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QUESTÃO 1 "A imagem dos afro-brasileiros e da sua cultura, que também se relaciona à história da África, quando abordada pelo currículo nas escolas, tem sido, por várias décadas, ensinada de forma a desvalorizar e menosprezar o negro. Ao mesmo tempo em que a desfavoreceu, a ideologia eurocêntrica incorporou muitos dos conhecimentos desenvolvidos na África bem antes dos portugueses, espanhóis ou ingleses, entre outros colonizadores. Nas aulas de Geografia e História do Brasil nunca são apresentadas as revoltas organizadas por afrodescendentes, como, por exemplo, a Balaiada, no Maranhão, ou a Revolta dos Malês, na Bahia, desde o período escravocrata até os dias atuais. A geografia por sua vez, por ser uma ciência que estuda as relações entre o homem e o meio, tem em um de seus conceitos base, a categoria território, um elemento que pode ser utilizada para trabalhar as questões sobre a importância do negro na formação cultural brasileira". RAMOS, João Paulo Bernardo, GOMES, Fernanda Lamanes, SAMPAIO, Adriany de Ávila Melo.Contação de histórias na Geografia: contribuições da educação popular para o ensino da história e cultura afro-brasileira. Rev. Ed. Popular, Uberlândia, v. 16, n. 1, p. 63-71, jan./abril. 2017 (Paginas, 66-67). Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/viewFil e/34649/pdf. Acesso em: 03/02/2019. Considerando as informações apresentadas, analise as afirmativas a seguir: I - O conceito de território pode ser mobilizado para problematizar o tráfico de escravos como um processo migratório forçado, escravista e desumano. II - Os conflitos entre territórios de tribos rivais africanas podem ser utilizados em cartografia como forma de estudar o continente africano. III - Outra manifestação de luta por direitos dos afrodescendentes foi a Guerra dos Emboabas. É correto o que se afirma em: I e II, apenas. I e III, apenas. I, II e III. II e III, apenas. III, apenas. QUESTÃO 2 "Afirma Euclides da Cunha que a “tradição heroica das entradas constitui o único aspecto original da nossa história. ” Não é bem exato o conceito do autor ilustre dos Sertões. Esta originalidade tem o Brasil de a repartir com dois outros dos maiores impérios territoriais do Globo hodierno: a Rússia e os Estados Unidos. No reinado de Ivã, o Terrível (1533-1584) com o famoso Hetman Iermak encetaram os russos desde 1578 a fácil ocupação da Sibéria. Cerca de sessenta anos mais tarde atingiam as praias do oceano. Pacífico. Em 1689 o tratado de Nertschink estabelecia o Amur como fronteira sino- moscovita. [...] Em 1783 o seu território constituía a fímbria costeira da Nova Inglaterra. Até 1802 ainda não compreendia a área da República o ocidente do Mississipi. A exploração das Montanhas Rochosas só se processou em 1802, quando em 1750, o Brasil tinha a sua linha fronteiriça definida pelo tratado de Madri e já se encerrara o nosso ciclo bandeirante. Dezenas de anos mais tarde encetar-se-ia o dos norte-americanos. [...] No conjunto das vias de penetração do Brasil meridional ignoto e selvagem, nenhuma tem tão longínqua significação quanto a que ao Tietê o mais notável realce empresta. [...] Imemorialmente navegado pelos índios do planalto, em demanda das terras do Paraguai, desceram pelas águas do velho rio de Anhembi os exploradores das primeiras décadas da descoberta e do povoamento do Campo de Piratininga. E a contracorrente os espanhóis do Paraguai como categoricamente afirmou o velho Rui Diaz de Gusman em “La Argentina”, ao relatar que os castelhanos frequentemente chegavam ao Avanhandava, fato que Azara recordou e Eduardo Prado denegou sem lhe caber contudo plena razão". TAUNAY, A. D. HISTÓRIA DAS BANDEIRAS PAULISTAS. Disponível em: <http://cdpb.org.br/bandeiras_paulistas.pdf>. Acesso em 25/jan/2019. Em relação à formação territorial brasileira, assinale a alternativa correta. O empreendedorismo dos bandeirantes fez com que, cada vez mais, população localizada a leste do tratado de Tordesilhas, adentrasse o continente, desrespeitando o tratado de Tordesilhas. A fim de evitar o contato com nativos que habitavam o interior do continente, os bandeirantes acabavam se desviando dos caminhos comuns aos índios, buscando alternativas. Diferentemente do que houve na Rússia e Estados Unidos, o avanço brasileiro para o interior do continente se deu por tratados assinados