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Direito Constitucional

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Direito Constitucional
- Conceito (sentidos) 
a) sociológico – Lassale – a Constituição é a somatória dos fatores reais de poder (folha de papel), se ela não for assim, não passará de uma folha de papel.
B) político – Carl Schimtt – decisão política fundamental (Constituição x Lei constitucional), entende que há conteúdos próprios (constituição) e que não são (lei constitucional). 
c) jurídico – Hans Kelsen – Norma pura (ser x dever ser) a constituição é o mundo do que deveria ser (Sem influencias sociológicas, filosóficas). 
d) Kond Hesser (a CF tem força normativa)
e) Jh Meirelles Teixeira (culturalista) – constituição em sentido total, a CF engloba todas.
- Classificação das Constituições
a) Origem: promulgadas (participação popular), outorgadas (impostas pelo governante), cesaristas (texto imposto e após pergunta ao povo se aceitam) e pactuadas (magna carta do rei João sem-terra – pactuação de duas forças rei e ruralistas).
b) Possibilidade de alteração: rígida (procedimento rigoroso de alteração), semirrígida/semiflexível – CF 1824 (pedaços mais difíceis/materiais e mais simples/formais de alteração), flexível (não há hierarquia, mesma forma de alteração das leis), imutável e fixa/silenciosa (nada fala quanto a possibilidade de alteração – CF de 1824).
c) Conteúdo: formal (tem matérias não constitucionais) e material (todas as matérias são constitucionais). 
d) Forma: Escrita e não escrita/costumeira
e) Modo de Elaboração: histórica (formada através do tempo) e dogmática (feita em um momento só – CF 1988)
f) Extensão: analítica/dirigente(extensa, fala muito) e sintética/negativa (diz pouco)
g) Conteúdo ideológico: liberal/negativa e social/dirigente
h) Ideologia: ortodoxa (uma só ideologia) e eclética (CF/88)
i) Correspondência com a realidade/ontológica: normativa (tem correspondência entre a CF e a realidade), nominal/nominalista (tem boa essência/intenção – não há correspondência entre a CF e a realidade) e semântica (pior de todas – o que está na CF está muito dissociada da realidade – é CF de faixada – legitima pessoa que deu golpe de poder)
j) Finalidade: balanço (revisada com o tempo), garantia (fala pouco) e dirigente (analítica)
k) Sistemas: principiológica (da força aos princípios – neoconstitucionalismo) e preceitual (regras)
l) Unidade documental: orgânica/unitextual/codificada (tudo em um documento) e inorgânica/plutextual/legal (Espaçada).
**Heteroconstituição: feita em um país para vigorar em outro (ex: CF do Chipre).
- Elementos (José Afonso da Silva)
a) Limitativos: limitam o poder estatal – Direitos e Garantias Fundamentais – ex: limitação ao poder de tributar
b) Socioideológicos: direitos sociais e ordem social
c) Orgânicos: tratam da organização do Estado e dos Poderes
d) Formais de aplicabilidade: preâmbulo, ADCT e art. 5º, §1º, CF
e) De estabilização constitucional: estados de defesa, sitio e intervenção federal e ADI.
Poder Constituinte
Teoria do poder constituinte – desenvolvida por um Abade, superior de ordem religiosa.
A) Supracional: Refere-se a uma ordem que está acima dos países soberanos, ou seja, uma espécie de tratado internacional que rege as nações partícipes do grupo. Ex.: União Europeia.
B) Difuso (mutação constitucional): Mutação constitucional é a possibilidade de haver reforma informal à Constituição, modificando a interpretação da norma sem alterar o texto. Ex.: Mandado de Injunção.
C) Originário: nova constituição de um país. 
c.1) Permanente e latente: Todo poder emana do povo, que o exerce diretamente, nos termos da Constituição, ou por meio de seus representantes. O Brasil adota a democracia semidireta, prevalecendo a representação. O Poder Constituinte Originário é uma nova constituição permanente e latente, ou seja, durável.
c.2) Histórico x Revolucionário: O Poder Constituinte Histórico refere-se à primeira constituição de um país, já as demais caracterizam-se como Poder Constituinte Revolucionário.
- Características – 
1. Inicial – inaugura uma nova ordem jurídica. A característica inicial, em prova, denomina-se, também, inaugural.
2. Autônomo ou incondicionado – não se condiciona a nada. 
3. Ilimitado juridicamente – não precisa respeitar direito adquirido, nem mesmo cláusula pétrea.
- Correntes filosóficas: 
• Juspositivismo – desenvolvida por Hans Kelsen, acredita no direito positivo. Em regra, o Brasil adota essa corrente filosófica. 
• Jusnaturalismo – pode interferir, também, no direito brasileiro, mesmo que o referido país não adote essa corrente.
OBS: O PCO é ilimitado apenas do ponto de vista jurídico, pois há parâmetros que esse poder não pode retroceder. Isso incide o efeito cliquet, ou seja, a proibição de retrocesso. Ex.: samba, carnaval, futebol etc.
Teoria das normas constitucionais inconstitucionais: norma constitucional originária/poder constituinte não pode ser considerada inconstitucional, já as derivadas/poder constituído podem sim.
- Fora do Brasil, há grandes expoentes da doutrina, a exemplo Jorge Miranda, em Portugal, e Otto Bachof, na Alemanha. Esses doutrinadores defendem a possibilidade de uma norma constitucional originária poder ser inconstitucional. 
No Brasil, há divergência entre normas originárias, como, por exemplo o direito à informação, à liberdade de imprensa etc..
	OBS: Inexistência de hierarquia e necessidade de ponderação no caso concreto. Caso haja duas normas originárias contraditórias, deve-se recorrer a uma ponderação de interesses no caso concreto, verificando qual das normas prevalecerá. 
O Brasil não adota a possibilidade de normas originárias inconstitucionais, por esse motivo não se pode ajuizar ação direta de inconstitucionalidade contra normas originárias. 
Não há hierarquia entre normas originárias.
D) Poder Constituinte derivado – constituído
d.1) Espécies
1. Decorrente
Extensão – conferido aos estados para elaborar sua constituição estadual nos limites e princípios da CF.
Lei orgânica do município – não é – há controle de legalidade e não de constitucionalidade
LODF – STF é constituição distrital (critério formal: forma de lei orgânica – não será poder decorrente) (critério funcional – é constituição distrital, é poder decorrente).
- Princípios: 
Sensíveis: se forem violados autoriza intervenção federal (art. 34, VII da CF) – não estão listados entre cláusulas pétreas. 
Extensíveis: normas de repetição obrigatória – está na CF e deve estar repetido na CE – ex: LIMPE – art. 37.
Estabelecidos: 18, §4º, 19 – as normas estabelecidas na CF devem ser respeitadas pela CE – ex: desmembramento de estado.
2. Revisor (recall)
– Prazo (depois de 05 anos da CF) 
- Um turno, quórum de maioria absoluta, votação unicameral
- Exaurido – não pode ocorrer novamente, já foi utilizado. 
3. Reformador
- Dois turnos, quórum de três quintos/60%, votação bicameral (câmara e senado), promulgada pela mesa do senado ou câmara respeitado o número de ordem. 
- Em vigor 
- Limitações – trazidas pelo PCO
1. Formais/procedimentais: procedimento para fazer uma emenda
2. circunstanciais: intervenção federal, estado de defesa e estado de sitio – não poderá.
3. Materiais: núcleo intangível, não podendo ser mudado (FO: forma federativa de estado, DI: direitos e garantias individuais, VO: voto direto, secreto e periódico e SE: separação de poderes).
4. Implícitas: teoria da dupla revisão: mexer na clausula proibitiva e depois mexer no que quiser. Ex: retirar as cláusulas pétreas e depois colocar pena de morte. Também não pode mexer na titularidade do poder constituinte.
5. NÃO existem limitações temporais na CF/88 – existiu na CF de 1824 (semirrígida e imutável por um tempo – 04 anos). 
d.2) Características
- Possível inconstitucionalidade
Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais
a) Eficácia plena: aplicabilidade direta, imediata e integral (ex. gratuidade de transporte de ônibus para idosos).
b) Contida: norma nasce plena até ser reduzida, aplicabilidade direta, imediata, mas possivelmente não integral (ex. art. 5º, XIII – liberdade do exercício profissional, atendidas as qualificaçõesem que a LEI exigir). Para exercer profissão de musico não precisa registrar na OMB. 
c) Limitada: aplicabilidade indireta, mediata e depende de complemento legislativo (obra do legislador infraconstitucional). (Ex. direito de greve e aposentadoria de servidor público e participação dos lucros do empregado). 
- Sem o complemento legislativo a norma limitada produz efeitos (eficácia negativa).
– Eficácia paralisante: Impede a edição de normas em sentido contrário. 
– Efeito revogador: Revoga normas contrárias.
d) Programática: veiculam programas do governo, são dirigidas aos governantes (ex. educação).
e) OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
MARIA HELENA DINIZ: acréscimo das normas supereficazes ou de eficácia absoluta (são normas que não poderiam ser modificadas nem mesmo por emenda). 
MICHEL TEMER: normas contidas seriam redutíveis, restringíveis ou relativamente restringíveis. 
THOMAS COOLEY: normas autoexecutáveis e não autoexecutáveis. 
CELSO BASTOS e AYRES BRITTO: normas de aplicação (regulamentáveis ou não) e normas de integração (completáveis ou restringíveis)
Hermeneutica constitucional
Métodos:
1. Método jurídico ou hermenêutico clássico A Constituição deve ser encarada como uma lei. Em consequência, deve o intérprete seguir diferentes elementos (genético, gramático ou filológico, lógico, sistemático, histórico, teleológico ou sociológico, popular, doutrinário e evolutivo) para descobrir o verdadeiro significado e sentido da norma.
