Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO PARA PROVA - AV1 ANTROPOLOGIA – AULA 1 A ciência da cultura humana: É o campo do saber que se dedica a estudar e investigar as origens históricas, o desenvolvimento e as semelhanças entre as diversas sociedades humanas, assim como suas diferenças. Humanos e a cultura: Para pensar as sociedades humanas, a antropologia busca detalhar, tanto quanto possível: Os seres humanos: a) Em seus aspectos físicos, b) Na sua relação com a natureza, c) Em sua especificidade cultural. Posicionamento sobre a antropologia Ela divide-se em diferentes áreas de estudo, com objetivos definidos e interesses teóricos próprios: 1. Antropologia Física (Paleontológica e Biológica): 1.1 Onde se inclui a paleontologia humana que: Estuda a origem e a evolução humana através do conhecimento das formas fósseis do passado até o homem moderno. 1.2. Antropologia biológica: parte dos estudos do ser humano que realiza a medição de crânios, por exemplo. Além de esqueletos e outros aspectos físicos. Busca diferenciadores entre as sociedades humanas e em geral desenvolveu teorias para demonstrar a existência de diferentes raças humanas (racismo). 2. Arqueológica A “Arqueologia” (2) se volta para uma série de elementos que ficaram como vestígios do passado. O ser humano é o único que universalmente usa utensílios (é uma característica nossa) para sua sobrevivência 3. Antropologia Social ou Cultural. Estudo das dimensões simbólicas e materiais da vida social Há uma evolução nas temáticas que são abordadas porque o próprio objeto evolui, se modifica e transforma. 4. Linguística Evolucionismo e antropologia O evolucionismo (nas sociedades humanas) marca as ciências sociais no século XIX, em especial a antropologia. Ele se concretiza com a defesa de ideias que tentam demonstrar a existência de um Darwinismo Social (por volta de 1870 em diante) As mesmas leis de seleção natural das espécies que se aplica às plantas e animais são então aplicadas para analisar a sociedade ANTROPOLOGIA – AULA 2 Escola Difusionista Difusionismo: Vê a diversidade de culturas humanas através de um prisma da difusão a partir de uma região de origem ou seja, a diversidade de culturas é fruto de um paulatino distanciamento de um centro comum. Por esse motivo, haveriam semelhanças entre algumas sociedades estudadas. No seu modo de produção, de fazer a guerra, de alimentação, de vestimenta, etc. A aquisição desses aspectos advindos de outras culturas, não impediu que fossem adicionadas diferenças marcantes, que moldaram novas culturas ao longo do tempo e pelo distanciamento A ambição das teorias antropológicas é de conseguir interpretar da forma mais exata a diversidade de sociedades humanas. Os epicentros que irradiaram técnicas e aspectos culturais para outras regiões permitem interligar essas diferentes sociedades. Isso quer dizer que é uma forma de interpretação, universalmente aplicável, para a antropologia. O Difusionismo entende, portanto, que as grandes inovações geradas pelas sociedades humanas, a criação de algo novo, é um fato raro na história Isso implica que as sociedades aprendem com as outras, sejam elas nômades ou sedentárias, vizinhas ou não. O Difusionismo se desenvolve como uma resposta ao evolucionismo, refutando-o. Os autores dessa escola se dedicaram muito a desmontar os argumentos do evolucionismo. Ao demonstrar que não há uma hierarquia entre as culturas, mas uma interação universal, ele atinge esse objetivo. Existe congruência entre elas do ponto de vista de uma origem compartilhada O ser humano “não é criativo” Há uma grande raridade da inventividade humana Enfatiza a importância dos contatos realizados com outras culturas, levando em conta o momento histórico e o local Podemos falar então de “empréstimos de traços culturais” A antropologia cultural e Franz Boas Franz Boas é considerado o pai da antropologia norte americana. Ele começa a ter interesse pela antropologia a partir de sua participação de uma expedição geográfica no norte do Canadá. Ele estuda a sociedade esquimó como primeira experiência. Seus costumes e língua. Ele vai “fundar” a antropologia norte americana, baseado na Universidade de Columbia, na