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BAIXA INIBIÇÃO LATENTE 
 
O conceito de “inibição latente“, usado por Radin, parapsicólogo norte-
americano do IONS, é bem genérico e reflete uma das características 
comuns entre paranormais, gênios e loucos, que chamamos de 
GRUPO PGL. 
Esta característica é a “ausência de inibição latente“. 
Basicamente, a inibição latente é o mecanismo de defesa do tipo Freud-
Anna Freud, psicológico, de repressão sexual interna dos objetos 
interiores. Como já é do nosso alcance, todo objeto, do DNA ao 
cosmos, é interior e mental. 
Dominados pelo superego, político, social e familiar, os indivíduos-egos 
têm suas atuações de desejo coarctadas (Rorschach) ou reprimidas 
(Freud), ou recalcadas (Lacan), em benefício 
do status quo dominante. 
O GRUPO PGL, ao contrário, transcende esta dominação e, ao 
perceber dimensionalmente de fora. Revolucionariamente, este 
erro perceptivo, que tem levado a humanidade a construir seu próprio 
Armagedon, atua com esquecimentos criativos, novos erros dentro 
dos sistemas errados, transgressões materiais e psíquicas, 
sublimações etc. 
Do ponto de vista Junguiano e transindividual, os PGL alçam níveis 
arquetípicos e são quase totalmente capazes de recriar tudo. Do ponto 
de vista mental, Psicônico, esta capacidade é plena e total. 
Equivocadamente, a meu ver, têm sido tentadas apropriações das 
idéias alheias e desejos de atuação tecnológica sobre as idéias 
originais, sempre com materialização do tempo, quando já se está farto 
de saber que o tempo é mental, inexiste no Real, e sua utilidade é 
apenas uma situação média a baixas velocidades, não mentais e não 
telepáticas ou não sociais. 
O bóson-vácuo de Higgs, energético e massivo, consumindo euros, 
dólares e poluidores petrodólares, os bits quânticos de Wineland e 
Haroche, usando técnicas de intervenção e eliminação na Incerteza 
quântica (a telepatia de Einstein na experiência mental EPR) e o 
achado artificial de Yamanaka de células tronco embrionárias dentro de 
células adultas, visando ao rejuvenescimento, à cura e à imortalidade, 
são perpetuações da materialização tridimensional do tempo mental. 
Mas, fica claro nesta breve exposição que a mente precede o Real na 
sua natureza Psicônica, pré-conceitual e pré-geométrica. 
A superposição do tempo quântico exponencial às funções de onda ψ 
espaciais, classicamente, são do tipo exponencial ± i E t / ћ. A troca da 
base exponencial por 2 e a introdução do número de onda K = 2л / λ 
transformam o suposto tempo imaginário em atividade mental 
informacional que vai e vem (bit quântico do tempo). 
 
Kλ = 2л, isto é, o número de comprimentos de onda em um giro de 360° 
ou ciclo. 
 
Pessoas com QI alto, quando tem baixa inibição latente, se tornam gênios criativos. Existe 
alguma substância que possa ser manipulada para reduzir a inibição latente de forma 
proposital? 
 
Excesso de dopamina diminui a inibição latente. Mas isso, como auto-medicação, é perigoso, 
pois pode causar dependência (dessensibilização dos receptores), bem como induzir a 
esquizofrenia. A cocaína também produz esse efeito. De fato a redução da inibição latente 
aumenta a criatividade, desde que a pessoa possua elevada inteligência. Se não possuir, pode 
reverter em distúrbio mental. Não se pode confundir inteligência com criatividade. Esta 
ultrapassa a inteligência, a requerendo. Mas nem todo inteligente é criativo. A redução da 
inibição latente pode ser obtida por treinamento comportamental, de modo mais seguro e 
proveitoso. O processo é similar ao do desenvolvimento da inteligência, só que focado na 
atenção e percepção de detalhes tidos, geralmente, como irrelevantes. 
Quem diria: se distrair pode ser a melhor maneira de resolver um problema difícil de forma 
criativa. "Distração" costumava ter uma conotação negativa em estudos médicos; por exemplo, 
pesquisas que mostram o maior risco de causar um acidente de carro ao se distrair falando ao 
celular. Divulgação Em "House", soluções para os casos mais cabeludos surgem quando 
médico Gregory House (Hugh Laurie) se distrai Mas trabalhos recentes têm demonstrado que a 
distração está vinculada à criatividade, especialmente na hora de resolver problemas 
complexos. Só que até certo ponto: em excesso, distração combina com esquizofrenia -um 
distúrbio psíquico que pode incluir alucinações, delírios e fuga da realidade. Como a distração 
ajuda a ser criativo e produzir soluções? Para muita gente, a prática de "dar um tempo", "fazer 
uma pausa no trabalho", costuma fazer a resposta para um problema surgir de repente, como 
mágica. É só assistir ao seriado "House" (Universal) para entender como funciona. O médico 
Gregory House e sua equipe são escalados para diagnosticar e tratar apenas os casos mais 
cabeludos. O enredo tem uma fórmula básica. Eles passam três quartos do programa 
raciocinando logicamente sobre sintomas, tratamentos e causas de doenças. Mas só no fim do 
episódio, quando House se distrai ou tem a atenção chamada para algo bizarro, que uma 
resposta "clica" no seu cérebro. EVOLUÇÃO Ignorar estímulos irrelevantes ao nosso redor é 
uma conquista da evolução biológica. Um animal que presta atenção a tudo e caminha pelos 
prados distraído acaba não percebendo o predador até que seja tarde demais. Essa 
capacidade de abstrair o ruído inútil é chamada de inibição latente. Esquizofrênicos têm 
inibição latente muito reduzida; prestam atenção a tudo, e por isso, paradoxalmente, fogem da 
realidade. Mas esse traço também caracteriza pessoas saudáveis e altamente criativas. Um 
estudo feito pela equipe de Fredrik Ullén, do Instituto Karolinska, da Suécia, publicado na 
revista científica "PLoS One", apontou que os cérebros dos esquizofrênicos e o dos criativos 
têm um sistema semelhante do neurotransmissor dopamina. Produzida em várias partes do 
cérebro, a dopamina tem funções na transmissão do impulso elétrico entre as células nervosas, 
notadamente na cognição, motivação e nos mecanismos de punição e recompensa. "A teoria 
da dopamina e esquizofrenia vê o distúrbio como uma forma extrema de criatividade", diz 
Adam Galinsky, da Escola Kellogg de Administração da Universidade Northwestern, EUA. O 
pesquisador explica que a dopamina tende a alterar processos cognitivos, de modo que as 
associações são mais soltas e as categorias conceituais são ampliadas. "Isso pode facilitar a 
criatividade, mas também levar a padrões de pensamento desorganizados e anomalias de 
percepção." Galinsky e colegas fizeram testes de associação com 94 voluntários que tinham 
que identificar uma quarta palavra vinculada a três outras. Alguns passavam por distrações, 
outros não. Os distraídos identificaram sequências de letras como palavras válidas mais rápido. 
O estudo foi publicado na revista "Psychological Science" e afirma que o processo de solução 
de problemas inclui tanto a distração quanto um período de pensamento consciente, sem o 
qual o problema não tem como ser racionalmente resolvido. RADAR Estudos feitos com 
universitários nos EUA e no Canadá pela equipe de Shelley H. Carson, do Departamento de 
Psicologia de Harvard, mostraram que aqueles que se distraem facilmente, com o "radar 
ligado" para tudo em torno, são mais criativos: os mais criativos tinham sete vezes menos 
inibição latente. O estudo original, publicado em 2003, foi replicado depois. "Dois outros 
laboratórios testaram a baixa inibição latente e descobriam que está associada com 
criatividade. Nós também estamos continuando os testes", afirma Carson. "Há um corpo 
substancial de pesquisa que indica que a esquizofrenia está associada com inibição latente 
baixa e também com deficits na memória de trabalho", continua o pesquisador. Para Carson, 
comentando o estudo de Galinsky, a pessoa criativa é capaz de permitir, temporariamente, que 
o excesso de distrações seja canalizado em percepção consciente, para fazer conexões entre 
os estímulos. "Mas a pessoa tema capacidade de alternar entre estados do cérebro para 
exercitar maior controle cognitivo e realmente formular e acessar essas conexões", afirma o 
pesquisador. 
 
INTRODUÇÃO 
“Sobredotado, que palavra engraçada. Colocava-me numa posição privilegiada em 
relação às outras crianças. O que me fazia diferente era o meu pensamento veloz e a 
minha leitura que se iniciou aos três anos.” (uma carta escrita por um jovem 
sobredotado a propósito da sobredotação). 
A propósito de uma proposta de trabalho acerca das diferenças individuais, surgiu-
nos o tema sobredotação. Porquê? 
Consideramos, de uma forma pessoal, que a sobredotação poderia marcar fortes 
diferenças individuais, não só pelo nível da inteligência (que isolado não adquire 
qualquer significado), mas pelas linhas estereotipadas da sociedade comum onde 
vivemos e fundamentalmente pelo principal traço que daqui advém – a especificidade 
intra e inter individual do sobredotado. 
A pouca informação que detínhamos acerca deste assunto despertou-nos curiosidade 
em procurar saber mais. Apercebemo-nos que o conhecimento era restrito e o tema 
era imensamente abrangente! Vamos comprovar estes factores através da nossa 
pesquisa. A sobredotação é um dos estudos mais controversos da Psicologia. É um 
verdadeiro problema científico cujas conclusões definitivas estão longe de ser 
conseguidas. 
Partiremos da “periferia” mais básica/geral do conhecimento até caminhar para a 
“centro” das abordagens mais específicas, fragmentando os variados temas 
relacionados com a sobredotação. 
Por conseguinte, começaremos com a história da inteligência, a sua definição e os 
testes específicos, cujos englobam precisamente a avaliação do sobredotado. Para 
além disso, poder-se-á constar que foram empreendidas várias investigações e teorias 
que procuraram decifrar aquilo que a sobredotação significava, desde o conceito, 
características, causas, consequências até às suas implicações, quer para o sujeito 
quer para a sociedade que convive com ele. 
Todos nós somos diferentes, mas uns marcam mais a diferença do que outros. Os 
sobredotados fazem parte dessa verdade. 
Percorreremos assim os meandros da sobredotação a partir das diferenças 
individuais. 
 
