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- -1 AUDITORIA OPERACIONAL AUDITORIA GOVERNAMENTAL – ASPECTOS PRÁTICOS - -2 Olá! A Auditoria Governamental, no que diz respeito aos seus aspectos práticos, apresenta uma série de feitios e minúcias que devem ser compreendidos para que possa ser realizado o trabalho. O trabalho de auditoria inicia- se com o planejamento preliminar e passa para a etapa de planejamento dos trabalhos, seguido do plano de auditoria, neste momento, é necessário definir o objetivo, ou seja, porque o procedimento deve ser realizado. Nesta aula, também serão abordados os critérios de auditoria utilizados para medir o grau de consecução das metas. Ainda dentro do processo de Auditoria é preciso definir o escopo, que é representado pelos limites do trabalho do auditor. Assim, surgem os riscos, os procedimentos e os recursos a serem utilizados. Por fim, deverá ser feito o processo de comunicação do plano de trabalho, que é a representação final de tudo o que foi investigado durante o processo. Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Identificar os aspectos práticos da Auditoria; 2- Reconhecer todas as etapas da Auditoria Governamental; 3- Avaliar o funcionamento do processo de Auditoria Governamental; 4- Estabelecer a dinâmica do trabalho de Auditoria. 1 Planejamento preliminar da auditoria Segundo Arlindo Rocha e Marcelo Quintieri (2011) o planejamento preliminar da auditoria é um “documento” que deve ser elaborado de imediato quando recebida a incumbência da Auditoria Governamental, sendo que nele deverão ser apresentadas as condições, o tempo, os recursos e as etapas necessárias para que seja elaborado o planejamento propriamente dito. O Relatório Preliminar assim que aprovado se constituirá na autorização formal para a execução da fase do planejamento de auditoria. - -3 2 Planejamento preliminar Um planejamento preliminar deve ser rápido e objetivo e não deve ultrapassar 2 ou 3 dias para sua elaboração e apresentação. Vejamos a estrutura de um relatório preliminar. PRÉ-TEXTO • Capa • Sumário • Apresentação CONTEXTO 1. Abordagem geral da auditoria 1.1 Visão geral simplificada 1.2 Assuntos e áreas relevantes 1.3 Objetivos gerais 2. Proposta de trabalho 2.1. Período e custo estimado de planejamento 2.2. Previsão de visitas e levantamentos 2.3. Estratégias e instrumentos de coleta de dados 2.4. Proposta de constituição da equipe 2.5. Cronograma de atividades de planejamento 2.6. Data da apresentação do projeto da auditoria PÓS-TEXTO • Proposta de encaminhamento Fonte: Adaptado de Rocha e Quintieri (2011) Fique ligado O autor ressalta que nem sempre esta etapa é pertinente ou necessária, uma vez que quando a execução da auditoria já estiver determinada, no que diz respeito aos aspectos do programa de trabalho (equipe de trabalho, prazos, tempo, entre outros), o planejamento deixará de ter sentido prático, devendo ser desconsiderado e deve ir diretamente para a fase de planejamento. • • • • - -4 3 Elaboração do relatório preliminar A elaboração do relatório preliminar detalha todo o raciocínio que será utilizado durante o processo de auditoria propriamente dito. As suas principais finalidades de acordo com a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) são: • Contribuir para a análise dos riscos de auditoria; • Proporcionar a definição dos pontos fracos e fortes da unidade auditável; • Permitir a avaliação da eficácia dos sistemas de informação, dos controles internos, do desempenho operacional, do desempenho gerencial e do desempenho de gestão; • Constituir-se em ingrediente básico para a tomada de decisão em processos operacionais e/ou gerenciais de auditoria. Esta fase constitui-se em um recurso básico para a definição dos parâmetros da atividade de auditoria (Controladoria Geral do Estado de Minas, 2012). 