2. Método tópico problemático O intérprete deve partir de um problema concreto para a norma. Procura- -se dar à interpretação um caráter prático, facilitando a solução dos problemas.
3. Método hermenêutico concretizador Ao contrário do método tópico problemático, que parte do caso concreto para a norma, aqui o intérprete parte da Constituição para o problema, valendo-se de diferentes pressupostos interpretativos.
4. Método científico espiritual Aqui, a análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto da Constituição. Nas palavras de Pedro Lenza, “a Constituição deve ser interpretada como algo dinâmico e que se renova constantemente, no compasso das modificações da vida em sociedade”.
5. Método normativo estruturante Segundo seus defensores, não haveria identidade entre a norma jurídica e o texto normativo. Como defendem Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, “a norma constitucional abrange um ‘pedaço da realidade social’; ela é conformada não só pela atividade legislativa, mas também pela jurisdicional e pela administrativa”.
6. Método da comparação constitucional Aqui, a interpretação deve partir da comparação de institutos jurídicos, normas e conceitos nos vários ordenamentos jurídicos. A partir dessa comparação, seriam alcançados diferentes critérios aplicáveis na busca da melhor solução para problemas concretos.
Princípios de Interpretação
1. Princípio da unidade da Constituição Eros Grau: “A constituição não pode ser interpretada em tiras.” De acordo com essa regra, as normas constitucionais devem ser vistas não de maneira isolada, mas como preceitos integrados num sistema unitário de regras e princípios. Deve-se, assim, afastar as aparentes antinomias. Leciona Canotilho que “o princípio da unidade obriga o intérprete a considerar a constituição na sua globalidade e a procurar harmonizar os espaços de tensão”.
2. Princípio do efeito integrador (ou eficácia integradora) Significa que, para resolver os problemas jurídico-constitucionais, deve o intérprete dar primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política.
3. Princípio da máxima efetividade (ou interpretação efetiva ou eficiência) Está ligado ao princípio da força normativa da Constituição. Aqui, os aplicadores do direito são orientados a interpretar as normas constitucionais de maneira que elas tenham a mais ampla efetividade social, sem alterar o conteúdo. Nasceu junto às normas programáticas, mas hoje é também aplicado a todas as outras.
4. Princípio da justeza (ou conformidade funcional ou correção funcional) Estabelece que o órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo constituinte originário. Classifica a Constituição como um sistema coerente e previamente ponderado de repartição de competências.
5. Princípio da concordância prática (ou da harmonização) Está ligado ao princípio da unidade. Exige que os bens jurídicos constitucionalmente protegidos possam coexistir de maneira harmoniosa, sem predomínio de uns sobre os outros. Tem por fundamento a inexistência de hierarquia entre os princípios. Seria uma recomendação para que o aplicador das normas constitucionais, ao se deparar com situações de concorrência entre bens constitucionalmente protegidos, adote a solução que otimize a realização de todos eles, sem que isso acarrete a negação de nenhum.
6. Princípio da força normativa da Constituição Seria uma imposição (ou conselho) para que os intérpretes da Constituição, na solução dos problemas jurídico-constitucionais, procurem dar preferência aos pontos de vista que, ajustando historicamente o sentido das suas normas, confiram-lhes maior eficácia. Não pode o intérprete reduzir a eficácia do texto constitucional, devendo, em verdade, conferir-lhe a máxima aplicabilidade.
7. Princípio da interpretação conforme a Constituição No caso de normas plurissignificativas ou polissêmicas (as que admitem mais de uma interpretação), deve-se dar preferência à interpretação que lhes compatibilize o sentido com o conteúdo da Constituição. Pela presunção de constitucionalidade das leis, deve o intérprete buscar a conservação da norma, porém não lhe é dado atuar como legislador positivo. A declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto é próxima à interpretação conforme, possuindo as seguintes semelhanças: podem ser utilizados tanto no controle difuso quanto no concentrado (art. 28, parágrafo único, da Lei n. 9.868/1999); em ambos o texto permanece intocado; há uma redução do âmbito de aplicação da norma. Mas há diferenças: a principal delas é que a interpretação conforme corresponde a um juízo positivo de constitucionalidade; a declaração de inconstitucionalidade corresponde a um juízo de inconstitucionalidade, devendo respeitar a cláusula de reserva de plenário (artigo 97 da Constituição).
8. Princípio da proporcionalidade (ou da razoabilidade) A proporcionalidade vem do direito alemão e a razoabilidade vem dos EUA. É comumente utilizado para se aferir a legitimidade das restrições de direitos, embora também possa ser aplicado na busca do equilíbrio na concessão de poderes, privilégios ou benefícios. Possui três subprincípios: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. ANP. A razoabilidade seria um subprincípio da proporcionalidade (proporcionalidade em sentido estrito). Em outras palavras, a proporcionalidade seria mais ampla. A proporcionalidade pode ser encarada como uma moeda de duas faces: de um lado, está a proibição de excesso (desproporcional para mais); de outro lado, a proibição de proteção insuficiente ou deficiente (desproporcional para menos).
Histórico das constituições
CONSTITUIÇÃO DE 1824 
•. Características principais:
 – Forma de governo: Monarquia. 
– Sistema de governo: Presidencialista e Parlamentarista. 
– Forma de Estado: Unitário.
 – 4 Poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador). 
– Religião oficial: Católica. – Não havia previsão de controle de constitucionalidade. 
– Sufrágio: censitário (os pobres não votam). 
– Eleições indiretas para o Legislativo. 
– Constituição semirrígida: questões que tinham matéria efetivamente constitucional era rígido; e o que não tinha matéria de constituição era flexível. 
– Foi imutável durante 4 anos.
CONSTITUIÇÃO DE 1891 
•. Características principais: 
• Influência de Rui Barbosa, o qual estudou nos EUA. 
• Forma degoverno: República. 
• Sistema de governo: Presidencialista. 
• Forma de Estado: Federação por desagregação (centrífuga) – diferente dos estados unidos que é centrípeta ou por agregação. 
• Dissociação entre Estado e Religião. 
• Introdução do controle difuso de constitucionalidade. 
• Distrito Federal: capital do Brasil.
 • Introdução do HC no cenário constitucional (Código Criminal do Império).
CONSTITUIÇÃO DE 1934 
•. Características principais: 
– Introdução dos direitos sociais na Constituição. 
– Primeiro período da “Era Vargas”. 
– Introdução do controle concentrado 
– ADI Interventiva. 
– Juízes e Parlamentares Classistas (eleições indiretas). 
– Voto feminino.
CONSTITUIÇÃO DE 1937 (POLACA)
•. Características principais: 
– Constituição Outorgada.
 – Segundo período da “Era Vargas” 
– Estado Novo. 
– Redução da autonomia dos Estados. 
– Legislativo: Câmara dos Deputados e Conselho Federal (SF deixou de existir). 
– Dissolução do parlamento: surgimento do decreto-lei. 
– Extinção da Justiça do Trabalho.
- Quinto constitucional
CONSTITUIÇÃO DE 1946 
•. Características principais: 
– Redemocratização. 
– Vice-Presidente da República exercia o papel de Presidente do Senado. 
– Parlamentarismo: entre 1961 e 1963. 
– O Primeiro-Ministro era Tancredo Neves. 
– EC n. 16/1965: introdução da ADI genérica (único legitimado – PGR).
CONSTITUIÇÃO DE 1967 
•. Características principais: 
– Fruto do golpe militar. 
– CN fechado em 1966 e reaberto em 1967 para aprovar a Constituição (outorgada). 
– Governo autoritário 
– Uso dos Atos Institucionais.
CONSTITUIÇÃO DE 1969 
•. Características principais: 
– Fruto do AI 5 (fechamento do CN).
 – Endurecimento do regime militar. 
– Enfraquecimento da federação.
 – Flexibilização da rigidez constitucional (quórum de maioria absoluta para EC).
OBSERVAÇÕES 
•. Em 1979, é aprovada a Lei da Anistia, a qual anistiou os crimes políticos e conexos cometidos de 1961 a 1979. 
•. Em 1984, há o movimento das Diretas Já, que não foi vitoriosa.
Em 1985, houve as eleições indiretas, com a vitória de Tancredo Neves e Sarney, o qual assume. 
• A Assembleia Nacional Constituinte é convocada pela EC n. 26/1985. 
•. Em 05/10/1988, é promulgada a CF/1988 (Carta Cidadã).
Estrutura da CF
1) Preâmbulo – Abre a Constituição (NÃO)
2) Texto – Parte Dogmática (artigos 1º a 250) 
3) ADCT – (SIM) Ato das Disposições Constitucionais Transitórias Pode-se pressupor que, em razão do termo “transitória”, o ADCT trata apenas de normas de transição. Entretanto, essa dedução está incorreta. A promulgação de uma Constituição gera grande impacto no sistema, e o novo texto constitucional, o topo da pirâmide desenvolvida por Kelsen, repercute em todo o ordenamento. O ADCT existe para amenizar essa mudança.
PREÂMBULO 
O preâmbulo é desnecessário e não tem força jurídica. 
• Natureza Jurídica? Ato de força política. 
• Norma de repetição obrigatória? Não. Ao serem elaboradas pela unidade de federação, as constituições estaduais não devem ter preâmbulo. 
• Modificação via EC? Não, pois o preâmbulo não tem natureza de parte integrante da Constituição, somente força política. 
• Parâmetro de interpretação das normas na declaração de inconstitucionalidade? Não. 
• Incluir termo “sob a proteção de Deus”? Não. O Estado é laico. 
Todas as constituições estaduais no Brasil mencionam a proteção de Deus, salvo a Constituição do Estado do Acre. 
Pergunta-se: se, na constituição estadual, o Estado fizer um preâmbulo, ele deve inserir o termo “sob a proteção de Deus”? Não, de acordo com o Supremo Tribunal Federal.
