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Joel Câmara de Carvalho Filho
Ranilson Carneiro Filho 
EletromagnetismoD I S C I P L I N A
Eletrostática
Autores
aula
02
Carvalho Filho, Joel Câmara de.
Eletromagnetismo / Joel Câmara de Carvalho, Ranilson Carneiro Filho. – Natal, 
RN: EDUFRN, 2009.
13 v.
284 p.
ISBN: 978-85-7273-527-8
Conteúdo: Aula 01 – O eletromagnetismo; Aula 02 – Eletrostática; Aula 03 
– O campo elétrico; Aula 04 – A Lei de Gauss; Aula 05 – O potencial elétrico 
(Parte 1); Aula 06 – O potencial elétrico (Parte 2); Aula 07 – Capacitância; 
Aula 08 – Corrente e resistência elétricas; Aula 09 – Circuitos de corrente 
contínua; Aula 10 – O campo magnético; Aula 11 – A Lei de Ampère; Aula 
12 – A Lei de Faraday e as equações de Maxwell; Aula 13 – Aplicações do 
eletromagnetismo.
1. Física. 2. Eletricidade. 3. Magnetismo. I. Carneiro Filho, Ranilson. II. Título. 
CDD 530
RN/UF/BCZM 2009/48 CDU 53
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida
sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”
Coordenadora da Produção dos Materiais
Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfi co
Ivana Lima
Revisores de Estrutura e Linguagem
Eugenio Tavares Borges
Janio Gustavo Barbosa
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Revisora das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Revisores de Língua Portuguesa
Flávia Angélica de Amorim Andrade
Janaina Tomaz Capistrano
Kaline Sampaio de Araújo
Samuel Anderson de Oliveira Lima
Revisoras Tipográfi cas
Adriana Rodrigues Gomes
Margareth Pereira Dias
Nouraide Queiroz
Arte e Ilustração
Adauto Harley
Carolina Costa
Heinkel Hugenin
Leonardo Feitoza
Diagramadores
Ivana Lima
Johann Jean Evangelista de Melo
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Vitor Gomes Pimentel
Adaptação para Módulo Matemático
Joacy Guilherme de A. F. Filho
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a Distância
Vera Lucia do Amaral
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Aula 02 Eletromagnetismo 1
1
2
3
4
Apresentação
Nesta aula, iniciaremos um estudo quantitativo da eletricidade. Introduziremos o conceito de carga elétrica, estudaremos os fenômenos onde as cargas estão estacionárias (eletrostáticos) e, em particular, a força elétrica entre corpos carregados (Lei de 
Coulomb). Veremos também a noção de materiais isolantes e condutores elétricos. Finalmente, 
vamos aprender como calcular a resultante da força quando mais de uma força elétrica atua 
sobre uma carga, o chamado princípio da superposição.
Objetivos
Introduzir os princípios básicos dos fenômenos elétricos. 
Compreender o conceito de carga elétrica.
Saber diferenciar condutores, isolantes e estudar os 
processos de eletrização.
Entender o conceito de força elétrica (Lei de Coulomb) e 
o princípio da superposição.
Aula 02 Eletromagnetismo2
Carga elétrica
De acordo com os modelos atuais, existem quatro forças fundamentais na Natureza, sendo denominadas como forças do tipo: gravitacional, eletromagnética, nuclear fraca e nuclear forte. As duas primeiras regem, respectivamente, os fenômenos gravitacionais 
e elétricos enquanto que as duas últimas estão ligadas à radioatividade e à estrutura nuclear 
dos átomos, respectivamente. As forças gravitacional e elétrica estão presentes no nosso 
dia-a-dia e envolvem duas propriedades fundamentais da matéria: a massa e a carga elétrica, 
respectivamente.
A massa de um objeto, uma das propriedades mais conhecidas da matéria, defi ne a 
força gravitacional que o mesmo exerce sobre o outro. De acordo com a lei da gravitação 
universal, aula 10 (As Leis de Kepler e a gravitação) de Astronomia, a força de atração entre 
dois corpos é diretamente proporcional ao produto das suas massas. A massa está ligada a 
todos os fenômenos mecânicos. Por exemplo, você já estudou que quando exercemos uma 
força sobre um determinado objeto, ele adquire uma aceleração diretamente proporcional a 
esta força, mas, inversamente proporcional à sua massa. Assim, quanto maior a massa de 
um corpo, menor será a sua aceleração para uma dada força. Essa é a essência da segunda 
lei de Newton da mecânica. No Sistema Internacional de medidas (SI), a massa de um corpo 
é geralmente medida em quilogramas (kg); no MKS, em gramas (g); e no CGS, com equação 
dimensional representada por M.
