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Química Aplicada Professor: Natan de Almeida Estrutura da Máteria 01. ESTRUTURA DA MATÉRIA 01 . Composição da matéria Todos os materiais existentes no universo são constituídos de átomos ou de suas combinações. As substâncias simples são constituídas de átomos e, as combinações destes, formam as moléculas das substâncias compostas. A maneira como os átomos se combinam depende da sua natureza e das propriedades que as suas estruturas propiciam. ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.2 Estrutura do átomo O conceito inicial de átomo indivisível sofreu modificações profundas com as experiências realizadas por Ernest Rutherford (1871-1937) e seus colaboradores. O modelo utilizado para representar o átomo, passou a ser concebido como tendo um núcleo pesado, com carga elétrica positiva, e vários elétrons, com carga elétrica negativa, cujo número varia com a natureza do elemento químico. O raio de um átomo é da ordem de 10-7 cm e suas propriedades químicas são definidas pelos elétrons das camadas mais externas. ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.3 Raio atômico Teoricamente, é a distância do centro do núcleo atômico até o último orbital ocupado por elétrons. Na prática ele é determinado como sendo o valor médio da distância entre núcleos de dois átomos vizinhos ligados e no estado sólido. O valor do raio depende da força de atração entre o núcleo e os elétrons e é expresso em angstron (1 Aº = 10-8 cm) ou em picômetro (1 pm=10-12m). Assim, aumentando-se Z, o raio diminui; aumentando-se o número de camadas eletrônicas, o raio aumenta. ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.3 Raio atômico Para átomos com a última camada de elétrons completa, o raio tende a ser menor devido à alta energia de ligação das partículas. Assim, os raios do 40Ca, 222Rn e 207Pb medem 2,23 ,1,34 e 1,81 Aº , respectivamente, enquanto que o raio do 39K vale 2,77 Aº e o raio do 127I, 1,32 Aº. ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.4 Raio iônico O acréscimo ou o desfalque de elétrons num átomo modifica o raio do sistema restante, que é o íon. O íon positivo, denominado de cátion, possui elétrons a menos. O íon negativo, o ânion, tem excesso de elétrons. O desfalque de elétrons faz com que a carga nuclear atue mais intensamente sobre os elétrons restantes, reduzindo o raio. Este é o caso do 127I, cujo raio vale 1,32 Aº e raio iônico vale 0,50 Aº. O efeito do emparelhamento de elétrons é significativo, como se pode perceber com o 40Ca cujo raio vale 2,23 e o raio iônico de Ca2+ = 0,99 Aº. ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.4 Raio iônico O excesso de elétrons aumenta o raio, pela atenuação da força de atração pelo núcleo e aumento da repulsão entre os elétrons. A deficiência de elétrons diminui o raio conforme pode ser observado, comparando-se os raios dos cátions com carga (+1), (+2) e (+3). Por exemplo, Ag+ com 1,26 e Ag2+ com 0,89 Aº, Bi3+ com 0,96 e Bi5+ com 0,74 Aº ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.5 Estrutura eletrônica Os elétrons se distribuem em camadas ou orbitais, de tal modo que dois elétrons não ocupem o ―mesmo lugar ao mesmo tempo. Somente dois elétrons podem ocupar a mesma região no espaço, mas eles devem ter características magnéticas (spin) diferentes. Esta restrição é denominada de Princípio de exclusão de Pauli. Quanto mais elétrons possuir o elemento químico, mais camadas ele deve ter ou mais complexa será a maneira como eles se acomodarão. ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.5 Estrutura eletrônica Cada orbital pode ser representado por um elétron se movendo segundo uma trajetória circular (ou elíptica) ou por uma nuvem envolvendo o núcleo e distribuída em torno de um raio médio. O orbital é um conceito proveniente da teoria quântica do átomo e é definido como uma região do espaço em torno do núcleo onde os elétrons têm grande probabilidade de estar localizados. Cada camada comporta um número definido de elétrons.. ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.5 Estrutura eletrônica Quando preenchida, denomina-se camada fechada. O número de elétrons destas camadas é denominado de número mágico e, quando excedido, os novos elétrons devem ocupar novos orbitais, senão haverá repetição dos números quânticos que caracterizam cada elétron (ver 1.2.13). Os números mágicos são: 2, 8, 18, 32, 32, 18 até 8. ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.5 Estrutura eletrônica ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.6 Energia de ligação eletrônica Cada elétron está vinculado ao átomo pela atração entre a sua carga negativa e a carga positiva do núcleo e pelo acoplamento atrativo do seu momento magnético (spin) com elétrons da mesma camada. A força atrativa sofre uma pequena atenuação devido à repulsão elétrica dos demais elétrons. A energia consumida neste acoplamento se denomina energia de ligação. Para elementos de número atômico elevado, a energia de ligação dos elétrons próximos ao núcleo é bastante grande, atingindo a faixa de 100 keV, enquanto que a dos elétrons mais externos é da ordem de alguns eV. Os elétrons pertencentes às camadas fechadas possuem energia de ligação com valores bem mais elevados do que os das camadas incompletas e, portanto, são os mais estáveis. ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.6 Energia de ligação eletrônica A Figura mostra a variação da energia de ligação dos elétrons da última camada, ou energia potencial de ionização, com o número atômico Z do elemento químico. Quanto maior o raio atômico, mais distante os elétrons estarão do núcleo e, portanto, mais fraca será a atração sobre eles. Assim, quanto maior o raio atômico, menor o potencial de ionização. Os valores máximos correspondem a de elementos com a última camada eletrônica completa ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.6 Energia de ligação eletrônica ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.7 Estrutura nuclear O núcleo atômico é constituído de A número de massa, sendo N nêutrons e Z prótons. Os prótons são carregados positivamente e determinam o número de elétrons do átomo, uma vez que este é eletricamente neutro. Os nêutrons possuem praticamente a mesma massa que os prótons, mas não têm carga elétrica. Prótons e nêutrons chamados indistintamente de nucleons.. O número de nucleons A = N + Z é denominado de número de massa e Z de número atômico. Os nucleons (número de massa) se movem com uma velocidade média da ordem de 30.000 km.s-1, num volume obtido por 4/3.π.R3, onde R = r0A1/3 (10-13 cm) é o raio nuclear, com r0 =1,15. A densidade nuclear tem um valor em torno de ρ = 1015 g.cm-3, com uma densidade de ocupação de 1,6.1038 nucleons.cm-3. ESTRUTURA DA MATÉRIA 1.8 Notação química A notação utilizadapara identificação de um elemento químico é do tipo onde A é o número de massa e Z o número atômico ou número de prótons. O número de nêutrons é obtido de N = A - Z. Exemplos: , , Tabela Periódica 02. TABELA PERIÓDICA 2 Tabela periódica Na história da ciência, várias propostas para classificar os elementos químicos conhecidos surgiram, em geral, acreditando haver semelhanças de comportamento nas reações químicas. A classificação mais completa e criativa foi estabelecida por Dmitri Mendeleiev, em 1869, ao mostrar que os elementos apresentavam uma periodicidade nas propriedades químicas, de acordo com o número de elétrons da última camada, coadjuvada, em alguns casos, com os da penúltima camada. Foi denominada, então, de Tabela Periódica dos elementos químicos. TABELA PERIÓDICA 2 Tabela periódica Nela, os elementos químicos foram dispostos em 18 colunas e 9 linhas, em ordem crescente de seus números atômicos, e contém 7 períodos: O 1o possui somente 2 elementos, o H (Z=1) e He (Z=2), com elétrons na camada 1s. O 2º possui 8 elementos, vai de Li (Z=3) até Ne (Z=10), com elétrons em 2s e 2p. O 3º possui 8 elementos, vai do Na (Z=11) até Ar (Z=18), com elétrons em 3s e 3p. O 4º com 18 elementos, vai do K (Z=19) até o Kr (Z=36), com elétrons 4s, 3d e 4p. O 5º com 18 elementos, vai do Rb (Z=37) até o Xe (Z=54), com elétrons 5s, 4d e 5p. O 6º com 32 elementos, vai do Cs (Z=55) até o Rn (Z=86), com os últimos subníveis 6s, 4f, 5d e 6p preenchidos. O 7º com 17 elementos, os actinídeos, vai do Fr (Z=87) até o Lr (Z=103), com os últimos subníveis 7s, 5f e 6d preenchidos. TABELA PERIÓDICA 2 Tabela periódica Os elementos dispostos na mesma coluna têm propriedades químicas similares e constituem as famílias ou grupos. Por exemplo, He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn constituem o grupo dos gases nobres; Li, Na, K, Rb, Cs e Fr, os metais alcalinos; F, Cl, Br, I e At, os halogênios; Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra os metais alcalinos-terrosos. Na Figura 1.8 é apresentada a Tabela Periódica dos elementos químicos. TABELA PERIÓDICA 2 Tabela periódica Atualmente existem mais 8 elementos com Z = 113 até 118, com símbolos ainda não definidos pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), mas que em algumas tabelas são designados por: Uut, Fl, Uup, Lv, Uus e Uuo. Estes elementos são metais sintéticos obtidos por reações nucleares com íons pesados, são radioativos e os seus últimos elétrons preenchem os subníveis 5f, 6d e 7s. Além destes, existem mais 12 elementos pesados com Z=104 até Z=118, todos radioativos, cujas propriedades químicas e físicas ainda não estão bem definidas. Na Tabela Periódica são apresentados os nomes, os métodos de obtenção e algumas das características dos elementos Z = 97 a 115, todos radioativos. TABELA PERIÓDICA 2 Tabela periódica TABELA PERIÓDICA 2 Tabela periódica TABELA PERIÓDICA 2 Tabela periódica Exercicios: Utilizando a tabela periódica, mostre quais são A, Z e N de todos elementos descritos na tabela periódica. Isotopia 03. ISOTOPIA 3 Isotopia O fenômeno ISOTOPIA, diz que quase todo elemento químico natural, ou não, é formado por uma mistura de isótopos, muitas vezes nessa mistura encontramos nuclídeos instáveis, denominados de radioisótopos ou radionuclídeos. Átomo = prótons + nêutrons + elétrons Número atômico (Z) = corresponde ao número de prótons no núcleo do átomo. Número de massa (A) = corresponde ao número de prótons somado ao de nêutrons. 3 mil isótopos instáveis, sendo 80 naturais e os demais artificiais. ISOTOPIA 3 Isotopia O fenômeno ISOTOPIA, diz que quase todo elemento químico natural, ou não, é formado por uma mistura de isótopos, muitas vezes nessa mistura encontramos nuclídeos instáveis, denominados de radioisótopos ou radionuclídeos. Átomo = prótons + nêutrons + elétrons Número atômico (Z) = corresponde ao número de prótons no núcleo do átomo. Número de massa (A) = corresponde ao número de prótons somado ao de nêutrons. 3 mil isótopos instáveis, sendo 80 naturais e os demais artificiais. ISOTOPIA 3 Isotopia Isótopo radioativo ou radioisótopo, aquele que é instável, ou seja, é passível de sofrer um processo chamado decaimento radioativo ou desintegração radioativa. Radiação gama (γ) Partículas alfa (α) Partículas beta menos ou beta mais (β +/-) Nêutrons (n) O processo de decaimento ou desintegração prossegue até o isótopo se tornar estável. ISOTOPIA 3 Isotopia ISOTOPIA 3.1 Radiação X Radioatividade RADIAÇÃO: É a emissão e propagação de partículas ou ondas originadas sejam de substâncias radioativas, fontes de ondas eletromagnéticas ou sonoras e que viajam através do espaço e da matéria. RADIOATIVIDADE: É a propriedade de determinados elementos químicos, naturais ou não, de produzir radiação. ISOTOPIA 3.2 Meia Vida Meia vida física É definida como o tempo que metade dos núcleos de uma amostra radioativa leva para se desintegrar, decair. ISOTOPIA 3.2 Meia Vida Meia vida biológica Tempo necessário para o organismo eliminar metade dos nuclídeos incorporados nele. Associando as duas, temos a “Meia vida efetiva”, dado de suma importância na dosagem de radionuclídeos que serão administrados ao paciente. ISOTOPIA 3.2 Meia Vida ISOTOPIA 3.2 Meia Vida Exercícios: Seguindo a tabela anterior, calcule todas as meias vidas dos elementos ali demonstrados.
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