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POLÍTICAS DE INCLUSÃO DOS SURDOS

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DEFINIÇÃO
As políticas linguísticas e inclusivas como parte das políticas públicas. Os efeitos sociais, educacionais, inclusivos, práticos e
comportamentais dessas políticas na comunidade surda.
PROPÓSITO
Conceituar políticas linguísticas, planejamento linguístico, comunidade linguística e minoria linguística, além de conhecer as políticas
inclusivas e sua relação com o preconceito, em especial o que se relaciona com a comunidade surda.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir os conceitos gerais de políticas linguísticas voltadas para a comunidade surda, como conquistas e garantias de direitos linguísticos
MÓDULO 2
Reconhecer como as políticas inclusivas ou de inclusão, com foco nos sujeitos surdos, contribuem para mitigar os preconceitos
sociolinguísticos e culturais
INTRODUÇÃO
Prepare-se para conhecer um assunto importante no âmbito da inclusão social: a relevância das políticas linguísticas e inclusivas como parte
das ações do poder público para a elaboração e efetivação de políticas públicas sociais, objetivando a proteção, a preservação, a
perpetuação, o uso, o ensino e a interpretação de línguas de minorias linguísticas. Para tanto, é válido o levantamento de algumas questões:
O que é política?
O que são políticas públicas?
As políticas linguísticas e inclusivas são políticas públicas sociais?
Embora não seja o objetivo esgotar o conceito de “política” aqui, basta nos lembrarmos de que, basicamente, a política é um processo de
tomada de decisões que norteia diretrizes, ações, programas, projetos por diversos âmbitos (sociais, econômicos, linguísticos, educacionais,
políticos, dentre outros) e sua aplicação com efeitos e atribuições na sociedade que vigora.
É um processo de desenvolvimento dentro da própria sociedade e resulta da dinâmica de cooperação e competição entre os grupos que
convivem no mesmo espaço, compartilhando ambientes, motivações, valores, aspirações sociais.
As políticas públicas sociais são instrumentos ou mecanismos que institucionalizam a proteção e a promoção de todos os cidadãos
integrantes de uma sociedade ou grupos sociais específicos, como uma comunidade etnolinguística. É o Estado quem exerce o papel de
efetuar o desenvolvimento de políticas públicas para atender aos direitos, às garantias fundamentais e ao bem-estar de todos os cidadãos.
As políticas linguísticas e inclusivas são direitos e garantias que se caracterizam como políticas públicas sociais para a equidade, o equilíbrio,
a promoção do valor humano e a democratização de acesso aos serviços com qualidade, atendendo às peculiaridades individuais e coletivas.
Mas não se preocupe: ao longo de nosso estudo, tudo isso ficará mais claro!
MÓDULO 1
 Definir os conceitos gerais de políticas linguísticas voltadas para a comunidade surda, como conquistas e garantias de direitos
linguísticos
POR QUE AS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS SÃO IMPORTANTES
PARA A COMUNIDADE SURDA?
Os surdos foram proibidos de falar as suas respectivas línguas de sinais (pois não há uma língua de sinais universal) a partir de 1880, após o
Segundo Congresso Internacional de Educação de Surdos – também conhecido como Congresso de Milão ‒, onde se reuniram educadores
de surdos, que decidiram pela remoção das línguas de sinais na educação de surdos.
Os professores surdos, à época, foram afastados da docência e, assim, os alunos surdos passaram a ter aulas (das diversas disciplinas)
somente com professores ouvintes, que, por sua vez, nem eram bilíngues, nem seriam modelos – ou pares linguísticos culturais – para esse
alunado.
 Fonte: Shutterstock.com | Por r.classen
 SAIBA MAIS
As comunidades surdas, como espaços de partilha linguística e cultural presentes em milhares de cidades do mundo, reúnem surdos e
ouvintes – em geral, usuários das línguas de sinais – com expectativas, histórias, olhares ou costumes comuns. A ideia de comunidade, aqui,
apoia-se na presença de vínculos simbólicos que congregam sujeitos – concentrados no mesmo local ou dispersos territorialmente – com
interesses convergentes e propostas coletivas. Entende-se comunidade surda, então, como um espaço de trocas simbólicas em que as
línguas de sinais, a experiência visual e os artefatos culturais surdos são partilhados entre sujeitos surdos (e ouvintes) que congregam
interesses comuns e projetos coletivos. 
 
Fonte: Hugo Heiji, no site cultura surda.
Implantou-se, nesse cenário, uma filosofia educacional denominada oralismo. A educação oralista passou a seguir as 8 (oito) Resoluções
aprovadas nessa conferência, funcionando como uma espécie de “declaração”, “orientação” que os governos e seus programas educacionais
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assumiram, começando a preferir a oralização à língua de sinais de seu país.
8 (OITO) RESOLUÇÕES
Você pode encontrar mais informações sobre essas Resoluções e sobre o próprio Congresso no site libras.com.br.
Percebamos que tal decisão não partiu dos surdos adultos, dos surdos professores, mas de um grupo de profissionais da educação ouvintes,
desfavorecendo um grupo social e linguístico de uma comunidade com língua e cultura próprias. Os efeitos negativos disso reverberam na
história da educação de surdos e seus efeitos resultam no distanciamento social entre surdos e ouvintes.
Obviamente, o Congresso de Milão vai na contramão dos avanços socioeducacionais conquistados pelos surdos nos dois séculos anteriores
e introduz, na história da comunidade surda, um acontecimento obscuro e, consequentemente, prejudicial que serve não apenas como
meramente informativo, mas também como pano de fundo para uma discussão de políticas linguísticas no cenário mundial e no contexto
brasileiro.
EIS UM PONTO QUE MOSTRA COMO AS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS
IMPORTAM:
O conjunto de leis, decretos, portarias, tratados e declarações internacionais é ação de garantias de que as línguas minoritárias estão
protegidas na forma legal, institucionalizadas nos países onde suas comunidades, também conhecidas como minoria linguística, estão
presentes para que o Estado abranja os direitos linguísticos que tais grupos possuem.
Isso reflete nas relações e práticas sociais no interior das minorias linguísticas, bem como nas inter-relações entre sujeitos de diversos
grupos etnolinguísticos. A forma de sociabilidade pela língua e a mentalidade do uso, a tradução/interpretação, o ensino e a disseminação de
línguas de comunidades minoritárias, por extensão, são modificados pelas forças legais.
O valor e o estatuto das minorias linguísticas, em todos os aspectos, também perpassam o valor e o status das suas respectivas línguas.
Respeitar a língua é respeitar o sujeito da língua, sua identidade cultural, seu modo de enxergar a vida e de se relacionar com ela e
com seus pares. A intervenção das políticas linguísticas, como modo de operacionalizar, identifica e promove esses elementos e
mecanismos, estrategicamente.
 