entre os nativos, representados pela Igreja, e o rei. Concomitantemente a do Brasil, ocorreu o deslocamento da população dos Estados Unidos a Oeste, o que acabou por tornar esses dois países os maiores do mundo em extensão territorial. a) b) c) d) e) a) b) c) d) DISCIPLINA: Avaliação Proficiência_Geografia Licenciatura Os bandeirantes, ao adentrarem a porção continental que contempla o Brasil, respeitavam as fronteiras estabelecidas pelo tratado de Tordesilhas, a fim de evitar incidentes com a Espanha. QUESTÃO 3 "A geografia utiliza-se de diversidade teórico-metodológica, caracterizando, diferenciando aplicando, identificando e explicando a história da ciência a sua dimensão geográfica nas diversas manifestações do conhecimento. Os enfoques metodológicos no ensino de geografia são um conjunto de meios para produzir o conhecimento geográfico. Estratégias adotadas no processo de ensino e aprendizagem. As propostas teóricas metodológicas adequadas podem viabilizar resultados mais satisfatórios na produção do conhecimento geográfico. As principais propostas são as de: Fundamentação positivista; Fundamentação crítica; Fundamentação fenomenológica e Fundamentação Humanista. A tendência é a geografia utilizar diferentes concepções teóricas metodológicas de acordo com o seu objeto de estudo e conteúdo. Assim como trabalhos interdisciplinares com outros campos do saber. As inovações teóricas e metodológicas são um estímulo à produção de novos modelos didáticos e práticas pedagógicas em geografia". MATIAS, Vandeir Robson da Silva. ABORDAGEM TEÓRICA-METODOLÓGICA DA GEOGRAFIA ESCOLAR E COTIDIANO: elementos importantes no processo de ensino e aprendizagem. Caminhos de Geografia Uberlândia v. 9, n. 27 set/2008 p. 175 - 183. Tendo em vista as práticas pedagógicas alinhadas à FUNDAMENTAÇÃO HUMANISTA, avalie as afirmativas a seguir: I. Busca-se um ensino de geografia que leve em conta uma concepção espacial que vá além da sua dimensão histórica. II. Baseia-se no espaço racional objetivo, com bases econômicas, formuladas pelos chamados homens da ciência. III. Leva em conta a dimensão simbólica, associada aos sentimentos e ideias; IV. Analisa valores e representações e identidades que configuram o espaço geográfico. É correto o que se afirma em: I e II, apenas. I e III, apenas I, II e III, apenas I, III e IV, apenas. I, II, III e IV. QUESTÃO 4 Leia a notícia abaixo: ONU e OIM alertam para “ações violentas” contra migrantes e refugiados venezuelanos Um representante especial da ONU e da OIM para os migrantes e refugiados da Venezuela denunciou esta segunda-feira “ações violentas, ataques físicos e verbais e ameaças contra cidadãos venezuelanos”, em vários países da América Latina, registados nos últimos dias. Em comunicado, Eduardo Stein, representante conjunto da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), indicou que esses “atos de ódio, intolerância e xenofobia”, embora “isolados e não representativos”, são “extremamente preocupantes”. Eduardo Stein apelou aos Governos e às sociedades que respondam com “uma mensagem clara e forte de rejeição” face à violência que os migrantes estão a sofrer. EXPRESSO. ONU e OIM alertam para “ações violentas” contra migrantes e refugiados venezuelanos. Disponível em: <https://expresso.sapo.pt/internacional/2019-01-28-ONU-e- OIM-alertam-para-acoes-violentas-contra-migrantes-e- refugiados-venezuelanos#gs.13VlqAuq> Acesso em: 28 de janeiro de 2019. Disponível em:<https://oglobo.globo.com/mundo/numero- de-refugiados-no-mundo-supera-60-milhoes-pela-primeira- vez-19541765> Em 2010 existiam 213,9 milhões de pessoas (3,1%da população mundial) vivendo fora de seu país natal. No plano internacional, um tipo especial de migração é a de refugiados, que estão relacionados à busca de melhores condições econômicas, com oportunidades de trabalho razoavelmente remuneradas e seguras. à fecundidade, à mortalidade, à estrutura etária e ao crescimento da força de trabalho em um determinado país. às decorrentes transformações demográficas, que não seguem o mesmo padrão em todos os lugares, principalmente pela urbanização. e) a) b) c) d) e) a) b) c) ao deslocamento de pessoas que não podem regressar devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, guerra, entre outros. ao processo de formação territorial de diversos países, devido à industrialização e excedente demográfico de