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DIREITO EMPRESARIAL EMPRESA E EMPRESÁRIO O Código Civil de 2002 inaugurou a Teoria da Empresa, superando a até então seguida Teoria dos Atos do Comércio, esta era limitada e deixava de enquadrar muitas sociedades (do meio comercial). A Teoria da empresa trabalha com a ideia da atividade. Empresa, para o direito empresarial é sinônimo de atividade, empresário é quem desenvolve essa atividade. A grande base legislativa aqui é o Código Civil. Não existe código empresarial, existe um Código Comercial, mas este foi praticamente todo revogado pelo Código Civil de 2002. Empresário é a pessoa física ou jurídica que exerce de forma profissional atividade econômica e organizada (empresa) para produção e circulação de bens ou serviços. A condição de empresário independe da existência de registro. No meio urbano. Ex: vendedor de picolé é empresário, pessoa que faz, vende, faz a contabilidade e etc. Já no meio rural, só será empresário se registrar, não basta o desempenho da atividade para ser classificado empresário, artigo 971 CC. Tanto pessoa física quanto jurídica podem exercer atividade empresarial. Sendo pessoa física, o termo usado é empresário individual. Sendo pessoa jurídica, fala-se em sociedade empresária em EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada). Advogado contratado para trabalhar em multinacional do ramo alimentício, o advogado é agora um elemento dessa sociedade empresarial. A atividade profissional do sujeito que constitui um elemento de empresa é uma atividade empresarial. Não é empresário: quem desenvolve atividade intelectual de natureza científica (advogado por ex), literária ou artística. Ainda que a atividade seja desenvolvida com concurso de auxiliares ou colaboradores. Pode ser empresário quem estiver em pleno gozo da capacidade civil, não pode ser incapaz absolutamente e nem relativamente incapaz, e não ter impedimento legal (militar na ativa, membros da magistratura). Exceção: incapaz pode dar continuidade a uma atividade empresarial que era exercida pela seu inventariado ou uma empresa que ele iniciou quando era plenamente capaz. *o incapaz não pode iniciar atividade empresarial, mas (i) pode dar continuidade nas hipóteses acima; (ii) somente com anuência do juiz e também (iii) assistência em caso de relativamente incapaz ou representação em caso de totalmente incapaz. Incapaz em sociedade empresária: o incapaz pode figurar como sócio, mas deve estar assistido ou representado, o capital social deve estar integralizado e o incapaz não pode exercer gestão ou administração dessa sociedade. Empresários irregulares também respondem pelas obrigações contraídas. Cônjuges: (i) não podem ser sócios entre si se forem casados no regime de comunhão universal de bens ou da separação obrigatória de bens. (ii) empresário casado, independente do regime de bens, poderá alienar os bens empresariais, aqueles usados para o exercício da atividade empresarial, ou gravá-los de ônus real (hipoteca por ex) sem a necessidade de anuência do cônjuge. (iii) empresário que casar e depois divorciar, deverá averbar essas modificações no registro de empresário. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL É o conjunto de bens que o empresário reúne para a exploração da sua atividade. Esses bens podem ser materiais, corpóreos ou imateriais, incorpóreos (a marca por exemplo). Natureza jurídica: é uma universalidade de fato, não de direito. São vários bens reunidos pelo empresário para uma destinação específica. O estabelecimento pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a natureza. Apesar de não ser uma pessoa jurídica, ele pode ser titular de negócios relacionados a sua atividade. O estabelecimento não se confunde com a atividade ou seu empresário. Tanto que pode ser penhorado o estabelecimento, a empresa não pode sofrer penhora. PONTO: é o local que o empresário se estabelece Lei de locação 8.245/91 - Prevê a possibilidade de renovação compulsória do contrato de locação empresarial, desde que atendidos os requisitos de forma cumulativa: i) Contrato escrito e por prazo determinado; ii) Prazo mínimo de 5 anos do(s) contrato(s), soma o tempo de todos os contratos; iii) Exploração do mesmo ramo por 3 anos ininterruptos (ex: ramo de alimentação, não precisa ser necessariamente o mesmo restaurante); iv) Respeito ao prazo de ajuizamento da demanda (1 ano a 6 meses antes do fim do contrato). *tem o período de 6 meses para ajuizar a demanda. Um ano antes do fim do contrato, até 6 meses antes do fim do contrato. *atendendo a esses requisitos, é muito provável a procedência da demanda. Exceção de retomada: defesas que podem ser levadas em sede de contestação que vão garantir a retomada do bem pelo proprietário, mas este deve ter motivos para querer reaver o bem. Ex: valor oferecido em sede de inicial pelo autor é inferior ao que vale o ponto na época de distribuição ou terceiro ofereceu valor muito superior ao proprietário. Hipóteses trazidas em lei: i) a locatária apresenta proposta em valor abaixo ao valor real de locação, o locador deve apresentar as condições de locação, se aceitar pelo locatário, a renovação ocorre. ii) Proposta de locação por parte de terceiro melhor que a dele, se o locatário aceitar pagar o valor proposto por terceiro, a renovação ocorrerá. Nesse caso, se for feita a concessão da locação para o terceiro, este não pode exercer o mesmo ramo do locatário que tentou renovar. iii) Necessita do imovel para a realização de reforma por determinação do Poder Público ou para aumento do valor da propriedade. iv) Necessita do imóvel para uso próprio. v) Necessita para transferência de estabelecimento empresarial existente há mais de um ano cuja maioria do capital social seja de sua titularidade ou de seu cônjuge, ascendente ou descendente. Não pode ser usado para o mesmo ramo, salvo na hipótese de arrendamento. *São situações em que, ainda que os requisitos estejam preenchidos, ocorrerá a retomada pelo proprietário. TRESPASSE: Contratode alienação do estabelecimento empresarial, não se confunde com a cessão de quotas na Ltda ou a alienação de controle da S/A. -O estabelecimento que estava com um empresário passa para outro empresário. O estabelecimento passa de uma empresa para outra, o estabelecimento mudou de titularidade. Responsabilidade pelas dívidas: o adquirente responde por todas as obrigações contabilizadas (aqui não vamos adentrar nas responsabilidades tributárias e trabalhistas), porém o alienante permanecerá solidariamente responsável pelo prazo de um ano. Contagem: vencidas, começa a contar um ano após a publicação; vincendas, começa a contar um ano após o vencimento. *O empresário deve registrar o Trespasse e dar publicidade na imprensa oficial , para sua validade, art 1.144 do CC. Exceção: Sendo EPP, ME ou microempresário individual, não há necessidade de publicação na imprensa oficial. Basta registrar. Para que o Trespasse tenha validade, deve tomar uma das três atitudes: a)Pagar todos os credores; b)Ter patrimônio suficiente para pagar todos os credores; c) Conseguir a anuência dos credores em relação a alienação, pode ser de forma expressa ou tacitamente (passados 