos 7 – ABSORÇÃO DE DROGAS ABSORÇÃO (PERMEAÇÃO) • É a passagem do fármaco (droga), do seu local de administração para a corrente sanguínea • OBS: a via intravenosa não requer absorção, uma vez que a droga já é colocada na corrente sanguínea 7.1 - TIPOS DE TRANSPORTE DE FÁRMACOS PARA DENTRO DAS CÉLULAS • São os mecanismos pelos quais as moléculas do fármaco podem atravessar as membranas • LEMBRAR QUE: drogas com características lipossolúveis podem atravessar a membrana onde predominam lipídeos + drogas que tem afinidade com água procuram caminhos alternativos por canais/poros ou por proteínas carreadoras TRANSPORTE PASSIVO • É o transporte de elétrons ou de não-elétrons através da membrana plasmática • Realizado de maneira espontânea (sem gasto de ATP) a favor de um gradiente, sendo que o fluxo de transporte passivo aumenta com a concentração (as substâncias passam livremente de um local com maior concentração para outro com menor concentração até que ambas as soluções se igualem) TRANSPORTE PASSIVO: DIFUSÃO SIMPLES • Ocorre a passagem do soluto através da membrana a favor de um gradiente de concentração (as moléculas se movem de uma área de alta concentração para uma de baixa concentração) • Moléculas lipossolúveis (apolares) se dissolvem nos lipídeos da membrana e transportadas por difusão passiva • Moléculas hidrossolúveis (polares) se movem por meio de poros ou canais na membrana por difusão facilitada • Quanto maior a lipossolubilidada, maior a difusão (para os lipossolúveis) • Quanto maior a massa molecular, menor a difusão TRANSPORTE PASSIVO: DIFUSÃO FACILITADA • As moléculas atravessam a membrana com a ajuda de proteínas carreadoras específicas (permeases) • É o transporte de moléculas maiores • Proteínas carreadoras (transporte de substâncias fisiológicas) • Possui uma velocidade de difusão máxima e constate que aumenta a concentração da substância a ser difundida • Ocorre a favor do gradiente de concentração (do mais concentrado para o menos concentrado) TRANSPORTE ATIVO • As substâncias são transportadas com gasto de ATP • Ocorrem do local de menor para o de maior concentração (contra o gradiente de concentração) • O gradiente pode ser químico ou elétrico (transporte de íons) • Uso da bomba de sódio e potássio e de proteínas carreadoras • As drogas que são transportadas por proteínas carreadoras necessitam ter estrutura semelhante às substâncias naturais as quais são transportadas pelos carreadores 8 – BARREIRAS BIOLÓGICAS ESPECIAIS • Existem barreiras biológicas muito difíceis de penetração • Apenas drogas com alta afinidade lipídica (lipossolubilidade) são capazes de penetrar • Exemplos: barreira hematoencefálica, glândula tireóide e próstata • OBS: A barreira placentária é facilmente transponível (permite a passagem de todas as substâncias) 9 – EFEITO DO PH NA ABSORÇÃO DAS DROGAS • A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas • Um fármaco atravessará uma membrana mais facilmente se estiver na forma não-ionizada (apolar – sendo mais fácil de ser difundida na membrana plasmática) • Na forma ionizada (possui carga) e uma alta polaridade, possuindo uma alta dificuldade em transpor a membrana plasmática EQUAÇÃO DE DISSOCIAÇÃO DE UM ÁCIDO: ÁCIDOS FRACOS HA ↔ H+ + A- • HA é a forma molecular • A- é a forma iônica • Se a droga for ácida = HA BASES FRACAS BH+ ↔ B + H+ • BH+ é a forma iônica • B é a forma molecular • Se a droga for básica = B DROGAS ÁCIDAS: • Tendem a acumular nos compartimentos mais alcalinos (não podendo ser absorvido) EM MEIO ÁCIDO (↑ H+) • Em meio ácido predominam na forma de HA (forma molecular – sem carga) • Poderá ser absorvida (Ex: estômago) EM MEIO BÁSICO (↑ OH-) • Em meio básico predominam na forma de A- • Por estarem ionizados, atraem à água • Não poderá ser absorvida DROGAS BÁSICAS: • Tendem a acumular nos compartimentos mais ácidos (não podendo ser absorvido) EM MEIO ÁCIDO (↑ H+) • Em meio ácido predominam na forma BH+ (com carga) • Por estar na forma ionizada não poderá ser absorvida EM MEIO BÁSICO (↑ OH-) • Em meio básico predominam na forma de B (sem carga) • Poderá ser absorvida (Ex: intestino) 10 – BIODISPONIBILIDADE SISTÊMICA (BD) • É a fração de uma dose administrada de uma droga não alterada que atinge a circulação sistêmica (principal propriedade farmacocinética das drogas)• É a quantidade de droga ingerida x quantidade que chega à circulação sistêmica (todo o corpo) • Refere-se a quantidade fármaco absorvido a partir da forma farmacêutica administrada e a velocidade do processo de absorção • OBS: quando o medicamento é administrado por via intravenosa sua biodisponibilidade é de 100%, entretanto, outros tipos de vias de administração, sua taxa de biodisponibilidade diminui (devido à absorção incompleta e ao metabolismo de primeira passagem) 10.1 – FATORES QUE INTERFEREM NA BIODISPONIBILIDADE LIPOSSOLUBILIDADE • Lipossolubilidade = facilidade com que a droga pode penetrar na membrana biológica • Quanto mais lipossolúvel for o fármaco, mais facilmente penetrará na membrana biológica INSTABILIDADE QUÍMICA • De acordo com a qual cada componente ativo deverá reter sua integridade e sua potência declarada no rótulo dentro dos limites especificados • Formas intáveis quimicamente podem ser biotransformadas em produtos de baixa permeabilidade capilar GRAU DE IONIZAÇÃO (pH) • Cada fármaco possui um grau de ionização, sendo que fármacos ionizados tem dificuldade em atravessar o endotélio vascular e assim atingir outras regiões do organismo • Drogas ácidas tendem a se acumular nos compartimentos básicos, ionizando-se, ocorrendo a redução ou