A outra propriedade importante da matéria, relacionada à força elétrica, é a carga 
elétrica. Alguns objetos quando atritados adquirem a capacidade de atrair ou repelir pequenos 
fragmentos de papel, plástico ou outros materiais. Dizemos, então, que o objeto adquiriu uma 
“carga elétrica”. Através de experiências num laboratório, pode-se verifi car que a força de 
atração ou repulsão entre dois objetos é proporcional ao produto das suas cargas elétricas. A 
carga é usualmente representada pela letra Q ou q e a sua unidade no Sistema Internacional 
(SI ou MKS) é o “Coulomb”, abreviada pela letra C. A equação dimensional da carga é IT 
(corrente × tempo).
Existem dois tipos de cargas: cargas positivas (+) e cargas negativas (–). A carga elétrica 
tem origem nas partículas elementares que constituem os átomos. Estes são feitos de três 
tipos de partículas: elétrons, prótons e nêutrons. Os nêutrons não possuem carga elétrica 
enquanto que os elétrons têm carga negativa e os prótons carga positiva. As cargas do próton 
e do elétron possuem o mesmo valor absoluto, denominada de “carga elementar”, representada 
por e. Seu valor é:
|e | = 1,6 × 10–19C.
Na Figura 1, vemos uma ilustração do átomo de hélio que contém dois prótons e dois 
nêutrons no seu núcleo e dois elétrons “orbitando” o mesmo.
Aula 02 Eletromagnetismo 3
Figura 1 – Ilustração esquemática do átomo de hélio 
Propriedades da carga elétrica
Nós sabemos que a força gravitacional é sempre atrativa. A força elétrica é diferente. 
Verifi ca-se, experimentalmente, que a interação entre as cargas depende do sinal das mesmas: 
cargas elétricas de sinais opostos sofrem uma atração enquanto que cargas elétricas de sinais 
iguais sofrem uma repulsão. A Figura 2 ilustra esta propriedade.
Figura 2 – Força elétrica entre duas cargas
A carga elétrica não pode ser criada nem destruída. A esta propriedade damos o nome de 
conservação da carga. Podemos enunciá-la assim: “num sistema isolado, a quantidade de carga 
total do sistema permanece constante no tempo”. Quando um objeto é carregado estamos 
apenas transferindo cargas do mesmo ou para o mesmo. Uma vez carregado, podemos tornar 
sua carga nula (neutralizá-lo), transferindo para ele igual quantidade de carga de sinal oposto. 
Ou seja, a carga inicial do objeto não foi destruída, apenas neutralizada.
Uma outra propriedade importante é a quantização da carga: “qualquer quantidade de 
carga é múltiplo inteiro do módulo da carga do elétron |e | = 1,6 × 10–19C ”. Ou seja, a carga 
Aula 02 Eletromagnetismo4
Atividade 1
de um corpo carregado pode ser expressa como q = ± N |e|, com N = 0,1,2,3,... (o sinal (+) é 
usado para as cargas positivas e o sinal (–) para as negativas). Normalmente, não percebemos 
esse fato porque a carga elementar ou carga do elétron é muito pequena.
Exemplo 1
UEL 1997 – Uma esfera isolante está eletrizada com uma carga q = –3,2 mC (1mC = 10–6C).
a) Ela ganhou ou perdeu elétrons ao ser eletrizada? Explique.
b) Qual o valor desta quantidade de elétrons?
Solução
a) Ganhou. Como a esfera está carregada negativamente e são os elétrons que possuem 
mobilidade nos átomos, ao ganhar elétrons, ela fi cou com excesso de cargas negativas.
b) A quantidade de elétrons pode ser calculada daseguinte forma:
|q| = N |e| ⇒ N = |q||e| =
3, 2 × 10−6
1, 6 × 10−19 = 2, 0 × 10
13 elétrons.
Quando você liga um televisor, o material que reveste a tela internamente perde 
uma grande quantidade de elétrons e se torna eletricamente carregado. Você pode 
verifi car a presença dessa carga aproximando o braço da tela e notando como os 
pêlos fi cam “em pé”. Qual é o sinal da carga adquirida pela tela?