Fonte:Shutterstock
 Fonte: Shutterstock.com | Por Digital Storm
O QUE É POLÍTICA LINGUÍSTICA?
Podemos entender políticas linguísticas por duas dimensões:
 
Fonte:Shutterstock
COMO UM CAMPO DE ESTUDO CIENTÍFICO QUE LIGA A POLÍTICA E A
LINGUÍSTICA, TENDO COMO OBJETO A CONSTRUÇÃO DE UM PLANEJAMENTO
LINGUÍSTICO QUE ANALISA A PRÁTICA DE CARÁTER ESTATAL-LEGISLATIVO.
Aqui, os objetivos são as oficializações e os reconhecimentos legais de uma língua vista como subalterna, ou sequer entendida como código
ou sistema linguístico, de modo a promovê-la na hierarquia social, elevando-a, inclusive, ao patamar de língua oficial nos documentos e
eventos público-estatais. Nesse caso, estamos falando de política linguística como uma área de conhecimento, saber e estudos acadêmicos.
 
Fonte:Shutterstock
COMO AS DECISÕES E AÇÕES SOBRE A LÍNGUA, POR MEIO DE ESTRATÉGIAS,
PROGRAMAS E PROJETOS DE IMPLEMENTAÇÕES DE USO, ENSINO, TRADUÇÃO
(INTERPRETAÇÃO) E DISSEMINAÇÃO.
Ou seja, práticas de democratização da língua como, por exemplo, a inserção da Libras no currículo do ensino superior (a partir do Decreto
5.626/2005), ora obrigatórianos cursos de formações de professores, pedagogos e fonoaudiólogos, ora eletiva nas faculdades de
bacharelado e tecnológicas.
São justamente essas políticas linguísticas – agora, sim, no plural, e é a forma nominal que manteremos em nosso estudo – que influenciam
o comportamento dos sujeitos, dos cidadãos, quer sejam membros das comunidades de minorias linguísticas ou não.
As políticas linguísticas (ou política de línguas, em alguns estudos) são bem complexas e plurais, partindo de diversos contextos locais e
nacionais, inclusive internacionais, de prioridades e necessidades das comunidades linguísticas. Por outro lado, é possível, e até necessário,
para que possamos estudá-las, encontrar elementos em comum.
Vamos identificar os seguintes elementos:
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS DECLARADAS
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS PERCEBIDAS
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS PRATICADAS
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS DECLARADAS
Referem-se à gestão das línguas das comunidades linguísticas, tratam da política explícita e que oficializa o uso das línguas. Como exemplo,
podemos citar a criação da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, conhecida como a Lei da Libras, sancionada pelo então presidente
Fernando Henrique Cardoso, e a regulamentação desse instrumento, com a aprovação do Decreto nº 5.626, na gestão do então presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em 22 de dezembro de 2005. Esses foram resultados de confluência e atitudes linguísticas dos movimentos dos
surdos brasileiros.
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS PERCEBIDAS
Alusivas às crenças e às ideologias linguísticas, que afetam os usos linguísticos, sociais, no espaço público ou privado.
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS PRATICADAS
Cujas práticas linguísticas se vinculam, inclusive, aos padrões interacionais.
 SAIBA MAIS
Outro ponto relevante que merece destaque no contexto das políticas linguísticas, no âmbito da efetivação da legislação e visualização da
Libras, foi a criação do cargo de intérprete de Libras-Português na Presidência da República do Brasil, a partir de 2019, no governo do então
presidente Jair Messias Bolsonaro, proporcionando a atuação de dois profissionais para realizar, simultaneamente, a interpretação dos
pronunciamentos oficiais da Presidência da República, tanto no Palácio do Planalto quanto em localidades externas.
A presença de intérpretes de Libras, pela primeira vez, nesses eventos oficiais, com transmissão ao vivo ou gravada, significa a ocupação de
um espaço político que atribui, promove e eleva o status (ou estatuto) linguístico da Libras e o poder comunicacional, informacional dos
sujeitos surdos. Afinal, agora ganham independência na compreensão e no entendimento dos fatos pela coexistência de duas línguas no
mesmo ato público oficial, instituído com ineditismo e, consequentemente, nunca experimentado pela comunidade surda.
Assim, essas medidas, especialmente as legislativas, e a visualização pública da Libras correspondem às perspectivas projetadas na
Declaração Universal do Direitos Linguísticos (UNESCO, 1996) para a preservação das línguas das comunidades linguísticas de minorias e a
continuidade da diversidade linguística.
É importante conhecê-las:
PERSPECTIVA POLÍTICA
Conceber uma organização da diversidade linguística que permita a participação efetiva das comunidades linguísticas neste novo modelo de
crescimento.
PERSPECTIVA CULTURAL
Tornar o espaço de comunicação mundial plenamente compatível com a participação equitativa de todos os povos, de todas as comunidades
linguísticas e de todas as pessoas no processo de desenvolvimento.
PERSPECTIVA ECONÔMICA
Promover um desenvolvimento duradouro baseado na participação de todos e no respeito pelo equilíbrio ecológico das sociedades e por
relações equitativas entre todas as línguas e culturas.
Mas para que haja efetivamente uma política de línguas ou de proteção às línguas reconhecida legalmente, são necessários uma
planificação e um aparato jurídico que proponham, na prática, as substituições de uma acepção monolíngue (referente a uma única língua)
para uma concepção plurilíngue (referente a duas ou mais línguas).
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O BRASIL É UM PAÍS COM ABUNDANTE DIVERSIDADE LINGUÍSTICA E, SEM
SOMBRA DE DÚVIDA, EM TERMOS DE POLÍTICAS, DEVE-SE CONSIDERAR O
FATO DE A NAÇÃO SE CONFIGURAR COMO ESSENCIALMENTE PLURILÍNGUE.
PORTANTO, A CONSTRUÇÃO DE PROPOSTAS QUE VISEM AO
ESTABELECIMENTO DO EQUILÍBRIO ENTRE AS LÍNGUAS DEVE PARTIR DA
PROBLEMATIZAÇÃO DOS EFEITOS QUE CONCEPÇÕES MONOLÍNGUES PODEM
CAUSAR EM QUESTÕES RELACIONADAS AO PLANEJAMENTO LINGUÍSTICO.
(SOUZA, 2020)
Os reflexos de políticas linguísticas e a gestão do planejamento linguístico influenciam as dimensões e perspectivas das relações e da
consciência territorial, local e nacional entre os falantes das línguas majoritárias e os falantes das línguas de minorias. O modo de
compreensão e aplicação das mesmas dimensões e perspectivas modificam as políticas linguísticas adotadas e exercidas; se bem
empregadas, ampliam, inclusive, o acesso à educação e aos bens culturais, a inserção no mercado de trabalho, o orgulho e valor de si como
sujeito de identidade linguística e a valorização da culturalidade da comunidade linguística.
Até aqui estudamos o conceito básico de políticas linguísticas e sua relevância para as comunidades linguísticas e para as línguas de
minorias. Porém, um questionamento poderia (ou deveria) nos alcançar:
QUAIS SÃO AS IDEIAS DE COMUNIDADE LINGUÍSTICA E LÍNGUA DE
MINORIAS?
É exatamente o que veremos agora.
COMUNIDADE LINGUÍSTICA
De acordo com a Declaração Universal do Direitos Linguísticos, comunidade linguística é:
TODA A SOCIEDADE HUMANA QUE, RADICADA HISTORICAMENTE EM
DETERMINADO ESPAÇO TERRITORIAL, RECONHECIDO OU NÃO, IDENTIFICA-SE
COMO POVO E DESENVOLVEU UMA LÍNGUA COMUM COMO MEIO DE
COMUNICAÇÃO NATURAL E DE COESÃO CULTURAL ENTRE OS SEUS
MEMBROS. A DENOMINAÇÃO LÍNGUA PRÓPRIA DE UM TERRITÓRIO REFERE-SE
AO IDIOMA DA COMUNIDADE HISTORICAMENTE ESTABELECIDA NESTE
ESPAÇO.
(UNESCO, 1996)
Essa definição poderia nos trazer algumas inquietações acerca da afirmação sobre território. Se pensarmos pelos limites geográficos, não
haveria a clara compreensão dos surdos como uma comunidade linguística, mas apenas como pequenos grupos sociais sem uma
macroestrutura que os enlace como sujeitos identitários, por uma identidade linguística e cultural.
 