inativação do fármaco • Drogas básicas tendem a se acumular nos compartimentos ácidos, ionizando-se, ocorrendo a redução ou inativação do fármaco METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM (CITOCROMO P450) • Esta degradação se inicia quando o fármaco administrado via oral é absorvido no trato gastrointestinal e, através da circulação porta-hepática, vai inicialmente para o fígado, onde é submetido à biotransformação e degradação, podendo ser completamente metabolizado e inativado, não atingindo níveis na circulação sistêmica na sua forma ativa (formando substâncias menos ativas, ativas ou até tóxicas) • OBS: um fármaco administrado na via sublingual ou endovenosa não apresenta metabolismo de primeira passagem, podendo ser usado para contornar este efeito, quando indesejável • LEMBRAR QUE: animais com doenças hepáticas (hepatopatas) não devem ser tratados com medicamentos pró-fármacos (medicamentos que tem a sua passagem obrigatória no fígado) PRÓ-FÁRMACO (MEDICAMENTO LIPOFÍLICO COM SUA FORMA INATIVA) → FÍGADO (METABOLIZAÇÃO) → FÁRMACO ATIVO (ATIVAÇÃO DO MEDICAMENTO PÓS PASSAGEM NO FÍGADO) ou FÁRMACO ATIVO → SUBSTÂNCIA TÓXICA ou INATIVIDADE FORMULAÇÃO DO MEDICAMENTO (AGLUTINANTES) • Os excipientes exercem influência na biodisponibilidade dos fármacos incorporados em formas farmacêuticas orais sólidas • O tipo de natureza dos excipientes utilizados na preparação de sólidos orais são dois fatores que determinam a velocidade e a extensão na qual o fármaco vai ser absorvido, uma vez que limitam a liberação e consequentemente a dissolução do princípio ativo • Exempli: uma mudança em uma estrutura química dos excipientes pode resultar numa diferente biodisponibilidade 10.2 – BIOEQUIVALÊNCIA • Dois fármacos serão bioequivalentes se apresentarem biodisponibilidades comparáveis e tempos para alcançar picos de concentração sanguíneas semelhantes 11 – DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS • É caracterizada como a passagem do fármaco da corrente sanguínea para os órgão e tecidos alvos 11.1 – LIGAÇÃO DOS FÁRMACOS À PROTEÍNAS PLASMÁTICAS • Cerca de 1% dos fármacos absorvidos ficam na forma livre (o restante fica ligado a proteínas plasmáticas) • Quando o fármaco chega à corrente sanguínea ele se associa a proteínas • As proteínas servem como reservatórios temporários de fármacos, retardando sua chegada ao órgão-alvo e sítios de eliminação • Cada fármaco possui sua porcentagem de ligação • A eficácia de uma droga é afetada pelo grau em que ela se liga a proteínas no plasma sanguíneo • Quanto menos ligantes a droga ter, mais eficiente ela pode transpor as membranas celulares ou se difundir PORCENTAGEM DEPENDENTE DA LIGAÇÃO DE PROTEÍNAS • É necessário haver afinidade do fármaco à proteína • Da concentração desta proteína • Da concentração de fármaco livre • Pode ocorre a saturação desta ligação, de modo que podemos ter o aumento de fármaco livre ALBUMINA E SUAS LIGAÇÕES DE FÁRMACOS • Muitos fármacos possuem afinidade por ela (principalmente os ácidos) • Os tipos de ligações de fármacos à albumina são: ligações iônicas (fracas), eletrostáticas, hidrofóbicas, pontes de hidrogênio e de dipolo induzido • Existem nela, locais de ligação onde diferentes fármacos podem se ligar (por terem uma grande afinidade a ela) • A molécula de albumina está na forma aniônica em pH plasmático e possui primariamente, dois sítios de ligação para a união de fármacos • Pode haver competição entre os fármacos pela ligação à albumina (o composto de maior afinidade irá descolocar o composto de menor afinidade) • Deste modo, se um fármaco A se ligar à albumina, um fármaco B que tenha afinidade, poderá ficar livre, sem se ligar • A competição de fármacos pela ligação a proteínas, em casos raros, leva à interação entre fármacos 12 – VIAS DE ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS URINA • É a principal via de eliminação AR EXPIRADO • Via de eliminação para drogas altamente voláteis BILE/FEZES • Transferência de fármaco do fígado para a bile (envolvendo a glicoproteína P) sendo diretamente transportado ao intestino (onde serão metabolizados), retornando à forma ativa e sendo reabsorvidos LEITE • Excreção em secreções (importante para lactantes) SUOR • Excreção em secreções RINS • Substâncias hidrofílicas são facilmente eliminadas por essa via (praticamente não requerem metabolização) • Substâncias lipofílicas não são suficientemente eliminadas pelos rins (sendo metabolizados a produtos mais polares para serem excretados pela urina) 13 – METABOLISMO DOS FÁRMACOS (BIOTRASNFORMAÇÃO) • No metabolismo dos fármacos, reações bioquímicas (enzimáticas) ocorrem principalmente no fígado e são divididas em Fase I e Fase II • Fígado: as enzimas são intracelulares e ligadas ao REL em uma porção microssomal, aumentando a polaridade (hidrofilicidade) e aumentando a taxa de excreção renal (uma vez que os metabólitos são mais hidrossolúveis) • Algumas reações de metabolização podem ocorrer na parede do intestino • As reação de Fase I e Fase II ocorrem em sequência ENZIMAS CYP (CITOCROMO P450) • Atua na metabolização dos fármacos no fígado • Localizada no REL em sua fração microssomal • Participam da Fase I • Atuam na introdução de O2 (OH-) – deixando a droga apolar (facilitando a excreção) • Metabolização de 75% a 95% das drogas FASE I • Geralmente são oxidativas • São catalisadas por um conjunto enzimático (oxigenases de função mista) – há exceções (etanol = desidrogenase alcoólica) • Situam-se no REL • Possuem várias enzimas CYP (sendo o Citocromo P450 o mais importante) • Faz parte da cadeia respiratória • Geralmente introduzem ou retiram grupos reativos • As reações geralmente começam com a introdução de um O2 (pelo CIT P450) • Grupos relativamente reativos como a hidroxila (OH-) são introduzidos (desaminação) • O fármaco sofrerá, posteriormente, um ataque e a ele será adicionado um outro grupo (glicuronil, sulfato ou acetil) por conjugação na fase II • Em muitos casos preparam as moléculas para a Fase II REAÇÕES DE FASE I • São formadas por reações catabólicas • Oxidação (perda de elétrons) – sendo a reação mais comum • Redução (ganho de elétrons) • Hidrólise (quebra pela água) • Desaminação (retirada do grupo amina) PRODUTOS FORMADOS PELA FASE I • São geralmente mais tóxicos • São geralmente mais reativos (preparam o fármaco para a fase II) FASE II • Geralmente envolvem reações de conjugação • Os produtos formados são geralmente inativos • Ocorrem principalmente no fígado, podendo ocorrendotambém no pulmão e no rim • A molécula de fármaco pode já conter um grupo (hidroxila, tiol ou amino) ou pode recebe-lo na Fase I e assim, poder ser conjugada na Fase II CONJUGAÇÃO DA FASE II • É a ligação (fixação) de um grupo de átomos • A conjugação torna o fármaco menos ativo (menos lipossolúvel) e mais facilmente excretado (urina e bile) GRUPOS QUE PODEM SER CONJUGADOS GLICURONIL ACETIL SULFATO METIL GLICIL GLUTAMIL FASES DE EXCREÇÃO • FÁRMACO → EXCREÇÃO • FÁRMACO → FASE I → FASE II → EXCREÇÃO • FÁRMACO → FASE I → EXCREÇÃO • FÁRMACO → FASE II → EXCREÇÃO 14 – INDUÇÃO E INIBIÇÃO DE ENZIMAS • A indução ou a inibição podem ser incidentais (um efeito colateral de um fármaco) ou deliberadas (o efeito desejado da terapia) INDUTORES ENZIMÁTICOS (DE CYP) • O principal mecanismo da indução das enzimas P450 consiste em um aumento da expressão e tradução ou diminuição de sua degradação (↑ expressão do gene = ↑ tradução + ↑ transcrição = ↑ produção) • A indução das enzimas P450 ocorre através do aumento da transcrição INDUÇÃO ENZIMÁTICA: CONSEQUÊNCIAS • O fármaco pode aumentar seu próprio metabolismo • Um fármaco pode aumentar o metabolismo de outro fármaco co-administrado • A indução das enzimas P450 ou de algumas das outras enzimas de biotransformação pode resultar na produção de níveis tóxicos dos metabolismos reativos dos fármacos, resultando em lesão tecidual ou outros efeitos colaterais INIBIDORES ENZIMÁTICOS (DE CYP) • Consiste na redução do metabolismo dos fármacos que são metabolizados pela enzima inibida (diminuem o potencial de ação das enzimas – velocidade) • Essa inibição pode fazer com que os níveis do fármaco alcancem concentrações tóxicas e também pode prolongar a presença do fármaco ativo no corpo • OBS: a indução enzimática é usada muitas vezes como estratégia terapêutica (vantagem) 15 – COMO AS DROGAS AGEM EFEITO TERAPÊUTICO • Os efeitos terapêuticos da maioria dos medicamentos ocorrem em decorrência de interações entre os princípios ativos com macromoléculas (normalmente proteínas – alvos farmacológicos) presentes no organismo • Essas interações desencadeiam alterações bioquímicas e fisiológicas • Além dos efeitos terapêuticos, essas interações podem explicitar os efeitos indesejáveis promovidos por muitos medicamentos DROGAS → INFLUÊNCIA DE PROTEÍNAS → FUNÇÕES ORGÂNICAS DROGAS → CAPACIDADE DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO → FUNÇÕES ORGÂNICAS AÇÃO DAS DROGAS • O efeito da maioria das drogas resulta da sua interação com componentes macromoleculares do organismo • Para que uma droga possa agir, ela deverá interagir com proteínas-alvo • Interação específica (chave-fechadura) • Afinidade pelo receptor (capacidade de ligar-se) + Atividade intrínseca (capacidade de ativação) ALVO DE AÇÃO DAS DROGAS • Ácidos nucleicos • Proteínas • Enzimas • Canais iônicos • Moléculas transportadoras • Receptores 15– RECEPETORES • São proteínas • Os fármacos aproveitam-se da função natural (fisiológica) que os receptores possuem • Proteínas possuidoras de um ou mais sítios que, quando ativados por substâncias endógenas, são capazes de desencadear uma resposta fisiológica • Sítio de ação: locais onde as substâncias endógenas ou exógenas (fármacos) interagem para promover uma resposta fisiológica ou farmacológica • Em farmacologia: receptor (local onde o fármaco interage e produz um efeito farmacológico) RECEPTOR: MEMBRANA CITOPLASMÁTICA • São proteínas de membrana • Receptores de neurotransmissores (aceltilcolina) • Receptores hormonais (noradrenérgico e insulina) • Receptores de fator de crescimento RECEPTOR: CITOPLASMA • São proteínas do citoplasma • Hormônios esteroides RECEPTORES: NÚCLEO • São proteínas nucleares • Hormônios tireoidianos 16 – TIPOS DE INTERAÇÃO DO FÁRMACO-RECEPTOR • Um fármaco pode ligar-se ao seu receptor por mais de um tipo de interação LIGAÇÃO IÔNICA PONTES DE HIDROGÊNIO (H) HIDROFÓBICAS VAN DER WAALS LIGAÇÕES COVALENTES • São ligações difíceis de serem quebradas (as interações tornam-se irreversíveis) 16.1 – CANAIS IÔNICOS • São proteínas de membrana que formam poros aquosos através da bicamada lipídica, pelos quais passam os íons entre o meio extracelular e intracelular CANAIS DE Na+ K+ Ca+2 Cl - 16.2 – ENZIMÁTICOS • Algumas drogas têm como alvo as enzimas • Os fármacos ligam-se a elas inibindo a sua ação (agem como inibidores competitivos e não-competitivos) 16.3 – MOLÉCULAS TRANSPORTADORAS BOMBA SÓDIO-POTÁSSIO BOMBA DE PRÓTON (MUCOSA GÁSTRICA) 17 – RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA ❖ A resposta farmacológica é proporcional ao número de receptores com os quais o fármaco interage ❖ O efeito máximo é alcançado quando todos os receptores estão