diversas áreas no mundo. QUESTÃO 5 Do ponto de vista da geografia, se tomarmos o território como categoria de análise, faz uma grande diferença falar em campesinato ou em agricultura familiar, fundamentalmente porque a questão das relações sociais se configura como essencial nesta análise. Trabalhar com o conceito de camponês tal como propõe autores como Shanin, Martins e Oliveira, significa entender o camponês inserido no modo capitalista de produção. Esta concepção do campesinato, enquanto classe social, é um dos alicerces que fundamenta o rol de hipóteses centrais desta discussão, uma das quais está assentada na premissa de que o campesinato se reproduz no interior do capitalismo e é uma classe social também deste modo de produção. Neste entendimento, sabemos que o capitalismo carrega consigo a necessidade constante de sua reprodução, sua manutenção só se estabelece reproduzindo também o processo de produção do capital. (BOMBARDI, 2003). BOMBARDI, Larissa Mies. O Papel Da Geografia Agrária No Debate Teórico Sobre Os conceitos De Campesinato E Agricultura Familiar. GEOUSP, n. 14, p. 107-117, 2003. Esse processo de reprodução do campesinato no modo capitalista de produção se dá exatamente pela necessidade que o próprio capital tem de relações que são socialistas, para o seu desenvolvimento. não contribuem com o seu desenvolvimento. são capitalistas, para o seu desenvolvimento. não são capitalistas, para o seu desenvolvimento. não são socialistas, para o seu desenvolvimento. QUESTÃO 6 O Brasil é o 4º país do mundo em extensão territorial contínua, o 5º em termos demográficos e o 8º PIB do mundo em 2015 (era o 5º em 2011). No continente americano, o Brasil é o 2º maior país em extensão territorial contínua, atrás do Canadá; e o terceiro se considerarmos a área descontínua, pois os EUA incluem o Alasca e o Havaí; o 2º em termos demográficos e o 2º PIB. Esses dados implicam que o Brasil tem um peso próprio no cenário internacional, o que nem sempre é devidamente considerado. A desconsideração do significado geopolítico do país se expressa, entre outras coisas, pelo relativo desprezo que setores políticos e intelectuais devotam à América Latina e a maior importância que os EUA ocupam no debate das nossas relações internacionais. Tudo indica que esse cenário esteja com os dias contados em função da reconfiguração geográfica e política que está em curso no sistema mundo, que impõe definitivamente essa consideração às elites políticas e intelectuais, o que nos obriga a considerar mais seriamente nossas relações com a América Latina e o Caribe. A partir dos fragmentos acima, avalie as seguintes asserções: I. Está em curso um deslocamento do centro geoeconômico do mundo em direção ao Oceano Pacífico, o que implica importantes consequências, haja vista que, desde 1492, o sistema mundo se organizara em torno do Oceano Atlântico Norte. II. Os Estados Unidos da América são considerados uma “grande ilha” entre os oceanos Atlântico e Pacífico, quando consideramos seu protagonismo no cenário geopolítico global, e mesmo com o deslocamento geopolítico e econômico para o Pacífico, os EUA não deixarão de exercer protagonismo, especialmente pela potência militar e econômica que indiscutivelmente são. III. O novo quadro geopolítico que se encontra em andamento, analisa, em uma escala geográfica e política local, o impacto que essas mudanças podem provocar nos grupos e classes sociais menos favorecidas, buscando a igualdade e a geração de novas oportunidades. PORTO-GONÇALVES, C.W. (2016). A dimensão geopolítica da crise brasileira: uma perspectiva desde os grupos sociais em situação de subalternização. GEOgraphia , 37, 9 – 34. É correto o que se afirma em apenas: I, II e III, apenas. II e III, apenas. I e III, apenas. I e II, apenas. III, apenas. QUESTÃO 7 O território não é só o aporte material das relações sociais (e de poder) que nele se expressam espacialmente. Nas últimas décadas com o avanço da corrente crítica no pensamento geográfico o que se observa é a modulação do território dentro das fronteiras dos estudos que correlacionam à crítica a economia política com a sua ação, interferência e consequências no território. Considerando as informações apresentadas no texto, avalie as afirmações a seguir. I. O avanço da corrente crítica ocorre, pois cada vez mais assistimos a uma disputa no que tange às potencialidades