https://www.flickr.com/photos/agenciabrasilia/21087308423/in/album-72157658678112398/
 Fonte: https://www.flickr.com
Para esclarecer esse ponto, também afirma que:
NO CASO DE UMA COMUNIDADE LINGUÍSTICA HISTÓRICA NO RESPECTIVO
ESPAÇO TERRITORIAL, ENTENDA-SE ESTE NÃO APENAS COMO A ÁREA
GEOGRÁFICA ONDE ESTA COMUNIDADE VIVE, MAS TAMBÉM COMO UM
ESPAÇO SOCIAL E FUNCIONAL INDISPENSÁVEL AO PLENO DESENVOLVIMENTO
DA LÍNGUA.
(UNESCO, 1996)
Essa compreensão e esse alargamento do que é “territorial” ou “espaço de convivência” para as comunidades surdas brasileiras têm muita
importância, pois os surdos estão separados por núcleos regionais, por fronteiras políticas e ideológicas; muitos habitam um espaço
geográfico reduzido, cercados por integrantes de outras comunidades linguísticas, ou por família em que são os únicos membros surdos.
Isso porque a comunidade linguística se articula não só pelos aspectos linguísticos, mas também pelos ângulos sociais, psicológicos,
identitários, políticos, históricos, constituídos por compartilhamento dos mesmos valores e percepção dos fenômenos, normas e
comportamentos diante do uso da língua.
MINORIA LINGUÍSTICA
Agora, responda:
PODEMOS AFIRMAR QUE MINORIA LINGUÍSTICA SIGNIFICA QUE HÁ
MENOS FALANTES DE UMA LÍNGUA?
VERIFICAR
Não! Nada tem a ver com a quantidade de falantes de um sistema linguístico, ou seja, de uma língua ou um idioma.
A definição está atrelada a um processo de minorização. É um construto de marginalização, discriminação e preconceitos sociopolíticos,
socioeconômicos, de hierarquização entre os extremos hegemônicos e subalternos das línguas e culturas dos diversosgrupos de línguas em
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contato, com implicações desastrosas aos direitos sociais e básicos.
Há, por vezes, de maneira oculta e subjetiva, uma política de apagamento dos grupos etnolinguísticos, que interfere negativamente na vida
de seus falantes, em sua autoestima, em seus direitos básicos à cidadania. A discriminação e o preconceito linguístico são constantes contra
as minorias linguísticas e ocorrem por meio de práticas de desprestígio social por falantes das línguas majoritárias.
No entanto, as línguas minoritárias são sistemas simbólicos e estruturantes, com as mesmas funcionalidades e potencialidades das línguas
majoritárias, e podem ter o mesmo papel preponderante. Assim, entende-se que a questão é focalmente social, pois, no que tange às
condições linguísticas e à estruturação gramatical do sistema, as línguas minoritárias, a exemplo da Libras, em nada são inferiores às
demais.
 Legenda: Índios Pataxó em atividade diurna. | Por celio messias silva
O Brasil é um exemplo típico. Apesar de haver inúmeras línguas indígenas, línguas estrangeiras, a língua brasileira de sinais e a língua de
sinais da tribo indígena Urubu-Kaapor, apenas a língua portuguesa é o idioma oficial. Ou seja, há uma pluralidade linguística, mas o
português brasileiro é hegemônico e possui privilégios que as outras línguas brasileiras não alcançam. Observa-se, então, uma desigualdade
absoluta que gera graves impedimentos.
 ATENÇÃO
A Libras ainda não é a língua oficial do país, mas sim uma língua com o estatuto de língua reconhecida legalmente, por meio da Lei nº
10.436, de 24 de abril de 2002. Mesmo com o avanço legal, permanecem restrições para outras conquistas e aplicação de políticas públicas.
Nesse ponto, vale até mesmo o questionamento: por que a Libras seria uma língua minoritária se, em seu contexto e uso pleno e de rede de
interação, comunicação, ensino e interpretação, abarca todo o território nacional para e por aqueles que são, territorialmente e culturalmente,
cidadãos brasileiros, em um número expressivo próximo a 10 milhões de surdos e deficientes auditivos?
Ou seria o caso de refazermos a pergunta sobre a classificação prescrita? Seria a Libras uma língua minoritária ou uma língua que sofre um
processo de minorização linguística por causa da língua de prestígio – a língua portuguesa?
Libras: minoria linguística ou língua minorizada? A professora Nathalia Quintela esclarece alguns pontos a respeito do assunto:
LIBRAS A PARTIR DAS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS
Os direitos linguísticos são direcionados tanto ao sujeito, membro de dada comunidade linguística ou de fala, bem como à comunidade, que
se caracteriza como um coletivo onde a língua falada é seu veículo de interação, comunicação, ensino, uso e socialização, em diferentes
contextos e para um número sem fim de funções e papéis.
Os dispositivos jurídicos, documentos e tratados de recomendação ou acordos internacionais são os pontos-chave para iniciar um
planejamento linguístico de oficialização, reconhecimento e aplicação das políticas linguísticas. No contexto brasileiro, as determinações de
aparatos jurídicos e de orientação favoreceram, em certo grau, o uso da Libras como língua reconhecida legalmente.
No entanto, há distorção de apenas “reconhecê-la como língua de comunicação e expressão das comunidades surdas brasileiras”, conforme
se lê no art. 1º da Lei de Libras, nº 10.436/2002, perpetuando uma condição hierárquica desigual entre o português brasileiro e a língua
brasileira de sinais.
Enquanto a língua portuguesa possui o status de língua oficial, a Libras teve o alcance somente de língua reconhecida, e o documento
jurídico não explicita que o sistema linguístico dos surdos brasileiros é também língua de instrução e de interação. O art. 1º da Lei de Libras,
nº 10.436/2002, afirma apenas:
É RECONHECIDA COMO MEIO LEGAL DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO A
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS E OUTROS RECURSOS DE
EXPRESSÃO A ELA ASSOCIADOS.
(LEI 10.436/2002, art. 1º)
A ausência de descrição da Libras na qualidade de língua de instrução afeta diretamente toda a política linguística educacional e, inclusive,
impacta o planejamento linguístico na educação de surdos. Assim, eles ainda permanecem educados na língua de prestígio social e de
privilégios jurídicos. A língua instrucional para surdos brasileiros falantes de Libras é o português.
Obviamente, há alcances e reparos de direitos fundamentais presentes e praticados com a Lei de Libras. O próprio fato de ser juridicamente
reconhecida já garante aos surdos a acessibilidade linguística e o poder de ter a Libras como primeira língua, e a ocupação de espaços por
meio da interpretação entre os códigos linguísticos em contato (ou seja, quando há duas ou mais línguas sendo faladas no mesmo ambiente).
 