30 dias não respondeu absolutamente nada) CONTRATOS: Locação: quando vende, não há a transferência automática do estabelecimento, é necessária a autorização do locador para transferência do contrato. A autorização pode ser feita de forma expressa ou tácita (notificado acerca do trespasse, não manifestou posição no prazo de 30 dias). Não havendo notificado o locador, poderá haver a rescisão por parte do locador. Demais contratos: não havendo caráter pessoal nem disposição em sentido contrário, o adquirente assume o lugar nos contratos firmados pelo alienante. No prazo de 90 dias, os terceiros, que haviam contratado com o alienante, poderão rescindir o contrato se houver justa causa, art 1.148 CC. Em caso de falta de cumprimento de obrigações, do alienante, que gerou a rescisão do contrato, o comprador deverá ser indenizado pelo alienante *O que vendeu não pode abrir concorrência, mesmo ramo, pelo prazo de 5 anos. O contrato pode prever prazo menor. DIREITO SOCIETÁRIO: INTRODUÇÃO Art 981 - Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir,com bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Elementos: a)A lei fala que é um conjunto de pessoas: pluralidade de pessoas, mais de uma pessoa, física ou jurídica;, o conceito trazido pela lei é amplo, eventualmente podem ser estipuladas disposições diferentes; b)Os sócios estão incluídos com uma mesma finalidade, os sócios contribuem, com serviços ou bens, mais uma vez o conceito que a lei traz é amplo; c)Exercício de atividade econômica, tem intuito lucrativo; d)Partilha dos resultados. Bônus: Affectio societatis, a vontade dos sócios, da união e da aceitação das normas de constituição e funcionamento da sociedade. Sociedade de propósito específico (par. único art 981): Ex: criação de uma sociedade com objetivo de fazer festas apenas na copa do mundo. Sociedade Simples X Sociedade Empresária Parágrafo único do art 966. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Não tem a ver com faturamento, mas sim conceito de empresário. Toda sociedade que desenvolve atividade econômica e organizada para produção ou circulação de bens ou serviços e que não seja atividade intelectual de natureza científica, literária ou artística, será uma Sociedade Empresária . A que desenvolver atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, não será sociedade empresária, logo, será Sociedade Simples . Exceção : As sociedades por ações serão sempre Empresárias e as cooperativas serão sempre Simples, independentemente do que fazem (ou do quanto lucram também). Personalidade jurídica das sociedade (aquisição): Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150). *Sem registro, a sociedade não possui personalidade, e assim será despersonificada. Existe a sociedade, mas é despersonificada. Registro: Sociedade Simples: é feito no Registro das Pessoas Jurídicas, se for de advogados será na OAB. Não inscreve soc. simples na junta com. Sociedade Empresária: é feito no Registro Público de Empresas Mercantis, que fica a cargo da Junta Comercial. Consequência da aquisição de personalidade jurídica: Separação clara do que é patrimônio dos sócios e o que é patrimônio da sociedade. Ex: a sociedade é dona do carro utilizado para exercer o serviço; Aptidão para contrair direitos e obrigações no âmbito civil, a sociedade contrata com fornecedores, a sociedade opta por se inscrever os não no INSS. Desconsideração da personalidade jurídica : Teoria maior Não é a extinção da personalidade jurídica, é que, para algumas obrigações, finge-se que não existe personalidade jurídica. Quando é possível? Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial , pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. *Ex: o empresário paga a mensalidade escolar do filho com dinheiro da empresa, depois pega do seu salário e paga um fornecedor da empresa, ou seja, mistura o dinheiro dele com o da empresa. Já não se sabe mais o que é patrimônio empresarial e o que é patrimônio empresarial. Havendo confusão, desconsidera-se a personalidade jurídica e as obrigações passam a atingir o patrimônio do sócio. No exemplo acima, o acontece é a chamada Teoria Maior. Teoria Menor: a inexistênciade patrimônio já seria suficiente para atingir o patrimônio dos sócios e administradores. Essa teoria foi adotada pelo CDC. Se a sociedade não pagar as dívidas, já está apta para a desconsideração e, portanto, responsabilização pessoal dos sócios. Essas nomenclaturas foram dadas em razão da quantidade de requisitos para configuração da despersonalidade. A Teoria Maior exige um maior número de requisitos para desconsideração da personalidade jurídica, não basta a inadimplência. Já a Teoria Menor, inadimpliu, não tem como pagar, já pode atingir o patrimônio dos sócios. Teoria adotada pelo Direito Empresarial: Teoria Maior sempre. O Direito do Consumidor adota a Teoria Menor e para o Direito do Trabalho depende do caso em questão. SOCIEDADE EM COMUM Despida de personalidade jurídica, não registrou o contrato, se formou sem um contrato. Se formou sem contrato ou não registrou o contrato. Prova da existência da sociedade: normalmente se prova a existência da sociedade com o registro do contrato. Quando não se tem contrato, depende de quem quer provar. Se os sócios quiserem fazer prova, somente pode ser feita por escrito. Se o terceiro que quer provar, não precisa ser por escrito, ele pode se valer de qualquer meio de prova previsto no direito brasileito. Patrimônio: patrimônio especial no qual os sócios são proprietários em comum. Ex: cada sócio compra alguns bens para desenvolver a atividade, que reunidos, formam a sociedade. O mesmo acontece com as dívidas contraídas para o exercício da atividade. Responsabilidade: os sócios respondem com seu próprio patrimônio, sendo eles os usados para exercício da atividade ou não. Detalhe: o credor precisa esgotar o patrimônio da empresa primeiro. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO (SCP) Despida de personalidade jurídica. É da essência dela não ter personalidade jurídica própria. AINDA QUE registrada, não terá personalidade jurídica própria. Assemelha-se a uma modalidade de investimento. Ex: investimento em uma construtora para a construção de um prédio, invisto 1 milhão e meio, para ao final da construção receber 3 apartamentos no valor de 1 milhão cada. Para todos os efeitos, quem construiu foi a construtora, o que investiu não tem participação nas decisões e etc. SÓCIOS: Sócio Ostensivo : é o que desenvolve de forma exclusiva a atividade constitutiva do objeto social em seu nome e sob sua responsabilidade. Sócio Oculto (participante, investidor): participa dos resultados correspondentes, nos termos definidos com o sócio ostensivo. Não responde por nada, desde que ele de fato não se meta na sociedade. Se der pitaco, pode ser responsabilizado, respondendo solidariamente com o sócio ostensivo. Informalidade: independe de qualquer formalidade para ser contratada. Pode fazer contrato escrito, pode registrar, mas não precisa. Ainda que feito o contrato e o registro, ainda não valerá perante terceiros. PATRIMÔNIO : Patrimônio especial, somente produz efeito em relação aos sócios. FALÊNCIA: Pode ser que ambos os