 HISTÓRIA DA INTELIGÊNCIA 
· A história das testes de inteligência 
Os testes de inteligência surgiram na China, no século V, e começaram a ser usados 
cientificamente na França, no século XX. 
Nas melhores acepções da palavra “inteligência”, os testes aplicados pelos chineses 
foram provavelmente os primeiros testes cognitivos a que se tem registo. 
Pitágoras, no século a.C., testava os aspirantes a seus pupilos, contudo eram testes 
de conhecimentos geométricos e dificilmente poderiam ser considerados testes de 
inteligência. 
Luiz Pasquali, reportando-se a Dubois, afirma que os testes já eram usados na China 
3.000 anos antes de Cristo, enquanto Anne Anastasi, reportando-se a Bowman, diz 
que os testes chineses foram usados durante cerca de 2.000 anos (não especifica de 
quando a quando), referindo também que foram utilizados exames na Grécia Antiga e 
na Europa Medieval. No entanto, em todos esses casos, tratavam-se de testes de 
cultura, com baixo teor de “inteligência fluida”, de modo que os testes chineses do 
século V d.C. foram provavelmente os primeiros testes de inteligência, no sentido 
mais restrito da palavra. 
No Ocidente, os trabalhos pioneiros foram realizados pelo médico Esquirol, que em 
1838 associou os diferentes níveis de atraso mental aos diferentes níveis de fluência 
verbal. 
Os primeiros testes de inteligência propriamente ditos, que deram origem aos 
modernos testes de QI, foram desenvolvidos no início do século XX, e começaram a 
ser utilizados em 1904. 
 
Surge Binet depois, que pretendia criar um instrumento que possibilitasse o 
diagnóstico objectivo de deficiências mentais, para além de medir a gravidade da 
http://pt.wikipedia.org/wiki/China
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_V
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX
deficiência. Para tal, Binet formulou vários questionários, que foram aplicados a 
grupos de crianças de diversas faixas etárias, e assim nasceu o conceito de “idade 
mental”. Segundo Anastasi, reportando-se a T. H. Wolf, Binet não gostava do termo 
“idade mental” e preferia usar a expressão “nível mental”. Isso demonstra a refinada 
percepção de Binet, porque objectivamente o termo “nível mental” teria evitado 
diversas confusões que ocorrem em virtude do uso inadequado da expressão “idade 
mental”. 
Alfred Binet e o seu colega Theodore Simoncriaram a Escala de Binet-Simon, usada 
para identificar estudantes que pudessem precisar de ajuda extra na 
sua aprendizagem escolar. Os autores da escala assumiram que os baixos resultados 
nos testes indicavam uma necessidade para uma maior intervenção 
dos professores no ensino destes alunos e não necessariamente que estes tivessem 
inabilidade de aprendizagem. 
Compreenderam claramente as limitações do método que utilizavam, e não ousaram 
ir além desse ponto, sem antes desenvolver uma metodologia mais apropriada e ter 
uma melhor compreensão do assunto. No entanto, em 1906, na Universidade de 
Stanford, Lewis Madison Terman publicou uma versão aprimorada dos testes de 
Binet, que prontamente foi reconhecida como a melhor bateria de testes de 
inteligência da época. 
Em 1912, William Stern propôs o termo “QI” (quociente de inteligência) para 
representar o nível mental, e introduziu os termos "idade mental" e "idade 
cronológica". Stern propôs que o QI fosse determinado pela divisão da idade mental 
pela idade cronológica. Assim uma criança com idade cronológica de 10 anos e nível 
mental de 8 anos teria QI 0,8, porque 8 / 10 = 0,8. Foi assim que nasceu o termo 
“QI”. 
Embora a sugestão de Stern tenha sido bem aceita por seus contemporâneos, todos 
os estudos desenvolvidos desde a época de Binet já revelavam que o desenvolvimento 
mental em função da idade cronológica não era linear, portanto a hipótese de Stern, 
desde a época em que foi proposta, não representava satisfatoriamente os dados 
experimentais. Ao que tudo indica, Binet já sabia dessas possíveis distorções bem 
antes de começarem a disseminar o conceito “inadequado” de QI, como 
representação da divisão da idade mental pela cronológica. 
O próprio Binet não apreciava sequer o termo “Idade Mental”; ele preferia “Nível 
Mental”. Mas Binet faleceu em 1911 e não havia quem contestasse o sistema proposto 
por Stern, por isso os procedimentos inadequados continuaram a ser usados durante 
algumas décadas, produzindo resultados distorcidos. 
Em 1916, Lewis Madison Terman propôs multiplicar o QI por 100, a fim de eliminar a 
parte decimal: QI = 100 x IM / IC, em que IM = idade mental e IC = idade cronológica. 
Com esta fórmula, a criança do exemplo acima teria QI 80. 
Em 2005, o teste de QI mais usado no mundo foi o Raven Standard Progressive 
Matrices. O teste individual mais usado é o WAIS-III. O teste de Q.I. individual mais 
administrado em pessoas de 6 a 17 anos é o WISC-III (Escala de Inteligência Wechler 
para Crianças), originalmente desenvolvido em 1949, revisto em 1974 (WISC-
R), 1991 (WISC-III) e 2003 (WISC-IV). Tanto o WAIS quanto o WISC foram criados 
por David Wechsler. A última versão do WAIS consiste em 14 subtestes destinados a 
avaliar diferentes capacidades cognitivas. O WISC é constituído por 13 subtestes. Os 
subtestes são subjetivamente estratificados em dois grupos: escala verbal e escala de 
realização. 
O termo “inteligência” é utilizado com demasiada frequência, provavelmente sem 
nos interrogarmos o tempo suficiente sobre o seu real significado. Certo é que 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfred_Binet
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Theodore_Simon&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estudante
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_%28medidas%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Professor
http://pt.wikipedia.org/wiki/1912
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=William_Stern&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Idade_mental&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Idade_cronol%C3%B3gica&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Idade_cronol%C3%B3gica&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/1916
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Lewis_Madison_Terman&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/Raven_Standard_Progressive_Matrices
http://pt.wikipedia.org/wiki/Raven_Standard_Progressive_Matrices
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=WAIS-III&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=WISC-III&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/1949
http://pt.wikipedia.org/wiki/1974
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=WISC-R&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=WISC-R&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/1991
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=WISC-III&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/2003
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=WISC-IV&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=David_Wechsler&action=edit
estamos face a um conceito ou constructo, que não desfruta de consenso, mesmo 
entre os especialistas na área. A inteligência pode ser definida como a capacidade 
mental de raciocinar, planear, resolver problemas, abstrair ideias, compreender 
ideias e linguagens e aprender. Embora no geral as pessoas percebam o conceito de 
inteligência, na Psicologia, o estudo da inteligência geralmente entende que este 
conceito não compreende a criatividade, a personalidade, o carácter ou a sabedoria. 
As definições de inteligência enfatizam sobretudo a capacidade para se ajustar ou 
adaptar ao meio, a capacidade para aprender e a capacidade para pensar de forma 
abstracta (usar símbolos e conceitos). 
ALGUMAS DEFINIÇÕES DE INTELIGÊNCIA: 
Binet & Simon (1916) 
“... julgamento, também chamado bom senso, sentido prático, iniciativa, capacidade 
de se adaptar às circunstâncias. Ajuizar bem, compreender bem, raciocinar bem, 
estas são as actividades essenciais da inteligência.” 
 
Spearman (1923) 
“... tudo o que é intelectual pode ser reduzido a algum caso especial... de educação, 
quer de relações quer de correlatos”. 
Educação de relações – “A apresentação mental de duas ou mais referências 
quaisquer... tende a evocar imediatamente o conhecimento de uma relação entre 
elas”. 
Educação de correlatos – “A apresentação de qualquer referência em simultâneo com 
qualquer relação tende a evocar imediatamente o conhecimento da referência 
correlativa”. 
 
Wechsler (1958) 
“O agregado ou capacidade global do indivíduo para agir com um objectivo, para 
pensar racionalmente e para lidar de modo eficiente com o seu meio”. 
 
Gardner (1983) 
“... uma competência intelectual humana tem que envolver um conjunto de aptidões 
de resolução de problemas – capacitando o indivíduo para resolver problemas ou 
dificuldades genuínos com os quais se depara e, quando apropriado, para criar um 
produto efectivo – e deve também envolver a possibilidade de encontrar ou criar 
problemas – estabelecendo, assim, as bases para a aquisição de novo conhecimento”. 
 