ocupados • A concentração local do fármaco controla o seu efeito • A resposta à concentração pode ser complexa e é frequentemente não-linear • Os dados da relação dose-resposta são classicamente esquematizados com a dose ou a função da dose no eixo X e o efeito medido (resposta no eixo Y • O efeito do fármaco é uma função da dose e do tempo • Os efeitos do fármaco podem ser quantificados em nével de molécula, célula, tecido, órgão, sistema orgânico ou organismo 17.1 – CURVA DOSE-RESPOSTA • É a representação gráfica da expressão matemática da relação entre a dose de um princípio farmacologicamente ativo e o seu efeito • A análise dessa curva surge indicadores farmacodinâmicos, tais como: dose efetiva, potência relativa e efeito máximo • A intensidade da resposta dada por um fármaco é proporcional à dose administrada • A curva sigmoide (curva em S) é uma expressão comumente observada na maior parte das curvas dose- resposta • Para cada efeito, haverá uma curva dose-resposta distinta • A curva dose-resposta tem características que variam: potência (localização na resposta por unidade dose) • Também existem variações biológicas (variações do medicamento numa mesma população) e variações de tempo (frequência) >>>>>>>>>>>>>> MATÉRIA P2-N1 <<<<<<<<<<<<<<< 18 – AGENTES ANTIMICROBIANOS INESPECÍFICOS CONCEITOS IMPORTANTES: LIMPEZA (Z) • Remoção mecânica/química de sujidade e/ou matéria orgânica de uma superfície • Exemplo: detergente enzimático ou não-enzimático, ladoras ultra-sônicas e limpeza manual com escova DESINFECÇÃO (D) • Método capaz de promover a eliminação de microrganismos (exceto esporos) presentes em materiais, objetos e superfícies inanimadas • Envolve processos químicos e físicos • Exemplo: Hipoclorito de sódio 1% e álcool 70% ESTERILIZAÇÃO (E) • Método capaz de eliminar todos (absoluto) os microrganismos (inclusivo esporos) • Envolve métodos físicos e químicos • Exemplo: estufa e autoclave ANTISSÉPTICOS (A) • Eliminação de microrganismos da pele, mucosa ou tecidos vivos, utilizando-se substâncias antissépticas (microbicidas/microbiostáticos) • Inibem a reprodução ou a velocidade de crescimento 19 – ASPECTOS GERAIS SOBRE ANTIBIÓTICOS ANTIBIÓTICO • Substâncias produzidas a partir de microrganismos ou derivadas de microrganismos, as quais causam danos a outros microrganismos em baixa concentrações TIPOS DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS: ANTIBIÓTICO BACTERICIDA • Substâncias que promovem a morte do microrganismo (com efeito pós antibiótico) • Exemplo: Quinilonas, Polimixinas, Peinicilinas, Cefalosporinas, Bacitracina e Rinfamicina ANTIBIÓTICO BACTERIOSTÁTICO • Substâncias que promovem a inibição da multiplicação do microrganismo • Exemplo: Sulfonamidas, Macrolídeos, Trimetoprim, Lincominina/Clindamicina, Cloranfenicol, Ácido Pipemídeo/Ácido, Nalidíxico, Tetraciclina e Nitrofurantoína TIPOS DE TOXIDADE DOS ANTIBIÓTICOS: TOXIDADE SELETIVA ABSOLUTA • Causam danos quase que exclusivamente aos microrganismos TOXIDADE SELETIVARELATIVA • Podem trazer danos aos pacientes 19.1 – ESPECTRO DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS • É o percentual de espécies sensíveis (número de espécies/isolados sensíveis) ESPECTRO DE AÇÃO ESTREITO • Atingem apenas bactérias gram + ESPECTRO DE AÇÃO AMPLIADO ou ESTENDIDO • Atingem bactérias gram + e apenas algumas bactérias gram – ESPECTRO DE AÇÃO AMPLO • Larga variedade de bactérias gram + como de bactérias gram – • Atingem inclusive bactérias não patogênicas necessárias ao organismo 19.2 – CONCENTRAÇÕES MÍNIMAS DOS ANTIBIÓTICOS CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM) • Concentração mínima para obter-se a inibição da multiplicação bacteriana • Quanto menor o CIM, maior a potência e, quanto maior a potência, maior a dificuldade da bactéria em desenvolver resistências contra o antibiótico CONCENTRAÇÃO MÍNIMA DE BACTERICIDA (CMB) • Concentração mínima de antibiótico que matará as células bacterianas 19.3 – CONCENTRAÇÃO E TEMPO NOS ANTIBIÓTICOS CONCENTRAÇÃO-DEPENDENTES • Quanto maior for o nível sérico acima da concentração inibitória mínima (CIM), maior será a taxa de erradicação da bactéria • São as concentrações mais altas e intervalos maior entre as doses • Existe efeito pós-antibiótico (mesmo após a queda na concentração plasmática abaixo do limite terapêutico o efeito do antibiótico persistirá por um tempo) • Exemplo: Aminoglicosídeos, Fluoroquinolonas, Metroindazol ... TEMPO-DEPENDENTES • Para que haja sucesso na terapia o período de concentração séria do fármaco deve ser mantida acima da concentração inibitória mínima (CIM) • O efeito terapêutico é dependente do tempo de exposição do microrganismo à concentrações suficientes do medicamento • O tempo em que a bactéria fica exposta ao agente é mais importante do que a concentração do agente antimicrobiano (intervalos menores) • Exemplo: Beta-lactâmicos, Tetraciclinas e Macrolídeos 19.4 – COMBINAÇÃO DE FÁRMACOS SINERGISMO • A combinação de fármacos produz efeitos que são maiores que a soma dos efeitos individuais (separados) de cada fármaco ANTAGONISMO • Quando a combinação de dois fármacos produz um efeito menor do que aquele que teríamos cada fármaco sendo administrado sozinho 20 – ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS • São antibióticos que atuam na inibição de síntese da parede celular (ocorrendo a lise osmótica pela falta de parede celular) • De ação bactericida • Toda essa classe de antibióticos possui em sua estrutura química o anel β-lactâmico (Penicilnas, Cefalosporinas, Carbapenêmicos e Monolactâmicos) ANEL β-LACTÂMICO: 20.1 – RESISTÊNCIA BACTERIANA À BETA-LACTÂMICOS PRODUÇÃO ENZIMÁTICA (β-LACTAMASE) • Bactérias produzem a enzima β-lactamase que ocasiona à quebra do anel β-lactâmico (inativando o antibiótico e criando resistência) MODIFICAÇÃO DA PAREDE CELULAR EM GRAM-NEGATIVAS (PORINAS) • Bactérias gram-negativas possuem porinas em sua parede celular • Porinas são proteínas transmembranares responsáveis pela difusão de líquidos, açúcares, aminoácidos e íons • Os antibióticos β-lactâmicos usam das porinas como passagem (permeabilidade) • Algumas bactérias gram-negativas podem alterar as porinas presentes em sua parede celular e acabar selecionando sua difusão (não permitindo a entrada dos antibióticos) ALTERAÇÃO DO SÍTIO DE LIGAÇÃO • O efeito do antibiótico surge dentro da bactéria por ligações feitas por sítios-alvo de ação • Algumas bactérias conseguem alterar o sítio-alvo de ação, fazendo com que o antibiótico não surja efeito • Exemplo muito comum em Penicilinas pelas suas proteínas ligadoras de peinicila (PBPs) 20.2 – PENICILINAS • Caracterizam-se pela estrutura composta pelo anel β-lactâmico, pela carboxila livre e um ou mais grupo amino • São divididas em Penicilinas Naturais e Semi-Sintéticas • São hidrofílicos • Por ser um β-lactâmico, seu mecanismo de ação é feito pela inibição da síntese de parede celular bacteriana e lise osmótica • Possui ação bactericida 20.3 – PENICILINAS NATURAIS • São originadas de um fungo capaz de eliminar bactérias • Penicilinas Naturais são descritas por possuírem letras maiúsculas (Penicilina G e V) • Não são resistentes à pecinilinases PENICILINA G (BENZILPENICILINA): • Ocorre o agrupamento de átomos (procaína + benzatina) ADMINISTRAÇÃO • O ácido estomacal hidrolisa a cadeia lateral amídica, abrindo o anel β-lactâmico (fazendo com a penicilina G perca sua atividade antibacteriana) • A melhor administração é por via IM (na qual atingem seu nível máximo de latência) DISTRIBUIÇÃO • Distribuem-se por vários tecidos (sangue, rim e urina) • Possui dificuldade em atravessar a barreira hematoencefálica íntegra • Apenas 60% ligam-se às proteínas plasmáticas EXCREÇÃO • 90% renal (por secreção tubular em sua forma íntegra) • 10% filtração glomerular ESPECTRO DE AÇÃO • Gram-positivas • Poucas gram-negativas (gonococos e meningococos, bacilos e espiroquetas) PENIICILINA V (FENOXIMETILPENICILINA): • Potencil Premix ® • Penicilina V (Pen-V-Oral) ADMINISTRAÇÃO • É gastroresistente (podendo ser administrado por VO) • Para maior potencial de ação, recomenda-se a administração antes das refeições DISTRIBUIÇÃO • Distribuem-se por vários tecidos (sangue, rim e urina) • Possui dificuldade em atravessar a barreira hematoencefálica íntegra • Apenas 80% ligam-se a proteínas plasmáticas EXCREÇÃO • 90% renal (por secreção tubular em sua forma íntegra) • 10% filtração glomerular ESPECTRO DE AÇÃO • Gram-positivas • Poucas gram-negativas (gonococos e meningococos, bacilos e espiroquetas) INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS ÀS PENICILINAS G e V • Abscessos • Abscessos por mordeduras (gatos) • Mastites • Infecções oportunistas • Tuberculose • Pneumonias • Septicemia hemorrágica em bovinos EFEITOS COLATERIAS ÀS PENICILINAS G e V • Hipersensibilidade • Efeitos Irritativos no músculo • Flebite • Efeitos tóxicos no SNC (raros) • Intolerância digestiva 20.4 – PENICILINAS SEMI-SINTÉTICAS • São produzidas na indústria a partir de um medicamento de origem natural (penicilinas naturais) • Baseiam-se nas Antiestafilococos e Animinopenicilinas ANTIESTAFILOCOCOS (PENICILINAS RESISTENTES ÀS β-LACTAMASES): • Atuam em microrganismos que produzem a penicilinase-β-lactamase (enzima que quebra o anel β- lactâmico, inativando o efeito do antibiótico) • Oxacilina, Cloxacilina, Dicloxacilina e Meticilina ADMINISTRAÇÃO • Não apresenta boa absorção por VO • Administração feira por IM ou IV EXCREÇÃO • Renal (eliminação em sua forma íntegra) ESPECTRO DE AÇÃO • Possui maior espectro de ação que as penicilinas naturais pois atuam em organismos produtores de enzimas que quebram o anel β-lactâmico INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS • Mastite Estafilocócia Bovina • Piodermites • Osteomelites • Otites AMINOPENICILINAS • São Penicilinas de largo espectro • São sensíveis às β-lactamases (são destruídas por bactérias que produzem essa enzima) • Amoxicilina e Ampicilina AMOXIXILINA: ADMINISTRAÇÃO • Resistente em meio ácido (administração feita por VO) DISTRUIBUIÇÃO • Possui boa absorção no trato digestório (atinge até 90% da biodisponibilidade) EXCREÇÃO • Renal/Urina (sendo excretado até 70% em sua forma íntegra) ESPECTRO DE AÇÃO • Largo espectro de ação (gram-positivas e gram-negativas) INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS • Otites • Piodermites • Pneumonias AMPICILINA: ADMINISTRAÇÃO • Pode ser administrada por VO, IM ou IV • O alimento no trato gastroinsteinal reduz sua absorção (recomenda-se o uso antes das refeições) DISTRIBUIÇÃO • Liga-se a proteínas plasmáticas na taxa 20%EXCREÇÃO • Renal/Urina (sendo excretado até 70% em sua forma íntegra) ESPECTRO DE AÇÃO • Largo espectro de ação (gram-positivas e gram-negativas) INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS • Infecções renais em cães • Leptospirose • Gastroenterites • Piodermites • Pneumonias EFEITOS COLÁTERAIS ÀS PENICILINAS (ANTIESTAFILOCOCOS E AMINOPENICILINAS) • Trombocitopenia (diminuição do número de plaquetas) • Anemia Hemolítica (lise de eritrócitos) • Alteração da microbiota em roedores INIBIDORES DE β-LACTAMASES EM ASSOCIAÇÃO À PENICILINA: • É uma alternativa para o tratamento de infecções