Fonte:Shutterstock
 Fonte: Shutterstock.com | Por
Percebe-se claramente a mudança do estatuto da Libras no contexto brasileiro, especialmente na Educação e nos espaços políticos. Antes
da criação da lei, a Libras era uma língua de total desprestígio social, entendida como linguagem, sem estruturação gramatical. No parágrafo
único do art. 1º., a Lei de Libras apresenta duas conceituações essenciais para abranger o entendimento da Libras como língua e não como
qualquer maneira de comunicação agramatical.
1
É um sistema linguístico.
2
Possui estrutura gramatical própria.
A afirmação desses conceitos desmitifica a equivocada percepção de que a Libras seria uma linguagem, uma comunicação por gestos e que
haveria um sistema de linguagem universal e unificado entre os surdos em todo o mundo. São intervenções legais e jurídicas relevantes, pois
alteram a visão social sobre a Libras e, subjacentemente, acerca dos surdos.
Outro direito linguístico, visto em um documento jurídico em defesa da Libras, encontra-se no parágrafo único do art. 1º da Lei de Libras, que
explica ser a Libras um importante instrumento para transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do
Brasil.
Como sistema linguístico, essa assertiva é conceitual, positiva e modifica a visão errônea de que a Libras seria um modo de comunicação
apenas para coisas concretas. Ao afirmar a condição de transmissão de ideias e fatos, faz entender que a realização de falas abstratas é
usualmente construída pelos surdos falantes de Libras, na mesma proporção de outros falantes de línguas orais (línguas vozeadas).
 COMENTÁRIO
Veja que o posicionamento legal transforma o comportamento linguístico dos falantes de Libras e dos não falantes, em especial de quem
fala o português brasileiro. Muito provavelmente é o seu caso! E você pode ter o comportamento linguístico modificado a partir do estudo
deste tema.
Certamente, as explicações dadas até aqui o fazem entender a importância da disciplina de Libras na sua formação e, mais à frente, no
próximo módulo, compreenderemos o motivo de a Educação ser a instância necessária para a implementação de políticas inclusivas visando
a novas práticas sociais entre diferentes no plano plurilinguístico.
O direito de ter sua língua respeitada é inegociável. Mas também é de extrema conquista que seja entendida tal como é: língua. O Decreto de
Libras nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, descreve indiretamente como a Libras é constituída de ordem visual, fomentando a
compreensão e a interação com o mundo por meio de experiências visuais. Ou seja, a Libras forma sujeitos identitários, molda o pensamento
e as maneiras de interpretar os eventos e de agir neles. Está profundamente relacionada com a existência do indivíduo.
O Decreto de Libras regulamenta a Lei de Libras e a Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2002, que trata do direito à acessibilidade e, em
seu art. 18, explicita a formação do profissional intérprete de Libras-Português. Nesse aspecto, existe um planejamento linguístico para a
tradução/interpretação a fim de proporcionar aos surdos a eliminação de barreiras comunicacionais.
No entanto, o mesmo artigo,que traz à comunidade surda o direito de ter intérprete para o acesso à informação e à intercomunicação,
deturpa a Libras, nomeando-a como linguagem de sinais e fortalecendo a inverdade de que Libras não é língua.
O Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, estabelece a promoção dos seguintes direitos legais:
1
A identidade linguística da comunidade surda.
2
A língua de sinais como língua de instrução no processo educacional dos surdos.
3
A aquisição e o aprendizado da língua de sinais.
 Fonte: Flickr.com | Por Agência Brasília
COM ISSO, PODEMOS CONSIDERAR A POSSIBILIDADE DE AÇÕES E
AVANÇOS FUNDAMENTAIS. ENTRE ELES, O PLENO
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA SURDA, POR EXEMPLO.
A Lei nº 12.319, de 12 de setembro de 2010, aponta as competências e as atribuições na formação e na atuação dos tradutores e intérpretes
de Libras. Esse documento ainda carece de regulamentação para especificações necessárias. Também no Decreto de Libras nº 5.626, de 22
de dezembro de 2005, o capítulo V é dedicado a definir os procedimentos da formação dos intérpretes e tradutores de Libras-Português.
Trata-se de dois instrumentos legais relevantes para o planejamento linguístico de tradução e interpretação, que geram outras práticas e
intervenções significativas para toda a comunidade surda.
A pluralidade linguística no Brasil é ampla e as políticas linguísticas são intervenções e ações diversas e demandadas pelas necessidades
das comunidades de línguas. Mas, aqui, buscamos sintetizar o conhecimento basilar sobre políticas linguísticas voltadas para a Libras.
 COMENTÁRIO
Ressaltamos que a participação do poder público, do Estado, na elaboração de políticas públicas linguísticas, inclusivas e educacionais é de
grande valia.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. IDENTIFICAMOS OS CONCEITOS BÁSICOS DE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E SUAS APLICAÇÕES E
INTERVENÇÕES, POSITIVAS E NEGATIVAS, ESSENCIAIS PARA A REFLEXÃO DE NOVOS
COMPORTAMENTOS E NOVAS PRÁTICAS SOCIAIS DE USO DA LÍNGUA E DAS RELAÇÕES ENTRE AS
LÍNGUAS EM CONTATO. MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE OS AVANÇOS DE DIREITOS DOS
SURDOS COMO SUJEITOS COLETIVOS:
A) Uma planificação da Libras como prática social dentro da comunidade surda para que os surdos não sejam guetos sociais.
B) Um planejamento linguístico de uso da Libras como língua reconhecida legalmente, com efeitos substanciais na Educação, seja na
formação de docentes, seja para política de tradução.
C) Participação em debates de intérpretes de Libras-Português para garantir o direito constitucional de ouvintes bilíngues à escolha de
assistir ao evento em uma das duas línguas brasileiras.
D) A inclusão da Libras em todos os cursos superiores para que formandos ouvintes sejam bilíngues.
2. O DECRETO DE LIBRAS Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005, NO CAPÍTULO I, ART. 2º, PARÁGRAFO
ÚNICO, CLASSIFICA A DEFINIÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA. A IDEIA DE DEFINIR A
CARACTERIZAÇÃO DO INDIVÍDUO NO DOCUMENTO JURÍDICO SIGNIFICA:
A) Usar um instrumento de proteção, preservação e promoção de língua para fortalecer a concepção clínica sobre os sujeitos linguístico-
identitários, incorrendo em equívoco.
B) Estabelecer garantias de direitos linguísticos para os sujeitos surdos pelo uso, ensino, pela tradução e disseminação da Libras.
C) Interferir nos comportamentos linguísticos e sociais dos sujeitos das línguas em contato.
D) Reconhecer os sujeitos surdos como sujeito identitários, de cultura e línguas próprias.
GABARITO
1. Identificamos os conceitos básicos de políticas linguísticas e suas aplicações e intervenções, positivas e negativas, essenciais
para a reflexão de novos comportamentos e novas práticas sociais de uso da língua e das relações entre as línguas em contato.
Marque a alternativa correta sobre os avanços de direitos dos surdos como sujeitos coletivos:
A alternativa "B " está correta.
 