econômicas do meio, e nisto se inclui os aspectos naturais, sociais e simbólicos. II. Na atualidade existe uma nova situação de uso e exploração do espaço geográfico, que em seu entendimento analítico enquanto território expõe estas disputas nas relações de poder, nas trocas comerciais, nos processo de valoração e valorização de investimentos. III. Hoje em dia o território possui papel de protagonista no entendimento da realidade contemporânea sob hegemonia do modo de produção capitalista. ARAÚJO, Gilvan Charles Cerqueira de. NOTAS SOBRE AS RELAÇÕES DE PODER E O TERRITÓRIO. Revista Eletrônica de Diálogo e Divulgação em Geografia , [S. l.], n. 5, p. 1-14, 2º sem. 2017. d) e) a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) Considerando o contexto apresentado, é correto APENAS o que se afirma em: I. I e II. I e III. II e III. I, II e III. QUESTÃO 8 "Abordar o multiculturalismo dentro das escolas ainda é um desafio, pois não foi “compreendido o seu verdadeiro papel” na formação de sujeitos dentro da sociedade. Fala- se muito em uma sociedade igualitária que respeite as diferenças, mas como teremos se essas idéias não são difundidas dentro do processo de ensino e aprendizagem, o professor tem sua parcela de contribuição na implementação do multiculturalismo, na sala de aula direcionando-se em formar cidadãos conscientes e que vivem em uma sociedade multicultural". CARMO, Janilson Cruz do, FARIAS, Jefson Jhony Tavares, MENDES, Rafael Williams Farias. MULTICULTURALISMO NO ENSINO DA GEOGRAFIA: Um olhar sobre a EMEF. RAIMUNDA BARROS na cidade de Cametá PA. Disponível em: http://www.cbg2014.agb.org.br/resources/anais/1/1404163 442_ARQUIVO_Multiculturalismo.pdf. Acesso em: 03/02/2019, Tendo em vista a construção curricular e a diversidade cultural no ensino de geografia, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I - A geografia, como mobilizadora de concepções de mundo, deve trabalhar, no seu processo de ensino, com a diversidade, aproveitando a cultura de cada aluno, seus valores, suas atitudes, seus sentimentos e suas expectativas em articulação com o conteúdo. PORQUE II - Na geografia, apesar de avanços, os princípios curriculares multiculturais são raros, sendo influenciados ainda pelos paradigmas da Geografia Tradicional A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II, falsa. A asserção I é uma proposição falsa e a II, verdadeira. As asserções I e II são proposições falsas. QUESTÃO 9 O clima urbano resulta da combinação das características do sítio urbano com as formas de uso e ocupação da terra, condições geradoras de um clima específico para cada localidade (MONTEIRO, 1976apud Teixeira e Amorim, 2018). No ambiente urbano, as condições climáticas locais estão submetidas aos sistemas atmosféricos zonais e regionais e derivam da heterogeneidade do local e das funcionalidades urbanas. E esses sistemas estão submetidos a sistemas climáticos maiores, que estão sujeitos às alterações impostas pelas mudanças climáticas, que, no decorrer das décadas, tem modificado as características padrões do sistema clima. Cidades de pequeno e médio porte apresentam condições para a produção de um clima específico, já que o processo de urbanização promove mudanças importantes no uso e na ocupação do solo. Entre as alterações impostas pela urbanização à atmosfera urbana está a formação da ilha de calor. A ilha de calor pode ser definida como a diferença de temperatura entre a área central da cidade e o ambiente rural ou zonas periféricas com baixa densidade de construções. Além da distinção simples urbano-rural ou centro-periferia, é principalmente uma diferença de uso e ocupação do solo (AMORIM et al., 2009, apud Teixeira e Amorim, 2018). Considerando as consequências das alterações antrópicas e climáticas, analise as afirmativas a seguir: I. As características geoambientais e geourbanas não interferem no clima urbano devido a escala local em que ele atua. Os fenômenos climáticos estão associados as características regionais e globais. II. As ilhas de calor, além da diferença de temperatura em relação a zona rural, também promovem alterações nos padrões de ventilação urbana, favorecendo a concentração de poluentes. III. Os climas urbanos são influenciados pelas mudanças climáticas, que operam do global ao local, além da presença dos materiais construtivos utilizados na estruturação urbana, que