 
Sternberg (1986) 
“... actividade mental envolvida na adaptação intencional a, modelamento de e 
selecção de meios do mundo real, relevantes para a vida do indivíduo”. 
MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS, MÚLTIPLOS 
TALENTOS 
A partir das pesquisas do neuropsicólogo americano Howard Gardner, sabe-se que a 
inteligência representa a capacidade do humano de criar a partir do que aprendeu 
culturalmente e do que desenvolveu no seu cérebro. Então, o que significa o 
potencial múltiplo da inteligência humana? 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Criatividade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Personalidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Car%C3%A1ter
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sabedoria
Essa capacidade de criar é múltipla porque pode revelar diferentes habilidades 
intelectuais ou competências cognitivas. A inteligência é um potencial múltiplo 
porque representa a potência biológica e cultural que se pode multiplicar, dando vez 
ao surgimento de outras habilidades e competências. Isso é comum a qualquer 
indivíduo. Como esse potencial pode desenvolver diferentes inteligências? 
O segredo está nos processos educativos que os seres humanos vivenciam, na 
formação moral e na orientação para a vida. Então, a inteligência é um potencial 
múltiplo porque se pode fazer e refazer culturalmente, e revelar-se de formas 
múltiplas. Vejamos: 
 
A inteligência linguística É um potencial que revela a capacidade do indivíduo de 
aprender noções dos códigos linguísticos, guardá-los na memória e aplicá-los 
criativamente. Traduz o valor da competência de escrever, interpretar e aplicar 
palavras e frases em situações de comunicação. Esta inteligência está relacionada 
com as oportunidades que o indivíduo tem de vivenciar aprendizagens sobre a 
linguagem. A inteligência linguística revela-se no domínio da palavra, tanto 
representada por códigos escritos marcados em papéis e pedras, quanto na expressão 
oral da fala. É um tipo de inteligência que se desenvolve nas interacções iniciais da 
vida do indivíduo, com a aprendizagem da linguagem. 
 
A inteligência matemática É um tipo de inteligência que se revela na capacidade 
mental do humano de guardar, na sua memória, informações de representações de 
quantidade e de aplicar essas informações no quotidiano, resolvendo problemas. A 
inteligência matemática é um potencial que revela a capacidade do indivíduo de 
criar soluções factíveis, com base em representações numéricas. Essas soluções são 
rapidamente formuladas pela mente e apresentam coerência antes mesmo de serem 
representadas materialmente. 
 
A inteligência musical Trata-se de um potencial que revela a capacidade do indivíduo 
de aprender sons e ritmos e de interpretá-los, concebendo novos contornos 
melódicos com arranjos musicais. Há evidências de que “certas áreas do hemisfério 
direito do cérebro são activadas no desempenho da percepção e da produção de 
músicas”. A inteligência musical revela-se como o potencial do indivíduo para 
atribuir significados a sons, representá-los e elaborar conhecimentos a partir deles. A 
criação da música mostra-se como uma actividade cultural denominada de 
composição. 
 
A inteligência espacial É uma inteligência que se traduz na percepção dos espaços. O 
indivíduo é capaz de executar modificações sobre percepções iniciais de espaço, 
recriando aspectos, mesmo na ausência do contacto material. Essa inteligência 
permite que indivíduos desenhem, organizem e visualizem objectos em várias 
dimensões e representem imagens internas. 
A inteligência corporal- cinestésica Esta inteligência, que se revela na capacidade do 
indivíduo de usar o próprio corpo com habilidades que se expressam nos movimentos. 
Trata-se de uma competência responsável pelo controlo dos movimentos corporais, 
criando representações possíveis de serem executadas pelo corpo, em espaços e 
situações diversas (dança, desporto, teatro, etc.). 
 
A inteligência intrapessoal É uma inteligência que revela aspectos introspectivos de 
reflexão e auto-compreensão, manifestados na interpretação de sentimentos e 
emoções, relacionando-se a linguagens que servem de base para entender e executar 
comportamentos. Um indivíduo que desenvolveu essa inteligência revela, nos seus 
comportamentos, o interesse de se conhecer a si mesmo e de aprender com os seus 
erros a elaborar novos comportamentos úteis ao grupo social com o qual se relaciona. 
O autismo e a esquizofrenia exemplificam casos de indivíduos com a inteligência 
intrapessoal prejudicada. 
 
A inteligência interpessoal É um potencial que revela a capacidade humana de 
comunicar, de observar e fazer distinções entre indivíduos quanto às necessidades, 
desejos e escolhas.Esta é uma inteligência que se manifesta com aprendizagens que 
envolvem sentimentos de colaboração e interacção. Um problema nesta área pode 
provocar mudanças na personalidade, como por exemplo, a doença de Pick, uma 
demência pré-senil, que tem como consequência, entre outras, uma rápida perda das 
boas-maneiras sociais. 
 
A inteligência naturalista Trata-se de um potencial da inteligência que é 
demonstrado em comportamentos criativos, que associam saberes adquiridos no 
quotidiano do senso comum a conhecimentos adquiridos com métodos científicos que 
sejam relacionados, não só à vida social, mas também, ao ambiente natural. A 
inteligência naturalista aplica informações sobre as condições biológicas da natureza 
na compreensão da vida no mundo amplo. O potencial naturalista é valorizado 
culturalmente, tanto no senso comum, quanto na esfera da ciência. 
 
A inteligência existencial Esta inteligência surge da capacidade humana de “se situar 
em relação aos limites extremos do mundo como o infinito e o infinitesimal”. Este 
“situar” ocorre em relação à condição humana de existir e representar o mundo com 
significados sobre a vida, a morte, o destino do mundo, o porquê do amor e o 
significado da felicidade. É um tipo de inteligência que lida com informações sobre a 
condição humana, criando conhecimentos que têm implicações na orientação da vida 
social. Indivíduos que desenvolvem este tipo de inteligência são actuantes em 
sistemas filosóficos, científicos e religiosos; lidam com a elaboração de princípios que 
orientam sociedades; procuram desconstruir paradigmas com a elaboração de novas 
noções que validem os acontecimentos sociais, como por exemplo, a instituição de 
direitos. 
 
 
Muitas crianças revelam elevadas capacidades num ou mais domínios destas 
inteligências. No entanto, nem todas têm espaço de expressão e desenvolvimento na 
escola, pelo que muitos alunos sobredotados não encontram aí lugar para tirarem 
partido do seu potencial. E isso pode trazer sérios prejuízos para a sua plena 
realização. 
 
 
 
Precocidade e talento 
 
É muito comum assistirmos a crianças que memorizaram as bandeiras dos países, ou 
as capitais, ou qualquer outra informação, e essas crianças serem consideradas 
“génios”. Mas todos os psicólogos sabem que a genialidade não pode ser determinada 
com base apenas na memória, por isso nenhum profissional de Psicologia cometeria o 
erro de classificar uma criança como génio apenas por ela apresentar uma boa 
memória, e menos ainda por apresentar uma memória normal bem treinada. No 
entanto, há um erro sistemático que é cometido quando se considera que uma 
criança precoce será um adulto genial, e outro erro sistemático é cometido quando, 
ao constatar 
que crianças de QI altíssimo não se tornam adultos geniais, presumir que nenhum 
teste poderia predizer a genialidade e que a limitação está no teste. O facto é que os 
testes tradicionais realmente não servem para predizer a genialidade e só acertam 
muito raramente no diagnóstico. Isso não significa que se fossem usados testes 
melhores, o problema continuaria insolúvel. O que os factos nos revelam é que os 
génios como DaVinci, Pascal, Newton, Galileu, Einstein e outros, demonstravam a sua 
genialidade desde a infância, mas não pela resolução veloz de questões primárias de 
aritmética ou séries de figuras. Eles demonstravam a sua genialidade resolvendo 
problemas complexos de Lógica e Física, inventando instrumentos, desenvolvendo 
métodos matemáticos, concebendo teorias bem articuladas e formulando 
experiências para testar a validade dessas teorias. Esses traços cognitivos eram 
apresentados desde os primeiros anos de vida, mas os testes tradicionais não medem 
isso, portanto é natural que esses testes sejam incapazes de fazer classificações 
correctas sobre genialidade. Conforme já vimos, os testes de QI foram criados para 
predizer deficiências, e cumprem bem essa função. Usar os mesmos testes, sem as 
devidas alterações, com o propósito de identificar e medir talentos, é um erro grave 
e de sérias consequências. 
O Sigma Test é totalmente diferente e tem conteúdos que englobam desde questões 
básicas de pensamentos primitivos até questões complexas que exigem pensamentos 
requintados. Isso torna-o muito apropriado para diagnosticar talentos. 
Algumas definições que continuam vigentes até hoje usam o termo “génio” em 
contextos inadequados. As nomenclaturas propostas por Terman e Wechsler, por 
exemplo, continuam a servir como referência. 
AVALIAÇÃO DO SOBREDOTADO 
Uma criança sobredotada destaca-se por um conjunto de características. Ela revela-
se nas suas capacidades, habilidades e talentos. Frequentemente são os pais que se 
apercebem cedo dessas potencialidades. Noutras situações, são os professores e 
pessoas da família. O elevado aproveitamento escolar também pode ser um bom 
indício mas não é tudo. Há também crianças que em tudo parecem ser "normais", mas 
que se destacam num talento particular: na pintura, na música, no desporto ou nas 
artes de representação.No Instituto da Inteligência1, estão estabelecidos certos 
procedimentos para uma avaliação rigorosa do potencial destas crianças. O trabalho 
inclui um estudo de cada caso, que pode incluir a solicitação de documentos de 
escolas (por exemplo, escola de música, do clube desportivo onde ande, etc), a 
observação e análise de provas (desenhos, trabalhos manuais, textos escritos pela 
criança, etc.), etc. A criança é depois avaliada nas suas capacidades cognitivas e 
comportamentais: os testes incluem provas de percepção, atenção, memória, 
destreza mental, identificação do estilo cognitivo, nível das habilidades criativa, 
analítica e execução, aptidões sociais e controlo emocional. Pode incluir também a 
elaboração do perfil da sua personalidade.Observados os resultados, é feito um 
relatório em que, através de gráficos, se descreve o perfil cognitivo e psicológico da 
criança com o máximo de detalhes possíveis.Aos pais são fornecidos conselhos e 
pistas que ajudem na educação da criança podendo essas sugestões estender-se aos 
professores se os pais o solicitarem. 
Classificação de Terman (σ=16) segundo a 
pontuação de Q.I. 
Superior a 140: Génio ou perto de genialidade 
120-140 inteligência muito elevada 
110-120 inteligência superior 
90-110 inteligência normal 
80-90 inteligência inferior 
70-80 deficiência de borderline 
CONCEPTUALIZAÇÃO: TEORIAS, DEFINIÇÕES, 
TIPOS DE INTELIGÊNCIA 
Sobredotação: controvérsias, abordagens, ambiguidade 
 
A sobredotação é um dos estudos mais controversos da Psicologia. Ainda não existe 
uma explicação única e completa, universal. É um verdadeiro problema científico 
cuja compreensão está longe de ser alcançada. Ao longo da história verificaram-se 
casos em que certos indivíduos em idades muito precoces eram capazes de realizar 
actividades/tarefas que a maioria dos adultos faziam com o mesmo nível de mestria. 
Na psicologia diferencial este conceito tem vindo a ser procurado desde sempre, 
assim como a sua origem, explicação e especificidades. A título de curiosidade, o 
sobrenatural foi a primeira causa que explicava os elevados níveis de rendimento e 
execução dos génios/sobredotados. Ao longo do tempo, o desenvolvimento científico 
possibilitou outras explicações mais objectivas e concretas. Foram vários os 
investigadores que trabalharam no sentido de definir e explicar a sobredotação. 
 