por microrganismos produtores de β-lactamases ou penicilinases • O efeito ocorre pela sinergia entre medicamentos administrados MECANISMO DE AÇÃO • Ligam-se às β-lactamases, impedindo assim a destruição dos antibióticos β-lactâmicos (que são os substratos dessas enzimas) EXEMPLO DE ASSOCIAÇÕES • Ácido Clavulânico/Clavulin (Amoxicilina + Clavulanato) 20.5 – CEFALOSPORINAS • São β-lactâmicos divididos em cinco gerações • Cada geração possui um ganho em suas características (aumentando o potencial de ação contra bactérias gram-negativas, além de aumentar o espectro de ação e diminuir o potencial de ação contra estafilococos) • A mudança de geração está relacionada com a ordem de desenvolvimento e espectro • A mudança de espectro ocorre devido a alterações na cadeia lateral da estrutura química básica • Estão entre os antimicrobianos mais prescritos na prática clínica atual • Fácil administração (VO, IM e IV) • Baixa toxidade com perfil farmacocinético favorável • São mais resistentes às β-lactamases (contém um amplo espectro) • Sensíveis à cefalosporinases • Diferenças estruturais em relação às penicilinas conferem o perfil farmacocinético e espectro antimicrobiano distintos • Sua estrutura química assemelha-se às penicilinas, apresentando o ácido 7-aminocefalosporâmico (7-ACA) como núcleo central – sendo um anel β-lactâmico e outro a di-hidrotiazina CEFALOSPORINAS DE 1° GERAÇÃO • Principais drogas: Cefalexina, Cefadroxil, Cefalotina e Cefazolina • São divididas em dois subgrupos de acordo com sua propriedade de absorção • Cefalexina e Cefadroxil apresentão boa absorção por VO • Cefalotina e Cefazolina são drogas de uso parenteral • O espectro de ação dessas quetro drogas é semelhante ESPECTRO DE AÇÃO • Ação contra bactérias gram-positivas (parecidas com as penicilinas G e V) • E algumas bactérias gram-negativas CEFALOSPORINAS DE 2° GERAÇÃO • Principais drogas: Cefuroxina, Cefaclor e Cofoxitina • Diferenciam-se das cefalosporinas de 1° geração pelo espectro mais amplo ESPECTRO DE AÇÃO • Mais efeitiva em relação às bactérias gram-negativas e bacilos • Menos efetiva contra estafilococos CEFALOSPORINAS DE 3° GERAÇÃO • Principais drogas: Cefotaxima, Cefpodoxima, Cefazidima e Ceftriaxona • Possui um largo espectro de ação ESPECTRO DE AÇÃO • Efetivo às bactérias gram-positivas e gram-negativas • Efeito aos KEEPS (Klebsiella, E.coli, Enterobacter, Proteus e Serratia) • Pseudomonas (uma classe a mais nas bactérias gram-negativas) CEFALOSPORINAS DE 4° GERAÇÃO • Principais drogas: Cefepime • A 4° geração de cefalosporinas assemelha-se à 3° geração, aumentando apenas seu espectro de ação • Possui maior estabilidade em β-lactamases ESPECTRO DE AÇÃO • São mais efetivos contra bactérias gram-positivas e gram-negativas • Efetivo aos KEEPS • Efetivo à Pseudomonas LEMBRAR QUE: KEEPS são bactérias não patogênicas do trato gastrointestinal, porém quando estão presentes em outros lugares, além do trato gastrointestinal, tornam-se patogênicas CEFALOSPORINAS DE 5° GERAÇÃO • Ainda não disponível no Brasil • Principais drogas: Ceftarolina • Ativa contra estafilococos meticilina resistentes • Efetiva contra pneumonia adquirida da comunidade • Efetiva contra infecções de pele de difícil tratamento RESUMO GERAL DO ESPECTRO DE AÇÃO DAS CEFALOSPORINAS: EXCREÇÃO DAS CEFALOSPORINAS • Todas possuem excreção renal • A Ceftriaxone possui excreção biliar INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS DAS CEFALOSPORINAS • Infecções gerais • Infecções renais, respiratórias e genitais • Infecções osteoarticulares • Infecções pós-cirúrgicas 1° GERAÇÃO 2° GERAÇÃO 3° GERAÇÃO 4° GERAÇÃO 5° GERAÇÃO ESTAFILOCOCOS EM AÇÃO AUMENTANDA AUMENTO DA EFETIVIDADE EM BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS AUMENTO DO ESPECTRO DE AÇÃO CONTRA KEEEPS E PSEUDOMONAS 20.6 – CARBAPENÊMICOS • São antibióticos β-lactâmicos • Possuem a presença do anel β-lactâmico, uma cadeia pentacíclica não-saturada e ligada a um átomo de carbono (anel carbapenema ligado ao anel β-lactâmico) • Possuem um grande espectro de ação • São resistentes às β-lactamases PRINCIPAIS DROGAS: IMIPENEM + CILASTATINA • O Imipenem é metabolizado e excretado no rim • No rim animal, há uma enzima parecida com a da bactéria (que degrada a formulação do medicamento), fazendo com que na passagem da droga pelo rim haja o efeito de toxicidade • A associação da Cilastatina junto ao Imipenem garante o bloqueio dessa enzima antagonista do efeito do imipenem a nível renal (o mecanismo de ação é a inibição da síntese da parede celular) • Com os medicamentos associados, o efeito é garantido MEROPENEM • É a substituição da associação do Impenem + Cilastatina pelo seu potencial de toxicidade renal (devido à Cilastatina) • O Meropenem manteve o mesmo espectro de ação do Impenem + Cilastatina, com a vantagem de apresentar uma posologia mais favorável e um risco terapêutico menor (baixa toxicidade renal) • É o Carbapenêmico mais utilizado na atualidade EXPECTRO DE AÇÃO DOS CARBAPENÊMICOS • É um dos antibióticos com maior espectro de ação • Cocos gram-positivos • Bacilos gram-negativos fermentadores e não-fermentadores • Anaeróbicos gram-positivos e gram-negativos INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS DOS CARBAPENÊMICOS • Infecções gastrointestinais • Bacterimias • Infecções ósteo-articulares • Infecções do trayo urinário • Infecções de pele, tecidos moles e endocardites 20.7 – MONOLACTÂMICOS • São altamente resistentes à inativação das β-lactamases • Principal droga: Aztreonam • Administração apenas IM ou IV ESPECTRO DE AÇÃO • Agem apenas em bactérias