Aula 02 Eletromagnetismo 5
Processos de eletrização
Toda matéria é feita de átomos e os átomos são feitos de elétrons e prótons e, portanto, contêm cargas elétricas. Contudo, os objetos materiais, normalmente, não se apresentam carregados. Acontece que um átomo, no seu estado natural, é eletricamente neutro, isto 
é, tem igual número de prótons e elétrons em seu interior, de forma que a carga resultante é 
zero. Dizer que um corpo “está carregado”, signifi ca que ele tem excesso de prótons (carregado 
positivamente) ou excesso de elétrons (carregado negativamente).
Existem diferentes modos que permitem que um corpo fi que eletricamente carregado, 
são os chamados processos de eletrização. No nosso estudo, descreveremos em detalhes 
os processos de eletrização por atrito, contato e indução. Além desses processos, temos 
também como formas de separar ou transferir cargas, produzindo eletricidade estática: 
a polarização, a piezeletricidade e a piroeletricidade, que necessitariam de uma análise mais 
ampla para a sua descrição.
(1) Atrito
Quando dois materiais não condutores são atritados um contra o outro, eles fi cam 
eletrizados. Nesse caso, um material ganha elétrons e fi ca carregado negativamente enquanto 
o outro perde elétrons e fi ca carregado positivamente. Um bastão de plástico atritado com 
uma lã fi ca carregado negativamente. Passe um pente por diversas vezes no cabelo e ele 
fi cará carregado negativamente. Você pode verifi car isso, aproximando-o de pequenos 
fragmentos de papel. Eles serão atraídos pelo pente. Um bastão de vidro atritado com seda 
fi cará carregado positivamente.
(2) Contato
Na eletrização por contato, um corpo condutor carregado entra em contato com um 
outro neutro. Na Figura 3, apresentamos duas situações distintas para exemplifi carmos esse 
processo. Em (A), temos um bastão carregado negativamente e uma esfera neutra. Quando 
os dois entram em contato, parte dos elétrons do bastão é transferida para a esfera que fi ca 
carregada negativamente, conforme visualizado em (B). A carga do bastão diminui. Na situação 
mostrada em C, o bastão está carregado positivamente e a esfera neutra. Quando entram em 
contato, elétrons da esfera são atraídos pelo bastão e são transferidos para o mesmo. Assim, 
como apresentado em (D), a esfera torna-se positivamente carregada enquanto o bastão tem 
parte da sua carga positiva neutralizada pelos elétrons, o que reduz sua carga total.
Aula 02 Eletromagnetismo6
A
B
C
D
A
B
C
D
TERRA
Figura 3 – Eletrização de uma esfera por contato
(3) Indução
Quando um corpo eletrizado é colocado próximo a um corpo neutro, observamos o processo 
de indução. A aproximação do corpo carregado modifi ca a distribuição de cargas do corpo neutro. 
As cargas de sinal contrário se aproximam e as de mesmo sinal se afastam. A indução causa a 
separação entre algumas cargas positivas e negativas do corpo neutro. A Figura 4 ilustra as várias 
etapas do processo de eletrização por indução. Em (A), temos um bastão, inicialmente, carregado 
negativamente e uma esfera condutora descarregada. O bastão é aproximado da esfera em (B) e 
provoca a separação das cargas na esfera. O bastão não deve tocar a esfera. As cargas negativas 
se afastam do bastão. Em (C), mantendo o bastão próximo da esfera, um fi o condutor é ligado a 
“Terra”, de modo que os elétrons “escoam” da esfera para a Terra. Em (D), o fi o é desconectado, 
o bastão pode ser afastado e a esfera fi ca carregada positivamente.
Figura 4 – Eletrização de uma esfera por indução
Aula 02 Eletromagnetismo 7
Cobre
Plástico
Condutores e isolantes
Você viu que se segurarmos um objeto de plástico e o atritarmos com um pedaço de lã, ele fi cará carregado negativamente. Se repetirmos essa experiência com uma barra de alumínio ou qualquer outro material metálico, não observaremos o aparecimento de 
nenhuma carga. A explicação para isso é que o alumínio assim como outros metais e o próprio 
corpo humano é um condutor de eletricidade. Toda carga transferida para o mesmo, durante 
o processo de fricção, é “escoada” para a Terra. Nos condutores, as cargas elétricas podem 
mover-se livremente através do material. 
Coloquemos um cabo de plástico na barra de alumínio e seguremos a mesma com a 
mão nesse cabo. Atritemos o alumínio e ele irá adquirir uma carga. Acontece, agora, que o 
cabo de plástico não permite o deslocamento das cargas que fi cam estacionadas no alumínio. 
Dizemos, então, que o plástico é um material isolante.
