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Introdução aos exames complementares - Os exames laboratoriais influenciam em 70% da decisão médica. - Há uma complexidade além de uma simples comparação com valores de referência. - Nem sempre o valor “mais comum” é o normal para todos os pacientes. - É importante fazer a curva de acompanhamento, mesmo que o valor do paciente esteja dentro da referência. → observar se os valores estão aumentando ou diminuindo. - A seleção de exames depende do objetivo clínico para a sua realização e da população de pacientes que está sendo analisada. - Os resultados de exames laboratoriais ajudam na: - O propósito de todos os exames é reduzir a incerteza clínica. - Muitos diagnósticos só podem ser estabelecidos, as etiológicas confirmadas ou a terapia apropriada com o emprego desses exames. Sensibilidade e Especificidade - Tais conceitos levam em consideração um método, exame ou molécula a ser detectada. Sensibilidade: Capacidade do exame de detectar pacientes com alguma doença específica. - Um método sensível é possível detectar a doença bem no início. - Com uma alta sensibilidade é possível detectar um marcador em pequenas concentrações, ou seja, está no início da doença. Se a sensibilidade for baixa, os marcadores só são detectáveis quando já está há um tempo no organismo, em concentrações maiores. Especificidade: Descreve o grau com que a anormalidade do teste se restringe a doença em questão. - Uma alta especificidade marca a doença especifica que queremos. Qual o melhor teste? Alta sensibilidade ou alta especificidade? →Para diagnóstico é preferível uma alta sensibilidade, a fim de detectar a doença. →Para monitorar pode ser usada uma baixa especificidade, pois já conhecemos a doença. - Para diagnóstico de câncer, por exemplo, é melhor que o marcador seja o mais sensível possível. E mais especifico para saber qual o câncer. Depois pode ser usado um menos especifico para acompanhamento, pois já sabemos o tipo de câncer. - Quanto mais falso negativo → compromete a sensibilidade. - Quanto mais falso positivo → compromete a especificidade o Descoberta de doenças ocultas; o Prevenção de danos irreparáveis; o Diagnóstico precoce após o início dos sinais ou sintomas; o Estimativa da atividade da doença; o Detecção de recorrência da doença; o Monitorização do efeito de terapia; o Aconselhamento genética em condições hereditárias; o Problemas médico-legais, como o teste de paternidade. Pode ser que esteja com anormalidade, mas ainda não atingiu o valor de referência, pois o marcador ainda não foi detectável. - Deve-se saber o objetivo clínico. - Observar a curvar de ROC → correlacionar os dois parâmetros. Reprodutibilidade e exatidão Reprodutibilidade: é a capacidade do laboratório de obter o mesmo resultado, em longos períodos, quando o exame é efetuado repetidamente com a mesma amostra. ➔ Na pratica isso não acontece devido a imperfeição humana e dos equipamentos. ➔ Estes desvios do valor real são geralmente randômicos. - Mas ideal é que os valores sejam os mais próximos possíveis → menor desvio → menor coeficiente de variação → melhor reprodutibilidade. - O laboratório quase sempre transforma o desvio padrão numa percentagem do valor médio que é o coeficiente de variação (CV) e considera o limite aceitável de erro = 2 desvios padrão. - A variação do valor médio é expressa em termos de desvio padrão (DP). +3 +2 +1 0 -1 -2 -3 Se o desvio foi de +2 significa que o valor foi a média + 2 vezes o desvio padrão. Média: 80 Desvio padrão: 3,5 Uma variação de 2 desvios → 87 (80+3,5+3,5) - Quanto pior for a reprodutibilidade (CV mais alto), menor a precisão. - Uma boa reprodutibilidade em si não assegura a exatidão. E sim a precisão. Exatidão: Resultado real que deve ser obtido através do teste. Precisão: Capacidade do método de fornecer resultados reprodutivos (próximos entre si) de uma série de análises repetitivas de uma amostra. Tem a ver com a reprodutibilidade. - Reprodutibilidade → mesmo método sendo realizado em dias diferentes ou em longos períodos. - Repetitividade → mesmo método sendo realizado no mesmo dia/simultaneamente. Amostras controles - O laboratório avalia as amostras conhecidas como controles. →Entretanto, algumas alterações podem não afetar todas as amostras, por exemplo, os controles. Algumas alterações são próprias de cada amostra → importante saber identifica-los diante de cada amostra. -Hemólise -Lipemia -Erro de pipetagem -Troca de material de pacientes, etc. Acontece por acaso. Valores de determinação previamente conhecidos. Para uma boa reprodutibilidade/ repetitividade os resultados devem ser os mais próximos possíveis em todas as replicatas. Faixas normais de referência - O uso de faixas normais consiste em admitir que todas as pessoas que não demostram sintomas ou sinais clínicos de qualquer doença são normais. Problemas com uso de faixas de referência: - Pessoas clinicamente normais podem apresentar doença subclínica ou não detectada e serem incluídas dentro do grupo normal de acordo com as faixas normais. - As faixas normais são algumas vezes calculadas utilizando um número pequeno de valores para ser estatisticamente confiáveis. - A população a partir da qual são obtidas as amostras para determinação das faixas normais podem