Buscar

Erva de rato - intoxicação por plantas tóxicas em grandes animais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

–
 
 
 
 
 
 
Possui alguns nomes populares, e um dos mais comuns é “erva 
de rato” 
 Essa planta é utilizada como raticida (para matar 
os roedores) 
 É uma planta muito importante, que cai em provas 
de técnico, concursos públicos etc. 
É a mais importante causa de morte súbita em bovinos, no 
Brasil – responsável por um grande impacto econômico 
1. Erva de rato 
2. Cafezinho 
3. Café bravo 
4. Erva café 
5. Roxo 
6. Roxona 
7. Roxinha 
8. Vick 
Um dos fatores que faz com que seu impacto econômico seja 
tão relevante, é que a erva do rato é amplamente 
distribuída em quase todas as regiões do Brasil, com exceção 
do Sul e do estado do Mato Grosso do Sul, ou seja, está em 
22 estados do país. 
1. Norte 
2. Sudeste 
3. Nordeste 
4. Parte do centro oeste 
 A planta tem uma ótima palatabilidade, ou seja, o 
bovino gosta de comê-la devido ao seu gosto 
atrativo, e quando come uma vez, tende a voltar 
outras vezes a consumir. 
 Tem efeito acumulativo, e assim, se o animal não 
se intoxicar de primeira, vai cumulando os princípios 
tóxicos. 
 Possui elevada toxicidade. 
1º. bovinos 
2º. bubalinos 
3º. coelhos 
4º. equinos 
5º. caprinos 
6º. ovinos 
7º. Ratos 
Cães e gatos podem se intoxicar, porém, não é comum, visto 
que geralmente essa planta está no pasto, aonde o acesso a 
é mais limitado para essas espécies. 
 
 
 
 
 
 
Pincipais plantas tóxicas causadoras de morte súbita em 
bovinos, doses letas e incidência em território nacional: 
 
 A primeira planta tóxica mais causadora de morte 
súbitas no Brasil é a Palicourea 
 Sua dose letal é apenas de 0,6g/kg, 4 vezes menor 
do que a segunda colocada. 
 Além disso, tem a incidência muito maior do que as 
outras colocações. 
 ácido monofluoracetato de sódio 
 
Doses orais letais do MF para diferentes espécies animais: 
 
 A espécie mais sensível é o cão, com apenas 0,06 
mg/kg para que sofram intoxicação letal. 
 
Devido a sua cor 
Devido ao seu cheiro 
–
Essa planta tem 4 princípios ativos: 
1. Cafeína 
2. N-metiltiramida 
3. 2-metiltetrahidro-beta-carboline 
4. Ácido monofluoracetato de sódio 
 
 
 
 
 
1. O ácido monofluoracetato de sódio reage com a 
enzima acetil-coenzima A, formando a fluoracetil-
CoA 
2. A fluoracetil-CoA irá reagir com o oxaloacetato, (o 
primeiro componente do ciclo de Krebs), através da 
enzima citrato sintase, que catalisa a reação e 
forma a molécula fluorocitrato 
3. O fluorocitrato bloqueia a enzima aconitase, que 
está também no ciclo de Krebes, sendo uma das 
primeiras que participa dele. 
Ao travar o ciclo logo em seu início, todo os restante não 
ocorre, e assim, não há energia sendo formada. 
Ficará sendo acumulado fluoracetato, e nada metabolizará 
ele. 
Vai se acumulando citrato nos tecidos, levando a fibrilação 
ventricular ou falência respiratória e óbito do animal em 
até 24 horas. 
Essa intoxicação tem caráter SUPER AGUDO, ou seja, é 
muito rápida (como se tirasse o oxigênio do indivíduo), já que 
é bloqueada a produção de ATP 
 
 A evolução é super aguda (rápida) e fatal em 
bovinos. 
O organismo começa a esgotar reservas energéticas, e 
primeiro é consumido o glicogênio do músculo e fígado, que são 
quem mais sofrerá, além de órgãos que precisam de energia 
em grandes quantidades: 
 Desequilíbrio dos membros pélvicos (não consegue se 
manter pé) 
 Instabilidade da marcha (não consegue andar) 
 Tremores musculares 
 Respiração ofegante 
 Animal cai em decúbito: a princípio o bovino cai em 
decúbito esternal, igual quando está descansando, 
porém, posteriormente, cai em decúbito lateral (e 
normalmente este animal não se “deita” nessa 
posição, pois os 4 estômagos acabam fazendo pressão 
e se deslocam ao diafragma, impedindo a 
respiração dele) 
 Realizam movimentos de pedalagem 
 Vocalização (mugidos) 
 Convulsões tônicas (contra ação da musculatura) 
ATP: bloqueio dos processos metabólicos dependente de 
energia em órgãos que dependem muito dela, irão morrer, 
como: 
1. Coração 
2. Cérebro 
3. Rins 
 