Na Figura 5, aproximamos um bastão negativamente carregado de uma barra de cobre, 
inicialmente neutra. Os elétrons da barra de cobre são repelidos para a extremidade mais 
afastada desta (processo de indução) e, a extremidade mais próxima da barra, carregada 
positivamente, é atraída pelo bastão (negativo).
Figura 5 – Um bastão condutor é atraído mesmo não estando carregado devido à indução
Os materiais metálicos são bons condutores de eletricidade porque os elétrons das 
camadas mais externas dos seus átomos estão fracamente ligados e podem mover-se 
facilmente. Esses elétrons móveis são chamados “elétrons de condução”.
Nos materiais isolantes, também chamados dielétricos, os elétrons oferecem uma enorme 
resistência ao movimento, pois estão fortemente ligados aos átomos. O plástico, a borracha, 
a madeira, o vidro, a cerâmica, etc. são exemplos de bons isolantes.
Aula 02 Eletromagnetismo8
M
Devemos, ainda, mencionar a existência dos materiais semicondutores que são uma 
categoria intermediária entre os condutores e isolantes. O silício e o germânio são os melhores 
exemplos dessa categoria. Eles possuem larga aplicação na microeletrônica e possibilitaram 
um imenso avanço tecnológico nos últimos cinquenta anos. São largamente usados em 
rádios, televisores, telefones, celulares, computadores, etc. Existem também os materiais 
supercondutores que apresentam uma resistência extremamente pequena e que por enquanto 
são obtidos somente a temperaturas muito baixas, não possuindo, ainda, emprego na indústria 
de componentes eletro-eletrônicos.
Exemplo 2
CESGRANRIO 1991 – Na representação da Figura 6, um bastão carregado positivamente 
é aproximado de uma pequena esfera metálica (M), que pende na extremidade de um fi o de 
seda. Observa-se que a esfera se afasta do bastão. Nessa situação, qual o sinal da carga elétrica 
total na esfera metálica (M)? Explique.
Figura 6 – Interação elétrica entre um bastão e uma esfera carregada
Solução
A carga na esfera metálica (M) é positiva. Como existe repulsão entre o bastão e a 
esfera, signifi ca que a esfera está carregada positivamente. Se ela fosse neutra, haveria atração 
devido à indução de cargas positivas no lado da esfera mais próximo do bastão. Se estivesse 
negativamente carregada, também seria atraída, agora, com mais intensidade do que se 
possuísse carga nula.
Aula 02 Eletromagnetismo 9
Atividade 2
su
a
 r
e
sp
o
st
a
a c
e
b
d
UNICAMP 1993 – Cada uma das fi guras apresentadas na Figura 7 representa duas 
bolas metálicas de massas iguais, em repouso, suspensas por fi os isolantes. As 
bolas podem estar carregadas eletricamente. O sinal das cargas está indicado em 
cada uma delas. A ausência de sinal indica que a bola está descarregada. O ângulo 
que o fi o forma com a vertical depende do peso da bola e da força elétrica devido 
à bola vizinha. Indique em cada caso se a fi gura está certa ou errada.
Figura 7 – Interação elétrica entre esferas carregadas
Aula 02 Eletromagnetismo10
F
q
r
q
F
Força elétrica (Lei de Coulomb)
Comovocê viu anteriormente, objetos carregados exercem uma força de atração ou de repulsão uns sobre os outros. A medida da intensidade dessa força foi realizada pela primeira vez em 1785 por Charles Augustin Coulomb (1736 – 1806), obtendo assim a 
lei que a descreve. As forças de interação elétrica, �F12 e �F21, entre duas partículas com cargas 
q
1
 e q
2
, separadas por uma distância r, possuem as seguintes propriedades: a direção das 
forças é ao longo da reta que une as cargas e elas constituem um par ação/reação, ou seja, 
têm módulos iguais e sentidos opostos (Figura 8). Além disso, as forças são atrativas para 
cargas com sinais opostos e são repulsivas para cargas com mesmo sinal.
Figura 8 – Forças entre duas partículas carregadas com cargas de sinais opostos
O módulo da força é dado por:
F =
1
4πε0
|q1 ||q2 |
r2
. Eq. 1
Onde e
0
 = 8,85 × 10–12 C 2/N.m2 é a permissividade elétrica do vácuo. A Equação 1 é 
chamada Lei de Coulomb.
Devemos ressaltar que a Equação 1 só é válida para uma carga elétrica puntiforme, ou 
seja, quando as dimensões do corpo que contêm essa carga podem ser desprezadas. 