sócios sejam empresários e venham a falir. Ex: construtora vai a falência, sócio oculto pode pegar o crédito dele (1mi) e se habilitar no processo de falência), credor quirografário. Ex2: O sócio oculto vem a falir. O administrador vai ver se vale a pena prosseguir com esse contrato. (Im)possibilidade de mais um sócio oculto: a lei não proíbe a existência de mais de um sócio, entretanto, sem disposição em contrário, o sócio ostensivo somente poderá aceitar outro sócio com a anuência do sócio oculto. Na prática, já se faz o contrato prevendo que o sócio ostensivo poderá trazer novo sócio oculto sem a anuência do sócio oculto já existente. Se o contrato não falar nada, é necessária a expressa aceitação do sócio oculto. SOCIEDADE SIMPLES Não é uma sociedade empresarial e não se confunde com o previsto na Lei 123 de 2006 (essa classificação não tem a ver com lucro) Exemplos: sociedades uniprofissionais, nas quais se desenvolve uma única profissão, como escritório de advocacia, contabilistas, arquitetos e ainda aquelas exercentes de atividade rural, desde que não tenham registro. * Sociedades Cooperativas são Sociedades Simples independente da atividade que desenvolverem. Contrato Social : Instrumento público ou privado e deve ser registrado no prazo máximo de 30 dias após sua constituição. Tipos societários Contratuais, pois são constituídas mediante um instrumento chamado Contrato Social. *se não for registrado em 30 dias: a sociedade não deixa de existir, mas se torna irregular. Requisitos do contrato: i)nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas físicas; e firma (razão social) ou denominação (nome fantasia), nacionalidade e sede dos sócios, se pessoa jurídica; *A ideia dos requisitos é a verificação quanto a existência de impedimentos dos sócios. ii)a denominação (da sociedade simples que está sendo criada), objeto (o que vai fazer), sede (onde vai se instalar) e prazo de sociedade (esse requisito não é obrigatório, nada impede a criação de uma sociedade sem prazo limitado) iii)capital da sociedade, deve ser mensurado um valor de iniciação. iv)a quota de cada sócio no capital social e o modo de realiza-lá, nas sociedades simples é possível que o sócio integralize sua parcela por meio de serviços, se isso ocorrer, salvo disposição em contrário, o sócio não pode empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de privação de lucros e exclusão da sociedade art 1.006 CC. *a intregralizaçao por serviço não é possível na Sociedade Limitada v)as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviço. Deve constar no contrato. vi)as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade e seus poderes e atribuições. vii)a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas, a lei diz que tem que ter, mas é RARO constar mesmo no contrato. A regra é que deve colocar, mas se não colocar, a distribuição será de acordo com a participação social (porcentagem de quotas). viii) seos sócios respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais. No entendimento doutrinário, a expressão correta deveria ser solidariamente, tendo em vista que se a sociedade quiser poderá colocar uma cláusula dizendo se os sócios respondem ou não solidariamente, porque subsidiariamente já é a regra, não fazendo sentido dispor no contrato, é desnecessário. Obrigações dos sócios: o início ocorre na data do contrato. Uma das principais é a de integralizar quotas, caso não o faça é chamado de Sócio Remisso (sócio que não integralizou sua quota: não colocou o dinheiro que disse que colocaria ou não prestou o serviço que disse que prestaria) Direitos dos sócios: participar na distribuição dos resultados. O CC proíbe a cláusula abusiva, também chamada de cláusula leonina, faz com um ou mais sócios sejam excluídos da participação nos lucros, não é permitida no direito brasileiro. Art. 1.009 CC - A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade. Ex: sociedade que acabou de começar, ao final do ano a empresa tem R$40.000,00, e seu capital social é R$30.000,00, só pode distribuir R$10.000,00. Caso o Capital Social seja distribuído, configurará distribuição de lucros ilícitos. Responsabilidades dos sócios: as dívidas sociais serão arcadas pelo patrimônio da própria sociedade. Caso não seja suficiente, haverá a responsabilização dos sócios na medida de sua participação, salvo se houver cláusula de responsabilidade solidária. *A cláusula pode estipular que os sócios respondem solidariamente com a sociedade, ou que todos os sócios respondem solidariamente pela excedente. Nessa hipótese, independente da porcentagem de ações, os sócios serão responsáveis pela integralidade da dívida. - O sócio admitido em sociedade já constituída não se exime das dívidas sociais anteriores à admissão. Responsabilidade do sócio que se retirou da sociedade: O desligamento do sócio para surtir efeitos perante terceiros precisa ser averbado no registro competente. O sócio que saiu permanece responsável pelo prazo de dois anos pelas obrigações sociais contraídas na época que ainda era sócio. *O prazo começa a contar a partir da averbação de saída. SOCIEDADE LIMITADA Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples. É o tipo societário mais comum no Brasil. *a sociedade Limitada pode ser regida pelo Simples Nacional Características marcantes: i) A lei não define tudo, dá uma ampla liberdade para os sócios para definirem seu regramento; ii) Limitada responsabilidade dos sócios, diminuição dos riscos sobre o patrimônio dos sócios (salvo em caso de despersonalização da pessoa jurídica) - As normas da Sociedade Simples são aplicadas subsidiariamente. - Pode-se prever a aplicação da Lei das S/A à limitada naquilo que for compatível. Pode fazer isso quando for mais benéfica, por exemplo. Quotas : O capital social será dividido em quotas iguais e desiguais. (normalmente são iguais) Devem ser integralizadas pelos sócios com bens ou dinheiro , não sendo lícita a integralização com serviços (acontece na prática, mas não pode formalmente) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, ou parte dela, para outro sócio independente da anuência dos outro sócios *desde que, não tenha oposição de mais de um quarto (mais de 25%) do capital social. Em caso de ausência da integralização das quotas, o sócio será considerado remisso, nessa situação poderá ter que indenizar a sociedade, ou poderá ser dela excluído ou ter sua participação reduzida. A sociedade pode ainda, tomar a quota para si ou transferi-la para terceiros. *Toda vez que a sociedade tem seu Capital Social não integralizado, todos os sócios respondem solidariamente por ela. Ex: Um dos sócios não integraliza, fala que vai colocar 25 mil e coloca 5 mil, em caso de cobrança que ultrapasse o capital social, esse sócio não será cobrado sozinho, todos os sócios, os que pagaram tudo e o que não pagou, serão cobrados solidariamente. Quem pode administrar : uma ou mais pessoa física natural, não pode ser pessoa jurídica para administrar, ainda que seja um dos sócios. Caso o contrato social preveja a administração da sociedade por Todos os Sócios, aquele que entrar posteriormente não será automaticamente administrador, salvo previsão expressa