Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCESSO PENAL – INFRAÇÕES E PROCEDIMENTOS CRIMINAIS ESPECIAIS MAYARA GOMES CARVALHO- RA: 2722947 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA RESENHA DO ARTIGO: A FILOSOFIA DE AGAMBEN, O TERRORISMO DE BIN LADEN E O DIREITO PENAL DO INIMIGO: UM ESTUDO DE FRONTEIRAS ENTRE A PROTEÇÃO E A PUNIÇÃO. O artigo em referência visa, de forma objetiva, esclarecer duas opiniões que convergem acerca dos temas Estado Democrático de Direito e o Terrorismo. usando como base a morte de Osama Bin Laden numa discussão política-filosófica. A globalização trouxe grandes mudanças para a ciência do direito de um modo geral, extraiu a transformação do Estado Democrático de Direito. Esse é um conceito estabelecido na luta pelos direitos civis e sociais. Essa discussão traz a difícil separação entre a realidade e a teoria. Agamben traz em seu texto a teoria da exceção, ou seja, a possibilidade de uma exceção à ordem legal em casos excepcionais, como o terrorismo, antes de limpar ameaças ao Estado vinda de um indivíduo, a fim de proteger o maior interesse da população contra os direitos terroristas, por exemplo; a teoria é reforçada pelo termo "Homo Sacer", também de Agamben, que lida com uma pessoa que considera fora das instituídas pelo Estado, fora dos padrões impostos e enfatizam as regras incorporadas e obedecidas pela sociedade civil; e a teoria visa aplicar nos casos em que indivíduos terroristas causam mais danos com sua existência que por sua inexistência, danos esses que são incalculáveis, como Osama Bin Laden, que foi assassinado em favor do Estado , com o objetivo de suavizar outros danos que pudessem ser causados por ele se estivesse vivo. Bin Laden era um indivíduo que representava uma ameaça civil e sua morte estava além das represálias, sendo representadas por uma lei global de segurança pública. Desse modo, o assasinato de Osama Bin Laden pelo Governo dos Estados Unidos da América gerou um importante debate sobre a forma como o governo americano lidou com os alegados terroristas. O governo usou como base a legítima defesa para assassinar terroristas, tornando-os como pessoas que não merecem ter seus direitos básicos garantidos. O tratamento de terroristas e mesmo estrangeiros pelo governo americano causou grande controvérsia, porque tratam terroristas como inimigos de guerra ao invés de humanos sob proteção como indivíduo, então o próprio país teve que se defender de ser ameaçado e atacado. Ao tornar um terrorista como "uma pessoa que não pode ser nomeada ou qualificada pela lei", o país viola as normas do Estado Democrático de Direito, em que todos os cidadãos gozam do direito básico à sobrevivência, extraindo, portanto, a dignidade humana dessas pessoas. Este fenômeno de separação e dignidade de existência ocorre frequentemente durante o chamado estado de exceção, mas em países que acreditam estar em uma guerra contínua, isso ocorre com mais frequência, sendo assim considerado a regra e não a exceção. Portanto, o alemão jurista Günther Jakobs apresentou o conceito de "Direito Penal do Inimigo", em que as pessoas que são consideradas uma ameaça para o país são consideradas inimigas e, a partir disso, permitem que tirem direitos básicos, como a liberdade e o direito ao processo penal, por isso é considerada liberdade sem uma “resolução de caso”. Voltando à discussão sobre as mudanças trazidas pela globalização, a Alemanha está no centro dessa questão, pois para ele as democracias não têm escolha se não adotar essa política de direito penal quando o inimigo sair. Contratualismo totalmente oposto, resultando de uma teoria pura antidemocrática. Ao abrir mão da igualdade perante a lei, o referido autor se deparou com uma política totalitária, ou seja, um sistema político em que o Estado controla completamente a vida pública e privada de seus cidadãos. O direito penal do inimigo e a origem da ditadura - ódio a certas classes sociais, baseado no medo e no terror do povo - vemos que existe de fato uma conexão entre os dois. No caso do Brasil, temos uma grande população carcerária, a maioria dos quais não são criminosos condenados. Em teoria, eles têm passado pelos trâmites legais adequados, respeitando a dignidade humana e todos os seus direitos e garantias mesmo que sejam criminosos. Na prática, cerca de 70% dos encarcerados no país estão presos preventivamente sem o devido processo legal por anos a fio, muitas das vezes presos que são inocentes. No geral, mesmo que ele não o admita em seu texto, Jakobs traz um trabalho que se aplica ao Estado democrático para recusar as garantias de cidadãos em todos os cenários, acaba gerando uma regressão, e favorece apenas o estado de atacar as pessoas, vai contra a prestação legal da proteção da pessoa humana. Jakob foi muito extremo e descuidado na sua pesquisa teórica. O trabalho de Giorgio Agamben traz um contraponto como uma alternativa à integração na ordem democrática, mas ainda é um objetivo de intensa crítica, uma vez que entende-se que o nome de um indivíduo, se é independente de sua crania prática de seus direitos fundamentos e as garantias da proteção humana são danificando vítimas históricas para a democracia e a encostia, que mostra uma violação exponencial do Estado democrático da Lei e do princípio que somos os mesmos perante a lei. A conclusão a que se chega é que reduzir o indivíduo a nada é uma violação de todos os preceitos estabelecidos pelo Estado Democrático de Direito, e mesmo negar os direitos básicos dos terroristas é uma prática, mostrando como o governo, em especial o dos Estados Unidos da América, trata as pessoas como objeto político. Criminosos ou presos, independentemente da gravidade de suas ações, não importa quem sejam, não podem ser privados de seus direitos básicos como indivíduos.
Compartilhar