O planejamento linguístico favorece a construção, as estratégias e as ações de políticas linguísticas a favor das comunidades de línguas de
minorias. Nesse ponto, a comunidade surda ganha espaço nos eixos políticos educacionais e tradutórios.
2. O Decreto de Libras nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, no capítulo I, art. 2º, parágrafo único, classifica a definição das pessoas
com deficiência auditiva. A ideia de definir a caracterização do indivíduo no documento jurídico significa:
A alternativa "A " está correta.
 
A preocupação de definir a deficiência auditiva num instrumento legal é um equívoco por enxergar o surdo, ainda, como um grupo social não
linguístico e por manter a visão patológica sobre a surdez.
MÓDULO 2
 Reconhecer como as políticas inclusivas ou de inclusão, com foco nos sujeitos surdos, contribuem para mitigar os
preconceitos sociolinguísticos e culturais
 Fonte: Shutterstock.com | Por Marcel Van der Horst
PILARES CENTRAIS PARA POLÍTICAS INCLUSIVAS
Para iniciar este módulo, é necessário pensar as políticas inclusivas por pilares centrais, para a construção de uma sociedade e educação
inclusivas. Isso se torna importante porque o tema é extremamente vasto e, sob alguns aspectos, bastante polêmico, trazendo, na maioria
das vezes, pressupostos – nem sempre explícitos – que sustentam a simples definição do termo.
Os pilares a seguir explicitam tais pressupostos com os quais fundamentamos as afirmações seguintes acerca das políticas inclusivas. E,
como qualquer pressuposto, são frutos de perspectivas não só pessoais, mas também daquelas geralmente aceitas por determinado grupo
social, neste caso, a maioria que se identifica como comunidade surda.
PRIMEIRO PILAR
Tudo que é inclusivo é para todos; tudo que não é inclusivo é para alguns.
SEGUNDO PILAR
O valor humano é o principal e maior objetivo a ser alcançado para o enfrentamento ao preconceito.
TERCEIRO PILAR
O enfretamento aos preconceitos é uma das relações mais focais das políticas inclusivas.
QUARTO PILAR
Políticas inclusivas são políticas sociais, são políticas públicas, na forma de instrumentos e documentos jurídicos para garantir os direitos
básicos e constitucionais, nos quais apostamos estratégias, ações, programas, projetos e atividades pensadas para, com e por todos os tipos
de pessoas.
QUINTO PILAR
As políticas inclusivas devem legitimar todas as pessoas e efetivar o direito de participação ativa na sociedade e em todos os seus
processos, sua estrutura, sua organização e suas relações.
SEXTO PILAR
As políticas inclusivas estabelecem a equiparação de direitos e de oportunidades, a ética da diversidade acima da ética da igualdade, as
práticas inclusivas e a construção de culturas inclusivas.
SÉTIMO PILAR
A acessibilidade inclusiva é fundamental para assegurar o acesso em condições plenas de participação.
OITAVO PILAR
Todas as pessoas, sem exceção, são agentes da inclusão e da exclusão.
NONO PILAR
Toda maneira de discriminação, exclusão e preconceito precisa e deve ser tratada tal como é, evitando que, mesmo quando a relativização
seja necessária, quem realiza tais práticas e quem as sofre tenha seu papel camuflado.
DÉCIMO PILAR
Estamos incluídos ou excluídos, o que difere de afirmar que somos incluídos ou excluídos, o tempo todo.
DÉCIMO PRIMEIRO PILAR
A fragmentação da inclusão em blocos, tais como: inclusão social, inclusão escolar, inclusão digital, torna-se um problema para as políticas
públicas inclusivas, por diluir o ideário de e por uma sociedade inclusiva e educação inclusiva.
 Fonte: Flickr.com | Por Agência Brasília
POLÍTICAS INCLUSIVAS: TROCANDO IDEIAS
As políticas inclusivas, nos âmbitos sociais e educacionais, surgem ligadas às demandas das pessoas surdas, com deficiência e outros
grupos vulneráveis, buscando a equidade e a equitativa oportunidade de promoção, de legitimidade, de direitos básicos garantidos para o
seu pleno desenvolvimento na sociedade e da própria sociedade.
A validação e aplicação dos direitos sociais reafirmados, respaldados e revistos por políticas inclusivas e políticas linguísticas nos campos
social e educacional, com foco na comunidadesurda, evidenciam e solucionam questões e brechas inerentes à construção de uma
sociedade e de uma educação inclusivas, em que o valor humano é o centro das ações e práticas.
As políticas de inclusão nos remetem à busca de novos caminhos para a Educação, uma vez que a escola é o reflexo da sociedade e o lugar
para transformá-la. A transformação só pode ocorrer de maneira natural se os espaços sociais e educacionais repensarem as reflexões e os
conceitos de diversidade humana e de acessibilidade.
Os pressupostos da inclusão com, por e para todos referem-se à democratização da qualidade dos serviços e produtos que contemplem
todos os tipos de gente em suas especificidades, sem exceção. Por isso, os processos inclusivos, implementados por políticas de inclusão,
necessariamente, perpassam mudanças e contínuos melhoramentos nas relações humanas e no cumprimento dos direitos institucionais, a
serem exercidos e vistos constantemente, à educação.
As políticas de inclusão devem ser, prerrogativamente, com, por e para todas as pessoas com e sem deficiência, surdas e ouvintes, pois
sociedade e educação divididas não subsistem. Pensar o termo “inclusão” associado a adjetivos genéricos, ou com sentido e significado
restringidos, é um uso inoportuno, desvantajoso, indevido – senão inútil. O impacto disso é um risco ao processo de anulação, desprestígio
ao valor humano, à legitimação social, coletiva e individual do sujeito, e a perda da celebração da diversidade humana.
Quando, ao termo “inclusão”, são adicionados seus adjetivos (social, digital etc.), o que geralmente temos é a permanência da mesma
estrutura de exclusão, porque deixa de ser “com, por e para todos”. O termo “inclusão social”, por exemplo, não afirma a diversidade humana,
não define que tipo de pessoa está fora das relações e nem esclarece se a expressão “social” se refere apenas à socialização ou à
sociedade.
 ATENÇÃO
Quantos são os projetos denominados de “inclusão digital” que carregam a semântica belíssima do conceito de inclusão, mas não
contemplam a presença de intérpretes de Libras-Português para que os sujeitos surdos possam ter acessibilidade linguística e
comunicacional ao que é ofertado? Quantos programas e ações de “inclusão social” realizados em comunidades periféricas, com grandes
investimentos financeiros e diversos recursos, não são levados a outras comunidades que não estão naquela periferia específica, mas sim
nas ruas e nos bairros, com pessoas igualmente vulneráveis?
Quando não refletido como ação global, em que as diferenças sejam tratadas como de fato são, qualquer projeto, ação ou programa
destinado a ser “inclusivo” pode tornar-se um tipo de inclusão marginal.
Entender – e até defender a crença de – que as pessoas surdas, por exemplo, devem estar ao mesmo tempo e no mesmo espaço das
pessoas não surdas (ouvintes) não é suficiente. Há necessidade de mudanças de consciência, nas estruturas, nas arquiteturas, nos
procedimentos, na organização e no ordenamento das coisas, sobretudo nas atitudes e nos comportamentos.
É fundamental haver intérpretes de Libras-Português para estabelecer o diálogo intercomunicacional entre surdos e ouvintes. No entanto, o
modo como esse processo é conduzido pode melhorar ou dificultar mais ainda a relação. Um exemplo é inserir intérpretes de Libras-
Português nas produções televisivas, mas deixá-los em janelas pequenas, impedindo ou dificultando a plena visualidade para os surdos. São,
nesse sentido, e ainda que nem sempre deliberadamente, práticas de inclusão marginal.
A utilidade dos nomes associados entre si para propostas supostamente inclusivas, por meio de instrumentos legais que não propiciam
estratégias de convivência na diversidade humana e que não atribuem impulsos à sociedade inclusiva, serve apenas a um ensaio inclusivo.
Ou seja, existe a percepção do direito básico, mas não a preocupação de se perguntar: A quem cabe este projeto?
Por isso, é fundamental compreender a inclusão e as políticas públicas inclusivas como um conjunto de processos, de ações, de práticas, de
procedimentos, de conhecimentos e de comportamentos voltados a reconhecimento, conceitos e concepções da diversidade humana e de
acessibilidade. Isso, consequentemente, implicará intervenções capazes de modificar as relações humanas, não só do grupo social que se
pretende incluir, mas de todas as subsequentes relações desse grupo e dos demais na sociedade.
Assumindo os pressupostos apresentados anteriormente, podemos concluir:
EDUCAÇÃO INCLUSIVA