cidade de Nova Iorque Ele forma uma geração importante de antropólogos da geração posterior à sua Boas e a valorização do trabalho de campo Franz Boas é o autor mais importante dessa escola, portanto Há outro aspecto que ele incorpora. Ele vai desenvolver o conceito de historicismo É um difusionismo que vai incorporar aspectos históricos (chamado de particularismo histórico). Esse tinha o objetivo de melhor explicar como surgem as sociedades humanas, sua diversidade e como se deve estudá-las. Boas e o trabalho de campo Franz Boas: a cultura é um conjunto de crenças, costumes e instituições sociais que caracterizam e individualizam as diferentes sociedades. Ele é o herdeiro do conceito alemão de "Kultur" (civilização), o que dá o significado de "totalidade espiritual integrada”. A antropologia americana herdou esse conceito. A Escola Funcionalista Definição: A Escola Funcionalista As sociedades humanas e suas respectivas culturas existem como todos orgânicos, constituídas de partes interdependentes. Essas não podem ser compreendidas separadamente. E a análise é feita sobre as relações entre esses aspectos, suas relações umas com as outras e o sistema sociocultural. Dentre essas partes, podemos citar: economia, política, trabalho, religião, educação, rituais, sistemas de parentesco, etc. Visão Geral. Bronislaw Malinowski (1884-1943): as instituições desempenham funções específicas e, assim, contribuem para sustentar a ordem social. Radcliffe-Brown (1881-1955): as sociedades são totalidades integradas de instituições que têm por função satisfazer necessidades básicas de alimentação, segurança, abrigo e manutenção da vida social A Escola Funcionalista Há uma modificação no paradigma da antropologia, que passa a estudar os fatos culturais de cada grupo em relação às próprias instituições desse grupo (Alzira Macedo) Recebe reconhecimento e se consolida sobretudo a partir da década de 1930. Não foca mais em uma discussão sobre a origem, ou na realização de uma interpretação histórica, mas na lógica interna do sistema, ou seja, é sincrônica (relativa a um momento específico – em oposição à diacronia, que é referente ao longo prazo) E pensa em termos de organismo – um todo organizado ou, um sistema. Tem uma idéia de totalidade Os pioneiros Bronislaw Malinowski, nascido em 1884 (1942) na Polônia Ele realizou o trabalho de pesquisa mais importante dele nas ilhas Trobriand no que hoje é o país Papua Nova Guiné (entre 1915 e 1918) O conceito de função Para Malinowski em cada tipo de civilização, cada costume, cada objeto material, cada ideia e crença preenche alguma função vital, tem alguma tarefa a desempenhar, representa uma parte indispensável num todo funcional. (Alzira Macedo) O conceito de função, de acordo com Malinowski se refere ao papel que desempenha cada aspecto específico de uma sociedade em relação ao resto da cultura. Que sempre está orientada à satisfação das necessidades humanas, isto é, à sobrevivência. A pesquisa nas ilhas Trobriand Ele desenvolve o método de “pesquisa participativa” A escola inglesa (que se posiciona como empírica) reconhece esse longo trabalho de campo. Nessa pesquisa, entre várias visitas, ele fica 4 anos junto com os Trobriandeses Dentre suas obras as mais famosas são "Os Argonautas do Pacifico Ocidental" e "A Vida Sexual dos Selvagens" O ritual do Kula Relação doador - recebedor / recebedor - doador Onde há relações de hospitalidade, proteção e solidariedade Há uma relação de reciprocidade, sem trocas econômicas Há uma hierarquia. Os maisimportantes líderes possuem uma rede muito larga de relacionamento, mantendo relações de trocas com várias dezenas de pessoas de outras comunidades Trata-se de uma experiência de troca, que envolve aspectos de sustentação da coesão cultural das comunidades ilhotas A cultura enquanto coerção Para ele o surgimento da cultura está relacionado à proibição do incesto Ele vê̂ que o relacionamento incestuoso, enquanto proibição, está no origem de outros aspectos da vida social e daquilo que podemos chamar de cultura Quanto ao pensamento, ele não é isolado e se relaciona, em termos inter- geracionais. Já observamos aqui a presença do pensamento de Freud O