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ISABELLA S S BORGES TXXII-B 1 MÁRIO CCP – ATD2 TUMORES DE GLÂNDULAS SALIVARES INTRODUÇÃO Epidemiologia ❖ 5% das neoplasias de cabeça e pescoço são de glândulas salivares ❖ Prevalência feminina 2:1 ❖ Adultos 95% ❖ 80% são de glândulas parótidas ❖ 10% submandibulares ❖ 10% outras - Quanto maior a glândula, maior a probabilidade de ser benigno (a chance do de parótida ser benigno é muito maior do que uma glândula salivar menor) • Glândulas salivares maiores → parótidas, submandibulares e sublinguais. • Glândulas salivares menores → todo trato aerodigestivo superior. Glândula Sublingual – Anatomia: Ordem de acometimento do câncer (neoplasia maligna) 1) Glândulas salivares menores 2) Glândula sublingual 3) Glândula submandibular 4) Glândula parótida Glândula parótida: - O nervo facial divide essa glândula em polo superficial e polo profundo - O ducto parotídeo sai da parótida ➢ Nervo facial se divide em: Ramo cervico-facial e têmporo-facial com ISABELLA S S BORGES TXXII-B 2 MÁRIO CCP – ATD2 ramificações - ramo mandibular marginal, ramo bucinador, ramo zigomático, ramo frontal. Glândula submandibular: - Músculo digástrico (ao puxar a polia do digástrico, encontra-se o nervo hipoglosso que dá movimentação da língua) - Beira a borda inferior da mandíbula • Classificação: o Serosas → parótida (20% da salivação). o Mucosas → sublinguais e pequenas glândulas 910% da salivação). o Mistas: submandibulares (70% da salivação). • Salivação → controlada pelo sistema nervoso autônomo (principalmente pela resposta parassimpática). Quadro Clínico do tumor de glândula salivar ➢ Massa de crescimento progressivo ➢ Indolor ➢ Superfície rugosa ou lisa – depende do tumor ➢ Consistência fibroelástica se for benigna; pédrea se for maligna ➢ Mobilidade -> não tem se for maligna, porque esta aderida profundamente; se for benigna tem ➢ Acometimento de nervos ou não (está relacionado a malignidade) ➢ Linfonodos + (indicio de tumor de glândula salivar) ISABELLA S S BORGES TXXII-B 3 MÁRIO CCP – ATD2 Tumor de parótida: Tumor de glândula salivar menor, de palato (Adenoma pleomórfico) Carcinoma de glândula salivar menor (glândula palatina): Métodos Diagnósticos ✓ RX simples ✓ Sialografia (não se usa tanto) – é bem dolorosa; era injetado contraste para poder avaliar os ductos. Risco grande de perfuração; pode empurrar cálculos para partes mais distais; dose de radiação ✓ USG -> é um dos mais usados; depende do radiologista; detecta cálculos pequenos (2mm); não invasivo; baixo custo; depende do avaliador ✓ TC -> avaliação de cálculos e doenças inflamatórias ✓ RM -> avaliação mais crítica ✓ Sialoendoscopia -> hoje é usado para diagnóstico e tratamento. É quando passa uma ótica bem pequena dentro do ducto, ao encontrar o cálculo é possível puxar para fora. Chance de sucesso 95%. Pode ocorrer perfuração. ✓ PAAF -> alta sensibilidade e especificidade, baixa morbidade e baixo custo, associada ao USG ou TC. ISABELLA S S BORGES TXXII-B 4 MÁRIO CCP – ATD2 PATOLOGIAS NÃO NEOPLÁSICAS PATOLOGIAS INFLAMATÓRIAS: • Viral, bacteriana ou fúngica DISTÚRBIOS LOCAIS • Sialolitíase • Rânula – é uma bolsinha (cisto) formada na parte mais interna da mandíbula (assoalho de boca) • Mucocele – formada no lábio Sialolitíase: Rânula: Mucocele: Síndrome de Madellung - É uma lipomatose cervical importante – bastante áreas de lipoma. Pode acontecer pela presença das glândulas salivares PAOTLOGIAS NEOPLÁSICAS • Tumores benignos (Adenoma pleomórfico) ou malignos: o Avaliação clínica. o Exames: USG (melhor), TC, RNM, PAAF (padrão para confirmação de neoplasia). o Indicação cirúrgica na maioria dos casos. Glomus de Carótida - Tumor neuroendócrino, muito vascularizado, que se encontra na bifurcação da carótida ISABELLA S S BORGES TXXII-B 5 MÁRIO CCP – ATD2 TUMORES BENIGNOS • 80% dos tumores da parótida. • Adenoma pleomórfico → mais comum. o 2º tumor mais frequente em crianças depois do hemangioma o Risco alto de recidiva local – emite pseudópodos – precisa retirar esse adenoma com margens • Cistoadenoma papilífero linfomatoso (Warthin). o Segundo mais comum o Chance de recidiva menor o 10% dele é encontrado bilateralmente o Crescimento indolor e lento. o Exclusivo da parótida o Associado a tabagismo e irradiação o Mais comum em homens o Sem alterações na mímica facial. o Exames → USG, RNM, TC e PAAF. OBS: quanto maior a glândula = menor a chance de malignidade. TUMORES MALIGNOS • 20-25% dos tumores de parótida: o 1º- mucoepidermóide. o 2º- adenóide cístico (clindroma). Carcinoma mucoepidermóide: o Baixo, médio e alto grau o Característica de acometimento das estruturas adjacentes o Grande chance de metástase e recidiva o Leva à paralisia facial (tumor agressivo) o 2º mais frequente nas demais glândulas o Maioria parótida e palato 2º lugar mais frequente Carcinoma adenóide cístico (cilindroma): o Acomete mais o sexo