 
Investigações 
 
Os estudos mais clássicos de superioridade mental foram levados a cabo pelo grupo 
de L. Terman a partir dos anos 20. O estudo da sobredotação intelectual não se 
poderia realizar sem dispor dos testes de inteligência. Em 1921, deu inicio à sua 
investigação que se prolongou durante 50 anos. Realizou um estudo sistemático da 
sobredotação intelectual a partir de identificação de rapazes sobredotados, por meio 
da média de QI e através da escola, utilizando também informaçãodos professores 
que identificavam aqueles que tinham um rendimento muito elevado dos restantes 
colegas. Este estudo seleccionou inicialmente 1500 rapazes das escolas da Califórnia 
e raparigas com pontuações superiores a 140 segundo a escala de Standford-Binet1. 
A investigação inicial (1925) comportava 1000 sujeitos representativos da população 
escolar da Califórnia em função do seu nível de inteligência. Foram seleccionados 
857 homens e 671 mulheres com base na administração da escala de inteligência de 
Standford-Binet. O objectivo fundamental consistia na realização de uma 
investigação longitudinal destes sujeitos, até chegar à idade adulta e depois 
comparar os resultados, em distintos âmbitos da vida real, com outros sujeitos de 
características semelhantes (excepto o seu nível de QI). Realizaram múltiplos estudos 
parciais, administrando diferentes testes de personalidade e capacidade, exames 
médicos, provas de rendimento escolar, estudos de interesses e actividades pessoais, 
etc. Estes estudos conseguiram uma participação e seguimento de 90% do total dos 
sujeitos, aproximadamente. 
A primeira deste estudo acontece em 1930. Burks, Jensen e Terman avaliaram de 
novo as crianças desta mesma experiência com outras provas e testes. Observou-se 
uma baixa do QI que se esperava encontrar, especialmente nas raparigas, cerca de 
mais ou menos 13 pontos, enquanto que nos rapazes constatou-se somente uma baixa 
de 3 pontos. 80 dos 100 sujeitos haviam adiantado os seus estudos escolares. Avaliou-
se também o QI dos irmãos dos sujeitos e constatou-se que tinham uma média de QI 
de 123 pontos. Neste trabalho descreveu-se com detalhe aspectos das habilidades 
destas crianças, assim como os seus escritos. Depois, compararam com os escritos de 
juventude de emigrantes escritores e mostram a grande semelhança existente entre 
eles. Contrariamente, o estereótipo de menino-prodígio e débil confirmava a 
observação de que essas crianças eram mais saudáveis e curiosamente mais altos (em 
termos de estatura) do que os do grupo de controlo, sendo interpretado como um 
efeito nutricional associado à classe social mais alta do que os meninos sobredotados. 
Passados 25 anos concretiza-se o segundo momento do estudo. Terman e Oden 
recorrem a novos dados. Avaliaram o êxito dos sujeitos conquistados até àquele 
momento relativos à sua carreira académica e profissional. 
Compararam-se os seus resultados num teste especial com os grupos de estudantes 
universitários avançados. Foram repartidos em grupos, sendo a divisão feita entre 
bem sucedidos (A) e menos bem sucedidos (B). O grupo A foi o mais elevado nas suas 
pontuações, alcançando muito melhores trabalhos como também maiores níveis 
educativos. A nível de personalidade, ambos os grupos diferiam nos que tinham mais 
êxito: detinham um comportamento finalista e orientado, eram perseverantes e 
seguros. Para além disso, tinham um maior número de pais graduados e provinham de 
famílias estáveis e contextos mais seguros. Dado que não havia diferenças muito 
notáveis e QI para ambos os grupos, considerou-se que os factores mais influentes 
deveriam ser de carácter social. 
A terceira parte acontece 35 anos depois. Terman afirmou que 85% do total sujeitos 
que entraram n Universidade, e apenas 70% terminaram, ou seja, 10 vezes mais do 
que no grupo de controlo. As licenciaturas eram habitualmente alcançadas com as 
melhores classificações. Os ganhos obtidos pelas mulheres incluídas neste estudo, 
embora se pensasse que iriam ser inferiores às do grupo de controlo, revelaram-se 
também superiores. 
A última publicação relacionada com este estudo foi concretizada três anos depois da 
morte de Terman (1959). Demonstraram uma série de conclusões acerca dos 
sobredotados de Genovart e Castelló (1990) que podem ser sintetizados da seguinte 
forma: existe superioridade física (em diverso parâmetros) sobre os sujeitos do grupo 
de controlo; nos testes de rendimento só pontuam as crianças de três anos acima dos 
seus companheiros de classe; realizam um maior número de leituras habitualmente; 
o seu nível de interesse é muito mais elevado. 
Em 1968 um colaborador de Terman, Oden, publicou os últimos resultados da última 
parte da investigação dos sobredotados. Os resultados estavam em concordância com 
os anteriores, já que os indivíduos haviam alcançado posições profissionais e sociais 
privilegiadas. Administrado o teste Standford-Binet sobre um total de 115 membros 
do grupo inicial, as suas pontuações encontravam-se acima de 133 (média de 140). 
Este estudo, pela sua magnitude e desenvolvimento, considera-se um dos mais 
prestigiados e destacados dos que fazem referência ao tema sobredotação. No 
entanto, desenvolveu-se num período em que os modelos factoriais da inteligência 
eram incipientes e a inexistência dos critérios de controlo em variáveis criticas 
(sobre representação de indivíduos de classe alta), colocaram em causa algumas das 
conclusões. 
 