Obs.: Estado laico não é similar à Estado ateu. Este é contra a existência de Deus, e aquele tolera as diferentes religiões e crenças.
Todas as constituições brasileiras citam Deus, exceto a Constituição de 1891, em conformidade com a ideia de firme separação entre Estado e Igreja. A primeira Constituição do Brasil trazia, inclusive, uma religião oficial: a religião católica. 
ADCT 
• É norma constitucional? Sim. 
• Serve como parâmetro de interpretação? Sim. 
• Modificação via EC? Sim. 
• Há normas já exauridas? Sim. 
Obs.: Norma exaurida é aquela que se extingue após cumprir seu papel. Por exemplo: a norma prevista no ADCT que tratava de plebiscito acerca da forma e sistema de governo do país. 
• Há normas em vigor? Sim. O artigo 7º da Constituição tratava de licença-paternidade "nos termos da lei". Mas, como não havia lei, usava-se o que havia sido estipulado no artigo 10 do ADCT, que determinava que, até que houvesse lei, usariam-se 5 dias. Posteriormente, a lei da licença-paternidade foi feita pelo governo, mantendo o prazo do artigo 10 do ADCT, podendo-se estendê-lo até vinte dias em casos que atendam determinados critérios. Esse mesmo artigo (art. 10 do ADCT) também trata da estabilidade da gestante, aplicada até os dias atuais, da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
• Pode-se fazer uma emenda constitucional inserindo novo dispositivo no ADCT? Sim, isso foi feito com diferentes emendas constitucionais que versavam sobre o precatório e há várias emendas tratadas dentro do ADCT, como a DRU (Desvinculação de Receita da União) e a PEC do teto de gasto público. 
• Pode-se ingressar com ADI alegando-se que a norma questionada viola o ADCT? Há norma do ADCT em vigor e norma deste que já está exaurida. Pode-se entrar com ADI em norma que já está em vigor, mas não em norma já exaurida. Nesse último caso, seria possível, entretanto, veicular uma ADPF. Estando em vigor ou exaurida, é possível também movimentar o controle difuso de constitucionalidade, para se questionar, uma vez que a norma do ADCT é constitucional. 
Característica central das afirmações 
No preâmbulo: Não. 
No ADCT: Sim. 
Há, portanto, três blocos na Constituição: uma introdução, chamada de preâmbulo; o corpo da constituição como um todo: o texto ou parte dogmática, que se inicia do primeiro ao 250; e também um ato de fechamento ou de normas de transição chamado ADCT. 
ESTRUTURAÇÃO INTERNA DA PARTE DOGMÁTICA 
Títulos Capítulos Seções Subseções
O título 1 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 trata dos princípios fundamentais e aborda os artigos 1º ao 4º. Já o título 2, dos direitos e garantias fundamentais e se estende do 5º até o 17. No título 2, haverá um capítulo destinado aos direitos e deveres individuais e coletivos, que é o artigo 5º. Também há um capítulo destinado aos direitos sociais, à nacionalidade, aos direitos e partidos políticos etc. 
Atenção! O examinador pode perguntar se uma norma localizada entre os artigos 5º e 17 está inserida ou não como um direito ou garantia fundamental. Nas provas de concurso, também é muito comum se questionar se matérias tratadas nos artigos 1º, 3º e 4º, por exemplo, são princípios fundamentais dentro da estruturação interna, inseridos no título I da Constituição.
Princípios Fundamentais
ABRANGÊNCIA Artigo 1º – Fundamentos RFB. Artigo 2º – Separação de poderes. Artigo 3º – Objetivos da RFB. Artigo 4º – Princípios das relações internacionais.
OBS: É preciso ter cuidado, pois as questões de prova costumam trocar fundamentos com objetivos.
- A doutrina entende que os princípios fundamentais seriam clausula pétrea implícita. 
ART. 1º – FUNDAMENTOS DA RFB 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: 
I – a soberania; 
II – a cidadania; 
III – a dignidade da pessoa humana; 
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V – o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
PODER: TITULARIDADE X EXERCÍCIO Democracia indireta e direta (mista): 
• Indireta (representativa) > regra. 
• Direta: 
– Plebiscito. 
– Referendo. 
– Iniciativa popular de lei (diferente de ação popular).
O Brasil adota um sistema de democracia mista ou semidireta, pois mescla elementos da democracia diretae da democracia indireta. (Representativa ou indireta).
- A democracia direta se manifesta por meio do plebiscito, do referendo e da iniciativa popular de lei. 
Ação popular é um dos remédios constitucionais. Existem cinco remédios constitucionais judiciais: habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de injunção e ação popular. 
*Ação popular é um remédio constitucional para combater ato lesivo à moralidade, ao meio ambiente e ao patrimônio público histórico e artístico. 
*A iniciativa popular de lei é a possibilidade de o povo diretamente apresentar projetos de lei de seu interesse. *Plebiscito é a manifestação anterior da população, e o referendo é manifestação posterior.
- Plebiscito: em 1994, no Ato das Disposições Transitórias da CF, havia uma previsão de que o povo seria chamado para decidir se queria monarquia ou república, e o povo preferiu a república. Também teve que escolher se queria presidencialismo ou parlamentarismo, e escolheu o presidencialismo.
-O Brasil já foi uma monarquia, isso aconteceu até a Constituição de 1889. Houve a proclamação da república em 1891 e, dois anos depois, a Constituição foi modificada inserindo a república. Desde então, a república foi adotada como forma de governo.
-Como forma de Estado, o Brasil é uma federação. Federação é a forma como o poder se manifesta. O órgão central é a União, os órgãos regionais são os Estados, e o Brasil ainda tem a chamada federação de terceiro grau, porque também foi dada autonomia aos Estados. Repartição de competências é uma característica própria da federação.
-Houve um referendo há alguns anos trazido pelo Estatuto do Desarmamento, perguntando às pessoas se elas queriam ou não que fosse proibida a comercialização de armas. O povo decidiu que não queria que fosse proibida a comercialização.
INICIATIVA POPULAR DE LEI NAS TRÊS ESFERAS (PARTICULARIDADES) 
a. Federal: LO/LC/EC? – 1% do eleitorado, dividido em 5 Estados, com no mínimo 0,3% em cada um deles. 
b. Estadual: LO/LC/EC? (sim, desde que previsto na CE). 
c. Municipal: LO/LC/PELO? – Particularidade: 5% do eleitorado. 
No âmbito federal, há a possibilidade de o povo apresentar um projeto de lei ordinária e de lei complementar, mas no âmbito federal o povo não pode propor emenda à Constituição. O artigo 60 da Constituição Federal dispõe que a propositura de emenda à Constituição é possível para o presidente da república, um terço da Câmara dos Deputados, um terço do Senado Federal, ou mais da metade das assembleias legislativas. 
No âmbito estadual, a população também pode apresentar projeto de lei ordinária e de lei complementar. Ao contrário do que acontece no âmbito federal, o povo pode apresentar proposta de emenda à Constituição, desde que isso esteja previsto na Constituição Estadual. No âmbito estadual, a autonomia de cada estado-membro determina que ele mesmo estabelecerá as regras gerais da iniciativa popular. A Constituição apenas autoriza que a população trate de leis ordinárias, leis complementares e de emendas à Constituição Estadual. 
Na esfera municipal, o povo pode apresentar lei ordinária e projeto de lei complementar, mas os municípios não são regidos por Constituição Municipal. A norma maior do município chama-se Lei Orgânica Municipal. Lei orgânica é a norma que rege tanto o Distrito Federal quanto o município. Em vez de ser PEC, é PELO – proposta de emenda à Lei Orgânica.
ART. 1º – FUNDAMENTOS DA RFB (SO – CI – DI – VA – PLU): soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa e o pluralismo político
- Dignidade da Pessoa Humana: 
• Meta/supraprincípio/princípio-matriz. 
• Relação com neoconstitucionalismo.
A Súmula Vinculante n. 11 do STF dispõe que o uso de algemas é excepcional, por ferir a dignidade da pessoa humana. 
As algemas podem ser usadas, por exemplo, se há risco concreto de fuga, se há perigo à integridade do preso ou de outra pessoa, se o preso está resistindo. 
O STF entendeu que é válida a lei que traz a previsão de pesquisas com células-tronco, com base na dignidade da pessoa humana. 
Neoconstitucionalismo, a dignidade da pessoa humana está no centro do sistema, se parte da dignidade da pessoa humana para depois solucionar os outros conflitos que surgirão.
Valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa: 
• Relação com o capitalismo. 
O Brasil adota o regime capitalista.
O artigo 1º é um fundamento da República Federativa do Brasil, e o artigo 170 é um princípio da ordem econômica. 
A soberania 
Não é dada a todos os entes da federação. Quem tem soberania é a República Federativa do Brasil, que é o ente político de direito externo. 
A autonomia financeira, administrativa e política é conferida à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Os territórios federais atualmente não existem, mas podem ser criados. Eles são autarquias da União. Logo, eles não possuem autonomia.
A cidadania 
Art. 14 a 16 da CF, quando se trata dos direitos políticos. 
Cidadão é aquele sujeito que, além de ser brasileiro, possui a possibilidade de participar dos direitos políticos, com capacidade eleitoral ativa e passiva. 
Uma pessoa é cidadã quando possui a capacidade eleitoral ativa, que é a capacidade de ter voto e alistamento. 
O voto e o alistamento são possíveis para quem tem acima de 16 anos. 
Mas só a partir dos 18 anos em diante é possível adquirir a capacidade eleitoral passiva (a possibilidade de participar do processo eleitoral sendo votado). 
Pluralismo Político 
• Cláusula de barreira ou de desempenho. 
• * Atenção para a cláusula em concursos públicos.