SOCIEDADE INCLUSIVA

(CRIAÇÃO DE) PRÁTICAS E CULTURAS INCLUSIVAS PARA CONVIVER NA
DIVERSIDADE HUMANA
INCLUSÃO EDUCACIONAL

INCLUSÃO SOCIAL

(CRIAÇÃO DE) NOVOS MODELOS DE ESTIGMATIZAR, HIERARQUIZAR E
SEGREGAR PESSOAS
Porém, se forem considerados outros pressupostos acerca das políticas inclusivas, essa conclusão poderá ter outra interpretação.
Sociedade inclusiva? Inclusão social? Vamos entender esses pontos com a ajuda da professora Nathalia Quintela:
DIVERSIDADE HUMANA E PRECONCEITO
Quando pensamos em inclusão como paradigma na Educação e para uma sociedade mais justa, acessível, plena e equitativa, alguns termos
são elencados e assumem importância por dois motivos:
Primeiro motivo
Por possibilitar mudanças psicolinguísticas entre o fato e o nome correlacionado a ele.
Segundo motivo
Para desmembrar alguns atos escamoteados, enveredados nas práticas, e que são exercidos mesmo por aqueles que buscam desfazer
barreiras para a promoção do valor humano.
Perceba que, aqui, falamos sobre o valor humano e o reafirmamos. A crença da inclusão é, prioritariamente, para todos, com todos e por
todos. E, para isso, entender a concepção de diversidade humana é relevante, pois o preconceito contra o valor humano, (singular, individual,
coletivo, grupal e identitário) é fruto de comportamentos preestabelecidos ante o Outro (usemos a palavra em maiúsculo).
 Fonte: Flickr.com | Por Agência Brasília
A diversidade humana constitui-se a partir da visão de que o Outro não sou eu e vice-versa; e que homogeneizar pares sociais identitários
consiste no apagamento das características, das essências, das demandas, das necessidades, dos interesses, da visão de mundo e do
direito de se expressar individualmente.
O reconhecimento da diversidade humana pressupõe o direito e o dever de conviver nas diferenças com o maior número de tipos de gente,
com os mais diversificados grupos e o máximo possível de identidades sociais, que em seu interior há diferenças humanas entre os pares. O
legado do preconceito, porém está em todos nós.
A diversidade humana, instaurada pelo princípio do valor humano, segundo o qual todas as vidas importam na mesma equidade, implica
diretamente a transformação do comportamento de todos os humanos com todos os tipos de gente, no estímulo de repensar as práticas com
o Outro, o tempo todo, entre os diversos grupos sociais. Então, um surdo que esteja na pirâmide socialmente mais abastada e outro surdo
numa classe social menos favorecida estão em condições sociológicas dessemelhantes. No entanto, o valor humano, em caráter individual e
identitário, é o mesmo.
NAS PRÁTICAS SOCIAIS, NA RELAÇÃO ENTRE SURDOS E OUVINTES,
HÁ UM SENSO COMUM QUE OUVINTES EXERCEM PRECONCEITOS
SOBRE SURDOS.
Nesse ponto, temos presente a falta de reconhecimento da diversidade linguística, a princípio, do desconhecimento da condição humana,
cultural e social do sujeito surdo por parte de quem ouve. Mas vale lembrar que também é possível encontrar, na comunidade surda, aqueles
que exercem preconceito sobre um casal ouvinte, por exemplo, que opta pela utilização de tecnologia eletrônica (extra ou intracraniana) em
seu filho, deficiente auditivo.
 Fonte: Shutterstock.com | Por Por Kalah_R e GUNDAM_Ai
Há outros preconceitos exercidos, mais ocultos e menos discutidos, entre pares sociais e identitários, o exercício de poder entre pessoas
partícipes dos mesmos grupos sociais e da mesma coletividade cultural. Até entre gruposque buscam, no paradigma da inclusão, a equidade
social, não há ausências de exclusão e de preconceitos. O valor da diversidade humana, das diferenças individuais, pode ser deslegitimado
quando o direito de ser, de se expressar, de ativamente participar por perspectivas incomuns ao coletivo for ignorado, discriminado.
O valor humano e a diversidade humana também podem ser rejeitados quando o preconceito inverso estabelece resistências ao Outro, e por
isso são impedidos de conviver nas diferenças por acontecimentos e fatos precedentes aos sujeitos da atualidade, que ativa e passivamente
exercem o preconceito: o julgamento do Outro é explícita ou implicitamente atribuído às circunstâncias históricas.
A violação das diferenças, do valor humano, da diversidade humana, pode ser praticada por diversos tipos de preconceitos substanciais
quando a legitimidade e a liberdade individuais são desrespeitadas. O legado do preconceito, da discriminação, da exclusão, de práticas de
distanciamento social e psicológico inscrito em nós precisa dar lugar ao fazer inclusivo, acessível, coerente e justo. As práticas inclusivas
podem gerar culturas inclusivas em todos para a convivência no mesmo espaço e tempo.
No contexto do paradigma da inclusão, das políticas inclusivas, seja na educação ou na sociedade de um modo geral, vale perguntar:
 