feminino o Mais comum na glândula submandibular o Comportamento mais agressivo (independente do grau de malignidade). o Tumor bem agressivo o Grande potencial de recorrência. o Invasão de nervos e metástase à distância (paralisia facial). ISABELLA S S BORGES TXXII-B 6 MÁRIO CCP – ATD2 o Um dos poucos tumores de glândulas salivares que apresenta dor. OBS: NERVO FACIAL: - Passa pela parótida e divide em polo superior e inferior. - Ramo temporofacial: frontal, zigomático e bucinador. - Ramo cervicofacial: mandíbular inferior e cervical. TRATAMENTO CIRURGIA: • Tipo histológico. • Estadiamento. • Localização → a parótida responde melhor que as glândulas salivares menores • Recorrência → pior prognóstico. Parotidectomia - Incisão de Blair: - Sempre preservar o nervo facial Complicações da parotidectomia: lesão do nervo facial e síndrome de Frey • Essa síndrome é uma sudorese que chega a ser anti-social. Quando o polo superficial da parótida é retirado, o nervo facial fica exposto (pode ter uma reinervação anômala com o parassimpático), fazendo com que quando a pessoa vai comer e tem o estimulo de salivação, tenha uma sudorese na pele – chega a ser anti-social (pinga no prato). • Para evitar essa síndrome, é feito um retalho, onde se pega um pedaço do musculo esterno-mastóideo, roda por cima do nervo facial, para proteger esse nervo facial e impedir e reinervação anômala RTx e QTx: • Adjuvantes. • Isoladas → paliação ou tratamento. • Não é usado exclusivamente. ARTIGO Introdução As neoplasias de glândulas salivares são incomuns e perfazem cerca de 2% a 6,5% dos tumores da região da cabeça e pescoço. ISABELLA S S BORGES TXXII-B 7 MÁRIO CCP – ATD2 A parótida, como principal sítio da lesão. Foi relatada influência substancial do tipo histológico em relação à localização do tumor. Resultados A média de idade foi de 40 anos. 93 casos benignos (78%) e 26 malignos (22%). A média de idade dos pacientes com tumores benignos foi de 47 anos e de 45 anos para aqueles com tumores malignos. Entre os benignos, a distribuição foi a seguinte: adenoma pleomórfico (76,3%), cistoadenoma papilífero linfomatoso (13%), adenoma canalicular (2%), adenoma de células basais variante trabecular (2%), outros (oncocitoma e mioepitelioma) (6,7%). Para os malignos observaram-se: carcinoma adenóide cístico (42,3%), carcinoma mucoepidermóide (38,4%), carcinoma de células acinares (7,7%), outros (carcinoma de ductos, adenocarcinoma polimorfo de baixograu e carcinoma de células basais) (11,6%). Dos 119 casos, 93 (60%) eram pacientes do sexo feminino e 48 (40%) do sexo masculino. A parótida o sítio mais freqüente, seguida por glândula submandibular e depois glândulas salivares menores Ao considerar o tipo de tumor benigno, o diagnóstico de adenoma pleomórfico foi observado em 76,3% dos casos. Em relação aos tumores malignos, os dados obtidos revelaram que o carcinoma adenóide cístico e o carcinoma mucoepidermóide foram os mais encontrados, havendo uma maior freqüência do primeiro tipo (42,3% e 38,4%, respectivamente). Ao se considerar recorrência da lesão versus tumor maligno primário, observou-se que na glândula parótida o carcinoma adenóide cístico prevaleceu sobre o carcinoma mucoepidermóide. Análise multivariada de sobrevida de 128 casos de carcinoma de glândulas salivares menores mostrou maior porcentagem de carcinoma mucoepidermóide (59,4%), sendo o palato duro a localização mais afetada (48,4%). Notou-se uma preponderância do sexo feminino, Os resultados demonstraram também que a faixa etária de maior incidência foi entre 31 e 40 anos. Em relação à distribuição da lesão, os dados obtidos evidenciaram que a parótida foi o sítio mais freqüentemente afetado (70,6%), enquanto as glândulas salivares menores corresponderam a 9,24% dos casos. O exame por congelação para os tumores da glândula salivar empregado isoladamente não é suficiente para decidir a melhor conduta, e sua interpretação deve ser feita correlacionando-se os achados clínicos e intra-operatórios ISABELLA S S BORGES TXXII-B 8 MÁRIO CCP – ATD2 A variabilidade morfológica, a complexidade e a superposição de padrões histológicos dos tumores de glândulas salivares refletem-se no material citológico obtido por punção aspirativa. A proposta de um sistema de estadiamento clínico baseado no tamanho da lesão primária, a presença de fixação ou ulceração, o envolvimento do nervo facial e do nódulo linfático cervical parecem auxiliar no tratamento da lesão. Conclusões Pode-se concluir que houve uma maior incidência de tumores benignos em relação aos malignos. Entre os tumores benignos, o adenoma pleomórfico foi o tipo mais encontrado, e o sítio mais afetado foi a glândula parótida. A relação de análise histopatológica e dados clínicos pode ser considerada fator preponderante no tratamento e na avaliação do prognóstico destas neoplasias.
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