O pluralismo político é maior do que o pluralismo partidário. O pluralismo partidário é uma das feições do pluralismo político. O pluralismo político é o pluralismo de ideias, de concepções políticas. Sobre pluralismo político, dois pontos são importantes para as provas. 
Emenda Constitucional n. 97/2017- cláusula de barreira ou de desempenho era um ponto que estava previsto na Lei Eleitoral, mas que depois foi declarado inconstitucional pelo STF. 
Essa lei exigia que o partido político tivesse um percentual mínimo de votos e, se ele não alcançasse esse percentual mínimo de votos, ele perderia o acesso a recursos do fundo partidário, e também àquilo que é chamado de direito de antena, que é tempo de rádio e TV. 
O STF, no primeiro momento, declarou a inconstitucionalidade dessa lei. No entanto, a Emenda Constitucional n. 97/2017 trouxe de volta a cláusula de barreira. 
A cláusula de barreira, na atualidade, é válida para partidos políticos.
OBS: Em concursos públicos, a cláusula de barreira geralmente existe. Quando o concurso tem mais de uma fase, como prova objetiva e redação, o edital dispõe, por exemplo, que as redações serão corrigidas em cinco vezes o número de vagas (trata-se de um exemplo de cláusula de barreira).
ART. 2º – SEPARAÇÃO DOS PODERES 
Poderes da União: Executivo, Legislativo e Judiciário. 
Obs.: É importante lembrar que na primeira Constituição brasileira houve a previsão de um quarto Poder denominado “Poder Moderador”. Hoje, esse Poder não mais existe no Brasil, contudo, é comum que as bancas examinadoras tentem incluí-lo em suas questões de prova na tentativa de confundir o candidato. 
Posicionamento constitucional do Ministério Público, Defensoria Pública e do Tribunal de Contas As instituições acima são independentes, ou seja, não estão subordinadas a nenhum dos três Poderes (Legislativo, Executivo ou Judiciário).
Autonomia Quando se fala em autonomia administrativa, financeira e orçamentária, vale destacar que se trata de um “pacote fechado”, ou seja, o Poder ou a instituição não pode contar apenas com a autonomia financeira, por exemplo, mas deve sempre contar com as três. 
Nesse sentido: 
• Poder Judiciário: dotado de autonomia; 
• Ministério Público: – MPU: dotado de autonomia; – MP dos Estados: dotado de autonomia; – MP de Contas: não possui autonomia; 
• Tribunal de Contas: dotado de autonomia; 
• Defensoria Pública: dotado de autonomia; 
• Advocacia Pública: não possuiautonomia; 
• Carreira de Delegado: não possui autonomia;
No Estado da Paraíba houve um caso em que o Governador recebeu o orçamento vindo da Defensoria Pública e a colocou em posição de subordinação em relação à Secretaria de Justiça do Poder Executivo. Contudo, vale lembrar que a Defensoria Pública não pode ser subordinada ao Poder Executivo Estadual. Além disso, na ocasião, as contas enviadas pela Defensoria estavam de acordo com o previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); mesmo assim, o Governador acabou vetando o orçamento. Esse foi outro erro do Governador, pois a legislação dispõe que o chefe do Executivo, apesar de contar com a atribuição de realizar vetos no orçamento, somente pode fazer isso se os valores ultrapassarem os limites da LDO.
Obs.: O Tribunal de Contas atua em uma posição de auxílio em relação ao Poder Legislativo, mas não é a este subordinado
Teoria dos freios e contrapesos (checks and balances – Montesquieu), um Poder deve atuar limitando a ação do outro, isto é, um Poder não pode se sobrepor ao outro. Um exemplo clássico cobrado em provas é a nomeação de Ministros do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, vale destacar que o STF é a instância máxima do Poder Judiciário, contudo a escolha dos Ministros é feita pelo Presidente da República, que pertence ao Poder Executivo, mediante sabatina promovida pelo Senado Federal, que pertence ao Poder Legislativo. Outro ponto importante é que os Poderes contam com funções principais, conhecidas como típicas, e funções secundárias, conhecidas como atípicas, não há nenhum Poder que seja soberano ou maior que o outro. Essas funções estão discriminadas no quadro abaixo:
ART. 3º – OBJETIVOS INTERNOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL	Comment by Marielen Gallietta: Parei aqui
Esses objetivos do art. 3º formam um mnemônico que facilita a sua memorização (programática): CON – GA – PRO – ER – RE 
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II – garantir o desenvolvimento nacional; 
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; (ex) Bolsa Família”, que possui entre seus objetivos atender ao disposto no inciso III do art. 3º da CF/1988.
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Obs.: No que diz respeito às normas programáticas, os dispositivos mais cobrados em provas de concursos públicos são os arts. 3º, 4º, 6º, 196 e 205 da CF/1988. 
ART. 4º – PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Os princípios que regem o Brasil nas relações internacionais são listados no art. 4º da CF/1988..
• O Brasil não fica invadindo os países vizinhos, ou seja, respeita a soberania de cada país; 
• A solução dos conflitos não é feita de forma bélica, mas sim de forma pacífica; 
• O país busca a integração das comunidades latino-americanas, um exemplo é o Mercosul. 
-Dentro do rol do art. 4º, dois incisos são os que mais são cobrados em provas de concursos públicos. São eles: 
Concessão de asilo político: Primeiramente, vale destacar que a concessão de asilo é diferente da concessão de refúgio. 
O asilo é concedido pelo governo brasileiro nos casos que envolvem perseguição política, já o refúgio é muito mais amplo, pois pode envolver situações de perseguição política, social, étnica, religiosa, cultural, sexual, dentre outras. 
É importante lembrar que a concessão de asilo é ato discricionário, já o refúgio é ato administrativo de natureza vinculada. 
O Brasil não extradita o brasileiro nato em nenhuma hipótese. 
Já o brasileiro naturalizado pode ser extraditado em duas situações: por crime cometido antes da naturalização ou envolvimento comprovado com o tráfico de drogas a qualquer tempo. 
Além disso, o estrangeiro, em regra, pode ser extraditado. A exceção envolve os casos em que esse estrangeiro tenha cometido um crime político ou de opinião, pois, nesse caso, será concedido ao mesmo o asilo.
	O caso “Cesare Battisti”
Tudo começou quando o ministro da Justiça Brasileiro concedeu a Battisti o refúgio político, situação que faria com que ele não pudesse ser extraditado. 
Contudo, o governo italiano solicitou a extradição de Battisti ao STF, mas primeiro o refúgio concedido deveria ser derrubado. 
Na época, o STF entendeu que o refúgio é ato administrativo de natureza vinculada e que não estavam presentes os pressupostos que permitiam a concessão de refúgio. 
Com isso, a condição de refugiado de Battisti foi derrubada, mas ainda havia outro problema: o STF precisaria analisar se os quatro crimes de homicídio cometidos por Battisti na Itália possuíam natureza política. 
Ao se debruçar sobre o caso, o STF entendeu que a natureza dos crimes cometidos por Battisti era comum, logo era possível a análise da extradição, sendo que o Presidente da República agiria de forma vinculada ao Tratado Internacional firmado entre Brasil e Itália. 
No último dia do seu governo, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva decidiu pela não extradição de Battisti. O governo italiano procurou o STF para questionar a decisão, contudo o Supremo firmou entendimento de que o ato do presidente da República é soberano, logo não poderia ser questionado por outro país. Durante seu governo, Michel Temer decidiu pela extradição de Battisti, porém a sua defesa recorreu ao STF alegando que o ex-presidente Lula já havia decidido pela não extradição. 
Assim, o ministro Luiz Fux expediu uma liminar que mantinha o italiano no Brasil até que o caso fosse revisto pelo Supremo. 
No final de 2018, o próprio ministro revoga a sua liminar e expede o mandado de prisão contra Battisti, pois entendeu que o novo presidente da República tem a possibilidade de rever o ato tomado pelo presidente anterior. Enquanto isso, Battisti fugiu para a Bolívia na tentativa de escapar da prisão, contudo foi capturado em janeiro de 2019 e extraditado para a Itália.
Um detalhe importante é que, quando o Brasil extradita alguém, o outro país se compromete a não aplicar nenhuma das penas que são proibidas no território brasileiro.
Repúdio ao terrorismo e ao racismo: 
O STF entende que a prática do antissemitismo e do antissionismo (judeus) não estão abrangidas pela liberdade de expressão e são equiparadas ao racismo. Logo, a consequência é que essas condutas são imprescritíveis. 
Injúria racial x racismo: a questão da imprescritibilidade 
Anteriormente, o entendimento era de que a injúria racial era um crime prescritível, já o racismo era um crime imprescritível. Hoje, o entendimento do STF é que ambos os crimes são imprescritíveis.
Teoria geral dos direitos fundamentais
- Direitos e garantias fundamentais
- Título II – art. 5º ao 17
- Características:
- Relatividade: não há direito fundamental absoluto.
- Imprescritíveis – não sofre prescrição e decadência.
- Inalienáveis - não pode abrir mão dos direitos fundamentais. Pode-se abrir mão por tempo determinado.
- Irrrenuncialidade – só pode ser renunciado até a esfera do que é disponível. Ex. pode doar rim, mas não pode doar coração em vida.
- Historicidade: Todos os direitos fundamentais devem ser encarados de acordo com o momento histórico daquela situação. Ex. acesso à internet como direito fundamental nos dias de hoje. 
- PJ tem direitos fundamentais: Ex. direito à honra objetiva. PJ não tem honra subjetiva. 
Evolução dos direitos fundamentais
- Revolução francesa
1) Liberdade
2) Igualdade
3) Fraternidade
1ª) geração/dimensão - 1789: absenteísmo ou abstencionismo estatal (a ideia que tutela as liberdades 1clássicas, o artigo 5º de modo geral, assim como os direitos políticos). O Estado não interferindo nos direitos. 