em contrato. Esse “todos” se refere a todos os que estavam na data da constituição da sociedade. Para incluir outro administrador, deverá ser registrado em contrato. Pluralidade de administradores : caso não haja designação dos poderes conferidos a cada um deles, todos os sócios podem gerir individualmente a sociedade. *O contrato pode prever coisas como: determinada coisa precisa da assinatura de 2 dos sócios pelo menos. A nomeação do administrador: pode ser indicado no contrato social ou nomeado em ato separado. Quórum: i) Unanimidade: caso ele não seja sócio e o capital social não esteja integralizado, precisa da anuência de todos os sócios; ii)⅔: se não for socio mas o capital social está totalmente integralizado; iii) Maioria absoluta, mais da metade do capital social (aqui não é por pessoa, mas por capital social): administrador sócio. Cessação das funções do administrador: 1)Expirado o prazo, caso tenha; 2)Sem previsão de prazo, necessidade de deliberação com os seguintes quóruns: i) Se for sócio, nomeado no contrato social: ⅔ do capital social ii) Se não for sócio, ou se for sócio e foi nomeado em ato separado: maioria absoluta. Responsabilidade do administrador: Quando agir com culpa ou dolo no desempenho das suas funções, será responsabilizado. Se realizar atos que foram além do que ele poderia fazer, não estavam previstos no contrato, a sociedade não pode ser punida com isso mas o terceiro também não e, em alguns casos, esse terceiro pode ter sido prejudicado. Art. 1.015. Parágrafo único. O excesso por parte dos administradoressomente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses: I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade; II - provando-se que era conhecida do terceiro; III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade. (o administrador vai em uma concessionária e compra um carro em nome da sociedade, esse poder não consta no contrato social e a concessionária não se atentou a isso, chamada teoria ultra vires). *Isso não se aplica se o terceiro for vulnerável, consumidor ou trabalhador por exemplo. Conselho fiscal: É a fiscalização da atuação da da administração da sociedade limitada. Sua criação é facultativa. Composição: no mínimo três membros efetivos e três suplentes, sócios ou não. A escolha será feita na assembleia anual, garantindo aos minoritários o direito de escolher um membro e o respectivo suplente. Nesta assembleia será fixada a remuneração devida aos membros do conselho fiscal. É muito difícil a criação de um conselho fiscal, pois é custoso. Atribuições : i) Examinar , pelo menos trimestralmente, a documentação geral. ii) Lavrar no livro de atas, os pareceres acima mencionados; iii) Exarar , nesse mesmo livro, e apresentar a assembleia anual dos sócios o que foi feito, para justificar os custos e apresentar as inconsistências; iv) Denunciar os erros, crimes e fraudes, sugerindo providências úteis à sociedade; v) Convocar a assembléia dos sócios caso a diretoria retardar por mais de 30 dias a sua convocação ou caso note um erro grave e urgente. *Como não é obrigatório o Conselho Fiscal, os sócios podem se encarregar das funções acima, entretanto, caso a sociedade opte pela criação de um conselho fiscal, as atribuições acima são necessariamente do conselheiro fiscal. Deliberações sociais: Quando a sociedade possuir mais de 10 sócios, será sempre assembléia . Caso possuam até 10 sócios, as deliberações poderão ser tomadas em reunião ou assembleia , conforme previsão contratual. As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam todos os sócios, até mesmo aqueles que não compareceram ou que foram contra a deliberação, os chamados dissidentes (vota em sentido contrário à deliberação). Convocação: As formalidades para convocação poderão ser dispensadas quando os sócios comparecerem ou declararem por escrito que estão cientes da data, hora e local da assembleia/reunião. *e-mail é tido como prova escrita. Dispensa: há essa possibilidade quanto todos os sócios decidirem por escrito sobre a matéria que seria objeto delas. Ex: a pessoa convoca reunião por email, mas acabam decidindo a respeito na troca de e-mails. Não precisa de unanimidade para que seja válida a decisão, mas precisa que todos votem. Quóruns: Para instalação: i)¾ capital social - 1ª convocação; ii) qualquer número - 2ª convocação. Para deliberar: i) Unanimidade - designação de administradores não sócios e sem capital social integralizado; ii) ¾ capital social - alteração do contrato social, incorporação, fusão, cisão, dissolução de sociedade ou cessação da liquidação; iii) ⅔ capital social - designação de administrador não sócio, quando o capital social estiver integralizado e destituição de sócio nomeado administrador no contrato, salvo estipulação diversa; iv) Maioria absoluta - designação dos administradores sócios, destituição de dos administradores, exceto se nomeado em contrato social, remuneração dos administradores, se não constante no contrato social, pedido de recuperação judicial, exclusão extrajudicial de sócio minoritário; v) Maioria dos presentes - outras liberações. CAPITAL SOCIAL: Formação e integralização: Deverá ser expresso em moeda corrente (reais), podendo compreender qualquer espécie de bens que sejam suscetíveis de avaliação pecuniária. O Capital Social será dividido em quotas (iguais ou desiguais) e os sócios possuem a obrigação de subscrever (prometer que vai pagar) e integralizar (pagar de fato). A integralização aqui não pode ser feita com serviços. Com a integralização, o capital social é exatamente o patrimônio social. A falta de integralização torna o sócio remisso, com isso ele pode ser excluído, ter sua participação reduzida ou ter que indenizar a sociedade em decorrência da mora (atraso). No caso do capital social não integralizado, todos os sócios respondem de forma solidária pela integralização do capital. Ex: tem 100 mil no papel, faltam 40 mil para ser integralizado por algum dos sócios, todos os demais serão responsáveis pela falta de integralização. Aumento do Capital Social: Existe a possibilidade de aumento do capital social, mas somente ocorrerá quando o capital que existe atualmente esteja totalmente integralizado. O aumento será deliberado em assembleia mediante alteração no contrato social. Até 30 dias após a deliberação, os sócios terão preferência na aquisição de novas quotas, na proporção de sua participação. A preferência poderá ser cedida para os outro sócio, sem a anuência dos demais. No caso de cessão para terceiros, será válida se não houver oposição dos sócios titulares de mais de ¼ do capital social. (o contrato pode dispor de outra forma) Após a aquisição das novas quotas, delibera-se uma assembleia para alteração do Contrato Social. Redução do Capital Social: Hipóteses: i)Verificação de perdas irreparáveis, diminuição proporcional do valor das quotas (não diminui o número de quotas, mas sim o seu valor) ii) Se excessivo em relação ao objeto da sociedade, a redução será feita restituindo parte do valor das quotas aos sócios, dispensando as prestações ainda devidas, com diminuição proporcional, do valor nominal das quotas. Caso terceiro seja prejudicado, o credor quirografário, por