Fonte:Shutterstock
 Fonte: Flickr.com | Por Universidade de Brasília
O QUE PODE SER ENTENDIDO COMO PRECONCEITO?
VERIFICAR
A resposta não é simples! Mas, no contexto de nosso estudo neste módulo, podemos responder:
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Todo ato e comportamentos linguísticos (verbais), atitudinais, ações e reações que negam a equiparação de direitos sociais, políticos,
educacionais, de conviver na diversidade humana, bem como a indiferença à ética da diversidade, ao entendimento e à compreensão de que
a espécie humana escolheu diferentes formas de se manifestar e a recusa da legitimidade de todos os tipos de gente – sujeitos individuais e
coletivos – e de seu direito à participação conforme sua perspectiva e visão sobre os temas, as situações e os problemas.
Nesse aspecto, a acessibilidade inclusiva ganha relevância em todas as instâncias dos direitos elementares do cidadão, desde sua
individualidade e relação com o Outro (que não de sua coletividade cultural) e vice-versa, até a sua inter-relação nuclear com o Outro por
aproximações identitárias, evidenciando práticas inclusivas para a anulação dos preconceitos.
 ATENÇÃO
Por políticas inclusivas, precisamos materializar os princípios de inclusão: assegurar as condições plenas de participação. Assim, os
instrumentos jurídicos, o conjunto de leis, decretos e outros documentos e mecanismos são meios de garantir e promover os direitos comuns
e específicos dos sujeitos – por dimensões e enfoques individuais e identitários.
BREVES REFLEXÕES SOBRE DOCUMENTOS LEGAIS
Separamos as reflexões pelos tópicos abaixo:
PRIORIDADE DE ATENDIMENTO E ACESSIBILIDADE
Comecemos por destacar o Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004: ele regulamenta a Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, que
dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e a Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade. Esse decreto e as leis citadas são dispositivos legais para políticas inclusivas de grande
importância, pois evidenciam os direitos comuns, exercidos sob a ética da diversidade humana, comunicacional, linguística e outras
promoções de efeitos inclusivos, que atendem às características e especificidades individuais e coletivas.
OFERECIMENTO OBRIGATÓRIO DE INTÉRPRETES PELO PODER PÚBLICO
Destaquemos também o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que afirma que o poder público deve fornecer a formação de
intérpretes de linguagem de sinais: o termo linguagem de sinais é um impedimento ao avanço social de compreensão da Libras como
língua, um sistema linguístico-gramatical complexo. Tanto esse equívoco como os que serão identificados em outro documento legal reforçam
os preconceitos existentes no imaginário social.
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO (LBI)
Com base na ausência de serviços públicos e nas demandas das pessoas com deficiência, e ainda com o intuito de harmonizar-se com a
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, alterando partes das leis que não correspondiam ao conceito de
deficiência, a Lei nº 13.146 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), aprovada em 6 de julho de 2015, também conhecida como Lei
Brasileira de Inclusão (LBI), assegura e promove os direitos a serem exercidos pelas pessoas com deficiência e surdas para sua efetiva
participação como cidadãos.
Especificamente sobre a comunidade surda, as políticas inclusivas se alinham às políticas linguísticas como instrumentos de direitos à
comunicação, à interação em sua própria língua, a Libras. O direito de falar, interagir, comunicar e de ser comunicado e se expressar na
Libras perpassa a inclusão plena, não fragmentada.
A LBI é um documento que valida o uso da Libras como a língua dos sujeitos surdos e trata sobre as singularidades linguísticas da Libras.
Apesar disso, no documento, há problemas terminológicos, pois, ainda que apresente a Libras como a língua usada pelos deficientes
auditivos para se comunicar, afirma também que, por definição, eles são oralizados. Observa-se, portanto, uma preferência pela língua
portuguesa em detrimento da Libras.
A LBI, por outro lado, também traz impactos inclusivos na formação educacional dos sujeitos surdos e para a construção de escolas,
educação e currículos educacionais bilíngues. O ensino de Libras é posto como primeira língua para surdos em escolas e classes bilíngues e
como segunda língua nas escolas inclusivas. Na prática, as escolas inclusivas, se bem aplicado o ensino, passariam a ser também escolas
bilíngues: assim, nelas, o espaço escolar acessivo, inclusivo é resultado do ambiente diglota – duas línguas em contato e de uso comum a
todos.
A formação e a inserção de intérpretes de Libras-Português são aspectos fundamentais, também apontados pela LBI, nos âmbitos sociais e
educacionais de comunicação, informação e didáticos. É interessante observar, no que se refere especificamente à Educação, a prática
pedagógica inclusiva, pois nos leva a repensar o papel da docência nas políticas inclusivas e a necessidade dessa formação como prática
contínua.
OFICIALIZAÇÃO DA LIBRAS COMO LÍNGUA
A Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, e a Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010, são
dispositivos para a proteção e efetivação da Libras como língua e a defesa de uso, ensino e tradução (interpretação), além da formação de
profissionais tradutores e intérpretes de Libras-Português, no contexto das políticas linguísticas. São reflexos de políticas sociais para a
construção de uma sociedade e educação inclusivas.
As políticas inclusivas são contempladas nas proposições de todos os documentos de defesa à Libras, visto que o avanço, a disseminação e
a democratização de uso e ensino da Libras para os ouvintes ampliam a rede de comunicação entre surdos e ouvintes. A isso chamamos de
intercomunicabilidade.
POLÍTICAS DE TRADUÇÃO
Outro passo importante para as práticas sociais e relações identitárias são as políticas de tradução porque impactam as relações
interculturais entre ouvintes e surdos, reaproximando-os no mesmo espaço e tempo, além de permitir a convivência na diversidade humana,
já que as atuações dos intérpretes de Libras-Português são demandadas a partir de interesses, objetivos e necessidades interlinguísticos
comuns para as duas comunidades de fala.
Por isso, acreditamos ser extremamente relevante que o aluno não surdo (ouvinte) – provavelmente, você, que estuda este tema – esteja
disposto a duas atitudes fundamentais:
1
Conhecer e valorizar a Libras como fator de inclusão.
2
Assumir a responsabilidade de sujeito diretona inclusão, por meio do conhecimento específico da Libras.
E, QUEM SABE, SER BILÍNGUE EM DUAS LÍNGUAS EFETIVAMENTE
BRASILEIRAS.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO PARADIGMA DA INCLUSÃO, AS POLÍTICAS INCLUSIVAS VOLTADAS PARA AS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIAS E SURDAS, SE NÃO FOREM BEM REFLETIDAS E A TERMINOLOGIA E AS AÇÕES
CORRETAMENTE APLICADAS, INCORREM NOS REFORÇOS DE PRÁTICAS DISCRIMINATÓRIAS E
EXCLUDENTES. COM BASE NESTE TEMA, TAIS EXERCÍCIOS INTITULADOS INCLUSIVOS, MAS COM
INCOERÊNCIAS CONCEITUAIS E TERMINOLÓGICAS, SÃO ENTENDIDOS COMO:
A) Exclusão generalizada e exclusão específica, pois declaram abertamente a ausência de garantia de direito das pessoas com deficiência e
surdas.
B) Sociedade inclusiva e inclusão plena porque são programas e projetos sociais e inclusivos em que o valor humano é núcleo para todas as
ações.
C) Inclusão marginal e ensaio inclusivo por não atenderem a uma série de necessidades e recursos para contemplar todos os tipos de gente
que possam usufruir do programa, do projeto.
D) Educação inclusiva e sociedade inclusiva, visto que todos os tipos de gente são legitimados e sua participação ativa respeitada.
2. MATERIALIZAR E INSTRUMENTALIZAR AS POLÍTICAS INCLUSIVAS NO ÂMBITO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
SOCIAIS A FIM DE FOMENTAR OS DIREITOS ELEMENTARES DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E SURDAS
CONFIGURA ELEVADA VALIA PARA O RESPEITO E A LEGITIMAÇÃO DE GRUPOS SOCIAIS MAIS
VULNERÁVEIS. MAS ESSES DOCUMENTOS AINDA PODEM REFLETIR TERMOS E PERCEPÇÕES COMUNS
DO IMAGINÁRIO SOCIAL. COM BASE NESTE TEMA, PODE-SE AFIRMAR QUE:
A) Os problemas terminológicos e conceituais alusivos à comunidade surda reafirmam os mitos sobre as pessoas surdas e a Libras.
B) Os direitos fundamentais das pessoas surdas, garantidos por mecanismos legais, importam mais do que erros e equívocos conceituais ou
de termos.
C) As pessoas que redigiram os textos das leis e dos decretos fazem parte do coletivo do senso comum, por isso houve esses problemas de
afirmação da Libras como língua e dos surdos como sujeitos.
D) Na planificação de políticas sociais inclusivas, os equívocos conceituais terminológicos podem ser corrigidos a cada 4 anos, sempre com a
transição de presidentes e parlamentares.
GABARITO
1. No paradigma da inclusão, as políticas inclusivas voltadas para as pessoas com deficiências e surdas, se não forem bem
refletidas e a terminologia e as ações corretamente aplicadas, incorrem nos reforços de práticas discriminatórias e excludentes.
Com base neste tema, tais exercícios intitulados inclusivos, mas com incoerências conceituais e terminológicas, são entendidos
como:
A alternativa "C " está correta.
 