incesto Evitar o incesto está portanto na origem das regras sociais e da coerção que vão definir de forma intergeracional, ou seja enquanto instituição social, as regras de comportamento Essa coerção está portanto na origem do surgimento de um conjunto maior, que vai envolver todos os aspectos da vida de uma população Ele vê que a passagem do período infantil para o adulto (nos termos de repressão dos impulsos sexuais) é mais gradativa no mundo ocidentalizado Pioneiros Alfred Radcliffe-Brown, inglês, nascido em 1881 (1955) Apesar de ser considerado um dos pais do funcionalismo, ele rejeita o trabalho de Malinowski, que ele acha de certo modo romântico Para ele, a unidade fundamental da antropologia são os processos da vida humana O que leva a uma discussão sobre o que provoca a estabilidade de uma cultura A linha de trabalho de Radcliffe-Brown, encampa o conceito de estrutura social. Com efeito, para este autor não há função sem estrutura. Por estrutura se entende uma série de relações unificadas, na qual a continuidade se conservaria através de um processo vital composto pelas atividades das unidades constitutivas. Sabe-se que existem requisitos prévios ou uma série de condições necessárias para a sobrevivência de uma sociedade ou a manutenção de uma estrutura. Assim, de acordo com a teoria funcionalista, certas formas culturais ou sociais são indispensáveis para que algumas funções possam desempenhar- se. O Funcionalismo Estrutural Porque algumas estruturas das práticas sociais são repetidas e parecem desse modo serem fixas? Ele entendia que os principais aspectos sociais não são conflitos, mas aqueles que se apoiam e estruturam uma dada cultura Então para ele a função de uma prática/aspecto social é de sustentar o conjunto da cultura Campo nas Ilhas de Adamã O Funcionalismo É portanto uma escola teórica que interpreta os diferentes aspectos de uma cultura a través da função que ela exerce na manutenção da vida social e em um sistema cultural Uma visão que remete ao funcionamento de organismos vivos E traz a grande contribuição de colocar o trabalho de campo no centro do trabalho do antropólogo. Exemplo: O Funcionalismo: A importância da língua. Seu uso não como uma expressão do pensamento, mas um aspecto – a comunicação entre as pessoas, que tem uma função específica O que é dito deve ser interpretado de acordo com seus usos Fato Social - Durkheim Um conceito importante: o Fato social De acordo com Durkheim, o fato social em uma sociedade deve ter ocorrência bastante difundida Ou seja, que tenha como ser definido como algo regular, mas importante o suficiente para ser de largo uso coletivo E que está acima das consciências individuais. Conceito de Fato Social Fato social: Conceito de Fato Social a) Deve ser generalista, deve ser frequente e estar presente em toda população b) Exterioridade: Ele deve ser exterior à pessoa, aos indivíduos c) Poder de coerção: não se trata de uma escolha individual, mas é uma combinação de diferentes aspectos, que podem ser históricos, econômicos, geográficos, políticos... d) Intergeracional: ele deve se perpetuar ao longo do tempo de geração em geração e não ser apenas um fato isolado, corriqueiro. Um exemplo é o casamento/ matrimônio: Envolve toda uma série de aspectos sociais externos às pessoas; parentesco; vida social, etc. Formas de controle, coerção ANTROPOLOGIA – AULA 3 Conceito de Fato Social Autor importante: Émile Durkheim * Ele é sociólogo, mas seus conceitos foram usados pela antropologia De acordo com Durkheim, um fato social em uma sociedade, para ser operacional, deve ter ocorrência amplamente difundida. É necessário que seja um aspecto da sociedade regular e importante o suficiente para ser presente coletivamente. É algo que está acima das consciências sociais. Características defindoras dos Fatos Sociais: a) Coerção Social: não se trata de uma escolha individual. É uma força exercida sobre os indivíduos, que os condiciona a seguir regras e normas da sociedade “independentemente de sua vontade ou escolha.” É uma combinação de vários aspectos que possuem origens que podem ser históricas, econômicas, geográficas, etc. Os atos infracionais, codificados no direito, podem