título anterior à redução, poderá opor-se a está no prazo de 90 dias. Havendo oposição, a redução somente será eficaz se houver o pagamento da dívida ou o depósito judicial do valor. Havendo pagamento, depósito ou não havendo oposição proceder-se-á averbação na Junta Comercial. Exclusão extrajudicial de sócio: Mediante alteraçãodo Contrato Social, sem interferência do judiciário. Mais rápido, mais barato, mais informal. Requisitos: i) O sócio excluído não pode ser majoritário, em regra; ii) Deve ter praticado ato de inegável gravidade com risco a continuidade da empresa, denominado justa causa, depende do caso concreto; iii) Existência de previsão no contrato social acerca da possibilidade de exclusão do sócio por justa causa; iv) Convocação de assembleia ou reunião específica para deliberar sobre o tema, não pode debater outros temas; v) Cientificação do sócio a ser excluído acerca da assembleia ou reunião para que este tenha a oportunidade de apresentar sua defesa; vi) Quorum de maioria absoluta: Mais da metade do capital social. Aqui, segundo o STJ, o cômputo será feito a partir dos demais sócios, não considerando o sócio que será excluído. *Esses requisitos são cumulativos Atendidos os requisitos, procederá a alteração do capital social, com a exclusão do sócio. (O sócio será restituído do valor que integralizou) SOCIEDADE ANÔNIMA -Lei 6.604 de 1976 A Sociedade Anônima também pode ser chamada de Companhia. Classificação das Sociedades Anônimas: *De capital aberto: é aquela em que há a admissão de negociação dos valores mobiliários (ações) do mercado de capitais (bolsa de valores). E o mesmo que dizer que negocia suas ações na bolsa de valores . Há a necessidade de autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) *De capital fechado: não admissão de negociação de valores mobiliários no mercado de capitais (bolsa de valores). Ou seja, as ações só podem ser negociadas diretamente com a companhia , se esse for o caso. CAPITAL SOCIAL: E dividido em ações, não em quotas como na Sociedade Limitada. Os sócios (acionistas) são responsáveis somente pelo preço de emissão das ações (preço da ação) que subscreverem ou adquirirem, ou seja, não há solidariedade pela integralização do restante das ações. EX: a ação vale 40 reais, eu quero comprar mil: gastei R$40.000,00. Meu amigo também quer comprar mil ações da mesma sociedade, mas ele não pagou R$40.000,00, ele só pagou R$20.000,00. O único que responde pela não integralização do meu amigo é ele . É o tipo societário mais seguro para os sócios. -É formado por bens ou dinheiro, não sendo admitida sua integralização por meio de prestação de serviço. Nome empresarial: Adota denominação (nome fantasia) e nunca firma (razão social), com expressão que designe a atividade desenvolvida acompanhada da expressão S/A ou Sociedade Anônima no início, meio ou final do nome. Ex: Banco Itaú S/A; S/A Alfa Tecnologia; Gama S/A Transportes; *Precisa ter o Nome Fantasia + Ramo + S/A. -Pode ser usada a Expressão Cia ou Companhia no início ou meio do nome, nunca no final. Ex: Companhia de Abastecimento de Água; Alfa CIA Transportes. É possível a colocação de nome de fundador ou acionista que tenha contribuído para o êxito da sociedade. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES De acordo com a espécie: ordinárias, preferenciais ou de fruição. Ações ordinárias: Oferecem direitos e vantagens comuns a todos os acionistas. Ações preferenciais: Atribuem vantagem política ou econômica ao seu detentor. Apesar de possuir certas vantagens, não possui direito ao voto, em regra. Ações de fruição ou de gozo: São aquelas que substituem ações ordinárias ou preferenciais que foram amortizadas pela companhia. A amortização ocorre quando a sociedade apura o valor patrimonial da ação e paga ao respectivo acionista. De acordo com a circulação: nominativas ou escriturais. Ações nominativas: Geram a emissão de um certificado e circulam por meio de registro em livro próprio, o chamado livro de Transferência de Ações Nominativas. Este livro é obrigatório para as sociedades que emitem ações nominativas. A S/A não é obrigada a ter esse livro. Se o adquirente quiser vender, deverá informar a S/A que vai transferir sua ação. Ações escriturais: São transmitidas por meio de instituição financeira, não gerando certificado, nem o titular nem a companhia tem um certificado que prova isso. Obs. Salienta-se que atualmente não existem mais ações ao portador ou endossáveis no sistema brasileiro, já que o dispositivo da Lei 6.404/76 que autorizaram a emissão destes tipos de ações foram revogados. *Não pode mais passar ações para frente sem registrar, não existem mais ações endossáveis e nem ações ao portador (sem registro). DEBÊNTURES: Espécie de valor mobiliário, assim como a ação, emitido pelas sociedades anônimas que conferem ao seu titular um direito de crédito certo contra a companhia, nos termos de que dispuser a sua escritura de emissão ou seu certificado. Eventual lucro ou prejuízo da companhia em nada afetarão o direito daquele que é titular da debênture. Ex: Venda de debêntures a 10 reais para construção de um prédio, após 5 anos pagará os 10 reais mais correção monetária, mais meio por cento de juro ao mês. O dinheiro é certo: se a pessoa teve lucro ou prejuízo com o prédio o valor a ser pago em relação às debêntures é o mesmo. A debênture é título executivo extrajudicial, ou seja, o título pode ser executado, caso não seja pago o valor devido ao debenturista. Em relação a deliberação a respeito da emissão de debêntures cabe, em princípio, de forma privativa a assembleia geral, podendo em algumas hipóteses ocorrer a deliberação pelo Conselho de Administração. PARTES BENE F ICIÁRIAS: ( F echada) Títulos que conferem aos seus titulares um direito eventual de crédito contra a companhia, condicionado ao resultado positivo da companhia, ou seja, ao lucro anual. *Diferente do que acontece na debênture, onde o crédito é certo. Somente as companhias fechadas podem emitir as partes beneficiárias. BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO: Não representa direito de crédito aos seus titulares, mas sim o direito de preferência na subscrição de novas ações. *Tem preferência na aquisição, mas vai pagar a mesma coisa que os outros. Ex: Fura fila: te põe em lugar privilegiado, mas tem que pagar da mesma forma.Somente será exercido no caso de pagamento do preço de emissão da ação. Os acionistas possuem preferência na subscrição da emissão dos bônus. Acionista atual tem preferência. Os bônus de subscrição serão nominativos, ou seja, deverão indicar os respectivos titulares não podendo ser “ao portador”. Constituição das sociedades anônimas: O ato constitutivo das companhias é um estatuto, por tal razão é tida como sociedade estatutária ou institucional . Requisitos para a constituição: i) Pelo menos 2 pessoas de todas as ações que se divide o capital subscrito (não precisa estar integralizado ii) Realização, como entrada, de no mínimo 10% do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro; iii) Depósito no Banco do Brasil ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM. Depois de constituída a sociedade, a companhia pega o