apresentam maior aquecimento. IV. O padrão de uso e ocupação do solo e a densidade construtiva das cidades não são fatores que condicionam a temperatura do ar e por isso não interferem na existência de um clima específico na área urbana. TEIXEIRA, D.C.F. ; AMORIM, M. C. de C. T. O estudo da ilha de calor em cidade de pequeno porte: algumas contribuições. Sociedade e Natureza, v.30, n.2 p.186-209, 2018. É correto o que se afirma em: I e II, apenas. I, e IV, apenas. II e III, apenas. II e IV, apenas. III e IV, apenas. QUESTÃO 10 Leia o texto a seguir: a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) Quando pensamos em globalização, rapidamente imaginamos fluxos crescentes de bens, serviços e capitais permeandos através das fronteiras nacionais. A globalização, porém, é um fenômeno bem mais complexo e multifacetado, que envolve aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais, institucionais e tecnológicos, todos eles inter-relacionados. Os mercados de bens e serviços são cada vez mais globalizados. A produção se fragmenta espacialmente para aproveitar as vantagens de cada lugar, pelo menos nos setores mais dinâmicos da economia. Tal fragmentação só é possível graças ao desenvolvimento das tecnologias de informação e transporte, bem como de sofisticadas técnicas gerenciais. O fato de haver importante circulação do capital e de haver redes técnico-informacionais que permitam o seu deslocamento quase instantâneo tornam os mercados interconectados e globais. BECKER, Berta. Manual do candidato de Geografia. Disponível em:<http://funag.gov.br/loja/download/1014- Manual_do_candidato_-_Geografia.pdf> Acesso em: 29 de novembro de 2018. Entretanto, há limites para esta produção globalizada, especialmente no campo financeiro, pelas diferenças cambiais e variações de cotações das moedas utilizadas pelo comércio mundial. econômico, que em momentos de crise, como o atualmente vivido, há uma tendência de aumento de acordos comerciais. das bolsas de valores, em que o preço das ações está mais diretamente relacionado aos fluxos de capital do que as características produtivas das empresas em si. político, em que os mecanismo protecionistas continuam estruturais em muitos países, ligadas a geopolíticas, estratégias de desenvolvimento, ou questões sociais e de política interna. da mão de obra, em que a circulação de trabalhadores é bastante regulada e restrita, restrições estas que buscam manter blindadas as sociedades ricas do fluxo de pessoas de áreas empobrecidas. QUESTÃO 11 "As escolas estão preparando – e em muitos casos, preparando mal – os alunos com conhecimentos e habilidades que eles precisavam para viver nos dias de ontem, diz o professor Thomas Joseph Burke, em seu livro O professor revolucionário. E o pior de tudo, conclui, é que os alunos precisam sair da escola bem preparados para viver, não no passado, nem mesmo hoje – que logo se torna passado – mas nos incertos e cambiantes dias de amanhã. Isso se dá porque, em nosso sistema escolar, o professor detém um conhecimento gerado e aprendido anteriormente, que lhe foi transmitido por professores. E, em sala de aula, ele tenta agora repassar isso para os alunos, num círculo que se repete (Burke, 2003: 16). Enquanto isso, os alunos, ah, os alunos vivem mergulhados em outro mundo, repleto de novidades, de novas tecnologias, novos programas e atrações... Daí o apelo do professor à “motivação exógena”, artificial. O apelo aos recursos audiovisuais, às habilidades de show man, à disciplina, às notas, às temidas provas e vários tipos de chantagem: tudo para obrigar o aluno, esse rapaz e essa moça “da geração zapping”, a “prestar atenção a uma aula” .... Tudo seria diferente se o ensino e o papel do professor fossem encarados não como uma transmissão, mas como uma busca e uma construção de saberes". COSTA, C. Missão de professor - O papel do docente hoje é fazer parceria com os alunos. Disponível em: <https://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/artigos/o- papel-do-docente-hoje-e-fazer-parceria-com-os-alunos>. Acesso em 30/jan/2019. Considerando as informações apresentadas, analise as afirmativas a seguir: I. A educação, conforme apresenta o texto, está em um momento de intensa estabilidade, uma vez que as mídias sociais nivelam os conhecimentos da “geração zapping”. II. O Professor de Geografia pode buscar novas didáticas proporcionando