O diagnóstico pode ocorrer através de: 
1. Hiperglicemia: já que a glicose não está entrando na 
célula, nem sendo mobilizada, pois se para o ciclo 
não há por que fazer glicólise 
2. Aumento dos níveis séricos de citrato: o flourocitrato 
se acumula principalmente em coração e cérebro 
3. Hipocalcemia: contrai musculaturas, convulsões 
tônicas, pedalagem, ou seja, gasta reserva de cálcio 
do reticulo sarcoplasmático 
4. Azotemia renal: acúmulo de compostos 
nitrogenados no sangue (os rins, assim como o 
coração e cérebro são os primeiros órgãos a parar), 
e assim, o rim não estará com bom funcionamento 
e gerará esse acúmulo. 
Ocorre após a morte do animal. Tira-se um fragmento de 
fígado, rins e coleta de sangue. Assim, quantificamos se há 
acúmulo de citrato em tecidos hepático, renal e no sangue 
Apresenta resultados muito inespecíficos, nada que seja 
característico de ação da erva do rato, já que age a nível 
bioquímico. No máximo, se for possível, há uma 
lesão/alteração renal, que ainda assim é inespecífica já que 
pode ter múltiplas causas. 
 
 Todos esses exames diagnósticos geralmente já são 
feitos com o animal morto, já que a evolução é 
super aguda, e não há tempo de fazer a coleta e 
levar ao laboratório. São apenas métodos para 
fechar o diagnóstico e saber o motivo da morte do 
animal 
 
 
O Ácido monofluoracetato de sódio inibe o ciclo de Krebs 
de todas as células do organismo, e assim, não há 
energia sendo produzida para o metabolismo, e por isso, 
o indivíduo vem a óbito, por morte das células e tecidos. 
 
Quase não exercem 
efeito tóxico 
Alto efeito tóxico 
Morte geral do animal 
–
É importante fazer um diagnóstico diferencial, visto que a 
intoxicação gera muitas manifestações inespecíficas, e a 
morte súbita pode ser por inúmeras razões como: 
 Picada de cobra 
 Outras plantas tóxicas (Xibata, Corona) 
 Plantas cianogênicas como a Manihot ssp, que faz 
parte das famílias das mandiocas e em sua raiz há 
um acúmulo de compostos cianogênicos e de cianeto, 
que bloqueiam a hematose e impedem a respiração 
 Doenças super agudas como carbúnculo hemático, 
que é o Antraz, uma bactéria clostridium 
altamente contagiosa e letal, afetando animais e 
humanos, e inclusive, se o médico for manipular este 
animal, o mesmo pode acabar pegando também a 
doença e vindo a óbito. 
O tratamento até está descrito na literatura, mas 
geralmente, isso não acomete animais em coxo/baia, com 
alimentação preparada e sim aqueles soltos a pasto. 
Quando os animais vão ser recolhidos desse ambiente, 
percebe-se sua falta. Contudo, nessa medida ele já está 
morto, já que a evolução da intoxicação é super aguda. 
 São muitos raros casos de animais que se salvaram 
da intoxicação da erva de rato 
 Aplicar acetamida: irá se ligar ao fluorocitrato 
impedindo o acúmulo de citrato nos tecidos 
(principalmente em coração e cérebro). 
 Gluconato de cálcio: para tratar a hipocalcemia 
 Butyrivibrio fibrisolvens: é uma bactéria que faz 
parte da microbiota ruminal. Ela degrada o ácido 
fluorocetato (como se fosse um probiótico). 
 
Uma boa profilaxia é o que realmente o que faz diferença 
nos casos de intoxicação. Podemos tomar medidas como: 
 Cercar bem as áreas infestadas 
 Erradicar plantas das quais o bovino tem acesso 
 Inspecionar o pasto 
 Cuidado com pastos recém-formados, já que a terra 
foi preparada e há um aditivo para que a folhagem 
cresça, e assim, ao ambiente fica favorável para 
que a erva do rato e outras plantas toxicas se 
desenvolvam 
 Matar a erva com herbicida

Continue navegando