- Não é só. Quando se tira o Estado da relação, o patrão e o empregado tendem a ter uma disparidade maior, porque o explorador, dono do capital, irá tirar o máximo do explorado.
- No dia oito de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, reporta-se uma situação muito grave. Algumas funcionárias de uma fábrica reclamaram das condições sociais, especialmente da jornada de trabalho queera de 16h semanais e elas pediam para reduzir para 14h semanais. Os patrões as trancaram dentro da fábrica, atearam fogo com elas dentro para que servissem de exemplo, queimando-as vivas.
O Papa da época escreveu uma encíclica (carta) chamada Rerum Novarum (Novo Tempo) que falava que era chegado um novo tempo, o tempo de o Estado intervir na relação patrão-empregado e tentar suavizar as diferenças.
• O México, país de predomínio de religião católica, foi o primeiro a trazer em sua constituição direitos sociais, por maior influência da religião. 
• Depois, na Europa, os países que implementam direitos sociais são Áustria e Alemanha. Quem escreveu as constituições foi ninguém menos que Hans Kelsen, o maior nome do direito de todos os tempos.
2ª) Geração dimensão 1917: a tutela da “igualdade” nasce dentro do welfare state ou estado do bem-estar social, que é o Estado implementando prestações positivas (direitos sociais, culturais e econômicos).
- No Brasil – primeira constituição em 1934, na Era Vargas. A constituição anterior era de 1891, antes do movimento que gerou o movimento da segunda geração. Varga apenas implementou aquilo que o mundo todo já tinha feito há alguns anos.
3ª) Geração/dimensão: “fraternidade”. Fraterno é irmão: é necessário olhar para a coletividade. 
• A terceira geração está ligada aos direitos trans/meta individuais, difusos ou coletivos (meio ambiente, consumidor, aposentadoria). Direitos da terceira geração são quando toda a coletividade deve ser protegida: aposentadoria para todos os idosos, meio ambiente que é tutela comum, todos são consumidores.
OBS: Na quarta geração trabalha-se globalização, preocupações da bioética, biodireito, manipulação genética e clonagem humana. Na quinta fala-se de paz universal.
OS QUATRO STATUS DE JELLINEK 
• Professor Jorge Jellinek traz a ideia da Teoria dos Quatro Status: o indivíduo, frente ao Estado, apresenta-se de quatro formas diferentes:
- Status Negativo – proximidade com a 1ª geração/dimensão; 
- Status Positivo – proximidade com a 2ª geração/dimensão; 
- Status Ativo – possibilidade de o cidadão intervir na vontade estatal (direitos políticos); 
- Status Passivo – possibilidade de o Estado intervir na relação entre particulares.
 • Os dois primeiros estão muito próximos à primeira e à segunda geração. Prestação positiva do Estado é bem-estar social (segunda geração). Direitos de liberdade (primeira geração) trazem a ideia de absenteísmo e abstencionismo de uma atuação negativa do Estado.
DIMENSÕES DE APLICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
• VERTICAL: Estado X Particular. Vertical porque o Estado está numa relação de proeminência frente ao cidadão. Se, por exemplo, alguém quer processar outrem criminalmente, necessariamente o Estado tem que respeitar o processado. As provas não podem ser ilícitas, é preciso ter contraditório, ampla defesa, devido processo legal, o processo tem que ter uma razoável duração, tem que ter publicidade, não pode haver prisão injusta. A eficácia clássica é a vertical. 
• HORIZONTAL: Particular X Particular, quando um partido político (pessoa jurídica de direito privado) quer excluir um filiado. Pode, desde que sejam respeitados os direitos de contraditório, ampla defesa e devido processo legal. Assim como quando uma associação quer expulsar um filiado. 
• TRANSVERSAL ou DIAGONAL: Particular X Particular. Mas há um desequilíbrio entre as partes. Por exemplo, um trabalhador não tem como se portar em pé de igualdade contra uma empresa. Ou na relação de consumo, um consumidor e uma grande empresa não estão em pé de igualdade. No direito do trabalho e no direito do consumidor, invariavelmente se pode ter eficácia transversal ou diagonal dos direitos fundamentais.
BINÔMIO DE JANUS – Janus tinha duas cabeças (uma que olha para a frente e outra para trás)
• O Binômio de Janus tem caído nas provas de direitos fundamentais:
 - Dimensão subjetiva (clássica): é feita para proteger o sujeito, ou seja, quando o sujeito tem um direito fundamental violado, pode invocar a proteção estatal. Por exemplo, se alguém desapropria um terreno pode-se entrar com ação pedindo indenização; se alguém invade uma propriedade, pode-se entrar com ação de reintegração de posse para proteger o direito à propriedade; se alguém é preso ilegalmente, pode-se entrar com pedido de habeas corpus. É sempre para proteger o sujeito, seja pessoa física ou jurídica (em alguns casos).
 - Dimensão objetiva: relação com a eficácia irradiante dos direitos fundamentais. Ou seja, um julgado pode se expandir, servindo como paradigma para outros em situações semelhantes. O que a gente chama de precedente.
Direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º CF)
- Igualdade formal x material 
Aristóteles já determinava que deveria ser dado tratamento igual ao iguais e desigual aos desiguais, igualando-os na medida de sua desigualdade. Essa lógica está presente, por exemplo, no meio dos concursos públicos, haja vista a ampla concorrência e as cotas. A igualdade material é aquela que permite o uso de discriminações positivas, ações afirmativas (affirmative actions) ou discriminações reversas.
Discriminações positivas ou reversas: são sinônimos de ações afirmativas. 
Em concursos públicos, as ações afirmativas estão presentes, por exemplo, na reserva de vaga para portadores de deficiência, que estipula uma menor nota de corte no intuito de igualar as condições de vida para os concorrentes. As cotas raciais, contudo, geram uma maior discussão e contestação. 
Pela lei federal relativa ao tema, o STF interpretou que ela se direciona ao Poder Executivo Federal, a sua constitucionalidade é confirmada e o STF dispõe que ela vale para todo o âmbito federal. Entretanto, de acordo com o pacto federativo, essa lei é federal e não repercute de imediato para os estados e municípios. Vale ainda mencionar que, dentro do sistema de cotas raciais, concorrem os negros (pretos e pardos), analisados de acordo com a tábua de cores do IBGE, nas quais constam as definições “brancos”, “amarelos”, indígenas”, “pretos” e “pardos”. Todas as decisões do STF têm favorecido a constitucionalidade de cotas raciais, sociais e para portadores de deficiência, inclusive para vagas em universidades.
A questão das cotas em universidades e o princípio meritocrático 
A Constituição dispõe que a educação básica deve ser obrigatória e gratuita, mas que o acesso a níveis mais elevados de ensino será de acordo com a capacidade individual de cada um. Dentro dessa divergência, há decisão do STF questionando a validez do princípio meritocrático na concorrência por vaga em universidades. O STF determinou que as cotas para nível superior não só não ferem o princípio meritocrático, como o confirmam ao estenderem a meritocracia aos cotistas.
Cláusula de barreira em concursos públicos 
Antigamente, a cláusula de barreira era separada, não valendo no direito eleitoral e valendo em matéria de concursos públicos. Atualmente, a cláusula de barreira vale no âmbito do direito eleitoral, conforme determina a EC n. 97/2007. Contudo, para a matéria em questão, é de maior importância a cláusula de barreira em concursos públicos.
A cláusula de barreira, o “afunilamento” do número de concorrentes entre as diferentes fases de uma prova por meio da estipulação de uma colocação mínima, mesmo havendo aprovação por nota mínima, não fere o princípio da isonomia.
Extensão a estrangeiros não residentes e os benefícios da execução penal 
Conforme estipula o art. 5º da Constituição, será assegurada a inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade aos brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil. 
O STF, em correção, determinou que a inviolabilidade de direitos se estende aos estrangeiros que estejam no país. 
Vale destacar que o estrangeiro, em caso de prisão ilegal, poderá impetrar habeas corpus, contanto que em vernáculo (língua portuguesa), e não em sua língua nativa. Pessoas jurídicas também têm acesso ao artigo 5º, mas apenas aos direitos adequados à sua condição. AConstituição determina que, para haver acesso, por exemplo, a regime aberto, deve ser comprovada ocupação lícita no país. Caso um estrangeiro seja preso em flagrante por tráfico internacional de drogas, por exemplo, este passará normalmente pelo processo de prisão, sendo processado, condenado por pena alta em regime fechado. Eventualmente, ele poderá obter regime semiaberto, mas, se não tiver ocupação lícita no país, não terá acesso ao regime aberto. Conforme entende o STF, os benefícios da execução penal são assegurados aos estrangeiros.
Relacionamento entre pessoas do mesmo sexo: 
Reconhecimento de uniões estáveis e casamentos homoafetivos 
O STF, dando interpretação conforme o art. 1.723 do Código Civil, reconheceu a possibilidade de casamento e união estável entre pessoas de sexos diferentes ou do mesmo sexo. Portanto, não cabe ao Estado discriminar a orientação sexual de cada indivíduo. Ainda dentro da matéria do artigo 5º da Constituição Federal, o STF entende possível a alteração de nome sem necessariamente ter ocorrido o processo de transgenitalização. Contudo, o indivíduo poderá optar pela modificação por meio judicial ou diretamente em cartório.
O direito sucessório na união estável 
O Código Civil, em especial no direito sucessório, atribuía tratamentos diferentes entre membros de casamentos e de uniões estáveis. As regras do artigo 1.790 do Código Civil foram questionadas perante o STF, sendo declarada a inconstitucionalidade dessas regras de diferenciação entre casamento e união estável. Logo, as regras do direto sucessório são as mesmas para casamento e união estável atualmente.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Legalidade ampla x estrita (administrativa) 
A legalidade em sentido amplo está prevista no artigo 5º e a legalidade no sentido estrito, no artigo 37. Segundo o princípio de legalidade ampla, ninguém será compelido a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Por outro lado, a Administração Pública deverá somente fazer aquilo que está previsto na lei.
