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Kierkegaard - Teólogo e filósofo cristão dinamarquês, considerado o pai do existencialismo (por outras pessoas, no sec 20) - Seu objeto de estudo era a angústia, a vida pessoal, pautada na liberdade do individuo em fazer escolhas subjetivas. - Constrói sua teoria em oposição ao idealismo de Hegel → hegel acreditava na transformação do mundo por meio do pensamento, da ideia, da abstração Kierkegaard → via o homem como um ser existente e não como uma abstração - Foi considerado existencialista porque constrói sua obra para discutir a existência, sua vida presente, terrena, concreta; e seus sentimentos, como a paixão. - Logo, não trata de metafísica como Hegel. - Os existencialistas discutem o absurdo = ausência de propósito em sua vida. (a existência precede a essência) - Pensa na pessoa enquanto sujeito individual e livre para tomar escolhas. - Sujeito é subjetivo e único, seu interior nunca será igual ao de ninguém. → a verdade está na subjetividade do indivíduo - Escolha causa angústia e tristeza. Pois algumas podem ser difíceis e não ter volta, por ex. - Angústia é a posição do existente diante da liberdade de possibilidades a escolher. - Sinto, logo existo. - Teoria dos estádios = processos da vida, alternativas a se seguir na existência; ocorre ou um ou outro - São atitudes que nós desenvolvemos de acordo com o nosso “eu” Estádio estético → Vida pautada no prazer momentâneo, hedonismo, prazer terreno, vida de aparência e não de essência. Vida de busca por prazer; principalmente o sexual. Isso pode aumentar o vazio da sua vida, que se torna cada vez maior e mais difícil de preencher. Quanto mais prazer, maior a lacuna, e maior o absurdo dessa falta de propósito na vida. Estádio ético → Pautado em relações um pouco mais duradouras, que se caracteriza principalmente por uma família, casamento; certa religião; certa casa, etc. Vc segue os passos que a sociedade propõe pra você. Pauta-se em dogmas religiosos e leis morais. Não necessariamente abandonou o estágio estético, mas agora é mais limitado pelas normas vigentes. Quando se observa que não há mais essa liberdade plena (porque vc nao quer ter) surge o arrependimento e a possibilidade de mudança pro próximo estádio. Estádio religioso → Caracterizado pela fé em deus. Fé independente de dogmas e instituições; fé livre que parte de si, é pessoal e é uma escolha individual. É independente da ciência, da igreja ou das normas da sociedade. E essa fé faz vc superar o vazio e o absurdo inerente a existência. Permite que vc “salte no precipício”. Ninguém pode te explicar o que é deus, porque a razão não consegue explicar isso, então é uma questão individual e existencial. - Exemplo disso: ele usa do exemplo bíblico de Abrãao, que leva seu filho Isaac para ser degolado como símbolo de sua fé a deus, e deus vendo que ele era realmente uma pessoa de fé, envia um anjo para impedir que o ato acontecesse. - Ele não diz que deus te impõe, mas sim que suas escolhas são livres; em oposição aos dogmas das igrejas. - Ser cristão é alcançar o si-mesmo, alcançar suas próprias verdades interiores independentes das normas vigentes e morais. É reencontrar-se consigo próprio, em vez de viver uma vida no automático. - Subjetividade para ele se constrói na relação com o outro, e com o mundo. - O que importa pra ele no estádio religioso é encontrar uma verdade na qual se pode viver ou morrer por ela, dar um sentido que não existe de forma inerente. - A pessoa que alcança o estádio religioso é uma pessoa transcendente, mas não na concepção metafísica de que precisa existir algo além da vida (após a morte) para se alcançar a realização espiritual, etc. (como os dogmas da igreja dizem) - É transcendente porque enxerga na existência a síntese (a união) do infinito (alma) e do finito (corpo), que é aquilo que pode morrer, adoecer, regido por leis naturais, etc. A união dessas duas dimensões é feita pelo espírito, o Eu. - O homem para o autor, é Espírito, pois une as dimensões do corpo com a alma. - Espírito = auto-reflexão, (vivencia das proprias potencias enquanto ser existente) - Nós alcançamos o “eu” quando nos reconhecemos, nos conhecemos, voltamos nossa atenção e foco para nosso interior. ● essa concepção de corpo/espírito se dá, pois, na época, espírito era algo que era entendido como o que se só se alcança após a morte, e somente assim eu poderia transcender, enquanto que as potências da vida, e o corpo terreno eram considerados secundário, limitado, demoníaco. - kierkegaard vem dizendo o contrário, que se pode aceitar a finitude do corpo, pra transcender à alma, por meio do espírito, e lidar com a angústia da melhor forma possível, em vida, na existência, buscando o sentido nas relações a partir do encontro consigo mesmo e do auto conhecimento. - O desespero humano → ocorre quando há um desequilibrio na consciencia entre o finito e o infinito que nós carregamos em nós. ex: saber que vai morrer (se perceber infinito e se deparar com o finito que é a morte) - Qual a contribuição de kierkegaard para a psicologia? - focar na nossa subjetividade, mostrando que a verdade está DENTRO DE SI, e não deve ser buscada fora, como afirmam a igreja, e as leis morais. o psicólogo deve ser um mediador no processo de tornar-se individuo, e de mediar esse caminho de descoberta do “si mesmo”.
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