Frequentemente representa-se o módulo da força elétrica dada pela Lei de Coulomb da 
seguinte forma:
F = k0
|q1 ||q2 |
r2
.
Onde k0 =
1
4πε0
= 9 × 109 N.m2/C2 é também chamada constante de Coulomb 
(no vácuo).
Aula 02 Eletromagnetismo 11
Atividade 3
su
a
 r
e
sp
o
st
a
Duas cargas puntiformes em repouso, separadas por certa distância e carregadas 
eletricamente com cargas de sinais iguais, repelem-se de acordo com a Lei de 
Coulomb.
a) Se a quantidade de carga de uma delas for triplicada, a força de repulsão 
elétrica permanecerá constante? Aumentará (quantas vezes)? Diminuirá 
(quantas vezes)? Justifique sua resposta demonstrando os cálculos 
realizados.
b) Se forem mantidas as cargas iniciais, mas, agora, com a distância entre elas 
duplicada, a força de repulsão elétrica permanecerá constante? Aumentará 
(quantas vezes)? Diminuirá (quantas vezes)? Justifique sua resposta 
demonstrando os cálculos realizados.
Aula 02 Eletromagnetismo12
F
F
F
qq
q a
a
θ
O princípio da superposição
Quando mais de duas partículas carregadas estão presentes, a lei de Coulomb é aplicada 
a cada par de partículas isoladamente e a força resultante sobre uma delas é obtida pela soma 
vetorial das forças exercidas sobre ela por todas as outras partículas. 
Exemplo 3
Na Figura 9 damos um exemplo simples do princípio da superposição. Três cargas estão 
fi xas nos vértices de um quadrado de lado a = 2,0m. As cargas têm os seguintes valores: 
q
1
 = 3,0 × 10–4C , q
2
 = 5,0 × 10–4C e q
3
 = –4,0 × 10–4C . A força resultante sobre q
3
 (�F3) é a 
soma vetorial das forças de atração devido à q
1
 (�F31) e a q2 (
�F32) . Calculemos os módulos 
de �F31  e 
�F32 :
F31 = k0
|q1 ||q3 |
a2
= 9, 0 × 109N m
2
C2
(3, 0 × 10−4C)(4, 0 × 10−4C)
(3, 0 m)2
= 1, 2 N ,
F32 = k0
|q2 ||q3 |
a2
= 9, 0 × 109N m
2
C2
(5, 0 × 10−4C)(4, 0 × 10−4C)
(3, 0 m)2
= 2, 0 N .
Figura 9 – Ilustração do princípio da superposição
Nesse caso simples, as forças atuando sobre q
3
 formam um ângulo reto (90°). Usando o 
teorema de Pitágoras, podemos calcular o módulo da força resultante F
3
 como sendo,
F
3
2 = F
31
2 + F
32
2,
F3 =
√
(1, 2 N)2 + (2, 0 N)2 ∼= 2, 3 N.
Aula 02 Eletromagnetismo 13
Atividade 4
q
q q
a)
b)
c)
d)
e)
Para fornecermos a direção e o sentido de �F3, podemos usar o ângulo θ mostrado na 
Figura 9. Das relações no triângulo retângulo, temos: 
tg θ =
F32
F31
=
2, 0 N
1, 2 N
= 1, 67 .
Portanto,
q = arctg (1,67) ≅ 59,1°.
Ou seja, a força resultante sobre a carga 3 possui módulo igual a 2,3N e forma um ângulo 
de 59,1° com a horizontal, de baixo para cima.
UFMG 1994 – Observe a Figura 10, que representa um triângulo equilátero. 
Nesse triângulo, três cargas elétricas puntiformes de mesmo valor absoluto 
e com os sinais indicados estão colocadas nos seus vértices. Assinale a letra 
correspondente ao vetor que melhor representa a força elétrica resultante sobre 
a carga posicionada no vértice 1 do triângulo.
Figura 10 – Força elétrica resultante sobre uma carga 
Aula 02 Eletromagnetismo14
Resumo
1
2
3
4
Nesta aula, estudamos o conceito de carga elétrica e os principais processos de 
eletrização de um corpo. Vimos que existem dois tipos de carga elétrica e que a 
força entre elas pode ser de atração ou de repulsão. Aprendemos que a maioria 
dos materiais é composta de isolantes ou de condutores. Estudamos a Lei de 
Coulomb que descreve a força de atração ou de repulsão entre duas cargas 
elétricas puntiformes. E, fi nalmente, apresentamos o princípio da superposição 
que nos diz como calcular a força elétrica resultante sobre uma carga devido à 
ação de várias outras cargas.