Renzulli foi um outro pesquisador interessado na inteligência acima da média. 
Desenvolveu um estudo sobre a sobredotação, numa tentativa de responder às 
questões relativas ao seu conceito e às suas características, que apresentam algumas 
dificuldades. Para o conseguir, criou um modelo para definir as três características 
fundamentais do aluno sobredotado. Na sua pesquisa, concluiu que esses três traços 
são básicos e estão interrelacionados: uma elevada capacidade geral e/ou 
capacidades especificas acima do normal; elevados níveis de dedicação na tarefa e 
por fim; altos níveis de criatividade. 
Depois de identificados, cada um destes elementos foi estudado e definido mais 
aprofundadamente. 
Relativamente ao primeiro traço, a inteligência elevada corresponde a todas as 
crianças que possuem uma capacidade intelectual acima da média e uma facilidade 
para aprender muito superior ao resto dos seus colegas. Tal como na deficiência, na 
sobredotação é importante falar de grau, para discernir as necessidades. É uma 
questão essencialmente de grau, há um génio em cada 10.000.000 de pessoas. As 
crianças sobredotadas existem na população numa proporção 2,5% (130-145) da 
população, em grau moderado, de 0,1% 1 em 1000 (145-160), em grau profundo, 
superior a 160 de 1 em 33.000 ou seja 0.003%. 
Porém, um nível elevado de QI, por si só, é insuficiente para afirmar a existência de 
sobredotação num aluno. O QI é somente um dos meios para o descobrir, visto que 
nos permite obter informação acerca da sua capacidade intelectual. 
No que diz respeito ao elevado nível de dedicação na tarefa, o factor “motivação” 
faz referência ao interesse e dedicação que estes alunos manifestam nas várias 
tarefas instrutivas. São crianças com uma grande curiosidade multitemática, o qual 
obriga a estabelecer critérios de selecção e planificação de trabalho escolar. São 
também muito perseverantes, característica específica dos alunos sobredotados. 
Por fim, entendemos o alto nível de criatividade como a posse de um pensamento 
divergente, que favorece a busca de soluções e alternativas originais para um 
problema. Os sobredotados têm por isso uma capacidade inventiva muito superior à 
média. 
Estes três factores, segundo Renzulli, são fundamentais para identificarmos uma 
criança sobredotada. No entanto é imperativo evidenciar que estes não podem ser 
considerados isoladamente para se tomar uma decisão. É obrigatória convergência 
entre eles. Só teremos a identificação total através destes elementos construtivos. 
Foram efectuadas muitas outras investigações sobre o conceito de sobredotação, no 
entanto, nenhuma conseguiu alcançar uma lei universal, concreta e completa, já que 
se trata de um assunto complexo com inúmeras implicações, causas e especificidades 
que colocam ainda muitas dúvidas por responder. 
GÉNESE DA SOBREDOTAÇÃO 
O indivíduo sobredotado é alguém com a inteligência acima da média em uma ou 
algumas áreas. Os seguidoresda Conscienciologia dizem que a sobredotação não 
reside apenas numa excepcional estrutura do cérebro. Os especialistas da ciência 
convencional defendem que a genética contribui com 50% para explicar este 
fenómeno. Supõem – se a existência de diversos genes envolvidos na formação das 
capacidades, talentos, habilidades e potencialidades. No entanto, uma suposição não 
é uma garantia para a ciência. A outra fatia probabilística, isto é, os restantes 50% 
responsáveis pela formação do génio seriam dadas pela relação do indivíduo com o 
meio. 
A nível cerebral a sobredotação continua a ser um grande mistério. Aparentemente a 
estrutura neurológica destas crianças não apresenta diferenças em relação à dos 
indivíduos com uma inteligência mediana. As técnicas de imagiologia são pouco 
esclarecedoras e não evidenciam nenhuma área específica do cérebro que possa ser 
responsável pela sobredotação. 
No entanto, recentemente uma equipa de neurologistas liderada por Philip Shaw, do 
Instituto Nacional de Saúde Mental, em Bethesda (em Maryland, Estados Unidos), 
concluíram que a inteligência pode estar mais relacionada com o desenvolvimento do 
cérebro na adolescência do que propriamente ao seu tamanho. 
Numa experiência conduzida por Shaw compararam exames de ressonância 
magnética por imagens para demonstrar que o cérebro das crianças com QI elevado 
tem um padrão de desenvolvimento diferenciado. Foram acompanhadas 307 crianças 
e jovens entre 5 e 19 anos. 
No início da investigação foram divididos em três grupos, segundo o desempenho que 
alcançaram no teste de QI: jovens com QI elevado (ou sobredotados), jovens com QI 
mediano e, por fim, os menos dotados. 
Para acompanhar a evolução do estudo, a cada dois anos foi realizada uma nova 
ressonância magnética. Resultados: nas crianças com QI elevado, o córtex cerebral, a 
princípio, mostrou-se mais fino e, depois, engrossou rapidamente. O seu auge 
ocorreu entre os 11 e 12 anos, voltando a contrair-se de forma repentina na 
adolescência. Este padrão de desenvolvimento não condiz com o que em geral 
acontece. Em média, o córtex cerebral atinge a sua espessura máxima quando a 
criança chega aos 8 anos. O córtex, a camada mais externa do cérebro, é o centro de 
várias funções nervosas elaboradas como os movimentos voluntários. 
Segundo os investigadores, as mudanças são subtis e ainda reservam alguns mistérios, 
pois nada explica o que leva uma criança a ter um córtex mais grosso ou mais fino. A 
experiência é mais uma a confirmar que, tratando-se de cérebro, tamanho não é o 
mais importante. Um órgão maior não significa necessariamente mais inteligência. O 
que importa mesmo é a sua organização interna e como ocorrem as conexões entre 
as áreas cerebrais. 
O diferencial, no caso das sobredotações está na quantidade de conexões entre os 
neurónios. O cérebro humano possui cerca de 100 mil milhões de neurónios e quanto 
maior é o número de conexões, em diferentes áreas de especialização, maiores as 
possibilidades de associações originais de ideias. 
Uma ou mais inteligências superdesenvolvidas, surgem do esforço da consciência que 
desejou aprender e experimentar, auto-formando-se. É fundamental superar a 
monodotação, ou seja, a inteligência ser demasiado desenvolvida em apenas uma 
área mas procurar desenvolver todas as restantes potencialidades pessoais tendo 
como objectivo a polivalência. Desta forma, desenvolvem –se novos hábitos de 
pensar, exercício da memória, desenvolvimento da atenção, procura da clareza na 
interpretação de informações e um estabelecimento do discernimento assente no 
raciocínio interpretativo e crítico. Neste contexto, defende – se também a filtração 
ou a triagem de informações e ideias que derivam destas mentes, num intuito de 
evitar a dispersão e a perda de tempo com informações inúteis. 
Segundo a Paragenética, a especialidade que estuda a genética composta e integral 
da consciência, o psicossoma (corpo emocional extrafísico) e o mentalsoma (corpo 
mental, sede extrafísica da consciência) são os corpos que registram as experiências 
e fixam as características que influenciarão a nova genética desde o momento da 
formação do novo corpo. De acordo com a hipótese da Serialidade Existencial, o 
psicossoma e o mentalsoma são os mesmos ao longo das múltiplas vidas, carregando 
em si as capacidades, potencialidades e aprendizagens adquiridas. 
O humor aguçado, o pensamento abstracto precoce, a curiosidade e a rapidez a 
assimilar, o vocabulário elaborado para a idade, o gosto por desafios, o poder de 
observação e persistência nos objectivos são algumas das características da 
personalidade sobredotada. O facto desta representar uma alta habilidade em certo 
contexto, não é um indicador de alta maturidade! Estes indivíduos tem, na maior 
parte das vezes, dificuldades de gerir as suas vivências. Estes devem ser alvo de uma 
constante atenção, carecem de cuidados afectivos e normalmente tem problemas no 
convívio social. 
LIMIARES ENTRE TALENTO E LOUCURA 
“ Muitas pessoas já me caracterizaram como louco. Resta saber se a loucura não 
representa, talvez, a forma mais elevada de inteligência. ” 
Edgar Allan Poe ( 1809-1849 ) 
 
Variações extremas de humor, manias, fixações, dependência de álcool o drogas 
atormentam a vida de muitas mentes criativas. Embora a suspeita da relação entre 
genialidade e loucura se tenha perpetuado ao longo dos séculos , foi a partir dos anos 
70 que Nancy Andreasen, psiquiatra da Universidade de Iowa e Kay Redfield Jamison 
nos anos 80, começaram a investigar este tema de uma forma mais sistemática. 
Ambos os estudos detectaram e provaram a presença de transtornos de humor 
caracterizados por fases depressivas em mentes criativas, segundo os critérios do 
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Esses transtornos são 
marcados por estados depressivos que duram de duas a quatro semanas e prejudicam 
sensivelmente o quotidiano dos pacientes. Não conseguem divertirem-se, sofrem 
perturbações da concentração e do sono, tendo pensamentos demasiado negativos 
que acabam por acabam por beirar o desespero total – transtorno depressivo maior. 
Entre estas mentes geniais persistem também os transtornos bipolares. As fases 
depressivas são alternadas com picos de euforia – episódios maníacos. Estes 
indivíduos quase não dormem, estão sempre ocupados com algo, os pensamentos 
saltam de um tema para outro e muitas vezes atribuem as suas ideias a si próprias. 
Jamison concluiu que 40% dos artistas examinados haveriam recorrido a tratamento 
psiquiátrico uma vez na vida. Hagop Aksikal verificou que dois terços dos 20 artistas 
entrevistados sofriam de episódios depressivos recorrentes, muitas vezes combinados 
com os chamados estados hipomaníacos. 
Nesse meio tempo o pensamento aguçado, de criatividade incomum, e a 
produtividade elevada passaram até mesmo a serem considerados indícios no 
diagnóstico de fases maníacas. Mas como uma enfermidade tão perturbadora e 
destrutiva pode incrementar nosso poder criativo? Normalmente reina o caos entre os 
maníaco-depressivos, tanto no aspecto profissional quanto no pessoal. Quando estão 
com episódios maníacos, endividam-se, mantém relacionamentos duvidosos e 
aventuras sexuais sem medir as consequências. Agressões, alucinações também estão 
presentes. De seguida vem o mergulho em depressão profunda. 
Joy Paul Guilford pensa a criatividade como a capacidade de diante um problema 
“encontrar respostas incomuns, de associação longínqua”. Para chegar a uma ideia 
original, abandonam caminhos já trilhados e pensão de um modo diferente. O 
intelecto não busca uma única solução correcta, move-se em diversas direcções. Os 
cérebros dos maníacos – depressivos trabalham à toa, despejando ideias nada 
convencionais. O psicólogo Eugen Bleuler, contemporâneo de Freud, reforça que o 
facto de neles as ideias fluírem com mais rapidez e, sobretudo, de as inibiçõesdesaparecem estimula as capacidades artísticas.” Desta forma, os pacientes de 
hipomania mostram superioridade em testes de associação de palavras: num espaço 
também pelo seu modo de falar. Tendem a fazer uso de rimas e empregam com 
frequência associações sonoras, tais como as aliterações. Além disso, seu vocabulário 
compreende em média três vezes mais neologismos em que o de uma pessoa 
saudável. Nestes pacientes em fase maníaca, a rapidez do processo de pensamento 
traduz-se numa elevação do quociente de inteligência. A energia e a concentração 
total caracterizam também as fases criadoras de muitos pintores, escritores, 
escultores e poetas. 
Nancy Andreasen acrescenta que o sistema nervoso limitado de tempo e com uma 
palavra dada, são capazes de associar quantidade bem maior de conceitos que 
pessoas em perfeitas condições psíquicas. Estes distinguem-se por uma excelente 
capacidade de informações sensoriais, transformando-as em ideias criativas. A 
psicóloga supõe que a causa seja “ um defeito nos processos cognitivos que filtram 
esses estímulos.” Shelley Carson, da Universidade de Harvard e Jordan Peterson, da 
Universidade de Toronto, confirmam a suposição anterior pois entre 25 estudantes de 
desempenho criativo recrutados, com a ajuda de um teste, puderam descriminar a 
chamada inibição latente, ou seja, um mecanismo cognitivo que exclui do fluxo 
contínuo de dados sensoriais, aqueles que a experiência já demonstrou serem de 
pouca valia. No entanto, existe o outro lado da moeda. Peterson explica que é 
fundamental saber diferenciar essas ideias para não submergir no meio de tantas 
delas. A inteligência e a memória operacional trabalham em conjunto para evitar que 
as mentes criativas se afundem numa torrente de ideias. A experiência do mesmo 
com Carson deixa claro que um grau diminuto de inibição latente juntamente com 
uma flexibilidade de pensamento extrema pode, efectivamente, predispor o 
indivíduo às doenças mentais, ou a façanhas criativas. O “mecanismo interno de 
edição “ segundo Jamison, operaria com a correspondente sensibilidade, analisaria a 
utilidade das ideias produzidas pela mente hiperactiva e excluiria os excessos. Todas 
as ideias que na fase maníaca, se revelariam grandiosas, teriam de ser submetidas a 
uma triagem de um extremo rigor crítico. A criatividade brota da oposição entre 
racional e irracional. Estes espíritos arriscam-se a ir longe demais com os seus 
pensamentos, chegando a ultrapassar as fronteiras do inteligível. 
Neste contexto, a arte pode mesmo funcionar como uma espécie de terapia. São 
vários os psicólogos que defendem que a actividade artística ajuda a proteger a “ 
mente brilhante” da destruição. 
DEFINIÇÃO DE SOBREDOTAÇÃO, CAUSAS E 
IMPLICAÇÕES 
A ambiguidade dos conceitos 
 