uma educação mais interativa e motivadora, principalmente ao se buscar a interdisciplinaridade com História ou Atualidades, por exemplo. III. A avaliação é uma excelente ferramenta para prender a atenção dos alunos em uma aula, pois, a preocupação com a nota é uma competência para enfrentar o mercado de trabalho. IV. Para construir um ensino interdisciplinar de Geografia, é preciso, primeiramente, compreender que os conhecimentos são transversais às ciências e que cada área do saber não tem objeto exclusivo de estudo, mas uma abordagem específica. Considerando o contexto apresentado, é correto o que se afirma em: I e III, apenas. I e IV, apenas. II e IV, apenas. I, II e IV, apenas. II, III e IV, apenas. a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) https://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/artigos/o-papel-do-docente-hoje-e-fazer-parceria-com-os-alunos QUESTÃO 12 A configuração geoambiental da Região Amazônica do Brasil apresenta como resultado uma paisagem florestal rica e diferenciada, quando inserida em um contexto ambiental mundial, além da expressiva presença de água (Freire et al. 2018). A combinação energética que ocorre na Amazônia condiciona a presença do maior corpo hídrico de água doce do planeta, resultado direto dos altos índices de pluviosidade, com médias anuais acima de 2300 mm nas áreas úmidas (SCHNEIDER et al, 2000 apud Freire et al. 2018). Formam-se, assim, caudalosos rios de grande extensão e volume que concentram expressiva biodiversidade aquática (Freire et al. 2018). No Estado do Pará, além dos desmatamentos referentes à retirada de madeira, mineração e produção pecuária, há uma discussão a respeito da viabilidade e sustentabilidade socioambiental da instalação e funcionamento de empreendimentos hidroelétricos, como a Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte, na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu (Freire et al. 2018). Sabe-se que as bacias hidrográficas são sistemasambientais vulneráveis ao uso e ocupação do seu espaço, pois tratam-se de sistemas aberto e dinâmicos, que dependem diretamente do funcionamento do ciclo hidrológico. Um dos impactos ambientais foi o aumento da população na cidade de Altamira, Pará, conforme a tabela 1: Tabela 1: População de Altamira entre os anos de 1970 e 2015 (Freire et al. 2018) Ano 1970 1980 1991 2000 2007 2010 2018* População 15.345 46.496 72.408 77.439 92.105 99.075 113.195 *Estimativa populacional. Fonte: IBGE (http://www.sidra.ibge.gov.br/) FREIRE, L. M. LIMA, J.S. SILVA, E. V. Belo Monte: fatos e impactos envolvidos na implantação da usina hidrelétrica na região Amazônica Paraense. Sociedade e Natureza, v.30, n.3 p.18-41, 2018. Os impactos ambientais promovidos pelo aumento da população podem intensificar os demais impactos ambientais relacionados ao meio ambiente natural, pois o aumento populacional na região ocasionou um acelerado processo de construção de edificações e pavimentação das ruas, além de oferta de novos lotes imobiliários. Entretanto, essas ações foram realizadas e ordenadas com um planejamento, evitando a supressão da cobertura vegetal. o aumento populacional promoveu um acelerado crescimento do processo de ocupação urbana, sendo registrada a intensificação do uso e da ocupação desordenada do solo. Essas ações promoveram a diminuição da cobertura vegetal e o aumento da impermeabilização do solo. o incremento populacional proporcionou, para Altamira, um plano de saneamento ambiental, com rede de esgoto para preservação dos mananciais e prevenção da contaminação das águas superficiais e subterrâneas. o aumento da população intensificou a oferta de serviços básicos de saúde, como postos de saúde, exames especializados, ordenamento de transito, expansão do trabalho da polícia e diminuição de desigualdades sociais. o incremento da população ampliou a oferta de serviços, proporcionando uma diminuição do custo de vida da população local, além de acesso a serviços públicos de qualidade e queda na criminalidade. QUESTÃO 13 O poder político é fluxo, mais do que estoque. Para existir, precisa ser exercido; precisa se reproduzir e ser acumulado permanentemente. E o ato da conquista é a força originária que instaura e acumula o poder. Desse ponto de vista, a conquista é um movimento de expansão de um “poder soberano”(P1) que acumula mais poder (>P), sobretudo por