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ENEM - FILOSOFIA: FILOSOFIA POLÍTICA - Aristóteles e a Política II

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ENEM – FILOSOFIA
FILOSOFIA POLÍTICA – Aristóteles e a Política II
Um dos pontos mais polêmicos da Filosofia Política de Aristóteles é a sua normalização da 
escravidão. Nos nossos tempos não existe nenhuma outra opinião sobre este assunto que não seja a 
de condenar a escravidão. Porém, é preciso entender que Aristóteles viveu há mais de dois mil anos 
em um contexto no qual a escravidão era a consequência natural dos perdedores de um conflito 
entre as nações. A paz só poderia ser possível se as guerras fossem vencidas e a escravidão era o 
modo de submeter quem foi vencido. Atenas não teria sido Atenas se não houvesse vencido os 
Persas nas famosas guerras do Peloponeso. Talvez não teriam legado o seu modelo de civilização 
para o Ocidente de outra forma, o mesmo pode ser pensado sobre as guerras púnicas entre os 
romanos e os fenícios. Para nós, Aristóteles está errado, mas eles não sabiam chegar ao mesmo 
objetivo de outra maneira. Aqui temos uma justificativa.
Esta justificativa, no entanto, parece muito simplória para uma mente privilegiada como a 
mente de Aristóteles. É preciso olhar de uma maneira mais distante sobre como as personalidades 
mais distintas de Atenas, então ali iniciando na tradição escolar a partir da Academia platônica, 
entendia que deveria ser a educação dos cidadãos. Tanto Platão quanto Aristóteles entendiam que a 
educação é para uma elite intelectual: não que eles fossem contra a educação democrática para 
todos como nós queremos hoje, mas eles sabiam que o tempo a ser dedicado nos estudos e a 
capacidade em se aprender disciplinas e matérias mais difíceis que a maioria das coisas que se tem 
no senso comum eram qualidades de poucos. Hoje, mesmo com a educação democratizada, 
sabemos que a quantidade de pessoas que se dedica aos estudos diminui drasticamente a partir do 
ensino médio, sobretudo aqui no Brasil.
Longe de querer salvar a pele de Aristóteles, pois isto não é preciso dado ser ele um clássico do 
ocidente, porém é preciso sim ressaltar como aqueles gregos antigos viam o mundo. Toda pólis 
deveria ser governada pelos mais sábios, assim entendia a Filosofia. Mas poucos são sábios, assim 
como alguns estão aptos para a liberdade e outros não. O critério para definir isto não fica claro na 
teoria política aristotélica. Ele parece indicar que os homens são desiguais por natureza e por 
determinismo de onde e como nascem. Assim é o cosmos. Existe uma hierarquia na humanidade 
como existe no mundo dos deuses. Uma pólis justa é uma pólis ajustada onde cada ator deve 
cumprir o seu papel na sociedade. Condenemo-lo, mas antes devemos entendê-lo.

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