Existem outros factores que dificultam as respostas para as questões da 
sobredotação. Uma das grandes polémicas deste tema deve-se aos conceitos de génio 
e sobredotado que desde sempre foram confundidos e interligados. Porém, não 
devem ser considerados como unos ou semelhantes. “Génio” e “sobredotado” fazem 
referência a fenómenos distintos, o primeiro relacionado com a criatividade e o 
segundo com a inteligência, tal como o conceito “talento” e “prodígio”. É óbvio que, 
existindo todo um leque variadíssimo de abordagens científicas e pontos de vista 
diferentes, nem todos estão de acordo com essa ideia. Uns apoiam a semelhança, 
outros a desigualdade. São de facto dois fenómenos dotados de alguma ambiguidade, 
e portanto, complexificam a sua pesquisa e as suas conclusões. 
Por isso, uma das formas viáveis para chegarmos a uma definição “universal” de 
sobredotação, será começar por afirmar aquilo que ela não é. Portanto, para a 
descrição dos fenómenos de sobredotação e excepcionalidade intelectual convêm 
delimitar o conceito e distinguir de outros similares, ou seja, o conceito de génio, 
talento e prodígio. 
TALENTO, PRODÍGIO, SOBREDOTADO E GÉNIO: 
SEMELHANTES E DIFERENTES, DIVERGENTES OU 
CONVERGENTES? 
O que é o talento? Equivale a um indivíduo dotado de uma habilidade especial muito 
desenvolvida (talento musical, habilidade matemática…). Depois dos estudos acerca 
da estrutura factorial da inteligência, ganhou prestigio num termo novo que iria 
substituir a ideia de sobredotado. Referimo-nos ao de um sujeito talentoso que 
demonstrava uma capacidade excepcional de alguma atitude e capacidade 
constituinte de inteligência. Mais tarde, generalizaram-se as habilidades e destrezas 
específicas. 
 
Em 1998, Castelló Batlle propôs um protocolo de identificação que se extraía dos 
instrumentos de medida já elaborados, como o caso da BADyG – Bateria de Atitudes 
Diferenciais e Gerais (teste de pensamento criativo de Torrance): permite diferenciar 
as distintas formas em que se pode manifestar uma habilidade/capacidade elevada – 
sobredotação, talento académico, talento não verbal-figurativo, talento verbal, 
talento numérico, talento espacial e talento criativo. 
Este modelo permite identificar alunos sobredotados mas também talentosos segundo 
a seguinte tipologia: 
- Alunos que demonstrem muitos talentos simples ou específicos (referem-se a uma 
só variável); 
- Alunos que manifestam talentos múltiplos2 (referem-se a um conjunto de variáveis) 
- Alunos que mostram talentos completo3, (referem-se a um conjunto de variáveis), 
dentro dos quais podemos encontrar talentos académicos e talentos figurativos; 
- Alunos que representam talentos conglomerados4 e que podemos encontrar a 
combinação da configuração intelectual do talento académico e/ou figurativo com o 
talento simples. 5 
Para além disso, o talento é muito amplo. Existem diferentes tipos de talentos, uns 
mais específicos que outros. Cada um desses implica dificuldades assim como uma 
série de vantagens para o individuo. Esses talentos afectam a sua vida em vários 
domínios diferenciando-o dos restantes, por vezes de uma forma positiva, outras 
vezes o contrário. 
O talento social é um desses. Caracteriza-se por dispor de amplos recursos de 
codificação e tomada de decisões referidas no processamento de informação social. 
O traço mais característico predomina na habilidade para interagir com os adultos. 
Distinguem-se dois tipos de talentos sociais (Gardner): o talento intra pessoal — 
conhecimento que tem uma pessoa tem sobre si mesma — e o talento interpessoal — 
capacidade que a pessoa tem para relacionar-se com os demais de forma eficaz. O 
talento social tem uma capacidade especial para relacionar-se com os outros, para 
auxiliar um grupo, quer no alcance dos seus objectivos, quer no melhoramento das 
suas relações humanas. Curiosamente, não existem provas formais para avaliar este 
tipo de talento. Por isso, recorre-se à avaliação mediante os questionários existentes 
sobre inteligência emocional, que compreendem tarefas de habilidades sociais e de 
onde os perfis de ligação podem ser muito úteis para identificar um possível talento 
social. 
A matemática pode ser outro tipo talento. Essas crianças dispõem de elevados 
recursos de representação e manipulação de informação que se apresentam na 
modalidade quantitativa e/ou numérica. Representam apenas quantitativamente 
todo o tipo de informações. As pessoas que possuem um bom raciocínio matemático 
desfrutam com muito prazer a magia dos números e suas combinações sendo capazes 
de estabelecer relações entre objectos que outros nem sonham sequer encontrar. 
 
No entanto, a eficácia destes alunos é irregular: é muito elevada nas áreas em que 
predomina a informação quantitativa, enquanto que na actividade verbal os 
resultados são muito baixos. Para além disso, tem bastantes dificuldades em 
socializar. Os possíveis problemas destes talentos podem dar-se a nível da motivação, 
pois são os alunos que tem grande preferência pelas tarefas matemáticas, o que 
induz a que depreciem outras tarefas escolares. A avaliação e o diagnóstico podemrealizar-se mediante sub-escalas de atitudes numérica e devem completar-se com 
outras tarefas de raciocínio matemático. O aluno com talento matemático tem que 
obter uma percentagem igual ou superior a 95%. 
 
No que diz respeito ao talento lógico, a configuração cognitiva é muito semelhante 
com a do talento criativo, mas a funcionalidade que fazem dos seus recursos é muito 
mais elevada, visto que influem tantos parâmetros culturais como escolares. As sub 
escalas de raciocínio lógico são instrumentos adequados para valorizar o seu 
potencial. Cabe esperar uma pontuação igual ou superior à percentagem de 95. 
Respeitante às situações académicas obtêm êxito assegurado sempre que as 
actividades exijam utilizar os processos de raciocínio dedutivo ou indutivo, os 
silogismos e também 
a manipulação de conceitos abstractos que requerem uma definição precisa. 
Academicamente não apresentam nenhum problema importante, mas as dificuldades 
surgem na interacção com os seus companheiros, precisamente pelo rigor que tem 
para aplicar as normas e regras. 
O talento académico é um outro tipo de talento completo no qual se combinam 
recursos elevados de tipo verbal, lógico e de gestão da memória. Os talentos 
académicos manifestam uma grande capacidade para armazenar e recuperar 
qualquer tipo de informação que se possa expressar verbalmente, pois são dotados 
de uma boa organização lógica. As funções que manifestam são idóneas para os 
aprendizes formais. Trabalham bem com tarefas verbais, numéricas, especiais, de 
memória e raciocínio, consideradas todas elas capacidades mentais primárias, 
necessárias para ter êxito académico. A avaliação realiza-se, ou por atitudes verbais, 
lógicas e de gestão de memória (deve-se esperar um resultado de 85 de centil nos 
três factores), ou provas de QI que são medidas adequadas porque estão desenhadas 
para avaliar este tipo de perfil; um QI igual ou superior a 130 será um critério de 
corte. Os talentos académicos têm tendência a obter rendimentos muito elevados na 
escola e facilidade em qualquer âmbito de estudo/ área. 
A sua bagagem de conhecimentos e vocabulário é muito mais extensa do que as 
restantes pessoas da mesma idade, inclusivé dos adultos. No entanto, acabam por 
passar alguns problemas: tendência para aborrecimento na aula, dado que aprendem 
muito mais rápido que os colegas e o grau de dificuldade para eles é reduzido; devido 
ao vocabulário rico e extenso que possuem, junto com os interesses que são mais 
amplos e diferentes dos seus colegas, a comunicação e intersecção social é difícil; os 
resultados académicos tão brilhantes que obtêm impelem a uma sobre auto-estima, 
e, por conseguinte, atitudes depreciativas com os colegas. Estes hábitos não lhes são 
indispensáveis durante os primeiros anos, mas vão constatando a sua necessidade à 
medida que se avança nos estudos. 
 
Os alunos com talento verbal são aqueles que mostram uma extraordinária 
inteligência linguística, que se concretiza numa grande capacidade para utilizar com 
claridade as habilidades relacionadas com a linguagem oral e escrita. Sabem escutar 
e compreender. O bom domínio dos instrumentos linguísticos favorece o seu 
rendimento escolar. A avaliação deste tipo de talento pode efectuar-se com escalas 
de atitude verbal. É aconselhável utilizar várias para garantida uma exploração 
completa. Estes talentos obtêm um rendimento académico. A sua interacção social é 
boa. Não manifestam problemas de aprendizagem nem de socialização, assim como 
nas áreas de onde possa existir alguma descompensação pode aparecer algum tipo de 
problemas. Com efeito, na matemática ou na plástica, onde a forma de 
representação da informação é diferente, podiam aparecer certas dificuldades. São 
crianças que não apresentam problemas de aprendizagem nem de socialização. 
Porém, podem trazer algumas complicações nas áreas onde exista alguma 
descompensação. 
 