gram-negativas • KEEPS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS DO AZTREONAM • Infecções urinárias • Infecções de pele e tecidos moles • Infecções ginecológicas • Infecções respiratórias 21 – ANTIBIÓTICOS GLICOPEPTÍDEOS • São constituídos por granes estruturas cíclicas complexas contendo em sua molécula aminoácidos e açúcares • Em consequência de sua estrutura molecular, esses antibióticos são resistentes à ação de enzimas proteolíticas (β-lactamases) • Principal droga: Vancomicina MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS GLICOPEPTÍDEOS • Nos microrganismos em reprodução, durante a formação de uma nova parede celular, os glicopeptídeos ligam-se e formam complexos com as unidades da parede celular bacteriana • Desta maneira, interrompe o processo de polimerização (formação) da parede celular • Desprovida de parede celular, as bactérias sensíveis sofrem lise, devida à elevada pressão osmótica do seu meio interno (efeito bactericida) VANCOMICINA ADMINISTRAÇÃO • Não é absorvível por VO • Causa lesão tecidual por via IM • Uso apenas por via IV (dilúida) ESPECTRO DE AÇÃO • Amplo espectro em gram-positivas (sobretudo Staphilococos) • Pouco espectro em gram-negativas EXCREÇÃO • Renal (por filtração glomerular) INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS • Reservada a infecções com risco de morte (Staphilococos) • Infecçõespor Estafilococos de Meticilina Resistente • Empiemia (acúmulo de pus em qualquer cavidade) • Endocardite (inflamação do endocárdio de origem bacteriana) • Abscessos EFEITOS COLATERIAS POR TOXIDADE • Ototóxica (perda auditiva irreversível) • Nefrotóxica • Neurotóxica MECANISMO DE RESISTÊNCIA À VANCOMICINA • O mecanismo de resistência aos glicopeptídeos envolve uma menor afinidade destas drogas aos precursores de peptidoglicano das bactérias (permitindo a síntese desta estrutura da parede celular apenas da exposição ao antimicrobiano) – resistência ocasionada pela mudança de ligação/alvo da droga a partir da bactéria • A resistência é rara mas notada em Enterococos LEMBRAR QUE: Apenas do processo ser diferente, o resultado é similar ao ocorrido com a administração de antibióticos β-lactâmicos 22 – ANTIBIÓTICOS POLIPEPTÍDEOS • Usada para o melhoramento do crescimento de aves e suínos • Principal droga: Bacitracina BACITRACINA ADMINISTRAÇÃO • Uso exclusivamente tópico, oftálmica, otológica e intramamária devido à toxicidade e baixa absorção MECANISMO DE AÇÃO • Dependendo da concentração, a Bacitracina atua como bacteriostático ou bactericida • Age inibindo a incorporação de aminoácidos e nucleotídeos da parede celular, lesionando a membrana e produzindo lise osmótica, além de alterar a permeabilidade da membrana ESPECTRO DE AÇÃO • Amplo espectro contra bactérias gram-positivas • Poucas gram-negativas EXCREÇÃO • Renal (por filtração glomerular) INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS • Aplicações apenas tópicas em feridas e lesões à base de pomas e cremes (Nebacetin ®, Neotricin ® + neomicida) • Soluções otológicas e oftálmicas • Mastites (intramamárias) EFEITOS COLATERAIS • Em uso sistêmico: nefrotoxicidade Estrutura química da Bacitracina 23 – ANTIBIÓTICOS QUE ALTERAL A PERMEABILIDADE DA MEMBRANA • Principal droga: Polimixina B e E POLIMIXINA ADMINISTRAÇÃO • Apenas via IV e IM MECANISMO DE AÇÃO • Possui efeito anfipático, atuando primariamente nas membranas externas e citoplasmáticas, com ação semelhante a detergentes catiônicos simples • Ligam-se a componentes do envelope celular (fosfolipídeos – LPS) deslocando competitivamente íons de Ca e Mg que agem como estabilizadores da membrana, provocando ruptura da mesma, levando a perda do conteúdo celular a morte da bactéria (efeito bactericida) ESPECTRO DE AÇÃO • Largo espectro contra bactérias gram-negativas EXCREÇÃO • Renal (por filtração glomerular) INDICAÇÃO TERAPÊUTICA • Infecções respiratórias • Infecções sanguíneas • Infecções no trato urinário • Infecções pós-cirúrgicas 24 – ANTIBIÓTICOS INIBIDORES DA SÍNTESE DE PROTEÍNAS MECANISMO DE AÇÃO DA INIBIÇÃO PROTEÍCA • Os ribossomos são as organelas não-membranosas responsáveis pela síntese proteica (DNA ou RNA) • Os antibióticos inibidores de síntese proteica são aqueles que interrompem a síntese de DNA ou RNS da bactéria causadora de doença • A síntese proteica é um mecanismo comum a todas as células, tanto das procariontes quanto das eucariontes, porém, os ribossomos das procariontes e eucariontes são diferentes estruturalmente • O ribossomo da célula animal (eucarionte) é 80S, com duas subunidades; uma subunidade maior de 60S e uma subunidade menor de 40S • O ribossomo das bactérias (procariontes) é 70S, com duas subunidades; uma subunidade maior de 50S e uma subunidade menor de 30S • Os antibióticos inibidores da síntese proteica agem são seletivos, agindo apenas nos ribossomos das procariontes (70S) • Principais drogas: Tetraciclinas, Macrolídeos, Lincosamidas, Cloranfenicol e Aminoglicosídeos 24.1 – ANTIBIÓTICOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEÍCA: SUBUNIDADE MAIOR (50S) • Principais drogas: Macrolídeos, Lincosamidas e Cloranfenicol MACROLÍDEOS • São agentes bacteriostáticos (em menor concentração) e agentes bactericidas (em maior concentração) • Inibem a síntese de proteínas através de sua ligação reversível à subunidade ribossômica 50Sde microrganismos sensíveis • Sua estrutura química é composta de um anel lactônico, ao qual se ligam açúcares • Principais drogas: Eritromicina, Espiramicina e Azitromicina LEMBRAR QUE: Drogas administradas em altos níveis podem exercer efeitos tóxicos no hospedeiro, por