(Im)possibilidade de Medida Provisória em Direito Penal 
O artigo 62, § 1º, CF/1988 determina claramente que não pode ser editada medida provisória em Direito Penal, Processual Penal e Processual Civil. Em 2000, o STF estipulou que o MP, em benefício do réu, poderia ser tratado em Direito Penal. Em 2001, foi promulgada a EC 32/2001, que trata da proibição expressa de medida provisória em Direito Penal.
Exame psicotécnico em concursos públicos 
Desde que previstos em lei, poderão haver exames psicotécnicos (Súmula Vinculante 44), além de limites de idade (Súmula 683, STF) e altura, justificáveis perante a natureza do cargo em questão. O exame psicotécnico, para o STF, é válido se previsto em lei, no edital, critérios objetivos de correção e caso haja a possibilidade de recurso na via administrativa.
2ª chamada em teste de aptidão física (TAF) 
Invocando os princípios da legalidade e da isonomia, o STF entende que, se não estiver previsto no edital para todos os concorrentes, o direito de segunda chamada não deve ser concedido. O STJ, depois de o STF ter fixado essa tese, estendeu essa condição às gestantes. Todavia, o STF determinou que as gestantes têm direito à segunda chamada em teste de aptidão física independentemente de previsão no edital.
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA 
• Segundo a Constituição Federal (CF), ninguém será privado de direitos, por motivos de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, salvo se forem usadas para eximir-se de obrigação a todos imposta. 
• Recusa da prestação obrigatória e da alternativa gera perda ou suspensão dos direitos políticos? Não existe cassação de direitos políticos. 
Pode haver perda ou suspensão. 
• As hipóteses de perda são: – Cancelamento da naturalização; e – Escusa de consciência. 
• As hipóteses de suspensão são: – Condenação criminal transitada em julgado; – Improbidade administrativa; e – Incapacidade civil absoluta. 
• Serviço militar obrigatório: caso não cumpra, para readquirir os direitos políticos, é necessário cumprir a alternativa. 
• Os judeus e a prova do Enem: os judeus e os adventistas guardam o sábado. Por isso, a prova passou a ser em dois domingos.
VEDAÇÃO AO ANONIMATO 
• É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato. 
• Disque-denúncia: o anonimato é preservado. No entanto, é indevido o procedimento da autoridade policial ou do Ministério Público (MP) que vai direto para persecução penal, com base apenas na denúncia anônima. • Oferecimento de denúncia com base em delação apócrifa: há a necessidade de diligências preliminares. 
• A interceptação telefônica baseada em denúncia anônima não vale.
DANOS MORAL, MATERIAL E ESTÉTICO 
• A CF não trata de dano estético. 
• No mesmo evento, pode haver a cumulação entre dano moral, material e estético. 
• Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), em regra, a liberdade de imprensa e de informação deve ser prestigiada, sem que o judiciário intervenha de maneira preventiva. 
• No anonimato, pode prevalecer a ideia de proteger a intimidade e não a liberdade de expressão. 
• Se o fato é mentiroso, é possível impedir a circulação. 
• A questão das biografias não autorizadas (Roberto Carlos): segundo o STF, pode haver a publicação de biografia mesmo sem o consentimento do biografado.
INVIOLABILIDADE DE SIGILOS 
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; 
• Qualquer sigilo pode ser quebrado, pois não há direito absoluto no Brasil.
QUEBRA DE SIGILOS – PODER JUDICIÁRIO 
• Pode quebrar qualquer um dos sigilos, desde que o faça de forma fundamentada.
• Inexistência de direito absoluto. 
• A quebra é sempre medida excepcional.
QUEBRA DE SIGILOS – CPI – 58, §3º, CF
• Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pode quebrar todos os sigilos, exceto o das comunicações telefônicas (escuta, grampo). - Clausula de reserva de jurisdição.
• A quebra deve ser fundamentada e observando-se o princípio da colegialidade. 
• CPIs estaduais e distritais também podem quebrar, pois têm os mesmos poderes das autoridades judiciais. 
• CPIs municipais não podem quebrar sigilo, porque não há judiciário no município.
- Prevalece a orientação de que o Ministério Público (MP) não pode quebrar sigilos, devendo requerer a providência ao Poder Judiciário.
-ATENÇÃO: O MP poderia ter acesso a contas pertencentes à Prefeitura, independentemente de autorização judicial, até porque nesse caso o Poder Público seria o titular da conta.
-Embora possua os chamados poderes implícitos, os Tribunais de Contas não podem quebrar sigilos, devendo requerer a providência ao Poder Judiciário.
-Um detalhe importante está, no caso, envolvendo empréstimo do BNDES ao grupo JBS/ FRIBOI. Nesse caso, o Supremo Tribunal Federal entendeu pela possibilidade de requisição de informações pelo Tribunal de Contas da União.
-O STF fixou, por nove votos a dois, o entendimento de que pode haver o compartilhamento de dados entre a Receita Federal, a Unidade de Inteligência Financeira – UIF (antigo COAF) e Ministério Público. Ao analisar a LC n. 105/2001, o STF entendeu que esse compartilhamento não configura quebra de sigilo, mas sim transferência de sigilo. Isso porque o dado continua sendo sigiloso durante essa transferência.
SIGILO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS 
O sigilo das comunicações telefônicas se refere à possibilidade de escuta/interceptação dessas comunicações. É diferente de sigilo telefônico, que se refere aos dados telefônicos (extrato). 
Prazo: Lei x jurisprudência – renovações sucessivas A Lei n. 9.296/1996 dispõe que o prazo para interceptações telefônicas é de 15 dias, prorrogável uma vez por igual período. 
OBS: A jurisprudência entende ser possível a renovação sucessiva desse prazo, desde que haja fundamentação e necessidade comprovada. Além disso, os Tribunais Superiores (STJ e STF) entendem ser possível a interceptaçãotelefônica pelo prazo de 30 dias, além das renovações sucessivas, de modo excepcional.
-Crimes: reclusão x detenção A Lei n. 9.296/1996 dispõe que a interceptação telefônica é válida nos casos envolvendo a investigação de crimes puníveis com a reclusão.
-Caso uma pessoa esteja sendo investigada por dois crimes, um punível com reclusão e outro com a detenção, é possível a realização da escuta telefônica. Além disso, se essa pessoa vier a ser absolvida do crime punido com a reclusão, essa prova poderá ser utilizada para condenar o agente pelo crime punível com a detenção (serendipidade).
-A degravação dos diálogos é parcial, entretanto, a mídia com a integralidade das gravações deve ser entregue à defesa.
INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO 
Nos termos da CF/1988: “XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;”
-Abrangência do conceito de casa: O conceito de casa é amplo, pois envolve os lugares utilizados para habitação e para trabalho. 
Exemplos: casa, apartamento, quartos de hotel, quartos de motel, quartos de pensão, quartos de pousada, quartos de hospedaria (desde que ocupados), oficinas, garagens, escritórios etc. 
OBS: Repartições públicas e carros estão fora do conceito de casa, a jurisprudência, prevalece que a boleia de caminhão não é casa.
-Autoridade judicial e a cláusula de reserva de jurisdição: somente o Poder Judiciário pode determinar a busca e apreensão domiciliar.
-O ingresso desautorizado em domicílio e a responsabilização por abuso de autoridade: O STF entende que não se pode presumir a má-fé dos agentes públicos. Logo, se uma diligência realizada pela polícia for infrutífera, isso não significa que os policiais envolvidos irão responder por abuso de autoridade ou por qualquer outra infração disciplinar.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
- PROPORCIONALIDADE X RAZOABILIDADE
– Semelhanças: ambas são princípios; ambas servem para ponderar casos concretos; são regras de ponderação, é preciso saber qual vai pesar mais. 
– Diferenças: proporcionalidade vem do direito alemão e razoabilidade vem do direito norte-americano. Outra diferença está dentro dos subprincípios: a proporcionalidade tem os subprincípios da adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito – que é sinônimo de razoabilidade. É como se a razoabilidade fosse um pedaço da proporcionalidade, já que seria um subprincípio. Então o mais amplo seria a proporcionalidade. 
• As duas facetas da proporcionalidade: A proporcionalidade pode ser desproporcional para mais e pode ser desproporcional para menos. 
– Desproporcional para mais: proibição de excesso. 
– Desproporcional para menos: vedação à proteção insuficiente ou deficiente
PROVAS ILÍCITAS 
• A Constituição não fala quase nada sobre o tema, apenas que são inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos. 
• Diferença entre provas ilícitas e provas ilegítimas: 
– Semelhança: ambas são provas imprestáveis. 
– Diferença: a ilícita fere o direito material, como o direito penal, por exemplo; a ilegítima fere o direito processual, como o direito processual penal. 
• Teoria dos frutos da árvore envenenada: se se tem uma árvore envenenada, os frutos dela também estão envenenados, é o que se chama de ilicitude por derivação. (PREVISTA NO CPP EXPRESSAMENTE)
• Teoria da fonte ou da prova independente: se há num processo três provas, sendo que as duas primeiras são ilícitas, já última prova foi colhida sobre o crivo do contraditório, ampla defesa, devido processo legal. É possível a condenação pois a mera existência de provas ilícitas em um processo não impede a condenação se houver provas lícitas e independentes. 
• Encontro fortuito de provas ou crime achado (fenômeno da serendipidade): quando se encontra um criminoso sem querer, ou seja, se está buscando pelos criminosos A e C e no meio do processo se encontra o criminosos B. Todos podem ser condenados. 
• Gravação clandestina: é válida, desde que um dos interlocutores não seja policial pois o policial tem que respeitar o que se chama de Aviso de Miranda – que é o direito de silêncio. 