No talento artístico-figurativo, a configuração intelectual que sobressai fundamenta-
se nas atitudes espaciais e figurativas dos raciocínios lógicos e criativos. Manifestam 
uma grande capacidade para perceber imagens internas e externas, transforma-las, 
modifica-las e decifrar a informação gráfica. Os alunos que mostram capacidades 
visuais manifestam as mesmas habilidades. Este talento é igual ao do académico, é 
um talento completo cuja interacção dessas habilidades resultam criticas. A 
avaliação de aptidões distintas deve realizar-se mediante diversas actividades e 
escalas do tipo figurativo e espacial., de raciocínio lógico e testes específicos de 
criatividade. Uma percentagem superior a 80% ou 85% resulta um bom ponto de 
corte. Não há dúvidas que a produção artística pode manifestar-se em diversos 
campos como a pintura, a escultura, a fotografia e o desenho. Para validar a 
existência do talento é necessário contar antes de mais com as destrezas de 
execução ou de utilização dos instrumentos. As implicações educativas deste talento 
recaem no âmbito extracurricular. Justifica-se pela necessidade de utilizar 
ambientes fora da sala de aula e do contexto escolar, portanto exige flexibilização 
curricular e motiva muito o aluno. O principal problema que pode ter este tipo de 
talento é a nível motivacional. Tem recursos cognitivos suficientes para ganhar uma 
boa aprendizagem, sendo discreto porque os seus interesses e motivações estão fora 
da escola. Para além disso, a actividade artística podem propiciar, às vezes, 
condutas atípicas que podem dar uma aparência estranha a estas pessoas e dificultar 
a sua socialização. 
 
O talento criativo é simples, na medida em que predomina ma grande capacidade 
para a inovação. Os talentos criativos são aqueles cujo funcionamento cognitivo 
manifesta pouca linearidade, mas uma grande capacidade para explorar as diferentes 
alternativas para resolver problemas, o seu pensamento é dinâmico e flexível e a sua 
organização mental e pouco sistemática. Cabe esperar que a criatividade não está 
unicamente associada à produção artística, mas também a um recurso de uso geral, 
da mesma maneira que se sucede com a lógica. Para avaliar o diagnóstico deste tipo 
de talento utilizam-se os testes de criatividade. Espera-se uma percentagem mínima 
de 95%. Preferencialmente, as escalas que não exijam linguagem são uma alternativa 
também para avaliar a criatividade. No que diz respeito às implicações educativas, 
estes alunos manifestam comportamentos muito variados, e com certa frequência, 
são considerados diferentes os restantes colegas. O seu pensamento criativo é muito 
mais importante para a actividade profissional, porém, não é eficaz dentro do meio 
escolar e acaba por funcionar como um obstáculo. Portanto, os baixos rendimentos 
académicos são um traço característico deste tipo de talentos. O seu pensamento 
criativo serve-lhes para ter uma grande socialização com os seus companheiros. Um 
dos problemas que têm na escola refere-se a uma maneira de processar, organizar e 
representar a informação que fazem mediante procedimentos não demasiado 
escolares, visto que eles não utilizam os processos de raciocínio lógico linear, que são 
os que apoia a escola, o seu pensamento lateral. 
Um outro tipo de talento é a precocidade. A criança precoce apresenta um ritmo de 
aprendizagem e desenvolvimento de nível superior ao dos colegas da mesma idade. 
São alunos com maiores recursos intelectuais que os seus companheiros. Com efeito, 
quando a maturidade termina, a sua capacidade intelectual é normal. A precocidade 
é mais presente quando a criança é mais jovem. A avaliação desta mesma 
precocidade efectua-se através de provas convencionais de QI ou testes de atitude. 
Os resultados de qualquer teste utilizado são superiores aos esperados para as 
crianças da sua idade. 
Quanto às implicações educativas há que orientá-las da mesma forma quer para o 
talento académico como para os talentos específicos, porque osseus rendimentos são 
superiores ao dos seus colegas. Com efeito, há que prestar atenção à maturação 
emocional, esta não tem necessariamente que seguir o mesmo ritmo que a cognitiva. 
É frequente a discordância intelectual no caso de precocidade intelectual. 
Estas crianças têm problemas semelhantes aos dos descritos quanto ao talento 
académico, para além de problemas de frustração e auto-imagem ao finalizar a sua 
maturação. 
 
Noutro vértice encontramos o Génio. Genialidade não significa sobredotação. Pode 
ser definido virtualmente idêntico ao talento mas, antes de mais, inclui um elevado 
nível de criatividade. O termo “génio” supõe à partida a exigência de criatividade. 
Os dotes de génio não se atribuem a nenhum talento em particular sem a combinação 
entre vários factores intelectuais, motivacionais e ambientais. As variações 
quantitativas, no que diz respeito à média, podem dar resultados combinados 
qualitativamente diferentes. Socialmente, denominam-se génios aos esperts que 
trabalham sobre as suas obras e trabalhos específicos, como a arte, escrita, etc. 
Segundo Eysenk, o génio deve definir-se como um fenómeno caracterizado por um 
nível de rendimento excelente e criativo, por um reconhecimento social que persiste 
ao longo do tempo (séculos) e que resulta de distintos componentes que actuam de 
forma sinérgica (multiplicativa, não simplesmente aditiva) Entre estes componentes 
destacam-se a elevada inteligência, persistência e criatividade. 
Existem duas perspectivas distintas que se predispuseram a definir o termo génio. 
Por um lado, identificam a genialidade como aquele que obtêm um resultado 
excepcional (na faixa superior a 180 -190) num determinado teste de QI; por outro 
lado, aquele que dispõe da capacidade para executar raciocínios e inferências 
inesperados, somados a uma intuição também muito acima do normal. Isto permite 
não somente imaginar como também formular e realizar uma obra 
fundamentalmente original e reconhecidamente de alto valor, são também 
identificados como génios. Os defensores da primeira abordagem acreditam ser 
possível medir objectivamente a genialidade enquanto os defensores da outra 
perspectiva preferem esperar por resultados mais prática e que possuam 
significância. A história demonstra que muitos génios viveram no anonimato e 
morreram na pobreza, provavelmente porque não reconhecidos por estarem muito à 
frente do seu tempo. 
Para o neuropsicológico Nelson S. Lima, do Instituto da Inteligência, "o génio é 
aquele que descobre, inventa ou produz algo de novo e de grande significado e 
impacto para a Humanidade. Nem todas as crianças sobredotadas serão génios. Mas 
muitas delas contêm em si as sementes da genialidade". Hoje em dia considera-se 
que para a genialidade entram em conjugação diversos factores hereditários, sociais, 
educacionais e situacionais, uma excepcional motivação, um profundo envolvimento 
numa actividade e uma poderosa autoconfiança. 
Todos os autores modernos envolvidos no estudo da sobredotação não consideram 
apropriado atribuir a palavra génio a crianças, por muito excepcionais que se 
revelam no seu talento específico. Ela deve ficar reservada apenas a indivíduos cuja 
obra ou actividade tenha contribuído de forma original e valiosa para o avanço de 
uma área muito específica do progresso humano. Por isso mesmo, são considerados 
génios nomes como Voltaire, Goethe, Freud, Einstein, Stravinsky, Gandhi e Picasso, 
entre outros. No entanto, não há muito tempo, bastava ter-se um QI de 180 para se 
ter direito a ser reconhecido como génio. Ou seja, esta palavra transmitia 
simplesmente a ideia de que se possuía uma inteligência excepcionalmente elevada. 
O psicólogo humanista Abraham Maslow (1908-1970) tinha um QI de 195, facto que 
levou um seu professor, E.L. Thorndike, a classificá-lo como génio. Consta que, 
desde então, Maslow, embora inicialmente tivesse ficado lisonjeado com a 
classificação recebida, passou a considerar o atributo como um triunfo e a gostar que 
isso fosse revelado em conversas sociais. Génio ou não, a verdade é que Maslow foi 
uma figura de grande destaque na psicologia do século XX e está entre os fundadores 
da designada psicologia transpessoal. Anteriormente, no século XVIII, a palavra génio 
estava reservada aos grandes artistas. O filósofo idealista alemão Immanuel Kant 
(1724-1804) defendia que “o talento de descobrir chama-se génio. Mas esse nome só 
se dá ao artista, àquele que sabe fazer alguma coisa, não àquele que conhece e sabe 
muito; e não se dá ao artista que imita apenas, mas àquele que é capaz de produzir a 
sua obra com originalidade; enfim, só se dá quando o seu produto é magistral, 
quando, por mérito, merece ser imitado”. Na cultura contemporânea, e por 
influência do Romantismo, o génio era, segundo sugere Nicola Abbagnano “a 
encarnação do Infinito no mundo, mediadores entre o finito e o Infinito, instrumentos 
da realização ou da revelação do Absoluto.” 
Alguns aspectos da personalidade dos génios encontram-se na lista de atributos dos 
indivíduos que Maslow designou como auto-realizadores. A principal característica 
dos auto-realizadores é a meta-cognição a qual envolve a capacidade da pessoa 
maximizar todo o seu potencial. Diz-se então que as suas necessidades (meta 
necessidades) de realização representam estados de crescimento ou existência em 
direcção aos quais se movimentam com toda a energia disponível. Para eles, a vida é 
um desafio empolgante e para vencerem nela aplicam fortes potencialidades como 
elevada criatividade, capacidade de empenhamento, energia psíquica e uma 
percepção clara da realidade que os envolve, entre outros. 
 