ser objeto de julgamento e punição por exemplo. Mas a coerção social vai além dos códigos jurídicos. Lembrem da língua, das instituições de ensino nas quais fomos inseridos/as, das regras vestimentais, do comportamento em públíco, etc. b) Exterioridade: os fatos sociais não constituem experiências individuais. Eles atuam independentemente da vontade e das escolhas realizadas por cada pessoa. O termo “exterior” ase refere a isso. c) Generalidade: o fato social abarca a totalidade das pessoas de uma coletividade ou sociedade e não apenas alguns indivíduos. Podemos lista toda uma série de Fatos Sociais tais como Durkheim os define. Façam o exercício de enumerar mentalmente alguns. Um exemplo fácil, o matrimônio: Ele envolve toda uma série de aspectos sociais externos às pessoas: parentesco, vida em sociedade, regras de comportamento na cerimônia, publicidade do ato, etc... Esse autor explica: “Quando, pois, procuramos explicar um fenômeno social, é preciso buscar separadamente a causa eficiente que o produz e a função que desempenha” Ou seja, ele conseguiu organizar um método pra refletir sobre uma característica inerente a todas as sociedades humanas. Seu entendimento será retomado, sobretudo pelos autores de origem francesa, como Lévi-Strauss. O Estruturalismo Autor principal na antropologia: Claude Lévi-Strauss Ele faz a comparação entre dezenas de versões variantes de uma mesma narrativa coletadas em uma larga área: Por exemplo: sobre a organização do parenteso, as formas de matrimônio, a religião, entre outros E com isso, busca encontrar as estruturas básicas dessas narrativas. Ele percebe que muitas vezes essas se expressam por oposições (temos um pensamento binário). Sobre o estruturalismo antropológico, ele vai explicar: 1) Por trás da elaboração de significados pelo ser humano há estruturas universais fundamentais 2) O ser humano possui uma mesma estrutura psíquica, o que torna possível verificar os mesmos fenômenos (culturais) em diferentes lugares do mundo 3) A estrutura é estática, imutável e universal, independentemente da realidade cultural de cada um 4) A estrutura é formal e não histórica 5) O estruturalismo está em busca de regras gerais para todas as culturas, a partir de uma análise lógica e não necessariamente empírica (é racionalista). 6) Lévi-Strauss explica que, “as relações sociais são a matéria-prima empregada para a construção de modelos que tornam manifesta a própria estrutura social” 7) Há temas e mitos universais, organizados em torno de opostos: quente e frio, animal e humano, cru e cozido. Obs: É por meio desses conceitos “binários” opostos que a humanidade adquire uma compreensão do mundo. Enquanto Método de Pesquisa Antropológica, o estruturalismo: Busca: a) uma estrutura inconsciente (que seria universal); b) a apreensão de certos sistemasdesta estrutura; c) a elaboração de leis gerais. A análise estrutural demonstra igualmente que: a) O sentido dos termos (das palavras) é definido por relações, ou seja, ele é relacional: Os sons das palavras: cada uma delas faz sentido se em oposição à outra. Isso de um ponto de vista unitário. Quando colocamos um conjunto de várias dessas oposições, temos um resultado altamente complexo. É apenas quando você tem um conjunto amplo, um “vocabulário” de termos que você pode identificar os mais diferentes sentidos. Obs. Essa é uma breve explicação de “relacional” b) O pensamento é caracterizado por oposições Oposições ou dicotomias: São igualmente chamados no trabalhode Lévi-Strauss de binários. Dentre esses binários podemos incluir por exemplo: homem/mulher; eles/nós; cru/cozido; etc. Uma observação relevante: Lévi-Strauss vai afirmar que não é possível iniciar com significados individuais e depois construir o sentido de todo um sistema. É necessário partir de um sistema (vemos aqui a perspectiva da estrutura básica) e depois trabalhar com significados individuais c) O estudo dos mitos é uma fonte que ajuda a visualizar essas hipóteses Os mitos são estruturas (relatos) próprias aos seres humano: e são universais. Eles não são óbvios, ou aparentes de imediato. E por isso precisam ser analisados com metodicamente. Os mitos superam as oposições e