dinheiro de depósito para si. Se não constituir dentro do período de 6 meses o banco deverá devolver o valor para quem depositou. Os acionistas: Acionista é o detentor de uma parcela do capital social, a chamada ação. Os acionistas possuem os chamados direitos essenciais que não podem ser retirados nem mesmo pelo estatuto: -Participação nos lucros sociais: A divisão desse lucro é conhecida como dividendo. A lei prevê o recebimento de dividendos obrigatórios. Caso o estatuto tenha sido omissão, pelo menos metade do lucro deve ser dividido, abatidas as despesas destinadas às reservas. -Participação no acervo da companhia em caso de liquidação: É quando a sociedade acaba; o que sobra deve ser dividido entre os acionistas. -Fiscalização da gestão dos negócios sociais: Apesar de o conselho fiscal ter como uma de suas principais funções, não há impedimento de que os sócios façam essa fiscalização. -Preferência para subscrição de novas ações, partes beneficiárias conversíveis em ações e bônus de subscrição (tudo que está relacionado a aquisição de novas ações): essa preferência será exercida na proporção das ações que o acionista possui. -Direito de retirada: conhecido como direito de recesso, é assegurado mediante o reembolso do valor de suas ações. *Direito a Voto não é essencial!!!!! Acionista controlador: i)Possui ou possuem direitos que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia. Pode ser pessoa física ou jurídica, pode ser um grupo de pessoas, uma família acionista por exemplo. ii)Usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia. *tem que cumular os dois!!!! Acordo de acionistas: Trata-se de contrato parassocial (formado fora do estatuto) social e poderá ser oposto à companhia (exigido seu cumprimento) quando arquivado na sua sede. É lícito. Poderá versar sobre a compra e venda de ações, preferência para aquisição de ações, exercício do direito a voto, ou do poder de controle. A eficácia do acordo perante terceiros somente ocorrerá, depois de averbados nos livros de registro e nos certificados das ações, caso tenham sido permitidos. ÓRGÃOS SOCIETÁRIOS Assembléia geral: É o órgão máximo da sociedade anônima em que todos os acionistas têm direito de participar e possui competência para tratar de qualquer assunto relacionado ao objeto social. É o único órgão em que TODO ACIONISTA pode participar. Ela divide-se em ordinária ou extraordinária (trata de qualquer assunto que não esteja elencado entre os assuntos previstos para a assembleia ordinária). - Ordinária: ocorre uma vez ao ano (nos quatro primeiros meses) e tem competência para tratar dos seguintes assuntos. Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para: I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras; II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos; III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso; *Se tiver conselho de administração, os administradores e os membros do conselho fiscal, serão eleitos por este, e também, caso os mandatos estejam em curso. IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social. *alteração do capital social, de acordo com a correção monetária, no estatuto social. O que não estiver na competência da assembleia ordinária poderá ser tratado na assembleia extraordinária, que poderá se realizar quantas vezes forem necessárias e em qualquer mês. É muito comum que ambas sejam cumulativamente convocadas e realizadas no mesmo local, data e hora, instrumentadas em ata única. *Inicia uma, acabou, já inicia a outra. A Assembleia Geral será convocada pelo conselho de administração (se existir) ou pelos diretores. A lei traz a possibilidade da convocação ser feita por outras pessoas, sendo: -Conselho Fiscal: se os órgãos da administração retardarem por mais de 1 mês essa convocação e a extraordinária sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes; -Por qualquer acionista: quando os administradores retardarem por mais de 60 dias a sua convocação; -Por acionistas que representem 5%, no mínimo, do capital social, quando os administradores não atenderem, no prazo de 8 dias, a pedido de convocação que apresentarem, devidamente fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas. -Por acionistas que representem 5%, no mínimo, do capital votante, ou 5%, no mínimo, do capital sem direito a voto, quando os administradores não atenderem, no prazo de 8 dias, a pedido da convocação de assembleia para instalação de conselho fiscal. Salienta-se que os acionistas sem direito de voto podem comparecer à assembleia e discutir a matéria submetida à deliberação, ou seja, há restrição de direito de voto, mas não ao direito de voz. O Conselho de Administração: O Conselho de Administração junto com a diretoria fazem parte da administração da companhia, por isso é órgão com função administrativa,fixando os rumos gerais da sociedade anônima. Possui também função deliberativa e a principal delas é a nomeação de diretores. É composto por, no mínimo, três membros, eleitos pela assembleia geral e por ela destituídos a qualquer tempo. Não é obrigatório em todas as S/As , porém, deve existir em alguns tipos societários. Será obrigatório: Na companhia de capital aberto, na companhia de capital autorizado (aquelas em que há prévia autorização no estatuto para aumento do capital social) e sociedades de economia mista (sociedade anônima que tem maioria de capital público, a fazenda pública tem domínio sobre, pois tem mais capital público “estatais”) Ex: A Petrobrás tem que ter Conselho de Administração, pois tem capital aberto. DIRETORIA É um órgão obrigatório e de representação da companhia. Juntamente com o conselho de administração, a diretoria administra. É formada por duas ou mais pessoas físicas , acionistas ou não e residentes no Brasil . Os membros são eleitos pelo Conselho de Administração ou pela Assembleia Geral, no caso de inexistência deste. As demais regras devem vir no estatuto, o qual deverá estabelecer: i) O número de diretores, ou o máximo e o mínimo permitido; ii) O modo de sua substituição; iii) O prazo de gestão que não será superior a três anos, permitida a sua reeleição; iv) As atribuições e poderes de cada diretor. Conselho Fiscal: É órgão obrigatório, mas de funcionamento facultativo, com função de assessoramento técnico e fiscalização. É composto por no mínimo 3 e no máximo 5 pessoas físicas, acionistas ou não, eleitos pela Assembleia Geral. Só podem fazer parte do conselho fiscal pessoas que tenham sido administradoras ou conselheiras fiscais por no mínimo 3 anos ou que tenham curso superior. *Em 1976 a existência de curso superior era muito rara, hoje o acesso foi ampliado. Responsabilidade da Companhia pelos atos de seus administradores perante terceiros: Em relação aos atos praticados pelos administradores, a sociedade sempre responderá. Pode ser responsabilizado pessoalmente? Sim i) No caso de realização de atos regulares de gestão, o administrador não assume responsabilidade pessoal por eles. ii) No caso de prática de atos de gestão praticados com dolo, culpa ou violação da lei ou do estatuto, nesse caso, o diretor por exemplo, pode ser responsabilizado pessoalmente. Ação de responsabilidade contra o administrador