não ser representativa da população testada. - Os valores obtidos por um método analítico podem ser inadequadamente utilizados para outros métodos. - Também ocorre variações como o mesmo método e equipamentos diferentes. - Dependendo da amplitude da faixa normal, um paciente pode ter alteração significativa no resultado do exame sem ultrapassar os limites normais. (sempre bom olhar o resultado anterior para comparar). Problemas comuns no laboratório clínico - Contaminação de amostras; - Amostras colhidas sem respeitar os horários ou condições determinadas; - Vários erros de coleta; - Má conservação das amostras; - Vários erros de coleta; - Má conservação das amostras; - Variações metabólicas normais, sexo, idade, período do dia, stress, etc. - Efeitos de medicamentos; - Repetições desnecessárias de exames; - Solicitação de exames desnecessários. Pode haver diferença de sexo, localidade, raça, idade, dieta, etc. Aula prática 1 Ferramentas para utilizar nas análises bioquímicas - Para análises bioquímicas pode usar soro ou plasma, mas de uma maneira geral, usa-se mais soro. Ferramentas gerais - EPIs (equipamento de proteção individual). → Luvas (ter cuidado para não manusear nada após estar com as luvas, retirar da forma correta, descartar da forma correta). → Mascaras de proteção → Touca (com cabelos presos) → Óculos de proteção → Jaleco de mangas longas → Sapato fechado - EPCs (equipamento de proteção coletivo). - Piso não escorregadio - Boa iluminação para analisar as amostras. Para métodos manuais ou semiautomatizados - Pipetas semi automáticas (saber manusear) - Observar a posição de segurar, observar o volume indicado na pipeta, pipetar de forma vertical. - 1º parada → aspirar - 2º parada → desprezar todo o volume - Descartar → botão de descarte - Evitar a formação de espumas → Ter cuidado na velocidade de pipetagem → uma velocidade muito rápida gera espuma. - Trocar a ponteira a cada reagente manuseado. - Homogeneizar o tubo. - Incubação em banho maria. - Ajustar a temperatura - Tempo para incubação - Leitura da absorbância em espectrofotômetro. →É importante manter a metrologia dentro de um laboratóriomanual → assegura a qualidade dos resultados dos exames. Metrologia → calibração das pipetas, manutenção da refrigeração dos laboratórios, dos equipamentos. Garante uma maior segurança na realização dos exames de forma manual. É necessário pastas de manutenção dos equipamentos, pipetas (certificados de calibração). Para métodos automatizados totais - Agulhas de aspiração no lugar da pipeta. - Sensores para saber se há bolhas, se a ponteira entortou. - Aviso sonoro para temperatura inadequada. - Aviso para manutenção do espectrofotômetro (como trocar a lâmpada). - Não é necessário fazer cada amostra por vez. - Apenas coloca todas as amostras, todos os reagentes e o equipamento faz tudo sozinho. - A grande diferença entre o método manual e automatizado é o controle de qualidade. - A automatização permite uma análise mais precisa. - Entretanto, a maquina não tem a capacidade de perceber quando os resultados dos exames não batem com a clínica do paciente, por exemplo. - Nós devemos saber cada etapa do processo de automação. - Como a máquina pipeta, como acontece as reações, quais os possíveis erros, quando esses erros são próprios da amostra (hemólise, turvação). Espectroscopia de absorção Quando a radiação passa através de uma camada de um sólido, um líquido ou um gás, certas frequências podem ser seletivamente removidas por absorção, um processo pelo qual a energia eletromagnética é transferida para os átomos, íons ou moléculas que compõem a amostra. - Quando a molécula absorve energia, pode absorver na região do infravermelho, na luz visível ou na ultravioleta. Ao absorver no IV existe uma transição vibracional, no mesmo nível energético. Ao absorver no LV e no UV existe uma transição eletrônica, onde os elétrons saem de um nível mais baixo de energia para um nível mais alto. Espectroscopia Óptica →Se refere aos níveis de energia do visível. Mas como o UV e o IV tem características bem parecidas, eles também são considerados como espectroscopia óptica. →Consiste na interação da radiação eletromagnética (UV, visível ou IV) a matéria no estado sólido, líquido ou gás. - A interação ocorre pela absorção da luz (radiação eletromagnética) que pode ser detectada e quantificada. -A radiação vai incidir na amostra, uma parte dessa radiação pode ser refletida, uma parte pode ser espalhada, uma parte será absorvida e outra será transmitida. Mas o que interessa na análise é a intensidade absorvida, ela é que será determinada. Instrumentação - Simples, possui boa sensibilidade, baixo custo de análise, fácil operação, equipamento robusto e pouca interferência do ambiente. - Em uma determinada fonte de radiação passa pelo seletor de comprimento de onda para isolar a banda de radiação de interesse para a análise. A radiação de comprimento de onda selecionado atravessa a amostra e a radiação transmitida é detectada, medida e o sinal para leitura é processado e a partir disso será possível saber a quantidade de energia absorvida pela amostra. Espectrofotometria no ultravioleta/Visível (UV-vis) - A técnica de espectrofotometria no ultravioleta e visível tem diversas aplicações, principalmente na identificação