4 Etapa de planejamento Segundo a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) a fase mais importante de qualquer exame é a etapa de planejamento. Pode-se afirmar que não há etapa que afete mais o trabalho de auditoria, propriamente dito, do que o tempo empregado em uma inspeção preliminar e no planejamento das tarefas. Como base para o planejamento dos trabalhos de auditoria, o auditor deverá utilizar os preceitos das Normas Brasileiras de Contabilidade (Regras sobre planejamento de auditoria e também Resoluções do CFC). Segundo Arlindo Rocha e Marcelo Quintieri (2011) as etapas podem ser definidas da seguinte forma: • Visão geral • Levantamento preliminares • Problema, questões e critérios de auditoria • Papéis de trabalho Fonte: Rocha e Quintieri (2011) Esta divisão pode variar, uma vez que as fases são independentes e ocorrem, muitas vezes, de forma simultânea, não sendo possível sua delimitação na prática (Rocha; Quintieri, 2011). 5 Aspectos da metodologia auditorial A metodologia utilizada dentro dos trabalhos de auditoria compreende uma série de procedimentos, técnicas e métodos que serão usados para se atender aos objetivos previstos, sendo que segundo a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) devem ser indicados os seguintes aspectos: O que controlar? • • • • • • • • - -5 O que controlar? Características - As tendências orçamentárias, financeiras, econômicas e sociais; - Os programas, os projetos e as atividades da gestão pública ou privada; - Os agentes gestores desses programas, os projetos e as atividades. Onde controlar? Características - Nas perspectivas ambientais apresentadas; - Na trajetória dos processos gerenciais e operacionais ou o ciclo administrativo: planejamento, execução e controle; - Nos resultados orçamentários, financeiros, econômicos, patrimoniais e sociais esperados e alcançados. Quando controlar? Características - Nos momentos referenciais do planejamento e da execução das políticas públicas ou políticas estratégicas; - Durante o processo de gerenciamento. Por que controlar? Características - Para antecipar variáveis ambientais valorizando a tomada de decisões no presente; - Para comprovar a adequação do planejamento, a congruência e a efetividade das execuções; - Para eliminar ou reduzir gargalos nos processos operacionais; - Para garantir a consecução das políticas públicas. Como controlar? Características - Antecipando variáveis quanto aos resultados futuros; - Identificando qualidades e criticidades nos processos operacionais e gerenciais; - Ientificando qualidades e criticidades nos resultados orçamentários, financeiros, econômicos, patrimoniais e sociais. Fonte: Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) 6 Plano de auditoria Dentro do plano de auditoria é comum que sejam apresentadas as seguintes características: objetivos, metas, escopo metodologia, produtos, clientes, recursos a serem utilizados, custos e cronograma para execução. Assim, conforme a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012, p. 58), a programação ou o plano de trabalho de auditoria deverá conter, no mínimo, os seguintes dados que veremos ao lado. • Objetivos (geral e específicos); • Escopo do exame; • Avaliação dos riscos envolvidos; • Procedimentos de auditoria a serem executados; • Recursos a serem utilizados (humanos, materiais, tecnológicos e financeiros); • Cronograma detalhado, envolvendo as diversas fases de execução. • • • • • • - -6 7 Objetivo da auditoria Dentro do contexto apresentado, é preciso identificar o objetivo geral da auditoria que significa o que se pretende alcançar, em um ambiente macro, sendo possível o seguinte questionamento: • Qual a finalidade da realização do exame dentro da área selecionada? • E desta forma surge a dúvida: Quais os pontos que deverão ser analisados? Fonte: Fonte: Rocha e Quintieri (2011) 8 Questões de auditoria O tipo de questão formulada deve ter relação direta com a natureza da resposta e com o tipo de informação que constará no relatório. Arlindo Rocha e Marcelo Quintieri (2011, p. 68) destacam que ainda devem ser observado em relação à elaboração das questões de auditoria: • Clareza e especificidade; • Uso de termose variáveis que possam ser definidos e mensurados; • Viabilidade investigativa (possibilidade de serem respondidas); • Articulação e coerência (o conjunto de questões elaboradas deve