faltoso: A sociedade deliberará em assembleia extraordinária se responsabilizará o administrador ou não. Havendo deliberação no sentido de responsabilização, a companhia ajuizará a competente ação de responsabilidade. No caso de mesmo havendo deliberação nesse sentido, a sociedade não entrar com a ação no prazo de 3 meses a contar da deliberação, qualquer acionista poderá poderá mover a ação em nome próprio,para recuperar o prejuízo causado a companhia ( legitimidade extraordinária : está em nome próprio buscando reparação de direito alheio), ou seja, o benefício da ação não será revertido ao acionista, mas sim à sociedade. *Se o acionista ganhar a ação, o dinheiro ganho, se for o caso, deve ser entregue à Companhia, descontado o valor do advogado, recebendo somente o teto do benefício. *Não tem lucro com a ação, só pode pegar o suficiente para ressarcir o prejuízo que teve com a propositura da ação. Caso a assembleia decida por não ajuizar a demanda, acionistas que representem pelo menos 5% do capital social, poderão ajuizar a demanda em questão. Mesmas condições da hipótese anterior; legitimidade extraordinária. A ação de responsabilidade proposta pelos acionistas em benefício da sociedade, não exclui a possibilidade de o acionista ou terceiro diretamente prejudicado por ato de administrador propor ação em seu benefício. *Ação para recuperar o prejuízo do próprio acionista. É uma ação de legitimidade ordinária , para recuperar o prejuízo próprio; O que eu ganhar é meu. *Independente do número de ações que o acionista tem. Sociedade subsidiária integral: É uma sociedade unipessoal (só tem como acionista um único sócio) Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionista sociedade brasileira. Exemplo de subsidiárias: Subsidiárias da Petrobras, a Petrobras tem vários acionistas, empresas, donas de capital social. Sociedade subsidiária integral:é quando se tem uma única empresa subsidiária que é dona de todas as ações. Subsidiária: porque tá por trás; Integral: porque é dona de todas as ações. PROPRIEDADE INDUSTRIAL Lei 9.279/1996 Bens da propriedade industrial: i) Invenção; ii) Modelo de utilidade; iii) Desenho industrial (design) ; iv) Marca. São bens imateriais. Esses bens são protegidos pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), uma autarquia federal, com sede no Rio de Janeiro. Sempre que o INPI está no processo, a demanda tramita na Justiça Federal. Proteção da Propriedade Industrial: São protegidos por PATENTE ou REGISTRO. -A Patente garante a proteção da invenção e do modelo de utilidade a qual é documentada por meio da Carta-Patente. -O registro protege marca e desenho industrial, o qual é documentado por meio do Certificado. A patente ou o pedido de patente poderão ser cedidos (passados para outra pessoa) desde que atendidos os requisitos da lei. O mesmo ocorre com o registro e seu respectivo pedido que poderão ser cedidos. Nesse caso, a cessão deverá compreender todos os registros ou pedidos, em nome do cedente, de marcas iguais ou semelhantes, relativas a produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, sob pena de cancelamento dos registros ou arquivamento dos pedidos não cedidos. *Do contrário, parece que o cedente irá concorrer com aquele para quem ele está cedendo. Prazos da patente e do registro: Invenção: A proteção ocorre por meio de patente. O prazo de duração da patente é de 20 ( vin te) anos, contados da data do depósito do pedido ou 10 anos da data da concessão da patente. Considerando neste caso, o que ocorrer por último (o que durar mais,mais proteção). Tal prazo não admite prorrogação e uma vez cessado, a invenção cai em domínio público e perde a proteção. Modelo de utilidade: Enquanto a Invenção consiste em algo totalmente novo, o modelo de utilidade consiste em um aperfeiçoamento de algo já existente. A proteção também ocorre por meio de patente. O prazo de duração da patente é de 15 anos, contados da data do depósito do pedido ou 7 anos da data da concessão da patente. Considerando neste caso, o que ocorrer por último (o que durar mais, mais proteção). Tal prazo não admite prorrogação e uma vez cessado, a invenção cai em domínio público e perde a proteção. Des enho industrial (design): A proteção ocorre por meio de registro. O prazo de duração do registro é de 10 ( dez ) anos, sempre contados da data do depósito do pedido. Tal prazo admite 3 prorrogações sucessivas de 5 anos cada . (pode ter 15 anos de prorrogação). O objeto continua servindo para a mesma coisa. A grande marca do Desenho Industrial é a futilidade: se eu crio algo que aumenta a utilidade, trata-se de um modelo de utilidade. Marca: A proteção ocorre por meio de registro. O prazo de duração do registro é de 10 anos, sempre contados da data do depósito do pedido. Pode prorrogar infinitas vezes pelo mesmo prazo de 10 anos. Requisitos para a concessão da patente: (mesmos requisitos para invenção e modelo de utilidade) i) Novidade : Uma invenção ou modelo de utilidade atendem ao requisito da novidade quando é desconhecida dos cientistas ou pesquisadores especializados. Segundo a lei, há novidade de quando a invenção ou modelo de utilidade não estão compreendidos no estado da técnica. ii) Atividade Inventiva : Para ser patenteável há a necessidade de que a invenção ou modelo de utilidade não decorram de obviedades do estado da técnica, ou seja, o inventor deve ter chegado ao resultado por ato criativo seu. iii) Industriabilidade (aplicação industrial) : Há a necessidade de que o invento possa ser produzido pela indústria já existente. iv) Desimpedimento (licitude) : Não serão patenteáveis as invenções e modelos de utilidades que são proibidas por lei. Art. 18. Não são patenteáveis: I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas; II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e III - o todo ou parte dos seres vivos , exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais. Requisitos para a concessão do registro do desenho: i) Novidade : O desenho é novo quando não compreendido no estado da técnica. O estado da técnica é composto por tudo aquilo que foi divulgado, por qualquer meio, até a data do depósito do pedido do registro, bem como o desenho depositado no INPI, mas ainda não publicado. ii) Originalidade : Apresentação de uma configuração visual distintiva em relação a objetos anteriores, sem que tenha aumentado sua utilidade (futilidade). iii) Desimpedimento : A lei impede o registro de alguns tipos de desenhos industriais, tais como aqueles: a) Com natureza puramente artística; b) Que ofendam a moral, os bons costumes, a honra ou a imagem das pessoas; c) Que atentem contra a liberdade de consciência crença, culto religioso, ou contra idéias ou sentimentos dignos de respeito e veneração; d) Apresenta forma necessária, comum, vulgar, ou determinada essencialmente por considerações técnicas e funcionais. Requisitos para a concessão do registro de marca: i) Novidade relativa : Exige-se a novidade para que a marca cumpra sua finalidade de identificação de determinado público. Não se exige a novidade absoluta. Em regra, a proteção ocorre no segmento em que atua o empresário. Esta proteção dentro do ramo de atividade decorre do princípio da especificidade, que objetiva evitar a confusão do consumidor. *exceção ao princípio da especificidade: as marcas de alto renome, nas quais a proteção é global, se estende a todos os ramos da atividade. Ex: Coca-Cola, Nike. ii) Não colidência com marca notoriamente conhecida: a ideia é evitar a utilização da marca por aquele que não a detenha,mesmo que tal marca não tenha sido registrada no Brasil. O grande objetivo é evitar a confusão do consumidor. Ex: Coca-Cola, Nike. *Essas marcas, se não atualizarem seu registro, por exemplo, pouca importa, continua o impedimento de uso. iii) Desimpedimento: a lei traz um rol muito extenso de impedimentos ao registro de marca, destacando-se: Brasão, e bandeiras oficiais; Letras, algarismos e datas, salvos se revestidos de suficiente forma distintiva; indicações geográficas. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO Lei 11.101 de 2005 A lei de falências possibilita a decretação da falência ou a recuperação do empresário, denominado pela lei como devedor. Ao se referir a empresário, tanto os empresários individuais como as sociedades empresárias estão abrangidas. Alguns tipos de empresários estão excluídos das disposições da Lei 11.101/2005: i) Empresa Pública; ii)Sociedade de Economia Mista; iii) Instituição financeira pública ou privada; v) Cooperativa de crédito; iv) Consórcio; v)Entidade de previdência complementar; vi) Sociedade operadora de plano de assistência à saúde; vii) Sociedade seguradora; viii) Sociedade de capitalização. -Empresas de caráter público; banco e crédito; seguro, consórcio e previdência; Competência para processamento da recuperação de falência: Justiça Estadual Juízo do local do principalestabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. O principal estabelecimento (maior volume de negócios). O Banco pode ser um dos credores, assim como a união federal. Suspensão da prescrição e das ações e execuções movidas em face do devedor (empresário): A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial, suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções movidas em face do devedor, inclusive aquela dos credores particulares do sócio solidário. * A ideia é evitar que o devedor vá pagando sem respeitar a ordem imposta no processo de falência. O processo de falência impõe uma ordem de pagamento. Não são suspensas as ações que demandem quantia ilíquida e as ações trabalhistas , já que o procedimento das ações, por si só, não levará a redução do patrimônio. Neste caso, após o trânsito em julgado não haverá prosseguimento da execução nos respectivos juízos, devendo os credores habilitarem seus créditos no processo de falência. *A ação que não tem valor definido, danos morais por exemplo (eu peço 10 mil,mas o juiz tem que decidir primeiro), o juiz tem que dar a sentença primeiro. *Trabalhista também tem que entrar na fila. Será o primeiro a receber. Após o trânsito em julgado, não haverá prosseguimento da execução nos respectivos juízos, devendo os credores habilitarem seus créditos no processo de falência. As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. *Prossegue a ação, mas vai receber no processo de falência. Art 6. § 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do deferimento do processamento da recuperação, prorrogável por igual período, uma única vez, em caráter excepcional, desde que o devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal. *Apesar da clareza do dispositivo, segundo o entendimento do STJ, é possível a prorrogação a depender do caso concreto, principalmente quando a demora na aprovação do plano não decorre de culpa do empresário. Administrador Judicial: Nomeado pelo juiz. Será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresa, contador ou pessoa jurídica que seja especializada. *Não é obrigatório, a lei da preferência, mas não exige. A remuneração será fixada pelo juiz e não será superior a 5% do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência. No caso de Empresa de Pequeno Porte (EPP) ou Microempresa (ME) este percentual não será superior a 2%. O administrador judicial não necessariamente administra a sociedade empresária falida ou em recuperação. *O juiz pode tirar os administradores e colocar outra pessoa como administrador. Comitê: Também chamado de comitê de credores, não é órgão obrigatório na recuperação judicial ou na falência e será constituído a partir da deliberação dos credores na assembleia geral. A composição do comitê é bastante plural, abrangendo todos os tipos de credores. Assim, o comitê será composto por: -1 representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 suplentes; -1 representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantias ou privilégios especiais, com 2 suplentes; -1 representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com 2 suplentes; -1 representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 suplentes; *Quase todas as classes estão representadas no comitê, com exceção do fisco. Assembleia geral dos credores: Representa a vontade dos credores, razão pela qual sua importância é bastante grande. Ela será formada pela classe dos credores, assim divididas: i) Titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; ii) Titulares de crédito com garantia real; iii) Titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados. (Essa classe tem 2 representantes no comitê, assunto acima) iv) Titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte. *Todos os credores podem participar desta assembleia. Na recuperação , a principal função dessa assembleia é deliberar sobre a aprovação ou não do plano de recuperação judicial. Na falência , poderá deliberar sobre a formação ou não do comitê de credores, adoção de outras formas de realização do ativo, bem como qualquer outra matéria que interesse aos credores. RECUPERAÇÃO JUDICIAL Objetivos da Recuperação: A ideia, seja no âmbito judicial ou extrajudicial, é a superação da crise econômica e financeira patrimonial do empresário, a fim de que as atividades não sejam encerradas, mantendo-se os postos de trabalho e atendendo aos interesses dos credores. Ou seja, o objetivo é evitar sua falência com o cumprimento de sua função social. Decorre com o chamado "princípio da preservação da empresa”. *‘Empresa’ aqui como atividade. FASE POSTULATÓRIA: Inicia-se pela apresentação da petição inicial pelo devedor (aquele que necessita se recuperar), que pode ser empresário individual ou sociedade empresária com todos os documentos exigidos por lei. *O próprio empresário tem que fazer esse pedido. Diferente do que acontece na falência, um credor pode entrar com o pedido de falência contra uma empresa, mas o pedido de recuperação judicial compete ao empresário. Requisitos: i) Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas por sentença transitada em julgado as obrigações daí decorrentes; (a hipótese trata de empresas distintas, no caos, mais de uma recuperação judicial) ii) Possuir mais de 2 anos de exploração da atividade econômica; (se precisa de recuperação judicial com menos de 2 anos de exploração da atividade, presume-se que não é uma
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