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Lesão por Pressão Prof Mariana Braune National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) • É uma organização norte-americana, sem fins lucrativos, dedicada à prevenção e ao tratamento de lesões por pressão. • O grupo dispõe de autoridade para emitir recomendações para o desenvolvimento de políticas públicas, educação e pesquisa visando à melhoria dos resultados na prevenção e tratamento das lesões por pressão • O European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) e a Japanese Society of Pressure Ulcers utilizaram o modelo do NPUAP para criar as suas organizações. • O NPUAP e o EPUAP junto com a Pan Pacific Pressure Injury Alliance (PPPIA) publicaram, em 2014, a última versão das Diretrizes Internacionais sobre Úlcera por Pressão, utilizada no mundo todo, com adaptações para as realidades específicas de cada país. Mudança na terminologia ( 13 de abril de 2016) Úlcera por pressão Lesão por pressão Sistema de classificação atualizado Lesão por Pressão • Lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. • A lesão pode se apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta e pode ser dolorosa. • A lesão ocorre como resultado da pressão intensa e/ou prolongada em combinação com o cisalhamento. • A tolerância do tecido mole à pressão e ao cisalhamento pode também ser afetada pelo microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua condição. Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não embranquece • Pele íntegra com área localizada de eritema que não embranquece e que pode parecer diferente em pele de cor escura. • Presença de eritema que embranquece ou mudanças na sensibilidade, temperatura ou consistência (endurecimento) podem preceder as mudanças visuais. • Mudanças na cor não incluem descoloração púrpura ou castanha; essas podem indicar dano tissular profundo. Estagio 1 Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme • Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme. • O leito da ferida é viável, de coloração rosa ou vermelha, úmido e pode também apresentar-se como uma bolha intacta (preenchida com exsudato seroso) ou rompida. • O tecido adiposo e tecidos profundos não são visíveis. • Tecido de granulação, esfacelo e escara não estão presentes. • Essas lesões geralmente resultam de microclima inadequado e cisalhamento da pele na região da pélvis e no calcâneo. • Esse estágio não deve ser usado para descrever as lesões de pele associadas à umidade, incluindo a dermatite associada à incontinência (DAI), a dermatite intertriginosa, a lesão de pele associada a adesivos médicos ou as feridas traumáticas (lesões por fricção, queimaduras, abrasões). Estagio 2: Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total • Perda da pele em sua espessura total na qual a gordura é visível e, frequentemente, tecido de granulação e epíbole (lesão com bordas enroladas) estão presentes. • Esfacelo e /ou escara pode estar visível. • A profundidade do dano tissular varia conforme a localização anatômica; áreas com adiposidade significativa podem desenvolver lesões profundas. • Podem ocorrer descolamento e túneis. • Não há exposição de fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso. • Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por Pressão Não Classificável. Estagio 3 Lesão por pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular • Perda da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. • Esfacelo e /ou escara pode estar visível. • Epíbole (lesão com bordas enroladas), descolamento e/ou túneis ocorrem frequentemente. • A profundidade varia conforme a localização anatômica. • Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por Pressão Não Classificável. Estagio 4 Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível. • Perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a extensão do dano não pode ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara. • Ao ser removido (esfacelo ou escara), Lesão por Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará aparente. • Escara estável (isto é, seca, aderente, sem eritema ou flutuação) em membro isquêmico ou no calcâneo não deve ser removida. Não classificável Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece. • Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento. • Dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de coloração da pele. • Quando tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas subjacentes estão visíveis, isso indica lesão por pressão com perda total de tecido (Lesão por Pressão Não Classificável ou Estágio 3 ou Estágio 4). • Não se deve utiliar a categoria Lesão por Pressão Tissular Profunda (LPTP) para descrever condições vasculares, traumáticas, neuropáticas ou dermatológicas. Lesão por Pressão Tissular Profunda Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico • A Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico resulta do uso de dispositivos criados e aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos. • A lesão por pressão resultante geralmente apresenta o padrão ou forma do dispositivo. Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico PRÁTICAS SEGURAS PARA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM SERVIÇOS DE SAÚDE- ANVISA NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES Nº 03/2017 • Realização de avaliação de risco de todos os pacientes antes e durante a internação; • Realização de avaliação criteriosa da pele pelo menos uma vez por dia, especialmente nas áreas de proeminências ósseas (joelhos, cotovelos e calcanhares) e pelo menos duas vezes por dia nas regiões submetidas à pressão por dispositivos, como cateteres, tubos e drenos; • Manutenção da higiene corporal, mantendo a pele limpa e seca; • Mudança de posição a cada duas horas para reduzir a pressão local; • Uso de colchão especial, almofadas e/ou de coxins para redistribuir a pressão. colchão de ar ou colchão d’água. O colchão caixa de ovo aumenta o conforto mas não reduz a pressão. Para a pessoa que já tem a úlcera o adequado é o colchão de Ar ou água; • Uso de apoio (travesseiros, coxins ou espumas) na altura da panturrilha, a fim de erguer os pés e proteger os calcanhares; • Hidratação diária da pele do paciente com hidratantes e umectantes; • Manutenção de ingestão nutricional (calórica e proteica) e hídrica adequadas; • Uso de barreiras protetoras da umidade excessiva, quando necessário, como, por exemplo: creme barreira, película semipermeável, espuma de poliuretano, sacos retais e/ou substâncias oleosas; Outras recomendações: • A pele deverá ser limpa no momento que se sujar. Evite água quente e use um sabão suave para não causar irritação ou ressecamento da pele. A pele seca deve ser tratada com cremes hidratantes de uso comum; • Evite massagens nas regiões de proeminências ósseas se observar avermelhamento, manchas roxas ou bolhas pois isto indica o início da escara e a massagem pode provocar lesão tecidual e/ou reação inflamatória; • Se a pessoa não tem controle da urina use fraldas descartáveis ou absorventes e troque a roupa assim que possível. O uso de protetores de pele também ajuda a formar uma barreira contra aumidade; • O uso de um posicionamento adequado e uso de técnicas corretas para transferência da cama para cadeira e mudança de decúbito podem diminuir as feridas causadas por fricção. A pessoa precisa ser erguida ao ser movimentada e nunca arrastada contra o colchão; • Se a pessoa ficar sentada em cadeira de rodas ou poltrona use uma almofada de ar, água ou gel mas nunca use aquelas almofadas que tem um orifício no meio ( roda d´água) pois elas favorecem o aumento da pressão e a presença da ferida; • Elevar a cabeceira da cama até 30 graus e evitar pressão direta nos trocânteres quando em posição lateral; • Sempre inspecionar o leito e verificar se foram esquecidos objetos sob o paciente; • Considerar a aplicação de curativos de prevenção de LP em locais de proeminências ósseas, frequentemente submetidas a fricção e cisalhamento (calcâneo e sacra) Avaliação e fatores de risco • Realizar uma avaliação estruturada do risco com a maior brevidade possível, no período máximo de 8 horas após a admissão, para identificar os indivíduos em risco de desenvolver lesão por pressão. Escalas Preditivas de Risco Escala de Braden • É composta por 6 fatores: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição, força de cisalhamento e atrito; • A pontuação varia de 6 a 23 pontos; • O risco é inversamente proporcional à pontuação, ou seja, quanto maior o número de pontos menor é a classificação de risco para desenvolver Lesão por Pressão. > 17 sem risco Grau de Risco 15 e 16 risco leve 12 e 14 risco moderado ≤ 11 risco alto Escala de avaliação de risco para lesões decorrentes do posicionamento cirúrgico- ELPO • Foi criada no Brasil em 2013 • A sua aplicação é prévio a cirurgia ou qualquer mudança de posicionamento durante a cirurgia • É baseada nos seguintes fatores: posição cirúrgica, tempo cirúrgico, tipo de anestesia, superfície de suporte, posição dos membros, comorbidades e idade do paciente • O escore varia de 7 a 35 • Quanto maior o escore, maior o risco para desenvolvimento de lesões 7 a 19- menor risco 20 a 35- maior risco Frequencia de avaliação de pele • A avaliação da pele deve ocorrer de acordo com o risco identificado na avaliação, em pacientes graves de 2/2h independente do risco identificado • O intervalo para a inspeção e registro das condições de pele, deverá ser realizado de acordo com o risco de desenvolvimento de LP: Baixo risco: 2 vezes ao dia Moderado risco: 3 vezes ao dia Alto risco e risco muito alto: 4 vezes ao dia
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