meio da guerra contra outros poderes soberanos (P2). Num mundo onde todos tivessem o mesmo poder, não haveria necessidade de conquistar mais poder, porque simplesmente não existiria a própria relação de poder político, que é sempre desigual e, na sua forma elementar, é sempre um conflito de soma zero. Por isso, toda relação de poder exerce uma “pressão competitiva” sobre si mesma. Em primeiro lugar, pelo lado dos súditos (S), que resistem ao arbítrio do príncipe ou soberano (P) e tentam expandir sua margem de manobra e de resistência. E, em segundo lugar, pelo lado dos demais poderes soberanos (P2, P3 etc.), que resistem à expansão do poder de P1, ambicionando expandir seu próprio poder. (FIORI, 2015) Fonte: Change.org, 2019. A expressão “Make America Great Again” (em português, “Fazer a América grande novamente”), foi amplamente utilizada por Donald Trump na campanha eleitoral para a presidência dos EUA em 2016. É uma referência tanto à campanha de Reagan em 1980, quanto ao fato do país ter enfraquecido a posição hegemônica, que ocupava desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Sobre as teorias de poder em geopolítica, julgue as afirmativas abaixo: a) b) c) d) e) I.As economias hegemônicas, quando chegam no topo da hierarquia de poder e riqueza no sistema mundial, adotam uma postura de conservacionismo do status quo,sendo que, neste momento, tendem a não almejar mais expandir seus poderes. II. A campanha de Donald Trump traz à tona as teorias do “sistema mundial moderno” que colocam as grandes potências hegemônicas numa pressão de expansão constante para manter sua posição relativa, na luta permanente pelo poder global. III. A nova competição geopolítica mundial, que obriga os EUA a assumirem cada vez mais o papel ofensivo, como vimos na campanha de Trump, se configura, sobretudo, numa competição entre este país e a China. IV. Ao longo da história, pode-se perceber a repetição de algumas grandes crises e de longos períodos de transição, todos apresentando características semelhantes. Nestes momentos, há uma reorganização radical da base produtiva e, a liderança política do sistema capitalista é substituída. FIORI, José Luís. O poder global: e a nova geopolítica das nações. Boitempo Editorial, 2015. Agora, assinale a alternativa que apresenta a correta: Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. Apenas, as afirmativas II, III e IV estão corretas. Apenas as afirmativa I está correta. Apenas as afirmativas I, II, III e IV estão corretas. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. QUESTÃO 14 O fenômeno das migrações internacionais é um dos principais capítulos da agenda da comunidade internacional, devido ao crescente aumento de circulação de pessoas ao redor do mundo e os desafios decorrentes deste aumento. Tal aumento também é visível no Brasil, principalmente quanto ao fluxo migratório de venezuelanos ao Estado de Roraima. A falta de estrutura do país e a desigualdade social existente entre os próprios nacionais tornam o enfrentamento da situação ainda mais difícil e desafiador. Desde 2014 a Venezuela enfrenta uma complexa crise política e econômica, que tem incentivado os venezuelanos a migrarem para países vizinhos, por diferentes motivos e origens: geográficas, sociais, culturais, entre outras. De acordo com a Secretaria-Geral Ibero-Americana, os principais destinos dos emigrantes venezuelanos são Estados Unidos, Colômbia, República Dominicana e Espanha. Apesar de não ser um dos principais destinos dos migrantes venezuelanos, desde 2014 o fluxo dos venezuelanos aumentou crescentemente, conforme Tabela 1. Tabela 1 – Numero de migrantes venezuelanos no Brasil Venezuelanos no Brasil Números Número de entradas de venezuelanos (a partir de 2016) 183.397 Número de saídas de venezuelanos (a partir de 2016) 111.818 Número de pedidos de refúgio no Brasil por Venezuelanos (2012) 4.022 Número de pedidos de refúgio no Brasil por Venezuelanos (2015) 28.670 SOUZA, A. R. SILVEIRA, M. C. P. (2018) O fluxo migratório de venezuelanos para o Brasil (2014-2018): análise do arcabouço jurídico brasileiro e da conjuntura interna venezuelana. Cadernos Prolam/USP, v. 17, n. 32, p. 114- 132. O fluxo migratório entre a Venezuela e o Brasil tem impactado a economia, a vida e a oferta de serviços de Pacaraima, cidade no Estado de Roraima que faz fronteira com a Venezuela, aumentando e