E prodígio? Será o mesmo que sobredotação? Segundo a maioria dos dicionários 
significa “pessoa extraordinária pelos seus talentos”. O conceito de prodígio, na 
linguagem popular, é sinónimo de maravilhoso, espantoso e até sobrenatural. Uma 
criança prodígio é geralmente aquela que nos maravilha com o seu talento ou a sua 
virtuosidade em algum campo muito restrito de actividade (música, escrita, 
desporto, etc.). Segundo Ellen Winner, por exemplo, uma criança prodígio "é 
simplesmente uma versão mais extrema de uma criança com sobredotação, uma 
criança tão sobredotada que actua em algum domínio com o nível de um adulto". 
Não faltam exemplos na história da Humanidade: Mozart e Rossini que já criavam 
composições musicais inéditas na infância; Reshevsky e Capablanca, no xadrez; Gaus 
que aos 10 anos elaborou a teoria dos chamados números primos e as séries 
algébricas, etc.Apesar da precocidade e da deslumbrante capacidade de execução 
das crianças-prodígio o que também acontece é que nem sempre elas são capazes de 
manter o seu nível na vida adulta remetendo-se para um vida de anonimato e 
vulgaridade. Normalmente, esta situação deve-se a factores tão diversos como a 
falta de incentivo, de apoio ou de oportunidade. Muitas vezes a família não vê 
qualquer interesse na capacidade da criança e é a primeira a desinteressar-se. Às 
vezes a família não consegue oferecer-lhe as condições de que ela necessita para 
exprimir a sua "arte". Outras vezes é a escola que vai a pouco e pouco retirando 
espaço de manobra à criança talentosa. 
CARACTERÍSTICAS DA SOBREDOTAÇÃO: 
Se tentarmos especificar e pormenorizar este tema, podemos definir a sobredotação 
da seguinte forma: no âmbito da sua configuração cognitiva, caracteriza-se pela 
disposição de um nível elevado de recursos de todas as aptidões/atitudes 
intelectuais. Refere-se a um Q.I muito superior ao normal. O critério é quantitativo 
(assim o fez Terman, que o utilizou no seu estudo da sobredotação constatando que o 
resultado esperado para um sobredotado tem que ser de um Q.I superior a 135). Para 
além disso, geralmente faz-se referência a uma capacidade intelectual geral e não 
específica. Tendo como referência investigações levadas a cabo com crianças 
dotadas de um Q.I. superiora 160, podem destacar-se algumas características 
comuns à maioria das crianças excepcionalmente inteligentes. 
Não existe nenhuma diferença significativa no Q.I. médio para rapazes e raparigas. 
São, na sua maioria, crianças muito activas e dinâmicas, com um desenvolvimento 
adiantado da língua falada, bem como das habilidades motoras (capacidadescorporal-
cinestésicas). A idade média com que estas crianças começam a falar, ronda os 9 
meses e a idade média em que começam a ler é inferior a 4 anos. São crianças que 
aprendem muito rapidamente, dotadas de um vocabulário extenso e uma memória 
excelente. Na sua maioria estes indivíduos são considerados muito curiosos e 
mostram-se maduros para a sua idade. Detêm um sentido de humor excelente e um 
notável poder de observação, assim como um já elevado sentido de compaixão. 
Apresentam também uma imaginação muito viva, uma grande capacidade de 
concentração, grande habilidade com números e grande facilidade para resolução de 
enigmas e legos. Revelam ainda um grande sentido de justiça, um nível de energia 
elevada, perfeccionismo e perseverança nas suas áreas de interesse. 
Por último, são leitores ávidos e concentram-se normalmente numa actividade de 
cada vez. Nos testes de "auto-conceito", estas crianças mostram-se 
significativamente mais confiantes nas suas habilidades académicas do que na sua 
aceitação social. 
Por outro lado, estatísticas indicam que, em qualquer país, independente da 
condição económica, nascem, em média, 3 sobredotados a cada 100 pessoas. As 10 
características da personalidade sobredotada que se verificaram mais a nível 
estatístico foram: 
- Um humor aguçado; 
- Um pensamento abstracto precoce; 
- A curiosidade intensa; 
- Uma rapidez para aprender; 
- A independência de ideias e atitudes; 
- O gosto por desafios; 
- Um poder agudo de observação; 
- O vocabulário inusitado para a série escolar ou idade; 
- A persistência nos objectivos; 
- E a constância destas características ao longo da existência. 
 
Segundo Tuttle e Becker, 1983: 
 
- é curioso; 
- é persistente no empenho de satisfazer os seus interesses e questões; 
- é crítico de si mesmo e dos outros; 
- tem sentido de humor altamente desenvolvido; 
- não é propenso a aceitar afirmações, respostas ou avaliações superficiais; 
- entende com facilidade princípios gerais; 
-facilidade em propor muitas ideias para um estímulo específico; - é sensível a 
injustiças tanto no nível pessoal como no social; 
- é líder em várias áreas; 
- vê relações entre ideias aparentemente diversas. 
 
Segundo Gowan e Torrance, 1971: 
 
- Reage positivamente a elementos novos, estranhos e misteriosos de seu ambiente; - 
Persiste em examinar e explorar estímulos com o objectivo de conhecer melhor a 
respeito deles; 
- Gosta de investigar, faz muitas perguntas; 
- Apresenta uma forma original de resolver problemas, propondo muitas vezes 
soluções inusitadas; 
- Independente, individualista e auto-suficiente; 
- Tem grande imaginação e fantasia; 
- Vê relações entre objectos; 
- Tem sempre muitas ideias; 
- Prefere ideias complexas, irrita-se com a rotina; 
- Pode ocupar seu tempo de forma produtiva, sem ser necessária uma estimulação 
constante pelo professor. 
CARACTERÍSTICAS INTRA GRUPOS DE CRIANÇAS 
COM SOBREDOTAÇÃO INTELECTUAL 
Oglive (1976) realizou um estudo baseado na análise de 370 educadores de forma a 
identificar os traços e características de crianças com sobredotação intelectual. 
Decidi a lista de características em duas categorias de características, as construtivas 
e as destrutivas: 
 
Características construtivas: 
 
Obstinação 
Criatividade 
Independência Intelectual 
Comportamento divergente (Inconformismo) 
Teimosia 
Responsabilidade acima da média 
Racionalizador 
Senso de Humor altamente desenvolvido 
Capaz de trabalhar durante horas 
Grande velocidade de pensamento 
Abordagem de todos os temas de forma abstracta 
Interesses precoces (ex: aos quatorze anos concentrar-se na física quântica) 
Excepcional profundidade de pensamento 
Perfeccionismo 
Rapidez psicológica superior a física (ex: a escrever um texto, a mão nem sempre 
acompanha o pensamento) 
Uso frequente de palavras de duplo sentido em situações de humor 
Tendência em dirigir os outros em grupos de trabalho 
É muito observador 
Boa memória, mas tendência a esquecer-se de assunto “menores” 
Não necessita de grande quantidade de sono 
Hábil a coleccionar todo o tipo de coisas 
Tendência a trocar ideias com pessoas mais velhas 
 
Características destrutivas: 
 
Medo de fracassar 
Atitude muitas vezes impositora 
Impaciência, Intolerância 
É por vezes egocêntrico ou agressivo, principalmente quando quer atenção 
Quando está com tédio, “sonha acordado”, dispersa-se 
CARACTERÍSTICAS INTRA GRUPO DE CRIANÇAS 
COM SOBREDOTAÇÃO CRIATIVA (SEGUNDO 
KNELLER, 1976): 
-Muito Curioso; 
-Extremamente Inovador; 
-Elevada Fluência; 
-Uso adequado dos erros; 
-Muito Original; 
-Elevada flexibilidade; 
-Inconformismo; 
-Autoconfiança; 
-Introspectivo; 
-Sentido de Humor apurado; 
-Persistência e dedicação; 
-Capacidade de julgamento; 
-Espírito Inquisidor. 
 
A sobredotação, no entanto, não é um indicador de elevada maturidade mas sim de 
alta habilidade em certos contextos. Verifica-se, por exemplo, que é preciso dar 
atenção especial ao sobredotado (às vezes brilhante em alguma área e actuação 
intelectual) pois poderá viver com carências afectivas e dificuldades no convívio 
social. Também é comum encontrar sobredotados que atribuem os seus potenciais a 
um "dom" concedido por uma entidade fora de si mesmo. Uma outra possibilidade, a 
nosso ver mais interessante, diz respeito ao estudo sobre a quantidade de vidas 
dispensadas ao desenvolvimento daquela habilidade específica. Afinal, a evolução 
pessoal consiste, ente outros aspectos, em aprender e melhorar naquilo que não 
sabem bem ainda, e não apenas em repetir o que já se sabe". 
A evolução da sobredotação é lenta mas completa, sendo difícil que se manifestem 
os processos e interacções mais sofisticadas antes do final da adolescência. 
A inteligência social, motriz e emocional também toma parte da sobredotação. O 
perfil do sobredotado possui uma grande flexibilidade, o que significa uma boa 
aptidão para processar e lidar com qualquer tipo de informação. Os alunos 
confrontam-se com situações complexas, que exigem utilizar recursos diferentes de 
forma simultânea. 
Existem vários tipos de sobredotados (cognitivo, criativo, ao nível da destreza física, 
etc.), mas é possível uma criança deter capacidades extraordinárias tanto no campo 
cognitivo, criativo como na destreza física, embora sejam casos mais raros. 
Geralmente, as altas capacidades são globais mas os sobredotados atingem o seu 
melhor em áreas específicas. É o caso daquelas que têm talento para a escrita 
criativa e que podem tornar-se excelentes jornalistas e escritores ao mesmo tempo 
que apresentam uma elevada inteligência, digamos, global. 
Não é de surpreender que este tipo de crianças obtenham rendimentos escolares 
elevados, embora por vezes sejam somente satisfatórios. A identificação informal 
que os professores fazem, corresponde normalmente a rendimentos peculiares e à 
curiosidade destes sujeitos: o “porquê” das coisas, as hipóteses como “o que se 
passava se…?”, entre outras. Reparam também na capacidade para armazenar 
informação e a centração em pormenores e dados concretos. Dispõem também de 
uma certa inteligência social e emocional, que implicam por vezes complicações 
importantes com os seus companheiros. Também têm um comportamento 
independente e seguem os seus próprios critérios. A sua excepcionalidade cognitiva 
pode conduzir a níveis muito discretos de motivação, o que fará com que se aborreça 
nas aulas e a recusar as actividades em grupo. Para ele, o aproveitamento das 
aprendizagens é muito limitado, em comparação com o que

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