A inclusão marginal e o ensaio inclusivo carregam em si a semântica, ou seja, a proposta de serem programas, ações etc. inclusivos, mas
fomentam ainda mais estereótipos e práticas excludentes, quando não são pensados quais tipos de gente podem frequentar e se apropriar
deles.
2. Materializar e instrumentalizar as políticas inclusivas no âmbito de políticas públicas sociais a fim de fomentar os direitos
elementares das pessoas com deficiência e surdas configura elevada valia para o respeito e a legitimação de grupos sociais mais
vulneráveis. Mas esses documentos ainda podem refletir termos e percepções comuns do imaginário social. Com base neste tema,
pode-se afirmar que:
A alternativa "A " está correta.
 
A questão conceitual e terminológica agrava mais ainda as concepções equivocadas sobre as pessoas surdas e a Libras. Pedagogicamente,
deveriam fomentar as alusões corretas sobre a comunidade surda e não atribuir mitos a ela.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, as políticas linguísticas consistem em um campo de estudos científicos por serem um saber, um conhecimento sobre objetos
observáveis e analisáveis. Elas também podem ser vistas como ações, programas e estratégias para a efetivação dos direitos das
comunidades de fala, que buscam a equitativa, justa, inclusiva e equilibrada democratização dos direitos constituintes, dentre eles, o de ter
sua língua falada e usada em todos os espaços sociais.
A Libras é a língua natural da comunidade surda brasileira e, pela força da legislação, os surdos têm o uso da língua de sinais garantido para
acessibilidade linguística deles por meio da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, e do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, os
quais dão à Libras segurança, proteção, preservação de uso, ensino, tradução e disseminação.
As comunidades linguísticas ou de fala e as minorias linguísticas não podem ser medidas pela quantidade de falantes, pelo padrão de
quantificação. Elas são estigmatizadas pelo processo de minorização, de um entendimento abaixo da real concepção de comunidades. E,
com este tema, apresentamos elementos para superar esse estigma.
As políticas inclusivas somam-se às políticas linguísticas visando à ascensão social das pessoas surdas e funcionam como ferramentas de
proteção e promoção dos seus direitos elementares. Para compreensão dos campos apresentados, foi necessário que alguns termos fossem
explicados, tais como diversidade humana, valor humano, preconceito e convivência.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Casa Civil. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nºs 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá
prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
Brasília, 2004.
BRASIL. Casa Civil. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10. 436, de 24 de abril de 2002. Brasília, 2005.
BRASIL. Casa Civil. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Brasília, 2009.
BRASIL. Casa Civil. Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências.
Brasília, 2002.
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010. Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de
Sinais – LIBRAS. Brasília, 2010.
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da
Pessoa com Deficiência). Brasília, 2015.
SOUZA, L. C. S. Avaliação das Políticas Linguísticas da Libras. Tese de Doutorado, Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em
Linguística Aplicada, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2020.
UNESCO. Declaração Universal dos Direitos Linguísticos. 1996.
EXPLORE+
Veja como o assunto estudado em nosso tema é abordado na obra virtual Revista Sinalizar, publicada em 6 de julho de 2018.
Acesse e leia os documentos legais apresentados ao longo deste tema; todos disponíveis em versão digital.
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CONTEUDISTA
Fabiano Guimarães da Rocha
 CURRÍCULO LATTES
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