ser capaz de esclarecer o problema de auditoria previamente identificado). Assim, foi possível notar que é preciso de uma série de requisitos e critérios para que sejam elaboradas da forma correta as questões de auditoria. Arlindo Rocha e Marcelo Quintieri (2011) afirma que boas questões de auditoria devem obedecer as seguintes condições: • Expressar relações entre duas ou mais variáveis; • Ser formuladas claramente e de maneira objetiva e não ambígua, de preferência na forma interrogativa; • Ser testadas empiricamente, ou seja, pode-se obter evidências reais sobre a relação apresentada. • • • • • • • • • - -7 Assim, ao invés de dizer: “A questão é... ou o propósito desta questão é...” deverá ser realmente formulada uma pergunta. 9 Critérios de Auditoria É necessário medir o nível de consecução das metas e objetivos e que estes sejam comparados com os projetados inicialmente, para que seja possível reorientar ou adaptar novas ações. O desenvolvimento dos critérios de auditoria envolverá diversos fatores como: • Legislação associada ao critério auditado; • Orçamentos; • Relatórios de gestão; • Relatórios gerenciais; • Desempenho observado em outras organizações que tenham atividades similares (Rocha; Quintieri, 2011). Um exemplo prático dado pelos autores é o seguinte: Imaginemos que estivéssemos analisando um Programa de Merenda Escolar. Admitamos, também, que a ideia ou a premissa do programa é oferecer aos alunos certa quantidade de alimento suficiente para suprir parte de suas necessidades diárias de calorias e proteínas. Portanto, o propósito do programa é que haverá oferta de merenda em todos os dias eletivos para todas as crianças em todas as escolas e dentro de determinados padrões nutricionais. Ou seja, se houver aula em determinada escola, deverá haver merenda suficiente para todas as crianças (Rocha; Quintieri, 2011, p. 71) Assim, um indicador interessante e útil para a análise seria o percentual de dias letivos em que a merenda fosse efetivamente oferecida aos alunos em cada escola. 10 Escopo de auditoria Segundo a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) o escopo de trabalho é a delimitação para a implementação dos programas de auditoria. Esta etapa deverá contemplar os seguintes elementos estruturais: • Abrangência Refere-se à delimitação do universo auditável e, por ser assim, representa o mais importante elemento estrutural do escopo. Por este requisito identifica-se o que deve ser examinado. • Oportunidade • • • • • • • - -8 Consiste, objetivamente, na pertinência do ponto de controle e na temporalidade dos exames programados, aqui o sentido da tempestividade torna-se variável decisiva. Identifica-se quando deve ser realizado o exame, ou seja, o seu período de abrangência. • Extensão Corresponde à configuração da amostra, à amplitude ou tamanho dos exames previstos (provas seletivas, testes e amostragens), vale dizer: corresponde à quantidade dos exames programados. Identifica-se quanto deve ser examinado. • Profundidade Significa a intensidade das verificações, o seu grau de detalhamento, seu nível de minúcia, enfim a qualidade dos exames. Difere, neste sentido, do conceito da extensão visto aquele se relacionar aos aspectos da quantidade. Identifica-se como deve ser realizado o exame. Ex: técnicas de auditoria utilizadas, roteiros de auditoria e check-list aplicados (Controladoria Geral do Estado de Minas, 2012, p. 59) 11 Riscos de auditoria O risco de auditoria é a possibilidade que o auditor tem de opinar incorretamente sobre a gestão auditada, considerando-a eficiente ou ineficiente (Controladoria Geral do Estado de Minas, 2012). Ainda segundo a Controladoria (2012) estes riscos podem advir de diferentes áreas: • Avaliação imprópria do risco relativo que resultou em modelo e escopo de procedimento de auditoria deficientes; • Possível impropriedade do processo de avaliação do auditor como resultado de suposições errôneas, desvios de observação e conclusões ilógicas; • Problemas estatísticos do uso da amostra, amostragem deficiente ou não representativa; • Limitações inerentes à eficácia dos procedimentos de auditoria, sendo que um procedimento pode ser incapaz de detectar certo tipo de deficiência. 