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Disciplina: ABS 6 Data: 21/07/2020 Curso: Medicina / UFC Alimentação O aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses de vida (recomendação OMS e SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria). Na impossibilidade de aleitamento materno, usa-se fórmula infantil. Uma consequência da introdução de alimentos sólidos antes dos 4 meses, é que essa criança terá 6 vezes mais chances de sobrepeso aos 3 anos. Cabe lembrar que as primeiras experiências de uma criança com um alimento podem não ser muito animadoras, então é necessário paciência para entender que esse é o ritmo natural dela. A criança deve comer no seu próprio ritmo e deve-se propiciar um ritual de alimentação tranquilo e acolhedor. Mesmo com a introdução de outros alimentos (AC – alimentação complementar), o aleitamento materno deve ser prosseguido até os 2 anos de idade ou mais. Na impossibilidade de sua continuação, uma fórmula de seguimento deve ser utilizada. Alimentação complementar Ela será iniciada a partir dos 6 meses de idade, devendo ser constituída de alimentos ricos em energia. Deve incluir ferro, cálcio, zinco, vitaminas A e C e ácido fólico. Os pais devem evitar a adição de sal e açúcar e os alimentos devem ser livres de contaminação. Muito importante respeitar a maturidade neurológica e fisiologia da deglutição, além do respeito a saciedade da criança (não adianta forçar a criança a raspar o prato, caso ela não queira). No sexto mês poderá ser dado frutas (amassadas ou raspadas) à criança e primeira papa da refeição principal. A partir do sétimo/oitavo mês poderá ser dada a segunda papa com ovo e peixe. Por volta do 9/11o mês, gradativamente a refeição da criança será igualada com a da família, claro que ajustando a consistência. Com 1 ano de idade a criança já pode comer a comida da família (adequando o que for necessário). Diversidade alimentar versus alergia Quanto mais diversa a alimentação da criança (no primeiro ano de vida), menor será a chance de ela desenvolver alergias, por isso, desde a primeira papa, deve-se estabelecer uma refeição que tenha tubérculos ou cereais, leguminosas, hortaliças e carnes. Os cuidadores devem preconizar uma dieta diversificada e com grande oferta de proteínas heterólogas (carne vermelha, frango, peixe e ovo), além de glúten, isso é feito com a finalidade de desenvolvimento de tolerância e redução do risco de alergenicidade. Cabe ressaltar que a introdução do glúten < 3 meses de vida ou > 7 meses, naqueles com predisposição genética, aumenta o risco de doença celíaca. Essa introdução também parece estar relacionada com maior risco de desenvolvimento de DM1. Disciplina: ABS 6 Data: 21/07/2020 Curso: Medicina / UFC O ganho ponderal precoce, ou seja, abaixo dos 3 anos de idade, aumenta em 2/3 vezes o risco de obesidade na vida escolar e adulta. Pirâmide Alimentar A pirâmide alimentar é dividida em 4 níveis (da base até o topo). O primeiro nível corresponde aos alimentos que vão constituir a maior parte da dieta da criança, sendo representado por cereais, tubérculos, pães e raízes. O segundo nível é constituído das frutas, legumes e verduras. O terceiro é representado por leites, Disciplina: ABS 6 Data: 21/07/2020 Curso: Medicina / UFC iogurtes e queijos; carnes, ovos e feijões. Já o último é formado por óleos e gorduras; açúcar e doces. A criança difícil Há certas crianças que costumar “dar” um show toda vez que precisam se alimentar, são as chamadas crianças difíceis. É aquela que chora, esperneia e se recusa a comer. O pediatra deve orientar aos pais que eles devem respeitar o ritmo da criança, por exemplo, ao invés de obrigá-la a se alimentar em determinados horários, espere até que ela tenha fome, assim a alimentação será mais natural. Outro ponto é não obrigar a criança a comer muito, não é obrigatório raspar o prato para que o seu filho cresça de maneira saudável, ele deverá comer a quantidade que o satisfaça. Orientar via exemplo também é importante, quando a criança visualiza os pais comendo de forma saudável, ela se sente motivada a fazer o mesmo. Também é essencial transformar a hora da alimentação em um momento prazeroso, evita-se ao máximo pressionar a criança ou utilizar de agressividade para convencê-la. Lembrando que a mudança é gradual e requer paciência dos cuidadores. Sobrepeso e obesidade O sobrepeso e a obesidade são problemas de saúde cada vez mais prevalentes na população pediátrica, sendo um dos fatores a mudança de padrão alimentar da população (alimentação cada vez mais baseada em alimentos industrializados). Sedentarismo, fastfood e os meios eletrônicos (já que a criança/adolescente fica cada vez mais em frente a tela) também contribuem. Os vilões são comportamento sedentário, comer fora, inúmeros lanchinhos durante o dia, pular o café da manhã e bebidas açucaradas. A estratégia de combate ao sobrepeso/obesidade é baseada em alimentação saudável e prática de exercícios físicos.
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