• Hipóteses de admissão: há algumas hipóteses em que a prova ilícita pode ser aceita. 
– Meio de defesa: para defender o acusado; 
Para acusar:
– Teoria da descoberta inevitável: quando se faz toda uma investigação a partir de uma prova ilícita, todas as outras provas são ilícitas por derivação (teoria dos frutos da árvore envenenada). Porém, se inevitavelmente, no futuro haveria a descoberta dos fatos por meios lícitos, a prova torna-se limpa e a condenação é válida. 
– Teoria da mancha purgada ou diluída: de pouca aplicabilidade, vem do direito norte-americano. Há uma prova ilícita, mas depois há um acontecimento que dilui essa mancha. 
– Teoria da fonte ou prova independente: seria uma espécie de admissão de prova ilícita, mas essa teoria já foi citada acima e é admitida em nosso ordenamento.
PENAS PROIBIDAS 
• Morte, salvo guerra declarada 
• Banimento: expulsão de brasileiro dentro do território nacional. Não se expulsa brasileiro do território nacional; a expulsão se aplica apenas a estrangeiros. 
• Trabalhos Forçados 
• Cruéis – Prisões em contêiner: de acordo com decisão do STJ, trata-se de uma pena cruel, vedada no ordenamento jurídico brasileiro. 
• De Caráter Perpétuo: 
– Limite de pena e benefícios da execução penal: a duração máxima da pena é de 30 anos (art. 75, Código penal – pacote anticrime agora é 40 ANOS!!). 
De acordo com o STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução. (Sum. 715/STF) 
– Duração da medida de segurança: segundo o STF, o limite de pena de 30 anos diz respeito à dignidade da pessoa humana, devendo ser aplicado tanto para imputáveis quanto para inimputáveis (aquele que não pode responder por si judicialmente devido à anomalia psíquica ou retardo mental). Conforme a súmula 527 do STJ, a duração máxima da medida de segurança (aplicada aos inimputáveis) não pode extrapolar a pena prevista abstratamente para o tipo. (AUMENTOU PARA 40 ANOS COM O PACOTE ANTICRIME)
INDIVIDUALIZAÇÃO E DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA 
• Imposição de cumprimento de pena em regime fechado – crimes hediondos: segundo a Lei n. 8.072/90, a pena será cumprida integralmente em regime fechado. O STF declarou a norma inconstitucional, decidindo que a fixação do regime de cumprimento integralmente fechado fere o princípio da individualização da pena. Posteriormente, a Lei n. 11.464/07 estabeleceu que a pena sempre iniciará em regime fechado para os crimes hediondos. O STF também declarou inconstitucionalidade com base no mesmo princípio. O fato de um crime ser abstratamente grave não possibilita a imposição de regime prisional mais grave. 
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. (Sum. 718/STF) A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. (Sum. 719/STF) 
Atualmente, aplica-se o disposto no art. 33 do Código Penal. 
– tortura (STF x STJ): conforme a Lei n. 9.455/97, o cumprimento da pena se inicia em regime fechado, para o crime de tortura, sendo declarada constitucional pelo STF. Já o entendimento do STJ é no sentido de que se deva seguir o art. 33 do Código Penal quanto ao crime de tortura. 
• A transmissão da pena de multa: - princípio da intranscendência - a pena não passa da pessoa do acusado, mas o dever de indenizar se estende aos herdeiros até o limite da herança, ou seja, a multa não passa para os herdeiros. 
• A constitucionalidade da agravante da reincidência: trata-se da dupla punição pelo mesmo fato, ou seja, punir o mesmo indivíduo duas vezes. O STF considera que a agravantede reincidência configura observância ao princípio de individualização da pena.
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (NÃO CULPABILIDADE) 
Prisão em 2ª Instância 
• 1988: Constituição – Ninguém será considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
• 1991: STF – Pode prender antes do trânsito. 
• 2009: STF – Precisa esperar o trânsito em julgado. 
• 2016: STF – Pode prender antes do trânsito. 
• 2019: STF – Precisa esperar o trânsito. Há possibilidade de interpretar a norma de duas formas. 
• Caso do ex-presidente Lula: 
– Sentença – em liberdade, mas foi condenado. – Recurso – apelação, mantiveram condenado e aumentaram a pena. 
Os recursos que cabem ao STF e o STJ não têm efeito suspensivo, logo, cumpre- -se a decisão condenatória. 
No entanto, em 2019, o que o STF estava discutindo se o dispositivo do art. 283 do Código de Processo Penal era constitucional ou não. 
Sempre houve a possibilidade de prender em flagrante, preventivamente, temporariamente, ou seja, prisões cautelares, que não se enquadram nesses casos. A prisão que espera ou não o julgamento da 2ª instância é com base exclusivamente na falta de efeito suspensivo. Se tiver fundamento para prender, a prisão pode ocorrer em qualquer momento. 
• Constitucionalidade do artigo 283, do CPP (editada em 2011 pelo Congresso Nacional): 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
O que o Supremo estava julgando era a Ação Declaratória de Constitucionalidade (43, 44 e 54). O STF julgou procedente, não podendo prender depois do julgamento da 2ª instância sem indicar motivo. O Congresso pode mudar o art. 283 e a Constituição e o STF podem declarar inconstitucional. 
• Delimitação do conceito de maus antecedentes: 
- Inquéritos e ações penais em andamento; e 
- Crimes cometidos após "período depurador" do artigo 64, do Código Penal: depois do prazo de 5 anos que extingue a pena, quem era réu primário e passou a ser reincidente volta a ser réu primário de bons antecedentes. 
-Inquéritos em andamento e ações penais em curso não podem aumentar a pena, nem como reincidência, nem como maus antecedentes. 
Sindicância de Vida Pregressa: Condenação criminal transitada em julgado pode eliminar do concurso. 
-Nome sujo por dívida, Sursis, transação penal, sentença absolutória, trancamento da ação penal não eliminam de concurso. 
RETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS BENÉFICA 
A lei penal não retroage, salvo para beneficiar o réu. Mas, não retroage se for uma norma provisória ou excepcional. 
• Retroatividade de normas temporárias e excepcionais: 
- A abolitio criminis temporária da posse ilegal de arma de fogo:
 2003: Estatuto do desarmamento 
2008: MP 417/08 - entre 2008 e 2009 a posse foi abolida, no entanto era lei temporária – não retroage.
2009: 11922/09 – devolução da arma sem ser crime 
Posse – arma em casa ou trabalho 
Porte – portar arma fora de casa ou trabalho. 
Pego com arma entre 2006 e 2007 – não retroage a de 2009, pois é uma lei temporária
• Possibilidade de combinação de leis na jurisprudência: Sempre se leva em conta se a pena fica desproporcional para saber se pode ou não combinar as penas.
- Tráfico de drogas (até 5 anos): não pode combinar leis (STJ); e 
- Venda de remédios/cosméticos adulterados (10 – 15 anos): pode combinar (STJ). 
Possibilidade de combinação de leis na jurisprudência 
• tráfico de drogas (vedado): o resultado da combinação de leis no tráfico de drogas poderia gerar uma pena desproporcional. 
• venda de remédios/cosméticos adulterados: caso não houvesse combinação, a pena seria desproporcional. De acordo com o STJ, é possível combinar o Código Penal com a Lei antidrogas, em determinados casos, considerando desproporcional uma pena de 10 a 15 anos para a falsificação de xampu, por exemplo.
As sentenças intermediárias se situam entre a declaração de constitucionalidade e inconstitucionalidade. Quando o Poder Judiciário exerce função legisladora, diz-se das sentenças normativas, que se dividem em aditivas e substitutivas. 
• Pode-se citar como exemplos de sentença normativa aditiva: direito à aposentadoria especial de servidores que trabalham com raio-X; hipótese de saque do FGTS para pessoas cujo filho seja diagnosticado com câncer.
(Im)possibilidade de aplicação da norma mais severa na continuidade delitiva e no crime permanente Considere um crime de extorsão mediante sequestro que teve início em 1º de janeiro de determinado ano e fim em 28 de fevereiro. Em 10 de fevereiro, entrou em vigor uma lei mais grave, que aumentou a pena desse crime em 5 anos. Ou seja, no início do crime a pena era de 10 anos e ao final, de 15 anos. Nesse caso, há possibilidade de aplicação da lei penal mais grave, visto que a prática delitiva não cessou.
Conforme o STF, se uma lei mais grave entrar em vigor antes de cessar a prática delitiva, ela poderá ser aplicada.
CRIMES HEDIONDOS + TRÁFICO DE DROGAS, TORTURA E TERRORISMO
• A Constituição Federal (CF) não define quais são os crimes hediondos. Eles estão definidos na Lei n. 8.072/1990. 
• Exemplos de crimes hediondos: latrocínio e estupro. 
• A CF apenas dispõe que o tráfico de drogas, a tortura e o terrorismo são inafiançáveis. 
• O fato de ser inafiançável não veda a liberdade provisória. 
• Os crimes hediondos são insuscetíveis de graça e anistia.
 – Graça: perdão do presidente da República. 
– Anistia: perdão dado pelo Legislativo.
• Prescritibilidade: o fato de ser hediondo não torna um crime imprescritível. 
• A questão da hediondez do tráfico privilegiado de drogas: não é hediondo. 
• A possibilidade de fixação de regime prisional menos severo: segundo o Supremo, o fato de o crime ser grave não impõe regime fechado.
-CRIMES IMPRESCRITÍVEIS 
• Não são hediondos nem equiparados. 
• Racismo e Golpe de Estado. 
Obs.: A CF não usa o termo “Golpe de Estado”, e sim “Ação de Grupos Armados Civis ou Militares contra o Estado Democrático de Direito”. 