12 Procedimentos de Auditoria De forma resumida, os procedimentos de auditoria são compostos por aquele conjunto de ações que permitem ao auditor controlar a execução do trabalho e também expressar sua opinião acerca dos controles internos da organização (Controladoria Geral do Estado de Minas, 2012). • • • • • • - -9 Entre eles estão o levantamento de dados, a aplicação de roteiros e o check-list, bem como a aplicação das técnicas de auditoria, o registro do processo em papéis de trabalho e outros procedimentos que irão dar origem ao parecer. 13 Recursos a serem utilizados A Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) elenca os recursos a serem utilizados no processo de auditoria em alguns tipos: Humanos Auditor, coordenador e equipe de apoio. Materiais Veículos, espaço para o trabalho, equipamentos, ou seja, os recursos necessários para se trabalhar. Tecnológicos Computadores, impressoras, softwares, bancos de dados e toda a parte que envolva sistemas e tecnologia. Financeiro Recursos utilizados para viagens, consultoria, transporte, alimentação, hospedagem, entre outros. 14 Comunicação do plano de trabalho Após a elaboração do plano de trabalho, deve haver a sua comunicação para todos os níveis hierárquicos da empresa, a saber (Controladoria Geral do Estado de Minas, 2012): Níveis hierárquicos estratégicos Demonstrando a aderência e as oportunidades estratégicas da programação de auditoria; Níveis hierárquicos operacionais Permitindo convencimento e motivação, mostrando a importância do que se vai fazer e os resultados esperados. Unidade auditada Apresentando os pontos que serão auditados e estabelecendo o envolvimento do pessoal. - -10 A seguir, será apresentado um modelo básico de um plano de trabalho de auditoria, seus principais aspectos e características. Neste modelo ao lado, é possível notar que deve ser feita toda a identificação do processo de auditoria, primeiramente do órgão ou entidade que será auditada, depois o grupo de trabalho que fará a execução das tarefas e por quem serão coordenados. Além disso, é preciso demonstrar quando iniciarão e terminarão os serviços de auditoria. Fonte: Fonte: Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) Vejamos agora outros detalhes do plano de trabalho. Nesta parte do plano de trabalho, serão apresentados o objetivo da auditoria, de forma geral e específica, bem como a delimitação do escopo e os procedimentos que serão utilizados para a realização desta determinada tarefa. - -11 Fonte: Fonte: Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) Em um terceiro momento, há o detalhamento dos riscos, recursos e cronograma de auditoria, ou seja, sobre como ocorrerá o processo. Fonte: Fonte: Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) - -12 Nesta última parte, foi possível notar que fica destacado o restante do trabalho de auditoria e que todo o relatório representa o detalhamento do trabalho do auditor, necessário para o bom desenvolvimento das atividades. O que vem na próxima aula Na próxima aula, você vai estudar: • Normas de auditoria relativas à pessoa do auditor; • Normas para o trabalho de campo; • Normas relativas à opinião do auditor; • Normas para a apresentação de relatórios. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Reconheceu o processo de auditoria; • Avaliou todas as características da Auditoria Governamental; • Estabeleceu as principais etapas da Auditoria Governamental. • • • • • • • Olá! 1 Planejamento preliminar da auditoria 2 Planejamento preliminar 3 Elaboração do relatório preliminar 4 Etapa deplanejamento 5 Aspectos da metodologia auditorial 6 Plano de auditoria 7 Objetivo da auditoria 8 Questões de auditoria 9 Critérios de Auditoria 10 Escopo de auditoria Abrangência Oportunidade Extensão Profundidade 11 Riscos de auditoria 12 Procedimentos de Auditoria 13 Recursos a serem utilizados 14 Comunicação do plano de trabalho O que vem na próxima aula CONCLUSÃO
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