de grupos orgânicos cromóforos e íons de metais de transição, que absorvem radiação nos comprimentos de onda do UV-vis. UV = 100 a 400nm visível = 400 a 780nm →O objetivo principal é a determinação da concentração de soluções/analitos. Fonte de luz: é composta por uma lâmina de deutério, que emite radiação UV, e uma lâmpada de tungstênio, que emite luz visível. Monocromador: dispositivos eletrônicos que transformam a luz incidida em vários comprimentos de onda em um único comprimento de onda em um único comprimento de onda, ou seja, luz monocromática. Detector: é um dispositivo que detecta a fração de luz que passou pela amostra e transfere para o visor e para o computador acoplado ao aparelho. Cubeta: recipiente utilizado para conter o material a ser analisado. São constituídas de vidro, sílica (quartzo) ou plásticas. Instrumento de feixe único: - São mais simples e de menor custo. - Adequados para medidas quantitativas de absorção em um único comprimento de onda. - Realizado em 2 etapas. - A radiação passa pela célula de referência, branco, para quantificar a absorção de energia. - Em uma segunda etapa, a radiação passa pela amostra, onde a energia de absorção também será quantificada. - A diferencia entre o valor da referência e da amostra será o valor para o analito na amostra. Branco: aquilo que não queremos considerar na análise. Por ex: se temos uma amostra diluída em solvente, devemos colocar o solvente no branco para descartar a energia absorvida por ele. Instrumento de feixe duplo - Oferecem a vantagem de compensar quaisquer flutuações rápidas na saída radiante da fonte. - Realizado em 1 etapa. - A radiação que passa no monocromador se divide, uma parte vai para a célula de referência e a outra para a amostra, as duas energias são detectadas e o aparelho já dá o valor da absorbância do analito. - Justamente por ter uma única etapa, a analise das duas amostras (branco e amostra) são realizadas simultaneamente, evita a possibilidade de possíveis interferentes no resultado final. Seleção do comprimento de onda para cada analito - É realizado uma varredura. A análise é feita em vários comprimentos de onda. E padroniza-se o comprimento de onda onde a amostra obteve a maior medida de absorbância (fotopíco). Pois a maior absorbância indica maior concentração do analito. - Ou seja, as medidas de absorbância são feitas em comprimentos de onda que correspondem ao máximo de absorbância. - Espectro de absorção da substância Variáveis que influenciam a absorbância: - Efeito e solvente, temperatura ou outras substâncias presentes na amostra, devem ter seus efeitos conhecidos e as condições para a análise escolhidas de maneira que a absorbância não seja afetada. Relação entre absorbância e concentração - Os padrões de calibração para uma análise espectrofotométrica devem ser os mais semelhantes possíveis em relação à composição global das amostras verdadeiras e devem abranger uma faixa razoável de concentração do analito. →Quanto mais concentrada uma solução é, maior é a quantidade de luz absorvida por ela (absorbância). Lei de Lambert-Beer →Quantificação do analito em termos de concentração. - Nos diz quantitativamente como a grandeza de absorção/absorbância depende da concentração de moléculas (c) e da extensão do caminho sobre o qual ocorre a absorção (b). - Ou seja, a absorbância depende da concentração e do percurso optico. Quanto maior o caminho, mais a radiação irá interagir com as espécies presentes, mais irá absorver. Quanto maior a concentração do analito, mais radiação irá interagir com as espécies presentes, mais irá absorver. Absorbância → diretamente proporcional a concentração e ao caminho optico. ε→ (épsilon) constante de proporcionalidade → absortividade. →A absorbância é diretamente proporcional a concentração. ➔ É possível fazer um gráfico e determinar uma equação das soluções padrões. Para determinar a concentração de outras amostras (com a mesma solução padrão) basta substituir o valor da absorbância na equação. →Espectro de absorção da substância → gráfico que mostra como a referida substância absorve em cada um dos comprimentos de onda. Identifica o fotopíco, ou seja, o comprimento de onda onde há maior absorção da energia. →Curva padrão dasubstância/Curva de calibração→ gráfico que relaciona a absorbância com os valores de concentração a partir de um comprimento de onda especifico. Transmitância → expressa a quantidade de luz que se transmite através de uma solução. Absorbância → expressa a capacidade de uma solução de absorver uma quantidade de energia do feixe de luz incidente. Calibração do aparelho - Deve ser calibrado sempre que for ligado e sempre que tiver mudança no comprimento de onda. - Garantir que apenas a absorbância e transmitância da substância em análise seja medida. - O ajuste é feito baseado na transmitância (0% e 100%). Ajuste de 100% → deve ser feito para que o espectrofotômetro desconsidere a luz absorvida pela cubeta e pelo solvente da solução. De modo que apenas o soluto da solução seja analisado. → branco Ajuste de 0% → é feita retirando a cubeta da porta cubetas. Ao retirar nenhuma luz vai atingir a fotocélula, o que significa que se tivesse uma solução, toda a luz teria sido absorvida.
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