interação com o ribossomo da mitocôndria que é um tanto mais parecido com a da bactéria ADMINISTRAÇÃO • IV, IM e intramamária ABSORÇÃO • Absorção completa no trato gastrointestinal ou na bile (reabsorção parcial) • Exceção à Eritromicina, que é degradada em pH ácido, e absorvida no intestino EXCREÇÃO • Renal – urinária ESPECTRO DE AÇÃO • Gram-postivas (Streptococos e Staphilococos) • Gram-negativas (Bordetella, Brucella e Leptospira) MECANISMOS DE RESISTÊNCIA • Mediação por plasmídeo (conjugação) • Mutação nas subunidades ribossômicas (modificando o local de ação) • Bomba de efluxo • Síntese de enzimas que hidrolisam o anel lactônico EFEITOS COLATERIAS • Dor (uso da via IM) • Tromboflebite (uso da via IV) • Reações inflamatórias (uso da via intramamária) • Graves distúrbios gastrointestinais (coelhos e equinos) LINCOSAMIDAS • São agentes bacteriostáticos (em menor concentração) e agentes bactericidas (em maior concentração) • Atua inibindo a síntese proteica ao unir-se a subunidade 50S do ribossomo bacteriano, impedindo a iniciação da cadeia peptídica • Sua estrutura química é composta de açúcares ligados à aminoácidos • Principais drogas: Clindamicina, Lincomicina e Pirlimicina ADMINISTRAÇÃO • Por VO METABOLIZAÇÃO • Fígado EXCREÇÃO • 90% bile • 10% Renal – urina ESPECTRO DE AÇÃO • Bactérias anaeróbicas (gram-positivas e gram-negativas) • A Clindomicina possui maior ação em bactérias anaeróbicas gram-negativas MECANISMO DE RESISTÊNCIA • Mutação nas subunidades ribossômicas (modificando o local de ação) • Síntese de enzimas que hidrolisam o anel lactônico INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS • Infecções intra-abdominais • Infecções pulmonares (bactérias gram-positivas ou bactérias anaeróbicas gram-negativas) • Abscessos pulmonares • Pneumonia aspirativa • Infecções odontogênicas • Sinusites • Otites crônicas • Possível intoxicação em equinos (herbívoros no geral) e carnívoros CLORANFERIRICOL • São na maioria das vezes agentes bacteriostáticos • Inibem a síntese de proteínas através de sua ligação reversível à subunidade ribossômica 50Sde microrganismos sensíveis • Principais drogas: Cloranfenicol, Tianfenicol e Florfenicol LEMBRAR QUE: Seu uso em excesso pode ser arriscado pois pode ocorrer a inibição da SP mitocondrial nas células de mamíferos; os ribossomos mitocondriais eucariontes podem assemelhar-se com os ribossomos bacterianos ADMINISTRAÇÃO • Por VO na forma ativa e pró-fármaco inativo (muito utilizado em monogástricos – em ruminantes a droga é destruída pela microbiota ruiminal) • Uso tópico (pomada/creme) • Por via IV METABOLISMO • Hepático EXCREÇÃO • 90% Renal (por filtração glomerular) • 10% Bile ESPECTRO DE AÇÃO • Atinge gram-positivas, gram-negativas e outros (antibiótico de largo espectro) MECANISMO DE RESISTÊNCIA • Modificações no antibiótico (de modo que não possa ligar-se à subunidade 50S) • Bomba de efluxo • Modificação do alvo • Inativação enzimática • Alteração da permeabilidade EFEITOS COLÁTERIAS • O uso do Cloranfenicol causa Anemia Aplásica, Aplástica e Hipoplástica (principalmente em carnívoros) • Síndrome do bebê cinzento• Vômitos e diarreias 24.2 – ANTIBIÓTICOS INIBIDORES DE SÍNTESE PROTEÍCA: SUBUNIDADE MENOR (30S) • Principais drogas: Tetraciclinas e Aminoglicosídeos TETRACICLINAS • São agentes bacteriostáticos (em menor concentração) e agentes bactericidas (em maior concentração) • Ligam-se à subunidade 30S do ribossomo, interferindo na síntese proteica • Em sua estrutura contem quatro anéis (alterações nos anéis causam alterações farmacocinéticas) • Principais drogas: Tetraciclinas e Doxiciclina ADMINISTRAÇÃO • VO • IV • Algumas preparações tópicas • Interagem com os alimentos, recomenda-se o uso antes de se alimentar ABSORÇÃO • Trato gastrointestinal EXCREÇÃO • Renal – urina • Exceção da Doxiciclina que possui excreção biliar ESPECTRO DE AÇÃO • Amplo espectro (bactérias gram-positivas e bactérias gram-negativas) • Alguns protozoários MECANISMO DE RESISTÊNCIA • Bomba de efluxo • Modificação do sítio de ação (proteção do sítio de ligação do ribossomo) • Produção de enzimas para inativação das tetraciclinas EFEITOS COLATERAIS • Dor locar (por administração IM) • Efeitos gastrointestinais (náusea, vômito e diarreia – em quinos os efeitos são mais severos) AMINOGLICOSÍDEOS • São bactericidas (é uma exceção, pois todos que interferem na síntese são bacteriostáticos) • Atuam sobre a unidade 30S do ribossomo, impedindo a síntese proteica • Necessitam entrar na bactéria para agirem, mas são altamente polares (ocorre a associação a um ANTB que atue na síntese da parede, facilitando a penetração, como por exemplo, a associação à β-lactâmicos) • Necessitam de O2 • São altamente tóxicos • São feitos a partir de resíduos em produto de origem animal • Sua estrutura química é polar, repleto de açúcares e unidos por ligações glicosídicas • Principais drogas: Amicacina, Gentamicina, Estreptomicina, Tobramicina e Neomicina ADMINISTRAÇÃO • Não são absorvidos por VO (droga altamente polar) • Uso da via IV • Neomicina (uso tópico – altamente tóxica) EXCREÇÃO • Renal – urina ESPECTRO DE AÇÃO • Bactérias gram-negativas (Enterobacter SPP e Pseudomonas aeruginosa) • Bactérias gram-positivas (Staphilococos) • São eficazes contra aeróbicos (pelo transporte de O2 utilizado pelas bactérias) • São ineficazes contra bactérias anaeróbicas (pois não tem o sistema) MECANISMO DE RESISTÊNCIA • Menor captação do antibiótico pelo sistema de oxigênio dependente • Alteração do alvo • Enzimas que inativam o antibiótico
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