trazem uma saída explicativa em seu desfecho para essa característica binária do pensamento e da cultura. O Mito de Édipo da antiga Grécia pode ser lembrado aqui: trata-se de uma história trágica em que um filho (Édipo) se relaciona matrimonialmente com sua genitora. O desfecho do mito descreve o garoto Édipo se martirizando fisicamente e moralmente. O mito conta desse modo a proibição do incesto, um tema comum a todas as culturas humanas. O Estruturalismo e a contribuição da Linguística e da Psicanálise A estrutura no pensamento linguístico de Saussure: Disciplinas teóricas já vistas, como a semiótica, podem nos ajudar a apreender o sentido de estruturalismo: A teoria dos signos de Saussure faz referência a dois elementos básicos: um signicado e um significante a) o significado é o objeto (ou conceito) do mundo real (como uma bicicleta) b) o significante é a palavra (ou som) em uma língua vernacular que faz referência a esse objeto (bicicleta, bike, vélo, etc.) É apenas com a união dos dois elementos que há produção de sentido que nos permite nos comunicarmos A linguística portanto vai aportar para o estruturalismo essa ideia forte de que temos um aparato formal que nos identifica enquanto seres humanos, de maneira universal. Trata-se de uma estrutura que remete aqui a nossa capacidade de produzir e emitir símbolos. Somos seres simbólicos. A estrutura da psiquê humana no pensamento de Freud: A psicanálise freudiana vai nos explicar que temos igualmente uma estrutura formal universal, que nos caracteriza enquanto humanidade. Essa estrutura tem três componentes, localizados e três níveis de consciência. Vamos começar recordando desses três níveis de “consciência”. a) o inconsciente: é onde se localizam aquilo que Freud chama de pulsões, que são as “forças que estimulam o corpo a liberar energia mental”. São nossos instintos, a parte mais próxima de nossas origens enquanto espécie animal. Os instintos podem ser: de autopreservação (ou libido), que possui um forte componente sexual. Ou instintos destrutivos (de morte). O inconsciente não é acessado, nem pelas sessões de psicanálise. b) o pré-consciente, é onde estão os elementos da nossa psicologia, que não são totalmente inconscientes e que podem ser acessados pelo consciente (através das sessões de psicanálise). c) o consciente, é aquilo que identificamos como a nossa consciência no momento presente, que usamos e acessamos de forma intencional, enquanto memória por exemplo e que pode ser controlado por nós. É a forma como nos relacionamos com o mundo externo. É a menor parte da nossa psiquê. A “cartografia”do aparato psicológico humano de Freud: Além dos três níveis da consciência, Freud vai explicar que temos três elementos constitutivos de nossa vida mental. São aquilo que ele chamou de Id, Ego e Superego. A ligação desses com a antropologia é automática, em particular quando se refere à tendência instintiva de parte da psiquê humana à satisfação dos desejos sem regras (sociais) e a imposição dessas (regras) por uma outra parte da mesma. Vamos ver isso mais abaixo: i) o Id: constitui o reservatório de energia psíquica onde estão as pulsões de vida e de morte. É regido pelo princípio do prazer, ou seja, é a parte da nossa estrutura mental que quer a liberdade absoluta com ausência de qualquer controle. Os desejos do ID podem estar relacionados a impulsos de violência ou libido sexual. O Id está localizado em sua totalidade no inconsciente. ii) o Superego: Ele é a nossa consciência moral, a que vai colocar limitações aos desejos desenfreados do Id. Origina- se com o complexo do Édipo, a partir da internalização das proibições sociais, dos limites e da autoridade (coerção e surgimento das culturas, lembram?). Eles tem duas funções relevantes: inibir, através de punição ou sentimento de culpa, impulsos contrários às regras sociais e forçar o Ego a se comportar de uma forma moral; iii) o Ego: É o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do Id e as exigências da realidade. É a nossa personalidade, que toma decisões. É aquilo que nós somos, nosso referencial psicológico. O Ego torna as vontades do Id palatáveis, tornando seus impulsos “civilizados”.
Compartilhar