Autoavaliação
Três esferas metálicas A, B e C são eletrizadas. Verifi ca-se que a esfera C possui 
carga negativa. Aproximando-se uma da outra, constata-se que A atrai B e B repele 
C. Quais os sinais da carga nas esferas B e C? Explique sua resposta.
FUVESP 1991 – Em 1990, transcorreu o cinquentenário da descoberta dos “chuveiros 
penetrantes” nos raios cósmicos, uma contribuição da Física brasileira que alcançou 
repercussão internacional. [O Estado de São Paulo, 21/10/90, p.30]. No estudo 
dos raios cósmicos são observadas partículas chamadas “píons”. Considere um 
píon com carga elétrica + e se desintegrando (isto é, se dividindo) em duas outras 
partículas: um “múon”, com carga elétrica + e, e um “neutrino”. Usando o princípio 
da conservação da carga, determine a carga elétrica do “neutrino”. 
Determine a carga elétrica de um corpo que possui 2.980 prótons e 3.010 elétrons?
Uma partícula está eletrizada positivamente com uma carga elétrica com valor 
q = 4,0 × 10–15C .
a) Ela ganhou ou perdeu elétrons, ao ser eletrizada? Explique sua resposta.
b) Qual o valor desta quantidade de elétrons?
Aula 02 Eletromagnetismo 15
5
6
a
F
d
c
F
d
b
F
d
F
d
ed
d
F
Q Q Q
x
8 cm
UNIRIO 1999 – O átomo de hidrogênio é constituído por um próton e um elétron. A 
estabilidade desse átomo é possível à atuação da força centrípeta que, nesse caso, 
é exatamente a força elétrica. Indique a letra correspondente ao gráfi co, apresentado 
na Figura 11, que melhor representa o comportamento do módulo da força elétrica 
F, em relação à distância d, entre o núcleo do hidrogênio e o elétron da eletrosfera.
Figura 11 – Gráfi cos F × d para o sistema elétron-núcleo do átomo de hidrogênio
FEI 1996 – As cargas Q
1
 = 9,0mC e Q
3
 = 25mC, mostradas na Figura 12, estão fi xas 
nos pontos A e B. Sabe-se que a carga Q
2
 = 2,0mC está em equilíbrio na posição 
indicada por x na fi gura, somente sob a ação de forças elétricas. Nessas condições, 
determine o valor de x. Justifi que sua resposta demonstrando os cálculos realizados.
Figura 12 – Equilíbrio das forças elétricas atuando sobre uma carga
Aula 02 Eletromagnetismo16
Anotações
Referências
GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA – GREF. Física 3: eletromagnetismo. 3. 
ed. São Paulo: Ed. USP, 1998.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 10. ed. São Paulo: John 
Wiley & Sons, 2001. (Eletromagnetismo, 3).
NUSSENZVEIGG, Herch Moysés. Curso de física básica: eletromagnetismo. São Paulo: Edgard 
Blücher, 1997.
SERWAY, Raymond A.; JEWET JÚNIOR, John W. Princípios de física. São Paulo: Cengage 
Learning, 2008. (Eletromagnetismo, 3).
EMENTA
> Joel Câmara de Carvalho Filho
> Ranilson Carneiro Filho
Dispositivos eletro-eletrônicos e suas características. Conceitos básicos: voltagem, corrente, resistência e potência. 
Fiação doméstica e outras aplicações. Carga elétrica e campo elétrico. Lei de Gauss. Potencial elétrico. Capacitância 
e dielétricos. Corrente, resistência e força eletromotriz. Circuitos de corrente contínua (cc). Campos magnéticos: 
forças e fontes. Lei de Faraday-Lenz. Equações de Maxwell nas formas integral e diferencial. Indutância. Circuitos 
de correntealternante (ca). Ondas eletromagnéticas. Equação de onda. Radiação de uma carga acelerada.
Eletromagnetismo – FÍSICA
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AULAS
01 O eletromagnetismo
02 Eletrostática
03 O campo elétrico
04 A lei de Gauss
05 O potencial elétrico – Parte 1
06 O potencial elétrico – Parte 2
07 Capacitância
08 Corrente e Resistência Elétricas
09 Circuitos de corrente contínua
10 O campo magnético
11 A lei de Ampère
12 A lei de Faraday e as equações de Maxwell
13 Aplicações do eletromagnetismo
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