– A polêmica envolvendo a injúria racial: STF e STJ: deve ser entendida como imprescritível, assim como o racismo.
EXTRADIÇÃO 
• Diferença entre extradição, expulsão, banimento e deportação: 
– Extradição: a pessoa praticou o crime fora do Brasil. 
– Expulsão: a pessoa praticou o crime dentro do Brasil. 
– Banimento: não é permitido. 
– Deportação: a pessoa está em situação irregular no país. 
• Tratamento a brasileiros natos, naturalizados e a estrangeiros: nato não pode ser extraditado; naturalizados e estrangeiros podem. 
• Brasileiro nato pode deixar de ser brasileiro voluntariamente.
- Estrangeiro não pode ser extraditado por crime político ou de opinião. 
Direito de Reunião e Direito de Associação
• Requisitos constitucionais: livre para fins pacíficos, sem armas, em locais abertos ao público.
Atenção! Não há necessidade de autorização de autoridades; apenas a comunicação é necessária.
• Marcha da maconha e o crime de incitação ao consumo de drogas: em alguns municípios eram proibidas por juízes; o STF não considerou a marcha da maconha incitação ao crime ou ao crime de consumo de drogas (o uso e o porte de drogas para uso próprio são considerados crime; houve despenalização). 
– Balizas fixadas pelo STF para a realização das marchas: as marchas da maconha espelham a liberdade de expressão e o direito de reunião do povo. São quatro: 
1. Não pode haver consumo de droga; 
2. Não pode haver incitação ao uso de drogas; 
3. Não pode contar com crianças e adolescentes – os adultos já têm sua opinião formada; 
4. O atendimento dos requisitos constitucionais (fins pacíficos, sem armas, em locais abertos ao público e com prévia comunicação). 
• Diferenças entre o direito de associação e o de reunião: a associação pressupõe um vínculo maior, mais estável; na reunião o vínculo é passageiro, mais fluido. 
Atenção! Uma associação só pode ser compulsoriamente dissolvida(após sentença transitada em julgado – decisão definitiva) ou suspensa (qualquer decisão judicial) por decisão do Poder Judiciário.
Direito de Certidão e Direito de Petição
• Extensão da gratuidade: ambos são gratuitos para todos (exemplo: ocorrência policial). 
O pulo do gato: 
Indeferimento injustificado do direito de certidão, mesmo quando o documento contém informação de caráter pessoal: Mandado de segurança. 
Indeferimento injustificado do direito de reunião (de permanecer/ficar): Mandado de segurança. 
Indeferimento injustificado do direito de acesso a inquérito policial (o que já está documentado – Súmula Vinculante n. 14): Mandado de segurança (direito do advogado ou de quem precisar acessar) e habeas corpus (direito de liberdade). 
Princípio da Liberdade do Exercício Profissional
A exigência de registro na OAB para o exercício da advocacia é constitucional. 
Atenção! Não é necessário registro na OMB (Ordem dos Músicos do Brasil) para o exercício da profissão de músico. 
• Natureza jurídica da norma constitucional: art. 5º, XIII (norma contida).
Direitos de propriedade
As espécies de desapropriação são: 
• Desapropriação por interesse público, necessidade ou utilidade pública: nessa espécie, a pessoa não fez nada de errado. Ela tem uma propriedade rural e o governo deseja abrir uma estrada bem no meio da propriedade. Ou seja, o dono da fazenda não fez nada de errado. Há o direito de indenização, que é prévia, justa e em dinheiro; 
• Desapropriação-sanção: nesse caso, a desapropriação é feita como uma forma de punição por não ser respeitada a função social da propriedade. Para que serve uma grande propriedade rural? Para produção, criação etc. Para que serve um lote urbano? Para moradia ou comércio. Se, por exemplo, a fazenda não produz nem cria nada e no lote há apenas sujeira, a função social dessas propriedades não está sendo respeitada. A ideia é simples: entregar a propriedade para quem fará dela o melhor uso. No caso de desapropriação- -sanção, o dono da propriedade desapropriada recebe por meio de títulos. Propriedade urbana → títulos da dívida pública. Propriedade rural → títulos da dívida agrária. Esses títulos são resgatáveis em até 10 ou 20 anos.
OBS: Quando as terras são utilizadas para o cultivo de substâncias psicotrópicas ou nelas existe mão de obra escrava, há a expropriação. Nessa situação, o dono da propriedade é preso.
Atenção! A expropriação de terras onde existe trabalho escravo não é norma originária EC 81 (para trafico sim).
Princípio da razoável duração do processo
Ao art. 5º foram acrescentados três novos direitos, em razão da Emenda n. 45/2004. O primeiro deles é o princípio da razoável duração do processo.
O princípio da razoável duração do processo pode ser aplicado tanto na esfera judicial quanto na esfera administrativa. 
O tempo razoável é regido por um princípio que dimensionará a complexidade da causa.
Não há prazos certos e fechados. Sempre se olha a complexidade do caso para saber se nele há extrapolação ou não do princípio da razoável duração do processo.
Equiparação de Tratados Internacionais de Direitos Humanos a Emenda à Constituição
-Quando o STF julgou a questão relativa à prisão civil por dívida do depositário infiel e do alienante fiduciário, inseriu mais um ponto à pirâmide de Kelsen: os atos supralegais (em razão do pacto san jose da costa rica). Atos supralegais são aqueles que estão acima das leis e abaixo da CF/1988.
Existem tratados internacionais de três níveis hierárquicos: 
• Tratado internacional que não seja sobre direitos humanos, equivalente a lei ordinária; 
• Tratado internacional sobre direitos humanos equivalente a emenda (2t por 3/5 em cada casa); 
• Tratado internacional sobre direitos humanos com força supralegal.
A prisão não se tornou inconstitucional porque está prevista em norma originária. E norma originária da Constituição jamais será inconstitucional.
Controle de convencionalidade: atos legais buscam validade nos atos supralegais (ex: pacto são jose da costa rica)
• Diferença entre aplicação e aplicabilidade imediata 
– Aplicação imediata: desde a promulgação da Constituição o intérprete tem de extrair a máxima efetividade do texto. 
– Aplicabilidade: normas de eficácia plena e contida têm aplicabilidade imediata; as limitadas e programáticas têm aplicabilidade mediata.
• O artigo 5º possui normas de eficácia limitada? Sim. Todas as normas do título II têm aplicação imediata, mas algumas têm eficácia limitada. Exemplo: defesa do consumidor. 
O art. 5º tem 78 incisos e 4 parágrafos, mas nada impede que outros direitos e garantias sejam inseridos – especialmente os trazidos de tratados internacionais. O Min. Celso de Mello defende que as normas se incorporam com status constitucional. 
– Os tratados internacionais de direitos humanos posteriores à Emenda Constitucional n. 45 têm status de emenda constitucional, desde que aprovados em dois turnos, por 3 5 de cada casa do Congresso Nacional. 
– As normas supralegais abrangem os tratados internacionais de direitos humanos que não foram aprovados com o rito. Exemplo: Pacto de São José da Costa Rica. 
– Tratados internacionais que não versam sobre direitos humanos são equiparados a lei ordinária.
É possível inserir novos direitos sem que eles tenham o mesmo patamar hierárquico das demais disposições do art. 5º: tese aprovada no STF. Rol exemplificativo de Direitos Fundamentais
• Possibilidade de reconhecimento de novos direitos fundamentais
Tribunal do Júri
 Competência Segundo a Constituição, o júri é responsável por julgar os crimes dolosos contra a vida: 
• homicídio; 
• aborto; 
• infanticídio: é o homicídio por razões especiais, em que a mãe, no estágio puerperal, pode matar o seu filho; 
• IAI suicídio: instigação, auxílio e induzimento ao suicídio.
• Feminicídio: é um crime de homicídio e está previsto no art. 121 do Código Penal. Pode ser simples ou qualificado. Uma de suas qualificações é o crime ser praticado pelo fato de a vítima ser mulher, pela sua condição de gênero.
OBS: O fato de acontecer o resultado morte não significa, necessariamente, que vai à júri. Ex.: latrocínio – roubo com resultado morte; estupro com resultado morte; lesão corporal seguida de morte etc. 
O júri também julgará crimes conexos: matar e esconder o corpo (vilipêndio)
Soberania x Imutabilidade dos Veredictos – apelação e revisão criminal 
O advogado não pode pedir absolvição da pessoa que se alega inocente, é acusada de homicídio e condenada pelo júri. No entanto, é possível entrar com recurso de apelação para ser submetida a novo júri, podendo ser condenada ou absolvida.
O tribunal deve respeitar a soberania dos veredictos, por isso não pode mudar a decisão do júri. 
Revisão criminal: quando transita em julgado; é quando o Judiciário pode pedir diretamente a absolvição.
A (im)possibilidade de reformatio in pejus em recurso exclusivo da defesa 
A pena do homicídio qualificado é de doze anos no mínimo. Se, por exemplo, o júri decidir por tirar a qualificadora e determinar pena de seis anos ao réu, este poderá ser condenado em novo júri por homicídio qualificado, mas a pena máxima será de seis anos, pois, embora o novo júri seja soberano, o juiz fica vinculado à pena anterior. Assim, se só a defesa recorrer, o máximo que pode acontecer é empatar a situação do condenado. Contudo, se a acusação recorrer, é possível piorar.
Plenitude de defesa 
– O quesito genérico da absolvição O júri pode absolver mesmo que seja comprovado que o réu é culpado, pois se coloca no lugar do indivíduo em certas situações.
Súmula Vinculante 45 e o foro especial estabelecido em Constituições Estaduais 
A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
Em relação ao foro, tanto a regra (art. 5º) quanto a exceção (art. 102) são dois artigos previstos na Constituição, no entanto prevalece a exceção. A princípio, se o presidente da República matar alguém, será julgado pelo STF, e não pelo júri.

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