evidenciando as questões socioeconômicas já existentes naquele espaço geográfico, pois: o governo brasileiro, sensível ao problema dos venezuelanos, tem diversas políticas públicas para receber, da melhor forma possível, os imigrantes. Graças as reformas sociais realizadas nas cidades de entrada, é possível recebê-los e dar-lhes novas oportunidades de recomeço. a cidade de Pacaraima, Roraima, é a porta de entrada dos venezuelanos, por estar localizada na fronteira Brasil – Venezuela. Os imigrantes são recebidos, registrados e distribuídos por vários Estados brasileiros, graças aos programas de apoio ao migrante. os estados brasileiros possuem diversos programas de encaminhamento ao emprego e geração de renda para os imigrantes, além de outros incentivos, como financiamento da casa própria, para que eles possam se restabelecer no país com dignidade. os imigrantes vindos da Venezuela chegam ao Brasil em boas condições de saúde, não trazem doenças e por isso não causam impactos nos serviços de atenção básica a saúde. A epidemia de Sarampo que ocorreu em Roraima foi devido a falta de vacinação dos brasileiros. a cidade de Pacaraima, Roraima, porta de entrada e na maioria das vezes, destino final destes imigrantes, não possuem estrutura apta arecebê-los, por serem cidades pequenas, o que ocasiona o aumento dos problemas sociais e econômicos já existentes nessas localidades. a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) QUESTÃO 15 “O espaço construído resulta da história das pessoas, dos grupos que nele vivem, das formas como trabalham, como fazem/usufruem do lazer. Isto resgata a questão da identidade e a dimensão de pertencimento. É fundamental, neste processo, que se busque reconhecer os vínculos afetivos que ligam as pessoas aos lugares, às paisagens e tornam significativos o seu estudo (CALLAI, 2000 apud SCHIRMER et al 2016).” A Geografia é um instrumento importante para a compreensão do mundo, portanto, pensar o ensino de geografia em sua função alfabetizadora é tomar as noções de espaço, território, lugar e ambiente como “conteúdos alfabetizadores”. Nesta perspectiva o cotidiano se constitui no eixo articulador de uma prática alfabetizadora em que a aprendizagem da letra está intimamente vinculada à aprendizagem do espaço e as experiências culturais locais da criança (PERES, 2007, apud SCHIRMER et al 2016). SCHIRMER, G.J. CARDOSO, E.S. DAL’ ONGARO, M. 2016. O ensino de Geografia em uma escola do campo e uma escola da cidade no município de Agudo-RS: características e diversidades. Geografia, Ensino & Pesquisa, Vol. 20, n.2, p. 112-124. Conhecer o lugar em que a escola está inserida é de grande importância para o professor, para que as atividades de ensino possam ser adaptadas para a realidade do aluno, respeitando assim sua diversidade. Os alunos se identificam no espaço e no mundo a partir do lugar, do seu lugar de origem. O ensino de Geografia, portanto, poderá ser influenciado pela localização da escola, devendo o professor considerar em sua prática a abordagem de diferentes realidades do aluno, pois o entendimento de outras realidades, como as diferenças entre rural e urbano, são importantes, mas não precisam fazer parte do planejamento do professor já que a homogeneização do ensino deverá ser priorizada, utilizando os exemplos do ensino urbano. a compreensão de outras realidades, como por exemplo, alunos de escolas urbanas conhecerem a realidade dos alunos de escolas rurais, e vice-versa, enriquecem a aprendizagem sobre o espaço, os conceitos e as diferenças entre os lugares, as experiências culturais e as paisagens. o estudo do lugar tem ganhado cada vez mais espaço nas abordagens educacionais, especialmente nas escolas urbanas e com o objetivo de observação. a identificação de outras realidades e de outras formas de vida e experiências culturais de um lugar são importantes, mas não precisam compor o planejamento da disciplina de Geografia no ensino regular. a compreensão das diferentes realidades de alunos de escola urbana e escola rural é enriquecedor, especialmente para os alunos de escolas rurais que não possuem acesso a grandes tecnologias e novidades. a) b) c) d) e) QUESTÃO 1 QUESTÃO 2 QUESTÃO 3 QUESTÃO 4 QUESTÃO 5 QUESTÃO 7 QUESTÃO 6 QUESTÃO 9 QUESTÃO 8 QUESTÃO 10 QUESTÃO 11 QUESTÃO 12 QUESTÃO 13 QUESTÃO 14 QUESTÃO 15
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